EXPLICAÇÃO DO ARTIGO, PREFÁCIO À SABEDORIA DA CABALÁ

Do livro “Cabala Para o Estudante”

QUATRO FASES DA LUZ DIRETA

O aprendizado começa com um discernimento chamado “A conexão entre o  Criador e as criaturas”, visto que nós não falamos do Próprio Criador e nós não podemos atingi-Lo. Pelo contrário, “Pelas Tuas ações Te conheceremos”, ou seja,  que o atingimento é apenas nas operações que estendem  dEle.

Esta conexão também é chamada “o propósito da Criação”. Nossos sábios perceberam que Seu desejo e meta eram beneficiar Suas criações. Assim, a ordem da evolução começa deste discernimento até que atinja as almas, cuja raiz é a alma de Adam HaRishon, que se estende da internalidade dos mundos  BYA.

Alegoricamente falando, quando o Criador quis beneficiar Suas criaturas, Ele queria dá-las 100 quilogramas de prazer. Assim, Ele tinha que criar tais criações que quisessem receber isto. Nós aprendemos que o desejo de receber deleite e prazer é a própria essência da criatura e a razão pela qual a Criação é chamada “existência   a partir da ausência”. E Ele a criou para que Seu Pensamento de deleitar Suas criações fosse realizado.

E para o desejo de receber nascer, tinha de haver uma ordem de quatro discernimentos, visto que a pessoa pode desfrutar apenas de acordo com seu desejo por aquilo. É por isto que nós chamamos o Kli (vaso) pelo nome, “desejo de receber” ou “anseio”. Assim, de acordo com a medida da necessidade é a medida da ânsia de satisfazer a necessidade.

Existem duas condições para a realização de um desejo:

  1. A pessoa deve saber o que desejar. Ela não pode desejar algo que nunca tenha visto ou ouvido falar.
  2. A pessoa não terá a coisa desejada, pois se ela já tivesse obtido seu desejo, perderia o desejo.

Para realizar estas duas condições, quatro fases/discernimentos emergiram no desejo de receber, que são atualmente cinco, juntamente com sua raiz. O quinto discernimento é chamado um  Kli adequado para recepção do deleite e prazer.

Eles seguem esta ordem:

1)            Kéter: Seu desejo de beneficiar Suas criações.

2)            Chochmá: Seu desejo de beneficiar Suas criações criou uma carência – existência a partir da ausência – e junto com ela, criou a Luz. Assim, a Shefá (abundância) e o desejo de receber a Shefá vêm juntos. Isto é assim porque o desejo ainda não sabe o que quer; assim, ele nasceu junto com seu preenchimento. Mas se ele tem seu preenchimento, ele perde o desejo pelo preenchimento, como a segunda condição requer. Este discernimento é chamado Bechiná Álef (primeiro discernimento) de Aviut (do desejo).

3)            Biná: Visto que a Luz vem do Doador, a força de doação está incluída nele. Assim, no seu fim, Chochmá deseja equalizar sua forma, ou seja, não ser um receptor, mas um doador. Há uma regra na espiritualidade: “Qualquer geração de uma forma é considerada um novo discernimento”. Assim, este discernimento recebe seu próprio nome – Biná, e esta é Bechiná Bet (segundo discernimento) de Aviut. Nós também aprendemos que a Luz que se propaga enquanto o inferior deseja equalizar sua forma é Ohr Chassadim (Luz da Misericórdia), e esta é a Luz que brilha em Biná.

Pergunta: Se Biná anseia por doar, porque ela é considerada Aviut Bet (segundo nível de Aviut)? Pelo contrário, parece que ela deveria ser mais pura do que Bechiná Álef de Aviut (primeiro nível de Aviut).

Resposta: Eu explicarei isto com uma alegoria. Uma pessoa dá ao seu amigo um presente e o amigo o recebe. Depois, ele reconsidera e decide que não está em seu interesse receber, e devolve o presente. No princípio, ele estava sob a influência  e dominação do doador; assim, ele recebeu. Mas uma vez que ele recebeu, ele sentiu que ele era o recebedor, e esta sensação o fez devolver o  presente.

Lição: em Bechiná Álef, ele recebeu devido a dominação do doador, mas ele ainda não se sentia como um receptor. E quando ele viu e sentiu que ele era o receptor, ele parou de receber, e esta é Bechiná Bet. Em outras palavras, naquele estado, ele sentiu que ele era o receptor, e assim quis doar ao doador. É por isto que Bechiná Bet é chamada Biná, pois ela Hitbonená (examinou/observou) a si mesma sendo um receptor e assim quis doar. É por isto que nós aprendemos que o início  do aprendizado é de Biná abaixo.

4)            ZA: Em seu fim, Biná recebeu um tipo de direção que decorre do propósito da Criação, que ela precisa receber porque o propósito da Criação não era para as criaturas engajarem em doação. Por outro lado, ela também queria equivalência de forma, doação. Portanto, ela se comprometeu: ela receberia Chassadim (misericórdia) e iluminação do Ohr Chochmá (Luz da Sabedoria).

Isto é chamado Bechiná Guimel de Aviut, pois ela já estende Chochmá, mas ainda existem Chassadim nela. Esta é a razão para o nome Zeir Anpin (pequena face). Chochmá é chamada Panim (face), como em, “A sabedoria do homem faz sua face brilhar”, mas ele recebe este Ohr Chochmá em um Zeir, ou seja, em uma quantidade muito pequena. Mas este discernimento ainda não é considerado um Kli (vaso), pois se ele pode doar e receber apenas uma iluminação do Ohr Chochmá, este é um sinal que seu desejo de receber é incompleto, pois ele ainda tem a força para engajar em doação, também.

5)            Malchut: Em seu fim, Bechiná Guimel é solicitado de Cima a receber abundantemente devido ao Seu desejo de beneficiar Suas criações. Afinal, o propósito da Criação não era para os inferiores receber em Zeir Anpin. Assim, este despertar fez com que Malchut tivesse um desejo e anseio de receber o Ohr Chochmá como brilhava em Bechiná Álef, quando ela tinha toda o Ohr Chochmá.

