Ki Tetzé (Quando Ides)

Do livro “Divulgando Uma Porção”

(Deuteronômio, 21:10-25:19)

 

Sumário da Porção

A porção, Ki Tetzé (Quando Ides), detalha Mitzvot (mandamentos) especiais e pouco frequentes, tais como a atitude para um filho rebelde, o primogênito de um amado ou de um odiado e o mandamento para enviar um pássaro do ninho e não o magoar quando retirando os ovos do pássaro ou crias.

A porção também detalha muitas Mitzvot que lidam com a vida do dia-a-dia, ética e ordem social, tais como uma perda, divórcio e a obrigação para ter consideração pelos outros em situações vulneráveis, tais como os pobres, prosélitos, órfãos e viúvas. Adicionalmente, a porção menciona a importância de uma justa sentença. O último Mitzvá (singular de Mitzvot) é de sempre nos recordarmos do que Amaleque fez a Israel quando eles saíram do Egito, quando ele os assaltou e eles não estavam preparados e de apagar a memória de Amaleque.

 

Comentário

A porção marca uma fase no desenvolvimento espiritual depois da recepção do ego, a recepção da inclinação ao maldo Egito. Primeiro, a inclinação ao mal em nós deve aparecer, como está escrito, “Eu criei a inclinação ao mal”. Essa aparição acontece quando tentamos alcançar amor pelos outros, sair de nós mesmos. Quando o tentarmos fazer, descobrimos quanto estamos na realidade imersos no ódio pelos outros e nosso amor por nós mesmos é aquilo que é chamado a “inclinação ao mal.

Essa revelação é trabalho interno profundo. Ela não é pequena tarefa. Há uma razão muito boa porque está escrito, “Eu criei a inclinação ao mal”. “Eu criei” significa que o Criador criou. O reconhecimento da inclinação ao malem nós – ódio pelos outros e amor por nós próprios – é precisamente o que nos traz em contato com o Criador. Desse reconhecimento, marchamos em um caminho de trabalho duro, tentando ser bons para os outros, como está escrito, “Ama teu próximo como a ti mesmo”. Então descobrimos grandes obstáculos internos, que na realidade vêm do alto, do Criador. Este é o primeiro contato do homem com o Criador.

Depois do contato inicial com o Criador, começamos a avançar junto com Ele em parceria. É então que há, “Eu criei a Torá como tempero”, e temos alguém para quem nos voltarmos, alguém para nos ajudar a nos corrigirmos.

É precisamente através da inclinação ao mal que fazemos contato com o Criador. A inclinação ao mal é o mediador, quem conecta o homem e o Criador. Esta é a única razão pela qual precisaríamos dela. Podemos levar uma vida  inteira  sem  precisar  de  coisa  alguma  até  que tentemos nutrir amor pelos outros e então vemos quão impossível isso é.

Algumas pessoas reconhecem o mérito do amor pelos outros a partir dos seus próprios sentimentos. Este é um impulso por algo espiritual, de descobrir o sentido da vida, seu propósito e sua essência. Outras alcançam o amor pelos outros através de sofrimento, desespero com a vida, ou uma crise geral, como agora vemos pelo mundo fora. Estas pessoas procuram um meio de fugir à praga na qual se encontram e descobrem que o mundo se tornou global, integral e que a única escolha que têm é se conectar com os outros de maneira recíproca, ou podem passar fome no dia seguinte.

Este fato está a tornar-se cada vez mais evidente. Algumas pessoas o descobrem através de um impulso interno e algumas são empurradas para isso pelo sofrimento. Mas mais cedo ou mais tarde, todos nós teremos de nos conectar aos outros em garantia mútua, até se somente para obter nossa alimentação.

Estamos a descobrir que a conexão é impossível porque nossa natureza nos está a prevenir de nos conectarmos aos outros, como se nos estivesse a falhar. Começamos a reconhecer que há uma governança superior aqui, que o Criador, a força superior, não nos está a deixar fazer alguma coisa. Nessa altura, nós os três – nós, nossa inclinação ao male o Criador – começamos a trabalhar juntos, tal como Moisés no Egito.

