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Por Trás do Monitor

A Linguagem dos Ramos é a expressão das forças superiores que operam em nosso mundo. Ela é expressa em objetos e em tudo o que acontece. De onde ela vem? É como um monitor de computador: se olhássemos atrás dele, não veríamos a imagem – veríamos os aparelhos eletrônicos que o constroem.

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Centelhas Espirituais

Não há uma folha de grama abaixo que não tenha uma marca Acima, que a golpeie e diga: “cresça”.

—Midrash Rabba

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Eis como algumas histórias na Bíblia são explicadas usando a Linguagem dos Ramos.

 

A HISTÓRIA DA MAÇÃ

Vamos falar sobre a história Bíblica da criação. O desejo de receber existente na alma comum (nós) é denominado “Eva”. O desejo de dar, de outorgar, é chamado “Adão”. O egoísmo – o desejo de receber com a intenção de receber – é denominado “a serpente”, e nós o chamamos de “ego”. O ego quer assumir todos os nossos desejos e nos empurrar para o egoísmo. Isto é considerado como a serpente vindo até Eva – o desejo de receber – e dizendo: “Quer saber? Você pode usar o seu desejo de receber de uma boa maneira”. Então, Eva foi até o Adão – o desejo de dar – e disse: “Quer saber? Nós temos a oportunidade de subir até os mundos mais elevados. Além disso, é isso que o Criador quer, e é por isso que Ele nos fez recebedores”.

E ela comeu. O desejo de receber, unido à serpente (egoísmo), comeu a maçã. Como eles gostaram, pensaram: “Porque não arrastar o Adão (as forças de doação) nisso?”. E foi isso que fizeram. Como resultado, todo o corpo de Adam ha Rishon (a alma comum), todos os seus desejos, foram corrompidos pela intenção da serpente em receber, no que se tornou o pecado original.

 

ABRAÃO—ENTRE O EGITO E ISRAEL

Abrão nasceu na Mesopotâmia (hoje Iraque), imigrou para Israel, e em seguida, devido à fome, desceu ao Egito. Esta viagem tem um significado espiritual, porque estes locais são graus ou forças. Eles realmente contam a história da correção do nosso desejo.

A Mesopotâmia é o ponto de partida, quando os desejos de Abrão são egoístas, como os seus e os meus. A terra de Israel, chamada “desejo de outorgar”, é o desejo de dar. O Egito é chamado Malchut, o desejo de receber, e consiste em desejos egoístas, com o Faraó sendo o ápice do egoísmo.

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Informações

Na Cabala, Israel não é um pedaço de terra. O seu nome vem de duas palavras: Yashar (diretamente a), El (Deus, Criador). Por isso, para um Cabalista, qualquer pessoa com um forte desejo de ser como o Criador é considerado uma parte de Israel.

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Av (pai) ha Am (a nação) – os enormes desejos de receber que surgiram dele. Para combinar com tais desejos, ele tinha um desejo de dar, o que assegurou que os desejos fossem finalmente corrigidos. Cada vez que Abraão aumentava seu desejo de dar, ele ia para Israel, e cada vez que aumentava seu desejo de receber, ia para o Egito. É também por este motivo que a migração para Israel é considerada uma subida, e a migração para o Egito é considerada uma decida.

O desejo de dar, sozinho, é ineficaz. Você só pode realmente dar ao Criador recebendo Dele. Então, Abraão perguntou: “Como eu saberei que alcançarei o mesmo nível de doação do Criador?”. Abraão não podia receber porque estava numa situação de doação. O Criador colocou a sua semente no Egito e disse que ele receberia a medida plena do desejo de receber. Abraão estava feliz. Após o exílio, quando o povo se misturar aos Egípcios e absorver seus desejos, o povo será corrigido e saberá como receber com o objetivo de dar. Este é o padrão de realização para todos, e que leva ao fim da correção.

A Bíblia diz que Abraão desceu ao Egito devido à fome. A fome era espiritual porque ele queria outorgar, mas não tinha nada para dar. Para Abraão, uma situação na qual ele não podia dar era chamada de fome, ausência de desejos de receber. À medida que uma pessoa adquire progressivamente um desejo maior de receber, isso é considerado como se ela experimentasse o exílio no Egito. Quando ela sai da experiência com grande quantidade de vasos de recepção, ela pode começar a corrigi-los para que eles trabalhem com o objetivo de outorgar.

 

O CABO-DE-GUERRA ENTRE MOISÉS E O FARAÓ

A próxima história-chave da Bíblia, sob a perspectiva Cabalista, é a história de Moisés. O Faraó escravizando os judeus tem um significado mais profundo que o registro histórico.

O Faraó sonhou que haveria sete anos de riqueza, seguido por sete anos de fome. A riqueza é quando você primeiro descobre um grande desejo pela espiritualidade e sente grande felicidade. Isto porque você acha que pode atingir a espiritualidade usando o seu ego. Você está pronto para ler e aprender, e a fazer todos os tipos de coisas. A fome acontece quando você vê que não pode atingir a espiritualidade, a menos que abra mão do seu ego e ganhe o atributo de dar. Mas você não pode dar, apesar de querer. Você está na corda bamba. Este é o Egito.

Para produzir a transformação, o seu “Faraó” cresce. O seu Faraó é o seu ego. Ele começa a lhe mostrar coisas más sobre o estado atual. Se isso for muito mau, você deseja escapar ou fugir para a espiritualidade. Você deseja ir, mesmo que não haja nada interessante ou atraente nela. Quando o seu ego mostra o qunto ele é mal, você desejará mudar.

O nome Moisés vem da palavra Moshech (atração). Este é o ponto que nos tira do Egito, como o Messias, que também se origina da mesma palavra. Moisés é o sentimento dentro da pessoa que se opõe ao ego e diz: “Eu realmente acredito que devemos fugir”. A grande força que impulsiona é o Faraó. A pequena força que puxa é Moisés. Essa atração é o início da sua espiritualidade, o ponto do coração.

 

A HISTÓRIA DE ESTER (O CLÁSSICO FINAL FELIZ)

Esta história descreve a correção final do desejo de receber, denominado Hamã. Mordecai (o desejo de dar) e Hamã compartilham um cavalo. Hamã cavalga primeiro, e depois deixa Mordecai cavalgar, enquanto acompanha a cavalo. Isso demonstra como o nosso desejo de receber finalmente se rende diante do nosso desejo de dar e entrega as rédeas.

Ester — da palavra hebraica Hester (ocultamento) — é o Reino dos Céus, que está oculto. Ela está oculta, juntamente com Assuero, o Criador, que, aparentemente, não é bom nem mau. A pessoa que passa por isso não sabe quem está certo, e se o Criador é bom ou mau.

Ester também é parenta de Mordechai, o desejo de dar. Mordechai, como Moisés num estágio espiritual diferente, é o ponto de Bina em nossa alma, que nos atrai rumo à Luz.

Quando surge o desejo de dar, às vezes ele não pode ser percebido. Por vezes, ele está oculto, como a Rainha Ester. Você pode não saber se a ação é realmente doadora. No entanto, se Mordechai está cavalgando, seu desejo de receber pode corrigir a si mesmo.

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Informações

O feriado mais alegre do calendário judaico é o Purim, quando é contada a história de Hamã e Mordechai. Este feriado representa o fim da correção, e pede que se beba até não podermos separar Hamã de Mordechai, o egoísmo do altruísmo. Isso porque, no final da correção, todos os desejos são corrigidos e trabalham a fim de dar ao Criador; assim, não importa com qual desejo trabalhamos, ele sempre será com a intenção de dar.
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