Toldot (Estas São as Gerações)

Do livro “Divulgando Uma Porção”

(Gênese, 25:19-28:9)

Sumário da Porção

A porção, Toldot (Estas São as Gerações), começa com o casamento de Isaac e Rebeca. Passados vinte anos de infertilidade, Rebeca concebe e o Criador diz-lhe que ela terá dois filhos. O primeiro é Esaú, e o segundo, que segura o calcanhar de seu irmão, é Jacó. Esaú torna-se um caçador e Jacó estuda Torá.

A primeira confrontação entre os gémeos surge pela venda do direito de primogenitura. Esaú regressa de mãos vazias de uma caça, e Jacó oferece-lhe um guisado de lentilhas em troca da primogenitura. Esaú concorda. Passado algum tempo, Esaú descobre que Jacó o enganou. Mais tarde na porção, Isaac cava dois poços, ambos os quais são levados pelos Filisteus. Um terceiro poço permanece nas mãos de Jacó, e ele chama-lhe “Rehovot”. Finalmente, Abimeleque e Isaac fazem uma aliança entre eles.

A segunda confrontação entre os gêmeos acontece quando seu pai os deseja abençoar. Isaac quer abençoar Esaú, seu primogênito e Rebeca pede a Jacó que se vista como Esaú de modo a receber a bênção do primogênito. Quando Esaú descobre que Jacó recebeu sua bênção, ele quer matá-lo, então Rebeca envia Jacó para Haran, para seu irmão, Labão.

 

Comentário

O drama diante de nós é, de fato, o processo do desenvolvimento espiritual do homem. A história lida com as forças mais fundamentais do homem, embora ela tenha sido transformada em um romance.

O Criador criou a vontade de receber. Esse desejo é a totalidade da substância da Criação. É possível usar a vontade de receber ao nosso próprio favor ou em favor dos outros. De fato, toda a Criação é propensa a usar o desejo a favor dos outros, como está escrito no Talmude de Jerusalém, “Ama teu próximo como a ti mesmo; esta é uma grande regra na Torá” (Masechet Nedarim, Capítulo 9, 30b). Esta é a lei do todo da realidade, do todo da Natureza.

Por um lado, devemos usar a vontade de receber e a satisfazer como pudermos. Por outro lado, a ação de satisfazer, na qual atraímos tudo para nós mesmos, deve ser pelo benefício dos outros. Isto parece contraditório, mas é vital para usar o ego, a vontade de receber, somente em uma direção que é boa para todos. Não conseguimos compreender essa contradição, que é o porquê de não conseguirmos compreender a Torá, tornando seu significado oculto de nós.

A porção aparentemente explica esta contradição ao dizer que embora Abraão amasse Ismael, ele o mandou embora. Isaac, que amava Esaú – a vontade de receber, toda a substância da Criação – agiu similarmente, embora Esaú seja nossa inteira natureza, a qual necessitamos e usamos em todas as coisas que fazemos na vida.

Devemos aprender a usar Esaú com a meta de doar, um estado onde nossos egos se voltam da inclinação ao malpara a boa inclinação. “Ama teu próximo como a ti mesmo” significa que inicialmente atua somente de acordo com o “como a ti mesmo”, ou seja, como você se ama a si mesmo. Subsequentemente, você vira a intenção para o amor aos outros.

Esta inversão não acontece através de ações porque uma ação no nosso desejo é receber. Em vez disso, ela é feita ao receber em prol de doar aos outros. Então, tudo aquilo que existe no mundo, todas as luzes e tesouro atravessam todo e cada um de nós e fluem para o resto do mundo. Desta maneira, todos são nutridos.

Hoje, enquanto descobrimos quão interconectados todos estamos, temos uma oportunidade de compreender que somente através de boas conexões entre nós receberemos nós todas as satisfações que tanto desejamos. Isso acontecerá somente quando satisfizermos os outros; é então que desfrutamos.