Está escrito, “Vinde ao Faraó; pois Eu endureci seu coração” (Êxodo 10:1). Moisés, o Criador e Faraó todos trabalham juntos em nós. É assim que avançamos. Discernimos a inclinação ao mal, a ajuda feita contra nós e não temos escolha pois com sua ajuda, nos voltamos para o Criador. Não fosse a inclinação ao mal, nunca nos voltaríamos para o Criador, nunca O descobriríamos e nunca precisaríamos Dele.

Avançamos através de correções feitas sobre nossa inclinação ao mal enquanto cada vez mais nos conectando através dela com o Criador. Quanto mais anexos nos tornamos à força geral de doação e amor que governa o mundo, até se oculta, mais nos tornamos expostos a ela e a atribuímos a nós mesmos. Aprendemos a usar nossa inclinação ao male eventual e alegremente abdicamos dela pois ela foi criada em prol de nós a obliterarmos.

Nesta porção alcançamos um nível maior de Aviut (densidade) da inclinação ao mal, expressa nos citados Mitzvot especiais. Um Mitzvá é uma correção da inclinação ao mal. Nossa inclinação ao mal está dividida em 613 desejos egoístas que devemos corrigir em terem a direção de doar sobre os outros, em amor pelos outros. Nesta porção, lidamos com os maiores, mais maus e pesados desejos. Embora pareça que encontramos estes desejos só raramente, assim que tenhamos feito correções mais leves, chegamos a encontrar a inclinação ao malem nós que requer este tipo de correção.

Sucede-se que o Mitzvá a respeito do filho rebelde, o envio do pássaro e apagar Amaleque são as mais duras Mitzvot. Esse é verdadeiramente nosso coração de pedra, a base de todo o mal. Isto forma nosso contato final na nossa conexão eterna com o Criador, quando Homem e o Criador se conectam juntos: “Israel, a Torá e o Criador são um” (O Livro do Zohar, Beresheet (Gênese), Item 85). Isto é exprimido em amor absoluto para os outros; como vem do Criador, também ele vem da criatura. Esta é a meta.

 

Perguntas e Respostas

O que significa, um filho rebelde?

Ben (filho) vem da palavra, Mévin (entendimento). Fazemos coisas sem reconhecer, entender ou as sentirmos. Devemos corrigir nossos egos – a vontade de receber que é exprimida precisamente entre nós e os outros – inconscientemente, sem bem saber a natureza dessa correção. Não sabemos o que significa doar ou não doar e só reparamos que não temos boas conexões com os outros e que ódio e rejeição impedem nosso progresso na espiritualidade e corporeidade.

Vemos que nossas vidas são bastante miseráveis e não fazemos ideia do que pode acontecer amanhã, o que nos traz à necessidade de corrigir nossos relacionamentos com os outros. Quando corrigimos os relacionamentos entre nós, fazemos algo que está acima da nossa razão, até contra ela, pois por Natureza, não temos qualquer desejo por isso: Pedimos a correção contra nossa vontade.

Estamos dispostos a amar os outros, embora não sintamos a necessidade para isso. Esta obra é chamada “trabalho acima da razão”, quando não entendemos o que estamos a fazer ou o que está acontecendo. Quando trabalhamos contra nossa vontade, isso é considerado alcançar entendimento pois assim que nos corrigimos, uma nova realidade verdadeiramente se abre para nós, onde podemos ver e sentir em todos os nossos sentidos, nas nossas mentes e nos nossos corações. Esse grau é chamado Ben (filho), Mévin (entendimento), pois então entendemos a situação, a sentimos e controlamos.

Então o que significa um filho “rebelde”?

