EXPLICAÇÃO DO ARTIGO, PREFÁCIO À SABEDORIA DA CABALÁ

Do livro “Cabala Para o Estudante”

QUATRO FASES DA LUZ DIRETA

O aprendizado começa com um discernimento chamado “A conexão entre o  Criador e as criaturas”, visto que nós não falamos do Próprio Criador e nós não podemos atingi-Lo. Pelo contrário, “Pelas Tuas ações Te conheceremos”, ou seja,  que o atingimento é apenas nas operações que estendem  dEle.

Esta conexão também é chamada “o propósito da Criação”. Nossos sábios perceberam que Seu desejo e meta eram beneficiar Suas criações. Assim, a ordem da evolução começa deste discernimento até que atinja as almas, cuja raiz é a alma de Adam HaRishon, que se estende da internalidade dos mundos  BYA.

Alegoricamente falando, quando o Criador quis beneficiar Suas criaturas, Ele queria dá-las 100 quilogramas de prazer. Assim, Ele tinha que criar tais criações que quisessem receber isto. Nós aprendemos que o desejo de receber deleite e prazer é a própria essência da criatura e a razão pela qual a Criação é chamada “existência   a partir da ausência”. E Ele a criou para que Seu Pensamento de deleitar Suas criações fosse realizado.

E para o desejo de receber nascer, tinha de haver uma ordem de quatro discernimentos, visto que a pessoa pode desfrutar apenas de acordo com seu desejo por aquilo. É por isto que nós chamamos o Kli (vaso) pelo nome, “desejo de receber” ou “anseio”. Assim, de acordo com a medida da necessidade é a medida da ânsia de satisfazer a necessidade.

Existem duas condições para a realização de um desejo:

  1. A pessoa deve saber o que desejar. Ela não pode desejar algo que nunca tenha visto ou ouvido falar.
  2. A pessoa não terá a coisa desejada, pois se ela já tivesse obtido seu desejo, perderia o desejo.

Para realizar estas duas condições, quatro fases/discernimentos emergiram no desejo de receber, que são atualmente cinco, juntamente com sua raiz. O quinto discernimento é chamado um  Kli adequado para recepção do deleite e prazer.

Eles seguem esta ordem:

1)            Kéter: Seu desejo de beneficiar Suas criações.

2)            Chochmá: Seu desejo de beneficiar Suas criações criou uma carência – existência a partir da ausência – e junto com ela, criou a Luz. Assim, a Shefá (abundância) e o desejo de receber a Shefá vêm juntos. Isto é assim porque o desejo ainda não sabe o que quer; assim, ele nasceu junto com seu preenchimento. Mas se ele tem seu preenchimento, ele perde o desejo pelo preenchimento, como a segunda condição requer. Este discernimento é chamado Bechiná Álef (primeiro discernimento) de Aviut (do desejo).

3)            Biná: Visto que a Luz vem do Doador, a força de doação está incluída nele. Assim, no seu fim, Chochmá deseja equalizar sua forma, ou seja, não ser um receptor, mas um doador. Há uma regra na espiritualidade: “Qualquer geração de uma forma é considerada um novo discernimento”. Assim, este discernimento recebe seu próprio nome – Biná, e esta é Bechiná Bet (segundo discernimento) de Aviut. Nós também aprendemos que a Luz que se propaga enquanto o inferior deseja equalizar sua forma é Ohr Chassadim (Luz da Misericórdia), e esta é a Luz que brilha em Biná.

Pergunta: Se Biná anseia por doar, porque ela é considerada Aviut Bet (segundo nível de Aviut)? Pelo contrário, parece que ela deveria ser mais pura do que Bechiná Álef de Aviut (primeiro nível de Aviut).

Resposta: Eu explicarei isto com uma alegoria. Uma pessoa dá ao seu amigo um presente e o amigo o recebe. Depois, ele reconsidera e decide que não está em seu interesse receber, e devolve o presente. No princípio, ele estava sob a influência  e dominação do doador; assim, ele recebeu. Mas uma vez que ele recebeu, ele sentiu que ele era o recebedor, e esta sensação o fez devolver o  presente.

Lição: em Bechiná Álef, ele recebeu devido a dominação do doador, mas ele ainda não se sentia como um receptor. E quando ele viu e sentiu que ele era o receptor, ele parou de receber, e esta é Bechiná Bet. Em outras palavras, naquele estado, ele sentiu que ele era o receptor, e assim quis doar ao doador. É por isto que Bechiná Bet é chamada Biná, pois ela Hitbonená (examinou/observou) a si mesma sendo um receptor e assim quis doar. É por isto que nós aprendemos que o início  do aprendizado é de Biná abaixo.

4)            ZA: Em seu fim, Biná recebeu um tipo de direção que decorre do propósito da Criação, que ela precisa receber porque o propósito da Criação não era para as criaturas engajarem em doação. Por outro lado, ela também queria equivalência de forma, doação. Portanto, ela se comprometeu: ela receberia Chassadim (misericórdia) e iluminação do Ohr Chochmá (Luz da Sabedoria).

Isto é chamado Bechiná Guimel de Aviut, pois ela já estende Chochmá, mas ainda existem Chassadim nela. Esta é a razão para o nome Zeir Anpin (pequena face). Chochmá é chamada Panim (face), como em, “A sabedoria do homem faz sua face brilhar”, mas ele recebe este Ohr Chochmá em um Zeir, ou seja, em uma quantidade muito pequena. Mas este discernimento ainda não é considerado um Kli (vaso), pois se ele pode doar e receber apenas uma iluminação do Ohr Chochmá, este é um sinal que seu desejo de receber é incompleto, pois ele ainda tem a força para engajar em doação, também.

5)            Malchut: Em seu fim, Bechiná Guimel é solicitado de Cima a receber abundantemente devido ao Seu desejo de beneficiar Suas criações. Afinal, o propósito da Criação não era para os inferiores receber em Zeir Anpin. Assim, este despertar fez com que Malchut tivesse um desejo e anseio de receber o Ohr Chochmá como brilhava em Bechiná Álef, quando ela tinha toda o Ohr Chochmá.

Mas a diferença entre Bechiná Álef e Bechiná Dálet é que em Bechiná Álef, não podia ser dito que ela estava desfrutando o Ohr Chochmá, pois ela ainda não possuía o anseio e a carência, pois o Kli e a Shefá vêm juntos. Mas Bechiná Dálet anseia pelo Ohr Chochmá quando ela não a tem; assim, quando ela recebe, ela sente o deleite e prazer que vem com o preenchimento de seu desejo.

Apenas esta Bechiná é chamada um Kli, visto que ela deseja apenas receber. Todas as Bechinot (plural para Bechiná) antes a ela são consideradas “Luz sem um Kli”. E quando esta Bechiná Dálet recebe a Luz, ela é um estado chamado “o mundo de Ein Sóf”, e também “preenchendo toda a realidade”.

Pergunta: Se nós estamos lidando com a espiritualidade, onde não há tempo e espaço, o que “preenchendo toda a realidade”  significa?

Resposta: Vamos retornar à nossa alegoria do início desta explicação, a alegoria que Ele queria dar a Suas criaturas 100 kg de prazer e portanto tinha que criar 100 kg de carência e desejo de receber nas criaturas, correspondendo ao prazer. Quando os 100 kg de desejo recebem os 100 kg de preenchimento, isto é chamado “preenchendo toda a realidade”, ou seja, que nenhuma carência é deixada sem ser satisfeita.

E agora nós explicaremos o significado do nome Malchut de Ein Sóf: Esta Malchut, que anseia receber a Shefá para preencher sua carência, é chamada “recebendo em prol de receber”. Isto significa que ela recebe para satisfazer sua falta. Em um estágio posterior, ela coloca um fim e Tzimtzum (restrição) ao usar este Kli. Mas no estágio inicial, com que estamos lidando, ela ainda não faz este Sóf (fim) e Siúm (conclusão); assim, este estágio ainda é chamado Ein Sóf (sem fim).

Nós aprendemos que Chochmá, em seu fim, após receber a abundância, começa a despertar em si um desejo de doar, de acordo com o desejo de doar do Emanador. Também, depois que Malchut recebeu a Luz, ela evocou dentro dela um desejo de doar, pois esta Luz possuiu o poder da doação. Biná quis doar, mas falhou porque na forma de Biná, o propósito da Criação não se cumpria. Mesmo sua recepção subsequente da iluminação em ZA não era suficiente, pois o desejo do Criador de beneficiar Suas criações era por Shefá, não por ZA. Assim, como Malchut poderia atingir equivalência de forma e ao mesmo tempo chegar ao propósito da Criação?

É dito sobre isto que ela inventou algo novo: Malchut receberá tudo, mas não como em Ein Sóf, onde era tudo em prol de receber, ela faria isto em prol de doar. Assim, por um lado ela estaria realizando o propósito da Criação de beneficiar Suas criações, pois ela estaria recebendo, e por outro lado sua intenção seria doar, que é equivalência de forma.

TZIMTZUM ÁLEF

A decisão de Malchut que ela não queria receber em prol de receber é como se ela repelisse a Luz. Este estado é chamado Tzimtzum (restrição). Há uma regra na espiritualidade que qualquer aparição de uma nova forma é considerada um novo discernimento. Portanto, nós devemos discernir dois  estados:

  1. Quando Bechiná Dálet recebeu toda a Luz com um Kli chamado “anseio”. Isto é chamado “preenchimento toda a realidade”. Isto é também chamado “o mundo de Ein Sóf”.
  2. Depois ela queria equivalência de forma, este estado é considerado um mundo diferente, chamado “o mundo do Tzimtzum”, do qual a Luz partiu.

Assim, como nós discernimos que Chochmá recebeu e Biná refletiu a Luz, Malchut continuou como estava, no estado do mundo de Ein Sóf, recebendo toda a Luz. E agora nós discernimos uma nova Malchut, que reflete a  Luz.

 

Nós devemos saber que no primeiro estado, chamado Ein Sóf, era onde “Ele é Um e Seu Nome Um”, ou seja, a Luz e o Kli são um discernimento. Apenas após  o Tzimtzum houve uma distinção das quatro fases, ou as dez Sefirot, pois a Luz partiu delas.

Pergunta: Com este Tzimtzum, a Luz partiu de todas as dez Sefirot. Isto é confuso, pois o Tzimtzum foi feito na recepção em prol de receber, que é Bechiná Dálet, e não nas outras Bechinot!

Resposta: As primeira três Bechinot não eram consideradas Kelim, elas só contribuem com a ordem de desenvolvimento, no fim do qual o Kli, chamado receber em prol de receber, nasce e se torna separado do Doador. Mas as primeiras três Bechinot ainda não estão separadas do Doador.

Após Malchut nascer, ela obteve suas causas. Assim, não pode ser dito que após o Tzimtzum, a Luz permaneceu nas Nove Superiores, pois elas não são Kelim. O único Kli é Malchut, e se ela não quer receber, toda a Luz parte e ela não recebe nada.

O Ari também diz, “O Tzimtzum foi igual”, sem distinção de níveis.

Pergunta: Se é assim, por que nós dizemos que as quatro Bechinot se tornaram distintas após o Tzimtzum?

Resposta: A distinção foi feita com relação a causa e consequência, mas não há distinção de Cima e baixo.

Pergunta: O que Acima e abaixo significam na  espiritualidade?

Resposta: Importância – enquanto que causa e consequência não implicam importância. Por exemplo, o Gaon de Vilna era uma consequência de seu pai, mas quem era mais importante, a causa ou a consequência?

Nós precisamos entender porque não há distinção de Cima e baixo. Malchut recebeu a Luz que “preenchia toda a realidade”, e isto não é considerado uma carência ou inferioridade em importância. Assim, ela podia ter permanecido naquele estado, se ela não tivesse escolhido fazer o Tzimtzum.

É isto o que o Ari nos insinua, ao dizer que o Tzimtzum foi igual, que Malchut não era de importância inferior, mas que o Tzimtzum foi feito através de sua própria escolha. Mas depois, quando Malchut não recebeu devido a proibição, ela se tornou inferior em importância. Então, o que está longe de Malchut se torna de Maior importância, e o que está mais próximo de Malchut se torna de menor importância.

AS DEZ SEFIROT DE IGULIM (CÍRCULOS) E A LINHA DE EIN SÓF QUE AS PREENCHE

Após o Tzimtzum, os Kelim foram deixados vazios, e dentro deles Reshimot (recolecções/memórias) da Luz que eles tinham. Eles são chamados “as dez Sefirot de Igulim no mundo de Tzimtzum”. Eles são chamados Igulim implicando que a questão de Cima e baixo não se aplica a eles, como em um círculo corpóreo.

E visto que Malchut é o operador, pois ela é o Kli atual, Malchut de Igulim retornou e estendeu a Luz para receber em prol de doar. E aqui nós aprendemos uma nova regra: “Um desejo no Superior se torna uma lei obrigatória no inferior”. Assim, agora ela está proibida de receber.

Eu falei uma vez de uma alegoria sobre isto: A véspera de um novo mês é um tempo para recitar a pequena oração de Yom Kippur (Dia do Perdão) e para despertar o arrependimento. Algumas vezes, uma pessoa debate se ou não jejuar naquele dia. Não é obrigatório jejuar e também não há proibição no alimento. Assim, a escolha está em suas próprias mãos.

