INTRODUÇÃO
Do livro “Sabedoria Maravilhosa”
Por toda a história do desenvolvimento social, incontáveis descobertas científicas têm sido feitas por homens e mulheres procurando soluções para uma grande variedade de problemas. Através de experiências, combinadas com um apurado senso de curiosidade, os seres humanos trouxeram grandes benefícios para o seu mundo através destas descobertas, e o processo está na verdade acelerando.
Mas o que é realmente uma descoberta? Não é de fato a criação de alguma coisa nova; é simplesmente encontrar o que já estava lá, mesmo que isso seja um conceito básico ou uma idéia. Invenções históricas que revolucionaram as nossas vidas tais como, a impressora de Guttenberg, a máquina a vapor, e o computador foram culminações de idéias já existentes e esperando para serem postas em prática. Em outras palavras, todas as grandes inovações, sejam consideradas invenções ou conceitos, são como o último elo de uma série de elos numa corrente.
Um programa de TV chamado “Conexões” publicou a interconexão entre o que a maioria das pessoas considerava um evento único, e as origens desse evento. O narrador guiou os expectadores por uma série de eventos que, no final do programa, foram tecidos juntos para produzir um resultado final, geralmente uma invenção de algum tipo.
As origens, ou raízes de qualquer assunto são de grande importância, e como estudante da Cabala eu sinto grande responsabilidade em transmitir de onde a informação contida neste livro se originou. Assim, como tudo o que foi descoberto, as raízes da minha descoberta da Cabala não está nas palavras de um livro, ou nem veio de alguma brilhante e independente visão compenetrada. Pelo contrário, as minhas descobertas têm sido um processo de recuperação de antigas informações, providas por escritores Cabalistas que, durante séculos, têm transmitido esta maravilhosa sabedoria a toda a humanidade.
Nas profundezas de todos e cada um de nós existe uma pergunta. É a respeito da própria natureza de nossa existência, e é geralmente precedida por uma cavalgada de questões preliminares. Esta questão permanece dormente até um dado momento, momento esse que ninguém pode prever. Mas quando esta questão evolui, até ao ponto em que demanda uma resposta, esta é sempre fornecida por um “fornecedor final” daquele conhecimento – um professor.
Meu professor, Cabalista Rav Michael Laitman, PHD, é autor de vinte e três livros no assunto da Cabala. Os seus livros são atualmente traduzidos em nove línguas. Eu posso apenas transmitir como esta sabedoria maravilhosa é transferida de professor para aluno, ao dedicar algumas páginas desta introdução à história de Dr. Laitman, assim como àqueles que foram responsáveis por passar este livro a ele.
A jornada de Dr. Laitman à sabedoria da Cabala começou como a jornada espiritual de qualquer outro indivíduo, com aquela mesma pergunta ardente no fundo: “Por que eu existo?” E como em todos nós, a pergunta de Dr. Laitman foi originalmente ignorada ou colocada de lado pelos seus esforços de levar uma vida normal, confortável, buscando interesses educacionais e de negócios. Após imigrar para Israel em 1974, Dr. Laitman, bio-ciberneticista por profissão, levava uma vida razoavelmente normal com as buscas usuais e as dificuldades vividas por muitos israelenses nos anos 70. No entanto, aquela pergunta ardente ainda voltava para assombrá-lo repetidamente.
Um dia em 1975, Dr. Laitman decidiu participar de uma palestra sobre Cabala. Depois, sentindo uma forte atração à Sabedoria, Dr. Laitman procurou um professor. No entanto, apesar de ele ter iniciado aulas com vários instrutores, a maior parte dos esforços iniciais foi descontinuada, já que ele não conseguiu encontrar um professor que pudesse prover respostas satisfatórias às suas perguntas. Assim, como ele escreveu em seu livro, Attaining the Worlds Beyond (Alcançando os Mundos Superiores), “Eu comecei a procurar por professores de verdade. Eu procurei por todo o país e participei de muitas aulas. Mas de alguma maneira, uma voz interna continuava me dizendo que tudo o que eu me deparei não era Cabala verdadeira, porque não falava de mim, mas sobre assuntos abstratos e distantes.”