Este é o sentido do direito de primogenitura. O primogênito é aquele por cima, no Rosh (cabeça). A cabeça deve ter a intenção de doar, de beneficiar os outros, de amar, que é chamada “Jacó”, que está a estudar Torá, que é doação.

A porção discute nossa necessidade dos Kelim (vasos) de Esaú, tal como em Purim falamos das luzes de Hamã que recebemos vestidas por Marduqueu, que é o fim da correção. É como os bolsos de Hamã, onde os bolsos são seus Kelim. Esaú, o caçador traz todo o desejo egoísta debaixo do reino da doação, a Torá de Jacó. Esta é a maneira certa de usarmos nossos egos, nossa vontade de receber.

Isto torna a combinação de Esaú e Jacó adequada. Isaac, o mais velho, o grau maior, na realidade adora o próximo grau, que é inteiramente como Esaú, uma vontade de receber que está a vir à superfície. Em cada novo grau, sua forte vontade de receber aparece primeiro, e subsequentemente a correção toma lugar. Em outras palavras, quando “Esaú” nasce em você, você gradualmente corrige-o através de Jacó até que o possa usar.

Um exemplo da combinação certa são os “três poços”. Dois poços, direita e esquerda, não são uma boa combinação. O terceiro poço é verdadeiramente Rehovot (amplo/largo), “Pois agora o Senhor fez espaço para nós” (Gênese, 26:22), que nos permite atrair grande benefício dele.

Jacó recebe toda a luz que vem do grau superior, dos patriarcas, uma vez que Esaú não consegue receber a bênção. De fato, Esaú abdica dela caso contrário ele morreria à fome. Somente através de Jacó, que opera corretamente os Kelim de Esaú, nossos desejos – podem todos ser saciados porque Jacó direciona todos seus desejos pelo benefício dos outros.

Depois do roubo da primogenitura, uma guerra irrompe entre Jacó e Esaú porque eles são completamente diferentes. Finalmente, eles encontram o terceiro poço, a terceira linha, fundada por ambos.

Temos os mesmos problemas no nosso mundo. Por um lago, o sistema emergente global, integral nos obriga a estarmos atados uns aos outros. Contudo, não sabemos como conectar as duas extremidades. Cada um de nós quer tudo para seu eu, mas a natureza integral emergente não o permite; ela “argumenta” que todos estamos conectados.

Logo, todos somos como Esaú, enfrentando a natureza emergente que é como Jacó. Agora devemos complementar as duas, precisamos construir o poço bem através do superior, Isaac, em prol de resolver a crise.

 

Perguntas e Respostas

Sara foi estéril durante muitos anos, e também foi Rebeca. Subitamente, elas ficaram grávidas. Qual é o sentido da esterilidade e gravidez, e a transição entre elas?

No mundo espiritual, o nascimento implica o advento de um novo grau. Em outras palavras, pegamos na parte de nossos desejos que conseguimos direcionar para doar sobre os outros e os corrigir no amor aos outros. Os “descendentes” desta operação são chamados um “filho”.

É por isso que passamos tantos anos a procurar como separar nossos desejos egoístas, como retirar deles somente aqueles com os quais podemos construir nosso próximo grau. Logo, a esterilidade de Rebeca durante vinte anos representa dez Sefirot de Ór Yashar (Luz Direta) e dez Sefirot de Ór Chozêr (Luz Refletida), até que todas elas abrangem uma estrutura completa que se torna um nascimento.

No nascimento de um novo grau, sempre geramos tanto Esaú como Jacó. Jacó não pode nascer sem Esaú porque não pode haver uma intenção de doar sem algo sobre o qual o estabelecer. Em semelhança, Esaú não pode nascer sem Jacó porque não há nada que possamos fazer somente com nossos egos. Logo, ambos têm de nascer juntos.