Se, no final, a pessoa decide jejuar, e depois se arrepende e quer comer, a regra é que o alimento está agora proibido, assim “ele não deve quebrar sua palavra” sobre a promessa. Assim, nós vemos que inicialmente, não havia proibição no alimento, mas após ter escolhido evitar comer, o alimento se tornou  proibido.

Lição: No princípio, Malchut não queria receber através de sua própria escolha. Mas agora que ela estende a Luz novamente, ela é proibida de receber a Luz. E se há proibição, há Acima e abaixo em importância. Assim, esta extensão é chamada “uma linha que se estende de Ein Sóf de Cima para  baixo”.

Nós também aprendemos que embora os Igulim tenham estendido a Luz, eles receberam ela apenas da linha. Nós precisamos entender porque isto é assim: Qualquer forma nova na espiritualidade é um novo discernimento. Assim, existem dois tipos de Kelim (plural para Kli):

  1. Kelim em que não há proibição na recepção.
  2. Kelim que estenderam agora, com a extensão da Luz, e cujo Malchut é chamada Malchut de Yósher (direcionada), em que há proibição na recepção, devido à regra: Um desejo no Superior se torna uma lei obrigatória no inferior.

Nós também aprendemos que os Igulim devem receber a Luz do que eles atraíram de volta. Esta Luz é chamada “uma linha”. Ela contém Acima e abaixo em importância, e não há outra Luz. Este é o significado dos Igulim não terem Luz se não da linha.

Porém, há uma grande diferença entre Malchut de Igulim e Malchut da linha. Malchut de Igulim tinha a Luz na forma de “preenchia toda a realidade”, enquanto que Malchut de Yósher nunca teve qualquer Luz, nem terá Luz em seu Kli, chamado “receber em prol de receber”.

A LINHA E O ZIVUG DE HAKA’Á

Até agora, nós discutimos três estados:

  1. O desejo de receber que foi criado no mundo de Ein Sóf, e que recebeu toda a Luz.
  2. No mundo do Tzimtzum, se tornou aparente que o desejo de receber deve ser corrigido por motivo da dureza.
  3. Na linha, se vê que é necessário corrigir o Kli devido à carência. Caso contrário, a Luz não expandirá nele.

E agora nós falaremos da linha. Nós já aprendemos que a linha estava Acima e abaixo em importância, pois Malchut da linha estava proibida de receber porque  ela está condicionada a receber em prol de receber. A regra é que em todos os níveis, o nome de Malchut não muda, que é “receber em prol de receber”. E sua Luz é Ohr Chozêr, ou seja, ela deseja doar ao Superior.

E quando a Luz se estende até Malchut, ela faz um Zivug de Haka’á, uma Massach, que significa o fim da Luz e a realização de cálculos. Por exemplo, ela assumiu que ela poderia receber apenas vinte por cento da Luz em prol de doar. Assim, ela decidiu vestir apenas aquela quantidade de Luz.

No entanto, ela sentiu que havia muito prazer nos remanescentes oitenta por cento, e se ela recebesse eles, seria em prol de receber. Assim, ela decidiu não receber esta parte da Luz. Então qual é a diferença entre um Tzimtzum e uma Massach (tela)?

  • Um Tzimtzum ocorre através da escolha, como aprendemos que Malchut teve toda a Luz e ela escolher não recebe-la.
  • Uma Massach é o domínio do Superior sobre ela. Assim, mesmo se o inferior quisesse receber, o Superior não o deixaria.

O significado do termo Zivug de Haka’á (acoplamento por choque) é como segue: Na corporeidade, algumas vezes acontece que quando duas  pessoas discordam, elas chegam a se golpear. Na espiritualidade, quando duas coisas se contradizem uma com a outra, é considerado que elas se  golpeiam.

E qual é a disputa? O Superior, que deseja beneficiar Suas criações, evoca  nos inferiores um desejo de receber toda a Luz. Mas o inferior deseja o contrário, para equalizar sua forma, e assim não quer receber nada. Este é o impacto que ocorre entre o Superior e o inferior.

No fim, eles se equalizam um com o outro e criam uma união e Zivug entre eles. Em outras palavras, o inferior recebe a Luz como o Superior quer, mas apenas  o quanto dela ele pode receber em prol de doar, como o inferior quer. Assim, existem duas coisas aqui:

  1. Equivalência de Forma,
  2. Recepção da Luz.

Porém, o Zivug é possível apenas se um impacto o precede, pois sem o impacto, e com o desejo do inferior de receber a Luz, isto seria oposição e separação do Criador. Este processo de Zivug de Haka’á é chamado Rosh (cabeça). Um Rosh significa raiz, um potencial, que precise de um processo de realização. O Rosh existe devido a existência do Sóf, a proibição na recepção. Assim, Malchut é compelida a calcular, e isto é chamado um Rosh, precedendo a recepção  atual.

De acordo com o dito, nós podemos entender as palavras do Ari no início do Talmud Êser Sefirot (O Estudo das Dez Sefirot): “Saiba que, antes das emanações serem emanadas e as criaturas criadas, etc., e não havia parte como cabeça, ou fim”, etc. Isto é assim porque em Ein Sóf, ainda não havia proibição na recepção; assim,  ele imediatamente a recebeu. Mas agora que há um fim, nós devemos distinguir entre o Rosh, que é o potencial, e o Guf (corpo), que é a  realização.

E depois de ele realmente receber, ou seja, os vinte por cento que ele recebe em prol de doar são chamados o Toch (interior) do nível, e o lugar da expansão da Luz é chamado de Pê (boca) ao Tabút (umbigo). E Malchut de Toch fica no Tabúr, dizendo, “O que eu recebo daqui em diante, ou seja, os oitenta por cento, serão em prol de receber. Assim, eu não quero receber, para que eu não seja separado”. Assim, a Luz parte, e este discernimento é chamado o Sóf do nível.

 

O BITUSH ENTRE INTERNO E CIRCUNDANTE NO PARTZUF

Tudo discutido aqui a respeito do RTS (Rosh, Toch, Sóf) concerne ao primeiro Partzuf, chamado Galgálta, que usa a Aviut de Bechiná Dálet. E nós aprendemos que Galgálta recebeu o máximo que podia receber em prol de doar. Ele não podia receber mais. Porém, nós aprendemos que no Pensamento da Criação, o Kli recebeu tudo. Isto é assim porque o Kli de recepção em prol de receber foi criado pelo Criador, enquanto que no Kli que o inferior faz, chamado “em prol de doar”, há um limite à quantidade que ele pode receber. Segue-se que não há Kli que possa receber os oitenta por cento da Luz que permaneceu for a do Partzuf.

Então, o que será deles? Para corrigir isto, um Bitush do Interno e Externo foi criado. Estas são as palavras do Ari sobre esta questão (Talmud Êser Sefirot, Parte  4, Capítulo 1, Item 4): “Quando as Luzes Internas se conectam com as Luzes Circundantes, elas se conectam dentro do Pê. Assim, quando elas emergem para fora do Pê, entrelaçadas juntas, elas se golpeiam mutuamente e impactam uma à outra, e suas batidas geram os Kelim”. Assim, é através das batidas que os Kelim são feitos.

E nós precisamos compreender:

  1. Por que Ohr Pnimi (Luz Interna) e Ohr Makif (Luz Circundante) se golpeiam mutuamente?
  2. Por que as batidas criam os Kelim.

Resposta: Nós já dissemos que na espiritualidade, uma batida ocorre quando duas coisas estão em oposição uma à outra. Mas nós também precisamos entender porque as batidas ocorrem “quando elas emergem para fora do  Pê”.

No Rosh do nível, 100 por cento da Luz se espande sem uma distinção de Interno e Circundante. Isto é porque Seu desejo de beneficiar Suas criações é complete. Mas o inferior, que é limitado, calcula e decide, por exemplo, que el epode receber apenas vinte por cento em prol de doar. Isto ocorre no Rosh, em potencial. “Quando elas emerge juntas para for a do Pê”: Surgimento, na espiritualidade, é chamado “revelação”, quando o que estava em potencial é revelado na atualidade. Naquele tempo, ela recebe uma parte e repele uma parte, para se tornar Ohr Makif.

Este Ohr Makif aparentemente vem na Massach e discute, “Sua conduta, ou seja, o fato que você erigiu a Massach, não é bom, pois como o propósito da Criação de beneficiar Suas criações será implementado? Quem receberá a  Luz?”

Por outro lado, o Ohr Pnimi concorda com a Massach, pois a própria expansão da Luz dentro é através da Massach e o Ohr Chozêr (Luz Refletida). Esta disputa é chamada Bitush do Ohr Makif e Ohr Pnimi, ou Bitush do Ohr Makif na Massach.

Na verdade, o Ohr Makif está no correto; assim, a Massach concorda com isto. E visto que ela concorda, ela não pode mais repelir e elevar Ohr Chozêr, e assim não pode mais receber em prol de doar. Assim, a Luz parte e a Massach é purificada, ou seja, para de receber. Este estado é chamado Din (julgamento) e Achoraim (posterior).

E visto que cada Bechiná (discernimento) consiste de quatro Bechinot, a Massach parte gradualmente, começando com Bechiná Dálet em Bechiná Dálet, então de Bechiná Guimel em Bechiná Dálet, etc., até que se eleve ao Pê de Rosh, a fonte da qual a Massach de Guf provém. Em outras palavras, ela para de receber completamente.

Conforme se eleva, ela usa uma Aviut menor a cada vez, e assim recebe Luzes menores para doar. Por exemplo, quando ela ascende à Bechiná Álef, ela só pode receber a Luz de Ruach. Quando ela se eleva à Bechiná Shóresh (raiz), ela só pode receber a Luz de Néfesh para doar. Finalmente, ela não pode receber nada em prol  de doar, e assim para de receber completamente.

Pergunta: O que o Ohr Makif obtém ao querem iluminar de acordo com o propósito da Criação, ao querer que a Massach receba mais? Afinal, as coisas estão se revelando em contraste à sua vontade, ou seja, a Massach perde até mesmo o que ela tinha!

Resposta: Todos os níveis que apareceram durante a partida não são resíduos do que ele tinha no início, pois há uma regra: “Não há geração de Luz que não se estenda de Ein Sóf”. Isto significa que cada discernimento que aparece é um novo discernimento. Assim, no início, ele não podia receber nada mais. Mas agora que Bechiná Dálet partiu, ela pode receber mais de Bechiná Guimel.

Este é o significado de os Kelim foram feitos através do Bitush, isto é, antes do Bitush, ele não tinha mais Kelim para recepção, pois ele revelou tudo que podia com a intenção de doar. Mas após o Bitush, quando a Massach de Bechiná Dálet foi purificada, houve um espaço para receber em Bechiná Guimel, pois ela partiu de Bechiná Dálet e ficou sem nada. E quando ela partiu de Bechiná Guimel, ela pôde receber em Bechiná Bet.

Mas isto ainda deixa a pergunta: Qual é o benefício, se ela recebe menos a cada vez?

Resposta: Não há ausência na espiritualidade. Isto significa que tudo que aparece permanece, exceto que ele não vê, e não pode atualmente desfrutar, mas apenas do presente. Mas quando o trabalho é feito, todas as Luzes aparecem de uma vez. Assim, no fim, se beneficiará.

O Baal HaSulam uma vez disse uma alegoria sobre isto: Duas pessoas que eram amigas de infância foram separadas quando adultas. Uma delas se tornou um rei, e a outra, um pobre e miserável. Após muitos anos, a pobre ouve que seu amigo se tornou um rei e decidiu ir ao país de seu amigo e pedir por ajuda. Ela pegou seus poucos pertences e foi.

Quando eles se encontraram, ela contou ao rei sobre suas dificuldades, e isto tocou o coração do rei. O rei disse ao seu amigo: “Eu lhe darei uma carta para meu tesoureiro para te permitir entrar na tesouraria por duas horas. Naquelas duas horas, o que quer que você consiga recolher é seu”. O pobre homem foi ao tesoureiro, levando sua carta, e recebeu a tão desejada permissão. Ele andou pela tesouraria com a caixa que ele costumava usar para pedir esmola, e dentro de cinco minutos, ele tinha preenchido sua caixa e alegremente saiu da tesouraria.

Mas o tesoureiro tomou sua caixa dele e tirou tudo o que juntou. Então o tesoureiro falou ao disse ao mendigo, “Pegue sua caixa e a preencha novamente”. O pobre homem andou na tesouraria novamente e encheu sua caixa. Mas quando ele pisou para for a, o tesoureiro tirou tudo o que juntou como  antes.

Este ciclo se repetiu, até que as duas horas se passaram. A última vez que o mendigo saiu, ele disse ao tesoureiro: “Te suplico, me deixe com o que eu coletei. Meu tempo passou e eu não posso mais entrar na tesouraria”. Então o tesoureiro lhe disse: “O que juntou até agora é seu, assim como tudo o que eu tirei da sua caixa pelas duas horas que se passaram. Eu estive tirando seu dinheiro todas as vezes porque eu queria te beneficiar, pois a cada vez, você vinha com sua pequena caixa cheia e não tinha espaço para mais nada”.

Lição: Cada recepção da Luz em prol de doar permanece. Mas se a Luz permanece, nós não vamos querer receber mais, pois nós não seremos capazes de receber em prol de doar em mais daquilo que nós tínhamos recebido. Assim, cada nível deve partir, e cada vez nós corrigimos um Kli do desejo de receber com a intenção de doar, até que tudo seja corrigido. Então, todas as Luzes brilharão de uma vez.

