Interesse Próprio vs. Altruísmo na Era Global

Michael Laitman, PhD

Interesse Próprio vs. Altruísmo na Era Global apresenta uma nova perspectiva sobre os desafios que o mundo enfrenta atualmente. Dr. Laitman mostra ao leitor que os problemas do mundo são consequência do egoísmo crescente da humanidade. Neste espírito, o livro sugere formas de usar nossos egos para benefício da sociedade, ao invés de meramente para nosso interesse próprio.

Os primeiros capítulos oferecem um entendimento único da existência da humanidade neste planeta e como nosso egoísmo coletivo tem influenciado o desenvolvimento de nossa sociedade. Ao entender o ego e sua origem o leitor descobre um novo entendimento da existência global integral como remédio para os males da sociedade. Os capítulos finais tratam de nossos desafios sociais e políticos atuais, e explicam como nós podemos usar nossos egos para resolvê-los, ao invés de continuar no ciclo negativo que a humanidade se encontra.

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Índice

Nota do Editor

Prefácio

Introdução

Capítulo 1: A Busca do Homem pela Unidade

Capítulo 2: O Centro dos Desejos

Capítulo 3: A Origem Comum da Humanidade 

Capítulo 4: O Universo e a Vida na Terra 

Capítulo 5: O Gênero Homo 

Capítulo 6: Em Direções Opostas

Capítulo 7: A Grande Mistura

Capítulo 8: O Renascimento e Além

Capítulo 9: Um Mundo 

Capítulo 10: A Idade da Livre Escolha

Capítulo 11: Um Novo Modus Operandi 

 Notas

Nota do Editor

Do livro “Interesse Próprio vs. Altruísmo na Era Global”

O livro Interesse próprio versus altruísmo na Era Global, que visa explicar a evolução da existência, originalmente parecia um objetivo irreal. Parecia ser especialmente desafiador o ângulo que o livro iria tomar, em função da comunidade científica, bem como da cabalística. Com a ajuda de muitos amigos de todo o mundo, porém, concluímos a tarefa com êxito.

Eu sinto que é meu dever agradecer a cada um que contribuiu no projeto e peço desculpas se alguém foi omitido inadvertidamente. Na minha opinião, este livro é a criação de um grupo, ao invés de trabalho de alguns indivíduos proficientes, e é aí que reside o seu mérito.

Abaixo está a lista (em ordem alfabética) das pessoas que contribuíram com seu tempo, esforço  e  muitas   vezes   dinheiro   para   a   realização   deste   livro   global:   Pesquisa e Revisão (ambos): Anastasia Cherniavski, Annabelle Fogerty, Asaf Ohayon, Asta Rafaeli, Avraham Cohen, Beth Shillington, Christiane Reinstrom, Crystlle Medansky, Daniel Lange, Eli Gabay, Geoffrey Best, James Torrance, Jonathan Libesman, Julie Schroeder, Kimberlene Ludwig, Loredana Losito, Markos Zografos, Marlene Bricker, Michael R. Kellogg, Michal Karpolov, Pete Matassa, Peter LaTona, Sandra Armstrong, Shari L. Kellogg, Veronica Mengana, Yehudith Sabal, and Zhanna Allen.

Editores: Alicia Goldman, Brad Hall, Charles Bowman, Dan Berkovitch, Eric Belfer, Gilbert Marquez, James Torrance, Keren Applebaum, Noga Burnot, Rachel Branson, Riggan Shilstone, and Tom Dorben.

Produção: Leah Goldberg

Administração: Avihu Sofer, Alex Rain (imagens).

Gostaria de expressar minha profunda gratidão a Profª Valeria Khachaturian, Profº Itzhak Orion, Dr. Yael Sanilevich, Dr. Eli Vinokur e Mr. Ronen Avigdor pela revisão das informações científica, histórica e financeira contidas neste livro.

E, finalmente, a Baruch Khovov, designer que se reportava a Claire Gerus, editora cujo trabalho sempre foi símbolo de qualidade para mim, e, logicamente, a Uri Laitman, nosso editor, cuja dedicação e diligência são inspiração para todos os que trabalham com ele.

Atenciosamente, Chaim

 

O Livro Aberto

Michael Laitman, PhD

O Livro Aberto apresenta os princípios da antiga e científica sabedoria da Cabala autêntica, com as explicações de suas regras básicas.