É uma situação na qual nós não queremos conhecer o nosso próximo grau e não queremos nos corrigir a nós mesmos. Ela acontece quando há algo por dentro que resiste à conexão tão ferozmente que não conseguimos superar essa rejeição. Por vezes há filhos que são obstinados, o que que façamos. Por um lado, ele é nosso filho. Por outro lado, não há nada que consigamos fazer com ele. Nesse estado, o filho precisa ser trazido à correção do modo que a Torá descreve.

Estas são correções que precisamos fazer pois tudo está por dentro. A certa medida, elas acontecem em cada estado, chamadas “A dor de criar filhos”.

Hoje, é muito difícil para os pais e filhos comunicarem e o mesmo é verdade para professores e estudantes. Há uma grande fenda entre eles.

Sim, especialmente hoje pois nos aproximamos da geração da correção. Começamos a descobrir nossa verdadeira natureza, que é verdadeiramente uma inclinação ao mal. A vemos dentro de nós quando descobrimos quão cruéis e sem consideração nós somos. É difícil dar-nos com nós mesmos, para não falar de nossos parceiros, nossos filhos e em geral.

É isto o que somos hoje. Contudo, não é culpa nossa; é nossa natureza, que aparece desta maneira. Sentimos nos nossos filhos, também. Mas são precisamente estas condições que nos trazem à correção. Isto é chamado “Faraó aproximarem os filhos de Israel para mais perto do Criador”. Nossa inclinação ao mal ajuda-nos a reconhecer que não é mais possível continuar sem colocar as coisas na ordem adequada.

Esta porção menciona divórcio. Hoje, o número de divórcios aproxima-se do número de casamentos.

Ele superou-o. Na Europa, cinquenta e sete por cento das pessoas são divorciadas e também se está a espalhar nos EUA.

Podemos nós fazer trabalho espiritual com uma esposa?

Não podemos corrigir o mundo sem nos corrigirmos. Se queremos casar e ter uma família verdadeiramente boa e sólida, precisamos zelar pela correção dos casais. Mas primeiro, nós mesmos precisamos ser corrigidos.

Hoje, é quase desesperante. É impossível se cometer ao matrimónio pois é um contrato onde o noivo se compromete diante da noiva e hoje é muito difícil se comprometer. Nestes dias, os homens podem-se comprometer somente se estiverem sob pressão social de certos círculos na sociedade.

Parece que com uma esposa, é mais fácil se corrigir pois as pessoas ficam hesitantes de abandonar suas famílias. É este um lugar verdadeiramente bom para trabalhar?

Nós construímos muitos sistemas que nos ajudam a lidar sem uma família.  Nós  temos  Segurança Social, seguros de saúde, lares da terceira-idade, etc. O dinheiro compra tudo e as pessoas conseguem passar sem o calor da família pois eles aparentemente o conseguem comprar.

Hoje, estamos a avançar para um mundo que é de longe mais complicado, onde o dinheiro não nos ajudará. Estamos em uma crise económica que exige que nos conectemos de uma maneira amigável com o meio ambiente, com amigos, com a família, com crianças e com os pais. Não temos tudo isso e esta é a revelação do mal que nos ajudará a empurrar-nos para corrigir nossos relacionamentos, corrigir a natureza humana. Eventualmente chegaremos a um estado onde nos sentiremos perdidos sem uma família e até agora, não temos família pois perdemos o conceito da família no percurso.

O que é o divórcio, na espiritualidade?

“Divórcio” significa que não podemos mais corrigir nossa Malchut, a vontade de receber e deste modo não assinamos um contrato com esse desejo pois, enquanto homens, não conseguimos colocar-nos sobre a mulher, sobre o desejo que deve ser corrigido. Deste modo, nos divorciamos dele.

Mas sabemos que um desejo maior se seguirá a ele, então qual é o sentido do divórcio?

É por isso que está escrito que o divórcio é a pior opção e que a Divindade chora cada vez que nos divorciamos.   Todos   somos   partes   da   Divindade   e   se   não   a   corrigimos,   é   como      se atrasássemos a correção e isto é muito mau. Com isso dito, por vezes as pessoas têm essa sensação, esse entendimento, que correções adicionais são necessárias aqui.