E agora vamos retornar à purificação da Massach. A primeira expansão que emergiu do Pê abaixo é chamada Ta’amim (sabores), do verso, “como o palato saboreia seu alimento”. Após o Bitush do Ohr Makif, a Massach começa a purificar, e desta forma, produziu um novo nível a cada vez. Estes níveis são chamados Nekudot (pontos).

Eu já expliquei as palavras do Ari, que os Kelim foram feitos através do Bitush, pois agora ele tem a capacidade de receber mais Luz. Mas o Baal HaSulam interpreta a construção dos Kelim (plural para Kli) diferentemente: Enquanto a Luz estava no Kli, a Luz e o Kli estavam misturadas um com o outro. Através do Bitush, a Luz partiu, e então o Kli se tornou aparente.

Interpretação: Enquanto a Luz brilha no Kli a deficiência do Kli é indistinguível, assim, ele não merece o nome Kli. Isto é porque sem o Kli, a Luz não pode brilhar. Logo, eles são de igual importância. Mas uma vez que a Luz parte, o  Kli é distinguido como um Kli, e a Luz, como Luz.

A Nekudá (ponto) do Tzimtzum é a razão pela qual os níveis emergindo durante a purificação são chamados Nekudot.

E qual é a Nekudá do Tzimtzum? O Santo Zohar diz que Malchut é chamada “um ponto preto sem qualquer branco nele”. Isto significa que durante a escuridão, Malchut é chamado “um ponto”. E quando há Tzimtzum, e é proibido receber em prol de receber, ele se torna escuro. Em outras palavras, o ponto do Tzimtzum está presente onde quer que seja impossível receber em prol de doar e haja um desejo de receber em prol de receber.

Para retornar ao nosso assunto, quando a Massach foi purificada da Bechiná Dálet, a Bechiná Dálet foi proibida de receber. Este é o significado do ponto de Tzimtzum estando sobre ela. Mas Bechiná Guimel ainda podia receber, e quando a Massach  também  foi  purificada  de  Bechiná  Guimel,  ela  se  tornou  o  ponto  de Tzimtzum.

Nós também devemos explicar a diferença entre Rosh, Toch e Sóf: Rosh é considerado “potencial”, ou seja, não há recepção lá. Duas partes se expandem de Rosh:

  • Uma parte pode receber a Luz, e é chamada dez Sefirot de Toch. A Luz é a abundância que entra nos Kelim, e é chamada Ohr Pnimi, que é Ohr Chochmá – a Luz de Seu desejo de beneficiar Suas criações.
  • A segunda parte que se propaga do Rosh é a parte do desejo de receber em prol de receber, que ele não quer usar. Ele diz que ele não quer receber lá, ou seja termina lá. Assim, esta parte é chamada dez Sefirot de Sóf.

Pergunta: Nós aprendemos que a palavra Sefirot vem da palavra “Sapir” (Safira), ou seja, que ilumina. Mas se Malchut de Guf, chamada Malchut de Tabúr, não quer receber e coloca um Sóf sobre a Luz, por que esta parte é chamada Sefirot?

Resposta: Elas são chamadas dez Sefirot porque, na verdade, a Luz não brilha para elas. Uma explicação disto pode ser encontrada na Parte 4, Capítulo 5, Item 1, onde ele explica a diferença entre Toch e Sóf: “De Pê de AK emergiram dez Sefirot internas e dez Sefirot circundantes. Elas estenderam opostas aos Panim através da oposição do Tabúr de AK. Esta é a Luz essencial, mas ela também brilha através dos lados e todo o arredor deste Adam”, ou seja, não necessariamente oposta aos Panim, mas também dos lados.

No Item 2, ele interpreta as palavras do Ari como segue: “Resumindo, nós explicaremos que do Tabúr acima é chamado Panim. Isto é porque a Luz de Chochmá, considerada a Luz essencial, se propaga lá, e do Tabúr abaixo é chamado Achor (posterior), pois é considerado receber em prol de receber. Assim, a Luz de Chochmá não se propaga lá, mas vem através dos lados”.

Mais adiante nesta página, ele continua, “…porque através da Ohr Chozêr esta Bechiná Dálet traz ao Partzuf, que é Ohr Chassadim”. Isto significa que Malchut de Tabúr não quer receber lá, pois há um desejo de receber em prol de receber. Pelo contrário, ele quer equivalência de forma, chamada Chassadim. “Assim, ela também recebe iluminação de Chochmá, embora na forma de ‘Luz Feminina’, ou  seja, apenas para receber e não doar”. “Receber e não doar” significa que ela não quer doar Luz para si mesma, ao contrário, ela diz que ela não quer receber.

E através desta Dvekút (adesão), uma iluminação da Luz de Chochmá brilha sobre ela, e esta é chamada “iluminação de Chochmá”. De acordo com isso, a diferença entre Toch e Sóf é que o Ohr Chochmá brilha no Toch e no Sóf enquanto ela não quer receber, pelo propósito da equivalência de forma, a Luz que brilha é Ohr Chassadim na iluminação de Chochmá.

E nós ainda precisamos explicar porque os nomes em Ohr Chassadim são “direita” e “esquerda” e na Ohr Chochmá eles são chamados “longo” e “curto”. Quando a Luz brilha, em Chassadim, é chamado “direita”, e em  Chochmá, “longo”.  E quando ela não brilha, em Chassadim, é chamado “esquerda, e em Chochmá, “curto”. O que estes nomes significam?

Resposta: Nós aprendemos que Ohr Chochmá brilha nos vasos de recepção em prol de doar, é claro. Assim, a medida da iluminação depende de sua medida de Aviut. Isto é chamado “Acima” e “abaixo”, e é por isto que os nomes em Ohr Chochmá são “longo” e “curto”. Mas Ohr Chassadim não é estendida através de Aviut e não depende disso. Assim, os nomes em Ohr Chassadim se relacionam a sua amplitude: “direita” e “esquerda”, implicando que elas brilham no mesmo nível, e não importa para elas se há mais Aviut ou menos Aviut.

UM PARTZUF INTERNO

Até agora nós discutimos o primeiro Partzuf de AK, chamado Galgálta ou o Partzuf Interno de AK. Agora nós explicaremos o Partzuf Interno. Há uma regra que em todos os mundos, existem Partzufim (plural para Partzuf) Internos, com quatro vestes. Nós explicaremos isto em AK: Partzuf Galgálta tem HaVaYaH completo dentro de seu nível, e um nível completo emerge de cada letra neste  HaVaYaH.

  • Seu Rosh, chamado Kéter ou “a ponta da Yud”, é inatingível.
  • De Pê até Chazê, é chamado Yud de HaVaYaH, e de lá emerge o Partzuf AB de AK, que o veste.
  • De sua priemira Hey, chamada Biná, emerge Partzuf SAG, do Chazê abaixo. Assim, Yud-Hey, que são AB e SAG, o vestem do Tabúr acima. E abaixo do Tabúr, é Vav-Hey de HaVaYaH.
  • A Vav é chamada o terço Superior de NEH”Y, chamado Partzuf MA, e dele, emerge o mundo de Nekudim, que veste ali.
  • De sua última Hey, chamada Malchut, que são os dois terços inferiores de NEH”Y de AK, emergiu Partzuf BON, chamado “o mundo de Atzilut,” que usa Aviut Shóresh.

AS RESHIMOT

Quando a Luz parte do Partzuf Galgálta, permanecem Kelim vazios, e neles estão Reshimot das Luzes que brilharam dentro dos Kelim. O significado das Reshimot é como nós vemos na corporeidade: quando uma pessoa come uma comida saborosa, ou ouve algo agradável, um sabor permanece do que ele tinha experimentado, e desperta o interesse por continuar o que sentiu. Similarmente, uma Reshimô (singular para Reshimot) é um desejo pelo que ele já teve.

Existem dois discernimentos nas Reshimot:

  1. A Luz pura da Reshimô.
  2. A Luz densa da Reshimô.

Isto significa que assim como a Ohr Yashár ilumina nos Kelim chamados “Ohr Chozêr geral”, quando a Ohr Yashár parte, ela deixa uma Reshimô que é uma parte da Ohr Yashár. Esta Reshimô reveste na parte da Ohr Chozêr que estava lá, ou seja, ela deixa uma recolecção do fato que ela trabalhou com a intenção de doar. Isto é chamado Reshimô da Ohr Chozêr.

  • O que permanece da Ohr Yashár é chamado “a Luz pura da Reshimô”;
  • E o que permanece da Ohr Chozêr é chamado “a Luz densa da Reshimô”.

Ambos são vestidos na Ohr Chozêr geral, chamada Kli, e ambos são um discernimento.

Explicação: Quando a Luz brilha nos Kelim, nós dizemos que a Luz e o Kli estão misturados um com o outro até que a Luz e o Kli se tornem indistinguíveis. Isto significa que eles estão realizando a mesma ação, e um não pode existir sem o outro. É como a refeição e o apetite: ambos realizam a mesma ação, pois é impossível comer se houver apetite mas não refeição, e também é impossível comer se há uma refeição mas não apetite. Mas depois, quando a Luz parte, nós discernimos o Kli, ou seja, a Ohr Chozêr recebe um Kli lá.

Assim é em relação às Reshimot: quando a Luz pura e a Luz densa estão juntas, ambas são chamadas Luz e elas são misturadas uma na outra. E quando a Luz pura é separada da Luz densa, a Luz densa recebe um novo nome: Nitzotzin (centelhas).

Nós devemos entender porque é que quando a Ohr Yashár geral parte, a Ohr Chozêr geral é chamada Kli, mas quando a Ohr Yashár na Reshimô parte, a Luz densa na Reshimô é chamada Nitzotz (centelha), ou seja, uma centelha de  Luz.

Resposta: Nós devemos dizer que quando a Ohr Yashár geral parte, ela não ilumina nada. Mas quando a Ohr Yashár na Reshimô parte, ela ilumina de longe.

Agora nós podemos entender o assunto da raiz dos Kelim e a raiz das Luzes: há uma regra que todos os mundos emergem na forma de um selo e a  impressão. Isto significa que conforme o discernimento emergiu da primeira vez, os mundos expandem de Cima para baixo por esta mesma ordem. A primeira vez que os Kelim emergiram foi no Partzuf Galgálta. É por isto que é considerado “a raiz dos Kelim”.

Isto significa que quando a Luz brilha nos Kelim, eles são misturados. Por esta razão, é impossível distinguir a Luz do Kli. Mas após a partida da Luz, os Kelim aparecem. Além disso, Reshimot da Luz permanecem nos Kelim: uma Reshimô da Luz de Kéter no Kli de Kéter, uma Reshimô da Luz de Chochmá no Kli de Chochmá, etc. Assim, quando nós falamos dos  Kelim, nós começamos com KACHÁB.

E quando o segundo Partzuf emergiu, chamado AB, onde a Luz de Chochmá ilumina, seguindo a regra que cada Luz que vem ilumina no Kli mais puro, chamado Kéter, agora a Luz de Chochmá ilumina no Kli de Kéter. Isto é chamado “a raiz das Luzes”, que são dispostas nesta ordem, a ordem de CHABAD. Assim nós podemos entender porque algumas vezes ele começa as dez Sefirot com KACHÁB e algumas vezes com CHABAD.

TAGIN  E OTIYOT

Agora nós explicaremos o assunto de Tagin e Otiyot. Nós aprendemos que as Reshimot que permaneceram dos Ta’amim são chamadas Tagin. Algumas vezes ele chama as Reshimot que permaneceram das Nekudot pelo nome Otiyot. O motivo para isto é que quando todo o Partzuf Galgálta se purifica, que é Bechiná Dálet de Aviut, a Massach  foi incluída com as Reshimot de todos os níveis que partiram. Este nível eleva até a Rosh do nível e pede por seus poderes que tinha perdido. E visto que a última Bechiná é perdida, devido ao Bitush de Ohr Makif que despertou a força da Massach, ela não podia superar Bechiná Dálet, mas apenas Bechiná Guimel, que é similar  às Nekudot.

E nós aprendemos que dois tipos de Reshimot permaneceram – uma Reshimô da Luz de Kéter que foi vestida nos Kelim, chamada Dálet de Hitlabshut (vestimenta). Porém, é perdido a Reshimô dos poderes e intensificações. É dito sobre isto, “a última Bechiná é perdida”, e o que permanece é apenas a Guimel de Aviut.

Segue-se que quando a Massach de Guf de Galgálta se eleva até Rosh de Galgálta, ela pede pelo poder da Massach por ambos os tipos de  Reshimot:

  1. Em Dálet, a Reshimô do nível de Ta’amim.
  2. Em Aviut do nível de Nekudot.

Assim, dois Zivúgim foram feitos no Rosh do nível:

  1. Em Dálet de Hitlabshut no nível de Kéter.
  2. Em Guimel de Aviut no nível de Chochmá.

Nós também aprendemos que Dálet de Hitlabshut ilumina apenas no Rosh do nível do inferior, o Rosh de AB. Mas Guimel de Aviut também tem Hitpashtut no Guf. E visto que o Guf é chamado Kelim e Otiyot, a Reshimô de Aviut, ou seja, a Reshimô de Nekudot, é chamada Otiyot. Isto é porque depois, Kelim se propagam desta Reshimô, enquanto que a Reshimô de Hitlabshut permanece como Tagin, iluminando apenas no Rosh do nível.