Mas a diferença entre Bechiná Álef e Bechiná Dálet é que em Bechiná Álef, não podia ser dito que ela estava desfrutando o Ohr Chochmá, pois ela ainda não possuía o anseio e a carência, pois o Kli e a Shefá vêm juntos. Mas Bechiná Dálet anseia pelo Ohr Chochmá quando ela não a tem; assim, quando ela recebe, ela sente o deleite e prazer que vem com o preenchimento de seu desejo.

Apenas esta Bechiná é chamada um Kli, visto que ela deseja apenas receber. Todas as Bechinot (plural para Bechiná) antes a ela são consideradas “Luz sem um Kli”. E quando esta Bechiná Dálet recebe a Luz, ela é um estado chamado “o mundo de Ein Sóf”, e também “preenchendo toda a realidade”.

Pergunta: Se nós estamos lidando com a espiritualidade, onde não há tempo e espaço, o que “preenchendo toda a realidade”  significa?

Resposta: Vamos retornar à nossa alegoria do início desta explicação, a alegoria que Ele queria dar a Suas criaturas 100 kg de prazer e portanto tinha que criar 100 kg de carência e desejo de receber nas criaturas, correspondendo ao prazer. Quando os 100 kg de desejo recebem os 100 kg de preenchimento, isto é chamado “preenchendo toda a realidade”, ou seja, que nenhuma carência é deixada sem ser satisfeita.

E agora nós explicaremos o significado do nome Malchut de Ein Sóf: Esta Malchut, que anseia receber a Shefá para preencher sua carência, é chamada “recebendo em prol de receber”. Isto significa que ela recebe para satisfazer sua falta. Em um estágio posterior, ela coloca um fim e Tzimtzum (restrição) ao usar este Kli. Mas no estágio inicial, com que estamos lidando, ela ainda não faz este Sóf (fim) e Siúm (conclusão); assim, este estágio ainda é chamado Ein Sóf (sem fim).

Nós aprendemos que Chochmá, em seu fim, após receber a abundância, começa a despertar em si um desejo de doar, de acordo com o desejo de doar do Emanador. Também, depois que Malchut recebeu a Luz, ela evocou dentro dela um desejo de doar, pois esta Luz possuiu o poder da doação. Biná quis doar, mas falhou porque na forma de Biná, o propósito da Criação não se cumpria. Mesmo sua recepção subsequente da iluminação em ZA não era suficiente, pois o desejo do Criador de beneficiar Suas criações era por Shefá, não por ZA. Assim, como Malchut poderia atingir equivalência de forma e ao mesmo tempo chegar ao propósito da Criação?

É dito sobre isto que ela inventou algo novo: Malchut receberá tudo, mas não como em Ein Sóf, onde era tudo em prol de receber, ela faria isto em prol de doar. Assim, por um lado ela estaria realizando o propósito da Criação de beneficiar Suas criações, pois ela estaria recebendo, e por outro lado sua intenção seria doar, que é equivalência de forma.

TZIMTZUM ÁLEF

A decisão de Malchut que ela não queria receber em prol de receber é como se ela repelisse a Luz. Este estado é chamado Tzimtzum (restrição). Há uma regra na espiritualidade que qualquer aparição de uma nova forma é considerada um novo discernimento. Portanto, nós devemos discernir dois  estados:

  1. Quando Bechiná Dálet recebeu toda a Luz com um Kli chamado “anseio”. Isto é chamado “preenchimento toda a realidade”. Isto é também chamado “o mundo de Ein Sóf”.
  2. Depois ela queria equivalência de forma, este estado é considerado um mundo diferente, chamado “o mundo do Tzimtzum”, do qual a Luz partiu.

Assim, como nós discernimos que Chochmá recebeu e Biná refletiu a Luz, Malchut continuou como estava, no estado do mundo de Ein Sóf, recebendo toda a Luz. E agora nós discernimos uma nova Malchut, que reflete a  Luz.

 

Nós devemos saber que no primeiro estado, chamado Ein Sóf, era onde “Ele é Um e Seu Nome Um”, ou seja, a Luz e o Kli são um discernimento. Apenas após  o Tzimtzum houve uma distinção das quatro fases, ou as dez Sefirot, pois a Luz partiu delas.

Pergunta: Com este Tzimtzum, a Luz partiu de todas as dez Sefirot. Isto é confuso, pois o Tzimtzum foi feito na recepção em prol de receber, que é Bechiná Dálet, e não nas outras Bechinot!

Resposta: As primeira três Bechinot não eram consideradas Kelim, elas só contribuem com a ordem de desenvolvimento, no fim do qual o Kli, chamado receber em prol de receber, nasce e se torna separado do Doador. Mas as primeiras três Bechinot ainda não estão separadas do Doador.

Após Malchut nascer, ela obteve suas causas. Assim, não pode ser dito que após o Tzimtzum, a Luz permaneceu nas Nove Superiores, pois elas não são Kelim. O único Kli é Malchut, e se ela não quer receber, toda a Luz parte e ela não recebe nada.

O Ari também diz, “O Tzimtzum foi igual”, sem distinção de níveis.

Pergunta: Se é assim, por que nós dizemos que as quatro Bechinot se tornaram distintas após o Tzimtzum?

Resposta: A distinção foi feita com relação a causa e consequência, mas não há distinção de Cima e baixo.

Pergunta: O que Acima e abaixo significam na  espiritualidade?

Resposta: Importância – enquanto que causa e consequência não implicam importância. Por exemplo, o Gaon de Vilna era uma consequência de seu pai, mas quem era mais importante, a causa ou a consequência?

Nós precisamos entender porque não há distinção de Cima e baixo. Malchut recebeu a Luz que “preenchia toda a realidade”, e isto não é considerado uma carência ou inferioridade em importância. Assim, ela podia ter permanecido naquele estado, se ela não tivesse escolhido fazer o Tzimtzum.