É por isso que “pecado rasteja à porta” (Gênese, 4:7): primeiro, a vontade de receber egocêntrica que primeiro deve crescer nasce, e subsequentemente o desejo de doar surge. Ambos desejos, ou ambos os filhos, crescem. Um torna-se um caçador, estando com animais, com nada senão vitalidade egoísta. O caçador trabalha com o ego, a vontade de receber, e aumenta-a. O outro desejo tem a meta de doar e nos faz contemplar como usarmos nossa natureza para ascender a concretizações maiores além desta vida, para um grau mais alto.

Quando os desejos crescem e alcançam o grau superior, uma luta se revela entre eles, dentro de nós, entre a direita e esquerda. Ela é tratada pelo meio do terceiro poço. Esaú deve vender sua primogenitura a Jacó ou ele morrerá à fome e nunca será capaz de receber a luz superior. Em semelhança, Jacó não consegue passar sem Esaú pois sem ele, ele não tem Kelim com os quais receber a luz superior. Logo, eles precisam um do outro.

Assim que Esaú nasce – nosso ego, como está escrito, “Eu criei a inclinação ao mal” – o segundo nasce, Jacó, e corrige-a, como está escrito, “Eu Criei para ela a Torá como tempero”. Tanto Jacó como Esaú no fim alcançam a correção completa. Eles usam todos os Kelim de Esaú e todas as intenções de Jacó, em semelhança a Hamã e Marduqueu. Deste modo, todos alcançam completude na terceira linha, o terceiro poço.

O que é a “primogenitura” e como pode ser transferida ou vendida?

“Primogenitura” significa ser o líder. Quem conduz, a intenção ou o desejo? De acordo com a Torá, o primogênito herda tudo aquilo que o pai tem. Não há sentido ser o primogênito senão nisso. Pode muito bem acontecer que o segundo ou terceiro filho tenha mais sucesso porque eles aprenderam das experiências do ancião.

Claramente, a inclinação ao mal vem primeiro, ou seja, o desejo que o Criador criou, como está escrito, “Eu criei a inclinação ao mal”. Inicialmente, todos somos maus; todos nós emergimos da quebra dos vasos; todos somos egoístas. Só posteriormente nos corrigimos a nós mesmos de acordo com nosso livre arbítrio.

O primogênito é sempre Esaú. Contudo, vemos que não conseguimos ter sucesso com nosso Esaú. Podemos ver através da crise de hoje que estamos em uma situação impossível; não há para onde ir. Não levará muito tempo até que não tenhamos mais nada no mundo, nem sequer comida. Estamos em “modo de busca”, no campo de Esaú, mas não conseguimos achar qualquer preenchimento nisso.

A sabedoria da Cabala ensina-nos como compreender coisas antes que elas aconteçam. Não tendo escolha, devemos voltar-nos para Jacó e pedir-lhe que assuma controle, nos acompanhe, e faça gestão de nós, uma vez que Jacó conhece os caminhos do Criador. Ele estuda Torá e ele está na luz. Jacó revelou o Criador e sabe como alcançar o amor aos outros. Em um mundo global e integral temos que estabelecer essas conexões, também, mas não sabemos como fazer isto corretamente em prol de nos sustentarmos a nós mesmos. É por isso que, finalmente, o Jacó em nós dá um passo em frente e nos gere, ou seja ele torna-se o ancião.

Então porque Esaú se sentiu enganado e procurou vingança?

Esaú é a inclinação ao mal. Até que seja corrigida, ela sempre aparece assim, mais e mais cruel. Estas são as “dores do Messias”, onde nossos egos, nossos desejos de receber, aparecem de modo a que os possamos corrigir gradualmente.