Oralmente, ele explicou isto desta forma: Guimel de Aviut de AB e Guimel de Galgálta não são idênticos, pois Guimel de AB é Guimel da Aviut geral, enquanto que Guimel de Galgálta é Guimel de Dálet de Aviut. Mas mesmo assim, Guimel de AB ainda se estende de Guimel de Galgálta. Assim, aqui ele atribui a Reshimô de Aviut em que Partzuf AB emergiu ao Reshimô de Nekudot, cuja Bechiná Mais Elevada é  Guimel.

A CONTINUAÇÃO DA EVOLUÇÃO

Vamos retornar para clarificar a continuação da evolução. Depois que a Ohr Makif cancelou a Massach de Guf de Galgálta, a Massach de Guf se elevou até Rosh. E como   a última Bechiná foi perdida, houve um Zivug em Rosh de Galgálta apenas na Reshimot Dálet Guimel, se expandindo de Pê até Chazê.

E como a Massach de Tabúr é incluída na Aviut de Rosh, enquanto está no

Rosh, existem dois discernimentos para fazer nele:

  1. Sua própria Bechiná – Massach de Tabúr;
  2. Aviut de Rosh.

Uma vez que esta Massach descendeu de Pê até Chazê, que é Bechiná Guimel,  é considerado que a Luz de AB brilha na internalidade dos Kelim de Galgálta. Isto significa que o AB interior fez um Zivug no que foi incluído na Aviut de Rosh. Do Chazê até Pê de Galgálta, um novo nível emergiu, chamado “Rosh de AB exterior” e do Chazê até Tabúr emergiu o Guf de AB.

Pergunta: Isto é confuso. Afinal, há uma regra que o próximo nível deve preencher os Kelim vazios do nível anterior. Então por que AB não se expande abaixo do Tabúr de Galgálta?

Resposta: É porque ele não tem uma Massach em Bechiná Dálet. Assim, se ele expandisse abaixo e visse o desejo de receber que está presente lá, ele não seria capaz de superá-lo. É por isto que permaneceu acima do Tabúr.

No Partzuf AB, também, havia uma Bitush de Ohr Makif, e Partzuf SAG emergiu das Reshimot do Partzuf AB. Estas ainda são as Reshimot de cima do Tabúr de AK, mas as Reshimot de baixo do Tabúr de AK ainda não foram preenchidas.

E este Partzuf SAG emergiu nas Reshimot Guimel de Hitlabshut e Bet de Aviut,   e também preencheu os Kelim vazios do Partzuf AB. Porém, ele não poderia descender abaixo do Tabúr de Galgálta e preencher os Kelim vazios lá, pois ele tem Guimel de Hitlabshut, que são Kelim para extensão de Chochmá. Segue-se que este discernimento, chamado Ta’amim de SAG, expandiu através do Tabúr de  AK.

Mas Nekudot de SAG, considerado meramente Chassadim, pois eles não tem  a Bechiná Guimel mencionada acima, podia expandir abaixo do Tabúr de Galgálta, embora haja Bechiná Dálet de Aviut lá, que é um vaso de recepção do qual é impossível colocar uma Massach. Porém, visto que Nekudot de SAG são vasos de doação, eles não tem interesse em vasos de recepção. Assim, eles expandiram abaixo do Tabúr de Galgálta e preencheram os Kelim vazios que haviam lá.

Porém, como eles viram o desejo de receber que havia lá, eles desejaram receber em prol de receber, pois eles não tinham uma Massach em Bechiná Dálet. E como nós aprendemos, houve um Tzimtzum na recepção em prol de receber, portanto a Luz imediatamente partiu deles.

Pergunta: Nós aprendemos que Nekudot de SAG são vasos de doação. Assim, como eles podem ser restritos?

Resposta: Há uma diferença entre GAR de Biná e ZAT de Biná, pois nós aprendemos que ZAT de Biná deve receber Chochmá em prol de doar a ZA, mas GAR de Biná engaja unicamente em doação.

Agora nós podemos entender porque GAR de Biná, que são GE, não se misturaram, que deixaram GE no nível, irrestrito, enquanto ZAT de Biná, chamado ACHAP, partiu do nível porque ele queria receber em prol de receber. Isto é chamado Tzimtzum Bet (segunda restrição).

Segue-se que em CHABAD, CHAGAT de Nekudot de SAG, que são GE, não há mistura de Bechiná Dálet. Logo, seu lugar ainda é considerado o lugar de Atzilut.  E abaixo do Tabúr de Nekudot de SAG, vestindo os dois terços inferiores de NEH”Y  de AK, a recepção em prol de receber governa.

E quando Partzuf SAG se elevou ao Pê de Rosh, dois Zivúgim foram feitos lá em Rosh de SAG:

  1. Um Zivug nas Reshimot de Ta’amim de SAG que não desceram abaixo do

Tabúr de AK, e do qual o Partzuf do MA Superior  emergiu.

  1. Um Zivug nas Reshimot de Nekudot de SAG que foram restritas e misturadas com Bechiná Dálet abaixo do Tabúr de AK, do qual MA emergiu – o mundo de Nekudim. Este Zivug se realizou na metade do nível de Álef de Aviut e em Bet de Hitlabshut.

Portanto, nós precisamos entender que Malchut não extende Luz em seus próprios vasos de recepção, mas apenas nos vasos de doação, devido ao Tzimtzum. Por causa disto, se ela fosse usar os vasos de recepção, seria em prol de receber.

E aqui, também, nós aprendemos que a Luz expande nos Kelim de SAG interiores, e nos Kelim de SAG exteriores. E nós devemos saber que como uma regra, ele não fala do MA Superior, pois nós estamos falando primariamente sobre a associação de Midot haRachamim (qualidade da misericórdia) em Din (julgamento), que começa no Partzuf MA, que é o mundo de  Nekudim.

E aqui nós aprendemos que existem dois Roshim (plural para Rosh) no mundo de Nekudim:

  1. De Aviut;
  2. De Hitlabshut (vestimenta).

Kéter é chamado Bet de Hitlabshut, e AVI são Álef de Aviut. E visto que Bet de Hitlabshut não pode extender Luz, pois não há carência lá, ele precisa da associação com a Aviut, que tem o poder de extender a Luz. Nós também aprendemos que o nível da Luz que brilha lá é VAK de Biná, na forma de Chafetz Chéssed (“pois Ele deleita em Misericórdia”) que libera o nível da necessidade por  Chochmá.

Esta Luz também é chamada de Tikun Kavim (correção das linhas). Assim, nós aprendemos que o Tikun Kavim ilumina apenas no Rosh, pois a Hitlabshut não tem Hitpashtut (expansão) no Guf. Mas o Guf tinha apenas uma pequena iluminação, e ele não estava satisfeito co o estado de Katnut. Assim, quando a Luz atingiu Gadlut, os vasos de doação do Guf também quebraram.

PREFÁCIO AO COMENTÁRIO SULAM

Do livro “Cabala Para o Estudante”

DEZ SEFIROT

1)            Primeiro, precisamos saber os nomes das dez Sefirot: KACHÁB, CHAGAT, NEH”YM. Estas são as siglas de Kéter, Chochmá, Biná, Chéssed, Gvurá, Tiféret, Netzach, Hod, Yessód, Malchut. Estes também são os dez revestimentos da Sua Luz, criados para que os mais baixos possam receber a Sua Luz.

Isto é como a luz do sol, que é impossível olhar para ela a menos que seja através de um vidro escurecido que diminui a sua luz e torna-a adequada para a capacidade dos olhos para a ver. Similarmente, se a Sua Luz não tivesse sido ocultada por estes dez revestimentos, chamados de “dez Sefirot”, em que cada um mais abaixo reveste a Sua Luz, os menores teriam sido incapazes de  obtê-la.

2)            Estas dez Sefirot são os dez Nomes Santos da Torá: o nome Ehyeh (pronuncia-se Ekyeh), é a Sefirá Kéter, o nome Yah (pronuncia-se Koh) é a Sefirá Chochmá; e o nome HaVaYaH com a pontuação de Elokim é Biná. O nome El (pronuncia-se Kel) é Chéssed, o nome Elohim (pronuncia-se Elokim) é Gvurá; e o nome HaVaYaH com a pontuação de Shvah, Cholam, Kamatz é Tiféret. O nome Tzvaót é Netzach e Hod, o nome Shadai (pronuncia-se Shadi) é Yessód, e o nome Adonay (pronuncia-se Adni) é Malchut  (O Zohar, Vayikra, artigos 157-163, 166-177).

3)            E apesar de contarmos dez Sefirot, não há mais de cinco Bechinot (discernimentos) nelas, chamados Kéter, Chochmá, Biná, Tiféret e Malchut. A razão pela qual contamos com dez Sefirot é porque a Sefirá Tiféret contém seis Sefirot, chamadas Chéssed, Gvurá, Tiféret, Netzach, Hod e Yessód, que faz delas dez (Introdução do Livro do Zohar, “Espelhos do Sulam” p 5).

E estas cinco Bechinot, KACHÁB TUM são discernidas em cada emanação e em cada criatura, em todos os mundos – os cinco mundos, chamados Adam Kadmon, Atzilut, Briá, Yetzirá e Assiá, que correspondem às cinco Bechinot KACHÁB TUM – bem como no  menor item  na realidade. Nós discernimos que o  Rosh  (cabeça) que está em Kéter, desde Rosh até Chazê (peito) é Chochmá; de Chazê até Tabúr (umbigo)   é Biná e abaixo do Tabúr é Tiféret e Malchut.

 

PORQUE TIFÉRET INCLUI CHAGAT  NEH”Y

4)            Quando as cinco Bechinot KACHÁB TUM surgiram, elas foram incorporadas umas nas outras de tal forma que cada uma delas continha KACHÁB TUM. No entanto, na Sefirá Tiféret, o nível das Sefirot desceu do GAR, sendo portanto, os nomes dos KACHÁB TUM incluídos nessa mudança para CHAGAT NH, e Yessód, que as contém. Portanto, quando dizemos que Tiféret contém seis Sefirot, não é por causa  de seu mérito sobre as três primeiras Sefirot , mas ao contrário, é a falta de luz do GAR que causou que as cinco Bechinot KACHÁB TUM recebessem diferentes nomes: CHAGAT NH.

Assim, Chéssed, é Kéter ,Gvurá, é Chochmá e Tiféret é Biná, Netzach é Tiféret e Hod é Malchut. A Sefirá Yessód é adicionada a elas, mas não é uma Bechiná adicional (singular para Bechinot) as cinco Bechinot. Pelo contrário, é um recipiente que contém todas as cinco Sefirot CHAGAT NH dentro dela. Além disso, elas são sempre chamadas VAK, que é um acrônimo para Vav (seis) Ktzavot (pontas/arestas), que são a seis Sefirot CHAGAT NEH”Y. E uma vez que esta descida das cinco Bechinot até CHAGAT NEH”Y ocorreu apenas em ZA, nós atribuímos as cinco mudanças das Bechinot apenas a ZA.

 

LUZ E KLI

5)            É impossível ter Luz sem um Kli em qualquer dos mundos. Inicialmente, havia apenas um kli nas dez Sefirot – Malchut. A razão pela qual nós dizemos que há cinco Bechinot KACHÁB TUM é que elas são todas partes de Malchut, chamada Bechiná Dálet. Isso significa que elas são organizadas por sua proximidade com o kli completo, que é Malchut, chamada Bechiná Dálet.

Mas depois do Tzimtzum Álef (a primeira restrição), a Massach (tela) foi construída no kli de Malchut, impedindo a Luz do Alto de entrar nele. Assim, quando a Luz do Alto atinge a Massach, a Massach a atinge e a repele. Esse golpe é chamado de “Zivug de Haka’á (acoplamento por golpe) da Luz do Alto com a Massach no kli de Malchut”, e a Luz repelida é chamada de “dez Sefirot de Ohr Chozêr (Luz Retornante)”.

Isto é assim porque a Luz repelida sobe de baixo para cima e preenche as dez Sefirot com a Luz Superior, chamado de “dez Sefirot de Ohr Yashár (Luz Direta). “E novos Kelim são feitos deste Ohr Chozêr, para vestir a Luz do Alto, em vez de Malchut, que havia sido restrita de modo a não receber Luz. O conteúdo desses novos Kelim (plural de kli) é chamado de dez Sefirot “de Ohr Chozêr”.

ROSH-TOCH-SÓF, PÊ-TABÚR-SIÚM RAGLIN

6)            E por causa dos novos Kelim (vasos) de Ohr Chozêr, cada Partzuf é composto por três partes, chamadas Rosh, Toch, Sóf (Cabeça, Interior, Fim). Foi explicado que, pela força da Massach que impede a luz de atingir Malchut, houve um Zivug de Haka’á com a Luz, que produziu as dez Sefirot de Ohr Chozêr e vestiu as dez Sefirot de Ohr Yashár  na Luz Superior.

Estas dez Sefirot de Ohr Yashár e Ohr Chozêr são chamadas de “dez Sefirot de Rosh”. No entanto, estas dez Sefirot de Ohr Chozêr, que surgiram a partir da Massach superior e vestiram as dez Sefirot de Ohr Yashár, ainda não estão nos verdadeiros Kelim. Isso ocorre porque o nome, Kli, indica a Aviut nele, ou seja, a força de Din (julgamento, restrição) na Massach, que impede a Luz de entrar em Malchut.

