VaErá (E Eu Apareci)

Do livro “Divulgando Uma Porção”

(Êxodo, 6:2-9:35)

 

Sumário da Porção

Na porção, VaErá (E Eu Apareci), o Criador aparece diante de Moisés e promete libertar os filhos de Israel do Egito para a terra de Canaã. Moisés volta-se para os filhos de Israel, mas eles não escutam “por impaciência e por árduo trabalho” (Êxodo 6:9).

O Criador instruiu Moisés a se voltar para Faraó e lhe pedir que os filhos de Israel saiam do Egito. Moisés teme que não tenha sucesso na sua missão e pede ao Criador um sinal. O Criador diz a Moisés que ele será como Deus para Faraó, enquanto Aarão será como o profeta que tratará de falar. O Criador endurecerá o coração de Faraó e faz chover bastantes sinais e símbolos sobre o Egito. O Criador dá a Moisés e a Aarão uma vara, e quando Moisés lança a vara para o chão, ela se torna uma serpente. Quando Moisés e Aarão vão para Faraó, Moisés tem oitenta anos de idade e Aarão tem oitenta e três. Há muitos magos e adivinhos à volta de Faraó. Quando Moisés e Aarão chegam, eles jogam a vara e ela torna-se uma serpente. Os magos de Faraó fazem o mesmo e suas varas também se tornam serpentes, mas a serpente de Moisés engole as serpentes dos magos.

Apesar dessa representação, Faraó permanece desafiador e as dez pragas do Egito começam. Esta porção menciona sete das pragas: sangue, rãs, piolhos, moscas, pestilência, sarna e saraiva. Depois de cada praga, Faraó volta atrás na sua palavra e recusa deixar os filhos de Israel partirem.

 

Comentário

Embora esta descrição seja gráfica, ela na realidade transmite o interior da Torá, a verdadeira lei que nos instruiu a como sair do Egito dentro de nós. A Torá não nos diz para abandonar um lugar físico em favor de outro, mas em vez disso como nos podemos libertar a nós mesmos de nossos egos.

A porção é para aqueles de nós que trabalham duro e descobrem que estamos no Egito. Ela também lida com nosso desejo de não estar no Egito – o ego, a essência do mal. Deste modo, devemos escapar de lá enquanto discutimos com nossos egos. Não podemos tolerar o ego nesta situação, temendo que ele nos possa enterrar ou matar, então nos elevamos acima dele e começamos a partir dele.

Há duas forças em nós. A primeira é o ego, que é Faraó e todo o Egito. A outra é um ponto “saliente” chamado “o ponto no coração”. Todos nossos desejos que estão no Egito e são alimentados por ele enquanto há uma “fome na terra de Canaã” (Gênese, 42:6) criam uma luta interior em nós. Esta é a guerra da qual procuramos escapar, nos elevarmos acima do ego com todos nossos desejos. De fato, somente Moisés, o ponto no coração, escapa e se eleva acima do ego, fugindo do Egito para Jétro e para tudo aquilo que há em Midiã.

Passados quarenta anos, durante os quais ficamos mais fortes em Midiã trabalhando para aumentar a força de Moisés, o Criador aparece para nós na sarça ardente. Através de nossa voz interior, escutamos e compreendemos que devemos regressar, lutar contra o ego e sair dele, ou não seremos capazes de alcançar a espiritualidade.

A espiritualidade é alcançada somente ao corrigirmos nossos desejos, ao corrigirmos nossas intenções de visarem receber – a forma egoísta – para visarem dar, amar os outros. Devemos alcançar a regra, “Ama teu próximo como a ti mesmo”. Esta é a grande regra da Torá. O ponto no coração, o Moisés em nós, sente que está na hora de fazer isto. A voz do Criador diz-nos para começarmos a trabalhar com nossos desejos egoístas ao enfrentarmos Faraó.

Neste estado, ficamos completamente atônitos. É muito difícil enfrentar nossa natureza básica e o mundo literalmente mostra-nos    que     é impossível o fazer.     Parece     que     para     onde quer que nos voltemos, estamos rodeados pelos nossos egos. Estes são os adivinhos de Faraó, seus sábios, começando a descobrir quão irrealista é o caminho espiritual de nos elevarmos acima de nossos egos e alcançar o amor aos outros. Certamente, onde encontramos amor aos outros no mundo? Alguém apoia isto?