É isto o que o Ari nos insinua, ao dizer que o Tzimtzum foi igual, que Malchut não era de importância inferior, mas que o Tzimtzum foi feito através de sua própria escolha. Mas depois, quando Malchut não recebeu devido a proibição, ela se tornou inferior em importância. Então, o que está longe de Malchut se torna de Maior importância, e o que está mais próximo de Malchut se torna de menor importância.

AS DEZ SEFIROT DE IGULIM (CÍRCULOS) E A LINHA DE EIN SÓF QUE AS PREENCHE

Após o Tzimtzum, os Kelim foram deixados vazios, e dentro deles Reshimot (recolecções/memórias) da Luz que eles tinham. Eles são chamados “as dez Sefirot de Igulim no mundo de Tzimtzum”. Eles são chamados Igulim implicando que a questão de Cima e baixo não se aplica a eles, como em um círculo corpóreo.

E visto que Malchut é o operador, pois ela é o Kli atual, Malchut de Igulim retornou e estendeu a Luz para receber em prol de doar. E aqui nós aprendemos uma nova regra: “Um desejo no Superior se torna uma lei obrigatória no inferior”. Assim, agora ela está proibida de receber.

Eu falei uma vez de uma alegoria sobre isto: A véspera de um novo mês é um tempo para recitar a pequena oração de Yom Kippur (Dia do Perdão) e para despertar o arrependimento. Algumas vezes, uma pessoa debate se ou não jejuar naquele dia. Não é obrigatório jejuar e também não há proibição no alimento. Assim, a escolha está em suas próprias mãos.

Se, no final, a pessoa decide jejuar, e depois se arrepende e quer comer, a regra é que o alimento está agora proibido, assim “ele não deve quebrar sua palavra” sobre a promessa. Assim, nós vemos que inicialmente, não havia proibição no alimento, mas após ter escolhido evitar comer, o alimento se tornou  proibido.

Lição: No princípio, Malchut não queria receber através de sua própria escolha. Mas agora que ela estende a Luz novamente, ela é proibida de receber a Luz. E se há proibição, há Acima e abaixo em importância. Assim, esta extensão é chamada “uma linha que se estende de Ein Sóf de Cima para  baixo”.

Nós também aprendemos que embora os Igulim tenham estendido a Luz, eles receberam ela apenas da linha. Nós precisamos entender porque isto é assim: Qualquer forma nova na espiritualidade é um novo discernimento. Assim, existem dois tipos de Kelim (plural para Kli):

  1. Kelim em que não há proibição na recepção.
  2. Kelim que estenderam agora, com a extensão da Luz, e cujo Malchut é chamada Malchut de Yósher (direcionada), em que há proibição na recepção, devido à regra: Um desejo no Superior se torna uma lei obrigatória no inferior.

Nós também aprendemos que os Igulim devem receber a Luz do que eles atraíram de volta. Esta Luz é chamada “uma linha”. Ela contém Acima e abaixo em importância, e não há outra Luz. Este é o significado dos Igulim não terem Luz se não da linha.

Porém, há uma grande diferença entre Malchut de Igulim e Malchut da linha. Malchut de Igulim tinha a Luz na forma de “preenchia toda a realidade”, enquanto que Malchut de Yósher nunca teve qualquer Luz, nem terá Luz em seu Kli, chamado “receber em prol de receber”.

A LINHA E O ZIVUG DE HAKA’Á

Até agora, nós discutimos três estados:

  1. O desejo de receber que foi criado no mundo de Ein Sóf, e que recebeu toda a Luz.
  2. No mundo do Tzimtzum, se tornou aparente que o desejo de receber deve ser corrigido por motivo da dureza.
  3. Na linha, se vê que é necessário corrigir o Kli devido à carência. Caso contrário, a Luz não expandirá nele.

E agora nós falaremos da linha. Nós já aprendemos que a linha estava Acima e abaixo em importância, pois Malchut da linha estava proibida de receber porque  ela está condicionada a receber em prol de receber. A regra é que em todos os níveis, o nome de Malchut não muda, que é “receber em prol de receber”. E sua Luz é Ohr Chozêr, ou seja, ela deseja doar ao Superior.

E quando a Luz se estende até Malchut, ela faz um Zivug de Haka’á, uma Massach, que significa o fim da Luz e a realização de cálculos. Por exemplo, ela assumiu que ela poderia receber apenas vinte por cento da Luz em prol de doar. Assim, ela decidiu vestir apenas aquela quantidade de Luz.

No entanto, ela sentiu que havia muito prazer nos remanescentes oitenta por cento, e se ela recebesse eles, seria em prol de receber. Assim, ela decidiu não receber esta parte da Luz. Então qual é a diferença entre um Tzimtzum e uma Massach (tela)?

  • Um Tzimtzum ocorre através da escolha, como aprendemos que Malchut teve toda a Luz e ela escolher não recebe-la.
  • Uma Massach é o domínio do Superior sobre ela. Assim, mesmo se o inferior quisesse receber, o Superior não o deixaria.

O significado do termo Zivug de Haka’á (acoplamento por choque) é como segue: Na corporeidade, algumas vezes acontece que quando duas  pessoas discordam, elas chegam a se golpear. Na espiritualidade, quando duas coisas se contradizem uma com a outra, é considerado que elas se  golpeiam.

E qual é a disputa? O Superior, que deseja beneficiar Suas criações, evoca  nos inferiores um desejo de receber toda a Luz. Mas o inferior deseja o contrário, para equalizar sua forma, e assim não quer receber nada. Este é o impacto que ocorre entre o Superior e o inferior.