Se um homem discute com sua esposa e sente que ele a odeia e então volta-se para o Criador e pede uma correção para a amar, é este o modo de ser corrigido?

Isso acontece na espiritualidade. Certamente, precisamos lidar com nossa vontade de receber. Ele está errado e ela está errada, também. Mas quando sabemos que não temos escolha e que devemos ser corrigidos, nós o fazemos. Todos esses Mitzvot (mandamentos) tratam-se do homem e mulher internos; é o desejo de doar de uma pessoa. A força de superar é chamada “homem” e a carência que um deve corrigir, esse desejo corrupto que encontramos, é chamado “mulher”. Na conexão entre eles corrigimos o relacionamento.

Nós recebemos um desejo pela correção da mulher interna e o desejo de corrigir do homem interno, que está conectado ao Criador. Está escrito, “Um homem e uma mulher, se forem recompensados, Divindade está entre eles” (Masécht Sutá, 17a). Através desses três, corrigimos esse relacionamento no correto. Se o corrigirmos, realizamos um Mitzvá e assim continuamos até à próxima mulher (carência) e o próximo homem e a próxima carência e novamente “Um homem e uma mulher, se eles forem recompensados, Divindade está entre eles”. Então, uma vez mais, os corrigimos e realizamos um Mitzvá. Uma vontade de receber com uma Massach (tela) e Ór Chozêr (Luz Refletida) realizam um Zivug de Haka’á (acasalamento com golpe) e a revelação do Criador vem dentro da conexão chamada um “filho”, ou seja, que um adquire entendimento, sensação, Dvekút (adesão).

De O Zohar: Dar Mau Nome

“Um homem deve falar com sua esposa  antes  do  acasalamento  com  ela  pois  ela  pode  ter sido substituída por outra. A questão com uma mulher é que ela é do lado da árvore do conhecimento do bem e mal”. Em outras palavras, ela pode ser boa e ela pode ser má e quem sabe de que lado deveis vós agora falar com a vontade de receber, ou seja a examinar, como vos conectares a ela e como a corrigires. “Sua medula tende a mudar. Contudo, se ela é da Shechiná (Divindade), não há mudanças nela”. A Shechiná é chama de Malchut de Atzilut, o estado corrigido, quando ela está pronta para a correção. Este é o sentido de ‘Eu o Senhor não mudo’, eu sou a Shechiná, que tem medo de todos os lados, as Klipot, como está escrito, ‘Todas as nações nada são em comparação com Ele’. As citações são de Zohar para Todos, Ki Tetzé (Quando Ides), item 8

Pode ser dito que o “eu” na espiritualidade é realmente a vontade de receber, com o acréscimo do ponto no coração e nós somente os tentamos equilibrar?

O eu da pessoa é o marido e a esposa no interior. Nós precisamos saber como trabalhar com ambos juntos, para que o eu seja semelhante ao Criador.

Qual é o Mitzvá de enviar do ninho?

Esse é um Mitzvá muito complicado. É bastante cruel afastar um pássaro do ninho e levar seus ovos. Muitos livros escreveram sobre isso e isso é também mencionado em O Livro do Zohar e nos escritos do ARI.

Nós somos a Malchut, a vontade de receber que deve ser promovida e ajustada a Biná. A “mãe” é

Biná. A mãe dos filhos é a “mãe” dos entendimentos, das realizações.

Precisamos levar os ovos da mãe, os passarinhos futuros e os criar. Fazemos isso ao nos conectarmos ao ninho e realizar o Mitzvá de enviar do ninho. Esse é considerado um Mitzvá (mandamento – correção, boa ação) pois assim que alcancemos este grau, ele é um Mitzvá para essa pessoa.

