PRÓLOGO AO PREFÁCIO À SABEDORIA DA CABALÁ
Do livro “Cabala Para o Estudante”
INTRODUÇÃO AO PREFÁCIO À SABEDORIA DA CABALÁ
1) Todos os mundos, Acima e abaixo, estão dentro do homem, e o todo da realidade foi criado para o homem apenas. Isto está escrito em O Livro do Zohar. Então, por que nos sentimos diferentes? Sentimos que estamos dentro da realidade, e não que a realidade está dentro de nós. Ademais, por que este mundo não é suficiente para nós? Por que precisamos dos Mundos Superiores?
2) A razão para a criação da realidade é o desejo do Criador de beneficiar Suas criações. Por conseguinte, o Criador criou a criatura com uma natureza de querer desfrutar o que o Criador deseja lhe dar. O Criador está acima do tempo e do espaço; Seu Pensamento funciona como o ato em si.
Dessa forma, quando Ele desejou e contemplou a criação das criações, de modo a preenchê-las com delícias, as criaturas foram imediatamente criadas, preenchidas de todos os prazeres que haviam recebido do Criador. No entanto, não sentimos esse estado, uma vez que é apenas a nossa raiz, que devemos alcançar, de acordo com o projeto da Criação.
Ao criar a sequência dos mundos a partir do mundo de Ein Sóf através deste mundo, o Criador removeu a criatura de Si mesmo até o estado mais baixo. É importante entender por que Ele fez isso. Será que este ato indica imperfeição em Suas ações?
O Ari responde a esta pergunta no livro, A Árvore da Vida: “para revelar a perfeição de Seus atos”, de modo que as criaturas pudessem se aperfeiçoar e alcançar o grau do Criador, que é a única verdadeira perfeição. Para ajudá-las, o Criador criou a escala dos mundos. As almas descem essa escada para baixo até o nível mais baixo, onde se vestem com corpos materiais deste mundo. Assim, através do estudo da Cabalá, as próprias almas começam a subir e a escalar essa escada, por onde haviam descido, até que voltem ao Criador.
3) A alma consiste de Luz e de Kli. A Luz da alma vem do Criador, de Atzmuto (Sua essência). Através dessa Luz, o Kli (vaso) da alma foi criado, sendo o desejo de receber a Luz, para desfrutar da Luz. Portanto, o Kli se encaixa perfeitamente na Luz que vem para preenchê-lo.
A Luz é uma parte do Criador. A alma é o Kli real. Logo, unicamente o Kli é considerado uma criação. Foi criado a partir da ausência, ou seja, não havia desejo antes que o Criador tivesse decidido criá-lo. E porque o Criador quis dar o prazer perfeito para este Kli, como está se tornando dEle, Ele criou este Kli—o desejo de receber—enorme, de acordo com a medida da Luz (prazer) que Ele desejou dar.
4) Criação significa iniciação, algo novo que não existia anteriormente, e esta iniciação é chamada de “existência a partir da ausência”. Contudo, se o Criador é completo, como poderia algo não estar incluído nEle? A partir do que já foi dito, fica claro que antes da Criação, não havia desejo de receber no Criador, pois o Criador é o todo e apenas deseja doar. Assim, o que não está nEle, e deve ser criado, é tão somente o desejo de receber o prazer dEle.
O desejo de receber é o todo da realidade. Desse modo, a única diferença entre os elementos da realidade está na medida do desejo de receber em cada elemento, e não há dois elementos que contenham o mesmo desejo.
5) Não existem corpos físicos na espiritualidade. O mundo espiritual é um mundo de desejos, forças “brutas”, desprovidas de roupas materiais de qualquer espécie. Dessa forma, todas as palavras utilizadas na sabedoria cabalista são realmente as denominações do desejo de desfrutar, ou de suas impressões da realização da Luz dentro dela. O Criador é o desejo de doar, e a criatura é o desejo de desfrutar da doação do Criador. Se a criatura desfruta apenas porque o Criador desfruta de sua recepção, tal ato é considerado doação, de acordo com a sua intenção, e não como um ato de receber. Isto é considerado como o desejo do Criador e o desejo da criatura sendo iguais, sem nada para separá-los.
Consequentemente, seguindo a lei espiritual de equivalência de forma, como resultado da equiparação de suas qualidades (desejos), eles se tornam um. Nesse estado, eles não são dois desejos idênticos, mas são literalmente um. Esse estado de espírito é chamado de “equivalência de forma” ou Dvekút (adesão).
No entanto, se eles não têm o mesmo desejo, a mesma intenção, eles não têm o mesmo objetivo e são separados. Porque têm diferentes qualidades (desejos), eles são dois e não um. Na espiritualidade, esse estado é chamado de “disparidade de forma”.
A medida de equivalência de forma entre o Criador e a criatura determina a proximidade deles e a medida de disparidade de forma determina a distância entre eles. No início, o desejo do Criador de doar e o desejo da criatura de receber são iguais, uma vez que a vontade da criatura para receber nasceu do desejo do Criador de doar. Assim:
- Se todos os desejos (intenções) deles são os mesmos, eles são um;
- Se todos os desejos (intenções) deles são opostos, eles estão tão distantes como dois extremos;
- Se, de todos os desejos (intenções), eles têm apenas um desejo comum, então eles estão tocando um no outro através desse desejo comum;
- Se alguns dos desejos (intenções) são semelhantes, eles estão tão longe ou perto na sua medida de equivalência de forma ou disparidade de forma.
6) Não temos realização alguma no próprio Criador, em Atzmuto, uma vez que alcançamos apenas a sensação da Luz no Kli, o preenchimento em nosso desejo. E o que não conseguimos alcançar, não podemos chamar por qualquer nome, desde que atribuímos nomes de acordo com as nossas impressões sobre o preenchimento. Por isso, não podemos proferir uma única palavra ou atribuir qualquer nome a Atzmuto. Todos os nossos nomes e denominações, com respeito ao Criador, são apenas reflexos do que sentimos para com Ele.
Podemos senti-Lo e Suas ações unicamente pela medida de equivalência de forma (desejo, intenção) com Ele. Portanto, na medida em que somos semelhantes ao Criador, sentimos Seus desejos e ações, e damos nome ao Criador em conformidade. Quando sentimos tais desejos e ações, podemos chamá-lO de acordo com o que sentimos dEle. Isso se chama “Por Suas ações, conhecemos Você.”
7) Os cabalistas são as pessoas que vivem neste mundo e se conectam com o Criador de acordo com sua medida de equivalência de forma, enquanto vivem neste mundo. Os mundos são as diferentes medidas de sensação do Criador. Um “mundo” é a medida de revelação ou ocultação do Criador para com as criaturas; e a ocultação completa é chamada de “este mundo”.
O início da sensação do Criador é a transição entre este mundo e o mundo espiritual. A transição em si é chamada de “barreira”. Existem 125 degraus de revelações de partes do Criador às criaturas entre a ocultação e a revelação completa. Estas partes são chamadas de “mundos”.
Os cabalistas escalam os mundos espirituais, corrigindo os seus desejos (intenções). Eles nos dizem— verbalmente ou em texto—que o Criador tem apenas o desejo de beneficiar. Ele criou tudo para nos dar toda a Sua abundância. É por isso que Ele nos criou com o desejo de receber, para que possamos receber o que Ele deseja nos dar.
O desejo de receber para nós mesmos é a nossa própria natureza. Porém, nessa natureza, somos opostos ao Criador em forma, uma vez que o Criador é apenas um desejo de doar, e não possui um desejo de receber. Portanto, se permanecermos na vontade de receber para nós mesmos, permaneceremos para sempre longe do Criador.
Os cabalistas dizem que o propósito do Criador é trazer toda a Criação para si mesmo, e que Ele é a bondade absoluta. Por esta razão, Ele deseja doar a todos.
Eles também afirmam que a razão para a criação dos mundos é que o Criador deve ser completo em todas as Suas ações e forças. E se Ele não executa Suas forças em ações completas, Ele é aparentemente considerado incompleto.
Todavia, como poderiam operações imperfeitas derivarem do Criador perfeito a tal ponto que Suas ações exigiriam correção por parte das criaturas? Somos Suas ações! Se temos de corrigir a nós mesmos, isso não significa que Suas ações são imperfeitas?
O Criador criou apenas o desejo de receber, chamado de “a criatura”. No entanto, quando a criatura recebe o que o Criador deseja lhe dar, ela é separada do Criador, uma vez que o Criador é o Doador e a criatura é o receptor, e assim, eles são opostos. Na espiritualidade, a equivalência de forma é determinada pela equivalência dos desejos (qualidades, intenções). E se a criatura permanece separada do Criador, o Criador, também, não estará completo, já que as operações perfeitas resultam de um operador perfeito.
Para conceder à criatura a possibilidade de alcançar a perfeição de seu próprio livre arbítrio, o Criador Se restringiu—Sua Luz—e criou os mundos, restrição por restrição, até este mundo. Aqui o homem é completamente subordinado ao desejo de desfrutar, mas não para desfrutar da Luz de Deus, mas sim as roupas bestiais sobre ele. Toda a humanidade está se desenvolvendo a partir do desejo de prazer que os animais têm, assim, através dos desejos de riqueza, honra, poder e conhecimento, até que o Criador implante um desejo de desfrutar de algo desconhecido dentro desses desejos, algo além das roupas deste mundo.
O novo desejo leva o homem a buscar a realização até que ele chegue ao estudo da Cabalá. Durante o estudo, ele começa a entender a intenção do Criador em relação a ele. Nesse estado, ele não estuda a fim de receber o conhecimento, mas para chamar sobre si a Luz que reforma (“Introdução ao Estudo das Dez Sefirot”, Item 155).
Através dessa Luz, a pessoa começa a corrigir os seus desejos. Ao todo, o homem tem 613 desejos, que são geralmente chamados Guf (corpo). A correção dos desejos é feita usando cada desejo com a intenção de doar ao Criador, assim como o Criador doa ao homem. A correção de cada desejo e da recepção da Luz contida nele é chamada de “cumprir uma Mitzvá (boa ação/mandamento)”. A Luz que uma pessoa recebe dentro do desejo corrigido comum é chamada de “Torá”. E a Luz que corrige (reforma) os desejos do homem é o meio pelo qual a criatura obtém sua perfeição (ver “Trilhando o Caminho da Verdade”).
A perfeição está baseada em que a criatura obtém equivalência de forma (qualidades) com o Criador por si mesma. Isto porque é compensador receber todo o deleite e prazer incluídos no Pensamento da Criação. Em outras palavras, se goza da Luz e do status do próprio Criador, uma vez que se alcançou a equivalência de forma em desejos e pensamentos.
Acontece que só através do estudo cabalista a pessoa pode se corrigir e atingir a meta para a qual o homem foi criado. Isto é o que todos os cabalistas escrevem. A única diferença entre os livros sagrados (Torá, Profetas, Hagiógrafo, Mishná, Talmud, etc) é a intensidade da Luz em seu interior, a qual pode corrigir uma pessoa. A Luz nos livros cabalistas é a maior; é por isso que os cabalistas recomendam estudá-los especificamente.
“Não há outro caminho para a população alcançar a elevação espiritual e redenção, exceto através do estudo da Cabalá, que é uma maneira fácil e acessível. No entanto, só alguns podem atingir a meta usando outras partes da Torá”.
–Rav Yehuda Ashlag, “Introdução ao Estudo das Dez Sefirot”, Item 36
“A realização começa com a sabedoria do oculto, e só então são as outras partes da Torá alcançadas. No final, a Torá revelada é alcançada”.
–O Vilna Gaon (GRA), Livro de Oração
“A proibição de estudar a Cabalá foi apenas por um tempo limitado, até 1490. Mas desde 1540, todos devem ser encorajados a se ocupar em O Livro do Zohar, uma vez que só através do estudo de O Zohar irá a humanidade alcançar a sua salvação espiritual e a vinda do Messias. Por isso, não devemos evitar o estudo da Cabalá”.
–Avraham Ben Mordechai Azulai, Ohr HaChama (Luz do Sol)
“Ai de quem não deseja estudar O Zohar, pois assim eles causam miséria, ruína, saques, matança e destruição ao mundo”.
–O Livro do Zohar, Tikúney Zohar (Correções do Zohar), Tikún No. 30
“O estudo de O Livro do Zohar está acima e é preferível a qualquer outro estudo.”
–O Chidá
“A redenção e a vinda do Messias dependem apenas do estudo da Cabalá.”
– O Gaon de Vilna (GRA), Even Shlemá (Um Peso Perfeito)
“Não há limitações no estudo do Zohar.”
–O Chafetz Chaim
“Se meus contemporâneos me atendessem, eles iriam estudar O Livro do Zohar com a idade de nove anos, e assim, iriam adquirir o temor do céu, em vez de conhecimento superficial”.
–Rav Yitzhak Yehudá Yehiel de Komarno, Notzer Chéssed (Mantendo a Misericórdia)
“Apelo a todas as pessoas a dedicar tempo ao estudo da Cabalá todos os dias, pois disso é o que a purificação de suas almas depende”.
–Rav Yitzhak Kaduri
“No futuro, só pelo mérito de O Livro do Zohar é que os filhos de Israel serão redimidos do exílio”.
–O Livro do Zohar, Parashat Nasso
(Há muitos mais desses trechos no capítulo, “Cabalistas Escrevem sobre a Sabedoria da Cabalá”.)
8) Há um “poder” no estudo da Torá e das Mitzvot. Este poder é a força espiritual que leva a pessoa a equiparar seu desejo com o desejo do Criador. Porém, este poder aparece e age numa pessoa só quando ela se ocupa na Torá e nas Mitzvot a fim de não receber qualquer recompensa para si mesma. Em vez disso, ela funciona apenas para dar contentamento ao Criador. Só nesta condição é que se gradualmente adquire equivalência de forma com o Criador.
A correção da equivalência de forma do homem com o Criador é gradual, geralmente composta por cinco degraus: Néfesh, Ruach, Neshamá, Chaiá, Yechidá. Cada degrau é considerado um mundo, uma vez que se a pessoa galga algum degrau no processo de sua correção, ela sente a existência do Criador de acordo com a medida de sua correção. Estas correções são chamadas “mundos”, porque revelam o Criador de acordo com sua medida de correção, e escondem o Criador de acordo com os—ainda não— corrigidos Kelim (desejos), de um total de 613 desejos.
Segue-se que a pessoa recebe esses cinco degraus em seu caminho para a perfeição a partir dos cinco mundos: Assiá, Yetzirá, Briá, Atzilut e Adam Kadmon. Dentro de cada mundo existem cinco Partzufim, e em cada um deles existem cinco Sefirot, daí o total de 125 degraus na “Escada de Jacó” deste mundo até ao topo da escada.
Ao cumprir a Torá e as Mitzvot a fim de dar contentamento ao seu Criador, a pessoa é gradualmente recompensada com os Kelim do desejo de doação, degrau por degrau. Dessa forma, sobe os degraus, um de cada vez, finalmente, alcançando a completa equivalência de forma com o Criador. Nesse momento, o Pensamento da Criação é realizado numa pessoa—para receber a alegria completa e a plenitude que o Criador havia planejado para ela. Além disso, a pessoa é recompensada com o maior benefício de todos—Dvekút verdadeira—por ter obtido o desejo de doar, como o Criador.
9) Agora vamos tentar entender o acima escrito: “Todos os mundos, Acima e abaixo, e tudo dentro deles, foram criados para o homem apenas”. Todos esses degraus e mundos vêm apenas para complementar cada desejo numa pessoa com o intenção de doar, assim o homem iria adquirir equivalência de forma com o Criador. Essa equivalência de forma está ausente no homem pela natureza de sua criação.
No início, os mundos foram restringidos e os degraus desceram em cascata de degrau em degrau e de mundo em mundo, até ao nosso mundo material, para chegar a um “corpo deste mundo”. Este é o nome que a Cabalá atribui à vontade de receber para si mesmo. No degrau de “este mundo”, a pessoa é como uma besta, já que ela é incapaz de qualquer doação. Nesse estado, o homem é oposto do Criador, e não há distância maior do que essa.
Uma pessoa que estuda a Cabalá desperta a “Luz Circundante” sobre si mesma na proporção de seu desejo pela espiritualidade. Esta é a Luz que existe fora, ou em torno do Kli da pessoa (desejo/alma). A Luz Circundante corrige o Kli de tal forma que a sua intenção será de doar. A intenção de doar ao Criador e não a si mesmo torna um ato de recepção num ato de doação.
Seguinte a sua natureza, o Kli permanece um desejo de desfrutar, mas a meta muda a essência do ato de recepção em doação. Em seguida, a Luz Circundante pode entrar no Kli corrigido com o objetivo de doar ao Criador. É precisamente durante o estudo da Cabalá que a Luz Circundante pode corrigir os desejos da pessoa até que eles sejam dignos de recebê-la como “Luz Interior.”
Obtém-se o desejo de doar gradualmente, de Cima para baixo, a partir de um pequeno desejo, que é mais fácil de corrigir, até ao maior deles, seguindo a mesma ordem pela qual os degraus pendiam de Cima para baixo.
Todos os degraus são medidas do desejo de doar. A escada de degraus é organizada de tal forma que quanto mais Elevado o degrau, mais longe este está do desejo de receber para si mesmo, e tanto mais próximo está do desejo de doar. Uma pessoa adquire gradualmente todos os degraus de doação até que seja recompensada apenas com o objetivo de doar, sem qualquer auto-recepção.
Nessa altura, uma pessoa está completa, em Dvekút verdadeira com o Criador. Este é o propósito da Criação, e o homem foi criado para isso apenas. É por isso que todos os mundos e tudo dentro deles não foram criados para eles mesmos, mas apenas para auxiliar o homem a subir a escada de degraus. Quando a pessoa se corrige a si mesma e está plena de Luz, todo o sistema de mundos e tudo dentro deles está incluído em tal pessoa.
10) Uma pessoa que sabe e se lembra do que foi dito aqui tem permissão de estudar a Cabalá, sem qualquer medo de materializá-la. Isso porque estudar a sabedoria cabalista sem a devida orientação confunde o aluno. Por um lado, todas as Sefirot e Partzufim desde o mundo de Atzilut até ao mundo de Assiá são a Divindade completa, em unidade com o Criador, e por outro lado, como pode haver mudanças, subidas, descidas e Zivúgim (acoplamentos) na Divindade e da unidade?
11) A partir do que foi explicado fica claro que todas essas mudanças— subidas, descidas, restrições e Zivúgim—são discernidas apenas com relação ao Kelim das almas que recebem a Luz. A realidade pode ser dividida em duas partes: potenciais e reais.
Isso é semelhante a uma pessoa que quer construir uma casa e já tem o projeto da casa em mente. Mas o projeto da casa não é como a casa concluída—um projeto que foi executado. Isto é porque o pensamento sobre a casa é feito de substância conceptual e existe em potencial. Todavia, quando a casa começa a emergir do pensamento para a ação, ela se transforma numa diferente substância— tijolos e madeira.
Do mesmo modo, devemos distinguir entre o potencial e o real nas almas. A evocação “real” das almas do Criador começa apenas a partir do mundo de Briá. É por isso que todas as mudanças e tudo o que ocorre antes de o mundo de Briá é considerado “potencial”, sem qualquer distinção real do Criador.
Este é o motivo por que se diz que todas as almas estão incluídas em Malchut de Ein Sóf, no ponto médio da realidade, uma vez que este ponto contém “potencialmente” todos os Kelim (plural de Kli) das almas que estão destinadas a surgir na realidade a partir do mundo de Briá para baixo. E Tzimtzum Álef (primeira restrição) também ocorreu no ponto médio, apenas no “potencial”, com respeito às almas futuras.
No que diz respeito às almas, todos os Kelim das Sefirot e mundos que surgem e pendem do ponto médio, após Tzimtzum Álef e para baixo do mundo de Briá, estão apenas em potencial. Quando as almas começam a surgir, de fato, do mundo de Briá para baixo, só então as alterações nos degraus dos mundos os afetam.
12) Isto é similar a uma pessoa que se esconde e se oculta com roupas e coberturas, então ela não será vista ou notada. Contudo, para si mesma, ela permanece como estava. Assim, as dez Sefirot, Kéter, Chochmá, Biná, Chéssed, Gvurá, Tiféret, Netzach, Hod, Yessod e Malchut são apenas dez coberturas que cobrem Ein Sóf e o oculta das almas.
A Luz de Ein Sóf está em repouso completo; portanto, ela brilha dentro das coberturas. Mas porque as almas recebem a Luz de Ein Sóf através das coberturas, elas se sentem como se houvesse mudanças na Luz. Por esta razão, as almas que recebem a Luz são divididas em dez degraus, também, de acordo com a divisão nas coberturas.
Todas as coberturas são apenas para o mundo de Briá para baixo, uma vez que somente a partir daí para baixo existem almas que recebem das dez Sefirot através das coberturas. Nos mundos Adam Kadmon (AK) e Atzilut ainda não há presença de almas, uma vez que elas estão apenas em potencial.
Embora as dez coberturas nas dez Sefirot governem apenas os mundos BYA— Briá, Yetzirá, Assiá—as dez Sefirot não são consideradas Divindade, também, como antes de Tzimtzum Álef. A diferença é apenas nos Kelim das dez Sefirot: em AK e em Atzilut estão em potencial; e a partir de BYA, os Kelim das dez Sefirot começam a revelar a sua força de ocultação e cobertura. Isto é assim, embora as coberturas não inflijam qualquer mudança na própria Luz.