No fim, eles se equalizam um com o outro e criam uma união e Zivug entre eles. Em outras palavras, o inferior recebe a Luz como o Superior quer, mas apenas  o quanto dela ele pode receber em prol de doar, como o inferior quer. Assim, existem duas coisas aqui:

  1. Equivalência de Forma,
  2. Recepção da Luz.

Porém, o Zivug é possível apenas se um impacto o precede, pois sem o impacto, e com o desejo do inferior de receber a Luz, isto seria oposição e separação do Criador. Este processo de Zivug de Haka’á é chamado Rosh (cabeça). Um Rosh significa raiz, um potencial, que precise de um processo de realização. O Rosh existe devido a existência do Sóf, a proibição na recepção. Assim, Malchut é compelida a calcular, e isto é chamado um Rosh, precedendo a recepção  atual.

De acordo com o dito, nós podemos entender as palavras do Ari no início do Talmud Êser Sefirot (O Estudo das Dez Sefirot): “Saiba que, antes das emanações serem emanadas e as criaturas criadas, etc., e não havia parte como cabeça, ou fim”, etc. Isto é assim porque em Ein Sóf, ainda não havia proibição na recepção; assim,  ele imediatamente a recebeu. Mas agora que há um fim, nós devemos distinguir entre o Rosh, que é o potencial, e o Guf (corpo), que é a  realização.

E depois de ele realmente receber, ou seja, os vinte por cento que ele recebe em prol de doar são chamados o Toch (interior) do nível, e o lugar da expansão da Luz é chamado de Pê (boca) ao Tabút (umbigo). E Malchut de Toch fica no Tabúr, dizendo, “O que eu recebo daqui em diante, ou seja, os oitenta por cento, serão em prol de receber. Assim, eu não quero receber, para que eu não seja separado”. Assim, a Luz parte, e este discernimento é chamado o Sóf do nível.

 

O BITUSH ENTRE INTERNO E CIRCUNDANTE NO PARTZUF

Tudo discutido aqui a respeito do RTS (Rosh, Toch, Sóf) concerne ao primeiro Partzuf, chamado Galgálta, que usa a Aviut de Bechiná Dálet. E nós aprendemos que Galgálta recebeu o máximo que podia receber em prol de doar. Ele não podia receber mais. Porém, nós aprendemos que no Pensamento da Criação, o Kli recebeu tudo. Isto é assim porque o Kli de recepção em prol de receber foi criado pelo Criador, enquanto que no Kli que o inferior faz, chamado “em prol de doar”, há um limite à quantidade que ele pode receber. Segue-se que não há Kli que possa receber os oitenta por cento da Luz que permaneceu for a do Partzuf.

Então, o que será deles? Para corrigir isto, um Bitush do Interno e Externo foi criado. Estas são as palavras do Ari sobre esta questão (Talmud Êser Sefirot, Parte  4, Capítulo 1, Item 4): “Quando as Luzes Internas se conectam com as Luzes Circundantes, elas se conectam dentro do Pê. Assim, quando elas emergem para fora do Pê, entrelaçadas juntas, elas se golpeiam mutuamente e impactam uma à outra, e suas batidas geram os Kelim”. Assim, é através das batidas que os Kelim são feitos.

E nós precisamos compreender:

  1. Por que Ohr Pnimi (Luz Interna) e Ohr Makif (Luz Circundante) se golpeiam mutuamente?
  2. Por que as batidas criam os Kelim.

Resposta: Nós já dissemos que na espiritualidade, uma batida ocorre quando duas coisas estão em oposição uma à outra. Mas nós também precisamos entender porque as batidas ocorrem “quando elas emergem para fora do  Pê”.

No Rosh do nível, 100 por cento da Luz se espande sem uma distinção de Interno e Circundante. Isto é porque Seu desejo de beneficiar Suas criações é complete. Mas o inferior, que é limitado, calcula e decide, por exemplo, que el epode receber apenas vinte por cento em prol de doar. Isto ocorre no Rosh, em potencial. “Quando elas emerge juntas para for a do Pê”: Surgimento, na espiritualidade, é chamado “revelação”, quando o que estava em potencial é revelado na atualidade. Naquele tempo, ela recebe uma parte e repele uma parte, para se tornar Ohr Makif.

Este Ohr Makif aparentemente vem na Massach e discute, “Sua conduta, ou seja, o fato que você erigiu a Massach, não é bom, pois como o propósito da Criação de beneficiar Suas criações será implementado? Quem receberá a  Luz?”

Por outro lado, o Ohr Pnimi concorda com a Massach, pois a própria expansão da Luz dentro é através da Massach e o Ohr Chozêr (Luz Refletida). Esta disputa é chamada Bitush do Ohr Makif e Ohr Pnimi, ou Bitush do Ohr Makif na Massach.

Na verdade, o Ohr Makif está no correto; assim, a Massach concorda com isto. E visto que ela concorda, ela não pode mais repelir e elevar Ohr Chozêr, e assim não pode mais receber em prol de doar. Assim, a Luz parte e a Massach é purificada, ou seja, para de receber. Este estado é chamado Din (julgamento) e Achoraim (posterior).

E visto que cada Bechiná (discernimento) consiste de quatro Bechinot, a Massach parte gradualmente, começando com Bechiná Dálet em Bechiná Dálet, então de Bechiná Guimel em Bechiná Dálet, etc., até que se eleve ao Pê de Rosh, a fonte da qual a Massach de Guf provém. Em outras palavras, ela para de receber completamente.

Conforme se eleva, ela usa uma Aviut menor a cada vez, e assim recebe Luzes menores para doar. Por exemplo, quando ela ascende à Bechiná Álef, ela só pode receber a Luz de Ruach. Quando ela se eleva à Bechiná Shóresh (raiz), ela só pode receber a Luz de Néfesh para doar. Finalmente, ela não pode receber nada em prol  de doar, e assim para de receber completamente.

Pergunta: O que o Ohr Makif obtém ao querem iluminar de acordo com o propósito da Criação, ao querer que a Massach receba mais? Afinal, as coisas estão se revelando em contraste à sua vontade, ou seja, a Massach perde até mesmo o que ela tinha!

