Destacados Eruditos Escrevem sobre a Cabala

Do livro “Cabala, Ciência e o Sentido da Vida”

Johannes Reuchlin (1455-1522)

Reuchlin, humanista alemão, conselheiro político do Chanceler, estudioso clássico e especialista em línguas antigas e tradições (Latim, Grego e Hebraico), estava associado aos líderes da Academia Platônica (della Mirandola e outros).

Meu professor Pitágoras, que é o pai da filosofia, todavia não recebeu esse ensinamento dos Gregos, mas sim dos Judeus. Por isso ele deve ser chamado de Cabalista, […] e ele mesmo foi o primeiro a converter o nome Cabala, desconhecido dos Gregos, para o nome Grego filosofia.

A filosofia de Pitágoras emanou do mar infinito da Cabala.

Esta é a Cabala, que não nos deixa passar nossas vidas no chão, senão que eleva nosso intelecto à meta mais elevada do entendimento.

–Reuchlin, De Arte Cabbalistica

 

Giovanni Pico della Mirandola (1463-1494)

Erudito italiano e filósofo platônico cujo De Hominis Dignitate Oratio (Discurso sobre a Dignidade do Homem), escrito em 1486, foi um trabalho característico da Renascença. Ele refletiu seu método sincretista de tirar os melhores elementos de outras filosofias e combiná-las em seu próprio trabalho. Além disso, della Mirandola pesquisou a Cabala, a Bíblia e o Corão após lê-los em suas línguas originais.

Esta verdadeira interpretação da lei (vera illius legis interpretatio), que foi revelada a Moisés numa tradição divina, é chamada de Cabala (dicta Cabala est), que para os Hebreus é o mesmo que para nós é recepção (receptio).

Ao todo (existem) duas ciências – também com um nome que as honraram: uma é chamada ars combinandi e é a medida do progresso nas ciências (…). A outra trata das forças das coisas superiors, que estão acima da lua, que é a parte mais elevada da magia naturalis. Os Hebreus também chamaram ambas de Cabala (…)

–Pico della Mirandola, Conclusões

 

Paulus Ricius (~1470-1541)

Ricius, médico e professor de filosofia na Universidade de Pavia, Áustria, serviu como médico e consultor para Maximilian I, Arquiduque da Áustria, Sacro Imperador Romano-Germânico, e à Ferdinando I – Rei da Boêmia e Hungria.

A capacidade de interpreter os segredos divino e humano por um tipo de lei Mosaica com sentido alegórico é chamada de Cabala.

O significado literal (de uma Escritura) submete-se às condições de tempo e espaço. O significado alegórico e cabalístico – permanece por séculos, sem limite de tempo e espaço.

–Paulus Ricius, Introductoria Theoramata Cabalae

 

Philippus Aureolus Paracelsus (1493-1541)

Médico e alquimista suíço-alemão, Paracelsus estabeleceu o papel da química na medicina. Ele é considerado um dos fundadores da medicina moderna.

Aprenda artem cabbalisticam, ela explica tudo!

— Paracelsus, Das Buch Paragranum

 

Christian Konrad Sprengel (1750–1816)

Botânico e professor alemão cujos estudos da reprodução em plantas o levou a uma teoria geral da fertilização que ainda é aceita nos dias de hoje.

Adão, o primeiro homem, era bem familiarizado com a Cabala. Ele conhecia as assinaturas de todas as coisas e, portanto, deu a todos os animais os nomes mais apropriados. Por isso, a língua hebraica também contém os melhores nomes para todos os animais, que indicam sua natureza.

–Kurt Sprengel, Versuch einer Pragmatischen Geschichte der Arzeikunde

 

Raymundus Lullus (1235-1315)

Lullus, filósofo e escritor espanhol, nasceu numa família abastada em Palma de Maiorca, era culto e tornou-se tutor do Rei Jaime II de Aragão. Ele escrevia em Árabe, Latim e Catalão. Escreveu tratados sobre alquimia e aotânica, Ars Magna e Llibre de meravelles.

A Criação, ou linguagem, é um tema adequado da ciência da Cabala. É por isso que está ficando claro que essa sabedoria governa o resto das ciências.

Ciências como a teologia, a filosofia e a matemática recebem seus princípios e raízes dela. Portanto, essas ciências (scientiae) estão subordinadas a essa sabedoria (sapientia); e os princípios e regras delas (das ciências) estão subordinados aos seus (da Cabala) princípios e regras; portanto, seu (das ciências) modo de argumentação é insuficiente sem ela (a Cabala).