“Enviar a mãe para longe” é na realidade se desconectar a si mesmo da Biná e trabalhar com os ZAT de Biná, uma parte dela que pertence à pessoa. A pessoa então leva com ela e transforma os desejos de ZAT de Biná, corrigindo a parte de Malchut através deles. Esta é a conexão de Biná com Malchut em Tzimtzum Bet (Segunda Restrição). Esse é um Mitzvá muito grande. Quando uma pessoa ascende, quando Malchut ascende até Biná, Malchut se torna desanexa dela e se corrige a si mesma.

Em outras palavras, aqui, também, há um filho, há os passarinhos, que são a continuação dessa qualidade.

Sim, mas isso é somente quando um se torna desanexo de Biná, quando um consegue usar parte dela para se corrigir a si mesmo.

Há a questão que Amaleque “salta” sobre uma pessoa quando ela não está preparada.

Amaleque é um grande problema. Ele é essencialmente a mesma inclinação ao mal que está na nossa vontade de receber. Amaleque é realmente um acrónimo de Al Menat LeKabel (em prol de receber). O Livro do Zohar também escreve que é Am e Lek, onde Am é de Balaam (Balaão) e Lek é de Balak (Balaque).

De O Zohar: Apagar a Recordação de Amaleque

“Ele pergunta, ‘Quem é a raiz de Amaleque no alto, na espiritualidade, pois vimos que Balaão e Balaque são de lá, de Amaleque do alto?’ Eles foram suas almas, que é o porquê de odiarem Israel mais que qualquer outra nação ou língua. É por isso que Amaleque está escrito nos nomes, ou seja, Am de Balaam e Lek de Balak. Também, os Amalequitas são machos e fêmeas”. Zohar para Todos, Ki Tezté (Quando Ides), item 110

Quando Balaão e Balaque se juntam, eles constroem o nome, Amaleque. Amaleque é sua raiz comum e é assim que eles trabalham dentro de nós, conectados entre eles. A base do mal em nós é Amaleque – Balaão e Balaque.

Mas foi assim que fomos criados.

Verdade, isso não é de nós. Desde o começo, o Criador disse, “Eu criei a inclinação ao mal”, então Amaleque vem Dele. Balaão, Balaque, Faraó, Hitler – todos eles vêm Dele.

Então quem é suposto apagar a memória de Amaleque?

Isso é para o Homem corrigir e o corrigir cuidadosamente para que nenhum rasto dele sobre. Em outras palavras, o todo da vontade de receber virá a direcionar-se a doar até ao último elemento, pois se alguma coisa sobrar dela, ela cresce novamente.

Porque Amaleque salta sobre eles?

Amaleque emergiu de uma raiz, um incidente. Ele é conhecido, até de acordo com o que é dito na Torá, que se alguma coisa sobrar dele, ele cresce dentro de nós novamente. Em outras palavras, até que apaguemos completamente, os problemas não terminarão.

Amaleque é apresentado como retorcido.

Sim, é por isso que concentramos constantemente nossas correções sobre Amaleque, partes da vontade de receber, que são todas dele. E, todavia, isso não é considerado uma dessas partes pois as primeiras nove, nossa inclinação ao mal, também consistem das dez Sefirot, as dez Sefirot de Tumaá (impureza), embora não possamos corrigir as primeiras nove Sefirot. É por isso que não lhes chamamos “Amaleque”, mas “inclinação ao mal”.

E ainda assim, a essência da inclinação ao mal, o “Egito”, o extrato da inclinação ao mal, uma   vez que Mitsraim (Egito) vem de Mits Rá (extrato de mal), é Faraó e Amaleque é um resultado. Balaão e Balaque, contudo, são seus representantes dos lados do macho e fêmea. Ainda é deste modo hoje.

Há uma expressão distinta para o termo, “Amaleque”, nos desejos de nossa geração?