Resposta: Todos os níveis que apareceram durante a partida não são resíduos do que ele tinha no início, pois há uma regra: “Não há geração de Luz que não se estenda de Ein Sóf”. Isto significa que cada discernimento que aparece é um novo discernimento. Assim, no início, ele não podia receber nada mais. Mas agora que Bechiná Dálet partiu, ela pode receber mais de Bechiná Guimel.

Este é o significado de os Kelim foram feitos através do Bitush, isto é, antes do Bitush, ele não tinha mais Kelim para recepção, pois ele revelou tudo que podia com a intenção de doar. Mas após o Bitush, quando a Massach de Bechiná Dálet foi purificada, houve um espaço para receber em Bechiná Guimel, pois ela partiu de Bechiná Dálet e ficou sem nada. E quando ela partiu de Bechiná Guimel, ela pôde receber em Bechiná Bet.

Mas isto ainda deixa a pergunta: Qual é o benefício, se ela recebe menos a cada vez?

Resposta: Não há ausência na espiritualidade. Isto significa que tudo que aparece permanece, exceto que ele não vê, e não pode atualmente desfrutar, mas apenas do presente. Mas quando o trabalho é feito, todas as Luzes aparecem de uma vez. Assim, no fim, se beneficiará.

O Baal HaSulam uma vez disse uma alegoria sobre isto: Duas pessoas que eram amigas de infância foram separadas quando adultas. Uma delas se tornou um rei, e a outra, um pobre e miserável. Após muitos anos, a pobre ouve que seu amigo se tornou um rei e decidiu ir ao país de seu amigo e pedir por ajuda. Ela pegou seus poucos pertences e foi.

Quando eles se encontraram, ela contou ao rei sobre suas dificuldades, e isto tocou o coração do rei. O rei disse ao seu amigo: “Eu lhe darei uma carta para meu tesoureiro para te permitir entrar na tesouraria por duas horas. Naquelas duas horas, o que quer que você consiga recolher é seu”. O pobre homem foi ao tesoureiro, levando sua carta, e recebeu a tão desejada permissão. Ele andou pela tesouraria com a caixa que ele costumava usar para pedir esmola, e dentro de cinco minutos, ele tinha preenchido sua caixa e alegremente saiu da tesouraria.

Mas o tesoureiro tomou sua caixa dele e tirou tudo o que juntou. Então o tesoureiro falou ao disse ao mendigo, “Pegue sua caixa e a preencha novamente”. O pobre homem andou na tesouraria novamente e encheu sua caixa. Mas quando ele pisou para for a, o tesoureiro tirou tudo o que juntou como  antes.

Este ciclo se repetiu, até que as duas horas se passaram. A última vez que o mendigo saiu, ele disse ao tesoureiro: “Te suplico, me deixe com o que eu coletei. Meu tempo passou e eu não posso mais entrar na tesouraria”. Então o tesoureiro lhe disse: “O que juntou até agora é seu, assim como tudo o que eu tirei da sua caixa pelas duas horas que se passaram. Eu estive tirando seu dinheiro todas as vezes porque eu queria te beneficiar, pois a cada vez, você vinha com sua pequena caixa cheia e não tinha espaço para mais nada”.

Lição: Cada recepção da Luz em prol de doar permanece. Mas se a Luz permanece, nós não vamos querer receber mais, pois nós não seremos capazes de receber em prol de doar em mais daquilo que nós tínhamos recebido. Assim, cada nível deve partir, e cada vez nós corrigimos um Kli do desejo de receber com a intenção de doar, até que tudo seja corrigido. Então, todas as Luzes brilharão de uma vez.

E agora vamos retornar à purificação da Massach. A primeira expansão que emergiu do Pê abaixo é chamada Ta’amim (sabores), do verso, “como o palato saboreia seu alimento”. Após o Bitush do Ohr Makif, a Massach começa a purificar, e desta forma, produziu um novo nível a cada vez. Estes níveis são chamados Nekudot (pontos).

Eu já expliquei as palavras do Ari, que os Kelim foram feitos através do Bitush, pois agora ele tem a capacidade de receber mais Luz. Mas o Baal HaSulam interpreta a construção dos Kelim (plural para Kli) diferentemente: Enquanto a Luz estava no Kli, a Luz e o Kli estavam misturadas um com o outro. Através do Bitush, a Luz partiu, e então o Kli se tornou aparente.

Interpretação: Enquanto a Luz brilha no Kli a deficiência do Kli é indistinguível, assim, ele não merece o nome Kli. Isto é porque sem o Kli, a Luz não pode brilhar. Logo, eles são de igual importância. Mas uma vez que a Luz parte, o  Kli é distinguido como um Kli, e a Luz, como Luz.

A Nekudá (ponto) do Tzimtzum é a razão pela qual os níveis emergindo durante a purificação são chamados Nekudot.

E qual é a Nekudá do Tzimtzum? O Santo Zohar diz que Malchut é chamada “um ponto preto sem qualquer branco nele”. Isto significa que durante a escuridão, Malchut é chamado “um ponto”. E quando há Tzimtzum, e é proibido receber em prol de receber, ele se torna escuro. Em outras palavras, o ponto do Tzimtzum está presente onde quer que seja impossível receber em prol de doar e haja um desejo de receber em prol de receber.

Para retornar ao nosso assunto, quando a Massach foi purificada da Bechiná Dálet, a Bechiná Dálet foi proibida de receber. Este é o significado do ponto de Tzimtzum estando sobre ela. Mas Bechiná Guimel ainda podia receber, e quando a Massach  também  foi  purificada  de  Bechiná  Guimel,  ela  se  tornou  o  ponto  de Tzimtzum.

Nós também devemos explicar a diferença entre Rosh, Toch e Sóf: Rosh é considerado “potencial”, ou seja, não há recepção lá. Duas partes se expandem de Rosh:

  • Uma parte pode receber a Luz, e é chamada dez Sefirot de Toch. A Luz é a abundância que entra nos Kelim, e é chamada Ohr Pnimi, que é Ohr Chochmá – a Luz de Seu desejo de beneficiar Suas criações.
  • A segunda parte que se propaga do Rosh é a parte do desejo de receber em prol de receber, que ele não quer usar. Ele diz que ele não quer receber lá, ou seja termina lá. Assim, esta parte é chamada dez Sefirot de Sóf.