Em 1979, através de uma memorável sequência de acontecimentos que o levaram a perguntar a um total estranho onde ele pudesse talvez achar instrução em Cabala, Dr. Laitman foi direcionado ao homem que seria seu professor e mentor, Rav Baruch Ashlag. Suas aulas iniciais, agendadas entre 3 e 6 da manhã, começavam com um dos instrutores lendo um artigo, em “Introdução ao livro do Zohar.” O instrutor lia um parágrafo, e depois explicava o que o parágrafo significava. E assim, os estudos de Dr. Laitman se iniciaram.
Um dia, meses após o inicio de suas aulas, foi perguntado a Dr. Laitman se ele poderia levar o ancião principal de seu grupo de estudos para ver um medico em Tel Aviv. Aquele ancião principal era Rav Baruch Ashlag, filho do grande Cabalista, Rav Yehuda Ashlag. Durante esta viagem e em subsequentes viagens ao médico, Rav Ashlag começou a instruir Dr. Laitman em Cabala. Até mesmo quando Baruch Ashlag foi eventualmente hospitalizado, Dr. Laitman ia ao hospital às 4 da manhã para estudar com ele. O que parecia mais como um precário início se tornou um forte relacionamento entre Cabalista e aluno que iria durar os doze anos seguintes.
Os dois fragmentos seguintes descrevem seu professor bem como o professor de seu professor.
RAV BARUCH ASHLAG – RABASH – (1907 – 1991)
Rav Baruch Ashlag foi à fase seguinte na evolução da Cabala, após seu pai, Rav Yehuda Ashlag. Baruch Ashlag era o filho mais velho de Yehuda Ashlag. Nascido na Polônia em 1907, ele veio com seu pai para Israel com a idade de 15 anos. Ele sempre trabalhou em empregos simples: trabalhador de construção, em obras rodoviárias, sapateiro, ou caixa de comércio. Ele jamais teve vergonha de fazer tais tarefas subalternas, tratando-as como uma necessidade para sobreviver neste mundo.
Foram-lhe oferecidos vários cargos elevados, mas jamais aceitou nenhum deles. Ele era grande conhecedor da Tora e do Talmud, mas nunca serviu como um Rav. Pelo contrário, ele passou toda a sua vida seguindo as pegadas de seu pai e avançando no estudo da Cabala. Quando seu pai faleceu, Baruch Ashlag tomou o seu lugar e aceitou os discípulos do pai, continuando o seu trabalho publicando o Zohar com os comentários do pai, assim como escrevendo vários outros livros.
Eu já procurava um professor há quatro anos quando eu vim ao Rav Baruch Ashlag em 1979. Eu estava estudando sozinho e com uma variedade de “Cabalistas.” Eu percorri um longo caminho sabendo que precisava estudar Cabala, mas sem saber quem iria me ensinar. Eu soube que este era o meu lugar desde a primeira aula com Rav Ashlag. Eu permaneci com ele por doze anos, até a sua morte. Quando ele faleceu, eu estava ao lado dele.
Rav Baruch Ashlag seguiu as pegadas de seu pai. Ele escreveu cinco livros de artigos, chamados Shlavey HaSulam (Os degraus da escada), onde ele expressou com sucesso, todas as situações internas de uma pessoa que está no caminho de conquistar o Mundo Superior.
