BeHa’alotchá (Quando Levantais as Velas) 

Do livro “Divulgando Uma Porção”

(Números 8:1-12:16)

 

Sumário da Porção

A porção, BeHa’alotchá (Quando Levantais as Velas), toma lugar um ano mais depois da recepção da Torá. O povo de Israel está a preparar-se para viajar e têm uma cerimónia especial pela inauguração do altar. A porção detalha as leis a respeito de fazer a oferenda da Segunda Pessach para aqueles que não puderam participar na primeira Pessach.

A porção fala do tabernáculo, sobre o qual havia constantemente uma nuvem. Isso é uma indicação para os filhos de Israel para quando se devem levantar e viajar e quando se devem acalmar. A porção também fala das duas trombetas de prata que foram usadas para reunir o povo em tempos de guerra, quando fazendo oferendas, em Shabats, festivais e ocasiões especiais.

Perto do fim da porção, vários eventos tomam lugar que apontam para o crescimento do ego. Os ímpios da nação queixam-se de Moisés e do Criador e um fogo consumidor é enviado aos ímpios na extremidade do acampamento. A turba, um grupo de prosélitos que se juntaram aos filhos de Israel durante sua saída do Egito, se queixa de sua condição e em retorno o Criador dá água a codornizes no acampamento. Qualquer um que salte sobre as codornizes é condenado à morte. Este é o lugar chamado “as sepulturas do anseio”.

O fim da porção fala sobre Miriã – a irmã de Moisés e Aarão – escarnecer Moisés. Ela diz para Aarão, “O Criador me apareceu, bem como a vós, então porque é Moisés o líder? Porque o escutais somente a ele”? Ela é punida por isso com lepra. Moisés pede ao Criador que a perdoe e Ele a ordena para o isolamento durante sete dias. A nação, que tem de viajar, espera sete dias até que ela regresse.

 

Comentário

Todos os eventos são estados espirituais dentro de nós. Precisamos nos corrigir e alcançar equivalência de forma com o Criador, como está escrito, “Retornai, Ó Israel, para o Senhor vosso Deus” (Oseias 14:2). O texto fala somente de correção. Não se trata de ter de atravessar o deserto e alcançar o rio Jordão, o atravessar e alcançar a terra de Israel. Em vez disso, trata-se de ascender, como em BeHaalotchá(Quando Levantais).

“Ascender” refere-se a edificar a alma. Cada um de nós constrói nossa própria alma e o faz gradualmente. A alma é chamada “uma porção de Deus do alto” (Jó 31:2). Um começa a obra espiritual, querendo se construir a si mesmo e alcançar doação e amor pelos outros, conexão com todos, porque é assim que nos tornamos semelhantes ao Criador, como está escrito, “Do amor pelo homem ao amor por Deus”*, de amar as pessoas a amar o Criador.

Nós alcançamos o amor em fases, embora o odiemos pois somos seu oposto completo. Há fases descritas em todas as porções. Inicialmente, a Torá fala somente de quando recebemos a centelha chamada o “ponto no coração”. Com essa centelha começamos a nos corrigir. A Torá descreve este processo até ao fim da correção, através do que é chamado “diante dos olhos de toda Israel” (Deuteronômio 34:12), até ao fim da Torá (Pentateuco).

Deste modo, quando começamos a trabalhar e nos corrigimos, imediatamente achamos todos os tipos de problemas dentro de nós. Está escrito na porção que um ano depois de todas as preparações, quando os filhos de Israel se começam a mover, problemas começam a surgir no acampamento. Pessoas começam a encontrar muitas obstruções tais como pensamentos e desejos que foram contra as ascensões espirituais.

As obstruções que apareceram eram na realidade revelações dos desejos e pensamentos, a mente e coração que precisavam de correção. É precisamente ao os corrigir que ascendemos. Assim, não precisamos ver estes como obstruções, mas como um meio para a ascensão, um trampolim. Podemos ver em nós mesmos e nos grupos em Israel e noutros lugares que problemas começam no momento em que tudo está organizado e todos estão prontos e ansiosos para começarem a corrigir as conexões. É então que o problema começa, mas isso é o caminho certo, o único caminho para ascender.

Os problemas que aparecem revelam diferentes desejos e camadas de desejo dentro de nós. Nosso desejo geral está dividido em muitas camadas, então não é surpresa que as “pessoas” subitamente apareçam, ou seja aqueles desejos dentro de nós. O todo de Israel é chamado “Adam”. Ele inclui todas as coisas, até as nações do mundo dentro de nós. Contudo, “Israel” são os desejos com os quais podemos avançar por enquanto, enquanto as nações do mundo são mantidas “congeladas” de modo a não lidarmos com elas.

