VÓS, QUE AMAIS AO SENHOR, ODIAI O MAL

Do livro “Cabala Para o Estudante”

No versículo, “Vós, que amais ao Senhor, odiai o mal. Ele preserva as almas dos Seus santos; Ele os livra das mãos dos ímpios”, ele interpreta que não é suficiente amar o Criador e querer ser premiado com a adesão com Ele. Também é preciso odiar o mal.

A questão do ódio é expressa por odiar o mal, chamado “o desejo de receber”. É possível ver que não há artifício para livrar-se do mal, e ao mesmo tempo, não se quer aceitar a situação. E a pessoa sente as perdas que o mal lhe causa, e também vê a verdade, que não é possível anular o mal por si mesmo, pois trata-se de uma força natural vinda do Criador, que imprimiu o desejo de receber no homem.

Neste estado, o versículo nos diz o que é possível fazer, ou seja, odiar o mal. E desse modo o Criador o preservará desse mal, como está escrito, “Ele preserva as almas dos seus santos”. O que é preservar?  “Ele os livra das mãos dos ímpios”.  Nesse estado, a pessoa já é bem sucedida, pois ela tem algum contato com o Criador, mesmo que seja a mais tênue conexão.

Na verdade, a questão do mal subsiste e serve como Achoraim (outro lado) do Partzuf. Mas isso é assim somente por meio da própria correção: pelo sincero ódio  ao mal, ele se corrige na forma de Achoraim. O ódio vem porque quando se quer obter adesão com o Criador, então há uma conduta entre os amigos: se duas pessoas chegam a compreender que cada um odeia aquilo que o seu amigo odeia, e ama aquilo e aquele que seu amigo ama, então eles chegam a um vínculo perpétuo, como uma aposta que nunca perderão.

Por isso, como o Criador ama doar, os mais inferiores devem também adaptar-se a desejar somente doar. O Criador também odeia ser um receptor, pois Ele é completamente pleno e não necessita de coisa alguma. Então o homem, também, precisa odiar a recepção para si mesmo.

Resulta do que foi dito, que é preciso odiar amargamente o desejo de receber, pois todas as ruínas do mundo vêm somente por causa do desejo de receber. E por meio desse ódio, a pessoa corrige-se e submete-se à Kedushá  (Santidade).

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