CAPÍTULO 1

Do livro “Sabedoria Maravilhosa”

Por que Escolhi este Livro?

Ao longo da história da humanidade, nós, como criaturas temos procurado encontrar uma maneira de viver esta existência incrivelmente curta que todos nós experimentamos como “nossa vida” de forma pacífica e tranquila. No entanto, por alguma razão, o processo parece andar para trás. Paz e tranquilidade parecem estar presentes apenas nos primeiros anos da nossa vida, seguido por uma longa série de situações cada vez mais intensas, que nos conduzem a um labirinto de caos a que chamamos de “vida adulta”.

Como crianças, começamos com a mais ínfima das preocupações, apenas por alimentação, sono e calor humano. No entanto, a partir do primeiro elemento de responsabilidade forçado em nós, as nossas vidas começam um lento mas persistente processo de aumento de estresse e sofrimento, embora geralmente intercaladas com pequenas pausas de alegria e felicidade.

A adolescência traz uma miríade de mudanças internas e externas, e junto com elas, um passeio de montanha-russa de altos e baixos emocionais. Estes altos e baixos são sentidos tão intensamente, que o adolescente normal pode mudar do sentimento de “meu mundo está acabando” para o de “a vida é maravilhosa”, várias vezes ao dia e normalmente o faz.

Enquanto jovens adultos trocamos uma série de problemas por outros totalmente diferentes. Conhecemos “o outro significativo” com o qual, provavelmente passaremos a maior parte das nossas vidas. Esta união geralmente leva a adicionais expressões de amor, que não só aumentam a nossa alegria, mas também as nossas dores de cabeça, preocupações e gastos mensais.

Com o passar dos anos, que aparentemente se move um pouco mais rápido, apercebemo-nos que muitos dos nossos esforços de vida originais, foram trocados por algum outro elemento de segurança, a fim de prover para a casa agora cheia de entes queridos. Uma carreira estável tornou-se uma necessidade para prover a nossa família com as suas necessidades e desejos. Escolaridade adequada é uma necessidade absoluta nesta era de alta tecnologia, e o entretenimento tornou-se a parte mais importante para fugir do estresse associado á nossa luta incansável para educar, prover e divertir.

Uma manhã acordamos, nos olhamos ao espelho e vemos alguém cujo cabelo escuro grosso, a que não dávamos a devida importância, possui agora uma tonalidade adicional, que por vezes, chamamos carinhosamente de “loira”. Aquele duro, esguio corpo tem crescido milagrosamente um pouco mais suave na cintura, e quando nos levantamos, há algumas partes que não acordam tão rápido como as outras. Descobrimos que fomos golpeados por uma condição que adquirimos após anos de conflito: a meia-idade. Novamente, as responsabilidades mudam, algumas desaparecem outras são adicionadas.

E ao vermos os anos a evaporarem-se para novos ambientes como netos e aposentadoria, os acontecimentos que dantes nos causavam a perda de cabelo alteraram-se para problemas como a saúde, segurança, e até mesmo solidão. Apercebemo-nos que a nossa paciência tem crescido mais e mais, e o nosso objetivo são agora reduzidos para empreendimentos mais realistas que não requerem décadas para serem concluídos.

Mas este processo incrível chamado “vida como a conhecemos”, pode por vezes incluir uma irritação adicional. Esta contrariedade em particular, pode surgir a qualquer momento nas nossas vidas, e sem solução aparente aos seus anseios. Geralmente é tão sutil que ao princípio nem sequer reconhecemos qual é o problema. Qual é a preocupante questão sem resposta aparente? É uma questão excepcional, uma maravilha que é ao mesmo tempo cruel, mas justa.

Esta pergunta é:

“Qual é o sentido da minha vida?”

Esta questão vem até nós numa variedade de formas.

“O que estou fazendo no planeta?”
“Porque é que a minha vida está do jeito que está?”

“O que eu deveria fazer aqui? Isto é tudo?”