13) Isso levanta uma questão: Se, dentro dos mundos AK e Atzilut, ainda não há uma revelação real das almas que recebem Luz dos mundos, qual é o propósito dos Kelim de AK e Atzilut, e para quem eles escondem e cobrem a Luz de Ein Sóf, de acordo com as suas medidas? No futuro, as almas vão subir para AK e Atzilut, juntamente com a mundos BYA, e receber a Luz deles. Assim, as mudanças ocorrem em AK e Atzilut, igualmente, de acordo com as qualidades das almas, visto que elas estão destinadas a brilhar para as almas que vão subir até elas no futuro.
14) Conclui-se que os mundos, iniciações, mudanças e todos os degraus se referem apenas aos Kelim, que afetam as almas e as medem de forma que eles possam receber a partir da Luz de Ein Sóf. Não obstante, quando as almas sobem em degraus, elas não provocam qualquer mudança na Luz de Ein Sóf, propriamente dito, visto que as coberturas não afetam a coisa que está sendo coberta, apenas a pessoa que quer sentir o que é coberto e receber dela.
15) Devemos fazer três discernimentos nas Sefirot e nos Partzufim, onde quer que estejam—Atzmuto, Kelim, e Luzes.
- Em Atzmuto, os receptores não têm qualquer pensamento ou percepção.
- Nos Kelim, há sempre dois discernimentos opostos: ocultação e revelação. Primeiro, o Kli se oculta a si mesmo, por isso os dez Kelim nas dez Sefirot são dez degraus de ocultação. Entretanto, depois que as almas recebem as mesmas condições que nos Kelim, essas ocultações se tornam revelações, realizações das almas. Nesse estado, os dois discernimentos opostos nos Kelim se tornam como um, visto que a medida de revelação no Kli é apenas como a medida de ocultação no Kli. E quanto mais grosseiro for o Kli, quando ele se esconde mais do seu Atzmuto, ele revela um Nível Superior.
- As luzes das Sefirot são a medida específica que deve aparecer para a realização das almas. Apesar de tudo o que se estende desde Atzmuto, a realização na Luz é apenas nas qualidades do Kli. Assim, existem necessariamente dez Luzes nesses dez Kelim, ou seja, dez degraus de revelação. Deste modo, a Luz não pode ser distinguida de Atzmuto, mas apenas na medida em que não há a percepção ou a realização em Atzmuto. O que nos é revelado é apenas o que nos chega do Criador através de Suas vestes no Kelim das dez Sefirot. Portanto, nós nos referimos a algo que alcançamos pelo nome, “Luzes”.
QUATRO ESTÁGIOS NO DESENVOLVIMENTO DO KLI
Os cabalistas alcançaram a espiritualidade e escreveram nos livros cabalistas. Eles perceberam que a raiz de toda a realidade é uma Força Superior, a que chamaram Atzmuto (Seu Eu), visto que não puderam alcançá-la em si mesmos. Eles, no entanto, alcançaram que um pensamento e uma intenção se originam de Atzmuto—para criar criações e deliciá-las. Eles chamaram aquele pensamento e aquela intenção de “Pensamento da Criação” ou “Luz Superior.” Por conseguinte, no que diz respeito à criatura, a Luz é o Criador, visto que Atzmuto é inatingível. Assim, a conexão Criador- criatura existe através da Luz Superior.
Para resumir: a Luz emana a partir de Atzmuto e deseja criar uma criatura e deliciá-la, preenchendo-a com prazer. Em outras palavras, o objetivo da Luz é criar uma criatura que irá sentir a Luz como prazer. É por isso que os cabalistas chamaram a criatura, Kli, e a Luz, “preenchimento”. A Luz que provém de Atzmuto para criar a criatura é chamada Bechinát Shóresh (discernimento da Raiz), visto que é a raiz de toda a realidade. Esta Luz cria um desejo de desfrutá-la, e o desejo de desfrutar a Luz é chamado de a Luz do “desejo de receber”.
A medida de prazer depende da medida do desejo de recebê-la. Como em nosso mundo, a pessoa pode ter o estômago vazio, mas nenhum desejo de comer. Portanto, o desejo é o Kli para o preenchimento, e sem desejo, não há prazer. Não existe coerção na espiritualidade, e o preenchimento sempre segue o desejo.
A Luz emerge de Atzmuto, cria um Kli, e o preenche. O prazer experimentado na criatura pela recepção da Luz é chamado de Ohr Chochmá (Luz da Sabedoria). O desejo nascido pela Luz que o preenche é chamado de Bechiná Álef (primeiro discernimento). É dado esse nome já que este é o primeiro discernimento do futuro Kli.
No entanto, este desejo ainda não é autônomo, uma vez que é diretamente criado pela Luz. Um verdadeiro ser criado é um que deseja desfrutar de toda a Luz emitida a partir do Criador por si só. Em outras palavras, o seu desejo e decisão de desfrutar a Luz deve vir de dentro de si, em vez de ser instilada nele pelo Criador.
Para querer receber a Luz, a criatura deve primeiro saber a quantidade de prazer que existe na Luz. Por isso, deve ser preenchida com a Luz e depois sentir o que é estar sem Luz. Nesse estado, um verdadeiro desejo pela Luz é criado em tal criatura.
É semelhante a situações que conhecemos da vida. Quando uma pessoa recebe alguma fruta desconhecida para provar, inicialmente, tal pessoa não tem qualquer desejo por ela. Porém, depois que a pessoa saboreia a fruta, e experimenta o prazer que dela deriva, e o fruto é retirado, a pessoa começa a ansiar por ela e deseja voltar a experimentar o prazer. Este desejo é o novo desejo que nasceu numa pessoa, que a pessoa sente como um desejo autônomo.
Por conseguinte, é impossível construir o Kli todo de uma vez. Em vez disso, para o desejo saber o que desfrutar, para que ele sinta o que ele quer desfrutar, ele deve passar por toda a ordem da evolução. Na Cabalá, esta condição é apresentada como uma lei: “A expansão da Luz no interior do desejo de receber, e a sua partida de lá torna o Kli adequado para a sua tarefa de receber toda a Luz e para desfrutar dela”. Os estados do desenvolvimento do desejo são chamados de Bechinot (discernimentos), uma vez que são novas observações no desejo de receber.
Por conseguinte, uma Luz que preenche o Kli dá, juntamente com o prazer, a sua qualidade de dar. E enquanto o Kli desfruta da Luz, ele de repente descobre que ele deseja doar, como a natureza da Luz que o preenche. A razão para isso é que o Criador intencionalmente preparou para a Luz a capacidade de transmitir ao Kli
o desejo de doar, juntamente com o prazer.
Segue-se que uma vez que a Luz criou Bechiná Álef e o preencheu, ela sentiu que queria ser semelhante ao Criador. E porque este era um novo desejo, foi um novo discernimento, chamado de Bechiná Bet (segundo discernimento).
Bechiná Bet é um desejo de dar. O prazer que se sente de ser semelhante ao Criador é chamado de Ohr Chassadim (Luz da Misericórdia). Vemos, pois, que Bechiná Álef é oposto a Bechiná Bet no sentido de que o desejo em Bechiná Álef é para receber, e o desejo em Bechiná Bet é dar. A Luz em Bechiná Álef é Ohr Chochmá, e em Bechiná Bet é Ohr Chassadim.
Quando o desejo de receber em Bechiná Álef começa a desfrutar a Luz que o preenche, ele imediatamente percebe que a Luz é o doador do prazer e que ele (Bechiná Álef) é o receptor do prazer. Em consequência, ele começa a querer ser como a própria Luz, não querendo receber o prazer, mas dá-lo, como a Luz. Por esta razão, o desejo de receber desaparece nele e permanece vazio de Ohr Chochmá, uma vez que
o prazer é apenas sentido num desejo por ele.
O desejo de receber não pode ficar sem Ohr Chochmá, visto que Ohr Chochmá é a Luz da vida. Por isso, ele é obrigado a receber algum Ohr Chochmá. Assim, este novo desejo, chamado de Bechiná Guimel (terceiro discernimento) é composto por dois desejos: 1) o desejo de ser semelhante à Luz; e 2) o desejo de receber um pouco de Ohr Chochmá.
Nesse estado, o Kli sente duas Luzes: Luz de Chassadim—no desejo de doar— e Luz de Chochmá—no desejo de receber.
Quando Bechiná Guimel recebe Luz, ele sente que as suas duas Luzes, Ohr Chochmá, a Luz da vida, se adaptam a sua natureza. Em seguida, ele decide recebê-la em sua totalidade, e, assim, nasce um novo desejo, independente de receber aquele prazer, Ohr Chochmá. Este é o mesmo prazer, com o qual o Criador deseja preencher a criatura.
Vemos, pois, que a Luz que emerge de Atzmuto cria para si um Kli em quatro etapas. Portanto, este desejo final, chamado de Bechiná Dálet (quarto discernimento), é a única criatura. Todas as suas fases anteriores são apenas os estágios de seu desenvolvimento. De fato, toda a criação é Bechiná Dálet. Tudo o que existe, na realidade, além do Criador é Bechiná Dálet. Bechiná Dálet é chamado de Malchut (Realeza), uma vez que o desejo de receber reina nele.
QUATRO BECHINOT
Bechiná Dálet é a única criatura. Bechiná Dálet é dividido em exterioridade, cujas partes são Sefirot, Partzufim (plural para Partzuf), mundos, e nosso mundo— inanimado, vegetal e animal e em interioridade: as almas das pessoas. A diferença entre todas essas partes é apenas na medida do desejo de receber no seu interior.
Bechiná Dálet, que foi completamente preenchido com Ohr Chochmá, é chamado de “o mundo de Ein Sóf” (sem fim), uma vez que não há fim algum para o seu desejo de receber a Luz. Bechiná Dálet recebe a Luz através de seus quatro Bechinot precedentes—Shóresh, Álef, Bet e Guimel. Assim, ele é dividido internamente em cinco Bechinot do desejo de receber: desejos por Luzes no Bechinot anteriores a si próprio, e o desejo pela Luz que vem a ele.
OS QUATRO BECHINOT ANTES DE BECHINÁ DÁLET, COM CINCO BECHINOT DENTRO DELE
Resumo: A Luz emana a partir do Criador, Bechinát Shóresh. A Luz cria uma criatura, Bechiná Dálet, em quatro etapas. A essência da criatura é o desejo de receber prazer. O prazer é a sensação da Luz dentro do desejo. Bechiná Dálet, ele mesmo, se divide em quatro partes, que recebem a Luz do Bechinot anterior. Bechiná Dálet, que é preenchido com Ohr Chochmá, é chamado de “o mundo de Ein Sóf”. As partes de Bechiná Dálet são chamadas de “almas” e “mundos”. Os mundos contêm Partzufim, Sefirot, e tudo que não seja as almas.
TZIMTZUM ÁLEF, MASSACH, PARTZUF
Quando Ohr Chochmá preenche o desejo de receber em Bechiná Álef, ela concede a vontade de receber a sua natureza—o desejo de doar. Esta é a razão pela qual, no seu final, Bechiná Álef—depois que ele sentiu a natureza da Luz que o preenche—mudou seu desejo de querer receber para querer dar.
Uma vez que Bechiná Dálet se afastou de Bechiná Guimel e foi prenchido com sua Luz, a qual é Ohr Chochmá, também, a Luz o afetou de tal forma que ele começou a querer dar, semelhante à natureza da Luz em seu interior. Desse modo, o desejo de receber desapareceu de Bechiná Dálet.
Não obstante, por que a Ohr Chochmá concede ao Kli um desejo de doar quando o preenche? Isto é assim porque o Kli sente não apenas o prazer da Luz, mas o desejo do Doador, também. O Criador poderia ter criado um Kli que não O sentiria como o Doador, mas só o prazer de recepção. Em nosso mundo, isto é o que as pessoas sentem quando seu desejo de receber é ainda pouco desenvolvido, como aquele das crianças, dos brutos, ou dos doentes mentais.
À medida que a criança cresce, ela fica envergonhada de receber. No homem, essa sensação é tão desenvolvida que se preferiria qualquer dor do mundo ao sofrimento da vergonha. O Criador criou essa qualidade em nós deliberadamente, de modo que, através dela, fôssemos capazes de nos elevar acima da nossa natureza, o desejo de receber.
Para se envergonhar e sofrer por receber, a pessoa deve sentir que está recebendo. Isso só é possível se você sentir o doador, se houver um doador. Se eu não puder sentir o anfitrião, não me envergonharei. Mas se o anfitrião estiver na minha frente, eu terei vergonha.
Não posso receber diretamente porque terei que me relacionar com ele. Sentirei que devo dar algo em troca para receber dele. Nesse caso, não estarei mais recebendo, mas trocaria de lugar com ele e me tornaria um doador, desde que então, ele também estaria recebendo de mim.
A sensação do Criador evoca tão grande sofrimento devido à recepção em Malchut, que este decide nunca usar sua vontade de receber para a recepção de prazeres para si mesmo. Esta decisão em Malchut, para não receber a Luz para si mesmo, é chamada de Tzimtzum (restrição). O nome, Tzimtzum Álef (primeira restrição), indica que esta operação ocorreu pela primeira vez.
Por conseguinte, Malchut parou de receber Luz. Por meio disso, ele deixou de ser um receptor, mas ainda não estava dando coisa alguma para o Criador; ele ainda não havia cumprido o seu desejo de se tornar como a Luz, o doador de prazer. Por não receber prazer do Criador, Malchut não obteve equivalência de forma. Assim, vemos que o ato de Tzimtzum Álef não era uma meta, mas um meio para adquirir a capacidade de dar.
O propósito do Criador na Criação foi para Malchut, o ser criado, receber prazeres. O Pensamento da Criação é constante e absoluto. Por consequência, o Criador, a Luz, continuou a pressionar Malchut para recebê-la. Malchut sentiu que o ato de restrição não foi suficiente para alcançar o ato de doação. No entanto, como poderia a criatura, cuja única qualidade é receber, dar ao Criador, como Ele o faz?
Ao sentir as qualidades dos nove Superiores dentro dele—as qualidades do Criador que ele sente dentro, as quais, para ele, formam a atitude do Criador para com ele—Malchut começa a entender como ele pode vir a doar ao Criador. Decide que, se ele receber a Luz e desfrutá-la apenas porque o Criador desfruta de seu prazer nela, sua recepção seria o equivalente à doação. Recepção de prazer pelo receptor a fim de beneficiar o doador torna um ato de recepção num ato de doação. Portanto, se Malchut recebe toda a Luz (prazer) que o Criador preparou para ele, ele estaria dando a Ele, assim como o Criador está dando a ele.
Tomemos, por exemplo, um convidado visitante. O anfitrião atende o convidado com alimentos, precisamente na quantidade e sabor que o convidado deseja (o desejo está em perfeita combinação com a Luz, em sabor e quantidade, uma vez que a Luz-prazer criou o Kli-desejo de acordo com ela mesma).
Contudo, embora o convidado esteja com fome, a presença do anfitrião cria vergonha nele, o que o impede de receber. A vergonha advém da sensação de si mesmo como um receptor, e do anfitrião como um doador. E a vergonha é tão forte que ele não pode mais receber.
Contudo, o anfitrião está implorando para que ele coma, já que ele preparou tudo para o convidado, convencendo o convidado que o anfitrião iria desfrutar do seu ato de se alimentar. Então, parece ao convidado que se ele devesse receber o prazer, depois de ter rejeitado várias vezes, esta recepção seria considerada como dando e beneficiando o anfitrião. Portanto, o convidado se tornaria um doador, e o anfitrião se tornaria o receptor.
Na Cabalá, a fome, o desejo de receber deleite e prazer, é chamado de Kli (vaso). O prazer que vem do Criador é chamado de Ohr Yashar (Luz Direta). A força que repele o prazer que vem do Criador é chamado de Massach (tela). A Luz repelida pela Massach é chamada de Ohr Chôzer (Luz Refletida).
Usando a força da Massach—o poder para resistir à autogratificação e deleitar o Criador—o Kli pode resistir ao seu próprio desejo de receber. Podemos entender que o Kli rejeita a Luz, mas é mais verdadeiro dizer que o Kli rejeita usando o desejo de desfrutar por si mesmo.
O Kli não pode retornar a Luz ao Criador; ele só pode mudar sua intenção. O objetivo criado no Kli para deleitar o Criador é chamado de Ohr Chôzer (Luz Refletida). Ohr (Luz) é um outro nome para o prazer. Ohr Yashar é o prazer que o Criador deseja dar à criatura, e Ohr Chôzer é o prazer que a criatura deseja doar ao Criador.
Uma vez que o Kli (convidado) está certo que ele não vai receber (desfrutar) para si mesmo, ele examina a intensidade de sua Ohr Chôzer (a medida do seu desejo para dar prazer ao Criador—Anfitrião), e decide receber a abundância que vem através dela a partir de Ohr Yashar (a delicadeza e os deleites que o Anfitrião está proporcionando), mas apenas o quanto ele possa receber a fim de deleitar o Criador (Anfitrião).
Os cabalistas são pessoas que sentem a Luz emitida a partir do Criador e todas as suas ações. Mas quando escrevem sobre a espiritualidade, eles transmitem suas sensações numa linguagem de termos “técnicos” e definições. Portanto, apenas se o leitor tiver uma Massach e as forças, as quais os livros se referem, ele poderá “traduzir” as palavras em sentimentos, executando as mesmas ações que ele lê em seu próprio interior.
A Luz vem diretamente do Criador (daí o seu nome, Ohr Yashar) e deseja preencher o Kli. No entanto, ela encontra a Massach. A Massach repele a Luz (se recusa a recebê-la a fim de receber), mantendo assim a condição de Tzimtzum Álef: não receber para si mesmo. Uma vez que o Kli está certo que não vai receber para si mesmo, ele calcula (usando a Massach) o quanto ele pode receber a fim de doar (deleitar o Criador). A sensação na Luz e a decisão de quanto a receber são feitas antes de recebê-la. Por esta razão, esta parte do Kli é chamada de Rosh (cabeça). O lugar de cálculo, onde a Massach está, é chamado de Pê (boca).
Após a decisão no Rosh, o Kli recebe a Luz no Toch (interior). O Toch é a parte do Kli em que a recepção da Luz (sensação de prazer dentro do desejo de desfrutar) ocorre de fato. Ohr Chochmá (o prazer) é recebida com o objetivo de deleitar o Criador desta maneira. Este objetivo é chamado de Ohr Chassadim (Luz da Misericórdia). Na linguagem cabalista, Ohr Yashar se veste de Ohr Chôzer, e Ohr Chochmá se veste em Ohr Chassadim.
O Kli pode receber apenas uma pequena porção da Luz que vem do Criador, visto que a Massach não tem o poder de receber toda a Luz. Assim, uma parte (dos desejos) nele é preenchida e uma parte permanece vazia. A parte que permanece vazia é chamada de Sóf (final, conclusão). Vemos, pois, que a criatura é composta de três partes: Rosh, Toch e Sóf. Juntas, elas são chamadas de Partzuf (face, semblante). O Guf do Partzuf (todos os seus desejos) se divide em Toch, a parte receptora e Sóf, que permanece vazia.
- O limite no Guf do Partzuf, onde a recepção da Luz termina, é chamado de Tabúr (umbigo).
- A parte da Luz recebida dentro do Partzuf é chamada de Ohr Pnimi (luz interna).
- A parte da Luz que permanece fora do Kli é chamada de Ohr Makif
(Luz Circundante).
- Através da Massach, a Ohr Yashar se divide em Ohr Pnimi e Ohr Makif.
Malchut compreende cinco Bechinot (discernimentos). A Massach decide quanto a receber em cada Bechiná. Cada Bechiná se divide numa parte que recebe e numa parte que não recebe. Logo, há cinco Bechinot no Toch e cinco Bechinot no Sóf.
Resumo: Quando a Luz corrige o Kli, ela dá o desejo do Criador ao Kli. Isso, na verdade, é o que nos falta: a Luz (a Luz Circundante, que evocamos durante o estudo, se quisermos alcançar o propósito da Criação) vir e nos corrigir, de modo que possamos querer que nossas ações sejam semelhantes àquelas do Criador (doação). Esta é a singularidade do estudo da Cabalá, e esta é também a sua importância. O estudo evoca a Luz Circundante, que corrige a pessoa.
EXPANSÃO E PARTIDA DAS LUZES
Depois que Malchut tinha decidido receber uma parte da Ohr Yashar, e a recebeu no Toch, ele parou de receber. Malchut sempre calcula, no Rosh do Partzuf, qual é a Luz máxima que ele pode receber a fim de doar. Dependendo da força da Massach, Malchut recebe apenas uma pequena parte do todo da Ohr Yashar, desde que receber a fim de beneficiar o Criador é contra a sua natureza.
A parte da Ohr Yashar que permanece fora do Kli é chamada de Ohr Makif. Ela continua a pressionar a Massach, o que limita sua expansão no Partzuf e deseja romper a Massach e preencher todo o Kli, inclusive o Sóf do Partzuf, como antes da Tzimtzum.