A Israel em nós é uma força muito fraca e embora pareça que possamos fazer qualquer coisa através de nossa espiritualidade, podemos também fazê-lo – e até com mais “sucesso”, através das forças do ego.

Por  vezes  provamos  a  nós  mesmos  que  nos  elevamos  através  do  grupo  que  estamos           a construir, através do bom e certo meio ambiente no qual nos encontramos. Tal como Faraó concordou em deixar os filhos de Israel partirem, mas mudou de opinião e capturou-os, nós também atravessamos sobes e desces que nos previnem de sairmos de nossos egos.

Experimentamos sete golpes que nos purificam e corrigem. Estes são ZAT do grau, e as sete Sefirot do fundo – Chéssed, Gvurá, Tiféret, Netzach, Hod, Yessód e Malchut, correspondendo às sete pragas do Egito: sangue, rãs, piolhos, moscas, pestilência, sarna e saraiva.

As últimas três pragas são como GAR do grau: as primeiras três pertencem  a Rosh (cabeça), não  ao Guf (corpo) do grau. Aqueles que atravessam são liberados.

No nosso trabalho interior, enfrentamos lutas duras entre o ego e o ponto no coração. Estas atraem- nos para a liberdade, doação e até ao que Baal HaSulam chama nos ensaios, Arvut (“Garantia Mútua”) e Matan Torá (“A Entrega da Torá”), “do amor ao homem ao amor a Deus”.) É assim que emergimos de nossa natureza para a natureza do Criador.

Há somente duas forças na existência: a força da doação e a força da recepção. Nós estamos imersos na força da recepção, que nos condena à morte, torna nossas vidas amargas e limitadas e encurta-as até que não façamos ideia do que nossas vidas eram suposto serem.

A espiritualidade fornece uma resposta a perguntas a respeito do sofrimento no nosso mundo. Nós chegamos à espiritualidade devido às questões: “Qual é o sentido da minha vida?” “Para que serve a vida?” Na espiritualidade, constantemente examinamos estas questões e através delas emergimos para o mundo eterno e iluminado. Fazemos isso apesar da garra do ego sobre nós que não nos solta e nos puxa “pelos nossos pés” de volta para dentro, não nos deixando escapar.

Os livros de Cabala discutem estas lutas prolongadamente. Este é nosso trabalho interior, a razão pela qual estudamos sua sabedoria. A luz que reforma que obtemos ajuda-nos através das pragas, de uma praga para a próxima, de baixo para cima, em direção a golpes até maiores. Quanto mais avançamos, mais duro o trabalho e mais duros os golpes.

Embora sintamos como a força do mal em nós nos destrói, nos mantendo no nível animal, não podemos nos livrar a nós mesmos dela. Finalmente, chegamos a um estado onde sabemos que a menos que fujamos agora, com a ajuda da força superior, vamos permanecer no ego porque não conseguimos escapar a nós mesmos. O Criador deliberadamente o dificulta para nós, como está escrito, “Vinde ao Faraó” (Êxodo 7:26) “pois Eu endureci seu coração” (Êxodo 10:1).

O Criador propositadamente endurece o  coração  de  Faraó,  nossos  egos,  o  coração  com  todos nossos desejos, para que precisássemos de Sua força, para que sentíssemos cada vez mais como precisamos Dele e como nos apegamos a Ele, para que Ele nos liberte do Egito.

Como foi acima dito, há somente duas forças na realidade: a força má, Faraó e a força positiva do Criador, e devemos escolher a qual delas nos apegamos. Através da guerra entre as forças, aprendemos que não temos alternativa senão alcançar Dvekút (adesão) através da força do Criador. É assim que saímos do Egito.

Bem desde o início, vemos que Moisés foi para o povo de Israel e lhes disse que o Criador havia aparecido diante dele, e foi por isso que ele sugeria que eles saíssem do Egito. Mas o povo recusou; eles não queriam escutar.

Sua recusa pode atingir-nos como estranha pois pareceria racional que o povo de Israel quisesse sair do Egito. Contudo, devemos recordar-nos que este é o povo de Israel no exílio, debaixo do governo de Faraó. Tivesse o povo de Israel estado em Canaã, as questões seriam muito diferentes.

Mas em Canaã houveram problemas, também. Houveram contendas e fome porque a vontade de receber crescia e não podia mais ser usada. Foi por isso que foi dito que havia lá “fome”. Deste modo, para usar o desejo, o povo de Israel teve de descer ao Egito, uma vez que somente ao acrescentar o ego poderiam eles sair do Egito com as qualidades de Israel neles, a Yashar El (direito a Deus).

