TEMPO DE AGIR

Do livro “Cabala Para o Estudante”

O Messias senta em um portão de Jerusalém e aguarda as pessoas dignas da redenção. Ele está acorrentado, e ele precisa de todas as pessoas para soltar suas correntes. Ele teve mais do que necessitava de adeptos piedosos, agora ele está fervorosamente buscando homens de verdade.

–Dos escritos de Rabi de Kotzk, Não há Nada Tão Completo como um Coração Quebrantado, p. 115

 

Por um longo tempo, a minha consciência me oprimiu com uma demanda para sair e criar uma composição fundamental sobre a essência do judaísmo, da religião e da sabedoria da Cabalá, e difundi-la entre o povo, para que as pessoas venham a conhecer e compreender adequadamente essas questões exaltadas em seu verdadeiro
significado.

Anteriormente, em Israel, antes do desenvolvimento da indústria de impressão, não havia livros enganadores entre nós em relação à essência do Judaísmo, assim como quase não haviam escritores que não tomavam responsabilidade por suas próprias palavras, pela simples razão de que na maioria dos casos, uma pessoa irresponsável não é famosa.

Portanto, se, por acaso, alguém se atrevesse a escrever tal composição, nenhum escrivão a copiaria, porque ele não seria pago pelo seu trabalho, que, na sua maior parte, era bastante considerável. Assim, tal composição estava condenada a ser perdida desde o início.

Naqueles dias, mesmo pessoas instruídas, não tinham interesse em escrever tais livros, pois a população não precisava desse conhecimento. Muito pelo contrário, eles tinham interesse em escondê-los em câmaras secretas porque “É a glória de Deus ocultar algo”. Fomos ordenados a ocultar a essência da Torá e do trabalho daqueles que não a precisavam, ou eram indignos dela, e para não degradála ao exibi-la nas vitrines das lojas para os olhos sedentos da ostentação, porque, assim, a glória de Deus exige.

Mas desde que a impressão de livros tornou-se popular, e os escritores não precisaram de escrivães, o preço dos livros foi reduzido. Isso abriu caminho para escritores irresponsáveis publicarem quaisquer livros que quiserem, por dinheiro ou pela glória. Mas eles não levam as suas próprias ações em conta e não examinam as consequências do seu trabalho.

Daquele momento em diante, as publicações do gênero supramencionado têm aumentado significativamente, sem qualquer aprendizado ou recepção da transmissão “boca a boca” de um Rabi qualificado, e até mesmo sem o conhecimento dos livros anteriores que trataram deste tópico. Tais escritores fabricam teorias a partir de suas próprias cascas vazias, e relacionam as suas palavras aos temas mais exaltados para assim retratar a essência da nação e seu fabuloso tesouro. Como tolos, eles não sabem como ser escrupulosos, nem tem uma forma de aprender isto. Eles instilam opiniões distorcidas para as gerações e, em troca de seus desejos mesquinhos eles pecam e fazem as nações pecar por gerações vindouras.

Recentemente, o seu fedor chegou às alturas porque eles enfiaram as suas unhas na sabedoria da Cabalá, não se importando com o fato que esta sabedoria foi trancada e acorrentada por trás de mil portas até hoje, que ninguém pode entender o verdadeiro significado até mesmo de uma única palavra dela, muito menos a ligação entre uma palavra e outra.

Isso porque em todos os livros genuínos que foram escritos até hoje, há apenas indícios que mal bastam para um discípulo instruído entender o seu verdadeiro significado, da boca de um Cabalista sábio e qualificado. E lá, também,
“a serpente faz o seu ninho, e coloca seus ovos, nascem os filhotes debaixo da sua sombra”. Nestes dias, tais conspiradores se multiplicam, e fazem tais maravilhas que causam desgosto aos que os observam.

Alguns deles chegam tão longe até presumir e assumir o lugar dos líderes da geração, e eles pretendem saber a diferença entre os livros antigos e dizer quais deles são dignos de estudo e quais não, pois são cheios de falsidades, e elas despertam desprezo e indignação. Até hoje, o trabalho de fiscalização havia sido limitado a um em cada dez líderes de uma geração, e agora o ignorante o abusa.

Portanto, a percepção dessas questões pelo público tem sido grandemente corrompida. Além disso, há uma atmosfera de frivolidade e as pessoas acham que um vislumbre em seu tempo livre é suficiente para o estudo de assuntos tão exaltados. Eles deslizam sobre o oceano de sabedoria e a essência do Judaísmo num vislumbre, como aquele anjo, e tiram conclusões baseadas em seu próprio humor.

Estas são as razões que me levaram a sair do meu caminho e decidir que é “tempo de agir” pelo Senhor e salvar o que ainda pode ser salvo. Assim, me encarreguei de revelar um pouco da essência verdadeira, que diz respeito à questão
acima, e difundi-la entre a nação.

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