De O Zohar: E os Meninos Cresceram – pois Ele tinha um Sabor pelo Jogo

“Isto assim foi até enquanto nos intestinos de Rebeca; cada um foi para seu lado, uma vez que quando ela se envolvia  em  boas  ações  ou  quando  ela  passava  o  lugar onde  é  bom  realizar as Mitzvot da Torá, Jacó jubilaria e se agitava para sair. E quando ela passou perto de um lugar de idolatria, esse ímpio se agitaria para sair. Por esta razão quando eles foram criados e saíram para o mundo, cada um deles foi separado e foi atraído para seu lugar adequado”. Zohar para Todos, Toldot (Estas São as Gerações), item 74

O homem nasce querendo apenas devorar todas as coisas à vista. Até quando somos pequenos, cada um de nós quer todas as coisas. Quanto mais crescemos e expandimos nossos campos de visão, mais queremos dominar e governar sobre todas as coisas. É natural e bom porque nosso ego tem que crescer.

Na nossa evolução enquanto seres humanos, nós crescemos durante milênios usando nosso desejo de Esaú. Este desejo cresceu e atraiu-nos para a frente, mas agora o mundo nos obriga a continuar a avançar, mas com nosso desejo de Jacó, não o de Esaú.

Nós somos a vontade de receber e sempre perseguimos prazeres, mas não somos ainda felizes. Pior ainda, afundamo-nos na depressão e ansiedade.

Durante milhares de anos pensamos que obtínhamos o melhor, que construíamos o “Sonho Americano”. Agora descobrimos que não somos felizes porque Esaú já não nos conduz. Por todo o mundo estamos descobrindo que o Esaú em nós não consegue mais caçar coisa alguma. Isso não aconteceu no primeiro dia quando ele saiu para o campo porque o mundo se havia desenvolvido e se tornou um caçador bem-sucedido enquanto Jacó estudava Torá.

Mas desde o dia em que os Cabalistas chegaram, as questões mudaram. Eles estavam sentados sossegadamente se envolvendo apenas com conexão com a fonte superior da luz que reforma, que nos corrige, enquanto o resto do mundo continuava a se desenvolver com a tecnologia, que só causou que as pessoas quisessem tudo em uma corrida interminável de adquirir.

Hoje Esaú regressa do campo, cansado e esfomeado, e pede para ser alimentado. Não levará muito tempo até que os decisores compreendam a gravidade de nossa situação e procurem conselho. Eles o procurarão até na sabedoria da Cabala, e é então que trabalharemos juntos.

Esta não é uma questão simples pois falamos sobre astúcia. Até Jacó é considerado uma fraude porque ele enganou Esaú duas vezes.

Não é verdadeiro engano pois Esaú tinha fome. Hoje, não temos escolha; completamos a fase de Esaú e devemos começar o período em que Jacó está na frente. Esaú não desapareceu; ele só trabalha com o método de Jacó, e é especificamente com esse método que ele encontra preenchimento.

Se você tiver fome e quiser preencher a si mesmo, o modo é se conectar à natureza que agora emerge. Todos estamos conectados; não temos escolha. O mundo e a Natureza mostram-se a si mesmos como reciprocamente conectados. Devemos trabalhar em concordância e parar nosso egocentrismo e preconceitos. Precisamos verdadeiramente nos construirmos diferentemente através da educação, e devemos explicar a toda a pessoa no mundo quanto somos interdependentes, e que somente através de nossas conexões seremos capazes de nos sustentar.

Porque roubou Jacó a primogenitura?

Jacó fez isto porque Esaú não conseguia compreender; ele é a inclinação ao mal. Esaú não é meramente a vontade de receber em prol de atrair, de se satisfazer. Esaú vê que ele não tem escolha, que ele não tem mais que comer, então ele é obrigado a pedir o guisado de lentilhas. Seu consentimento de comer o guisado exprime a transformação de seu preenchimento.

Qual é o sentido do guisado de lentilhas?

Ele significa receber prazer em dar, em satisfazer os outros, e então todas as luzes passarão através de nós. Viveremos de tal maneira que recebemos para nós mesmos somente o que precisamos para a vida comum e concentraremos nossas mentes e corações em conectar-nos aos outros e satisfazer todos.