 

 

 

Índice de Conteúdos

Cabala Para o Estudante

Rav Yehuda Ashlag, Rav Baruch Ashlag

Os maiores Cabalistas contemporâneos, Rav Yehuda Ashlag, e seu filho e sucessor, Rav Baruch Ashlag, dão respostas válidas para a questão mais fundamental da vida: Qual é o sentido da minha vida? Com base nas suas interpretações de O Livro do Zohar, e A Árvore da Vida, agora podemos aprender e nos beneficiarmos da sabedoria da Cabalá em uma base diária.

Além de textos autênticos desses grandes Cabalistas, este livro oferece ilustrações que retratam fielmente a evolução dos Mundos Superiores como os Cabalistas os experimentam, bem como vários ensaios úteis para melhorar a nossa compreensão dos textos.

No livro Cabalá para o Estudante, Rav Michael Laitman, PhD, assistente pessoal do Rav Baruch Ashlag e estudante privilegiado, compilou todos os textos necessários para um estudante de Cabalá para alcançar os mundos espirituais. Em suas aulas diárias, Rav Laitman baseia seus ensinamentos nesses textos inspiradores, ajudando os novatos e veteranos entenderem melhor o caminho espiritual que realizamos em nossa jornada fascinante para os reinos mais superiores.

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Índice de Conteúdos

TEMPO PARA ATINGIR A ESPIRITUALIDADE

ATINGINDO A ESPIRITUALIDADE

SOCIEDADE COMO UMA CONDIÇÃO PARA ATINGIR A ESPIRITUALIDADE

ESTÁGIOS DE ATINGIMENTO

A EVOLUÇĂO DOS MUNDOS

 

A Tela e As Três Linhas

Excertos seleccionados do blogue de Michael Laitman:

O Que é a Tela?

Uma questão que recebi: O que é a tela? Do que é feita e como eu posso reconhecê-la?

Minha Resposta: A tela é uma força que permite que você pense  nos outros em vez de si mesmo. É quando você adquire uma maneira diferente de pensar, sentir e tomar decisões. Quando isso acontece, é como se você nascesse de novo!

Isso é chamado de um milagre – “O milagre de sair do Egito.” É quando você sai do seu desejo egoísta e de repente começa a cuidar dos outros. Todos os seus pensamentos começam a trabalhar dessa maneira.

No momento parece que é uma mudança assustadora. Quem iria querer isso? E mesmo que não falássemos sobre isso, dentro de nós existe muito medo dele.

Entanto, a luz superior irá realizar esta mudança em nós. Eu não sei como ela vai fazer isso. Simplesmente irá acontecer da mesma forma que nos criou. Esta mudança de uma pessoa é chamado de um milagre. A Luz que criou nosso desejo também pode executar esse “upgrade” nele.

 

Como Funciona o Masach (Tela) Espiritual?

Pergunta: Como funciona o Masach (tela) espiritual?

Resposta: Por um lado, o Masach não permite que a Luz Superior entre no nosso ego e trabalhe com ele. Isso significa que ele mantém e sustenta a restrição do desejo.

Por outro lado, ajusta gradualmente o atributo de doação da Luz superior aos nossos desejos e, ao nos desprender de nossos desejos anteriores, nos permite adquirir novos desejos de amor e doação. O Masach é a parte mais importante da alma.

Da Lição de Cabalá em Russo 18/12/16

 

O Que É Trabalhar nas Três Linhas?

Pergunta: O que é trabalhar em três linhas?

Resposta: Trabalhar em três linhas é a conexão mútua completa entre suas inclinações.

A linha esquerda é o desejo egoísta de receber, de desfrutar. Subindo acima dele, a pessoa restringe seu uso.

Trabalhar na linha direita significa receber a Luz superior e usá-la dentro de si mesmo como o atributo de doação.

A linha do meio é a combinação das linhas direita e esquerda dentro de você. Na combinação certa, você pode usar o seu egoísmo apenas na medida em que ele é destinado à doação.

Da Lição de Cabala em Russo 12/18/16

Perguntas Selectas sobre o Estudo do Zohar

O Segulá [Poder] no Livro do Zohar

Há outro poder magnifico nela: Todos aqueles que se envolvem nela, embora eles ainda não compreendam o que está escrito nela, são purificados por ela, e as Luzes Superiores se aproximam deles.