Existe uma regra que a força Din opera apenas a partir do local da emergência do Din para baixo, não a partir do local da emergência do Din para cima. E desde que as dez Sefirot de Ohr Chozêr surgiram a partir da Massach, a força Din não é aparente no Ohr Chozêr e é incapaz de ser um Kli. Por esta razão, estas dez Sefirot de Ohr Chozêr são chamadas de Rosh, isto é, uma raiz para os Kelim, e não os Kelim verdadeiros.

E Malchut, na qual a Massach para o Zivug de Haka’á tinha sido estabelecida,  é assim chamado Pê (boca). Isto implica que, como em uma boca corporal, onde as Otiyot (letras) são feitas através de um Zivug de Haka’á das cinco saídas da boca, o Pê espiritual contém um Zivug de Haka’á para produzir dez Sefirot de Ohr Chozêr, sendo as cinco Bechinot KACHÁB TUM, que são os Kelim para as dez Sefirot de Ohr Yashár,  e os Kelim são chamados Otiyot. Assim, as dez Sefirot de Rosh foram explicadas.

7)            Logo, as dez Sefirot de Ohr Yashár e as dez Sefirot de Ohr Chozêr tinham de expandir da Massach para baixo, nesse momento as dez Sefirot de Ohr Chozêr tornaram-se Kelim que recebem e revestem as dez Sefirot de Ohr Yashár. Isto é porque agora há uma Massach sobre as dez Sefirot de Ohr Chozêr. Por esta razão, a sua densidade controla das dez Sefirot de Ohr Chozêr, e com isso os Kelim foram feitos.

Também, estas dez Sefirot, que são Kelim verdadeiros, são chamadas Toch e Guf (corpo), isto é, eles são os próprios interiores do Partzuf. E Malchut do Toch é chamada Tabúr, como na frase, “o Tabúr (umbigo, centro) da terra”, referindo-se ao centro e ao meio. Isto indica que Malchut de Toch é a Malchut central, e é de seu Ohr Chozêr que os Kelim verdadeiros do Guf foram feitos.

Também pode ser dito que Tabúr vem das palavras, Tov Ohr (Boa Luz), indicando que até então a Luz é boa, pois ela está revestida em Kelim que são adequados a recebê-la. Então nós explicamos as dez Sefirot de Toch através do Tabúr.

8)            Então, nós descobrimos dois discernimentos em Malchut de  Rosh:

  • A Malchut Mesayémet (Finalizadora): a Massach  detendo a Luz Superior de se revestir no Kli de Malchut.
  • A Malchut Mezavéguet (de Acoplamento): Não tivesse sido pelo Zivug da Luz Superior com a Massach através de um Zivug de Haka’á, que eleva Ohr Chozêr para revestir a Luz Superior, não haveriam recipientes de recepção na Luz Superior, e não haveria Luz na realidade, dado que não há Luz sem um Kli.

Mas em Malchut de Rosh, estes dois discernimentos são apenas duas raízes. A Malchut Mesayémet (Finalizadora) é a raiz da Malchut que termina o grau, e a Malchut Mezavéguet (de Acoplamento) é a raiz do revestimento da Luz nos  Kelim.

Ambas estas ações apareceram e ocorreram no Guf do  Partzuf:

  • De Pê a Tabúr, a Malchut Mezavéguet (de Acoplamento) mostra a sua força lá, e a Luz Superior é revestida em Kelim.
  • E de Tabúr para baixo, a Malchut Mesayémet (Finalizadora) mostra a sua força e produz dez Sefirot de Siúm (conclusão). Cada Sefirá emerge com iluminação apenas de Ohr Chozêr, sem a Luz Superior. E quando ela alcança a Malchut destas dez Sefirot de Siúm, todo o Partzuf termina. Isto é porque esta Malchut é a Malchut Mesayémet (Finalizadora), que não recebe nada, e então termina a expansão do Partzuf.

E nós chamamos a esta Malchut, Malchut de Siúm Raglaim, que corta a Luz e termina o Partzuf. E estas dez Sefirot de Siúm que expandem de Tabúr para baixo até seu Siúm Raglaim são chamadas “dez Sefirot de Sóf” (fim), e elas são todas as partes da Malchut de Sóf e Siúm.

Também, quando nós dizemos que lá há apenas Ohr Chozêr nelas, isso não significa que elas não tenham qualquer Ohr Yashár. Em vez disso, significa que elas têm certa  iluminação de Ohr Yashár, mas ela é considerada VAK sem um Rosh.

 

CHAZÊ

9)            Até então nós discutimos os Partzufim (plural de Partzuf) de Adam Kadmon. Mas nos Partzufim do mundo de Atzilut, outro Siúm foi acrescentado nas dez Sefirot de Toch: Malchut de Toch, chamada Tabúr, elevou-se até Biná das Sefirot de Toch, e finalizou as dez Sefirot do grau Toch lá. Este Siúm é chamado Chazê, e a Parsá foi colocada lá.

Isto significa que o novo Siúm que foi feito pela ascensão de Malchut até Biná no lugar do Chazê é chamado Parsá (diafragma, boca do estômago), como no firmamento que separa as Águas Superiores — Kéter e Chochmá que permaneceram no grau Toch — de Biná e TM, que abandonou o grau das dez Sefirot de Toch e se tornou o grau das dez Sefirot de Sóf.

Por esta razão, as dez Sefirot de Toch foram divididas em dois  graus:

  • De Pê a Chazê é considerado dez Sefirot de Toch, Atzilut, GAR do Guf.
  • De Chazê para baixo até Tabúr, é considerado dez Sefirot de Sóf, Briá, VAK sem um Rosh, como as dez Sefirot de Sóf.

RELAÇÃO INVERSA ENTRE KELIM E LUZES

10)         Há sempre uma relação inversa entre Luzes e Kelim. Nos Kelim, a ordem é que  os Superiores são os primeiros a crescer num Partzuf. Primeiro, Kéter vem até ao Partzuf, então Chochmá, então Biná, então Tiféret, e então Malchut. Por esta razão,  nós nomeamos os Kelim KACHÁB TUM, isto é, de Cima para baixo, pois assim é a sua ordem de aparição no Partzuf.

Mas as Luzes são opostas. A ordem das Luzes é que os inferiores entrem no Partzuf primeiro. A primeira a entrar é a Luz de Néfesh, então a Luz de Ruach, então  a Luz de Neshamá, então a Luz de Chaiá, e então a Luz de  Yechidá.

Assim, no princípio vem a Luz de Néfesh, que é a Luz de Malchut, a mais pequena de todas de todas as Luzes. E a última a chegar é a Luz de Yechidá, a maior de todas as Luzes. É por isso que nós nomeamos sempre as Luzes NARANCHAY, isto é, de baixo para Cima, pois esta é a sua ordem de entrar no Partzuf.

11)         Desta forma segue-se que enquanto há apenas um Kli no Partzuf, que é necessariamente o Mais Alto Kli —Kéter —que é o primeiro a emergir, a grande Luz relacionada a Kéter, a Luz de Yechidá, não entra no Partzuf. Em vez disso, a Luz que entra e reveste no Kli de Kéter é a menor Luz, a Luz de  Néfesh.

E quando dois Kelim crescem no Partzuf, que são os Kelim maiores — Kéter e Chochmá — a Luz de Ruach entra, também. Nesse estado, a Luz de Néfesh desce do  Kli de Kéter para o Kli de Chochmá, e a Luz de Ruach reveste-se no Kli de Kéter. Similarmente, quando o terceiro Kli cresce no Partzuf – o Kli de Biná – a Luz de Neshamá entra no Partzuf. Nesse estado, a Luz de Néfesh desce do Kli de Chochmá até ao Kli de Biná, a Luz de Ruach abandona o Kli de Kéter e entra no Kli de Chochmá, a Luz de Ruach entra, também. Nesse estado, a Luz de Néfesh desce do Kli de Kéter até a Kli de Chochmá, e a Luz de Ruach se reveste no Kli de Kéter.

Similarmente, quando o terceiro Kli cresce no Partzuf – o Kli de Biná – a Luz de Neshamá entra no Partzuf. Nesse estado do Kli de Chochmá até ao Kli de Biná, a  Luz de Ruach parte do Kli de Kéter e entra no Kli de Chochmá, e a Luz de Neshamá reveste-se no Kli de Kéter.

E quando um quarto Kli cresce no Partzuf, sendo o Kli de Tiféret, a Luz de Chaiá entra no Partzuf. Nesse estado, a Luz de Néfesh desce do Kli de Biná até ao Kli de Tiféret, a Luz de Ruach até ao Kli de Biná, a Luz de Neshamá até ao Kli de Chochmá, e a Luz de Chaiá até ao Kli de Kéter. E quando um quinto Kli cresce no Partzuf, o Kli de Malchut, todas as Luzes entram nos seus respectivos Kelim. Isto é porque então a Luz de Yechidá é atraída para o Partzuf: a Luz de Néfesh desce do Kli de Tiféret até ao Kli de Malchut, a Luz de Ruach desce do Kli de Biná e entra no Kli de Tiféret, a Luz de Neshamá desce do Kli de Chochmá e entra no Kli de Biná, e a Luz de Chaiá desce do Kli de Kéter e entra dentro do Kli de Chochmá, e a Luz de Yechidá vem e reveste-se no Kli de Kéter.

12)         Você descobrirá que enquanto nem todos os cincos Kelim KACHÁB TUM tenham crescido no Partzuf, as Luzes não estão nos seus lugares designados. Além disso, elas estão numa percentagem invertida, dado que se o Kli de Malchut —  o menor Kli — está carente no Partzuf, a Luz de Yechidá — a maior Luz — estará faltando. E se os dois Kelim do fundo — Tiféret e Malchut — estiverem em falta, as duas maiores Luzes — Chaiá e Yechidá — estarão em falta. E se os três Kelim do fundo

— Biná, Tiféret, e Malchut — estiverem em falta, as três maiores Luzes — Neshamá, Chaiá, e Yechidá — estarão em falta etc.

Então, enquanto nem todos os cincos Kelim KACHÁB TUM tenham crescido num Partzuf, há uma relação inversa entre os Kelim e as Luzes. Se uma Luz   e um Kli estão em falta, então a maior Luz, a Luz de Yechidá, estarão em falta. E é o oposto nos Kelim: o mais pequeno Kli estará em falta — o Kli de Malchut.

13)         Agora você pode ver porque é que nós dizemos que através da ascensão de Malchut até Biná, o grau terminou abaixo de Chochmá. E por esta razão, apenas duas Sefirot permaneceram no grau —Kéter e Chochmá, enquanto Biná e TM do grau foram canceladas e desceram do grau. Todavia, isto relaciona-se apenas aos Kelim. Mas é o oposto nas Luzes: as Luzes Néfesh-Ruach permaneceram no grau, e as Luzes Neshamá, Chaiá, e Yechidá foram canceladas do grau.

14)         Agora você pode compreender porque O Zohar por vezes diz que com a ascensão de Malchut até Biná, as cinco Otiyot (letras) do nome Elokim foram divididas de uma maneira que as duas Otiyot MI (Mem, Yud) permaneceram no grau e as três Otiyot ELEH (Álef, Lámed, Hey) partiram e foram canceladas no grau.

Mas algumas vezes O Zohar diz o oposto, que quando Malchut subiu até Biná, as duas Otiyot EL (Álef, Lámed) permaneceram no grau, e as três Otiyot HYM (Hey, Yud, Mem) foram canceladas e desceram do grau. A coisa é que as cinco Otiyot Elokim são as cinco Sefirot KACHÁB TUM ou cinco Luzes NARANCHAY. E quando Malchut sobe até Biná, apenas os Kelim Kéter e Chochmá, que são as duas Otiyot EL, permanecem no grau, e as três Otiyot HYM descem do  grau.

Na Luz é ao contrário: as duas Otiyot do fundo MI, que implicam as duas Luzes menores, Néfesh-Ruach, permaneceram no grau, e as três Superiores Otiyot, ELEH, que implicam Yechidá, Chaiá, Neshamá, partiram e foram canceladas do grau.

Então, na Introdução do Livro do Zohar, O Zohar fala das cinco Luzes NARANCHAY, implicadas nas cinco Otiyot Elokim. É por isto que diz que MI permaneceram e ELEH abandonaram o grau. Também, no Zohar (Bereshit, 1), ele  fala de cincos Kelim KACHÁB TUM, implicados nas cinco Otiyot  Elokim.

Por esta razão, ele afirma o oposto: EL permaneceu no grau e as três Otiyot HYM abandonaram o grau. Devemos recordar-nos destas palavras e examinar cada lugar para ver se ele fala de Luzes ou de Kelim, e isto irá resolver muitas contradições aparentes.

 

A ASCENSÃO DE MALCHUT A BINÁ

15)         Nós devemos cuidadosamente compreender o assunto da suavização de Malchut com Biná, pois é a raiz de toda a sabedoria. Malchut é Midot ha Din (qualidade de julgamento), na qual o mundo não pode existir. Por esta razão, o Emanador elevou- a até à Sefirá de Biná, que é Midot ha Rachamim (qualidade de misericórdia). Nossos sábios insinuaram sobre isso: “No principio, Ele contemplou criar o mundo em Midot ha Din”, isto é, apenas em Malchut, que é Midot ha Din. “Ele viu que o mundo não existe, precedendo Midot ha Rachamim e associou-a com Midot ha Din” (Bereshit Raba, 12).