O Partzuf entende que se ele houvesse recebido apenas uma parte, ou seja, preenchido a si mesmo apenas ao Tabúr, e permanecido nesse estado, o Pensamento da Criação não seria realizado. Para realizar o Pensamento da Criação, toda a Luz que preencheu Malchut antes da Tzimtzum deve ser recebida com o objetivo de doar. Mas se o Partzuf devesse receber mais, abaixo de Tabúr, seria recepção a fim de receber, visto que ele não tem uma Massach para receber a fim de doar sobre aqueles Kelim.
Por esta razão, o Partzuf decide deixar a recepção da Luz completamente e retornar ao seu estado anterior à recepção. Essa decisão é tomada no Rosh do Partzuf, como acontece com todas as decisões. Após a decisão, a Massach que desceu do Pê ao Tabúr e ficou ali, começa a subir a partir de Tabúr para Pê. A ascensão da Massach faz com que as Luzes se afastem do Partzuf através do Pê até Rosh.
A decisão de parar de receber a Luz foi tomada porque a Massach que estava no Tabúr foi pressionada pela Ohr Makif que queria ser recebida no Partzuf, bem como pela Ohr Pnimi. Essas duas Luzes desejam cancelar a Massach, que é como um limite na expansão da Luz. A pressão sobre a Massach é chamada de “Bitush (espancamento) de Ohr Pnimi sobre Ohr Makif”.
Essas duas Luzes pressionam a Massach no Tabúr, o que limita a recepção da Luz no Partzuf. Elas querem que a Massach desça a partir do Tabúr até Siúm (final) do Partzuf, e que, portanto, o total da Ohr Makif seria capaz de entrar.
Este estado é semelhante a uma pessoa que recebeu uma parte do que o seu anfitrião lhe servira. Ela sente grande prazer no que tenha recebido, e isso a enfraquece, porque ela sente quão grandes prazeres existem no que ela não recebeu.
Como resultado, a Massach retorna de Tabúr para Pê, e o Partzuf é esvaziado da Luz. Assim como a Luz entrou no Partzuf através de Pê, ela deixa o Partzuf através de Pê. A expansão da Luz de Cima para baixo, de Pê ao Tabúr, é chamada de Ta’amim (sabores). A partida da Luz no Partzuf de Toch para Rosh é chamada de Nekudot (pontos). Quando a Luz parte do Partzuf, deixa uma impressão de si mesma, chamada de Reshimô (memória/lembrança). Um Reshimô das Luzes de Ta’amim é chamado de Tagin (marcas), e um Reshimô das Luzes de Nekudot é chamado de Otiyot (letras).
A expansão da Luz e sua partida torna o Kli adequado para sua tarefa, visto que somente após o Kli sentir o prazer e o prazer partir, um verdadeiro desejo por este prazer aparece no Kli. Após a partida da Luz, um Reshimô permanece no Kli. Este é um Reshimô do prazer que estava lá, do Nekudot. Uma vez que o Kli for esvaziado de Luz, o Reshimô determina o desejo e o anseio do Kli. Logo, o Reshimô da partida da Luz é chamado de Otiyot, ou Kli.
Antes do Tzimtzum, Bechiná Dálet recebe Luzes de todos os seus quatro Bechinot anteriores. A Luz chega até ele de Atzmuto através de Bechinot Shóresh, Álef, Bet, Guimel e Dálet. Dessa forma, Bechiná Dálet contém cinco Bechinot internos. Cada Bechiná interno de Bechiná Dálet recebe Luz de seu Bechiná correspondente:
- Bechinát Shóresh em Bechiná Dálet recebe Ohr Yechidá (Luz de Yechidá) de Bechinát Shóresh.
- Bechiná Álef em Bechiná Dálet recebe Ohr Chaiá de Bechiná Álef.
- Bechiná Bet em Bechiná Dálet recebe Ohr Neshamá de Bechiná Bet.
- Bechiná Guimel em Bechiná Dálet recebe Ohr Ruach de Bechiná Guimel.
- Bechiná Dálet em Bechiná Dálet recebe Ohr Néfesh de Bechiná Dálet.
Apenas Bechiná Dálet em Bechiná Dálet sente que o desejo de receber prazer é dela. Por isso, apenas esse Bechiná é considerado como uma “criatura”. O resto dos Bechinot em Bechiná Dálet, precedendo Bechiná Dálet em Bechiná Dálet, são desejos que Bechiná Dálet recebeu de Bechinot Shóresh, Álef, Bet, e Guimel que o precederam. Embora os desejos de seu Bechinot precedente sejam desejos de receber, eles vêm do Criador e não de Bechiná Dálet propriamente dito.
Bechiná Dálet consiste de cinco Bechinot; esta é a sua estrutura e é imutável. Esses Bechinot podem se dividir, preencher, se juntar para ações de recepção de Luzes dentro deles, mas a sua estrutura permanece a mesma. Chama-se a ponta da Yud, Yud, Hey, Vav, Hey.
Os mundos e tudo dentro deles, além das pessoas, emergem de Bechinot que precede Bechiná Dálet em Dálet. Eles não têm qualquer desejo independente de receber. Eles são operados pelos desejos que o Criador imprimiu neles, e não são, portanto, definidos na Cabalá como “criaturas”. Somente as almas das pessoas tinham sido feitas de Bechiná Dálet em Dálet, onde a vontade de receber existe nele independentemente. Por consequência, apenas as almas das pessoas são consideradas “criaturas”.
Um verdadeiro desejo de receber para si mesmo aparece apenas em Bechiná Dálet em Bechiná Dálet. Ele é o único que se percebe como receptor. Por isso, ele é o único que decide restringir a recepção da Luz. Contudo, a Luz se afasta do resto dos Bechinot em Bechiná Dálet, também, visto que apenas Dálet em Dálet recebe, enquanto os Bechinot anteriores apenas desenvolvem o seu desejo de receber. Quando ele pára de receber, a Luz desaparece de todos eles, visto que todos os cinco Bechinot são um Kli, a ponta da Yud, Yud, Hey, Vav, Hey.
Depois do Tzimtzum, quando Malchut recebe essas cinco Luzes através da Massach—no interior dos seus cinco Bechinot—elas entram nessas cinco partes de Malchut. A ordem na qual as Luzes entram no Partzuf é da menor Luz para a maior Luz: Néfesh, Ruach, Neshamá, Chaiá, e Yechidá. Assim, essas Luzes são chamadas NARANCHAY.
ENTRADA E PARTIDA DAS LUZES NUM PARTZUF
As cinco partes de Malchut são chamadas de Bechinot Shóresh, Álef, Bet, Guimel e Dálet. Após a Tzimtzum, quando essas partes recebem Luzes através da Massach, elas são chamadas de Sefirot (safiras, iluminações) porque a Luz brilha nelas. Assim, em vez de Bechinot, nós as chamamos de Sefirot.
Kéter = Shóresh Chochmá = Álef Biná = Bet
Zeir Anpin (ZA) = Guimel Malchut = Dálet
Os Reshimot (plural de Reshimô) provenientes das Luzes que partem são chamados de Otiyot (letras). Após a partida das cinco Luzes, Néfesh, Ruach, Neshamá, Chaiá e Yechidá, das cinco Sefirot, Kéter, Chochmá, Biná, Zeir Anpin, e Malchut, cinco Reshimot, ou Otiyot permanecem: a ponta da Yud, Yud, Hey, Vav, Hey.
Posteriormente neste artigo, vamos aprender como os cabalistas usam
símbolos para representar as forças espirituais por escrito. Eles constroem as letras, as palavras e os nomes a partir de pontos e linhas. Essa é a forma como todos os livros sagrados foram escritos. Acontece que a escrita constitui informações sobre as forças e as operações espirituais. Quando os cabalistas leem os livros, eles podem agir de acordo com as instruções contidas neles.
Contudo, quando examinamos os livros sagrados, eles parecem discutir acontecimentos históricos. Mas está escrito na Torá que toda a Torá é constituída de nomes do Criador. Isso significa que todas as palavras na Torá nos conta acerca dos Kelim ou sobre suas ações. Em outras palavras, toda a Torá representa a mesma sabedoria da Cabalá que devemos aprender hoje, escrita numa linguagem diferente.
Existem quatro linguagens na Torá: a linguagem da Torá, a linguagem das lendas, a linguagem do Talmude e a linguagem da Cabalá. Todas elas foram inventadas pelos cabalistas que alcançaram a espiritualidade, para nos dizer como podemos alcançar o propósito da Criação.
VISÃO GERAL
O Criador deseja beneficiar Suas criaturas. As criaturas são destinadas a receber o benefício do Criador para si mesmas. Para esta finalidade, o Criador criou uma criatura independente, completamente separada dEle. A criatura não sente o Criador, porque a Luz é mais Elevada do que o Kli, e quando ela preenche o Kli, ela o controla e determina o que o Kli vai querer.
Por isso, a criatura deve nascer em ocultação da Luz, de modo a ser independente, sem a sensação de espiritualidade e da existência do Criador. Ela nasce no degrau mais distante do Criador, num degrau chamado de “este mundo”. No entanto, quando a criatura é independente da influência da Luz Superior (o Criador), ela também não tem o poder de compreender o seu estado, a sua realidade, o propósito da sua vida. Daqui decorre que o Criador deve preparar o ambiente certo para a criatura se desenvolver e crescer:
- Ele deve restringir Sua Luz ao mínimo, restrição por restrição. É assim que os degraus foram construídos de Cima para baixo, a partir do degrau de Ein Sóf, o mais próximo do Criador, até ao degrau de “este mundo”, o mais baixo e mais distante do Criador. Esse ato é chamado de “a expansão dos mundos e a Partzufim”.
- Uma vez que o ponto de partida foi preparado para a criatura, ela deve receber a possibilidade de subir a partir desse estado e alcançar o degrau do Criador. Contudo, como isso pode ser feito, se após o Tzimtzum Álef nenhuma Luz alcança o Kli—a criatura —que está no degrau de “este mundo”? Por esta razão, o Criador nos deu neste mundo uma Segulá (poder, remédio): Ohr Makif (Luz Circundante), que brilha até para o Kli restrito.
Rav Yehuda Ashlag escreveu sobre esta Segulá no Item 155 de sua “Introdução ao Estudo das Dez Sefirot”: “Portanto, devemos perguntar, por que então, os cabalistas obrigam cada pessoa a estudar a sabedoria cabalista? Na verdade, existe uma grande coisa nela, digna de ser divulgada: Existe um maravilhoso remédio inestimável para aqueles que se ocupam na sabedoria cabalista. Embora eles não entendam o que estão aprendendo, através do anseio e do grande desejo de entender o que estão aprendendo, eles despertam sobre si as Luzes que cercam suas almas.
“Isso significa que todas as pessoas de Israel têm a garantia de finalmente alcançar todas as realizações maravilhosas que o Criador havia calculado no Pensamento da Criação para deleitar toda a criatura. Alguém que não tenha sido agraciado nesta vida será agraciado na próxima vida, etc., até que a pessoa seja agraciada completando o Pensamento do Criador, que Ele tinha planejado para ela.
“E, enquanto a pessoa não tenha atingido a perfeição, as Luzes que estão destinadas a alcançá-la são consideradas Luzes Circundantes. Isso significa que elas estão prontas para ela, porém estão esperando que ela purifique seus vasos de recepção, momento em que estas Luzes irão vestir os vasos capacitados.
“Por isso, mesmo quando não se tem os vasos, quando se está ocupado nesta sabedoria, mencionando os nomes das Luzes e os vasos relacionados com a alma da pessoa, elas imediatamente brilham sobre ela numa determinada medida. Não obstante, elas brilham para ela sem vestir o interior de sua alma por falta de vasos capazes de recebê-las.
“No entanto, a iluminação que uma pessoa recebe ao longo do tempo durante o trabalho na sabedoria cabalista se baseia numa graça do Alto, inundando a pessoa com abundância de santidade e pureza, que trazem a pessoa para mais perto, até que ela alcance a perfeição.
“No entanto, há uma condição estrita durante o trabalho nesta sabedoria, não materializar as questões com coisas imaginárias e corporais, pois assim seria uma violação, ‘Não farás para ti imagem de escultura, nem qualquer tipo de semelhança’. Nesse caso, a pessoa é bastante prejudicada, em vez de beneficiada”.
Assim, apenas o estudo adequado da sabedoria cabalista pode conduzir o homem ao propósito de sua vida. Isto é o que os cabalistas estão dizendo, e quem sabe sobre a realidade mais do que eles?
Ohr Makif é o poder com o qual qualquer pessoa pode começar a subir a partir deste mundo para o mundo espiritual. Sem a ajuda da iluminação da Ohr Makif, não teríamos possibilidade de transcender o nosso estado, uma vez que o Kli só pode ser corrigido pela Luz, e a Luz Superior não pode chegar a este mundo. Por isso, precisamos da Ohr Makif.
Para ajudar os iniciantes a evitar falhas em seu caminho, adicionamos uma tabela com as perguntas e as respostas, um glossário, as abreviações e vários arquivos de mídia. Não temos a intenção de aprofundar ou expandir a explicação e a quantidade de informações, mas de orientar o aluno no sentido de obter o estímulo para avançar corretamente. Deve ficar claro que o objetivo do estudo é conseguir Dvekút (adesão) com o Criador. Isso deve estar diante dos nossos olhos, pois só assim é que vamos evocar em nós mesmos as Luzes Circundantes, e através do seu impacto, vamos entrar no Mundo Superior.
O glossário se destina à correta compreensão de termos básicos. Mas apenas se soubermos como interpretar as palavras que estivermos lendo corretamente, em seu verdadeiro significado espiritual, diversamente da forma como costumamos interpretá-las em nosso mundo, só nessa medida teremos a permissão para aprender e ler qualquer coisa na Torá. Caso contrário, poderemos perceber os livros da Torá como narrativas históricas.
Quando um cabalista alcança a espiritualidade, esta é indescritível em palavras, já que a espiritualidade contém apenas sensações. É por isso que os livros cabalistas são escritos na linguagem dos ramos, usando palavras mundanas para descrever conceitos espirituais.
O mundo espiritual é um lugar abstrato, “virtual”, onde só existem forças e emoções, sem roupa corpórea. Devemos constantemente renovar e repetir os conceitos espirituais, pois até alcançarmos conexão emocional com a espiritualidade, estaremos lendo os livros cabalistas, sem qualquer entendimento do que está por trás das palavras.
O erro básico é que há “cabalistas” que ensinam que existe alguma ligação entre o corpo humano e o Kli espiritual, como se o Kli espiritual se vestisse de um corpo humano, como se cada órgão corpóreo vestisse um órgão espiritual. Na opinião deles, se a pessoa executa um ato físico ou qualquer movimento físico qualquer que seja, este aparentemente contém um conteúdo espiritual. Eles pensam que ao fazê-lo, a pessoa realmente executa uma ação espiritual.
O erro deles decorre do uso da linguagem dos ramos feito pelos cabalistas, usando palavras mundanas para nomear e definir termos espirituais. Esta é a razão para a proibição estrita na Torá, “Não farás para ti imagem de escultura, nem qualquer tipo de semelhança”. Em outras palavras, é proibido imaginar espiritualidade em formas corporais, não, porque isso poderia causar danos Acima, mas porque a imagem falsa impediria a pessoa de ter a compreensão dos caminhos do Criador e da aproximação da meta.
Assim, o aluno deve repetir constantemente os conceitos chave da Cabalá, como “lugar”, “tempo” “movimento”, “nenhuma ausência”, Guf (corpo), “partes corporais” ou “órgãos”, Zivug (acoplamento), “beijo”, “abraço” até que cada conceito seja percebido corretamente. Isto é o que Baal HaSulam escreve em sua “Introdução ao Estudo das Dez Sefirot”. Aqueles que querem estudar a Cabalá da forma certa são aconselhados a abandonar todos os livros sobre o assunto, com exceção de O Livro do Zohar, os escritos do Ari, os escritos de Baal HaSulam, e os escritos do Rabash.
A interpretação da Torá como uma narrativa histórica contradiz o versículo que diz que toda a Torá é constituída de nomes do Criador, que é a Torá do mundo de Atzilut, e que todas as palavras contidas nela são Nomes Sagrados. É importante lembrar que ela não fala deste mundo e das pessoas que o habitam (ver “Introdução ao Livro do Zohar”, Item 58).
Todos os nomes na Torá são sagrados, até mesmo nomes como Faraó, Balaão, Balaque. Por exemplo, aquele que é chamado para ficar ao lado da Arca da sinagoga durante o serviço, beija o livro da Torá sem primeiro verificar para ver se ele beijou erroneamente o nome de Faraó ou Labão. O Zohar explica que cada nome simboliza um nível espiritual: Faraó corresponde a Malchut, Labão à Luz Superior (brancura), Partzuf do Chochmá Superior, etc.
RESHIMOT
Para executar a operação correta, o Kli deve saber o que quer, como conseguir o que quer, e ter a força para conseguir o que quer.
Além do Criador, existe apenas uma Criação: o desejo de receber prazer. Assim, toda a realidade contém apenas Luz e Kli, prazer e desejo, Hitlabshut (vestimenta) e Aviut (aspereza/desejo de receber).
Em cada ato espiritual, após a partida da Luz do Kli, ou seja, após a transição de um estado onde o Kli é preenchido com Luz para um estado onde o Kli está vazio, ele deixa atrás de si duas “lembranças” do estado anterior. Elas são chamadas de Reshimô de Hitlabshut (lembrança da vestimenta) — um Reshimô da Luz que estava no Kli e partiu, e o Reshimô de Aviut (lembrança do desejo de receber) — um Reshimô do Kli na Massach que permanece para ser usado.
Estes dois Reshimot (plural de Reshimô) são considerados um Reshimô. Se nenhum Reshimô for deixado, o Kli não saberá o que quer ou como conseguir o que quer.
Os Reshimot nos quais os Partzufim Emergem
Mundo/Partzuf | Nome | Reshimô de Hitlabshut | Reshimô de Aviut |
Mundo de Adam Kadmon: | |||
Partzuf Kéter | Galgálta | Dálet | Dálet |
Partzuf Chochmá | AB | Dálet | Guimel |
Partzuf Biná | SAG | Guimel | Bet |
Partzuf ZA | MA | Bet | Álef |
Partzuf Malchut | BON | Álef | Shóresh |
Partzuf Nekudot de SAG: | |||
Partzuf Nekudot de SAG | Bet | Bet | |
Mundo de Nekudim: | |||
Partzuf de Katnut (pequenez/infância) | Bet | Álef | |
Partzuf de Gadlut (grandeza/maioridade) | Dálet | Guimel | |
Mundo de Atzilut: | |||
Partzuf Kéter | Atik | Dálet | Dálet |
Partzuf Chochmá | AA | Dálet | Guimel |
Partzuf Biná | AVI | Guimel | Bet |
Partzuf ZA | ZA | Bet | Álef |
Partzuf Malchut | Nukvá | Álef | Shóresh |
Mundo de Briá: | |||
Partzuf Kéter | Atik | Dálet | Dálet |
Partzuf Chochmá | AA | Dálet | Guimel |
Partzuf Biná | AVI | Guimel | Bet |
Partzuf ZA | ZA | Bet | Álef |
Partzuf Malchut | Nukvá | Álef | Shóresh |
Mundo de Yetzirá: | |||
Partzuf Kéter | Atik | Dálet | Dálet |
Partzuf Chochmá | AA | Dálet | Guimel |
Partzuf Biná | AVI | Guimel | Bet |
Partzuf ZA | ZA | Bet | Álef |
Partzuf Malchut | Nukvá | Álef | Shóresh |
Mundo de Assiá: | |||
Partzuf Kéter | Atik | Dálet | Dálet |
Partzuf Chochmá | AA | Dálet | Guimel |
Partzuf Biná | AVI | Guimel | Bet |
Partzuf ZA | ZA | Bet | Álef |
Partzuf Malchut | Nukvá | Álef | Shóresh |
Reshimot da Aviut do Massach dos Mundos
Mundo de Kéter | Mundo de Adam Kadmon | Aviut Dálet |
Mundo de Chochmá | Mundo de Atzilut | Aviut Guimel |
Mundo de Biná | Mundo de Briá | Aviut Bet |
Mundo de ZA | Mundo de Yetzirá | Aviut Álef |
Mundo de Malchut | Mundo de Assiá | Aviut Shóresh |
Quando toda a realidade se expandir até que nenhuma Reshimô seja deixada na Massach, este será o fim do mundo de Assiá. Malchut do mundo de Atzilut gera mais outro Partzuf, chamado Adam HaRishon, que quebra em pedaços que caem abaixo do mundo de Assiá, à um lugar chamado “Olam HaZê” (Este Mundo).
A menor Reshimô no menor Kli quebrado é chamada “o ponto no coração”. Isto é o que a pessoa sente como um desejo pela espiritualidade quando é despertada do Alto. Estas Reshimot se vestem em certas pessoas em nosso mundo e não lhes dão descanso, até que elas os corrijam com uma Massach e lhes preencham com Luz.
Se uma pessoa sente este Reshimô, ela é digna de atingir a espiritualidade, de experimentar o Mundo Superior e conhecer toda a realidade. A orientação para atingir isto é encontrada nos livros de Cabalá. Cada geração possui seus próprios livros de Cabalá, escritos para sua geração, para o tipo particular de almas que desceram nela.
Os livros que guiam nossa geração para a espiritualidade são os livros do Rabi Yehuda Ashlag (Baal HaSulam), e Rabi Baruch Ashlag (o Rabash). Além de estudar estes livros, existem mais duas condições necessárias para o próprio aprendizado: estudar em um grupo, cuja meta é atingir o propósito da Criação, que é liderado por um professor Cabalista (Rabi).