Baal HaSulam, “O Ensinamento da Cabala e Sua Essência”

 

Pergunta: Não estou realmente seguro de como o Segulá em O Livro do Zohar funciona.
Resposta: Em nossa presente situação, é difícil o compreender. É por isso que é chamado Segulá.
Digamos que me é dito que se eu saltar num lugar dez vezes, a lâmpada no tecto vai se ligar. Eu não sei qual a ligação entre eles. Talvez um interruptor tenha sido colocado por baixo do chão, e haja um contador que conta até dez e a liga depois das dez contagens, mas eu não sei isso. Tem de haver uma ligação, mas ela está escondida de mim. Na Cabala tal conexão escondida é chamada Segulá.
Por outras palavras, Segulá é uma lei que existe na Natureza, mas uma que ainda não conhecemos. Aqueles que já se estudaram a si mesmos e a ela estão a dizer-me, “Se a usares de tal e tal maneira, vais activá-la. Tu não a vês, mas é assim que a activas.”
Se um alienígena viesse ao nosso mundo de outro planeta, ele olharia para um bebé e para um bezerro recém-nascido e diria que o bezerro crescerá para se tornar uma figura proeminente, e o bebé crescerá para ser pequeno e desamparado. Contudo, nós sabemos que se deres a ambos o que precisam, um crescerá para ser uma vaca ou um boi, e o outro para ser um humano. Este é um milagre, um Segulá. Nós ficamos habituados a que isto aconteça, mas é realmente um milagre.
O pequeno bebé subitamente começa a compreender, a reagir, a realizar todo o tipo de acções. Cada dia, novas habilidades aparecem. Como acontece isso? Afinal, não fizemos nada para que acontecesse. Ficámos habituados à existência de um processo de desenvolvimento, mas na realidade, ele é uma manifestação da força da vida, uma força espiritual que age na criatura e aparece de tal maneira.
A mesma coisa acontece com o nosso desenvolvimento espiritual. Afinal, as leis do desenvolvimento espiritual não são diferentes, só que este desenvolvimento está ainda escondido de nós; não estamos acostumados a ele. Mas o dia em que as pessoas usarão estas leis tal como usam todas as outras leis da Natureza não está longe.
Os Cabalistas estão a dizer-nos que há uma força na Natureza cujo impacto pode ser atraído ao estudar O Livro do Zohar. Quanto mais o estudas, mais forte, sábio, mais sensível e mais entendedor te vais tornar. Com esse processo, espiritualidade vai aparecer-te porque este livro tem a habilidade de te mudar.
Mas não há outros livros que me mudam? Há, certamente. Há outros livros que mudam a nossa percepção da realidade e nos ajudam a descobrir os reinos ocultos. Mas O Livro do Zohar afecta a mudança com mais potência, todavia mais suavemente que qualquer outro livro.
O Mundo dos Desejos

Uma pessoa que está nas trevas e que sempre esteve nas trevas. Quando lhe quiserdes dar luz, vós primeiro precisais de acender uma pequena luz, como o olho de uma agulha, e então um pouco maior. Assim, cada vez um pouco mais até que toda a luz adequadamente brilhe para ela.

Zohar para Todos, VaYishlach [Jacob Enviou], Item 91

Pergunta: Se eu escuto que tudo está dentro de mim, como devo eu me relacionar a todos aqueles ao meu redor? Como devo eu ver o mundo? Como devo eu considerar aqueles que me amam, aqueles que me odeiam, e geralmente me relacionar ao que acontece ao meu redor?
Resposta: Precisamos de compreender que há o ideal, e há a realidade. O ideal é o que descobriremos no futuro, nos nossos estados corrigidos. Por agora, estamos só a aprender que outra realidade existe na qual tudo está a acontecer dentro de nós. Por agora, nada disso é real para nós, e talvez tudo o que imaginamos como imagem futura não seja nada como o veremos.
Não fazemos ideia de como as nossas vidas mudarão assim que descubramos esta imagem. Não é que nosso mundo mude a certa extensão, mas que um novo mundo vai aparecer perante nós. Assim, quando lemos em O Livro do Zohar devemos nos separar a nós mesmos de tudo o que conhecemos e simplesmente tentar “mergulhar” nele. Neste momento, não podemos estar em dois mundos em simultâneo. Por agora, podemos só estar num mundo.
Desta forma, nos separamos a nós mesmos da realidade material e tentamos construir uma imagem diferente, muito como uma criança que quer crescer. As crianças querem sr adultos de todas as maneiras — em como eles se vestem, como eles se comportam, e aos olhos dos outros. Elas querem que todos as tratem como adultos.
Nós, também, devemos imaginar de todas as maneiras que pudermos que O Livro do Zohar fala sobre o nosso novo mundo, e que estamos nele. Por outras palavras, este livro discute nossas qualidades interiores dentro das quais nós existimos, e dentro das quais vemos uma nova realidade. Este jogo produz o impacto da luz de correcção sobre nós, e este novo mundo aparece.
Então quando o novo mundo aparece, o velho mundo desaparece e voamos para os céus? Nem por isso. Descobrimos uma nova vida nos nossos desejos. Dois desejos — sobre o nosso e aquele do Criador — aparecem em nós um oposto ao outro. Sentimos-os, e estamos entre eles como uma linha média, como os nossos “eus,” e não há nada mais senão isso. Entre as duas forças estou eu.