Cada um de nós se ata a outro, e esta é a garantia mútua. Ela é uma grande mudança psicológica. Se nos conectarmos deste modo uns aos outros, cada um de nós será preenchido tanto no corpo como mente. Mas para isso, devemos alterar nossas estruturas internas.

É como se tivéssemos de enganar a nós mesmos. Devemos escolher por que caminho queremos avançar. Podemos tomar o caminho do sofrimento; isto nos deixará esfomeados e de mãos vazias mental e fisicamente, e eventualmente nos forçará a mudar. A Natureza, também, nos forçará porque tudo foi disposto desta maneira para nós, deliberadamente, para que compreendêssemos.

Alternativamente, podemos escolher o outro caminho, mudar voluntariamente. No minuto em que colocamos Jacó a conduzir e Esaú por trás, tudo cairá no lugar harmoniosa e perfeitamente em todos os níveis: na economia, água, ecologia, e assim por diante.

No fim, Esaú ainda quer matar Jacó. Ele não se acalma, mas só se intensifica.

Tem que ser deste modo. O ego deve crescer constantemente dentro de nós. No próximo grau subiremos a um nível ainda maior de egoísmo e descobriremos que devemos travar guerras adicionais.

Em outras palavras, estamos aprendendo um método aqui.

Estas duas forças, direita e esquerda, encontram-se em graus mais altos cada vez. Todas as vezes, elas alcançam um acordo temporário até ao fim da correção, quando todos usarmos o ego singular e enorme que o Criador criou. Então, o tornaremos em doação.

Nada mudou durante a história; as mesmas duas forças continuam lutando uma com a outra.

É claro as coisas não mudam em qualquer um de nós, ou em todos nós juntos. Contudo, devemos desfrutar desta revelação. Devemos querer que esta situação apareça ainda mais. É verdadeiramente um grande deleite quando sabemos o que está acontecendo e assim estamos em um estado de conexão, procurando e implementando estas duas forças. Logo, a pessoa constrói a linha do meio a cada vez e aprende a usar a sua natureza corretamente, na direção da conexão com o mundo, com os outros. Nesta solução, encontramos a conexão com a força superior.

De O Zohar: As Bênçãos

“Bênçãos significam dar força para o fim da correção, como está escrito, ‘E ide para o campo de jogo e caçai para mim’, com uma Hey (na palavra “caçai” em Hebraico). Isto implica a correção de Malchut de Tzimtzum Alef, seja no caminho de Esaú ou no caminho de Jacó, para perpetuar esse caminho para sempre.

É sabido que por causa da quebra dos vasos, 320 centelhas caíram da santidade para as Klipot (cascas), e que posteriormente o Emanador corrigiu algumas delas. E por causa do pecado da Árvore do Conhecimento, elas caíram para as Klipot uma vez mais, e nosso inteiro trabalho em Torá e Mitzvot é levar essas 320 centelhas das  Klipot e as trazer de volta para a santidade. Elas são o MAN que nós elevamos”. Zohar para Todos, Toldot (Estas São as Gerações), item 147

Nós elevamos MAN através das 288 centelhas. Não podemos corrigir o coração de pedra (32 desejos), e ele é corrigido somente no fim da correção.

O que significa elevar MAN?

Elevar MAN significa aumentar a conexão entre nós. Somente através de um pedido chamado “oração por muitos” – vem a força conhecida como “A Luz que Reforma” do alto e nos conecta. Nesta conexão entre nós, no novo e corrigido Kli (vaso), descobrimos o mundo superior, nossa vida eterna e espiritual aqui e agora.

Parece da história que Rebeca favorece Jacó, e Isaac favorece Esaú. Porque assim é isto? Em muitas famílias nós descobrimos que os pais favorecem o filho, e as mães favorecem a filha; qual é a raiz espiritual deste fenômeno?