Quando queremos avançar somente com desejos com os quais  possamos  subir  à  espiritualidade, descobrimos que até com estes, não é fácil. Há desejos que não se santificaram a si mesmos, que é o propósito da Segunda Pessach. Todos aqueles que não concretizaram isto durante o êxodo do Egito podem agora os corrigir, para que agora os santifiquemos. “Santificar” significa que trazemos os desejos à qualidade de doação, Kodesh (santidade, da mesma raiz da palavra, Kedushá), doação, ou amor pelos outros.

Devemos aprender a separar os desejos que estão prontos para serem corrigidos em nós daqueles que não estão prontos. O mesmo serve para os pensamentos, trabalhar na tenda de encontro e no tabernáculo. Estes são trabalhos de escrutínio e correção.

A obra dos sacrifícios, ou as Mitzvot (mandamentos) conecta-se às oferendas, isto é o mais importante pois isso envolve instruções sobre como separar cada desejo do resto deles, como os processar e entender, como saber o que são eles e quão possível ou impossível é avançar com cada desejo.

Nosso único modo para avançar é ao transformar nossos desejos egoístas em desejos de doação e amor. Há sempre problemas neste processo, tais como lepra ou pragas, como é descrito sobre Miriã ou aqueles que quiseram comer carne. Isso acontece que nosso desejo está dividido em inanimado, vegetativo, animal e falante. “Falante” refere-se aos diferentes tipos de pessoas que a Torá menciona: sacerdote, Levita e Israel. Todavia, descobrimos que há também estranhos, prosélitos, multidões misturadas e outros que aparentemente não pertencem a Israel, todavia se juntaram a ela.

A separação e escrutínio não são feitos imediatamente aquando do êxodo do Egito, mas mais tarde, quando acontece que nada mais há para corrigir. Precisamos separar a parte santificada do resto dos nossos desejos, que temporariamente “colocamos em espera”. Alguns destes desejos podem ser corrigidos e através deles é possível serem santificados e avançar. É possível doar com eles, ascender na escada. Mas com alguns desejos é impossível o fazer.

As partes que já podem estar em doação e receber em prol de doar já despertaram. A luz brilha nelas, como está escrito, “Quando levantais as velas” (Números 8:2). Há claros sinais nos escrutínios, que indicam quando tomar certas ações. Se estamos debaixo de uma nuvem, sentados, isso é preparação. Se a nuvem desperta, o peso e escrutínios despertam sobre nós e podemos começar a nos movimentar. A Torá inteira trata-se de como corrigir a vontade de receber, que partes nela e como as podemos escrutinar.

 

Perguntas e Respostas

O  que  é  a  Segunda   Pessach?   Os   desejos   que   não exteriorizamos subitamente   fazem um discernimento mais elevado de modo que eles, também, merecem ser exteriorizados?

Não é um discernimento mais elevado, mas um mais exato, mais delicado. Descobrimos que desejos com os quais pensávamos que podíamos deixar no Egito e continuar para a recepção da Torá e a terra de Israel não apoiam realmente a doação. Éretz (terra) significa Ratzon (desejo), e Yisrael (Israel) significa Yashar El (direito a Deus). Depois de tomarmos alguns passos em frente, descobrimos alguma “impureza” dentro de nós que anteriormente havíamos subestimado. Somente agora que avançámos podemos discernir desejos com os quais não podemos avançar, então os separamos e corrigimos.

Separamos e corrigimos nossos desejos em fases. É possível arruinar os desejos, os matar, separar, ou de algum modo os remendar, como com a obra das oferendas. Dividimos nossos desejos em inanimado, vegetativo, animado e falante e separamos os desejos no nível de falante em sacerdote, Levita e Israel. Também nos devemos recordar da multidão misturada, os prosélitos e as nações do mundo – os vários gentios que despertam dentro de nós.

Há desejos primários no nível inanimado pois a alma consiste de Shóresh (raiz), Neshamá (alma), Guf (corpo), Levush (vestimenta) e Heichal (casa/salão), ou Moach (medula), Atzamot (ossos), Gidin (tendões), Bássar (carne) e Or (pele), dependendo de como os dividimos. Quando nos referimos a Moach, Atzamot, Gidin, Bassar e Or, não conseguimos corrigir a Or. A correção da Or é fazer pergaminho dela, sobre o qual a Torá é escrita. A Or é dividida em duas – o exterior e Duchsustus (parte interna). É assim que ela alcança correção.