 

A Diferença Entre a Torá e O Zohar

“Abri meus olhos, para que eu possa ver maravilhas da Vossa lei.” Quão tolas são as pessoas, pois elas não sabem e não consideram se envolver na Torá. Mas a Torá é o todo da vida, e toda a liberdade e toda a bondade.

Zohar para Todos, Chayei Sarah [A Vida de Sara], Item 219

Pergunta: Porque precisamos de O Zohar se já temos a Torá?
RespostaO Zohar é uma interpretação Cabalística da Torá. Moisés dispôs a fundação, mas a Torá é um livro codificado. Há um único código nela, mas é muito profundo. A Torá está escrita em “a linguagem dos ramos” [1]. A sabedoria da Cabala explica a linguagem dos ramos e ajuda-nos a ler a Torá e a compreender o que Moisés pretendia realmente.
Estamos acostumados a nos relacionar à Torá como uma narrativa histórica sobre os feitos de uma tribo antiga. Mas a Cabala permite-nos ver as raízes superiores através de tudo isso, as forças que evocam tais acções no nosso mundo. Através da Cabala, podemos subir ao nível do sistema de forças que governam o nosso mundo, e daqui em diante, podemos corrigir e gerir a realidade.
A Torá serviu como método de correcção para aqueles que viviam desde o tempo de Moisés até a ruína do Templo, que simbolizou a separação da humanidade do mundo espiritual. Nessa altura, tornou-se evidente que a Torá de Moisés estava tão afastada de nós que não nos corrigiríamos a nós mesmos directamente através dela. [2]
A Torá está simplesmente demasiado codificada para ser um guia para as almas que caíram para a corporalidade. Essa queda criou uma necessidade por outra fonte de orientação. Foi nesta altura em que O Livro do Zoharfoi escrito. Contudo, O Zohar não foi escrito para as pessoas que viviam nesses dias — o princípio do exílio — mas para os nossos dias — o fim do exílio.

 

Ai daquele que diz que a Torá vem para contar contos literais e as palavras incultas de tais como Esau e Labão. Se assim é, até hoje podemos tornar as palavras de uma pessoa inculta numa lei, e até melhores que as suas. E se a Torá indica questões mundanas, até os governantes do mundo têm entre eles coisas melhores, então sigamos-os e tornemos-os numa lei da mesma maneira. Contudo, todas as palavras da Torá têm o sentido mais superior.

O mundo superior e o mundo inferior são julgados o mesmo. Israel abaixo correspondem aos altos anjos acima. Está escrito dos altos anjos, “Quem fazem ventos Seus mensageiros,” e quando eles descem, eles vestem-se em vestes deste mundo. Não se tivessem eles vestido em vestes tais como as deste mundo, então eles não seriam capazes de permanecer neste mundo e o mundo não os toleraria.

E se isto assim é com os anjos, é tanto quanto o mais com a lei que criou os anjos e todos os mundos, e eles existem para ela. Além do mais, quando ela desceu a este mundo, o mundo não a toleraria se ela não se tivesse vestido nas roupagens mundanas, que são os contos e as palavras dos incultos.

Assim, esta história na Torá é uma veste da Torá. E aquele que considera esta roupagem como a própria Torá e nada mais, amaldiçoado será seu espírito e ele não terá quota no mundo vindouro.