Pergunta: Nós aprendemos que a palavra Sefirot vem da palavra “Sapir” (Safira), ou seja, que ilumina. Mas se Malchut de Guf, chamada Malchut de Tabúr, não quer receber e coloca um Sóf sobre a Luz, por que esta parte é chamada Sefirot?

Resposta: Elas são chamadas dez Sefirot porque, na verdade, a Luz não brilha para elas. Uma explicação disto pode ser encontrada na Parte 4, Capítulo 5, Item 1, onde ele explica a diferença entre Toch e Sóf: “De Pê de AK emergiram dez Sefirot internas e dez Sefirot circundantes. Elas estenderam opostas aos Panim através da oposição do Tabúr de AK. Esta é a Luz essencial, mas ela também brilha através dos lados e todo o arredor deste Adam”, ou seja, não necessariamente oposta aos Panim, mas também dos lados.

No Item 2, ele interpreta as palavras do Ari como segue: “Resumindo, nós explicaremos que do Tabúr acima é chamado Panim. Isto é porque a Luz de Chochmá, considerada a Luz essencial, se propaga lá, e do Tabúr abaixo é chamado Achor (posterior), pois é considerado receber em prol de receber. Assim, a Luz de Chochmá não se propaga lá, mas vem através dos lados”.

Mais adiante nesta página, ele continua, “…porque através da Ohr Chozêr esta Bechiná Dálet traz ao Partzuf, que é Ohr Chassadim”. Isto significa que Malchut de Tabúr não quer receber lá, pois há um desejo de receber em prol de receber. Pelo contrário, ele quer equivalência de forma, chamada Chassadim. “Assim, ela também recebe iluminação de Chochmá, embora na forma de ‘Luz Feminina’, ou  seja, apenas para receber e não doar”. “Receber e não doar” significa que ela não quer doar Luz para si mesma, ao contrário, ela diz que ela não quer receber.

E através desta Dvekút (adesão), uma iluminação da Luz de Chochmá brilha sobre ela, e esta é chamada “iluminação de Chochmá”. De acordo com isso, a diferença entre Toch e Sóf é que o Ohr Chochmá brilha no Toch e no Sóf enquanto ela não quer receber, pelo propósito da equivalência de forma, a Luz que brilha é Ohr Chassadim na iluminação de Chochmá.

E nós ainda precisamos explicar porque os nomes em Ohr Chassadim são “direita” e “esquerda” e na Ohr Chochmá eles são chamados “longo” e “curto”. Quando a Luz brilha, em Chassadim, é chamado “direita”, e em  Chochmá, “longo”.  E quando ela não brilha, em Chassadim, é chamado “esquerda, e em Chochmá, “curto”. O que estes nomes significam?

Resposta: Nós aprendemos que Ohr Chochmá brilha nos vasos de recepção em prol de doar, é claro. Assim, a medida da iluminação depende de sua medida de Aviut. Isto é chamado “Acima” e “abaixo”, e é por isto que os nomes em Ohr Chochmá são “longo” e “curto”. Mas Ohr Chassadim não é estendida através de Aviut e não depende disso. Assim, os nomes em Ohr Chassadim se relacionam a sua amplitude: “direita” e “esquerda”, implicando que elas brilham no mesmo nível, e não importa para elas se há mais Aviut ou menos Aviut.

UM PARTZUF INTERNO

Até agora nós discutimos o primeiro Partzuf de AK, chamado Galgálta ou o Partzuf Interno de AK. Agora nós explicaremos o Partzuf Interno. Há uma regra que em todos os mundos, existem Partzufim (plural para Partzuf) Internos, com quatro vestes. Nós explicaremos isto em AK: Partzuf Galgálta tem HaVaYaH completo dentro de seu nível, e um nível completo emerge de cada letra neste  HaVaYaH.

  • Seu Rosh, chamado Kéter ou “a ponta da Yud”, é inatingível.
  • De Pê até Chazê, é chamado Yud de HaVaYaH, e de lá emerge o Partzuf AB de AK, que o veste.
  • De sua priemira Hey, chamada Biná, emerge Partzuf SAG, do Chazê abaixo. Assim, Yud-Hey, que são AB e SAG, o vestem do Tabúr acima. E abaixo do Tabúr, é Vav-Hey de HaVaYaH.
  • A Vav é chamada o terço Superior de NEH”Y, chamado Partzuf MA, e dele, emerge o mundo de Nekudim, que veste ali.
  • De sua última Hey, chamada Malchut, que são os dois terços inferiores de NEH”Y de AK, emergiu Partzuf BON, chamado “o mundo de Atzilut,” que usa Aviut Shóresh.

AS RESHIMOT

Quando a Luz parte do Partzuf Galgálta, permanecem Kelim vazios, e neles estão Reshimot das Luzes que brilharam dentro dos Kelim. O significado das Reshimot é como nós vemos na corporeidade: quando uma pessoa come uma comida saborosa, ou ouve algo agradável, um sabor permanece do que ele tinha experimentado, e desperta o interesse por continuar o que sentiu. Similarmente, uma Reshimô (singular para Reshimot) é um desejo pelo que ele já teve.

Existem dois discernimentos nas Reshimot:

  1. A Luz pura da Reshimô.
  2. A Luz densa da Reshimô.

Isto significa que assim como a Ohr Yashár ilumina nos Kelim chamados “Ohr Chozêr geral”, quando a Ohr Yashár parte, ela deixa uma Reshimô que é uma parte da Ohr Yashár. Esta Reshimô reveste na parte da Ohr Chozêr que estava lá, ou seja, ela deixa uma recolecção do fato que ela trabalhou com a intenção de doar. Isto é chamado Reshimô da Ohr Chozêr.