A raiz disso é que primeiro revelamos a inclinação ao mal, o ego, que é chamado “o filho”, “o primogênito”. Em cada novo grau, a inclinação ao mal cresce primeiro, e o pai está feliz com isso porque ele quer que seu filho inicialmente cresça sem as correções, para ser forte, para querer “devorar” o mundo. Esta é a fundação, a vontade de receber que está pronta para a correção, embora esta vontade não esteja ainda pronta para ser usada. Doravante, a correção virá de Rebeca, a mãe.

Isso é como nós aprendemos dos Partzufim (plural de Partzuf) superiores, Aba ve ima (Pai e Mãe) superiores de quem as forças de correção emergem. Ima vem do lado de Chéssed (misericórdia); assim, seu filho favorecido é Jacó, a  qualidade  de  Jacó.  Ela  o  mantém  da  mesma  maneira que Biná dá à luz a ZON. Reciprocamente, dentro do pai está a força de Chochmá, que atua contra os vasos de recepção. Isto vem do lado de Isaac, o pai. A mãe, o poder de Chassadim (misericórdias), a força de Biná, corrige estes Kelim.

Também precisamos manter em mente que Isaac é o lado esquerdo de Abraão, que emergiu como a linha esquerda, em relação a Abraão. Isto significa que sua própria essência é trazer ao mundo a força chamada “Isaac’, a força de nossos egos, para a descobrir, então ele é certamente mais próximo de Esaú.

 

Termos

Esterilidade

“Esterilidade” é a incapacidade de dar à luz o próximo grau. É possível dar à luz somente com a combinação certa de ego e a intenção de doar sobre os outros.

Gravidez

“Gravidez” é um estado onde estamos prontos para dar à luz o próximo grau. Isso inclui nove meses de concepção, bem como outras coisas. Estas abrangem nove Sefirot de Ór Yashar (Luz Direta)       e Malchut, onde na décima nós damos à luz.

Nascimento

“Nascimento” é admissão para um novo grau, nova doação. Ele é a habilidade de se conectar com todos em um novo nível. Em concordância, recebemos a revelação da Divindade no próximo nível.

O Direito da Bênção

“Ter um direito” significa ser purificado. Quando mais pudermos trabalhar com nossos egos em prol de doar, mais purificados podemos ser. Nossos egos podem ser mais densos, mas nós os superamos e nos tornarmos mais puros. Logo, a pessoa se desenvolve em oposição ao outro.

Vender a Primogenitura

Saber que nossos egos são desadequados para serem usados poupa-nos grandes dores. Isso também nos traz à voluntariedade de sacrificar nossos egos em prol de trabalhar sob a intenção de doar.

Em outras palavras, a inclinação ao mal também se torna a boa inclinação. A diferença entre elas está somente na questão, “Para quem trabalho eu, a favor de quem? É a meu próprio favor, ou é a favor dos outros”? Este é um problema psicológico. Se estivermos trabalhando a favor dos outros, podemos ter sucesso somente através da influência do meio ambiente, através de educação especial. Então, subitamente descobrimos que tudo se abriu diante de nós; os canais da abundância se abriram e o mundo se preenche de abundância.

Guisado de Lentilhas

O “preenchimento pela luz superior” significa ser preenchido com a intenção de doar. Esaú, que não consegue alcançar isso, está disposto a se dobrar, a ser pequeno em prol de receber preenchimento de Jacó. Ele não tem escolha porque tem fome. Em outras palavras, os vasos de recepção estão todos vazios; não há modo de receber sustento deles.

Rehovot (amplo/largo)

“Pois agora fez o Senhor espaço para nós” (Gênese, 26:22). Nós recebemos luz de Chochmá vestida na luz de Chassadim sem quaisquer limitações. Isto é chamado “luz de Chassadim na iluminação  de Chochmá”. É assim que a recebemos até ao fim da correção. Posteriormente, a luz de Chochmá é recebida na totalidade porque nós despertamos o coração de pedra.

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