Zohar para Todos, BeHaalotchá [Quando Vós Levantais], Itens 58-60

***

Este capítulo é só um aperitivo de O Zohar. Tentámos apresentá-lo ao ler excertos de O Zohar para tornar fácil para si se juntar ao estudo. Nos apêndices encontrará excertos selectos de O Zohar, bem como citações dos maiores Cabalistas sobre a importância do estudo de O Zohar. Se desejar mergulhar mais fundo nas palavras de Baal HaSulam sobre a abordagem a estudar O Zohar, você pode fazer isso no apêndice, “Introduções de Baal HaSulam a O Livro do Zohar.”
Até se primeiro sentirmos que não estamos a sentir nada quando lendo O Zohar, somente depois de dez lições pela Internet será você capaz de sentir distintamente como O Zohar o afecta.
O impacto do estudo de O Zohar é muito poderoso realmente, e como dissemos acima, isso não depende do nível de entendimento, mas em vez disso de nossos esforços de percepcionar do que fala O Zohar. Só precisamos de escutar, de querer sentir. Esta é a única maneira de conhecer o mundo — nosso mundo, bem como o mundo espiritual.
O Livro do Zohar é uma corda salva-vidas que foi jogada para nós pelo Criador. Se agarrarmos a extremidade dessa corda, seremos capazes de trepar todo o caminho até Ein Sof.

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“Quão grande é Vossa bondade, que Vós haveis guardado para aqueles que Vos temem.”

“Quão grande é Vossa bondade,” ou seja quão sublime e preciosa é a Luz Superior chamada, “bem.”

Esta é a luz oculta, com a qual o Criador faz o bem no mundo. Ele não a nega cada dia, nela é o mundo sustentado, e dela ele se encontra.

Zohar para Todos, Emor [Dizei], Item 3

 

Notas

[1] Os Cabalistas estudam o mundo superior, que está além do raio de percepção de um indivíduo egoista. De acordo com eles, de cada objecto no mundo espiritual, que é chamado “uma raiz,” uma força cascateia para o nosso mundo e produz um objecto aqui, que é chamado “um ramo.” No seu ensaio, “A Essência da Sabedoria da Cabala,” Baal HaSulam explica-o da seguinte maneira: “Não há um elemento da realidade, ou uma ocorrência da realidade num mundo inferior, que vós não encontrareis sua semelhança no mundo acima dela, tão idêntica como duas gotas num lago. E eles são chamados ‘Raiz e Ramo.’ Isso significa que o item no mundo inferior é considerado um ramo de seu padrão, encontrado no mundo superior, que é a raiz do elemento inferior, pois foi aqui que esse item no mundo inferior foi impresso e e veio a ser.”

[2] Para mais sobre este tópico, veja a “Introdução a O Estudo das Dez Sefirot” de Baal HaSulam

Os Amigos

Todos esses amigos que não se amam uns aos outros abandonam o mundo antes do seu tempo. Todos os amigos no tempo de Rashbi tinham amor de alma e amor de espírito entre eles. é por isso que na sua geração, os segredos da Torá foram revelados. Rabi Shimon diria, “Todos os amigos que não se amam uns aos outros causam a si mesmos se desviar do caminho certo.” Além do mais, eles colocam uma nódoa na Torá, uma vez que há amor, fraternidade e verdade na Torá.

Avraham amava Itzhaak, Itzhaak amava Avraham e eles estavam abraçados. E eles estavam ambos agarrados a Yakov com amor e fraternidade e davam seus espíritos um ao outro. Os amigos devem ser como eles e não os manchar, pois se o amor carece neles eles mancharão seu valor acima, isto é, Avraham, Itzhaak e Yakov, que são Chesed, Gevurá e Tifferet.

Zohar para Todos, Ki Tissa [Quando Vós Tomais], Item 54

O Zohar foi escrito por um grupo de Cabalistas, assim, ele pode somente ser entendido dentro da estrutura de um grupo. Para conectar o que está escondido nele, devemos nos unir com todas as outras pessoas que o almejam. Juntos, formamos um grupo.
Somente a conexão entre nós nos permitirá abrir o livro porque tudo sobre o que o livro fala se encontra somente entre as almas. Se nos desejamos unir, nossos desejos serão chamados “almas” e na conexão entre eles, descobriremos o Criador, a luz que nos conecta a todos juntos.

“Quão bom e quão agradável é que irmãos morem juntos em unidade, também.” Estes são os amigos, pois eles se sentam juntos inseparavelmente. Inicialmente, eles parecem como pessoas em guerra, desejando se matar uns aos outros. Então eles retornam a um estado de amor fraterno.