Através da ascensão de Malchut a Biná, Malchut adquire a forma de Biná, que é Midot ha Rachamim, e então Malchut lidera o mundo em Midot ha Rachamim. Este assunto da ascensão de Malchut a Biná ocorre em todo e cada grau, do topo do mundo de Atzilut até o fundo do mundo de Assiá, uma vez que lá não há qualquer grau sem dez Sefirot KACHÁB, CHAGAT, NEH”YM. E a Malchut em cada grau subiu até Biná nesse grau e foi suavizada lá.

 

A DIVISÃO DE CADA GRAU EM DUAS  METADES

16)         É sabido que Malchut finaliza cada Sefirá e cada grau. Isto significa que pela Tzimtzum (restrição) que foi feita sobre ela, de não receber a Luz Superior, Malchut para de receber a Luz no grau de se espalhar dentro dela. Logo, a Luz do grau estende- se apenas através de Malchut e para quando ela alcança a Massach em Malchut, e um Zivug de Haka’á com a Luz é executado sobre a Massach em Malchut.

Desta forma, dado que Malchut do grau subiu até Biná nesse grau, Malchut acaba com a Luz no lugar até o qual ela subiu, isto é, no meio de Biná. Logo, metade de Biná, Tiféret, e Malchut, que estão por baixo da Malchut Mesayémet (Finalizadora), saem de seu grau e tornam-se outro grau, abaixo de  Malchut.

Assim, pela ascensão de Malchut a Biná, cada grau é cortado em dois: Kéter, Chochmá, e metade de Biná acima da Malchut permanecem no grau, e metade de Biná, Tiféret (incluindo CHAGAT NEH”Y), e Malchut saem do grau e tornam-se um grau abaixo dele. Este fim que Malchut criou no meio de Biná é chamado Parsá.

17)         Cada grau deve ter cinco Luzes, chamadas Yechidá, Chaiá, Neshamá, Ruach, e Néfesh vestidas em cinco Kelim, chamados Kéter, Chochmá, Biná, Tiféret (incluindo CHAGAT NEH”Y), e Malchut. E uma vez que devido à ascensão de Malchut a Biná, apenas dois Kelim completos permaneceram no grau — Kéter e Chochmá — e três Kelim, Biná, Tiféret, e Malchut estão faltando nele, apenas duas Luzes permanecem nele — Néfesh, Ruach— vestindo os dois Kelim, Kéter e Chochmá. e as três Luzes Neshamá, Chaiá, e Yechidá estão faltando nele, uma vez que elas não têm Kelim nos quais revestir.

Acontece que o grau é carente das primeiras três Sefirot, dado que devido à ascensão de Malchut a Biná, o grau foi cortado em duas metades: metade dela permaneceu no grau — Kéter-Chochmá nos Kelim e Néfesh-Ruach nas Luzes – e metade dela abandonou o grau — Biná e TM nos Kelim, e Neshamá, Chaiá, Yechidá nas Luzes. É por isto que esta ascensão de Malchut a Biná é implicada pela Yud que entrou na Luz do grau, e o Ohr (Luz) tornou-se Avir (ar). Como resultado da ascensão de Malchut a Biná, o grau perdeu a Luz das suas primeiras três Sefirot e permaneceu no nível de Ruach-Néfesh, chamado Avir. Esta questão é também aplicada nas cinco letras do nome, Elokim, dividido em duas metades: MI-ELEH. As duas letras MI implicam as duas Luzes Ruach-Néfesh, vestidas nos dois Kelim Kéter-Chochmá que permaneceram no grau, e as três letras ELEH implicam os três Kelim Biná, Tiféret, e Malchut que abandonaram o grau.

 

A DESCIDA DE MALCHUT DE BINÁ A SEU LUGAR

18)         Contudo, ao elevar Mayin Nukvin da Torá e oração dos inferiores, a Iluminação Superior é extraída de Chochmá e Biná de AK, que trás Malchut de Biná em todos os graus, e desce-a até a seu lugar (O Zohar, VaYikahel, p 41). Os três Kelim, Biná, Tiféret, e Malchut previamente abandonaram o grau devido à entrada da Yud, que é Malchut, na Luz do grau, assim finalizando o grau por baixo de Chochmá e tornando o Ohr (Luz) em Avir (ar).

Mas agora, depois de Malchut ter descido de lá e abandonado o Avir, os Kelim voltam a seu grau. Logo, uma vez mais existem cincos Kelim KACHÁB TUM no grau. E dado que existem cinco Kelim, todas as cinco Luzes Yechidá, Chaiá, Neshamá, Ruach, Néfesh voltam e vestem-se neles, e o Avir torna-se Ohr uma vez mais, dado que o nível dos primeiros três, chamado Ohr, voltou a seu grau.

 

UM TEMPO DE  KATNUT E UM TEMPO DE GADLUT

19)         Assim, foi explicado que devido à ascensão de Malchut a Biná, dois tempos foram feitos em cada grau: um tempo de Katnut (pequenez, infância) e um tempo de Gadlut (grandeza, fase adulta). Com a ascensão de Malchut a Biná, isso finaliza o grau abaixo de Chochmá, e Biná, Tiféret, e Malchut do grau abandonam o grau e vão para o grau abaixo dele. Logo, apenas Kéter-Chochmá nos Kelim e Ruach-Néfesh nas Luzes permanecem no grau, sem o GAR (primeiros três). Este é o tempo de Katnut.

Mas depois dos inferiores elevarem Mayin Nukvin e estenderem iluminação de Chochmá-Biná de AK, que trás Malchut fora de Biná, os três Kelim Biná e TM que caíram para o grau abaixo dele voltam e sobem de lá para seu grau inicial. E uma vez que existem agora cincos Kelim KACHÁB TUM no grau, cinco Luzes voltam e vestem-se neles: Néfesh, Ruach, Neshamá, Chaiá, e Yechidá. Este é o tempo de Gadlut do grau. Assim nós explicamos que devido à queda de Biná e TM do grau até ao grau abaixo dele, o grau está em Katnut, sem GAR. E através do retorno de Biná e TM ao grau, o grau está em Gadlut, isto é, com preenchimento de  GAR.

 

COMO O INFERIOR SOBE AO SEU SUPERIOR

20)         Por esta ascensão de Malchut a Biná, a ligação e a possibilidade de elevar cada inferior ao seu Superior foram preparados. Isto é porque a regra é que quando o Superior desce ao inferior, ele torna-se como ele. E também, quando o inferior sobe ao Superior, ele torna-se como ele.

Logo, no estado do grau de Katnut, quando a Malchut Mesayémet (Finalizadora) sobe a Biná, ela leva Biná e TM para fora do grau com o grau abaixo dela, uma vez que o Superior que desce ao inferior se torna como ele. Por esta razão, no estado do grau de Gadlut, quando Malchut volta e sai de Biná e vai para seu lugar, Biná e TM que caíram de Biná voltam ao seu grau e tomam o grau inferior no qual eles estavam quando eles estavam caídos, juntamente com  eles.

Porque eles agora se tornaram um grau com o inferior, quando eles estavam caídos, e se tornaram como um com ele, eles levaram-no com eles sobre seu retorno ao grau, e elevaram o grau inferior até ao Grau Superior. De acordo com a regra que o inferior que sobe ao lugar do Superior se torna como ele, agora o grau inferior recebe todas as Luzes e Môchin que existem no Grau  Superior.

Assim foi clarificado como a ascensão de Malchut a Biná induziu a ligação entre os graus, para que cada grau possa subir ao grau acima dele. Então, até o grau mais baixo pode subir ao Mais Alto Nível através desta conexão feita pela queda de Biná e TM de cada grau ao grau abaixo dele (O Zohar, VaYikahel, p  41).

KATNUT  E GADLUT  DE YESHSUT E  ZON

21)         Assim que o assunto da ascensão de Malchut a Biná, se aplicou em todo e cada grau nos quatro mundos ABYA, foi explicado em geral, eu irei agora explicá-los em detalhe. Tomemos dois graus, chamados YESHSUT e ZON no mundo de Atzilut, como um exemplo. Através da ascensão de Malchut de YESHSUT a Biná de YESHSUT no estado de Katnut, as três Sefirot, Biná e TM de YESHSUT partiram e caíram no grau abaixo de YESHSUT, sendo ZON. E estas Biná e TM agarraram-se ao grau de ZON durante sua queda.

Então, à chegada do tempo de Gadlut, Malchut abandonou Biná de YESHSUT de volta para seu próprio lugar. Logo, Biná e TM de YESHSUT subiram de sua queda e chegaram ao grau de YESHSUT. E juntamente com elas, elas trouxeram ZON, uma vez que elas estavam anexadas a eles durante a Katnut, quando eles estavam caídos. Acontece que esse ZON, também, subiram e se tornaram o grau de YESHSUT, recebendo as mesmas Luzes e Môchin dignos do grau de  YESHSUT.

NÃO TIVESSE SIDO A ASCENÇÃO DE MALCHUT A BINÁ, ZON NÃO TERIAM SIDO DIGNOS DO MÔCHIN

22)         E aqui nós devemos saber que por si mesmos, ZON são indignos de receber Môchin, uma vez que a origem de ZON está em baixo do Tabúr de AK, onde Malchut de Midot ha Din governa, que é governada pela força de Tzimtzum e é imprópria de receber a Luz Superior. Todavia, agora que Biná e TM de YESHSUT elevou ZON ao grau de YESHSUT, ZON tornaram-se como o grau de YESHSUT e podem receber a Luz Superior como eles o fazem.

23)         Agora você pode cuidadosamente compreender porque nossos sábios (Bereshit Raba, Parasha 12): “No principio, Ele contemplou criar o mundo em Midot ha Din”, isto é, com Malchut da primeira restrição, que é Midot ha Din. E “mundo” deve ser compreendido como “este mundo”, que recebe de ZON de Atzilut. Isso é porque tudo o que é recebido em ZON de Atzilut pode ser recebido pelas pessoas neste mundo, e tudo o que não é recebido em ZON não é recebido pelas pessoas neste mundo, pois nós não podemos receber acima do  grau de ZON.

Assim, uma vez que a raiz de ZON está abaixo do Tabúr de AK, onde Malchut de Midot ha Din governa, eles não podem receber a Luz Superior e existir, dado que eles estão por baixo do Tzimtzum em Malchut. Tanto mais, este mundo não pode existir.

Este é o significado de, “Ele viu que o mundo não existe, precedendo Midot ha Rachamim e associou-a com Midot ha Din”. Isto significa que  Ele elevou Malchut de cada grau, que é Midot ha Din, à Biná do grau, que é Midot ha Rachamim. Segue-se que Malchut de YESHSUT subiu a Biná de YESHSUT, pelo qual Biná e TM de YESHSUT caíram ao grau abaixo dela, que é ZON, e agarrou-se a  eles.

Por esta razão, durante Gadlut de YESHSUT, quando Malchut desceu de Biná de YESHSUT e voltou a seu lugar, e os três Kelim Biná e TM de YESHSUT voltaram    a seu lugar, YESHSUT, como no principio, eles tomaram ZON que estavam agarrados a eles juntamente com eles, e elevaram-nos ao grau de YESHSUT. Assim, ZON tornou-se como o grau de YESHSUT, isto é, eles tornaram-se dignos de receber a Luz Superior como YESHSUT. Por esta razão, eles recebem a Luz Superior de YESHSUT e dão a este mundo, e agora o mundo pode  existir.

Mas não tivesse sido a associação de Midot ha Din com Midot ha Rachamim, isto é se Malchut de YESHSUT não tivesse subido a Biná de YESHSUT, Biná e TM de YESHSUT não teriam caído para ZON, e não haveria qualquer possibilidade para ZON subir a YESHSUT. Nesse estado, eles não seriam capazes de receber a Luz Superior para o mundo, e o mundo não seria capaz de existir. Assim nós explicamos o assunto da ascensão de Malchut a Biná.

 

TIKUN KAVIM

24)         Nos primeiros três Partzufim de AK, chamados Galgálta, AB, SAG de AK, as Sefirot estavam numa linha singular, uma por baixo da outra. Mas no mundo de Nekudim, vestindo de Tabúr de AK para baixo, houve um Tikun Kavim (correção das linhas) em seu GAR, mas não nas sete Sefirot inferiores. E no mundo de Atzilut, houve umo Tikun Kavim nas sete Sefirot inferiores, também.

 

DOIS DISCERNIMENTOS EM TIKUN KAVIM

25)         A razão para isso é que Tikun Kavim executada nas dez Sefirot se estende da ascensão de Malchut a Biná, que se tornou Nukvá (fêmea) para Chochmá. Como resultado, dois lados foram feitos nas dez Sefirot:

  • A Malchut que foi misturada em cada Sefirá tornou-se o lado esquerdo da Sefirá;
  • A Sefirá em si é considerada a linha direita na Sefirá.

Também, a linha esquerda manchou a linha direita. Nesse estado, a Luz Superior acasalou na Massach de Dinim (plural para Din) nesta Malchut, e o nível de Chassadim que emergiu no Zivug de Haka’á da Luz Superior na Massach dessa Malchut tornou-se a linha do meio, unindo e equalizando as duas linhas uma com a outra. Não fossem os Dinim em Malchut, não haveria qualquer Zivug de Haka’á, nem haveriam os muitos Chassadim. Assim, Malchut, que é esquerda, tornou-se tão importante quanto a própria Sefirá, que é a direita.