Na cascata da realidade de Cima para baixo, uma escada de degraus foi formada, em que uma pessoa sobe de volta. A pessoa que atinge um certo degrau descobre nele Reshimot de um nível Elevado, e pode assim continuar a subir. Reshimot de degraus Elevados também aparecem nas pessoas em nosso mundo. Estes são Reshimot do degrau espiritual mais próximo daquela pessoa. Ao trabalhar com estes Reshimot, a pessoa sai do nosso mundo e entra no mundo spiritual.
O NASCIMENTO DOS PARTZUFIM
Bechiná Dálet é chamada Malchut, pois ela hospeda o maior desejo de receber. Quando preenchida com Luz, ela é chamada Ein Sóf (sem fim), pois ela recebe a Luz sem colocar um fim a ela. Malchut é a única criatura. Suas partes são chamadas Olamot (mundos), pois eles MA’alimim (ocultam) a Luz do Criador das criaturas. A ocultação em cada mundo corresponde à medida pela qual as criaturas podem receber a Luz usando a Massach.
Quando Bechiná Dálet recebeu a Luz de Ein Sóf, ela sentiu que a Luz estava vindo do Doador. A sensação do Doador evocou tal vergonha e agonia nela que ela decidiu nunca ser uma receptora.
Uma decisão no Superior se torna uma lei obrigatória para todos os seus estados subsequentes. Assim, mesmo se uma parte de Malchut não quiser receber por si mesma, ela não será capaz de receber, pois Malchut controla todas as suas partes. Cada nova decisão vem da fraqueza do grau, assim, cada decisão afeta apenas os graus inferiores.
Seguindo o Tzimtzum Álef, Reshimô da Luz e do Kli permaneceram em Malchut. A Luz retornou à Malchut e quis preenche-la, pois a intenção do Criador de deleitar a criatura é constante. É apenas este Pensamento do Criador que opera em cada ato na Criação, mesmo quando nos parece que a realidade não está ao nosso favor.
Malchut, que fica no Pê de Rosh do Partzuf, sente a meta do Criador de beneficia-la, como no exemplo do convidado e o anfitrião. Malchut sente que se ela não receber do Criador, ela não estará Lhe dando nada. Assim, ela decide receber, para que o Criador desfrute de sua recepção.
Com a ajuda dos Reshimot de Hitlabshut e de Aviut do preenchimento anterior, Malchut pode calcular precisamente quanto ela pode receber, não de acordo com seu desejo de desfrutar, mas em prol de deleitar o Criador.
O Reshimô de Hitlabshut é um Reshimô da Luz que estava em Malchut. A Massach, em que Malchut recebeu esta Luz, foi purificada. Não havia poder na Massach que novamente receba a mesma Luz da qual o Reshimô de Hitlabshut permaneceu. Assim, o Rosh de Hitlabshut do próximo Partzuf nasceu no Reshimô de Hitlabshut. Depois, a Massach fez um Zivug no Reshimô de Aviut, gerando o segundo Rosh, chamado Rosh de Aviut, do qual o Guf expandiu. Este é o revestimento da Luz em Malchut.
A parte em que Malchut decide quanto da Luz Superior ela pode receber em prol de doar é chamada Rosh. Seguindo a decisão em Rosh, Malchut recebe a quantidade de Luz que ela tinha decidido, dentro do Partzuf. Esta Luz é chamada Ta’amim (sabores).
Quando a Luz de Ta’amim completa sua entrada no Guf, a Massach que a estendeu para de expandir a Luz dentro do Partzuf. A Massach não permite que a Luz continue entrando, pois a decisão de Malchut na quantidade máxima que ela pode receber não em prol de deleitar a si mesma. Se ela receber mais, será em prol de receber prazer para si mesma.
Assim, em um lugar onde a Massach para e não recebe mais, Malchut sente novamente o impulso da Luz Superior para recebe-la. Este lugar é chamado Tabúr (umbigo). Se Malchut receber mais Luz, será para seu próprio prazer. Assim, ela não tem escolha se não parar de receber toda a Luz.
Todas as decisões são feitas apenas no Rosh do Partzuf, e são então executadas no Guf. Aqui, também, seguindo a decisão no Rosh de parar de receber, a Massach se eleva do Tabúr até Pê e deporta as Luzes do Guf do Partzuf.
A Massach vem ao Pê com um Reshimô da Luz que preencheu o Partzuf, e um Reshimô de Aviut que permaneceu na Massach. No encontro da Massach com a Luz Superior no Rosh do Partzuf, o desejo de receber a Luz em prol de doar é despertado novamente na Massach, que desperta Reshimot nela. A Massach faz um Zivug de Haka’á com a Luz Superior e gera o próximo Partzuf.
Existem duas Massachim (plural de Massach) em cada Partzuf: uma Massach que rejeita a Luz e uma Massach que recebe a Luz. A Massach que rejeita a Luz sempre fica no Pê do Partzuf, repelindo toda a Luz que quer penetrar o Partzuf, e assim cumpre a condição do Tzimtzum Álef.
Quando a primeira Massach repele toda a Luz e é certo que ela não receberá por si mesma, mas apenas com a intenção de doar ao Criador, ela ativa a segunda Massach, que pesa o quanto da Luz Superior que vem a ela pode ser recebida com a intenção de doar.
Seguindo a decisão, a Massach começa a receber Luz. Ela descende do Pê abaixo, e seguindo isto, a Luz entra no Partzuf. Quando a medida da Luz dentro do Partzuf atinge a medida que a Massach de Rosh tinha decidido, a Massach que descendeu ao Guf para. Isto é assim porque a Massach do Guf sempre segue as ordens e decisões feitas pela Massach do Rosh. Assim, o próximo Partzuf nasce do antigo.
O cálculo é feito na Massach em Rosh. Mas devido a sua Aviut ser menor que no Partzuf anterior, a Massach desce até o Chazê do Partzuf, e não fica no Pê. Isto é porque o Chazê é o nível de Aviut Guimel do Guf, oposto ao Pê, que é Dálet.
Assim, uma vez que a Massach se eleva de Tabúr até Pê, onde ela recebe um desejo de fazer um novo Zivug, ela desce até o Chazê e calcula quanto receber. Este cálculo gera o segundo Rosh do Partzuf. Seguindo a decisão, a Massach desce de Pê abaixo ao lugar que ela escolheu como o lugar através do qual ela receberia Luz. Este lugar se tornará o Tabúr do próximo Partzuf.
Abaixo do Tabúr e através do Siúm Raglin do próximo Partzuf, permaneceram Kelim vazios que a Massach não preencheu devido à ausência do poder de resistência. O segundo Partzuf, e o restante dos Partzufim do mundo de Adam Kadmon, não podem descer abaixo do Tabúr do primeiro Partzuf, devido à ausência do poder em sua Massach.
Após o segundo Partzuf, AB de AK, ter emergido e recebido o que decidiu no Rosh, na Massach que também desceu em seu Tabúr, houve um Bitush do Ohr Pnimi e Ohr Makif. Aqui, também, a Massach entende que ela não pode permanecer no Tabúr porque ela não tem a força de receber mais, e se permanecesse neste estado, ela não atingiria o propósito da Criação.
Assim, a Massach do segundo Partzuf também decide purificar, e se eleva ao Pê. Aqui, também, um Reshimô permanence na Massach. Quando ela atinge o Pê e é integrada na Massach do Pê, ela redesperta para receber a Luz. O ultimo Reshimô de Aviut, da Bechiná Guimel, desaparece da Massach, e Reshimô de Bechiná Bet aparece. Assim, a Massach desce ao Chazê, onde ela faz um Zivug de Haka’á para gerar um novo Partzuf, chamado Partzuf SAG de AK.
Aqui, também, uma vez que o Partzuf SAG emerge, sua Massach de Guf é purificada pelo Bitush do Ohr Pnimi e Ohr Makif nela. A Massach se eleva ao Pê, desce ao Chazê, e gera o próximo Partzuf no nível de Aviut Álef, chamado “MA Superior”.
Quando o Partzuf MA Superior para a expansão da Luz dentro dele, ele sente o Bitush das Luzes Interna e Circundante dentro dele, e decide se purificar. Ele retorna ao Pê com Aviut Shóresh, pois a Massach não tem mais a força de Kashiut (dureza) para receber a Luz. Ela não pode gerar um Partzuf, mas apenas um Rosh, e assim acaba o processo de nascimento de Partzufim.
A REALIDADE GERAL
Seguindo o Tzimtzum, Malchut decide receber em prol de doar ao Criador. Esta intenção é chamada Massach (tela). A seguir, uma sequência de Partzufim emergem na Massach em Malchut:
- Um Partzuf chamado Galgálta emerge na Massach com a força para receber Luz em Aviut Dálet.
- Um Partzuf chamado AB emerge na Massach com a força para receber Luz em Aviut Guimel.
- Um Partzuf chamado SAG emerge na Massach com a força para receber Luz em Aviut Bet.
- Um Partzuf chamado MA emerge na Massach com a força para receber Luz em Aviut Álef.
- Um Partzuf chamado BON emerge na Massach com a força para receber Luz em Aviut Shóresh.
Os nomes dos Partzufim são determinados pela quantidade e qualidade das Luzes que os preenchem. Malchut emergiu como Bechiná Dálet, ou seja o quinto na evolução da Luz de Atzmuto. Assim, ela recebe das Bechinot anteriores e as contém. Por esta razão, dentro de Malchut de Ein Sóf estão cinco Bechinot do desejo, do menor desejo em Bechiná Shóresh até o maior desejo em Bechiná Dálet, e ela recebe Luz em seu interior sem barreiras.
Após o Tzimtzum, Malchut decide receber Luz apenas em prol de doar ao Criador. Recepção desta forma é contrária ao seu desejo natural; assim, ela não pode receber sem barreiras. Ela não pode receber toda a Luz de uma vez, como antes. Assim, ela decide receber toda esta Luz em pequenas porções. No fim, ela estará completamente preenchida e atingirá o propósito da Criação.
Cada pequena parte de Malchut é como todo Malchut, contendo cinco partes do desejo de receber. Isto é porque lá não pode haver um desejo se não houverem quatro níveis de expansão das Luzes que o precedem.
Por esta razão, cada Kli tem uma estrutura fixa, de acordo com as cinco partes de Aviut: Shóresh, Álef, Bet, Guimel e Dálet, chamadas Sefirot Kéter, Chochmá, Biná, ZA e Malchut, chamadas Otiyot Ponta da Yud, Yud, Hey, Vav e Hey.
Toda Malchut é dividida em cinco partes principais, chamados cinco mundos: AK (Adam Kadmon), Atzilut, Briá, Yetzirá e Assiá. Cada mundo é dividido em cinco Partzufim: Atik, AA (Arich Anpin), AVI (Aba ve Ima), ZA (Zeir Anpin) e Nukvá (Malchut). Cada Partzuf contém cinco Sefirot: Kéter, Chochmá, Biná, ZA e Malchut.
Os cinco mundos contêm 5×5=25 Partzufim. Cada Partzuf contém cinco Sefirot. Assim, em todos os mundos existem 25×5=125 Sefirot ou níveis que a alma precisa experimentar, deste mundo ao mundo de Ein Sóf, para atingir Dvekút com o Criador.
Cada nível, Sefirá (singular para Sefirot), Partzuf, Mundo—uma parte de Malchut de Ein Sóf, a menor fração da realidade—é compost de cinco partes do desejo de receber, uma Massach acima dele, e Luz, que ele recebe através da Massach. Assim, a diferença entre todas as partes da Criação é apenas na medida do desejo de receber e a Massach em seu topo. A medida da Massach determina o tipo e nível de implementação do desejo.
Nosso corpo contém as mesmas partes. A diferença entre as partes está em seu preenchimento (mais forte, mais inteligente ou mais habilidoso). Assim, as mesmas partes existem em todos os Partzufim espirituais: a ponta da Yud, Yud, Hey, Vav, Hey.
Estas letras são chamadas “o nome do Criador”, pois Ele criou a criatura neste pardão. A criatura sente seu Criador pela forma que é preenchida com Luz—o Criador—e ascreve nomes ao Criador em conformidade.
O nome de cada Kli segue a medida em que o Kli sente o Criador. Assim, cada nível tem seu próprio nome, deste mundo ao mundo de Ein Sóf. As almas se elevam para atingir o propósito da Criação, começando neste mundo, que é o nível mais baixo. Quando uma alma ascende a um certo nível, isto significa que ela recebe a Luz naquele nível. Em outras palavras, ela preenche seu HaVaYaH com um certo preenchimento de Luz de HaVaYaH, que, juntamente com o preenchimento, cria o nome do nível.
Está escrito que todos devem ser como Moisés. Isto significa que todos devem atingir o nível chamado “Moisés”. Todos os nomes na Torá são Nomes Sagrados, pois eles são representações da Luz, o Criador. Assim, toda a Torá é chamada “os nomes do Criador”, incluindo tais nomes como Faraó, Balaão, Balaque etc.
O nome do nível é determinado pela Luz que preenche o Partzuf, o HaVaYaH. Por exemplo, se o Kli é preenchido com Ohr Chochmá, e o símbolo desta Luz é a letra Yud, o preenchimento das letras Yud, Hey, Vav, Hey é Yud, Hey (uma Yud na Hey), Viv Hey (uma Yud na Vav), Hey Hey (uma Yud na Hey).
Isto é porque cada letra no alfabeto Hebraico tem seu próprio número:
Álef = 1 Zayin = 7 Mem = 40 Kuf = 100
Bet = 2 Chet = 8 Nun = 50 Reish = 200
Guimel = 3 Tet = 9 Samech = 60 Shin = 300
Dálet = 4 Yud = 10 Ayin = 70 Tav = 400
Hey = 5 Chaf = 20 Pê = 80
Vav = 6 Lamed = 30 Tzadi = 90
Assim, se somarmos as letras no nome HaVaYaH: Yud, Hey, Vav, Hey = Yud (10+6+4) + Hey (5+10) + Viv (6+10+6) + Hey (5+10) = 72, que são as letras AB (Ayin+Bet). É por isto que o Partzuf Chochmá é chamado AB.
Um Partzuf que recebe Luz de Chassadim é chamado SAG:
Yud, Hey, Vav, Hey = 63 = SAG (Samech+Guimel).
É assim que todos os níveis em toda a realidade são nomeados. Assim, para conhecer o nome de cada nível, nós apenas precisamos conhecer os nomes de cada tipo de Luz. Então, quando nós lermos a Torá, nós entenderemos que ações espirituais e que lugares e níveis nos Mundos Superiores estão sendo discutidos.
Então nós não iremos enganosamente pensar que a Torá discute de qualquer coisa abaixo do mundo espiritual. Nós não pensaremos que a Torá fala de nossas vidas corporais, de história ou de como nós nos gerenciamos em nossas vidas materiais. Pelo contrário, nós saberemos que todos os livros da Torá são na verdade instruções nos dizendo como atingir o propósito de nossas vidas enquanto ainda vivendo neste mundo, para que não tenhamos que retornar ciclo após ciclo e repetidamente sofrer esta vida vã, inútil e sem propósito.
Um Partzuf é dez Sefirot: Kéter, Chochmá, Biná, ZA, and Malchut
Um Partzuf em letras é Yud (Chochmá), Hey (Biná), Vav (ZA) e Hey (Malchut).
Mas o nível de um Partzuf—Néfesh, Ruach, Neshamá, Chaiá, Yechidá—não é explicado pelo nome HaVaYaH, pois as letras HaVaYaH são dez Sefirot do esqueleto do Kli. Eles clarificam o estado do Kli vazio, sem preenchimento com a Luz Superior. O nível do Kli, o nível espiritual do Kli, é determinado pela medida da Massach. A Massach preenche as dez Sefirot de HaVaYaH com Luzes. A Massach pode preencher o Kli com Luz de Néfesh, Ruach, Neshamá, Chaiá, ou Yechidá. A Luz no Kli determina
o nível do Kli na escada de níveis.
Existem apenas duas Luzes na realidade: Ohr Chochmá (Luz da Sabedoria) e Ohr Chassadim (Luz da Misericórdia). O símbolo para Ohr Chochmá é a letra Yud, e o símbolo para Ohr Chassadim é a letra Hey.
- O registro do nível de Yechidá (Kli Kéter) é simplesmente HaVaYaH, sem preenchimento: Yud, Hey, Vav, Hey = 10+5+6+5 = 26.
- O registro do nível de Chaiá (Kli Chochmá) é HaVaYaH preenchido com
Yud: Yud, Hey, Viv, Hey = (10+6+4) + (5+10) + (6+10+6) + (5+10) = 72.
- O registro do nível de Neshamá (Kli Biná) é HaVaYaH preenchido com Hey, exceto que a letra Vav é preenchida com Álef, e a letra Hey é preenchida com Yud: Yud, Hey, Vav, Hey = (10+6+4) + (5+10) + (6+1+6)
+ (5+10) = 63.
- O registro do nível de Ruach (Kli ZA) é HaVaYaH preenchido com Hey, exceto que a letra Vav de HaVaYaH é preenchida com Álef: Yud, Hey, Vav, Hey = (10+6+4) + (5+1) + (6+1+6) + (5+1) = 45.
- O registro do nível de Néfesh (Kli Malchut) é HaVaYaH preenchido com Hey, exceto que a letra Vav de HaVaYaH, que permanece sem preenchimento: Yud, Hh, Vv, Hh = (10+6+4) + (5+5) + (6+6) + (5+5) = 52.
Esta é a fonte dos nomes, AB, SAG, MA, BON.
NEKUDOT DE SAG
Após Tzimtzum Álef, Malchut decide se preencher em prol de doar usando os Reshimot que permaneceram do mundo de Ein Sóf. Receber em prol de compartilhar é contra a natureza da criatura. Assim, Malchut não pode receber instantaneamente toda a Luz Superior que a preencheu no mundo de Ein Sóf, mas apenas em pequenas porções, chamadas Partzufim. Assim, Malchut recebe cinco porções de Luz: Galgálta, AB, SAG, MA Superior e BON Superior. Isto completa a saída de todos os Reshimot nela, e a cadeia de expansão termina.
O terceiro Partzuf a emergir é Partzuf SAG. Sua natureza é a de Biná, então ele não quer receber nada por si mesmo; ele “Chafetz Chéssed” (Deleita em Misericórdia). Por esta razão, este Partzuf pode descer abaixo do Tabúr de Galgálta e preencher o Sóf (fim) de Galgálta com suas Luzes.
Partzuf SAG emergiu na Reshimot de Hitlabshut Guimel e Aviut Bet. Assim, há iluminação de Chochmá em seus Ta’amim. Por esta razão, os Ta’amim de SAG não podem descer abaixo do Tabúr de Galgálta. Mas quando o Partzuf SAG começa a purificar, o Ohr Chochmá imediatamente desaparece, e conforme a Massach purifica do Tabúr até o Pê, Partzuf Nekudot de SAG emerge, e este Partzuf contém apenas Ohr Chassadim. Assim, este Partzuf pode descer abaixo do Tabúr de Galgálta e preencher o Sóf (fim) de Galgálta com Ohr Chassadim.
Toda a realidade emerge da Bechinat Shóresh, o desejo do Criador de beneficiar Suas criaturas. De acordo com este desejo, a Luz expande como uma sequência de causa e efeito para executar o Pensamento da Criação dentro do Kli, para que ele a receba.
Em Bechiná Álef, que é o todo da Luz e o Kli, há toda a intenção do Criador de criar um Kli e preenche-lo com Luz. Tudo que emerge após Bechiná Álef emerge disto. Assim o pensamento do Criador aparece na realidade. O Criador imprimiu a possibilidade de trazer a Criação à sua meta de elevar o nível do Criador dentro da natureza dos Kelim e das Luzes, desde o início.
Após o Tzimtzum Álef, Malchut de Ein Sóf decidiu receber através da Massach e gerou cinco Partzufim: Galgálta, AB, SAG, MA Superior e BON Superior. Isto completa a extração de todos os Reshimot, esgotando a força da Massach, embora apenas a parte de Malchut seja preenchida.
Se Nekudot de SAG não tivesse descido para preencher o Sóf de Galgálta, Malchut de Ein Sóf nunca teria sido preenchido. Isto é porque Malchut é apenas um desejo de receber, sem qualquer mistura de desejos de doar. E aqui, quando Nekudot de SAG—que são Biná—desce até o Sóf de Galgálta—que é Malchut—ele cria uma mistura de Malchut com Biná. Assim, Malchut recebe a oportunidade de adquirir o desejo (Kli) para doação, para se corrigir e ser preenchida com Luz.
Seguindo o Tzimtzum Álef, Malchut de Ein Sóf decide receber apenas por meio de uma Massach, ou seja, de acordo com sua capacidade de receber em prol de doar. Ela faz um Zivug nos Reshimot de Hitlabshut Dálet e Aviut Dálet, que permaneceu nela após o Tzimtzum, e recebeu uma parte da Luz de Ein Sóf. A parte de Malchut de Ein Sóf que foi preenchida por este Zivug é chamada Galgálta ou Kéter.