O Criador, o que diz Ele sobre eles? “Quão bom e quão agradável é que irmãos morem juntos em unidade, também.” A palavra, “também” indica a presença da Divindade com eles. Além do mais, o Criador escuta suas palavras e Ele é agradado e contente com eles.

E vós, os amigos que aqui estão, como estiveram em afeição e amor anteriormente, não partireis daqui doravante, até que o Criador rejubile convosco e evoque paz sobre vós. E pelo vosso mérito haverá paz no mundo. Este é o significado das palavras, “Pelo bem dos meus irmãos e meus amigos deixem-me dizer, ‘Que a paz esteja dentro de vós.’”

Zohar para Todos, Aharei Mot [Depois da Morte], Itens 65-66

Se não considerarmos a união entre nós enquanto lendo O Zohar, estaremos a falhar o ponto principal.
Mas espere! Até agora, dissemos que devemos sentir estas coisas dentro de nós, olhar para os detalhes mencionados em O Zohar dentro de nós e agora estamos a falar de união com outros amigos, união com o grupo fora de nós. Não há aqui uma contradição?
A questão é que até o grupo não está realmente no exterior. Devemos recordar-nos a cada momento que tudo o que sentimos como externo a nós está na realidade dentro de nós.
Devemos ligar o conceito de “eu” dentro de nós com o conceito do “outro” dentro de nós. Não sentimos “outros” que estão fora dos nossos corpos. Em vez disso, eles, também, estão dentro de nós, dentro dos nossos desejos. É assim que nossos desejos estão divididos. Há Kelim [vasos] internos e há Kelim externos e precisamos somente de remendar a conexão entre eles. E as outras pessoas no grupo são as primeiras as quais vamos conectar a nós mesmos.

Na Minha Cama À Noite

“Na minha cama noite após noite eu o procurei a quem minha alma ama.” A assembleia de Israel falou perante o Criador e O questionou sobre o exílio, dado que ela está sentada entre o resto das nações com seus filhos e repousa na poeira. E porque ela está deitada noutra terra, uma impura, ela disse, “Eu peço na minha cama, pois estou deitada no exílio,” e exílio é chamado “noites.” Assim, “Eu o procurei a quem minha alma ama,” para me livrar dele.

“Eu o procurei mas não o encontrei,” uma vez que não é Sua maneira acasalar comigo, mas somente no Seu palácio, e não no exílio. “Eu o chamei mas ele não me respondeu,” pois eu morava entre as outras nações, que não querem escutar sua voz excepto Seus filhos. “Alguma vez um povo escutou a voz de Deus?”

“Na minha cama noite após noite,” disse a assembleia de Israel, Divindade. “Na minha cama eu estava irada perante Ele, Lhe pedindo para acasalar comigo para me deleitar — da linha esquerda — e me abençoar — da linha direita — com completa alegria — da linha média.” Quando o rei, ZA, acasala com a assembleia de Israel, vários justos herdam a herança de um legado sagrado, Mochin superiores, e várias bênçãos são encontradas no mundo.

Zoharpara Todos, Ki Tazriá [Quando uma Mulher Insemina], Itens 1-3

 

Devemos tentar traduzir cada palavra em O Zohar para o seu sentido espiritual e interior, e não o percepcionar no seu sentido familiar, corpóreo. Se permanecermos com o sentido corpóreo, degradaremos a Torá do mundo superior até este mundo, e não foi por isso que ela foi escrita. Devemos aspirar a nos elevar através dela deste mundo ao mundo superior.
Se desejamos alcançar Zeir Anpin, o Criador, estar em contacto com Ele, devemos atravessar o mecanismo chamado Malchut de Atzilut ou “a Assembleia de Israel,” através da colecção de almas que estão unidas directamente ao Criador, ou seja com amor e doação. Não há outra maneira.
Se eu não me vejo a mim mesmo a conectar a todas as almas quebradas dentro de mim e a as trazer a todas ao Criador, ao contacto e a Zivug [acasalamento] com Ele, então não há “eu.” Esta é uma imagem necessária que deve ser sempre mantida à minha frente. Caso contrário, não estou a ir na direcção certa.
Também, “eu” significa que me levei a mim mesmo pelo mecanismo de conexão entre todas as almas. Esta é a única maneira como me posso abrir para O Livro do Zohar. Porquê? Porque o poder de O Zoharfoi dirigido a manter a conexão entre todas essas partes em mim, que presentemente aparentam não serem minhas.