Devemos sair do desejo egoísta que anteriormente tínhamos, e com o qual descobrimos  o  mundo espiritual. Nada temos senão nossa essência natural. Depois da ruína, a quebra, o pecado da Árvore do Conhecimento e os outros pecados, nossa natureza foi completamente arruinada. Ela foi completamente quebrada, muito como o mundo de hoje, que gradualmente descobre a crise em que nos encontramos. Este foi o começo do sistema egoísta que se encontra entre nós.

Os filhos de Israel tiveram de descer ao Egito para reanimar suas almas. Todavia, por agora eles são ainda como José, como os filhos de Israel. Eles viveram separados dos desejos egoístas até que começaram a se misturar com o ego. São especificamente aqueles que estudam a sabedoria da Cabala, que fazem aquilo que está escrito nos ensaios e seguem o conselho dos Cabalistas em prol de descobrir o mundo espiritual, que se sentem cada vez mais baixos, à medida que almejam ascender. Este estado é chamado “os filhos de Israel no Egito”.

Os filhos de Israel tiveram de estar no Egito durante quatrocentos anos, como foi dito a Abraão. Os quatrocentos anos são quatro graus desde a raiz  – um, dois,  três,  quatro,  ou Yod-Hey-Vav-  Hey. Também nós devemos estar no exílio em prol de revelar o Kli inteiro (vaso) e alcançar redenção com ele em um Kli corrigido. Em outras palavras, todas nossas almas se conectarão e descobrirão nessa conexão com a luz superior, o Criador. É assim que a alma se une com a força superior, com a luz; esta é a redenção completa.

Primeiro, devemos nos misturar com nossos quatro níveis de Aviut (vontade de receber, egoísmo). Passámos somente 210 anos no Egito, então há exílio adicionais depois do Egito, até à medida de quatrocentos anos estar cheia. Presentemente encontramo-nos na conclusão desse período.

Devemos descer ao Egito e absorver estes quatrocentos graus, que são como quatrocentos shekels de prata, o preço com o qual a Gruta de Machpelá foi vendida. Esta é uma medida especial de nossos egos, que Faraó simboliza de uma maneira quebrada na  alma  corrigida.  No  final,  trazemos estes Kelim (vasos) do Egito porque saímos com grande substância, os corrigimos e descobrimos neles a terra de Israel.

 

Perguntas e Respostas

Porque o Criador nos quer fora do Egito, por um lado, e então endurece o coração do Faraó, tornando mais difícil a saída dos filhos de Israel?

Quando as pessoas vêm estudar a Cabala, elas chegam com um grande desejo de aprender, então percebem quão difícil é e não têm sucesso. Elas começam a “adormecer”. Seus egos crescem, elas rendem-se para ele, e afundam-se nele. Elas não conseguem compreender que o que lhes aconteceu foi que elas entraram no Egito. Nós precisamos continuar a trabalhar, até quando nos afundamos no ego; não devemos permanecer nele.

Há também aqueles que se separam a si mesmos das correções e da sabedoria da Cabala por completo. Eles fluem com a vida e podem até adotar novos hábitos. Mas se eles não continuarem e avançar pela quebra, os golpes internos, até que sintam que têm de sair do Egito, como está escrito, “E os filhos de Israel suspiraram do trabalho” (Êxodo, 2:23), e gritarem para a força superior os puxar para fora, eles serão puxados para fora.

A sabedoria da Cabala lida com fatos, com leis naturais. Todavia são mostrados sinais aos filhos de Israel, tais como uma vara que se torna uma serpente. Isso simboliza algo sobrenatural?

Esse é um estado interno que frequentemente experimentamos. A vara se tornar na serpente representa incidentes onde a espiritualidade e perfeição aparecem diante nós. Sentimos que verdadeiramente compreendemos alguma coisa da qualidade de doação, que estamos prontos para nos conectar com os outros e que estamos com eles com mente e coração, “como um homem com um coração”. Então, pouco depois vem a descida, como uma nuvem negra desce sobre uma pessoa. Muito da mesma forma, a vara e a serpente alternam.

Pode ser dito que a atitude em relação à espiritualidade é chamada uma “vara” ou uma “serpente”?

Sim, e nós somos jogados entre elas.

Como os magos do Egito fazem o mesmo que Moisés com as suas varas?