Subsequentemente, Malchut recebe ainda outra porção da Luz de Ein Sóf, em prol de doar. A parte de Malchut que foi preenchida por este Zivug na Massach com Reshimot de Hitlabshut Dálet e Aviut Guimel que permaneceram após Galgálta é chamada AB, ou Partzuf Chochmá.
A parte de Malchut de Ein Sóf que foi preenchida pelo Zivug nos Reshimot no próximo estágio—Hitlabshut Guimel e Aviut Bet que premaneceram após o Partzuf AB—é chamada SAG, ou Partzuf Biná. Partzuf SAG é o mesmo Malchut, desejo de receber, exceto que ele não pode receber em prol de doar, através da Massach, como Partzufim Galgálta e AB; ele apenas pode se tornar similar à Bechiná Bet, Biná.
Por natureza, Biná não quer receber Luz; ela deseja apenas doar. Lá não existem limitações no ato de dar; assim, Partzuf SAG pode preencher com sua Ohr Chassadim, toda a parte de Malchut que permaneceu vazia.
Biná compreende três partes:
- Expansão de Ohr Chochmá.
- A decisão de Biná que ela não quer Ohr Chochmá, mas deseja apenas doar. É por isto que Ohr Chassadim se propaga nesta parte.
- Biná recebe alguma Ohr Chochmá, mas não para si mesma, para passa-la para o Partzuf ZA.
A primeira parte em Biná ainda é Chochmá. Apenas da segunda parte em Biná o desejo de doar começa a se manifestar. Assim, ela pode preencher a parte de Malchut de Ein Sóf, a parte onde há um desejo de doar com Ohr Chassadim, abaixo do Tabúr geral, que não foi preenchido.
Partzuf SAG começa a receber Luz em seu Toch através de um Zivug em Hitlabshut Guimel e Aviut Bet. A presença do Reshimô de Guimel de Hitlabshut induz a expansão do Ohr Chochmá em seus Ta’amim. Por este motivo, esta parte de Malchut não pode descer abaixo do Tabúr de Galgálta.
Mas uma vez que a Massach de SAG começa a purificar e se eleva do Tabúr até Pê, uma parte do Partzuf, que é apenas Biná, que pode descer abaixo do Tabúr de Galgálta. A Luz que parte do Partzuf SAG também pode descer abaixo do Tabúr de Galgálta, pois ele é Ohr Chassadim, sem Ohr Chochmá.
Por esta razão, a parte do Partzuf SAG, chamada Nekudot de SAG, que inclui a segunda e terceira partes do Partzuf Biná, desce abaixo do Tabúr de Galgálta e veste sobre o seu Sóf.
TZIMTZUM BET
Nekudot de SAG desce baixo do Tabúr de Galgálta e lá preencheu os Kelim de Sóf de Galgálta vazios com Ohr Chassadim. Eles sentiram que existem Reshimot da Luz que preencheu o Sóf de Galgálta antes de sua Hizdakchut (purificação) nos Kelim vazios de Galgálta.
A Luz que preencheu o Sóf de Galgálta foi Ohr Chassadim com um pouco de Chochmá, e Reshimot permaneceram lá após a Hizdakchut da Massach: Reshimô da Luz de Dálet de Hitlabshut, e Reshimô da Massach em Guimel de Aviut. O Sóf de Galgálta repeliu a Luz de se propagar nele, como Biná, e nisto, ele se tornou similar ao Nekudot de SAG. Assim, Nekudot de SAG se misturaram com o Sóf de Galgálta e preencheram seus Kelim vazios.
Ao misturar Nekudot de SAG com o Sóf de Galgálta, eles receberam Reshimot que permaneceram no Sóf de Galgálta. Os Reshimot de Galgálta eram maiores do que os da Massach de Nekudot de SAG e, consequentemente, Nekudot de SAG começaram a querer receber o prazer que havia em Galgálta para si mesmos.
A regra é que se o prazer sendo sentido no desejo de receber é maior que a força da Massach, o Kli quer ele para si mesmo, pois o mais forte—Massach ou desejo— determina.
Todos os mundos e Partzufim são partes de Malchut de Ein Sóf. Esta Malchut fez um Tzimtzum e decidiu nunca receber para si mesma. Assim, agora que o desejo de receber para si mesmo apareceu no Partzuf Nekudot de SAG, Malchut que fez o Tzimtzum Álef se elevou e ficou no Siúm de Galgálta, até o lugar onde Partzuf Nekudot de SAG fica. Este é o lugar do qual Nekudot de SAG começou a querer a Luz para si mesmos.
Cada Partzuf contém dez Sefirot: Kéter, Chochmá, Biná, Chéssed, Gvurá, Tiféret, Netzach, Hod, Yessód, Malchut. Nekudot de SAG é Partzuf Biná, e Biná se divide em duas partes:
- As partes Superiores de Biná são as Sefirot Kéter, Chochmá, Biná, Chéssed, Gvurá, Tiféret. Estas Sefirot querem apenas doar, e não receber nada.
- As partes inferiors de Biná são as Sefirot Netzach, Hod, Yessód, Malchut.
Estas Sefirot não pertencem à Biná. Seu papel em Biná é receber Ohr Chochmá de Chochmá, e passa-la ao inferior. Isto significa que as Sefirot Netzach, Hod, Yessód, and Malchut em Biná têm desejo de receber Luz. Eles têm uma Massach para receber a Luz não para si mesmos, mas apenas para passa-la ao inferior. Mas se a Massach é perdida, as Sefirot—estes desejos—imediatamente querem receber para si mesmos, sem dar aos outros.
Examplo: Certa pessoa estava acostumada a receber uma soma regular de dinheiro e passa-la as pessoas que estavam na miséria. De repente, ela recebe uma soma muito maior do que o comum, e sente que ela não pode passar o dinheiro; ela quer para si mesma. Ela não pode resistir um prazer tão grande.
Enquanto o prazer no dinheiro era menor que sua Massach, ela resistia os prazeres porque o prazer de dar o dinheiro era maior que o prazer de deleitar a si mesma (roubar). Mas quando o prazer da recepção se tornou maior que o prazer de doar, ela imediatamente desejou receber para si mesma.
É assim que o desejo de receber opera em cada pessoa e em cada criatura porque nossa própria substância é o desejo de receber. Se realizarmos atos de doação, é apenas porque eles nos trarão mais benefício do que atos de recepção.
Isto é também o que aconteceu no Partzuf Nekudot de SAG: Quando a parte do Partzuf que recebeu em prol de entregar aos inferiores foi exposta a um prazer maior do que o poder da Massach, a Massach foi imediatamente cancelada e o Partzuf desejou receber para si mesmo.
O desejo de receber para si mesmo evocou no Partzuf Nekudot de SAG da Sefirá Tiféret abaixo. Isto é assim porque as Sefirot Kéter, Chochmá, Biná são Sefirot de Rosh, que não querem receber, e Chéssed, Gvurá, Tiféret são como as Sefirot Kéter, Chochmá, Biná, exceto que elas estão no Guf do Partzuf. Chéssed é como Kéter, Gvurá é como Chochmá, e Tiféret é como Biná. Assim, a Sefirá Tiféret é Biná do Guf do Partzuf.
Cada Sefirá dispõe de dez Sefirot internas. Assim, a Sefirá Tiféret é dividia em suas dez Sefirot internas em duas partes, como Biná: 1) Kelim que “não recebem”— Sefirot Kéter, Chochmá, Biná, Chéssed, Gvurá, Tiféret; 2) Kelim que “recebem em prol de doar,” que são a parte inferior de Biná, Sefirot Netzach, Hod, Yessód, Malchut.
Partzuf Nekudot de SAG se divide em vasos de doação e vasos de recepção. A linha separatória entre eles está na Sefirá interna de Tiféret, da Sefirá Tiféret. Este lugar é chamado “o Chazê do Partzuf Nekudot de SAG”.
Agora, uma parte dos Kelim de Nekudot de SAG receberam um desejo que era maior que sua Massach; assim, Malchut de Tzimtzum Álef, que mantinha Tzimtzum Álef, se elevou especificamente a este lugar. Ela ficou lá e não permitiu que a Luz permeasse abaixo dela. A fronteira na expansão da Luz que foi feita aqui é chamada Parsá.
A ascensão de Malchut ao lugar do Chazê de Nekudot de SAG, ao limite da expansão da Luz abaixo, é chamada Tzimtzum Bet (segunda restrição). Tzimtzum Álef (primeira restrição) é a proibição de receber Ohr Chochmá em prol de receber, e Tzimtzum Bet é a proibição em qualquer recepção de Ohr Chochmá, pois lá não há força para receber Ohr Chochmá em prol de doar ao Partzuf Nekudot de SAG abaixo. É por isto que qualquer negociação com isto é proibida.
“Um desejo no Superior se torna uma lei obrigatória no inferior”. Assim, em todos os Partzufim que emergem após Tzimtzum Bet, a Parsá neles não permite que a Luz Superior—Ohr Chochmá—passe por isto e desça aos vasos de recepção. Por esta razão, o lugar abaixo do Tabúr de Galgálta foi dividido em quarto partes:
- O lugar do mundo de Atzilut, onde Ohr Chochmá pode brilhar.
- O lugar do mundo de Bina, abaixo da Parsá, onde Ohr Chochmá não pode aparecer, mas apenas Ohr Chassadim.
- O lugar do mundo de Yetzirá, abaixo do lugar do mundo de Briá.
- O lugar do mundo de Assiá, abaixo do lugar do mundo de Yetzirá.
O Siúm (fim) do mundo de Assiá é também o fim de Kedushá (santidade). Abaixo da Kedushá existem (1) a barreira—a fronteira entre a espiritualidade e a corporeidade, separando o mundo de Assiá do ponto do mundo; (2) o lugar deste mundo e (3) nosso mundo.
O MUNDO DE NEKUDIM
Todo o processo da descida de Nekudot de SAG abaixo do Tabúr de Galgálta, sua mistura com o Sóf de Galgálta, e Tzimtzum Bet ocorreram durante a asncesão da Massach de SAG do Tabúr ao Pê. Assim, quando a Massach atingiu Pê de SAG, os Reshimot de tudo que tinha acontecido de Nekudot de SAG acima e do Tabúr de Galgálta abaixo já estavam nele.
Seguindo a Hizdakchut (purificação) do Partzuf Galgálta, lá permaneceu um Reshimô de Hitlabshut Dálet da Luz que estava em Galgálta e um Reshimô de Aviut Guimel da Massach que permaneceu. Seguindo a Hizdakchut do Partzuf AB, Reshimot de Hitlabshut Guimel e Aviut Bet permaneceram na Massach. Assim, nós vemos que após a Hizdakchut do Partzuf, um par de Reshimot permaneceram nele: Reshimô de Hitlabshut e Reshimô de Aviut.
Mas seguindo a Hizdakchut do Partzuf SAG, três pares de Reshimot permaneceram na Massach que atingiram do Tabúr ao Pê, no qual a Massach fez três Zivúgim, por ordem de importância:
- Um Zivug na Reshimot Bet de Hitlabshut e Álef de Aviut dos Ta’amim de SAG. Eles criaram um Partzuf no nível de ZA, acima do Tabúr, chamado “MA Superior”.
- Um Zivug na Reshimot Bet de Hitlabshut e Álef de Aviut dos Nekudot de SAG que tinham se propagado abaixo do Tabúr de Galgálta. Estas Reshimot são subsequentes ao Tzimtzum Bet que foi feito em Nekudot de SAG, abaixo do Tabúr.
Tudo que estava no Partzuf move até os Reshimot. Assim, a proibição em usar os vasos de recepção do Tzimtzum Bet é registrada nos Reshimot de Nekudot de SAG. Para manter esta condição de acordo com a demanda dos Reshimot, a Massach de Rosh de SAG se eleva do Pê até Nikvey Eynaim, onde ela faz um Zivug de Haka’á com a Luz Superior em Reshimot Bet de Hitlabshut e Álef de Aviut.
O lugar no Rosh onde a Massach faz um Zivug de Haka’á com a Luz Superior determina a singularidade da expansão das Luzes no Guf do Partzuf.
- Um Zivug em Reshimot Dálet de Aviut e Guimel de Hitlabshut. Isto será discutido depois no artigo.
A Massach se elevou ao Nikvey Eynaim (NE) devido à proibição na recepção da Luz nos vasos de recepção. A Luz só pode se expandir através do Chazê em cada Partzuf, pois os vasos de doação estão presentes apenas através do Chazê, e do Chazê abaixo começam os vasos de recepção no Partzuf.
A Massach que faz um Zivug nos Reshimot restritos gera um Partzuf. A Luz se propaga neste Partzuf e preenche apenas os vasos de doação. Ele não preenche os Kelim para recepção da Luz, eles permanecem vazios. O Partzuf pode usar apenas uma parte de seus Kelim, é por isto que ele é considerado “pequeno”.
Pergunta: Por que a Massach se elevou do Pê ao Nikvey Eynaim e fez um Zivug
lá, de acordo com a demanda dos Reshimot?
Resposta: Isto é assim porque os Reshimot requerem um Zivug apenas nos vasos de doação. Por esta razão, a Massach deve se elevar à metade de Biná de Rosh de SAG, onde os vasos de doação do Rosh terminam, e fazer um Zivug nos Reshimot Bet de Hitlabshut e Álef de Aviut.
Os Reshimot abaixo Tabúr precisam estender a Luz apenas nos vasos de doação, mas como um Partzuf pode nascer com vasos de doação? Não pode haver um Partzuf que não possua dez Sefirot. Entretanto, pode haver um Partzuf que não esteja usando alguns de seus desejos—Sefirot. Assim, Rosh de SAG deve gerar um Partzuf cujos vasos de recepção sejam inativos. Estes Kelim no Partzuf são a metade inferior de Biná, ZA e Malchut.
A Massach de SAG deve gerar o Partzuf de tal forma que, desde o início, ele não use os vasos de recepção em seu Toch, então estes vasos no Partzuf não serão preenchidos. Para isto acontecer, a Massach deve fazer um Zivug para entregar o Partzuf, apenas com os vasos de doação em Rosh.
Os Kelim de Rosh são como segue:
Kéter = Galgálta Chochmá = Eynaim Biná = Óznayim ZA = Chotem Malchut = Pê
A DIVISÃO DE ROSH DE SAG EM CINCO BECHINOT
Os Kelim, Kéter, Chochmá, e a parte Superior de Biná juntos são chamados Galgálta ve Eynaim (GE), ou “vasos de doação”. A parte Superior de Biná pertence aos vasos de doação poise la é preenchida com Ohr Chochmá, e assim não quer receber nada, mas anseia por Ohr Chassadim. Mas a parte inferior de Biná não quer receber Luz para ZA. Partzuf Nekudot de SAG é o Partzuf Biná. Da parte inferior do Partzuf Biná, ou seja, da Sefirá Tiféret de Nekudot de SAG abaixo, existem vasos de recepção:
- A parte inferior de Biná deseja receber Luz para ZA.
- ZA deseja receber Ohr Chassadim na iluminação do Ohr Chochmá.
- Malchut deseja receber todo Ohr Chochmá.
Por esta razão, esta parte do Partzuf Nekudot de SAG receberam um desejo de receber em prol de receber.
A DIVISÃO DO PARTZUF NEKUDOT DE SAG EM GE E ACHAP
O lugar onde a Massach de Rosh fica determina a forma do Partzuf que nascerá:
- Se a Massach deseja gerar um Partzuf que receberá Luz em todas as suas dez Sefirot, ela precisa fazer um Zivug no Pê. Uma vez que a Massach fica no Pê, a Kashiut (dureza) da Massach determina o nível do Partzuf (tamanho e altura), ou seja, a medida em que a Massach usará seus cinco Kelim.
- Se a Massach deseja gerar um Partzuf que receberá Luz apenas nos vasos de doação, ou seja, na parte inferior do Partzuf, ela deve ficar no Nikvey Eynaim, e não no Pê de Rosh, pois lá está a metade Superior do Rosh. Então os vasos de doação estarão acima da Massach, ou seja, elas estarão fazendo os cálculos da Massach.
Uma vez que a Massach está em Nikvey Eynaim, sua Kashiut determina o tamanho (altura) do Partzuf, ou seja, a porcentagem de seus vasos de doação que o Partzuf vai usar. O Partzuf que nasce sobre estas condições é chamado “Katnut do mundo de Nekudim”.
Uma vez que um Zivug nos Reshimot restringidos de Bet de Hitlabshut e Álef de Aviut é feito em Rosh de SAG, o Partzuf recém-nascido desce ao lugar do qual as Reshimot se elevam. Ele desce abaixo do Tabúr de Galgálta e se propaga lá no Rosh e no Guf. O Rosh de Hitlabshut é chamado Kéter, Rosh de Aviut é chamado Aba ve Ima (AVI), e o Guf é chamado ZON.
Esta estrutura contém Rosh e Guf, e cada parte é dividida em duas partes: GE e ACHAP:
- GE são sempre vasos de doação. Eles sempre podem ser usados porque o Tzimtzum foi apenas na Ohr Chochmá.
- ACHAP são sempre vasos de recepção. Uma vez que o Tzimtzum Bet foi feito no Partzuf Nekudot de SAG, nenhum Partzuf que emerge tem a força para receber Ohr Chochmá nos Kelim de ACHAP em prol de doar.
O terceiro par de Reshimot, que se elevou com a Massach até Rosh de SAG, são Reshimot que se moveram até Nekudot de SAG do Sóf de Galgálta: Dálet de Hitlabshut e Guimel de Aviut. Partzuf Nekudot de SAG foi integrado com estes Reshimot quando eles preencheram o Sóf de Galgálta, e estes Reshimot querem receber Ohr Chochmá.
Depois do Partzuf Katnut do mundo de Nekudim descer ao seu lugar, do Tabúr de Galgálta através da Parsá, Rosh de SAG deu a ele o Reshimô remanescente, Dálet de Hitlabshut e Guimel de Aviut. Pela demanda destes Reshimot, a Massach que estava em Nikvey Eynaim de Rosh AVI desceu ao Pê de AVI, onde ela fez um Zivug nos Reshimot Dálet-Guimel. Como resultado deste Zivug, Ohr Chochmá desceu ao Guf, atingindo a Parsá, e passou através dela.
Rosh de AVI pensou que de acordo com o despertar atual dos Reshimot Dálet- Guimel, os vasos de recepção abaixo da Parsá poderiam receber agora em prol de doar. Assim, AVI fez um Zivug em Gadlut, ou seja, em Reshimot Dálet-Guimel. Por este propósito, eles juntaram os Kelim de GE com o ACHAP em seu Rosh, assim como em seu Guf, que são ZON, e Ohr Chochmá expandiu deles abaixo até ZON.
O NASCIMENTO DE UM PARTZUF DO SUPERIOR, PARTZUF KATNUT DE NEKUDIM E, PARTZUF GADLUT DE NEKUDIM
Os Roshim (plural para Rosh) de Kéter e AVI não tem conhecimento que a Luz de AB- SAG que vem de cima e dão força ao Kli para mudra de Katnut para Gadlut, não podem descer abaixo da Parsá. É por isto que a Parsá não foi cancelada. Quando Ohr Chochmá começou a sentir os Kelim abaixo da Parsá, os Kelim começaram a quebrar, pois eles permaneceram com o desejo de receber em prol de receber.
Quando Rosh de AVI fez um Ziúg nos Reshimot de Dálet de Hitlabshut e Guimel de Aviut, Ohr Chochmá saiu deles e entrou no Guf de Nekudim. A Luz extendeu através de GE, desejando atravessar a Parsá e entrar no ACHAP do Guf. Naquele momento, os Kelim de ACHAP começaram a receber a Ohr Chochmá em prol de receber. Os Kelim de GE, que ficavam acima da Parsá, se juntaram aos Kelim de ACHAP abaixo da Parsá em um único Guf. Por esta razão, os GE—vasos de doação—quebraram juntamente com os ACHAP—vasos de recepção.
O primeiro Partzuf de Gadlut de Nekudim foi feito quando Ohr Chochmá saiu do Pê de AVI e expandiu através do Guf de Nekudim, que inclui GE e ACHAP. E ele quebrou—(a) os Kelim de Guf perderam a Massach e, (b) eles caíram de seu estado anterior, pois eles queriam receber em prol de receber.
Como resultado da quebra, a Massach do primeiro Partzuf de Gadlut, Partzuf AVI, purificou e elevou com Reshimot Guimel-Bet que permaneceram nele, ao Pê de Rosh AVI. Lá, ele fez um Zivug de Haka’á nestes Reshimot e gerou o próximo Partzuf, cujo Rosh é chamado YESHSUT. Quando o Rosh emergiu, ele calculou e produziu um Guf.
Partzuf YESHSUT também quebrou e morreu. Assim, a Massach se purificou e se elevou ao Pê de YESHSUT com os Reshimot Bet-Álef. Um Guf não pode emergir nestes Reshimot, pois não há Aviut suficiente para receber Luz.
Assim, nós vemos que os dois Partzufim que emergiram, AVI e YESHSUT, quebraram. Conforme cada Partzuf se purificou, quatro Partzufim de Nekudot emergiram. Assim, no total, oito Partzufim emergiram, chamados “os oito Melachim (reis)”, pois Malchut, o desejo de receber em prol de receber, os governa.
Cada Partzuf é composto de HaVaYaH, quarto partes. Esta é a estrutura de toda criação. Cada Partzuf contém suas próprias dez Sefirot; assim, o número total de partes é 8x4x10=320. Na Guematria, este número é chamado Shach (Shin + Chaf), pois a letra Shin é igual a 300 e a letra Chaf é igual a 20.