Antes disso, corrigimos um Kli (vaso) de Bássar no grau animal. Este é nosso principal trabalho no altar. Enquanto há sal, água e outros elementos no altar, o principal é a carne. Este é o único Kli pelo qual podemos corrigir nossa vontade de receber, que é o mais importante. A carne é vermelha; sua estrutura é a grande vontade de receber; assim, o trabalho das oferendas, tal como descreve a Torá, é principalmente no Kli (vaso) de Bássar (carne).

Antes disso, não sabemos ou pensamos que há necessidade de realizar estas correções. Compreendemos isso somente quando avançamos em casa fase, estacionamos nas paragens, preparamos todos os acampamentos, cada um com sua própria bandeira e cada um no seu lugar na divisão. Se pegarmos na população inteira de Israel dividida em acampamentos, tribos, de acordo com a localização e forma, ou avançamos ou permanecemos imóveis. Em vez de encontrar a tenda de encontro, todos os desejos se encontram ao redor da tenda. Os Levitas, os sacerdotes e o inteiro acampamento só descrevem a estrutura da alma.

Problemas maiores vêm à superfície cada vez no acampamento – sejam pensamentos e desejos externos que se querem juntar às fileiras, tribos durante o caminho que os atacam, ou pessoas no deserto que não se corrigiram a si mesmas dos seus desejos para um desejo que seja inteiramente Yashar El, que é a terra que está cheia de leite e mel. Isto é, há a luz de Chassadim e luz de Chochmá, enquanto no deserto tudo é seco; não há água, nem luz de Chassadim; logo tudo são somente escrutínios.

Há muitas descrições “físicas”, tais como a nuvem que anda em frente do acampamento e quando os filhos de Israel repousam, ela repousa, também.

Isto é ocultação: só vemos nossa medida de ocultação da revelação do Criador. Se a nuvem, ou seja, ocultação, parte de nós, nós avançamos. Se a ocultação desce sobre nós, baixamos nossas cabeças, nos sentamos e escrutinamos. Certamente, maioria dos quarenta anos do deserto foram passados sentando e escrutinando, somente para avançar um pouco em frente e parar novamente para o escrutínio.

Porque foi escrito que a nuvem anda diante do acampamento?

Seguimos a ocultação porque a queremos aceitar, dado que de acordo com a ocultação descobrimos o processo pelo qual avançamos.

O que é a ocultação em relação a nós?

“Ocultação” é quando a recebemos da vontade de receber, quando queremos estar nela, como está escrito, “sabedoria está com os humildes” (Provérbios 11:2), ou Safra Tzniuta (Livro da Humildade, parte de O Zohar), ou seja, divulgações. Safra significa livro (em Aramaico) e um livro é divulgação, um Meguilá (pergaminho), da palavra Gilui (divulgação). Quando nos escondemos, concordando receber ocultação do Criador, é então que avançamos.

Verdade, isso contradiz o senso comum, dado que significa “caminhar em doação”? É então que não queremos qualquer divulgação e a rejeitamos aparentemente. Avançamos com Ór Chozêr (Luz Refletida) pois estamos nos quarenta anos no deserto.

O que isso nos dá?

É assim que Malchut sobe a Biná. Adquirimos as qualidades de Biná de doação no nosso Kli de Malchut. Com as qualidades de doação, caminhamos com nossos olhos fechados pois seguimos a ocultação, a nuvem, até que alcançamos a entrada para a terra de Israel. Aquando entrando na terra de Israel, a luz de Chochmá começa a aparecer através da luz de Biná, que é adquirida durante os quarenta anos no deserto. É então que começamos a ver.

A terra de Israel é uma terra onde o Criador está presente, um desejo preenchido pelo Criador, quando já O descobrimos. Mas antes disso, quando Malchut sobe somente a Biná, adquirimos a ocultação e consentimento para trabalhar somente em doação sem coisa alguma em retorno.

De onde vem a força para caminhar em tamanha ocultação?

A força é dada do alto. Ela é a força da luz recebida quando recebendo a qualidade de doação. O problema inteiro é que a espiritualidade não é como a corporeidade, onde todas as coisas estão nas nossas mãos, nos nossos vasos de recepção e é assim que avançamos. Não é difícil avançar deste modo, dado que permanecemos no ego.

Na espiritualidade, nós não avançamos egoisticamente. Em vez disso, temos de receber força adicional do alto, um desejo adicional chamado “uma nova terra”, “um novo céu”. Tudo é novo.