Geralmente, encontramos esta pergunta a intrometer-se nos nossos pensamentos sempre que atravessamos uma crise particularmente exigente. A intensidade desta pergunta é quase sempre diretamente relacionada com o sofrimento que estamos a experimentar a um dado momento. Quanto mais sofremos, maior é a gritaria. Para alguns de nós no planeta, a questão torna-se tão nítida e exigente que, começamos a procurar uma resposta.
No início, a busca só levanta questões adicionais, tais como:

“O que procuro?”
“Por onde começo?”
“Pode realmente haver mais do que apenas… isto?”

A nossa pesquisa leva-nos por inúmeros caminhos, uma infinidade de soluções, variando de diferentes exercícios físicos a cultos estranhos, todos prometendo de uma maneira ou de outra, satisfazer o nosso desejo crescente pelo que é normalmente considerada “a verdade”.

Aquele de nós, que sofrem desta busca insaciável, nos pegou indo a este encontro ou aquela palestra, lendo um livro ou assistindo a algum vídeo, sempre em busca de algo que simplesmente não conseguimos identificar. Nós sabemos o que queremos, apenas não sabemos exatamente o que é que nós queremos. Há uma carência, um vazio, falta alguma coisa. Quanto mais se procura, quanto mais tentamos soluções prometidas para anular esta “carência”, mais frustrados ficamos, quando a solução prometida só nos tira o nosso tempo, ou pior, esvazia as nossas carteiras.

Este livro foi escrito para todos vocês que sabem exatamente do que eu estou a falar, para aqueles que experimentaram esta “carência”. Se você se encontra na descrição acima geralmente referida como “buscadores”, com toda a certeza é a razão de ter aberto este livro.

Candidatos podem ser encontrados em todas as camadas sociais. Você pode encontrá-los nas mais horríveis das circunstâncias, na miséria, tendo sofrido de calamidades numerosas demais para contar, ou pode encontrá-los na outra extremidade do espectro. Quantas vezes já ouvimos histórias de pessoas que aparentemente têm tudo, dinheiro, respeito, bens, amigos, família, e mesmo assim, acabam justamente de entrar para uma clínica de reabilitação, ou pior.

Muitas vezes aqueles que, literalmente “têm tudo” afinal não têm. Na verdade, eles trocariam tudo o que têm por algo que simplesmente não conseguem identificar. Eles sabem que falta algo, mas literalmente não têm idéia do que seja. Portanto, eles se voltam para as drogas, relacionamentos, e uma matriz de prazeres superficiais para saciar este crescimento constante de “carência”.

Finalmente, há muitos de nós que não sofreram uma grande tragédia.

Certamente, a maioria de nós teve a sua quota de sofrimento, mas em regra estamos razoavelmente confortáveis. Temos os nossos trabalhos diários, alimentamos e apoiamos a nossa família, e levamos vidas “normais”. No entanto, esta carência parece formigar dentro de nós, provocando e insultando. Ela nos impulsiona na busca e é o que fazemos.

Não importa qual a sua situação, este livro oferece-lhe ajuda, fornece algumas dessas respostas que você está procurando. Seu objetivo é duplo: primeiro, explicar-lhe a origem da carência que você sente dentro de si. Segundo, ajudá-lo a descobrir a solução para esse sentimento de carência.

Este mundo não oferece nenhuma satisfação ou solução para a sua pergunta, e nenhuma resposta para saciar a sua sede, como o que lhe falta não está disponível aqui. Por “aqui”, refiro-me ao mundo em que você vive. Seu sentimento de vazio revela não só carência, mas uma necessidade de descoberta.

Isso traz a pergunta: “O que no mundo precisa ser descoberto?” Não descobrimos já tudo? O que há para descobrir neste planeta? Não começamos a explorar os céus? Não são milagres médicos encontrados para uma enorme variedade de males todos os dias? Não são os nossos computadores tão rápidos como relâmpagos, já que podemos nos comunicar imediatamente com o mundo inteiro, graças a este novo e incrível brinquedo chamado “Internet?”

O que resta para descobrir?

O objeto da descoberta é um reino que ainda não habitamos. É o domínio das fontes, desejos, sentimentos e pensamentos. É o reino do Criador, e é simplesmente chamado de “espiritualidade”.

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