A quebra ocorreu em todas as Sefirot. Todas as Sefirot se misturaram e integraram uma à outra, então cada parte quebrada consiste de 320 partes. Assim, todo o trabalho do Tikun (correção) é classificar cada uma das partes dos Kelim quebrados.
As menos quebradas das 320 partes devem ser tomadas primeiro, e então classificadas as partes de Malchut que causaram a quebra entre suas partes quebradas. No total, as 320 partes quebradas são as nove Sefirot de ZON de Nekudim. Malchut é a décima parte destas dez Sefirot, ou seja, que dentro das 320 partes, 32 partes são de Malchut.
A classificação das partes de Malchut é feita apenas pela Ohr Chochmá. Quando a Ohr Chochmá brilha em todas as 320 partes quebradas, ela só pode brilhar nas novas Sefirot, ou seja em 2888 (320-32) das partes, e não para a décima Sefirá, as 32 partes de Malchut. É assim que a classificação é feita.
Malchut é a única parte má, que nos impede de entrar na espiritualidade. Nossa natureza é nos distanciarmos do mal. É assim que chegamos a odiar o mal. Porque na espiritualidade o separador é o ódio, a pessoa é separada deste mal, o desejo de receber para si mesmo.
- As 288 partes que são adequadas para correção são chamadas Rapach
(Reish = 200 + Pê = 80 + Chet = 8).
- As 32 partes inadequadas para correção são chamadas Lev haÉven (coração de pedra). Lev é escrito com Lámed (3) e Bet (2). Assim Lámed (30) + Bet (2) = 32.
Portanto, após a classificação dos Lámed-Bet (32) Malchuts que não são usados, as Rapach (288) partes quebradas permanecem para serem corrigidas. Estas são as partes quebradas das primeiras nove Sefirot. Destas, as primeiras a serem classificadas são os vasos de doação, GE. Elas compreendem o ZON do mundo de Atzilut.
Como existem dez Sefirot na Hitpashtut (expansão) da Luz no Kli de Cima para baixo, existem também dez Sefirot na espessura do Kli. Estas vêm da Hitkalelut (mistura) das Sefirot através da Ohr Chozêr. As dez Sefirot na espessura do Partzuf são chamadas:
Kéter — Môcha Chochmá — Atzamot Biná — Guidin
ZA — Bassar Malchut — Or
Aqui, também, a lei do Tzimtzum Bet se aplica assim como nas Sefirot de extensão.
O MUNDO DO TIKUN (CORREÇÃO)
Seguindo a quebra do mundo de Nekudim, as Luzes que preencheram Partzuf Gadlut de Nekudim partiram ao Rosh do Partzuf Nekudim. Os Reshimot que permaneceram na Massach se elevaram ao Rosh do Partzuf Nekudim, e então ao Rosh de SAG. Os Nitzotzin, partes do Ohr Chozêr (partes da Massach quebrada), caíram nos Kelim quebrados, que perderam a Massach e retornaram ao desejo de receber em prol de receber. Se considera que eles caíram ao lugar de BYA, abaixo da Parsá.
A diferença entre a Hizdakchut do Partzuf através da Bitush do Ohr Pnimi e Ohr Makif, e a Hizdakchut do Partzuf através da quebra é que após a quebra, os Kelim primeiro devem ser reformados primeiro, e apenas então Zivúgim podem ser feitos neles, para dar à luz novos Partzufim, ou seja, para preenche-los com Luz.
A intenção do Rosh do mundo de Nekudim era receber toda a Luz do propósito da Criação em prol de doar, ao preencher todo Sóf de Galgálta. Assim, ele atingiria o preenchimento completo de Malchut de Ein Sóf. Assim, quando a quebra dos vasos é corrigida, ela corrige todos os vasos de recepção, para eles trabalharem em prol de doar, e o Gmar HaTikun (o fim da correção) é atingido.
Porém, isto não tornará todo o Malchut de Ein Sóf corrigido, mas apenas uma parte dele, sua Bechinot Shóresh, Álef, Bet e Guimel, excluindo Bechiná Dálet. Bechiná Dálet é a única criatura. Bechinot Shóresh, Álef, Bet e Guimel nele vem da Hitkalelut das nove Superiores nela, da influência do Criador nela, enquanto uma “criatura” é um desejo que é completamente separado do Criador e existe por direito próprio.
Apenas Bechiná Dálet em Bechiná Dálet é um desejo de receber em prol de receber que se sente independente. Assim, é apenas ela que restring seu desejo de receber. Após o Tzimtzum, todos os Partzufim e todos os mundos emerge para preencher os desejos Shóresh, Álef, Bet e Guimel em Bechiná Dálet, e não Bechiná Dálet em Dálet.
Mas se o que requer correção é Bechiná Dálet em Dálet, e não Bechinot Shóresh, Álef, Bet e Guimel em Dálet, por que as Luzes são recebidas nesses desejos? Esses desejos não são os desejos da criatura, eles são as qualidades do Criador, as forças do Criador. Usando-os, Ele guia as criaturas—Bechiná Dálet em Bechiná Dálet. Estas forças preenchem os mundos espirituais, exceto pela alma de Adão.
A própria Bechiná Dálet, a alma de Adão, não pode realmente se corrigir em receber em prol de doar. Pelo contrário, a própria correção da criatura está em examinar todas as suas qualidades opostas às qualidades do Criador e, em todos os casos, preferindo ser como o Criador. A criatura não usa sua própria qualidade—o coração de pedra—mas apenas as nove Superiores, as 248 Bechinot que ela classifica e eleva após a quebra, em direção à unidade com o Criador.
Todos os Zivúgim realizados após Tzimtzum Álef são feitos nestes. Os Partzufim, mundos, e tudo dentro dos mundos nascem destes Zivúgim, e se propagam de Cima para baixo. Todos os cinco mundos, com os cinco Partzufim em cada mundo, se tornam uma escada de níveis do Criador—o Dador—à criatura—o receptor. Os degraus da escada são medidas de equivalência de desejos entre a criatura e o Criador.
O cascateamento dos Partzufim e dos mundos de Cima para baixo constroem os níveis, que são como coberturas sobre a Luz de Ein Sóf. Cada Partzuf cobre a Luz e a oculta dos Partzufim abaixo dele, a medida em que ele recebe em prol de doar.
Nós podemos comparar os Partzufim e os mundos com as peles da cebola: envolvendo, rodeando uma à outra, e quanto mais interna a pele, mais Luz é coberta. Assim, o ponto de escuridão está no fim da escada, no meio de todos estes círculos.
Para permitir o desejo da criatura por liberdade de ação, e para a criatura atingir equivalência com o Criador e aderir a Ele por livre escolha, e também, para permitir a criatura a se desenvolver e se elevar de seu estágio ao nível do Criador, a criatura precisa nascer no ponto médio de todos os mundos, o ponto de escuridão. Também, a possibilidade de corrigir seu desejo deve ser preparada para isto, embora devido à fraqueza da criatura, a correção não é instantânea, mas gradual.
Por este propósito, uma escada de níveis foi preparada, com cinco mundos, cinco Partzufim em cada mundo e cinco Sefirot em cada Partzuf. No total, existem 125 níveis do estado inicial da criatura à sua conclusão. Assim, os mundos têm dois papéis:
- Gradualmente ocultar a Luz de Ein Sóf. Isto é feito pelo cascateamento dos mundos de Cima para baixo. É por isto que os níveis de ocultação são chamados Olamot (mundos), da palavra Ha’alama (ocultação).
- Proporcionar correções à criatura (almas) com que elas possam subir os níveis dos mundos de baixo para Cima. Cada nível que adquire é um Partzuf, criado durante o cascateamento de Cima para baixo. Para subir os níveis espirituais, a criatura deve receber ajuda do nível pelo qual ela aspira. Quando a criatura recebe ajuda por aquele nível, ela usa esta força auxiliar para adquirir uma Massach e se eleva àquele estágio. Quando a criatura se eleva àquele nível, ela recebe o nome daquele nível.
Disto, nós aprendemos que todos os mundos e o que os preenche são apenas uma escada preparada pelo Criador para a ascensão do homem. Quando a pessoa ascende estes níveis, todas as almas se elevam com ela, pois todos os mundos e tudo que preenche estes mundos está dentro de nós. Assim, além do indivíduo atingindo, a criatura, há apenas o Criador!
Ao nosso redor está apenas a Luz Superior Simples, em completo repouso. Isto significa que a intenção do Criador é imutável, e é a mesma em todas as Suas Ações—beneficiar o homem. A pessoa sente o Criador apenas à medida de sua equivalência de qualidades com a qualidade de doação do Criador:
- Se as qualidades—desejos, intenções—contradizem totalmente as do Criador, a pessoa não sente o Criador. De acordo com esta sensação, a pessoa chama a esse estado “este mundo”.
- Se a pessoa consegue mudar uma certa qualidade e lhe faz algo similar à qualidade de doação do Criador, se considera que a pessoa saiu do estado de “este mundo” ao estado do “mundo spiritual”. Assim, a pessoa entra no primeiro nível da escada de níveis em direção à aproximação do Criador.
Todas as mudanças são apenas dentro do homem, nos seus vasos de recepção. Elas dependem da medida de correção da sua Massach dentro dele. Mas além do homem, há apenas a Luz Superior, onde não existem mudanças. Ao obter uma parte da Luz Superior, a pessoa atinge e sente uma parte do Criador. E de acordo com este sentimento, a pessoa nomeia a sensação do Criador: “Misericordioso”, “Clemente”, “Terrível” etc.
A Torá em sua totalidade consiste somente dos registros de sensações de uma pessoa que alcança a espiritualidade, que se aproxima do Criador. A isto segue que a Torá em sua totalidade são os nomes do Criador. Por isso é que está escrito que a Torá inteira são Nomes Sagrados. Uma pessoa que alcança a Torá alcança uma parte da Luz Comum. Os graus de entendimento da Luz são chamados pelos nomes das Sefirot (Partzufim, mundos) ou pelas Luzes que uma pessoa recebe (NARANCHAY).
Além do homem, existe somente o Criador. Portanto, cada coisa que qualquer um de nós sente, pensa e deseja provem do Criador. O que cada pessoa neste mundo sente é somente o Criador.
Quando a criatura ascende do ponto mais baixo, pelo qual uma pessoa começa a se aproximar o Criador (o ponto deste mundo), até quando esta pessoa alcança completa Similaridade de Forma com o Criador (Gmar Tikun), ela atravessa 620 degraus, chamados “As 613 Mitzvot da Torá” e as “Sete Mitzvot dos nossos grandes sábios”.
Um Zivug com a Luz Superior na Massach é chamado Mitzvá. A Luz que o indivíduo alcançou recebe em seu Kli é chamada de Ohr Pnimi (Luz Interna), ou Ohr Ta’amim (Luz dos Sabores), ou “Torá”. Por esta razão os Cabalistas dizem para todos, “prove e veja que o Senhor é bom”.
A criatura, Bechiná Dálet em Bechiná Dálet corrige seu desejo de receber, para que assim ela receba com a intenção de doar. O Tikun (correção) não está no desejo de receber para si mesmo, mas em como o desejo é usado – com o objetivo de doar. Este Tikun significa colocar o objetivo para doar, é feito em pequenas porções no desejo da criatura, da menor parte para a maior, e não no todo dela. Por isto, a criatura eleva-se de degrau em degrau na escada dos degraus. Os mundos são degraus pelos quais uma pessoa ascende para cima.
O Tikun do desejo de receber, receber somente com a intenção de doar, é um Tikun bastante difícil, uma vez que é oposto em relação à intenção. É oposta à natureza da Criatura. Portanto, o Criador dividiu todo o caminho em 613 pequenos degraus, e dividiu a criatura em 600.000 pequenos pedaços chamados de “almas”. Quando todas as almas se unem, elas são chamadas de “a alma comum” ou Adam HaRishon (o primeiro homem).
Mas o trabalho da correção começa até mesmo antes disto, no estado inferior, chamado “nosso mundo” onde todas as partes da Criação existem numa realidade onde não existe o Criador e nem a espiritualidade. Elas nem sequer sentem que lhes falta a sensação da ausência do conhecimento do Criador. Todos nós nascemos neste degrau, o qual é somente o desejo de receber os prazeres disponíveis em nossos cinco sentidos.
O mundo inteiro é conduzido pelos mandamentos do Criador. Esta liderança é chamada “natureza”, já que o desejo de receber prazer em cada um dos estados – inanimado, vegetativo, animado e falante – necessariamente determina cada reação. Isso é assim porque a lei que cada criatura escolhe é sempre o de maior prazer e escapando do sofrimento.
Em cada geração, existem pessoas em quem o Criador “planta” um ponto no coração – o desejo de sentir o Criador. Esta pessoa começa a procurar preenchimento para este seu novo desejo, não sabendo que isto é um desejo do Criador e que este somente pode ser preenchido com a Luz Superior.
Os Partzufim que emergiram depois da fragmentação são chamados de “O mundo do Tikun”. Tudo o que acontece deve aparecer na Criação e é necessário para o desenvolvimento da criatura, só assim ela pode obter a perfeição das ações do Criador e deleitar-se com o que o Criador preparou para ela.
Portanto, ambas as quebras do mundo de Nekudim, chamada de “A quebra dos mundos” e a fragmentação de Adam HaRishon, chamada de “a quebra nas almas” foram predestinadas. Na quebra do mundo de Nekudim, vasos de recepção misturaram-se com vasos de doação. As partes quebradas estão tão misturadas que cada uma delas está incluída em todas as outras. Portanto, cada uma das 320 partes (desejos) contém todos os outros desejos em si. E como resultado, 1) os vasos de recepção serão corrigidos devido à mistura com os vasos de doação, e 2) as Luzes NARANCHAY aparecerão em cada desejo (ao invés da Luz de Néfesh, que já estava lá previamente).
Sem a mistura, obtida pela quebra, os vasos de recepção não teriam maneira alguma de receber Luz, uma vez que a Parsá separaria estes do lugar no qual a Luz Superior pudesse começar a se espalhar. Mas agora, após a quebra, eles podem ser elevados para Atzilut (ACHAP) e ser preenchidos lá.
A quebra do mundo de Nekudim é chamada de “a quebra dos mundos”, uma vez que Malchut de Ein Sóf compõe-se de cinco partes. Quatro delas geram os mundos e tudo que eles contem, na medida em que se espalham de Cima para baixo. Eles contêm o todo da Criação além do homem, que foi criado a partir da Bechiná Dálet em Dálet, da última parte de Malchut – o real, e independente desejo de receber completamente separado do desejo de doar do Criador.
Por esta razão o homem é o propósito e objetivo da Criação. Além dele, o resto das partes da Criação não é independente. Elas pertencem ao desejo do Criador, uma vez que o Criador determina suas condutas, como no inanimado, vegetativo, e animado que existem em nosso mundo.
Em nosso mundo o desejo do homem não é essencialmente diferente dos animais. Somente na pessoa em quem o desejo pelo Criador emergiu (a parte do desejo de Adam HaRishon) é chamado de “Adão” (homem). Uma pessoa com tal desejo pode se corrigir adquirindo uma Massach e alcançando o desejo de doar. E se tal desejo não aparece em uma pessoa, esta pessoa nada tem a corrigir e ela não sente nenhuma inclinação para aproximar-se do Criador.
Toda a realidade neste mundo é dividida em quarto partes: inanimado, vegetativo, animado e falante, de acordo com a medida do desejo de receber, e, portanto de acordo com a medida das forças benéficas ou prejudiciais.
Uma pessoa neste mundo precisa passar pelos quatro estágios de desenvolvimento: inanimado, vegetativo, animado e falante, para desenvolver e intensificar o seu desejo de receber, até que o Criador “plante” o ponto nesta pessoa, que significa o desejo pelo Criador, para que ela alcance a meta. Por esta razão, por milênios, a humanidade tem sido pulverizada sob a pressão da natureza – A evolução do desejo de receber a partir do degrau “inanimado” até o degrau “falante”. Esta é a evolução das gerações que conhecemos.
A humanidade inteira, e cada alma – de geração em geração – passa por quatro estágios de desenvolvimento do desejo de receber:
- Plebe: Equivale ao “inanimado” na espécie humana. Através da propensão por riqueza, eles se desenvolvem até o degrau da “abundância/prosperidade”.
- Rico: O “vegetativo” na espécie humana. Através da propensão para honra (poder), eles se desenvolvem para o degrau dos “fortes”.
- Forte: O “animado” na espécie humana. Através da propensão pelo conhecimento, eles se desenvolvem para o degrau do “conhecimento”.
- Conhecedor: O “falante” na espécie humana. No estágio falante no homem, o desejo é ilimitado pelo tempo e lugar. Uma pessoa tem inveja das pessoas que viveram em gerações anteriores, por coisas que uma pessoa não tem necessidade, mas que, no entanto outras pessoas têm e ela não as tem. Portanto, ela pode incrementar seu desejo de receber, uma vez que ela deseja o que vê nos outros. Por este motivo, uma pessoa pode acentuar seu desejo de receber sem limitações, e isto torna uma pessoa adequada para se candidatar a atingir o propósito da Criação.
- Se o Criador planta um ponto no coração neste “falante”, tal pessoa começa a despertar em direção à meta e procura a raiz de sua alma.
A ordem das correções de Cima para baixo é como se segue:
- Receber com a intenção de receber – existe em nosso mundo,
- Doar com a intenção de receber – existe em nosso mundo,
- Doar com a intenção de doar – existe nos mundos BYA (Briá, Yetzirá e Assiá),
- Doar com intenção de doar – existe nos mundos de BYA
- Receber com a intenção de doar – existe no mundo de Atzilut.
Todo o sistema da Criação alcança Gmar Tikun somente através do mundo de Atzilut. Está é a razão pela qual o mundo de Atzilut é chamado “O mundo do Tikun” (o mundo da correção).
O MUNDO DE ATZILUT
Depois da quebra, a Massach purificou e se elevou com as Reshimot para o Rosh de AVI de Nekudim. As Reshimot na Massach necessitam correção para que um Zivug possa ser realizado neles para a recepção da Luz. Mas o Rosh de AVI de Nekudim retornou para o estado de Katnut e não pode realizá-lo. Portanto a Massach elevou-se para o Rosh do mais alto Partzuf, Rosh de SAG.
Não existe diferença entre uma Massach que é purificada pela Bitush de suas Luzes interna e circundante e a Massach que é purificada pela quebra. Mesmo após a quebra as Reshimot permanecem na Massach e necessitam ser preenchidas:
- As Reshimot restringidas de Hitlabshut Álef e Shóresh de Aviut que são remanentes do Partzuf Nekudim;
- Reshimot Dálet de Hitlabshut e Guimel de Aviut do Sóf do Partzuf Galgálta.
As Reshimot restringidas Álef de Hitlabshut e Shóresh de Aviut vem do próprio Partzuf Nekudim. Portanto a Massach realiza neles o primeiro Zivug. Após o Partzuf ser gerado neles a Massach sustentará as necessidades das Reshimot Dálet-Guimel que causaram a elicitação do Gadlut do Partzuf. Portanto, uma vez que a Massach elevou- se para o Rosh de SAG, ela elevou-se de acordo com as Reshimot restritas de Aviut Shóresh, para Biná de Kéter de Rosh SAG.
As cinco Bechinot do Rosh são chamadas: Kéter—Galgálta—Aviut de Shóresh Chochmá—Eynaim—Aviut Álef Biná—Óznayim—Aviut Bet ZA—Chotem—Aviut Guimel Malchut—Pê—Aviut Dálet
Em cada uma das Sefirot situadas no Rosh existem cinco Sefirot particulares: Kéter, Chochmá, Biná, ZA, Malchut. A Reshimô restrita de Aviut Shóresh exige um Zivug somente nos vasos de doação em Aviut Shóresh. A Reshimô exige que um Partzuf seja gerado, que trabalhará somente com os vasos de doação, GE, de Aviut Shóresh. Portanto, a Massach que gera este Partzuf necessita realizar um Zivug somente nos vasos de doação de Aviut Shóresh no Rosh.
Consequentemente, a Massach eleva-se do Pê para a Sefirá Kéter de Rosh de SAG, e de lá eleva-se mais ainda, para Biná de Kéter, mantendo depois as Sefirot KACHÁB CHAGAT de Kéter. E se segue que Acima da Massach existem somente vasos de doação de Kéter, que significa Aviut Shóresh. O lugar onde a Massach se mantém é chamado Metzach (testa).
O Partzuf gerado do Zivug ocorrido na Reshimô restrita de Aviut Shóresh, é chamado Ubar (feto). Na espiritualidade não pode existir nada menos do que este degrau. Explicando de outra maneira, este é o degrau espiritual mínimo. Após o seu nascimento, o Partzuf recém-nascido desce para o lugar do qual as Reshimot elevaram- se, abaixo do Tabúr de Galgálta, e se estendem de lá a partir do Tabúr para baixo.
Após o Partzuf Ubar estender-se no seu lugar, Reshimot Dálet de Hitlabshut e Guimel de Aviut (do Sóf de Galgálta) despertam-se nele. A Gadlut do Partzuf emerge nestas Reshimot: A Massach realiza um Zivug com a Luz Superior nas Reshimot Dálet- Guimel e o nível de Gadlut se estende do Tabúr de Galgálta através da Parsá. Este Partzuf é chamado de Atik (Antigo), uma vez que ele é Ne’etak (separado) do alcance das (almas) inferiores.