“Através do deserto” significa que não conseguimos achar quaisquer respostas na nossa vontade de receber e não conseguimos achar qualquer preenchimento nela.

Então o que nos motiva? Porque avançamos?

A motivação vem de começar a sentir que seguimos a força superior. É bom senti-la, mas somente se estivermos dispostos a seguir a nuvem, a ocultação, com nossos olhos fechados.

O que significa caminhar “com nossos olhos fechados”?

“Caminhar com nossos olhos fechados” significa que não recebemos qualquer justificação para avançar em doação, nem nas nossas mentes nem nos nossos corações. Nossas mãos, nomeadamente nossos Kelim (vasos) corpóreos e egoístas, estão onde sentimos no coração e entendemos na mente. Aqui não sentimos ou entendemos coisa alguma. Tudo o que queremos é a chance de avançar acima destes Kelim mundanos e subir a outra dimensão mais alta. Existimos lá em Kelim completamente diferentes daqueles em que entendemos e sentimos.

Como sabemos sequer que estamos a fazer qualquer progresso lá?

A nuvem, a ocultação, mostra-nos o caminho, mas somente à extensão que estejamos dispostos a fazer sacrifícios constantes. Isto é, sacrificamos partes da carne dos vários desejos. Se sacrificarmos e não nos quisermos envolver neles e também estivermos dispostos a os deixar sem rima ou razão, nos aproximamos. Korban (sacrifício/oferenda) vem da palavra, Karov (perto/próximo). Deste modo, nos aproximamos da qualidade do Criador, à doação pura, Biná.

Qual é o sentido do que acontece a Miriã a profetiza? Ela faz uma justa reivindicação a respeito da liderança de Moisés. Se uma pessoa quer conduzir, então por que somente Moisés?

A qualidade de Moisés de Biná é perfeita, completa, GAR de Biná. Não assim é com qualquer outro desejo.

Como fala o Criador para Moisés e como falou Moisés para Ele?

Esta é a revelação. Na espiritualidade, não temos  visão, audição, paladar, olfacto ou tacto. Em  vez disso, nos é convidado “Provai e vede que o Senhor é bom” (Salmos 34:9). Não provamos na boca, mas nos Kelim que aparecem.

Uma pessoa prova além dos cinco sentidos físicos?

Chochmá, Biná, Zeir Anpin e Malchut, Yod-Hey-Vav-Hey. Chochmá é visão, Biná é audição. Alguns profetas disseram, “Eu vi”, e alguns disseram, “Eu escutei”. O Criador falou para Moisés, no grau de Biná, GAR de Biná, pura Biná e fiel. Ele era fiel, ou seja, no grau de fé. Ele escutou, ou seja, que ele estava principalmente no grau de escutar, que é o grau de Biná. Foi assim que o Criador lhe apareceu.

Miriã não sabia disto? Qual foi a punição que ela obteve? Sabemos que não há punições, então foi que depois da lepra ela entendeu?

Todas as punições são correções. Quando Miriã fica enferma e se senta durante sete dias fora do acampamento, o acampamento inteiro espera que ela regresse e somente então avançam eles no deserto. “Enquanto eles caminhavam” fala de correções. A Nukva (fêmea) é uma carência que se encontra oposta a Moisés. Ela não fala no grau de GAR de Biná, como fala Moisés, mas do grau de VAK de Biná. Isto é, o grau inteiro está conectado a essa audição. O Criador para todos, mas Moisés também sabe porque ele está na parte de Biná onde a luz de Chochmá (sabedoria) se veste, em GAR de Biná.

Aarão e Miriã não estão em GAR de Biná?

Não; é por isso que Moisés é considerado o confiado do Criador, como está escrito, “Ele é fiel em toda Minha casa” (Números 12:7).

Miriã é uma mulher e quase em todo o lugar na Torá são os homens que lideram.

Não propriamente. As mulheres existem em cada fase e em cada ação, mas elas não são mencionadas. Por exemplo, Abraão gerou Isaac, mas também teve filhas.

Onde se escreve Et na Torá, isso refere-se a uma fêmea?

Sim, é claro. A mulher é a parte principal da Torá; ela transporta a carência que o homem corrige. A razão pela qual falamos mais sobre homens que mulheres é porque a parte masculina é a Massach (tela) que traz Ór Chozêr (Luz Refletida) que divulga o Zivug de Haka’á (acoplamento) sobre a carência  da  mulher.  Nesta  porção,  está  bastante  claro  que  sem  a  Profetiza  Miriã,  não    nos poderíamos aproximar. Em outras palavras, ela está no grau de Biná, o grau de revelar o Criador.