  • O que permanece da Ohr Yashár é chamado “a Luz pura da Reshimô”;
  • E o que permanece da Ohr Chozêr é chamado “a Luz densa da Reshimô”.

Ambos são vestidos na Ohr Chozêr geral, chamada Kli, e ambos são um discernimento.

Explicação: Quando a Luz brilha nos Kelim, nós dizemos que a Luz e o Kli estão misturados um com o outro até que a Luz e o Kli se tornem indistinguíveis. Isto significa que eles estão realizando a mesma ação, e um não pode existir sem o outro. É como a refeição e o apetite: ambos realizam a mesma ação, pois é impossível comer se houver apetite mas não refeição, e também é impossível comer se há uma refeição mas não apetite. Mas depois, quando a Luz parte, nós discernimos o Kli, ou seja, a Ohr Chozêr recebe um Kli lá.

Assim é em relação às Reshimot: quando a Luz pura e a Luz densa estão juntas, ambas são chamadas Luz e elas são misturadas uma na outra. E quando a Luz pura é separada da Luz densa, a Luz densa recebe um novo nome: Nitzotzin (centelhas).

Nós devemos entender porque é que quando a Ohr Yashár geral parte, a Ohr Chozêr geral é chamada Kli, mas quando a Ohr Yashár na Reshimô parte, a Luz densa na Reshimô é chamada Nitzotz (centelha), ou seja, uma centelha de  Luz.

Resposta: Nós devemos dizer que quando a Ohr Yashár geral parte, ela não ilumina nada. Mas quando a Ohr Yashár na Reshimô parte, ela ilumina de longe.

Agora nós podemos entender o assunto da raiz dos Kelim e a raiz das Luzes: há uma regra que todos os mundos emergem na forma de um selo e a  impressão. Isto significa que conforme o discernimento emergiu da primeira vez, os mundos expandem de Cima para baixo por esta mesma ordem. A primeira vez que os Kelim emergiram foi no Partzuf Galgálta. É por isto que é considerado “a raiz dos Kelim”.

Isto significa que quando a Luz brilha nos Kelim, eles são misturados. Por esta razão, é impossível distinguir a Luz do Kli. Mas após a partida da Luz, os Kelim aparecem. Além disso, Reshimot da Luz permanecem nos Kelim: uma Reshimô da Luz de Kéter no Kli de Kéter, uma Reshimô da Luz de Chochmá no Kli de Chochmá, etc. Assim, quando nós falamos dos  Kelim, nós começamos com KACHÁB.

E quando o segundo Partzuf emergiu, chamado AB, onde a Luz de Chochmá ilumina, seguindo a regra que cada Luz que vem ilumina no Kli mais puro, chamado Kéter, agora a Luz de Chochmá ilumina no Kli de Kéter. Isto é chamado “a raiz das Luzes”, que são dispostas nesta ordem, a ordem de CHABAD. Assim nós podemos entender porque algumas vezes ele começa as dez Sefirot com KACHÁB e algumas vezes com CHABAD.

TAGIN  E OTIYOT

Agora nós explicaremos o assunto de Tagin e Otiyot. Nós aprendemos que as Reshimot que permaneceram dos Ta’amim são chamadas Tagin. Algumas vezes ele chama as Reshimot que permaneceram das Nekudot pelo nome Otiyot. O motivo para isto é que quando todo o Partzuf Galgálta se purifica, que é Bechiná Dálet de Aviut, a Massach  foi incluída com as Reshimot de todos os níveis que partiram. Este nível eleva até a Rosh do nível e pede por seus poderes que tinha perdido. E visto que a última Bechiná é perdida, devido ao Bitush de Ohr Makif que despertou a força da Massach, ela não podia superar Bechiná Dálet, mas apenas Bechiná Guimel, que é similar  às Nekudot.

E nós aprendemos que dois tipos de Reshimot permaneceram – uma Reshimô da Luz de Kéter que foi vestida nos Kelim, chamada Dálet de Hitlabshut (vestimenta). Porém, é perdido a Reshimô dos poderes e intensificações. É dito sobre isto, “a última Bechiná é perdida”, e o que permanece é apenas a Guimel de Aviut.

Segue-se que quando a Massach de Guf de Galgálta se eleva até Rosh de Galgálta, ela pede pelo poder da Massach por ambos os tipos de  Reshimot:

  1. Em Dálet, a Reshimô do nível de Ta’amim.
  2. Em Aviut do nível de Nekudot.

Assim, dois Zivúgim foram feitos no Rosh do nível:

  1. Em Dálet de Hitlabshut no nível de Kéter.
  2. Em Guimel de Aviut no nível de Chochmá.

Nós também aprendemos que Dálet de Hitlabshut ilumina apenas no Rosh do nível do inferior, o Rosh de AB. Mas Guimel de Aviut também tem Hitpashtut no Guf. E visto que o Guf é chamado Kelim e Otiyot, a Reshimô de Aviut, ou seja, a Reshimô de Nekudot, é chamada Otiyot. Isto é porque depois, Kelim se propagam desta Reshimô, enquanto que a Reshimô de Hitlabshut permanece como Tagin, iluminando apenas no Rosh do nível.

Oralmente, ele explicou isto desta forma: Guimel de Aviut de AB e Guimel de Galgálta não são idênticos, pois Guimel de AB é Guimel da Aviut geral, enquanto que Guimel de Galgálta é Guimel de Dálet de Aviut. Mas mesmo assim, Guimel de AB ainda se estende de Guimel de Galgálta. Assim, aqui ele atribui a Reshimô de Aviut em que Partzuf AB emergiu ao Reshimô de Nekudot, cuja Bechiná Mais Elevada é  Guimel.

A CONTINUAÇÃO DA EVOLUÇÃO

Vamos retornar para clarificar a continuação da evolução. Depois que a Ohr Makif cancelou a Massach de Guf de Galgálta, a Massach de Guf se elevou até Rosh. E como   a última Bechiná foi perdida, houve um Zivug em Rosh de Galgálta apenas na Reshimot Dálet Guimel, se expandindo de Pê até Chazê.

