Rabi Yehuda Leib HaLevi Ashlag (Baal HaSulam) (1884-1954)

Rabi Yehuda Ashlag é mais conhecido como Baal HaSulam (Dono da Escada) pelo seu comentário Sulam (Escada) ao Livro do Zohar. Baal HaSulam passou sua vida inteira interpretando a sabedoria da Cabala, inovando e espalhando-a por Israel e pelo mundo no geral. Ele adaptou a Cabala Lurianica do Ari à nossa geração e fazendo isso permitiu a que qualquer um estudasse as raízes da realidade na qual vivemos e assim percepcionar o propósito derradeiro da vida.

Porque Baal HaSulam nasceu quando o mundo já estava pronto para saber sobre a Cabala, os seus escritos carregam uma natureza “multinacional” distinta. Ele previu processos tais como a queda do comunismo russo e a globalização muito antes de se tornarem evidentes ao resto de nós e os apresentou contextualizados com a correcção espiritual da humanidade.

Baal HaSulam nasceu em Varsóvia, na Polónia e estudo Cabala com Rabi Yehoshua de Porsov. Em 1921, ele imigrou com a sua família para Israel (então chamada Palestina) e estabeleceu-se na Cidade Velha de Jerusalém.

O rumor da sua chegada rapidamente se espalhou pela cidade e rápido ele ficou conhecido pelo seu conhecimento em Cabala. Gradualmente um grupo de estudantes se formou ao seu redor. Estes viriam a sua casa nas breves horas matinais para estudar a Cabala. Passado algum tempo, Baal Hasulam mudou-se da cidade velha de Jerusalém para outro bairro de Jerusalém, Givat Shaul, onde serviu como rabino do bairro durante vários anos.

 

AS SUAS OBRAS PRINCIPAIS

Os seus dois principais trabalhos, frutos de longos anos de empenho são O Estudo dos Dez Sefirot, baseado nos escritos do Ari e O Comentário Sulam (Escada) ao Livro do Zohar. A publicação das 16 partes do Estudo dos Dez Sefirot teve inicio em 1937. Em 1940 o seu livro Beit Shaar HaKavanot (A Portaria das Intenções) foi publicado, contendo comentários a selectos escritos do Ari. O Comentário Sulam no Livro do Zohar foi publicado em 18 volumes entre 1945-1953. Subsequentemente, Baal HaSulam escreveu três volumes adicionais nos quais ele interpretou O Novo Zohar. Esta ultima interpretação foi completada em 1955, depois da sua partida.
 Na introdução ao seu comentário sobre o O Livro do Zohar, ele explicou por que lhe chamou “A Escada.”  “Eu chamei à minha interpretação O Sulam, para mostrar que o propósito do meu comentário é como o propósito de qualquer escada. Se você tem um sótão cheio de abundância, precisa apenas de uma escada para lá trepar e toda a abundância do mundo está nas suas mãos.”

Baal HaSulam compoz uma série de introduções para preparar os estudantes a adequado estudo da Cabala e para explicar o método de estudo. Estes escritos incluem “O Prefácio ao Livro do Zohar,” “Introdução ao Livro do Zohar,” “Prefácio à Sabedoria da Cabala ,” “Prefácio ao Comentário Sulam,” “Um Prefácio Geral à Árvore da Vida,” e “Introdução ao Estudo das Dez Sefirot.”

Em 1940, Baal HaSulam publicou um jornal a que chamou A Nação. Nos seus últimos anos, ele escreveu “Os Escritos da Ultima Geração,” no qual ele analisou diferentes tipos de governo e delineou um plano detalhado para a construção da sociedade corrigida para o futuro.

 

ESPALHAR A PALAVRA

Baal HaSulam não se ficou por colocar as suas ideias no papel. Em vez disso, ele trabalhou arduamente para as promover. Como parte dos seus esforços, ele encontrou-se com figuras proeminentes em Israel tais como David Ben Gurion, Chaim Nachman Bialik, Zalman Shazar e muitos outros.
David Ben Gurion escreveu nos seus diários que se tinha encontrado com Baal HaSulam variadas vezes e que estes encontros o surpreendiam porque “Eu queria falar-lhe de Cabala e ele, de socialismo.”

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“Certamente já chegamos a tal grau que o mundo inteiro é considerado um colectivo e uma sociedade. Significando, porque cada pessoa no mundo suga sua medula da vida e sua vivacidade de todas as pessoas do mundo, ela está coagida a servir e cuidar do bem-estar do mundo inteiro. … A possibilidade de realizar condutas boas, felizes e pacíficas num único estado é inconcebível quando isso assim não for em todos os países do mundo.”

–Baal HaSulam, “Paz no Mundo”

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Um excerto do jornal Haaretz, publicado a 16 de Dezembro, 2004: “Um dia em Jerusalém do principio dos anos 50, Shlomo Shoham, pais tarde premiado em Israel, autor e criminologista, partiu para investigar o Cabalista Rabino Yehuda Ashlag. ..Ashlag naquele tempo estava a tentar imprimir HaSulam (literalmente, A Escada), a sua tradução Hebraica e comentário aoLivro do Zohar… Sempre que conseguisse reunir um pouco de dinheiro, de pequenas doações, ele imprimiria partes do seuHaSulam.

‘Encontrei-o em frente a um edifício em ruínas, quase uma barraca, que albergava uma velha máquina de imprensa. Ele não se podia dar ao luxo de pagar a um tipógrafo e ele próprio estava a fazer a tipografia, letra a letra, em pé sobre a máquina de imprensa horas de cada vez, apesar de se encontrar nos seus sessenta e muitos. Ashlag era claramente um Tzadik(homem justo) – um homem humilde, com uma cara radiante. Mas era uma figura completamente marginal e terrivelmente pobre. Mais tarde ouvi que ele tinha passado tantas horas a topografar que o chumbo do processo de impressão tinha danificado a sua saúde.'”

Levou mais de meio século para que a sua grandeza fosse reconhecida, mas hoje as suas concretizações são bem conhecidas. Em recentes anos, o seu ensinamento atraiu uma grande dose de atenção e centenas de milhares de pessoas pelo mundo fora estudam os seus trabalhos, que foram traduzidos para muitos idiomas diferentes. Agora, qualquer pessoa que deseje verdadeiramente trepar para o mundo espiritual consegue facilmente fazê-lo.

Baal HaSulam foi um indivíduo complexo e fascinante, de mente aberta e bem educado. Ele estava muito envolvido nos acontecimentos globais bem como nos eventos que ocorriam em Israel, onde ele vivera. Suas visões são consideradas revolucionárias e de extensas consequências na sua audácia, até hoje

Baal HaSulam partiu em 1954, mas o seu caminho foi continuado pelo seu sucessor, o seu primeiro filho, Rabino Baruch Shalom Ashlag.
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