Ele estudou cada situação possível, cada passo e movimento que nós fazemos no caminho, explicou o êxodo para o mundo espiritual, e como sentir e vivê-lo. Ele construiu um sistema para o indivíduo alcançar o Mundo Superior, algo que prévios Cabalistas não fizeram. A singularidade dos seus artigos é especialmente significativa para aqueles que querem alcançar o mundo espiritual. Sem estes, é impossível até mesmo imaginar uma saída para o mundo espiritual. Ele também nos deixou um manuscrito de sermões que ele ouviu de seu pai, o qual ele chamou de Shamati (Eu ouvi). Utilizando estes artigos, pode-se definir a nossa situação, suas características e como continuar a ascensão espiritual, nessa situação. O livro é base para todas as situações no mundo espiritual e suas várias combinações, todas as quais podem afetar a alma de um indivíduo que aspira obtê-las.
Os trabalhos de Rav Baruch Ashlag são essenciais para qualquer um que deseja abrir-se ao mundo espiritual. Após a morte de Rav Ashlag, um grupo foi estabelecido levando o seu nome – Bnei Baruch (Os filhos de Baruch) – que continua estudando os seus passos.
Rav Baruch Ashlag obteve a sua grande sabedoria através de seu pai, Yehuda Ashlag, também conhecido como Baal HaSulam. O próximo fragmento de “Entrevista com o Futuro” oferece informação sobre este grande Cabalista.
RAV YEHUDA ASHLAG, BAAL HASULAM (1885 -1954)
Nem o Zohar, nem os escritos do Ari foram planejados para um estudo sistêmico da Cabala. Apesar da Cabala ser de fato uma ciência, antes do século 20, não havia na verdade um livro de estudo. Com a finalidade de preencher os vazios, Rav Yehuda Ashlag, o grande Cabalista que morou em Jerusalém de 1922 até sua morte em 1954, escreveu um comentário sobre o livro do Zohar e os textos do Ari. Ele desenvolveu-se enquanto escrevia os comentários, e publicou o seu trabalho primário, Talmud Eser Sefirot (O estudo das dez Sefirot), considerado o livro de estudo predominante do nosso tempo.
É somente em nossos dias que o grande Cabalista, Rav Yehuda Ashlag, estabeleceu o compreensivo e conciso método apropriado a todas as almas que descendem a este mundo. Rav Yehuda Ashlag nasceu em Warsaw em 1885 e foi para Jerusalém in 1922. Ele foi nomeado Rav de uma das vizinhanças de Jerusalém, e começou a escrever “O Estudo das Dez Sefirot”. Ele deu à sua composição este nome porque o mundo espiritual e este mundo, as almas nos Mundos Superiores e na verdade todo o universo é composto por dez Sefirot.
Este compêndio de seis volumes contém mais de duas mil páginas. Inclui tudo o que os Cabalistas têm escrito desde a alvorada do tempo, dos escritos de Adam (o Primeiro Homem) Abraão o Patriarca, Moisés, Rav Shimon Bar-Yochai, àqueles do sagrado Ari. Este livro mostra a Cabala de uma maneira concisa e apropriada ao estudo. Portanto, nós temos conosco hoje, tudo o que precisamos para aprender como a criação foi formada, como ela desceu até nós e como podemos influenciá-la a partir debaixo até ao mais elevado mundo, para ter o futuro que desejamos. É por isto que os Cabalistas hoje estudam somente os livros de Rav Yehuda Ashlag.
Quando nós aprendemos do livro “O Estudo das Dez Sefirot” sobre as corretas condições, quer dizer da maneira correta e sobre a correta orientação, o Mundo Superior se abre. Há uma abordagem especial ao material deste livro, e um ponto chave que explica como ler o texto, para fazê-lo abrir corretamente. Quando nós estudamos desta maneira, começamos a sentir o universo, a ver e a sentir em cada sensação o que existe além do alcance dos nossos sentidos, porque nossos sentidos são corporais e limitados, e não podem perceber nada além de seu alcance.