É sabido que o princípio do Tikun da ascensão de Malchut a Biná foi no mundo de Nekudim, que emergiu depois do Partzuf SAG de AK. Logo, o Tikun das três Kavim começa no mundo de Nekudim, também, pois uma está dependente da outra. Mas nos primeiros três Partzufim, Galgálta, AB, SAG que precederam o mundo de Nekudim, não houve tal assunto como a ascensão de Malchut a Biná, assim, não houveram três linhas neles, mas apenas uma linha.

26)         E tudo isto é possível apenas em GAR do mundo de Nekudim, considerado GAR de Biná, cujas Chassadim são GAR, uma vez que elas são Ohr Chassadim na sua própria essência, dado que elas nunca recebem Ohr Chochmá. Por esta razão, o nível de Chassadim que emergiu na Massach de Malchut é suficiente para unir as duas linhas, direita e esquerda, uma com a outra, e devolver GAR às Sefirot.

Todavia, isto não é assim nas sete Sefirot inferiores no mundo de Nekudim, que são consideradas ZA, cuja essência é a iluminação de Chochmá em Chassadim, dado que elas precisam de Chochmá. E uma vez que a Malchut está envolvida em todas as Sefirot, elas não podem receber Chochmá. Por esta razão, elas são carentes e defeituosas enquanto Chochmá não brilha nelas.

Logo, o nível de Chassadim que emergiu na Massach de Malchut não as ajuda  a equalizar as duas linhas, direita e esquerda, uma com a outra. Isto é porque os Dinim estão na esquerda, que são os Dinim de Malchut que subiu a Biná, mancham a linha direita e removem a Luz de GAR dela. Assim, o Tikun Kavim de GAR não ajuda para corrigir as duas linhas, direita e esquerda em VAK, dado que VAK em todas as Sefirot são da Hitkalelut (mistura, integração) de ZA lá. Enquanto ela não tiver iluminação de Chochmá, ela é carente e defeituosa.

 

TIKUN KAVIM EM ZAT E EM YESHSUT

27)         Assim, o primeiro Tikun necessário das sete Sefirot inferiores é remover os Dinim em Malchut que foi misturada nas Sefirot, isto é, de simplesmente  estender iluminação de Chochmá-Biná de AK, que baixa a Malchut de Biná e devolve-a ao seu lugar. Nessa altura, os três Kelim Biná e TM voltam à Sefirá e tornam-se a linha esquerda, e Kéter e Chochmá que sobraram, tornam-se a linha direita. E dado que o grau é completado com cincos Kelim, KACHÁB TUM, todas as cinco Luzes NARANCHAY voltam para ele, e a Luz de Chochmá volta ao grau. Então a linha do meio pode unir as duas linhas uma na outra e completar o grau com todas as suas correções.

28)         O segundo Tikun é fortalecer a Parsá, que é a força finalizadora de Malchut que subiu a Biná, para que ela nunca seja cancelada. E até quando Malchut desce de Biná, sua força finalizadora permanece no lugar de Biná. Então Biná e TM, que se unem com o grau, devem subir acima da Parsá e unirem-se lá com o grau. Todavia, quando elas estão abaixo da Parsá, elas não podem conectar-se com o grau, mesmo que Malchut já tenha descido de lá, uma vez que sua força finalizadora permanece depois de sua descida de lá, também.

29)         E quando Biná e TM sobem acima da Parsá e conectam-se ao grau, elas não se tornam na verdade um grau com os dois Kelim Kéter e Chochmá, que nunca foram manchados pois eles nunca deixaram seu grau, e os três Kelim Biná e TM que abandonaram seu grau, foram manchados durante a Katnut, e agora voltaram. E essa diferença torna-os em duas linhas, direita e esquerda, em que Kéter e Chochmá do grau se tornam a linha direita, e Biná e TM do grau tornam-se a  linha esquerda.

30)         Esta diferença e estas direita e esquerda não se referem a uma localização porque o espiritual está acima de espaço e acima do tempo. Em vez disso, uma diferença significa que elas não querem se unir uma com a outra. Também, direita refere-se ao Ohr Chassadim e esquerda refere-se ao Ohr Chochmá.

A coisa é que Kéter e Chochmá do grau, que permanecem nele durante Katnut

– com Ohr Chassadim – se contentam com este Ohr Chassadim durante a Gadlut, também, depois de Malchut ter descido de Biná. Isto é porque esta Luz não foi danificada. Elas não querem receber o Ohr Chochmá e GAR que agora voltaram ao grau, com o retorno de Biná e TM ao grau. Por esta razão, Kéter e Chochmá são consideradas a linha direita, isto é Ohr Chassadim. Também, estas Biná e TM, as quais, sobre seu regresso ao grau, introduzem Ohr Chochmá e GAR ao grau, não querem se unir com Kéter e Chochmá, dado que elas mantêm o Ohr Chassadim que elas tinham tido durante a Katnut. Biná e TM têm alta consideração pelo Ohr Chochmá que agora veio ao grau; assim, elas são consideradas a linha esquerda, uma vez que elas mantêm o Ohr Chochmá.

31)         E esta diferença entre a linha direita e a linha esquerda é também considerada a divisão da direita da esquerda. A linha direita mantém a Chassadim, e deseja cancelar o Ohr Chochmá na linha esquerda, e ordenar o Ohr Chochmá sozinho. Inversamente, a linha esquerda, que mantêm o Ohr Chochmá, deseja cancelar o Ohr Chassadim na linha direita e ordenar apenas o Ohr Chochmá. Devido a esta disputa, nenhuma delas brilha, dado que o Ohr Chassadim na linha direita é carente de Ohr Chochmá, como um Guf sem um Rosh, e o Ohr Chochmá na linha esquerda é completa escuridão porque Ohr Chochmá não pode brilhar sem  Chassadim.

32)         E não há qualquer correção nesta disputa exceto através da linha do meio, criada pelo inferior que ascende lá por MAN, na forma da linha do meio. Um Zivug da Luz Superior é feito na Massach do inferior, chamada Massach de Chirik, e o nível de Chassadim emerge nele, e esta é a linha do meio. Por um lado, esta Massach diminui GAR da linha esquerda, e por outro lado, ela aumenta o Ohr Chassadim. Por estes dois, ela compele a linha esquerda a se unir com a linha direita.

Logo, a Luz de VAK de Chochmá da linha esquerda veste o Chassadim na linha direita, e agora ela pode brilhar. Também, isto completa a linha esquerda, e o Ohr Chassadim na linha direita une-se com a Chochmá na linha esquerda, assim obtendo  a Luz de GAR, que completa a linha direita. Assim, você vê como a linha do meio completa as duas linhas, direita e esquerda. Isto explica em termos gerais o Tikun das três linhas que foi estabelecido nas sete Sefirot inferiores.

 

A EMERGÊNCIA DAS TRÊS LINHAS EM  YESHSUT

33)         Agora nós explicaremos a ordem do surgimento das três linhas em um grau particular. E daí, você será capaz de deduzir sobre todos os  graus.

Tome o grau de YESHSUT, como exemplo, que são, as sete Sefirot do fundo de Biná. GAR de Biná de AA foram estabelecidas em AVI Superior, e ZAT de Biná de AA foram estabelecidas em YESHSUT. A primeira a emergir foi a linha direita de YESHSUT — Kéter e Chochmá de YESHSUT. Ela foi estabelecida durante a ascensão de Malchut de YESHSUT a Biná de YESHSUT, que finalizou o grau de YESHSUT por baixo da Chochmá, e Biná e TM de YESHSUT caíram para baixo, para o grau de ZA.

Então, estes dois Kelim, Kéter e Chochmá, permaneceram no grau de YESHSUT e tornaram-se a linha direita. E dado que existem apenas dois Kelim lá, Kéter e Chochmá, eles têm apenas duas Luzes, Néfesh Ruach, carenciando GAR.

34)         Então a linha esquerda emergiu — os três Kelim de Biná e TM de YESHSUT — depois de eles terem voltado e terem subido de sua queda. Isso foi estabelecido pela iluminação de Chochmá e Biná de AK, que trouxeram a Malchut Mesayémet (Finalizadora) de Biná de YESHSUT, e a retornaram a seu lugar. Nessa altura, Biná e TM de YESHSUT subiram de volta a seu grau.

E dado que os cincos Kelim no Partzuf estão agora completados, o completo NARANCHAY se vestiu neles. Nessa altura eles se tornaram a linha esquerda de YESHSUT. Também, com a emergência da linha esquerda, há uma divisão entre a direita e a esquerda: a direita deseja cancelar a esquerda e governar por si mesma, e   a esquerda, também, deseja cancelar a direita e governar por si mesma. Por esta razão, nenhuma delas pode brilhar enquanto a linha do meio, que as une, não for erguida.

35)         Posteriormente emergiu a linha do meio. Ela emergiu pela Massach do grau mais baixo em YESHSUT, ZA, que subiu como MAN a YESHSUT. Ele subiu a YESHSUT juntamente com os três Kelim Biná e TUM quando eles subiram de volta aos seus graus.

O nível da Luz que emerge sobre esta Massach une direita e esquerda em YESHSUT em uma. Contudo, a direita brilha de Cima para baixo e a esquerda brilha de baixo para Cima. Nesse estado, a Chochmá está vestida com Chassadim e pode brilhar, enquanto as Chassadim são incluídas na iluminação de Chochmá e são completadas com GAR.

Assim, você descobre que antes do estabelecimento da linha do meio, a linha direita e a linha esquerda estavam em disputa. Elas queriam revogar-se uma à outra:  a linha direita, sendo sem defeito e a raiz do grau, desejou revogar o domínio da esquerda e subjugá-la, assim como é a relação da raiz com seu ramo. E dado que a linha esquerda contém o Ohr Chochmá, que é maior que o Ohr Chassadim na linha direita, seu poder é desta forma maior para revogar o Ohr Chassadim na linha direita. É por isto que nenhuma delas podia brilhar, dado que Chochmá não pode brilhar sem revestimento de Chassadim, e Chassadim sem iluminação de Chochmá são VAK sem um Rosh.

36)         A razão de Chochmá não poder brilhar sem Ohr Chassadim é que ela é YESHSUT — as sete Sefirot inferiores de Biná — CHAGAT NEH”YM de Biná. E estas CHAGAT NEH”YM de Biná não são a própria Biná, mas da Hitkalelut de ZA em Biná. Isto é porque todas as dez Sefirot estão incluídas uma na outra e cada Sefirá contém dez Sefirot.

Por exemplo a Sefirá Biná é compreendida de todas as dez Sefirot KACHÁB TUM, e sua Biná é discernida como seu eu. Kéter e Chochmá nela são de Kéter e Chochmá que foram incluídas nela, e Tiféret e Malchut, que são suas CHAGAT NEH”YM, são da Hitkalelut de ZON nela. E é sabido que a Sefirá ZA de sua fonte está nas dez Sefirot de Ohr Yashár é principalmente Ohr Chassadim, mas o Ohr Chochmá brilha na sua Chassadim. Logo, é impossível que Chochmá venha a brilhar sem Chassadim em todas as sete Sefirot inferiores, dado que elas carenciam do núcleo e portador da iluminação de Chochmá – a Chassadim – a essência de ZA das dez Sefirot de Ohr Yashár, que é a raiz de todas as sete Sefirot inferiores incluídas em todos os graus.

Logo, a regra é que Chochmá pode brilhar sem Chassadim apenas nas primeiras três Sefirot. Mas nas sete Sefirot inferiores, onde quer que elas estejam, elas são consideradas ZA, e Chochmá não pode brilhar sem Chassadim, dado que as Chassadim são sua principal essência. Por essa razão, se Chochmá é carente de Chassadim, ela é escuridão e não Luz.

37)         Mas devido ao Peso da Chochmá que a esquerda contém, a linha esquerda não se rende de qualquer forma para se unir com a Chassadim na linha direita. Além do mais, ela luta com ela e deseja revogá-la. Ela não se rende à direita, a não ser pelas duas forças que sobem da linha do meio, que agem sobre ela e a subjugam:

  1. A Massach de Bechiná Álef na linha do meio, que é ZA. Esta Massach diminui o nível de Chochmá na linha esquerda do nível de GAR de Chochmá ao nível de VAK de Chochmá. Isto é assim para que Chochmá não se expandisse e brilhasse de Cima para baixo, mas brilhasse de baixo para Cima. Esta iluminação é considerada como apenas VAK de Chochmá.
  2. O Zivug da Luz Superior sobre esta Massach de Bechiná Álef, que estende o nível de Ohr Chassadim. Então, por outro lado, o nível de Chochmá na esquerda desceu para VAK de Chochmá, pela força da Massach; e por outro lado, a Chassadim na linha esquerda aumentou de dois lados: do lado da linha direita e do lado do Zivug da Luz Superior sobre a Massach na linha do meio. Nessa altura, a linha esquerda rende-se e une-se com a Chassadim na linha direita e na linha do meio. Contudo, enquanto a Massach da linha do meio não diminuir o nível de GAR de Chochmá, não há poder no mundo que a possa unir com a linha  direita.