Nossos egos criam coisas para nos mostrar quem tem razão. Na história de Ester, quando eles não sabiam quem tinha razão, tiveram de decidir acima da razão. O mesmo se aplica a nós. Nós não queremos deixar o Egito para nosso ganho, mas também não queremos permanecer no Egito para nosso ganho. Isto é, não vem do lado da recepção nem do lado da doação.

Cada um gostaria de se conectar à espiritualidade e alcançar o mundo espiritual e assim ter tudo. Contudo, nos é feito entender que tanto na recepção e doação não receberemos ganho pessoal nos nossos egos. Quando avançamos, como os magos do Egito, avançamos para a Klipá (casca/pele) para doar em prol de receber, para recebermos para nós mesmos o próximo mundo, também. Mas a doação significa que nos elevamos acima de qualquer recompensa que se pareça.

O que significa que a serpente de Moisés e Aarão engole as serpentes dos magos Egípcios?

Isso significa que no fim teremos de avançar em fé acima da razão. Isto é chamado uma “vara”, e com ela nossa importância da doação aumenta em vez de diminuir, nos fazendo descer aos vasos de recepção.

Todos nós experimentamos estes golpes, cada um de nós, até agora?

A Torá fala de tudo aquilo que acontece a aqueles que estudam a Cabala. A crise na qual o mundo hoje está nos preparando para que compreendamos que não temos alternativas; devemos avançar.

Com a exceção dos filhos de Israel, o mundo não avançará através dos passos que aprendemos na Torá. O mundo avança ao se juntar aos filhos de Israel, como está escrito, “E os povos os levarão, e os trarão ao seu lugar; e a casa de Israel os possuirá na terra do Senhor” (Isaías, 14:2). O mundo inteiro precisará de o apoiar.

O que fazemos para sair agora do Egito?

A Torá conta-nos que até que tenhamos sofrido todos os golpes, não gritaremos tão alto que o Criador nos salve. Quando isso acontecer, a força superior, a luz que reforma, nos influenciará tão fortemente que seremos capazes de nos separar do ego.

De O Zohar: Eu Trarei, Eu Libertarei, Eu Redimirei, Eu Tomarei

O Criador desejou primeiro lhes contar do mais belo – o êxodo do Egito. O mais belo de tudo é, “E Eu vos tomarei por Meu povo, e serei vosso Deus”. Mas Ele lhes disse isto depois. Na altura, não havia nada mais belo para eles senão saírem pois pensaram que nunca sairiam de sua escravidão, dado que viram que todos os prisioneiros entre eles estavam atados por laços mágicos dos quais nunca sairiam. Foi por isso que primeiro lhes foi dito o que lhes era mais favorável. Zohar para Todos, VaErá (E Eu Apareci), itens 52-3

É a obra do Criador. Não somos nós que fazemos o trabalho, e não é o trabalho que o Criador faz quando nos corrige. Em vez disso, é o trabalho que o Criador faz “nos bastidores”. Ele é “as traseiras do pescoço”. Isto é, endurecer o coração de Faraó é o trabalho que o Criador faz para que precisemos Dele.

É então que queremos sair do Egito?

É  então  que  queremos  sair  do Egito e  é  também  então  que  definimos   o  que  significa   sair corretamente. Se questionar uma pessoa vulgar, “Porque você está orando? “ “O que é redenção? “ “O que ou quem é o Messias? “ Você escutará muitas respostas. Todos temos nossos próprios Messias. Mas aqui, falamos de uma pessoa que precisa alcançar um estado de Messias. Isto traz um ao amor aos outros, um estado de “Ama teu próximo como a ti mesmo”, a regra que inclui todos nós, uma vez que todos nós devemos estar mutuamente contidos nela, em garantia mútua.

É por isso que a garantia mútua é tão importante para nós; ela é como o êxodo do Egito, como    a redenção. Enquanto não há garantia mútua, não haverá redenção. É por isso que todos precisam de trabalhar para o fazer acontecer e explicar a todos que quanto mais perto nos aproximamos deste ideal, maiores nossas chances de sair do Egito em breve.

 

Termos

Profeta

Um “profeta” é uma pessoa que fala com o Criador, a força superior. Ele é aquele que está em um nível de falar. “Falante” é uma divulgação, a emissão de Hével (fumo, nevoeiro) da boca. Hével da boca é a Ór Chozêr (Luz Refletida) emitida do Partzuf, da alma, como a luz de doação.