E como a Massach de Tabúr é incluída na Aviut de Rosh, enquanto está no

Rosh, existem dois discernimentos para fazer nele:

  1. Sua própria Bechiná – Massach de Tabúr;
  2. Aviut de Rosh.

Uma vez que esta Massach descendeu de Pê até Chazê, que é Bechiná Guimel,  é considerado que a Luz de AB brilha na internalidade dos Kelim de Galgálta. Isto significa que o AB interior fez um Zivug no que foi incluído na Aviut de Rosh. Do Chazê até Pê de Galgálta, um novo nível emergiu, chamado “Rosh de AB exterior” e do Chazê até Tabúr emergiu o Guf de AB.

Pergunta: Isto é confuso. Afinal, há uma regra que o próximo nível deve preencher os Kelim vazios do nível anterior. Então por que AB não se expande abaixo do Tabúr de Galgálta?

Resposta: É porque ele não tem uma Massach em Bechiná Dálet. Assim, se ele expandisse abaixo e visse o desejo de receber que está presente lá, ele não seria capaz de superá-lo. É por isto que permaneceu acima do Tabúr.

No Partzuf AB, também, havia uma Bitush de Ohr Makif, e Partzuf SAG emergiu das Reshimot do Partzuf AB. Estas ainda são as Reshimot de cima do Tabúr de AK, mas as Reshimot de baixo do Tabúr de AK ainda não foram preenchidas.

E este Partzuf SAG emergiu nas Reshimot Guimel de Hitlabshut e Bet de Aviut,   e também preencheu os Kelim vazios do Partzuf AB. Porém, ele não poderia descender abaixo do Tabúr de Galgálta e preencher os Kelim vazios lá, pois ele tem Guimel de Hitlabshut, que são Kelim para extensão de Chochmá. Segue-se que este discernimento, chamado Ta’amim de SAG, expandiu através do Tabúr de  AK.

Mas Nekudot de SAG, considerado meramente Chassadim, pois eles não tem  a Bechiná Guimel mencionada acima, podia expandir abaixo do Tabúr de Galgálta, embora haja Bechiná Dálet de Aviut lá, que é um vaso de recepção do qual é impossível colocar uma Massach. Porém, visto que Nekudot de SAG são vasos de doação, eles não tem interesse em vasos de recepção. Assim, eles expandiram abaixo do Tabúr de Galgálta e preencheram os Kelim vazios que haviam lá.

Porém, como eles viram o desejo de receber que havia lá, eles desejaram receber em prol de receber, pois eles não tinham uma Massach em Bechiná Dálet. E como nós aprendemos, houve um Tzimtzum na recepção em prol de receber, portanto a Luz imediatamente partiu deles.

Pergunta: Nós aprendemos que Nekudot de SAG são vasos de doação. Assim, como eles podem ser restritos?

Resposta: Há uma diferença entre GAR de Biná e ZAT de Biná, pois nós aprendemos que ZAT de Biná deve receber Chochmá em prol de doar a ZA, mas GAR de Biná engaja unicamente em doação.

Agora nós podemos entender porque GAR de Biná, que são GE, não se misturaram, que deixaram GE no nível, irrestrito, enquanto ZAT de Biná, chamado ACHAP, partiu do nível porque ele queria receber em prol de receber. Isto é chamado Tzimtzum Bet (segunda restrição).

Segue-se que em CHABAD, CHAGAT de Nekudot de SAG, que são GE, não há mistura de Bechiná Dálet. Logo, seu lugar ainda é considerado o lugar de Atzilut.  E abaixo do Tabúr de Nekudot de SAG, vestindo os dois terços inferiores de NEH”Y  de AK, a recepção em prol de receber governa.

E quando Partzuf SAG se elevou ao Pê de Rosh, dois Zivúgim foram feitos lá em Rosh de SAG:

  1. Um Zivug nas Reshimot de Ta’amim de SAG que não desceram abaixo do

Tabúr de AK, e do qual o Partzuf do MA Superior  emergiu.

  1. Um Zivug nas Reshimot de Nekudot de SAG que foram restritas e misturadas com Bechiná Dálet abaixo do Tabúr de AK, do qual MA emergiu – o mundo de Nekudim. Este Zivug se realizou na metade do nível de Álef de Aviut e em Bet de Hitlabshut.

Portanto, nós precisamos entender que Malchut não extende Luz em seus próprios vasos de recepção, mas apenas nos vasos de doação, devido ao Tzimtzum. Por causa disto, se ela fosse usar os vasos de recepção, seria em prol de receber.

E aqui, também, nós aprendemos que a Luz expande nos Kelim de SAG interiores, e nos Kelim de SAG exteriores. E nós devemos saber que como uma regra, ele não fala do MA Superior, pois nós estamos falando primariamente sobre a associação de Midot haRachamim (qualidade da misericórdia) em Din (julgamento), que começa no Partzuf MA, que é o mundo de  Nekudim.

E aqui nós aprendemos que existem dois Roshim (plural para Rosh) no mundo de Nekudim:

  1. De Aviut;
  2. De Hitlabshut (vestimenta).

Kéter é chamado Bet de Hitlabshut, e AVI são Álef de Aviut. E visto que Bet de Hitlabshut não pode extender Luz, pois não há carência lá, ele precisa da associação com a Aviut, que tem o poder de extender a Luz. Nós também aprendemos que o nível da Luz que brilha lá é VAK de Biná, na forma de Chafetz Chéssed (“pois Ele deleita em Misericórdia”) que libera o nível da necessidade por  Chochmá.

Esta Luz também é chamada de Tikun Kavim (correção das linhas). Assim, nós aprendemos que o Tikun Kavim ilumina apenas no Rosh, pois a Hitlabshut não tem Hitpashtut (expansão) no Guf. Mas o Guf tinha apenas uma pequena iluminação, e ele não estava satisfeito co o estado de Katnut. Assim, quando a Luz atingiu Gadlut, os vasos de doação do Guf também quebraram.

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