Partzuf Atik é o primeiro Partzuf em uma nova série de cinco Partzufim, chamado “o mundo de Atzilut”. Portanto, Partzuf Atik é a Kéter do mundo de Atzilut.
Após Partzuf Atik ter emergido em Gadlut, Rosh de SAG deu a ele todas as Reshimot que se elevaram para ele após a quebra. De todas as Reshimot, Atik escolheu a Reshimô mais pura, realizou um Zivug com esta, e gerou o próximo Partzuf, primeiro criando-o no nível de Ubar e então realizando um Zivug em Gadlut (Dálet Guimel). Este Partzuf estendeu-se do Pê de Atik através da Parsá, e é chamado de Partzuf Chochmá, ou Arich Anpin (AA)
Uma vez que Gadlut de Partzuf AA emerge, Atik dá a ele todas as Reshimot remanescentes, daquelas que se elevaram para o Rosh de SAG após a quebra. Daquelas, AA escolhe as mais puras, realiza um Zivug com elas, e isto gera o Partzuf Biná do mundo de Atzilut, primeiro no nível de Ubar e finalmente em Gadlut. Este Partzuf espalha-se do Pê de AA para o Tabúr de AA. Ele é chamado de Aba ve Ima (AVI)
Após o Partzuf AVI emergir em Gadlut, AA dá a este todas as Reshimot remanescentes. Das Reshimot que AA deram a este, AVI escolhe as Reshimot mais puras e realiza um Zivug com elas, portanto gerando o Partzuf ZA do mundo de Atzilut. Aqui, pela primeira vez, existem três estados: Ubar, Katnut (infância, pequenez), e Gadlut (maturidade, grandeza). Partzuf ZAToma seu lugar no Tabúr de AA através da Parsá.
Uma vez que o Partzuf ZA emerge, AVI dá a este todas as Reshimot remanescentes. ZA realiza um Zivug com elas e gera Malchut do mundo de Atzilut. Isto completa os Zivúgim que podem emergir nas Reshimot que se elevaram de Rosh de SAG seguindo a quebra dos vasos.
O Estado constante de Atzilut é Katnut – GE – vasos de doação. Não podendo existir menos do que isto nele. Neste estado, ele corresponde especificamente a Katnut do mundo de Nekudim, antes da quebra. Entretanto, o mundo de Atzilut emergiu com o objetivo de trazer o todo da Criação para o Gmar Tikun, assim Malchut de Ein Sóf poderia ser preenchida com a Luz de Ein Sóf com a intenção de doar. E isto ainda não foi alcançado.
Na fragmentação, os vasos de recepção foram misturados com os vasos de doação. Portanto, quatro discernimentos foram feitos em cada Kli
- Vasos de doação.
- Vasos de doação dentro de vasos de recepção.
- Vasos de recepção dentro dos vasos de doação.
- Vasos de recepção.
Primeira classificação: Vasos de doação são separados da mistura e constituem a Katnut do mundo de Atzilut.
Segunda classificação: Vasos de doação dentro dos vasos de recepção são separados da mistura e compreendem os mundos de BYA. Estes mundos são vasos de doação, GE, tal como no mundo de Atzilut, mas eles permanecem contidos em ACHAP, os vasos de recepção. Para eles próprios, estes são vasos de doação, portanto, a Luz pode estender-se dentro deles.
Portanto, uma vez que o mundo de Atzilut emergiu, Malchut do mundo de Atzilut elevou-se para AVI e realizou um Zivug com os vasos de doação dentro dos vasos de recepção. Ela gerou o mundo de Briá, então o mundo de Yetzirá, e finalmente o mundo de Assiá.
- O mundo de Briá emergiu no Zivug em GE que são vasos de recepção de Aviut Bet.
- O mundo de Yetzirá emergiu no Zivug em GE que são vasos de recepção de Aviut Guimel.
- O mundo de Assiá emergiu no Zivug em GE que são vasos de recepção com Aviut Dálet.
A terceira classificação: Vasos de recepção dentro de vasos de doação são separados da mistura. Esta classificação e correção são feitas pelas almas das pessoas. Elas separam estes Kelim e os elevam acima da Parsá do mundo de Atzilut. Este trabalho é chamado “o despertar do abaixo”, uma vez que é feito pelas almas. Os Kelim quebrados que se elevam para Atzilut são chamados “ACHAP elevados”.
A quarta classificação: Vasos de recepção que não estavam misturados com os vasos de doação são examinados, verificando se estes permaneceram com suas qualidades e são, portanto proibidos de serem usados. Estes Kelim são chamados Klipót (cascas), ou Lev haÉven (coração petrificado), uma vez que não podem ser corrigidos até o Gmar Tikun.
OS MUNDOS BYA
O Zivug para gerar o mundo de Briá foi feito em Biná de Atzilut. Portanto, o mundo de Briá expande-se no lugar de ZA de Atzilut.
O mundo de Yetzirá, gerado depois do mundo de Briá, estende-se dele para baixo no lugar de Malchut de Atzilut. Partzuf Malchut de Atzilut veste somente as quatro Sefirot NEH”YM do Partzuf ZA. Portanto, somente as primeiras quatro Sefirot do Partzuf Malchut – KACHÁB e Chéssed – estão em Atzilut, opostas as quatro Sefirot NEH”YM de ZA. As Sefirot Gvurá, Tiféret, e NEH”YM do Partzuf Malchut estão abaixo da Parsá.
Por esta razão, quando o mundo de Yetzirá nasceu, as primeiras quatro Sefirot deste mundo vestiram as primeiras quatro Sefirot de Malchut, enquanto as seis últimas Sefirot vestiram o lugar das seis primeiras Sefirot do lugar de BYA.
O lugar de BYA compõe-se de trinta Sefirot. No futuro, depois do pecado de Adam HaRishon, os mundos de BYA caem neste lugar. O lugar onde as últimas seis Sefirot do mundo de Yetzirá acabam é chamado de “Chazê do lugar do mundo de Briá”. Isto é, onde Chazê de Briá estará depois dos pecados de Adam HaRishon.
O mundo de Yetzirá nasceu e expandiu-se para seu lugar, Malchut de Atzilut gerou o mundo de Assiá, o qual se espalhou abaixo do mundo de Yetzirá do Chazê do lugar do mundo de Briá para o Chazê do lugar do mundo de Yetzirá.
O Chazê do lugar do mundo de Yetzirá é chamado “Chazê do lugar dos mundos de BYA”. Este é o lugar onde a expansão dos mundos de BYA acaba. Abaixo do Chazê do lugar do mundo de Yetzirá, está vazio de Luz. Este lugar, a partir do Chazê do lugar de BYA indo abaixo através do Siúm, é o lugar das Klipót, chamado de Mador ha Klipót (a seção das cascas). Abaixo dele é um lugar chamado “o ponto deste mundo”.
Na espiritualidade, um “lugar” significa um “desejo”. O ponto deste mundo é um desejo de receber (deleite) com intenção de receber (para si mesmo), um desejo de deleitar-se em vestimentas deste mundo: sexo, honra, poder, inveja. As Klipót são consideradas Altas, uma vez que elas desejam receber prazer do Criador, o qual corresponde a Kedushá (santidade).
A sabedoria da Cabalá sempre fala a partir da perspectiva da percepção individual. Portanto, uma pessoa que percebe que seus desejos são somente receber com intenção de receber, e não de doar, pode ser dito que está em um estado chamado “este mundo”. Mas quem não percebeu que todos seus desejos são para receber com a intenção de receber não está neste lugar (desejo). Deste modo esta pessoa está abaixo (antes desta revelação), em um lugar (desejo) chamado “nosso mundo”, onde as pessoas são inconscientes (dos seus desejos), e não sentem esta inconsciência.
A humanidade inteira está no degrau do “nosso mundo”, inconsciente. Deste degrau, o desejo de receber começa a se desenvolver em uma pessoa. A evolução ocorre pela instigação da natureza sobre cada um em direção à correção pela força do julgamento severo.
A história inteira da humanidade é uma evolução de geração em geração do desejo de receber pelos três elementos: orgulho, honra e inveja. Sofrimento traz o homem, e a humanidade como um todo, para a decisão de sair do desejo de receber, uma vez que esta é a razão de todo o sofrimento.
Aqueles em quem o desejo de receber desenvolveu-se suficientemente recebem uma força do Alto para desejar o que está além deste mundo. Seguindo esta força, uma pessoa começa a procurar pela origem do prazer que preencherá o novo desejo, até que esta pessoa ache o professor certo. Esta busca pode durar anos ou até mesmo mais de uma vida, mas se o Criador traz uma pessoa para o lugar onde a Cabalá está sendo ensinada, tal como aconteceu comigo (Michael Laitman) é um sinal que a você foi dada uma oportunidade do Alto para corrigir sua alma e alcançar a meta.
OS ESTADOS DOS PARTZUFIM NOS MUNDOS DE ABYA
Adam HaRishon
Adam HaRishon é uma entidade separada de tudo que o precede. Ele é o único que foi criado em Malchut de Ein Sóf, portanto, ele é o único que merece o título de “criatura”. Ele também foi gerado por Malchut de Atzilut, a qual se elevou para AVI. Ela procriou Partzuf Adam HaRishon, tal como ela procriou os mundos de BYA, e por esta razão, Adam HaRishon está sempre dentro dos mundos de BYA.
Quando os mundos de BYA nasceram, eles se mantiveram em AVI através do Chazê do lugar do mundo de Yetzirá. Quando Adam HaRishon nasceu, ele estava dentro deles no nível dos três mundos BYA, recebendo as Luzes NARAN (Néfesh, Ruach, Neshamá) de BYA, Adam HaRishon recebeu mais Luzes, NARAN de Atzilut, uma vez que BYA estava em Atzilut.
O Estado dos mundos quando Adam HaRishon nasceu é chamado de “véspera do Shabat”. Depois através do despertar vindo do Acima, os mundos elevaram-se para a primeira ascensão, um degrau mais Alto – dez Sefirot – junto com Adam HaRishon, assim como o Siúm dos mundos de BYA, com Adam HaRishon dentro deles, elevaram-se para o Chazê do lugar do mundo de Briá.
Naquele estado, Adam HaRishon queria receber todas as Luzes com intenção de doar, como no estado que precedeu a quebra dos vasos no mundo de Nekudim. Lá, em Nekudim, Rosh de AVI não tinha entendido que parte de ZON não tinha Tikun Kavim (correção das linhas), portanto eles deram a Luz de Gadlut e ZON quebrou.
O mesmo ocorreu aqui com Adam HaRishon: não existia entendimento que uma quebra ocorreria. Mas depois deste primeiro tempo ele erroneamente recebeu com a intenção de receber, ele queria receber novamente, mas agora deliberadamente. Ele não pode mais evitar de deleitar-se.
Como resultado, Klipót nasceram nesta quebra, desejos de receber com a intenção de receber. Também, os mundos de BYA desceram abaixo da Parsá, para seus estados constantes, da Parsá para o Siúm geral. É chamado “estado constante” porque os mundos BYA não podem estar em um estado mais baixo do que este. Mas eles não estão “permanentemente” fixados naquele lugar; eles podem ascender para seus lugares constantes.
Além do declínio dos mundos de BYA para seus lugares constantes, como resultado da quebra do Partzuf Adam HaRishon, nasceram os impuros BYA. Estes são os três mundos que contêm deficiências em BYA e se mantém opostos a BYA. Portanto, BYA, que estão livres do desejo de receber com a intenção de receber, são chamados de “BYA puros” e suas correspondentes deficiências de “BYA impuros”.
Estes três mundos impuros são chamados:
- Esh Mitlakachat (fogo ardente) — corresponde ao mundo de Briá.
- Anan Gadol (grande nuvem) — corresponde ao mundo de Yetzirá.
- Ruach Se’ara (vento tempestuoso) — corresponde ao mundo de Assiá.
Após o pecado, Partzuf Adam HaRishon foi quebrado em 600.000 pedaços. A quebra continuou de forma mais profunda nos pedaços quebrados (quebras adicionais são mencionadas na Torá como “o assassinato de Abel”, “a geração do dilúvio”, “a geração da Babilônia” etc.).
Finalmente todos os pedaços em seu Partzuf permaneceram somente em seus desejos de receber com a intenção de receber, com uma centelha de Luz que estava dentro dele. Estes pedaços, os desejos com as centelhas contidas dentro deles, vestem as pessoas em nosso mundo e as estimulam a despertar em direção à espiritualidade, para a Luz, o Criador. Portanto, nós somos feitos para entrarmos em um grupo de pessoas que estão estudando a Cabalá, aprendendo o método pelo qual atingimos a meta.
Existe ainda outra Klipá (singular de Klipót): Klipát (Klipá de) Nóga. Estes são desejos misturados entre bons e maus. “Misturados” significa que eles recebem Luz em suas partes boas e também transferem a Luz para suas partes ruins. O Tikun da realidade em sua totalidade foca-se no Tikun da Klipát Nóga – separando-a das três impuras Klipót (Ruach Se’ara, Anan Gadol, e Esh Mitlakachat), na qual está atada em sua parte má, e unindo sua parte boa em Kedushá, para Atzilut.
A ASCENSÃO DOS MUNDOS
O lugar real dos mundos é aquele do segundo estado, antes do pecado:
- ZA no lugar de AA;
- Malchut no lugar de AVI;
- Briá no lugar de YESHSUT;
- Yetzirá no lugar de ZA
- As primeiras das quatro Sefirot do mundo de Assiá no lugar das primeiras quatro Sefirot de Nukvá de Atzilut vestindo TNEH”YM (Tiféret, Netzach, Hod, Yessód, Malchut) do mundo de Yetzirá;
- As últimas seis Sefirot do mundo de Assiá no lugar das seis Sefirot do mundo de Briá, abaixo da Parsá;
- As seis primeiras Sefirot no lugar do mundo de Briá, entendido como o lugar a partir da Parsá até o Chazê do lugar do mundo de Briá, é chamado de “periferia da cidade”, uma vez que elas pertencem ao mundo de Atzilut, o qual é chamado de cidade. Também, Parsá é chamada de “O muro da cidade”.
- Existem vinte e quatro Sefirot do Chazê do lugar do mundo de Briá através do Siúm geral. Isto é um vácuo que está vazio de Luz.
- As dezesseis Sefirot a partir da Parsá para o Chazê de Yetzirá são chamadas de “Zona do Shabat”, esta por sua vez contém a “periferia da cidade”, mais dez Sefirot do Chazê de Briá para o Chazê de Yetzirá. Cada dez Sefirot são chamadas de Amma (cerca de 3⁄ 4 de uma jarda). Portanto, a totalidade do lugar dos mundos de BYA é chamada de 6.000 Amma ou 6.000 anos de vida do mundo.
- As quatorze Sefirot do Chazê de Yetzirá através do Siúm geral são chamadas de “seção da concha”. Isto é onde os Klipót estavam antes do pecado de Adam HaRishon Mas após o pecado, elas se tornaram os quatro mundos impuros de ABYA.
A SEQUÊNCIA DE CAUSA E CONSEQUÊNCIA
Quatro Bechinot (estágios) de Ohr Yashár:
- Bechiná Shóresh: A Luz é emitida de Atzmuto – Seu desejo de fazer o bem para as Suas criações. Como resultado de Seu desejo de beneficiar, Ele cria Bechiná Álef, o desejo de receber, o desejo de desfrutar a Luz.
- Bechiná Álef: Uma vez que ela esta recebendo, ela decide que não quer mais receber. Este novo desejo é Bechiná Bet.
- Bechiná Bet: Uma vez que ela está completamente vazia de Ohr Chochmá, Bechiná Bet sente a sua ausência e decide que ela quer receber um pouco de Ohr Chochmá dentro de Ohr Chassadim. Esta é Bechiná Guimel.
- Bechiná Guimel: No final, quando ela recebe Ohr Chochmá bem como Ohr Chassadim, Bechiná Guimel decide que ela quer receber toda a Luz. Esta é Bechiná Dálet, chamada Malchut, uma vez que ela é governada pelo desejo de receber. Ela sente o desejo de receber a Luz, tal como em Bechiná Álef, mas com um adicional. Este desejo adicional é um novo Kli, chamado “anseio”. Malchut sente que seu desejo é independente, que vem dela.
- Bechiná Dálet: Ela recebe toda a Luz sem limitações, por esta razão seu título, “o mundo de Ein Sóf”.
Tzimtzum Álef: Bechiná Dálet realiza a Tzimtzum Álef. A Bechiná Dálet restrita é chamada de “o mundo de Tzimtzum”.
O Trabalho da Massach: Bechiná Dálet, que é Malchut, decide receber a Luz no desejo de doar ou seja, em suas Bechinot Shóresh, Álef, Bet e Guimel, e não em sua Bechiná Dálet, que é um puro desejo de receber.
Partzuf Galgálta: Através da Massach com Reshimot Dálet de Hitlabshut e Dálet de Aviut, Malchut realiza um Zivug com a Luz Superior que se separou devido ao Tzimtzum. No Zivug com a Luz, a Massach decide o quanto de Luz ela vai receber dentro de Malchut.
Seguindo a decisão, a Massach desce para o Guf com a quantidade de Luz que ela decidiu receber. As Luzes que entram no Partzuf são chamadas de Taamin. O lugar em que a Massach interrompe a descida e limita a recepção da Luz é chamado de Tabúr.
A Luz que entra o Partzuf é chamada de Ohr Pnimi (Luz Interna). A Luz geral que permaneceu do lado de fora do Kli é chamada de Ohr Makif (Luz Circundante). Subsequentemente, a Bitush (batida) entre Ohr Pnimi e Ohr Makif ocorre na Massach que se mantém no Tabúr, uma vez que ambas desejam eliminar a limitação da recepção.
A Massach decide não usar as Reshimot de Aviut Dálet e purificar-se. Ela se eleva do Tabúr para o Pê e o Ohr Pnimi deixa o Partzuf. As Luzes que partem são chamadas de Nekudot (pontos). O Partzuf inteiro, do Zivug no Rosh até o fim de seu Hizdakchut (refinamento), é chamado de Partzuf Galgálta.
Partzuf AB: A Massach de Guf de Galgálta que elevou-se para o Pê de Rosh de Galgálta está integrada no perpétuo Zivug na Massach no Pê. O encontro entre a Massach e a Luz Superior no Rosh induz a Massach querer receber uma parte da Luz no Rosh, mas de acordo com as Reshimot que estão nela (Massach), Dálet de Hitlabshut e Guimel de Aviut. A última Reshimô de Aviut (para a expansão da Luz) desaparece, como resultado da decisão de desistir da recepção.
A Massach desce do Chazê de Galgálta, de acordo com a Reshimô Guimel de Aviut, e realiza um Zivug com as Reshimot Dálet de Hitlabshut e Guimel de Aviut. Este é o lugar do Pê do próximo Partzuf. Após o Zivug, a Massach desce do Pê em direção ao Tabúr do novo Partzuf, e as Luzes do Taamin entram no Toch.
Subsequentemente, existe uma Bitush de Ohr Pnimi e Ohr Makif na Massach no Tabúr, para cancelar a limitação da Massach. A Massach decide purificar-se, as Reshimot de Aviut Guimel desaparecem, e a Massach sobe do Tabúr para o Pê. As Luzes que partem são chamadas Nekudot de AB.
Partzuf SAG: Quando a Massach vem para o Pê, ela está integrada no perpétuo Zivug com a Luz Superior que está lá, e deseja receber parte da Luz que está no Rosh. Portanto, a Massach desce para o Chazê do Partzuf AB, de acordo com a Reshimô, e lá realiza um Zivug com a Luz com Reshimot Guimel de Hitlabshut e Bet de Aviut. Ele recebe Luz e para no lugar determinado pelo Rosh – Tabúr. De imediato Bitush de Ohr Pnimi e Ohr Makif é aplicada na Massach, uma vez que elas querem cancelar a limitação da recepção que a Massach de Toch cria. A Massach decide purificar e sobe para o Pê.
Nekudot de SAG: As Luzes, que emergiram durante o Hizdakchut da Massach, são chamadas de Nekudot. Nekudot de SAG são Bet de Hitlabshut e Bet de Aviut. Esta é uma qualidade de Biná. Estas Luzes podem aparecer em qualquer lugar (qualquer desejo). Por esta razão, as Luzes de Nekudot descem abaixo do Tabúr de Galgálta e preenchem o Sóf de Galgálta.
Sóf de Galgálta e Nekudot de SAG se misturam e Partzuf Nekudot de SAG, que é Partzuf Biná, divide-se em GAR de Biná e ZAT de Biná. ZAT de Biná, são vasos de recepção, são afetados pelas Reshimot que estão no Sóf de Galgálta e querem receber aquelas Luzes com a intenção de receber. Isto é assim porque a força da Massach de Nekudot de SAG é Bet de Aviut, e as Reshimot no Sóf de Galgálta são Dálet Guimel, mais do que o poder de resistência da Massach.
Portanto, um desejo de receber com a intenção de receber é formado a partir do Chazê de Nekudot de SAG para baixo. Isto obriga Malchut, que realizou Tzimtzum Álef, subir do Siúm de Galgálta para o lugar do Chazê de Nekudot de SAG e limita a expansão da Luz que assim alcança somente o Chazê.