 

Termos

Menorá (Lâmpada)

A “Menorá” simboliza a alma. Ela simboliza a alma. Ela simboliza as sete Sefirot da alma que precisamos saber como acender, de que modo e por que ordem.

Korban (Sacrifício/Oferenda)

Um Korban é a vontade de receber que corrigimos e através dele nos tornamos mais Karov (próximo/perto) do Criador.

Segunda Pessach

A “Segunda Pessach” relaciona-se a desejos que achamos ora desnecessários ou impossíveis de santificar. Estes são desejos que não reconhecemos. Contudo, eles podem ser corrigidos mais tarde, em uma fase mais avançada no processo.

Impureza

“Impureza” é uma força que trabalha em prol de receber, a força egoísta que aparece em nós.

Nuvem

Uma “nuvem” é ocultação que vem ora do Criador, que se esconde a Si Mesmo de nós, ou de nós, que nos escondemos a nós mesmos Dele. O último é chamado “nuvens de glória”.

Um Guia

Um “guia” é a qualidade pura de doação que queremos seguir e nos apegar, assim alcançando nossa meta.

Trombetas de Prata

As duas forças que descobrimos e pelas quais avançamos, são chamadas “trombetas de prata”. Estas forças puxam-nos para a frente da direita e da esquerda.

Prata

“Prata” é o grau de Biná; ouro é o grau de Chochmá.

Prosélito

Um “prosélito” é um desejo de receber que se converteu e está disposto a ser corrigido e se juntar a Israel.

Turba

A “Turba” é um tipo de desejo de receber que precisamos descobrir e o encontramos “infectado”

com uma intenção de receber.

Codorniz

“Codornizes” são desejos finos, um tipo de desejo no grau animal do qual podemos fazer uma oferenda.

Lepra

“Lepra” é uma doença no desejo do Homem, na intenção de receber, que aparece no último e pior grau da pele.

Boca a Boca

Um Zivug (acoplamento) “boca a boca” significa espírito com espírito, quando duas almas, ou o Criador e uma alma, estão nessa espécie de conexão.

Punição

Uma “punição” é uma correção. A punição é dada quando nos sentimos incapazes de usar o desejo em prol de doar. Ela não é uma incapacidade de receber. Em vez disso, a punição é a incapacidade de doar. Contudo, a punição conduz um à correção pois já sabemos o que corrigir com esse desejo e alcançámos um Mitzvá (mandamento/correção). Um Mitzvá é uma ação de doação, uma ação de amor.

Miriã

“Miriã” é um tipo da vontade de receber em nós que se encontra oposta a Moisés. Moisés, também, descobriu essa parte em si mesmo. Em outras palavras, o grau em nós que é chamado “Moisés” descobriu um certo toque pela Nukva (fêmea), Miriã, que ainda precisava de correção. Moisés também sobe cada vez juntamente com o povo; ele é um discernimento na alma, assim, com cada discernimento, o discernimento do grau de Moisés é também corrigido.

Com cada termo e cada fase, nossa vontade de receber cresce e incha e nós a corrigimos com a intenção de doar, de servir os outros e ao Criador.

 

O Criador dentro de nós é o que nos pune?

Tudo está dentro de nós. O homem é um pequeno mundo que precisa alcançar a correção completa.

De O Zohar: E as Águas Se Tornaram Doces

Nesses segredos que serão revelados através de vós, “As águas se tornaram doces”. Como o sal   que adoça a carne, elas serão adoçadas pelos segredos que serão revelados através de vós. Todas essas questões e a disputa da água amarga na Torá oral regressarão a ser doces águas na Torá. E vossas agonias serão doces para vós através desses segredos que serão revelados por vós. E todos vossos apuros retornarão para vós como sonhos fugidios. Um sonho (em Hebraico) tem as letras da palavra “sal”, invertidas. Como o sal adoça a carne, também a agonia fica doce. Zohar para Todos, BeHaalotchá (Quando Montais as Velas), item 86

 

Sumário

A porção, BeHaalotchá (Quando Montais as Velas), lida com o acender das velas, com ver todo o desejo do Homem. O homem divide-se em muitas partes e precisamos vê-las como a Menorá é o símbolo da alma. Nós precisamos acender todas as suas sete qualidades, brilhando com a luz superior, com doação sobre os outros, com amor.

* Rav Yehuda Ashlag (Baal HaSulam), Os Escritos de Baal HaSulam, “O Amor por Deus e o Amor pelo Homem”, p 482.

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