“Amaleque” é quando uma pessoa traz tamanho ódio veemente para o povo de Israel, para a doação, para o amor, que ele ou ela não os consegue aceitar de maneira alguma, até depois de todas as correções. Naturalmente, nenhum de nós as quer, mas assim que corrigimos todas as coisas, quase até ao fim, então Amaleque aparece. Ele não aparece antes disso.

Está escrito sobre isso que depois de todas as Mitzvot, depois do inteiro deserto, depois de tudo o que corrigimos em nós na conexão com a luz superior – o Criador – alcançamos os Mitzvot muito raros e especiais na nossa porção. Somente então, no fim, chegamos a apagar Amaleque.

Mas falamos de apagar a memória de Amaleque.

Sim, pois alcançamos o fim da correção.

Isso significa que o pior ainda está pela frente?

Não. Quando entramos na terra de Israel, já não há qualquer mal. Aqui estamos a tentar transformá-lo em bem. É claro, ainda o descobrimos, mas de um modo diferente, em escrutinar como nos conectarmos aos outros, não em como nos separarmos do mal em nós, mas como nos conectarmos aos outros.

 

Termos

Filho

Um “filho” é o próximo grau, ou Ben (filho), da palavra Mévin (entendimento). Nunca conseguimos compreender o que estamos a fazer – tanto na corporeidade como na espiritualidade – até agirmos. Está escrito sobre isso, “Pelas Tuas ações Te conhecemos” (Livro de Orações, O Cântico da Unificação no Shabat). Através de ações, começamos a entender. É como crianças que brincam sem entender coisa alguma, mas de súbito elas ficam mais espertas.

O mesmo é verdade para nós. É por isso que Ben, Mévin, é um grau que vem até nós como resultado de ações. É também o porquê de estar escrito, “Pelas Tuas ações Te conhecemos” (Meguilá, 6b). Faça um esforço, atue e entenderá e verá.

Amada Mulher e Odiada Mulher

Uma “amada mulher” é a vontade de receber com a qual uma pessoa consegue trabalhar em prol de doar. Uma “odiada mulher” é a vontade de receber com a qual um não consegue trabalhar com a meta de doar, que não nos apoia pois somos fracos. É por isso que há proibições contra as separar e tratar cada uma delas diferentemente.

É o mesmo com os filhos – os primogénitos da amada mulher e da odiada mulher. Isto tem a ver com nossos desejos e depende de como nos relacionamos a eles, como conseguimos ou não levantar a vontade de receber para a correção.

Perda

Na espiritualidade, uma “perda” significa que perdemos um grau que já tínhamos adquirido. Em outras palavras, se perdermos alguma coisa, isso vem deliberadamente do alto como uma espécie de ajuda para nós e precisamos a procurar. Esta é a raiz do mandamento de devolver uma perda que for achada ao seu dono.

Justa Sentença

“Justiça” significa que conectamos adequadamente juízo e misericórdia, a  linha  direita  e  a  linha esquerda, para que possamos corrigir nossa vontade de receber para ter a direção de doar sobre os outros na medida ideal. Em outras palavras, sob quaisquer circunstâncias, fazemos a máxima ação de doação.

De O Zohar: Dar Mau Nome

“O Criador não se chama ‘Rei’ até que ELE monte no SEU cavalo, que é a Assembleia de Israel, ou seja Malchut, como está escrito, ‘Para mim, meus queridos, vós sois como minha égua entre as carruagens de Faraó’, que é tudo bem, sem qualquer mal de todo. Quando o Criador sai do Seu palácio, Ele não é rei. Quando Ele regressa ao Seu palácio, ‘E o Senhor será rei’. E é isto o que se diz de Israel, ‘Todos de Israel são filhos de Reis’. Como o pai, também os filhos não são filhos    de Reis até que regressem à terra de Israel”. Zohar para Todos, Ki Tetzé (Quando Ides), item 5

Esperemos que regressemos à verdadeira terra de Israel, primeiro a interna, a espiritual, a Yashar El (direito a Deus), para que todos estejamos unidos e conectados como irmãos.

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