O Portão Sobre O Abismo

Estes três filhos de Noach são a persistência do mundo inteiro … e destes a terra inteira se dispersou, pois todas as almas das pessoas vieram deles porque eles são o sentido das três cores superiores em Biná, as três linhas…

Quando o rio que se estende para fora do Éden, Zeir Anpin, regou o jardim, aNukva [fêmea], ele regou-a com o poder destas três linhas superiores da Biná superior, e de lá as cores se espalham — branco, vermelho e preto…

E quando vós olhais para os graus, vós descobrireis como as cores se espalham a todos esses lados, direita, esquerda e meio, até que elas entrem abaixo, em Malchut, como vinte e sete canais de portas que cobrem o abismo.

Zohar para Todos, , Noach, Itens 302-303

 

Quanto mais nos pudermos assemelhar à luz, ou seja sua qualidade de dar e amor, mais nos conectaremos a ela e descobriremos seus canais de abundância. Na realidade, até agora estamos no mundo de Ein Sof, mas ele está escondido de nós por todos os mundos — Haalamot [ocultações] — que existem dentro de nós, no nosso desejo, porque ele está em contraste com a qualidade do mundo de Ein Sof.

As vinte e sete letras, com as cinco letras finais de Malchut, são os vinte e sete canais que trazem a abundância a ela. Eles foram feitos portas para cobrir os Dinim em Malchut, que são chamados “abismos.”

Zohar para Todos, Noach, Item 303

Nós mesmos somos aqueles que estamos a construir estes canais e portas acima deles. Uma vez, estas portas abrirem um caminho para a luz, e outra vez elas fecham-o, como válvulas que se abrem e fecham à extensão de nossa semelhança com a luz. Nossos esforços devem estar direccionados somente a um propósito — fazer todas nossas qualidades se assemelharem às qualidades espirituais e receberem luz nelas.
À medida que tornarmos o egoísmo em nós semelhante à luz, descobriremos dentro de nós as qualidades do Criador e o pensamento da Criação. Há uma parte especial em O Livro do Zohar, chamada Sáfra de Tzniuta [Livro da Humildade], que fala sobre isso. É também porque foi dito, “Sabedoria está com os humildes” (Provérbios, 11:2).

O Que é o Inferno?

“Melhor é aquele que é ignóbil e tem um servo, que aquele que representa o homem de estatuto e carece de pão.” Isto versa a inclinação do mal porque ela se queixa sempre contra as pessoas. E a inclinação do mal eleva o coração do homem e desejo com orgulho, e o homem segue-o, encaracolando seu cabelo e sua cabeça, até que a inclinação do mal toma orgulho sobre ele e o puxa para o Inferno.

Zohar para Todos, VaYishlach [Jacob Enviou], Item 16

 

Também devemos sentir esse estado de Inferno? E como sabem os Cabalistas sobre ele? Eles o experimentaram eles mesmos. Afinal, é impossível que um descubra algo senão através da experiência. Então temos todos de estar no Inferno? Aparentemente, sim.
Afundamos sempre na inclinação do mal primeiro, e somente então descobrimos o que ela é verdadeiramente. Inicialmente, não vemos que ela é má. Se víssemos, não entraríamos nela. Inicialmente, ela é apelativa, brilhante, cintilante, e maravilhosa. Assim, nosso egoísmo nos engana.
Aqui O Zohar fala de uma pessoa que examina as várias partes na sua alma. Ela deve ser entrelaçada, e a partir desse entrelaçamento ela deve descer a um estado de Inferno. Esse estado existe em cada grau, e diz-se sobre isso, “Não há um homem justo na terra que não faça o bem e não peque” (Eclesiastes, 7:20). Somente quando um está nesse estado pode este examinar o mal que se encontra no interior, e descobrir quanto um está a perder devido ao seu mal, quão impotentes somos, quando diz respeito a fazer algo connosco mesmos sem a ajuda do Criador.
Devemos recordar-nos que cada palavra que foi escrita por Cabalistas é baseada no seu próprio alcance pessoal, pois “Aquilo que não sabemos, não definimos por um nome ou uma palavra [1].” Os autores deO Zohar experimentaram todos esses estados em si próprios. Vamos esperar que nós, também, obtenhamos estes estados. Afinal, eles são parte da estrada para descobrir a verdade.

 

Notas

[1] Baal HaSulam, “A Essência da Sabedoria da Cabala”