O PROPÓSITO DA REENCARNAÇÃO DE ACORDO COM O ZOHAR

Do livro “O Livro Aberto”

O livro do Zohar – um livro complexo e profundo – contém a sabedoria da Cabalá em sua inteireza. Ele nos fala sobre o caminho completo pelo qual a pessoa tem de passar desde o momento em que sua alma se encontra em um corpo físico; sobre o período em que a pessoa vive junto com a alma no mundo físico, e sobre como aquela termina sua vida, e continua a existir como alma sem corpo, e como esta desce a este mundo novamente. Portanto, vários ciclos de vida passam e nós o chamamos de “reencarnações” da alma.

O Zohar explica que propósito dessas reencarnações, desses retornos repetitivos a este mundo, é trazer o homem a um estado no qual sinta o mundo completamente, e não só este onde está vivendo neste momento.

O Zohar declara que além de nosso mundo existe um outro mundo – muito mais amplo – que apenas os Cabalistas, ou as almas que existem fora do corpo físico, podem sentir. O homem precisa chegar a uma situação na qual ele viva em ambos os mundos simultaneamente. Isso dá a ele a habilidade de ser mestre de  seu próprio destino, de planejar seu futuro e não ser influenciado pela vida e a morte do seu corpo biológico, mas ao invés disso de estar conectado com sua  alma.

O Zohar fala do caminho pelo qual cada alma tem de passar  separadamente, e do caminho pelo qual todas as almas passam como  humanidade, começando com a descida da alma ao corpo pela primeira vez, passando por todos os ciclos pelos quais esta alma passa, e terminando no estado onde alma, junto com o corpo, chega a um estado no qual o homem sente sua existência em todo o sistema da criação, e a vida e a morte cessam de existir para ele, e se torna parte ativa de uma completa eternidade. Essa é a situação à qual todos nós precisamos chegar.

A sabedoria da Cabalá afirma que a descida das almas aos nossos corpos prossegue por 6.000 anos, o que quer dizer que começou há 5763 anos atrás, e continuará por 237 anos. Nos anos que restam as almas precisam atingir todo o sistema da criação, aquela sublime forma de existência na qual o homem se identificará com  sua alma e não com seu corpo.

Todos os Cabalistas escreveram em seus livros sobre a singularidade da época em que vivemos. Eles falaram sobre como gradualmente, por milhares de anos, as almas descem e se vestem nos corpos de nosso mundo, acumulam uma certa quantidade de experiência e sobem de volta ao mundo superior. Depois elas descem de novo a este mundo para se vestirem em novos corpos, e assim por diante.

Assim, as almas gradualmente acumulam experiência que as faz vir estudar a sabedoria da Cabalá, através da qual elas atingirão o mundo superior. De acordo com os Cabalistas, isso acontecerá quando o último exílio dos judeus terminar. O ano 5755 (1995) foi marcado pelos Cabalistas como um ano bastante especial; um ano que é um alicerce histórico do qual começa uma mudança genuína no relacionamento do homem com o mundo, em seu relacionamento com a sabedoria da Cabalá, no relacionamento com seu destino.

Essa mudança é conseqüência de um processo de evolução pelo qual o homem tem passado que o compele a se comprometer com a liderança da criação, a ter um papel ativo nela, a ascender ao mesmo nível no qual será mestre e guardião do mundo todo. Se ele não aspirar por isso, então a lei coletiva da criação fará com que ele faça isso através de tormentos, que o forçarão a pensar sobre questões tais como: “Para que estou vivendo?” “Para que existo?” – e a examinar o propósito de sua vida e a perguntar por que está vivendo tão miseravelmente.

Assim, todos começarão a sentir essa questão, ardendo. Ela começará a nos irritar exatamente para nos fazer pensar sobre como controlar nosso destino. As pessoas nesta geração estão começando devagar, de acordo com o nível de desenvolvimento de suas almas, a chegar a uma situação na qual sentem uma grande necessidade de conhecer o propósito da vida. Tormentos, agonia e falta de confiança com relação ao futuro nos compelem a pensar sobre o sentido de nossas vidas. A dor nos pressiona a começarmos a aprender sobre a providência para nos tornarmos a parte mais ativa dela.

É sobre isso que a sabedoria da Cabalá fala, e este é o método que dá ao homem o conhecimento de como tudo que acontece em nosso mundo é gerado em um mundo superior e de lá se estende ao nosso mundo. Somos apenas testemunhas da imagem que se desdobra diante de nós conforme o Criador a planejou.

Se uma pessoa pode sentir o mundo superior, ela sabe o que vai acontecer adiantadamente, e a parte mais importante é que ela pode até determinar o que descerá a ela de cima. Ao estudar Cabalá, a pessoa adquire o conhecimento de como pode influenciar os eventos de sua vida.

Suponhamos, por exemplo, que aquela pessoa encontre uma determinada situação. Como deverá se relacionar com ela? Como deverá entender o que está acontecendo para se relacionar com isso de maneira correta, para que sua reação  se eleve e faça com que os eventos resultantes sejam mais agradáveis e melhores do que o atual?

Nós então vemos que a sabedoria da Cabalá nos ensina não apenas a testemunhar o que vai acontecer, mas ao mesmo tempo a reagirmos a isso para produzirmos bons resultados no futuro. É assim que o sistema de orientação funciona. Ou seja, a pessoa pode sentir o que está acontecendo com ela e o que precisa fazer para determinar sua situação futura.

É possível chegar a tal capacidade apenas através do estudo dos escritos  dos Cabalistas. Os Cabalistas são pessoas que sentem e que residem o mundo superior enquanto escrevem seus livros. Como resultado, as palavras que um Cabalista escreve quando está completamente imerso no mundo espiritual são selecionadas para determinadas ações espirituais superiores. Portanto, uma pessoa que as lê e as expressa, mesmo não entendendo sobre o que as palavras falam, porque ela não está no mundo superior, ainda assim, mesmo inconscientemente, desperta a luz superior sobre si mesma, a força superior que gradualmente a purifica e prepara para um estado no qual ela começa a ver e sentir aquilo sobre o qual ela lê. A leitura e o estudo a partir de livros especiais de Cabalá trazem a pessoa gradualmente a um estado no qual ela começa a sentir o mundo superior, porque é nisso que o estudo é baseado, e é por isso que os Cabalistas escrevem seus livros, para nos ajudar a progredir.

Mas, porque cada um de nós tem apenas um pequeno desejo de atingir o mundo superior, os estudantes de Cabalá formam um grupo para agruparem os desejos e assim aumentarem a influência da luz superior sobre eles, e com isso progridem mais rápido, ou seja, atingem mais depressa a situação na qual eles começam a sentir o mundo superior, e começam a guiar seus próprios destinos.

Assim, em todas as épocas, os Cabalistas têm estudado Cabalá em grupos tais como aqueles do Rabino Shimon Bar-Yochai, autor do livro do Zohar, e do sagrado ARI de Zefat.

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