–Raymundus Lullus, Raymundi Lulli Opera

 

Giordano Bruno (1548-1600)

Esse filósofo, astrônomo, matemático e ocultista italiano, estava à frente de seu tempo. Suas teorias anteciparam a ciência moderna. A mais notável delas foi sua teoria do universo infinito e da multiplicidade dos mundos, onde ele rejeitou a tradicional astronomia geocêntrica (centralizada na Terra) e, intuitivamente, ultrapassou a teoria heliocêntrica (centralizada no Sol) de Copérnico, que ainda mantinha um universo finito com uma esfera de estrelas fixas. Bruno talvez seja principalmente lembrado por ter sofrido uma morte trágica na fogueira. Vítima de sua própria crença, ele manteve suas idéias não-ortodoxas quando ambas as igrejas Católica Romana e Reformada estavam reafirmando rígidos princípios Aristotélicos e Escolásticos.

Primeiro, essa Cabala dá um nome inexprimível ao principio supremo; dele ela permite quatro princípios emanarem numa emanação de segundo grau, do qual cada um se ramifica novamente em doze (….) uma vez que existem inúmeros tipos e subespécies. De tal forma que eles designam com um nome especial, dependendo da sua linguagem, um Deus, um anjo, uma razão, um poder, que rege sobre cada espécie. Dessa forma, é finalmente revelado que toda divindade pode estar associada à Fonte original, bem como toda a luz que brilha de forma original e independente, e as imagens, que se quebram em vários espelhos diferentes, como em tantos objetos individuais que podem ser reconduzidos a um principio formal e ideal, a fonte dessas imagens.

–Giordano Bruno, Le Opere Italiane

 

Gottfried Wilhelm Leibnitz (1646-1716)

Leibnitz era um filósofo, matemático e conselheiro político alemão, importante tanto como metafísico quanto lógico, e famoso também por suas invenções independentes do cálculo integral e diferencial. Em 1661, ele entrou para a Universidade de Leipzig como estudante de Direito; lá ele encontrou as idéias de homens que revolucionaram a Ciência e a Filosofia, como Galileu, Francis Bacon, Thomas Hobbes e René Descartes. Em 1666, ele escreveu De Arte Combinatoria (Na Arte da Combinação), onde ele formulou um modelo que é o ancestral teórico dos computadores de hoje.

Como as pessoas não possuíam a chave certa do segredo, a sede de conhecimento levou à vaidades e superstições de todos os tipos, das quais, em última análise, desenvolveu-se certo tipo de Cabala Vulgar que está muito longe da verdadeira, bem com diversas teorias fantásticas sob o falso nome de magia; os livros estão repletos disso.

–Leibnitz, Hauptschriften zur Grundlegung der Philosophie

 

Friedrich von Schlegel (1772-1829)

Escritor, crítico e filósofo alemão, contemporâneo de Goethe, Schiller e Novalis. Pioneiro na linguística Indo-Europeia e filologia comparativa, Schlegel influenciou profundamente o começo do Romantismo Alemão. Ele é geralmente conhecido por ter sido a primeira pessoa a estabelecer o termo romantisch no contesto literário.

A verdadeira estética é a Cabala (extrato de Dezembro de 1802).

–Schlegel, Kritische F. Schlegel-Ausgabe, publisher: Ernst Behler 35 Bde., Paderborn

 

Johann Wolfgang Von Goethe (1749-1832)

Johann Wolfgan Von Goethe é amplamente reconhecido como o maior escritor da tradição alemã. O período Romântico na Alemanha (final do século XVIII e começo do século XIX) é conhecido como a Idade de Goethe, e Goethe incorpora as preocupações da geração definida pelos legados de Jean-Jacques Rousseau, Immanuel Kant e a Revolução Francesa. Sua importância vem não somente das suas conquistas literárias como poeta lírico, novelista e dramaturgo, mas também por sua significante contribuição como cientista (geologista, botânico, anatomista, físico, e historiador da ciência) e como crítico e teórico da literatura e arte. Nos últimos trinta anos de sua vida ele foi o maior ícone cultural da Alemanha, servindo como objeto de peregrinação de todos a partes da Europa e Estados Unidos.

O tratamento Cabalístico da Bíblia é uma hermenêutica, que sustenta de um jeito convincente e independente, a originalidade maravilhosa, a versatilidade, a totalidade, eu até diria a incomensurabilidade dos seus conteúdos.

–Goethe, Materialien zur Geschichte der Farbenlehre

 

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