Também, há um profeta que vê, que está em um nível mais alto. Alguns profetas dizem, “Eu vi”, e alguns profetas dizem, “Eu escutei”. Este é um grau de um Cabalista que está em dois graus – um grau de falar ou um grau de ver.

Moisés

“Moisés” é a força superior em nós, que nos puxa em frente para a doação, para o amor aos outros, e assim para o amor ao Criador. Ele é uma força que não nos dá repouso. Esta força vem até nós do sopro da alma como uma centelha de luz dentro de nós. Se a centelha desperta em nós, isso é considerado que recebemos um convite. Isso nada garante, senão um convite que foi dado a na realidade começarmos o nosso trabalho sagrado.

“Sagrado” significa doação. “Subir a montanha da santidade” significa que subimos acima de nossos egos com nosso ponto de Moisés, e assim nos atualizamos a nós mesmos.

Aarão

“Aarão” é a força oposta a Moisés. As duas forças têm de trabalhar juntas. Depois delas há os sacerdotes, Levitas e Israel. Há Abraão, Isaac e Jacó. Nosso trabalho é sempre na linha do meio.

Quando vemos as duas forças, Aarão e Moisés, até antes do todo da linha do meio emergir. Estas duas forças trabalham juntas: Aarão organiza-nos e Moisés dá-nos direção.

Símbolo/Sinal

Um “símbolo” (ou um “sinal”) é uma iluminação de um grau mais alto. Ele é uma força adicional pela qual avançamos em cada grau. Ele é uma distinção em todos aqueles estados que ocorrem em nós de forma não natural, em um estado pouco familiar para nós em termos de poder e intenção no presente grau. Esse estado ocorre quando um grau aparece do alto e revela o símbolo. O grau superior pode vir da direita ou da esquerda.

A Klipá (casca/pele) está também na espiritualidade. Klipá e Kedushá (santidade) são duas linhas entre as quais construímos a nós mesmos. Pegamos um pouco da Klipá, a corrigimos usando a Kedushá e no meio alcançamos progresso na linha do meio, no caminho dourado. A mesma coisa acontece no próximo grau, e no próximo, até que subimos todos os 125 graus.

De O Zohar: Levai Tua Vara

Era claro para o Criador que esses magos fariam serpentes. Assim, qual é a importância de fazer serpentes diante de Faraó? É porque houve um começo de todas as punições, isto é a serpente primordial que falhou a Adão e Eva. A dominação de Faraó começa desde o princípio da serpente, do lado esquerdo. Então, quando eles viram a vara de Aarão se tornar uma serpente, todos os magos ficaram felizes pois assim foi o começo da sabedoria de suas serpentes. Zohar para Todos, VaErá (E Eu Apareci), itens 118

A serpente de Aarão consumiu as serpentes dos magos. Há uma diferença entre uma serpente, um crocodilo e uma baleia. Há muitas apelações para a mesma vontade de receber porque no caminho da correção, atravessamos diferentes estados que exprimimos diferentemente na nossa linguagem.

A “serpente” é a serpente primordial, a força do mal, a força da recepção que nos faz falhar. Precisamos compreender que todos esses fracassos não são realmente fracassos. Em vez disso, nos são mostrados nossos defeitos, nos é dada uma chance de pedir a luz que reforma para os corrigir.

Há opostos escondidos aqui: do alto, há sempre algo com o qual lidar, algo que nos é adequado e pelo qual podemos pedir ajuda. Este é um estado que podemos corrigir. É dada a uma pessoa um estado que a fará falhar.

Os magos e o tornar da serpente em uma vara e o inverso acontece para que aprendamos como caminhar entre as linhas, na linha do meio. Devemos aprender como virar o ego, nossa vontade de receber, que nos destrói e agarra pelos nossos pés até que não possamos tomar outro passo em frente, em um desejo de doar. Esta é uma luta interna, trabalho interior muito duro.

Isto acontece para que gritemos por ajuda. Sem pedir ajuda, nunca descobriremos o Criador. Enfrentamos uma barreira tentando descobrir o Criador; é como se disséssemos, “Não precisamos de Ti. Estamos bem”, porque estamos separados da sensação do Criador. É por isso que precisamos desta experiência; ela é feita como ajuda contra nós.

Não fosse a serpente, Eva, o lado esquerdo inteiro, e Faraó, cujo coração se endurece, não precisaria da luz que reforma. Como resultado, nunca avançaríamos para o Criador. Deste modo, a ajuda de Faraó é necessária, como se diz que Faraó trouxe os filhos de Israel mais perto de seu pai nos céus.

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