Todos os processos em Nekudot de SAG se desenvolvem durante a ascensão da Massach de Guf de SAG do Tabúr de SAG para a sua Rosh, exceto as Reshimot do Tzimtzum Bet e do Sóf de Galgálta que foram adicionados a este.
Tzimtzum Bet (segunda restrição): A ascensão de Malchut de Tzimtzum Álef
para o Chazê de Nekudot de SAG é chamada de Tzimtzum Bet.
MA e BON acima de Tabúr de Galgálta: Quando a Massach de Guf de SAG alcança o Pê, ela realiza o Zivug com Reshimot Bet de Hitlabshut e Álef de Aviut que permaneceram das Luzes de Ta’amim de SAG acima do Tabúr, gerando Partzuf MA Superior, do Pê de SAG através do Tabúr de Galgálta. Após o Hizdakchut do Partzuf MA Superior, Partzuf BON Superior nasce dele, do Pê de MA através Tabúr de Galgálta.
O Mundo de Nekudim (Katnut): Quando a Massach de Guf de SAG purifica- se e sobe para o Pê de SAG, ela quer realizar um Zivug com as Reshimot que estão nela (Bet de Hitlabshut e Álef de Aviut abaixo do Tabúr de Galgálta). Ela ascende, seguindo as demandas das Reshimot, a partir do Pê para Nikvey Eynaim (NE) de Rosh de SAG, uma vez que Reshimot Bet-Álef estão restritos, necessitando receber Luz somente nos vasos de doação.
Portanto, a Massach se mantém abaixo dos vasos de doação no Rosh, abaixo de Kéter e Chochmá no Rosh de SAG. A Massach sempre realiza um Zivug somente com as Bechinot Rosh que estão acima dela; Por esta razão, ela se mantém no Rosh, o lugar do qual ela deseja receber Luz dentro do Guf.
Após o Zivug, a Massach passa ativamente para o Guf que ela tinha recebido no Rosh em potencial. A Luz se espalha para o lugar do qual as Reshimot restritas Bet- Álef elevaram-se, ou seja abaixo do Tabúr de Galgálta. Este Partzuf é chamado de Partzuf Nekudim, uma vez que ele emergiu com as Reshimot de Nekudot de SAG.
Este Partzuf inclui:
- Rosh de Hitlabshut, chamada Kéter;
- Rosh de Aviut, chamada Aba ve Ima (AVI);
- Guf, chamado ZON (Zeir Anpin e Nukva).
Em cada um deles, somente vasos de doação estão ativos, seus vasos de recepção estão ocultos (dentro deles).
Gadlut do Mundo de Nekudim: Após a elicitação de Katnut do mundo de Nekudim, a Massach no Rosh de SAG desce, seguindo a necessidade das Reshimot Dálet de Hitlabshut e Guimel de Aviut, dentro do Pê de SAG, e realizou um Zivug. Como resultado deste Zivug, Ohr Chochmá veio para o Rosh de Kéter de Nekudim e para Aba do Rosh AVI.
Ima é Biná a qual não quer receber Ohr Chochmá exceto por requisição de ZON. Ohr Chochmá brilha a partir do Rosh de Nekudim até o Sóf de Galgálta, e de lá vem a requisição – através de ZON de Nekudim – para pedir a AVI por Gadlut, Ohr Chochmá. Quando ZON pede de AVI, eles copulam e trazem ZON Ohr Chochmá.
A Quebra dos Vasos: Ohr Chochmá se espalha a partir do Rosh de AVI para dentro de ZON, através de GE de ZON e para a Parsá. Quando a Luz deseja cruzar a Parsá e preenche os Kelim de ACHAP de ZON, ela encontra o desejo de receber e parte para Cima. Os Kelim GE e ACHAP se rompem e 320 partes fragmentadas e caem abaixo da Parsá.
Na quebra, os vasos de doação (GE) misturam-se com os vasos de recepção (ACHAP); portanto em cada parte fragmentada existem quatro tipos de Kelim:
- GE – que formou GE de ZON de Atzilut, Hitkalelut de GE em ACHAP – que formou os mundos de BYA; Hitkalelut de ACHAP em GE— que formou o ascendido ACHAP;
- ACHAP- que formou os Klipót, que são desejos de receber com a intenção de receber, não são adequados para receber a Luz. Estes são os (32 Lamed Bet) Malchuts dos (320 Shach) pedaços que não podem ser corrigidos até Gmar Tikun, e recebem com a intenção de doar. Os trinta e dois Malchuts são chamados de Lev haÉven (coração petrificado). Suas correções consistem na classificação dos 320 pedaços e não serem utilizados.
288 pedaços (320-32) dos 320 que existem em cada pedaço fragmentado podem ser corrigidos, uma vez que eles não são partes de Malchut, mas partes das nove Sefirot Superiores. Algumas delas pertencem a GE de ZON, devem ser separadas da mistura, já que são vasos de doação. Estes são os que construíram Katnut (GE) de ZON de Atzilut.
O SURGIMENTO DO MUNDO DE ATZILUT
Atik: A Massach, com as Reshimot, elevou-se para o Rosh de Nekudim e dali para o Rosh de SAG. A Massach separou as Reshimot mais puras, Álef de Hitlabshut e Shóresh de Aviut, elevou-se do Pê para a Sefirá Kéter de Rosh de SAG, e dali ela foi adiante e acima para Biná em Kéter, onde ali se manteve atrás dos Sefirot KACHÁB CHAGAT de Kéter
Por conseguinte, acima da Massach estão somente os vasos de doação de Aviut Shóresh. Este lugar é chamado de Metzach (testa), e é onde a Massach realiza um Zivug, do qual o Partzuf Kéter de Atzilut nasce, chamado de Partzuf Atik.
O Partzuf gerado deste Zivug é chamado de Ubar, uma vez que ele tem somente vasos de doação em Aviut Shóresh, o mínimo que pode existir na espiritualidade. Após o seu nascimento, este Partzuf desce para o lugar do qual as Reshimot se elevaram, abaixo do Tabúr de Galgálta.
Quando o Partzuf Atik nasce e desce para seu lugar, Reshimot Dálet-Guimel despertam nele e demandam que este Partzuf obtenha Gadlut. A Massach realiza um Zivug com a Luz Superior com estas Reshimot e constrói o nível de Atik em Gadlut. Este Partzuf se espalha do Tabúr de Galgálta para o Siúm de Galgálta, atravessando a Parsá, uma vez que ele é Partzuf Kéter, o qual ainda pertence ao Tzimtzum Álef. Esta é razão de ser chamado Atik, porque ele é Ne’etak (separado) do alcance dos que estão mais abaixo.
AA: Uma vez que Partzuf Atik em Gadlut emerge, Rosh de SAG passa a ele todas as Reshimot que recebeu após a quebra. De todas as Reshimot, Atik escolhe a Reshimô mais pura, realiza um Zivug com esta e gera o próximo Partzuf – Chochmá – no final do nível de Ubar, e subsequentemente em Gadlut. Este Partzuf espalha-se do Pê de Atik para a Parsá e é chamado de Partzuf Arich Anpin (AA)
AVI: Uma vez que Gadlut do Partzuf AA emerge, Atik concede todas as Reshimot que permaneceram daqueles que subiram para Rosh de SAG após a quebra. Daqueles, AA escolhe as Reshimot mais puras e realiza um Zivug com estas. Este Zivug gera o Partzuf Biná de Atzilut, primeiro no nível de Ubar e subsequentemente em Gadlut. Este Partzuf espalha-se do Pê de AA através de seu Tabúr.
ZA: Uma vez que AVI emerge em Gadlut, AA concede a este todas as Reshimot restantes. AVI escolhe as Reshimot mais puras de todas as Reshimot que ele tinha recebido. Realiza um Zivug com estes, e gera o Partzuf ZA de Atzilut, nos níveis de Ubar (Katnut) e então Gadlut. Partzuf ZAToma seu lugar a partir do Tabúr de AA através da Parsá.
Malchut: Após Partzuf ZA em Katnut emerge, AVI concede a ele todas as Reshimot restantes, as quais não foram corrigidas pelos Partzufim anteriores. Daqueles, ZA escolhe aqueles que se adequam a ele, realiza um Zivug, e gera Partzuf Malchut de Atzilut com um Nekudá (ponto), como era no mundo de Nekudim. Isto completa a correção de todas as Reshimot de Katnut que subiram para Rosh de SAG após a quebra.
SURGIMENTO DO MUNDO DE BYA
Os Partzufim de GAR do mundo de Atzilut emergiram com as Reshimot de Rosh de Nekudim, que foi somente purificado, mas não fragmentado. De ZON de Nekudim para baixo, o nascimento dos Partzufim é feito pela classificação e correção das partes fragmentadas. Isto se dá assim porque através da quebra do mundo de Nekudim, vasos de doação acima da Parsá misturam-se com os vasos de recepção que estão abaixo da Parsá e foram integrados uns com os outros. Por esta razão, em cada uma das 320 partes quebradas existem quatro tipos de Kelim:
- Vasos de doação;
- Vasos de doação integrados com vasos de recepção;
- Vasos de recepção integrados com vasos de doação;
- Vasos de recepção.
Primeiro, somente os vasos de doação são classificados e corrigidos (Zivúgim são feitos com eles) em todas as 320 partes por ordem de Aviut, dos puros aos espessos. A Massach que desce do Rosh de SAG gera todos os Partzufim do mundo de Atzilut, primeiro em Katnut e então em Gadlut. Katnut do mundo de Atzilut emerge em oposição a Katnut do mundo de Nekudim.
Subsequentemente, ZON de Atzilut sobe para AVI de Atzilut, ZATorna-se com Aba, e Malchut torna-se como Ima. O que está mais abaixo que sobe para Aquele Acima torna-se como ele, portanto, Malchut recebeu o degrau de Biná assim ela pode realizar um Zivug em Ohr Chochmá e gera um novo Partzufim. Quando Malchut de Atzilut subiu para Ima, ela separou os vasos de doação que estavam integrados aos vasos de recepção de cada uma das 320 partes fragmentadas, por ordem de Aviut – dos puros aos rudes. Nesta ordem, ela gerou novos Partzufim:
- Cinco Partzufim foram gerados da classificação e Zivug realizado com os vasos de doação (GE) que caíram na parte de Biná que estava abaixo da Parsá (GE integrado em Aviut Bet de ACHAP): Kéter — Atik, Chochmá — AA, Biná — AVI, ZA — ZA, e Malchut — Nukvá do mundo de Briá.
- Cinco Partzufim foram gerados pela escolha e Zivug realizado com os vasos de doação (GE) que caíram nos Kelim de ZA abaixo da Parsá (GE integrado em Aviut Guimel de ACHAP): Kéter — Atik, Chochmá — AA, Biná — AVI, ZA — ZA, e Malchut — Nukvá do mundo de Yetzirá.
- Cinco Partzufim foram gerados pela classificação e Zivug realizado com os vasos de doação (GE) que caíram para Malchut abaixo da Parsá (GE integrado em Aviut Dálet de ACHAP): Kéter — Atik, Chochmá — AA, Biná — AVI, ZA — ZA, e Malchut — Nukvá do mundo de Assiá.
Malchut de Atzilut realiza estes Zivúgim enquanto se mantém no lugar de Ima de Atzilut. Por esta razão, o mundo de Briá, o qual ela criou, mantém abaixo dela, ocupando o espaço de ZA de Atzilut.
O mundo de Yetzirá, nascido de Malchut de Atzilut após o mundo de Briá, emergiu dela e ocupou o lugar abaixo do mundo de Briá no lugar das quatro Sefirot de Malchut de Atzilut e seis Sefirot do lugar do mundo de Briá.
O mundo de Assiá, nascido de Malchut de Atzilut após o mundo de Yetzirá, emergiu dela e ocupou o lugar abaixo do mundo de Yetzirá, do Chazê do lugar do mundo de Briá para o Chazê do lugar do mundo de Yetzirá.
Todos os mundos acabam no Chazê do mundo de Yetzirá, uma vez que todas as partes fragmentadas, aquelas que estavam separadas são vasos de doação e vasos de doação integrados com os vasos de recepção. Isto corresponde ao Chazê do lugar dos mundos de BYA, uma vez que é onde seus GE acabam.
Abaixo do Chazê de Yetzirá começa ACHAP do lugar de BYA, o lugar dos vasos de recepção que foram integrados com os vasos de doação, e os vasos de recepção (Lev haÉven).
ACHAP Elevado: A classificação e correção dos vasos de recepção que estavam integrados nos vasos de doação adicionam Kelim de ACHAP no mundo de Atzilut. A Luz que se espalha nestes Kelim é Ohr Chochmá, e o mundo de Atzilut recebe Gadlut.
Ohr Chochmá se espalha somente nos verdadeiros vasos de recepção, enquanto aqui existem vasos de recepção integrados com vasos de doação durante a quebra. Portanto, a Luz que aparece nos Zivúgim destes Kelim não é Ohr Chochmá, mas somente Hey’arat (iluminação, Luz menor) de Chochmá.
Existe um Tikun especial no Rosh do mundo de Atzilut assegurando que não haverá outra quebra no mundo de Atzilut, como aconteceu no mundo de Nekudim. Existe uma limitação no Rosh do Partzuf AA, assim não há Zivug com Malchut em si mesma abaixo do Partzuf AA, mas somente em Hitkalelut (integração) de Malchut nas Sefirot acima dela, nos desejos de doar.
Como resultado, o mundo de Atzilut nasceu somente em Katnut, e cada Partzuf tem somente vasos de doação, Kelim GE. Os vasos de recepção, ACHAP, estão abaixo da Parsá. É impossível adicionar ACHAP à GE e fazer um Zivug em todas as dez Sefirot em seus lugares, como era no mundo de Nekudim, isto foi a causa da quebra.
Portanto, cada adição de vasos de recepção em Atzilut é feita pela elevação de alguns vasos de recepção, que estão integrados em vasos de doação. A ascensão é de baixo da Parsá para cima da Parsá, é assim que partes de ACHAP são adicionadas para Atzilut.
Portanto, partes de vasos de recepção elevam-se de baixo da Parsá e juntam- se a Atzilut. Todos os vasos de recepção que podem se juntar aos vasos de Atzilut, os quais são vasos de recepção que estão integrados em vasos de doação, elevam se na ordem do puro para o áspero.
Correção do Lev haÉven é feita somente pela Luz do Messias: Após tudo que foi supramencionado, as correções estão completadas, tudo o que permanece em BYA são vasos de recepção, chamado Lev haÉven. Estes vasos não estão incluídos nos vasos de recepção e, portanto não podem ser corrigidos. Suas correções consistem em ser excluídos todas as vezes que uma classificação é feita nas 320 partes que se fragmentaram. Portanto, as trinta e duas partes de Lev haÉven são removidas. Quando usamos as 288 partes para construir os Partzufim, nós devemos separar e decidir o que não queremos usar nas Lev haÉven que pertencem àquela parte.
Após a correção das 288 partes, um Ohr Chochmá especial virá do Alto chamado “Messias”, e corrigirá estes Kelim na Massach. Por esta ocasião, toda Malchut de Ein Sóf será corrigida com a Massach. Este estado em Malchut é considerado sua Gmar Tikun (fim da correção).
Todas as partes nos mundos de BYA, exceto para Lev haÉven, são corrigidas por ordem dos puros para os rudes. Em cada um dos mundos de BYA existem 2.000 estágios de correção chamados de “anos” ou “degraus”. Ao todo são 6.000 degraus nos três mundos de BYA, chamados de “Os seis dias da semana”, uma vez que os mundos de BYA são considerados dias da semana, enquanto Atzilut é considerado “O Sagrado Shabat”.
- Quando todos os mundos de BYA são corrigidos, bem como os Lev haÉven, o mundo de Atzilut se espalhará abaixo da Parsá através deste mundo. Este estado é chamado de “O sétimo milênio”.
- Depois, os mundos de ABYA subirão para SAG, e isto será chamado de “O oitavo milênio”.
- Depois, os mundos de ABYA subirão para AB, e isto será chamado de “O nono milênio”.
- Depois, os mundos de ABYA subirão para Galgálta, e isto será chamado de “O décimo milênio”.
Em outras palavras, após a correção de toda Malchut de Ein Sóf, ela será preenchida tal como ela foi antes da Tzimtzum Álef. Além disso, ela receberá adições das infinitas ascensões nos degraus de doação ao Criador.
Ainda, desde que a sabedoria da Cabalá ensine uma pessoa somente aquilo que lhe compete com relação a sua própria correção, e o que ela precisa fazer, estes estados não são ensinados. Eles não aparecem nos livros da Cabalá, uma vez que eles pertencem à parte que esta proibida de se revelada, chamada de “Segredos da Torá”. Somente alguns poucos se engajam neles e sob rígidas condições.
Adam HaRishon: Em todas as correções de Malchut mencionadas até agora,
Malchut de Malchut, o ponto central de todos os mundos, não foi preenchida.
Tudo o que se desvendou até agora – Tzimtzum Álef, Tzimtzum Bet, a quebra dos vasos, o Tikun dos Kelim – aconteceram nas nove Sefirot Superiores, não na própria Malchut, Bechiná Dálet em Bechiná Dálet. Isto porque havia uma Tzimtzum sobre ela, assim ela não poderia receber dentro dela, no desejo de receber. O que é recebido após Tzimtzum Álef é recebido somente nos vasos de doação, nos Kelim de Malchut de Ein Sóf, que foram estampados pelas nove Superiores, o desejo de doar da Luz Superior.
Malchut em Malchut será corrigida e preenchida com Ohr Chochmá, tal como antes do Tzimtzum Álef, somente se desejos de doar entrarem naquela Malchut e misturarem-se com os desejos de receber de Malchut. Na quebra dos vasos no mundo de Nekudim, Malchut misturou-se com as nove Sefirot que a precediam. Como resultado, os mundos, a externalidade da realidade emergiram. Mas isto não corrigiu nada na própria Malchut, uma vez que ela não se misturou com o desejo de doar.
Após o nascimento dos mundos de BYA, Malchut de Atzilut, a qual se mantém no lugar de Ima, realizou um Zivug em Katnut ao juntar os vasos de doação com Bechiná Dálet de Dálet. O resultado deste Zivug é o Partzuf Katnut, GE, de quem ACHAP é Bechiná Dálet de Dálet. Portanto este Partzuf está proibido de usar seus vasos de recepção, seus ACHAP. Este Partzuf é chamado de Adam HaRishon (O Primeiro Homem), o qual foi proibido de se alimentar da Árvore do Conhecimento, que é, realizar um Zivug com os vasos de recepção – ACHAP.
Com o nascimento de Adam HaRishon, os mundos de BYA expandiram-se através do local denominado Chazê de Yetzirá. Depois, a Luz de Ein Sóf, chamada de “O despertar do Alto”, veio e elevou todos os mundos em um degrau. Portanto, o Siúm do mundo de Assiá elevou-se a partir do local chamado Chazê de Yetzirá para o local do Chazê de Briá. Depois, mais Luz do despertar de Ein Sóf chegou, pela qual todos os mundos elevaram-se em mais um degrau, assim o Siúm do mundo de Assiá elevou-se acima da Parsá.
Adam HaRishon está dentro dos mundos de BYA, ele elevou-se para Atzilut conjuntamente com eles. Adam HaRishon pensou que agora poderia receber com a intenção de doar toda a Luz em seus vasos de recepção, nos ACHAP, em Bechiná Dálet de Bechiná Dálet.
Mas tal como isto aconteceu com a quebra dos vasos no mundo de Nekudim, quando ele estendeu Luz dentro dos vasos de recepção, ele rompeu-se. Ele perdeu sua Massach, sua intenção de doar. Seu Guf inteiro foi dividido em 600.000 partes, chamados “órgãos” ou “almas” as quais caíram nas Klipót (cascas) e receberam então o desejo de receber.
Todas as peças juntas, e cada peça em particular, caíram abaixo do inanimado (como descrito nos pecados que a Torá narra na primeira geração seguindo-se a Adão) Estas partes se vestiram em pessoas no nosso mundo. Aqueles em quem estas partes rompidas do Partzuf Adam HaRishon se vestiram, sentem – especificamente nesta parte – um desejo de elevarem-se e unirem-se com sua Fonte, a qual era em Adam HaRishon. Esta Fonte é chamada “a raiz de alma de uma pessoa”.
Para a criatura merecer o título de “criatura”, ela deve se manter em seu próprio direito, que é não ser influenciada pelo Criador. Este é o porque do Criador esconder a Si Próprio. E assim fazendo, Ele ajuda as criaturas equalizarem-se com Ele através de seus próprios esforços. A isto resulta que uma pessoa em nosso mundo, em quem um pedaço de Adam HaRishon está contida, é definida como uma “criatura”.
Uma criatura é uma parte de Adam ha Rishom que existe em uma pessoa em nosso mundo. Todas as criaturas, todas as almas, são partes do Guf de Adam ha Rishon. Todas elas devem participar na correção da dispersão. E fazendo isto, elas retornam para o estado que antecedeu o pecado e somam Dvekút (adesão) com o Criador. Elas separam todas as peças das Klipót (cascas). Portanto, cada pessoa deve atingir a raiz de sua alma enquanto vive neste mundo. Quem assim não o fizer, reencarnará em nosso mundo até que atinja o propósito pelo qual foi criado.
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