Rav Yehuda Ashlag, chamado de Baal HaSulam, escreve na introdução ao “O Estudo das Dez Sefirot” que, graças à permissão que ele recebeu do Alto para escrever o livro, qualquer um pode obter o mais elevado ponto da evolução da alma em nosso mundo, e qualquer um pode obter equivalência de forma com a Força Superior, quer dizer, o Criador. Nós podemos obter o mais elevado dos níveis espirituais enquanto vivemos neste mundo, porque o corpo já não se posiciona como uma barreira entre nós e as nossas almas. Não importa se a nossa alma está vestida num corpo ou não, porque nós podemos livremente mover-nos de mundo para mundo, existindo em todos os mundos simultaneamente, num estado de eternidade e perfeição. Então nós nos tornamos eternos, imóveis e infinitos.
Baal HaSulam escreve que ao usar este método, todas essas situações são atingíveis; ele escreve que este método, todas essas situações são adequadas a qualquer um, sem exceção. Além de “O Estudo das Dez Sefirot,” ele também escreveu um comentário sobre o livro do Zohar e sobre os escritos do Ari. Baal HaSulam escreve sobre ele mesmo, que ele é a reencarnação de uma alma que se iniciou com o Primeiro Homem, continuando com Abraão – o Patriarca, Moisés, Rav Shimon Bar-Yochai, o Ari e finalmente ele mesmo. Por tudo isto, ele pôde pegar nas composições destes Cabalistas, processá-las, e apresentá-las a nós de uma maneira apropriada à nossa geração.
Apesar de Baal HaSulam viver em nossa geração, o que aconteceu com os seus escritos foi quase o mesmo que aconteceu com o Zohar e os escritos do Ari: alguns dos seus escritos foram escondidos e somente agora estão sendo publicados. Eu, também, tenho vários manuscritos de Baal HaSulam que meus alunos e eu preparamos para publicação. São manuscritos que eu recebi como herança espiritual do meu Rav, Baruch Ashlag
E assim, o conhecimento tem passado de Cabalista a Cabalista. Através de incontáveis gerações, esta grande sabedoria tem fluído de doador a receptor, de boca em boca e de professor para aluno. Este grande legado de ensinamento de Rav para discípulo está presentemente expresso através de duas organizações, Bnei Baruch, levando o nome de Baruch Ashlag, e do Ashlag Research Institute (ARI). Eu estou imensamente honrado em pertencer a ambos os grupos.
Por que Cabala é aprendida de tal maneira, passando de professor a aluno? A resposta é simples: não existe outra maneira. A Cabala é um método e este método de instrução é um processo, não uma instrução em uma filosofia ou uma religião. Não é uma matéria de descoberta, mas antes uma matéria para aprender este processo. Por esta razão, ninguém pode descobrir o mundo espiritual sozinho.
Através das páginas deste livro, você irá ler palavras que eu não posso reivindicar, porque os ensinamentos neste livro foram-me entregues, como foram seguramente apresentados ao meu professor pelos seus predecessores.
Este livro é feito de informações de muitos artigos, aulas, discussões particulares, e de livros do meu professor ou daqueles que o instruíram.
A verdadeira autoria de tal informação jamais pode ser reclamada, e até mesmo o estilo em que o material é apresentado, tem sido fortemente influenciado pelo estilo da fonte de informação.
Esta informação está disponível para qualquer um que tenha o desejo de abrir um livro, virar uma página ou ouvir uma aula. Certamente um indivíduo pode pagar uma quantia pequena pelo papel em que ele foi impressa, e até mesmo pela capa que seguram as páginas dos textos Cabalistas, mas as sabedorias contidas nestes textos não têm preço. Porque é que este livro foi escrito? Uma vez, Thomas Jefferson foi questionado porque a “Declaração da Independência” foi escrita. Sua resposta – “Para colocar perante a humanidade o senso comum sobre o assunto, em tais termos quanto ao comando da sua ascensão” – descreve o exato propósito pelo seu trabalho humilde.
O leitor não deve considerar este livro como um livro acadêmico do ensino da Cabala, mas preferencialmente uma apurada introdução à Sabedoria. Para leitores que desejem aprofundar os seus estudos da Cabala, Bnei Baruch oferece uma extensa quantidade de informação no maior site da internet no mundo, www.kabbalah.info.
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