38)         Nós devemos saber que duas forças operam nesta Massach da linha do meio, para diminuir o nível de GAR de Chochmá na linha esquerda. Isto é porque  em si mesmas ZON são impróprias para receber Môchin, pois elas são controladas  por Malchut de Midot ha Din, que é conduzida pela força de Tzimtzum, para não receber iluminação de Chochmá. Nós chamamos a esta Malchut de Midot ha Din, Man’ula (fechadura). Mas posteriormente, Malchut foi associada com Midot ha Rachamim, Biná, e em Bechiná Malchut que está associada com Biná, eles são dignos de receber Môchin — Luz de Chochmá. E nós chamamos a esta Malchut, que está associada com Biná, Miftacha (chave).

Assim, na Massach de ZA, também, que é sua linha do meio, existem estas duas forças de Miftacha e Man’ula. No principio, quando ela precisa diminuir o GAR da linha esquerda, ela trabalha nesta Massach de Man’ula, isto é, em Malchut de Midot ha Din. Onde quer que ela apareça, a Luz Superior foge. Mas dado que ela deseja que VAK de Chochmá permaneça, ela remove subsequentemente esta Massach de Man’ula, e opera com a Massach de Miftacha, sendo Malchut que está associada com Biná. E através de sua força, uma iluminação de VAK de Chochmá permanece, independentemente.

Assim, nós explicamos cuidadosamente como ZA sobe juntamente com Biná e TM de YESHSUT, e através de seu Massach, se une e completa as duas linhas, direita e esquerda em YESHSUT, onde ele se torna uma linha do meio. E estas três linhas em YESHSUT são chamadas Chochmá, Biná, Dáat de YESHSUT. As duas linhas, direita e esquerda, são chamadas CHUB, e ZA, a linha do meio que decide entre elas, é chamada Dáat.

CHOLAM, SHURUK, CHIRIK

39)         Estas três linhas são também chamadas “os três pontos, Cholam, Shuruk, Chirik”. A linha direita é o ponto de Cholam, a linha esquerda é o ponto de Shuruk, o Melafom, que é uma Vav com um ponto dentro dela, e a linha do meio é o ponto de Chirik. A razão para isso é que os pontos implicam iluminação de Chochmá, que ressuscita e movimenta as Otiyot (letras), que são os Kelim.

Assim, a linha direita, erguida durante a ascensão de Malchut a Biná, que carece de Chochmá, está implícita pelo ponto de Cholam, que se encontra acima das Otiyot. Isto indica que o ponto, que é Chochmá, não está vestido nos Kelim, que são as Otiyot, mas está acima dos Kelim. E a linha esquerda é feita de Biná e TM, que têm Ohr Chochmá, depois delas terem voltado a seu grau. Por esta razão, isso está implícito pelo ponto de Shuruk, que é uma Vav com um ponto dentro dela. Isto indica que o ponto, que é Chochmá, está vestido dentro dos Kelim, chamados Otiyot. E a linha do meio é feita do grau abaixo dela, que subiu ao mais Alto Grau, decidindo e completando suas duas linhas.

Não tivesse sido a linha do meio, Chochmá nunca teria sido capaz de brilhar. E dado que este Tikun vem do grau abaixo dela, ele está implícito pelo ponto de Chirik, que se encontra abaixo das Otiyot – os Kelim – pois este é seu grau inferior. E devido a isso, nós sempre nos referimos a Massach da linha do meio coma Massach  de Chirik.

A LINHA DO MEIO ACIMA DAS DUAS  LINHAS

40)         Certamente, há uma linha do meio acima das duas linhas, nas primeiras Roshim (cabeças) de Atik, onde a Reisha de lo Etyada decide e une as duas linhas, direita e esquerda, que são as duas Roshim, Kéter e Chochmá Stimaa de AA, que estão abaixo dela. Mas embora elas tivessem sido erguidas como a raiz para as três linhas, em todas as três linhas, a linha do meio vem de baixo, exceto  nestas.

E você descobre que existem Bechinot (discernimentos) de Tikun  Kavim:

  1. Tikun Kavim nas três Roshim de Atik, onde a linha do meio está acima das duas linhas.
  2. Tikun Kavim no GAR, onde não há aparição de Chochmá até na linha esquerda (Item 26).
  3. Tikun Kavim nas sete Sefirot inferiores, onde há aparição de Chochmá na linha esquerda (Itens 27-39).

 

TRÊS TIPOS DE CHOCHMÁ EM ATZILUT

41)         Existem três Chochmá em Atzilut:

  1. Chochmá nas dez Sefirot de Ohr Yashár, que, nos Partzufim, é Chochmá Stimaa de AA;
  2. GAR de Biná, que, nos Partzufim, é AVI, e é chamado “Chochmá da direita”;
  3. ZAT de Biná, que, nos Partzufim, é YESHSUT, e é chamado “Chochmá da esquerda”.

As primeiras duas Chochmá estão bloqueadas e não brilham nos inferiores. Apenas a terceira Chochmá, a Chochmá da esquerda, é aparente no lugar de Malchut,  e brilha para ZON e para os inferiores.

42)         Você já sabe que AA é Chochmá de Atzilut, e AVI são GAR de Biná de Atzilut, e YESHSUT são as sete inferiores Sefirot de Biná de Atzilut. E é sabido que existem apenas duas Sefirot, Kéter e Chochmá, no Rosh de AA, chamadas Kitra e Chochmá Stimaa29. Sua Biná abandonou seu Rosh e tornou-se um Guf sem um Rosh devido à Malchut Mesayémet (Finalizadora) que subiu e finalizou o Rosh por baixo de sua Chochmá.

Por esta razão, Biná e TM estão abaixo da Malchut Mesayémet (Finalizadora) no Rosh (Item 33), e assim foi discernida como um Guf. Também, estas Biná e TM são todas chamadas devido à Bechiná Mais Elevada nelas, que é Biná. E dado que ela abandonou o Rosh para formar um Guf sem um Rosh, ela é não mais digna de receber Chochmá até que ela volte à Rosh de AA.

43)         Esta Biná está dividida em dois Bechinot, GAR e ZAT, dado que o defeito da ausência de Chochmá que foi feito nela por sua saída do Rosh de AA não afeta o GAR de Biná em qualquer forma, dado que eles estão sempre no estado de “pois ele se deleita em misericórdia”. Logo, Biná almeja apenas Ohr Chassadim, e não Ohr Chochmá. Até quando ela estava no Rosh de AA, seu GAR não recebeu Chochmá, mas apenas Chassadim.

Isto estendeu-se a ela de Biná de Ohr Yashár, cuja essência é Chassadim sem Chochmá. Por esta razão, GAR de Biná não ficam defeituosos de nenhuma maneira por sua saída do Rosh, e eles são considerados completamente perfeitos quando ainda no Rosh de AA. Logo, GAR de Biná foram separados para um grau em e de si mesmos. Também, as vestes dos Superiores AVI, de Pê de AA para baixo, que são sempre considerados GAR, são feitas deles, embora eles estejam abaixo do Rosh de AA.

Mas as sete Sefirot inferiores não são a essência de Biná, mas são da Hitkalelut de ZON em Biná. E a essência de ZA é a iluminação de Chochmá em Chassadim. Assim, elas precisam da iluminação de Chochmá de forma a dar a ZON. e dado que elas não são dignas de receber Chochmá para ZON sob sua saída de Rosh de AA, eles são considerados defeituosas.

Por esta razão, eles foram separados do completo GAR de Biná e tornaram-se um grau separado em si mesmo, do qual Partzuf YESHSUT de Atzilut que veste de Chazê de AA para baixo foi feito. Também, eles são considerados VAK sem um Rosh, até que Biná volte ao Rosh de AA, momento no qual eles  obtêm GAR.

44)         Assim, você vê que Chochmá está principalmente no Rosh de AA, chamada Chochmá Stimaa, dado que esta Chochmá inicial foi bloqueada no Rosh de AA e não brilha para os inferiores, abaixo do Rosh de AA. E AVI e YESHSUT são as originais Biná de Atzilut, chamadas “o nível de SAG e MA”, cuja essência é Chassadim e não Chochmá.

E sob a saída de Biná do Rosh de AA, apenas ZAT de Biná — YESHSUT — são defeituosos, e assim permaneceram sem GAR. Eles são completados apenas sob o retorno de Biná a Rosh de AA, momento em que Chochmá recebe para ZON.

Nessa altura, eles são considerados como Chochmá da linha esquerda. Isto significa que esta Chochmá aparece apenas através das três linhas que emergem em YESHSUT, onde a Chochmá aparece na linha esquerda destas três  linhas (Item 34).

Embora GAR e ZAT de Biná, que são AVI e YESHSUT, voltaram a Rosh de AA, YESHSUT não recebem a Chochmá diretamente de Chochmá Stimaa em Rosh de AA, dado que cada grau recebe apenas de seu Superior adjacente. Logo, AVI recebem a Chochmá de Chochmá Stimaa no Rosh de AA, e dão a  YESHSUT.

45)         AVI são considerados como Chochmá da direita. Isto é porque mesmo quando eles estão abaixo do Rosh, eles são como completos como se eles estivessem no Rosh. Eles estão sempre unidos com a Chochmá Stimaa no Rosh de AA, mas não recebem dela, dado que eles estão sempre num estado de, “pois ele se deleita em misericórdia”.

Isto cuidadosamente explica que a essência de Chochmá está no Rosh de AA, mas ela está bloqueada e não brilha abaixo de seu Rosh. Também, a iluminação de Chochmá Stimaa, incluída em AVI, é considerada Chochmá da direita, embora elas não a recebam na verdade. E sob seu retorno ao Rosh, elas são chamadas Chochmá Ilaa (Chochmá Superior).

E a razão é que elas são consideradas Chochmá, embora elas não recebam dela, e que sua unificação com a Chochmá torna a Chassadim em AVI em completos GAR. Também a Chochmá que brilha em YESHSUT é a Chochmá da esquerda, dado que ela brilha apenas na linha esquerda. Esta Chochmá da esquerda é chamada “Trinta e dois caminhos de Chochmá (sabedoria)”, e esta é a Chochmá que aparece a ZON e aos inferiores.

Mas a Chochmá da direita não brilha qualquer Chochmá, mas apenas Chassadim, dado que AVI não recebem a Chochmá, muito menos a Chochmá de Ohr Yashár no Rosh de AA, que não brilha abaixo de seu Rosh. É por isso que ela é chamada Chochmá Stimaa. Logo, a iluminação de Chochmá não aparece, mas apenas Chochmá da esquerda, ainda embora esta não seja a própria Chochmá, mas Biná que recebe Chochmá para ZON.

TRÊS OTIYOT, MEM, LÁMED, TZADIK EM TZÉLEM

46)         Os Môchin de Gadlut – depois de Malchut ter voltado para baixo do lugar de Biná ao seu próprio, e Biná e TM terem voltado a seu grau, e o grau foi completado com cincos Kelim KACHÁB TM e cinco Luzes NARANCHAY. Isto é considerado que Malchut, que é a Yud que entrou no Ohr (Luz) e a tornou em Avir (ar), e o Avir voltou a ser Ohr. Existem três graus para discernir nestes Môchin, implícitos pelas três Otiyot (letras) — Mem, Lámed, Tzadik — que é Tzélem.

Primeiro Grau: Este é o GAR de Biná que foi estabelecido nos Superiores AVI. Eles estão num estado de “pois ele se deleita em misericórdia”, e nunca recebem Chochmá. Por esta razão, é discernido neles que a Yud não abandona seu Avir. Isto é porque Avir implica o nível de Ruach, Chassadim, e em AVI estas Chassadim são consideradas como GAR na verdade, e eles não têm interesse em remover a Yud de seu Avir.

Também, elas são chamadas Mem de Tzélem, dado que esta letra implica que elas contêm quatro Môchin: Chochmá, Biná, a direita de Dáat, e a esquerda de Dáat. Cada Môach (singular de Môchin) compreende dez Sefirot, logo eles são quarenta Sefirot. Isso também implica que os Môchin estão fechados como se por um anel, que é a forma da Mem, para não receberem Chochmá.

47)         Segundo Grau: Estas são as sete Sefirot inferiores de Biná que foram erguidas em YESHSUT, que requerem Chochmá em prol de dar a ZON. Assim, durante a Gadlut, a Yud abandona seu Avir e Ohr Chochmá volta a elas de forma a dar a ZON. Todavia, elas, também, não recebem Chochmá para si mesmas, dado que elas são de Biná, e cada Biná, seja GAR ou ZAT, é de Ohr Chassadim. A única diferença está em ZAT, que recebem Chochmá de forma a dar a  ZON.

Este grau é chamado Lámed de Tzélem. Esta letra implica que existem três Môchin neles: Chochmá, Biná e Dáat. Cada Môach contém dez Sefirot, logo elas são trinta Sefirot. Isto é porque a direita em Dáat e a esquerda em Dáat são consideradas como um aqui, uma vez que elas são consideradas a linha do meio, unindo Chochmá e Biná.

48)         O Terceiro Grau é ZON, em que Chochmá aparece do Chazê para baixo, dado que o lugar onde Chochmá aparece está neles. Isto é chamado Tzadik de Tzélem, depois das nove Sefirot em ZON. Cada uma inclui dez, logo elas são noventa30. Assim explicamos as três Otiyot Mem, Lámed, Tzadik (MLTz) nos três Partzufim AVI, YESHSUT e ZON no mundo de Atzilut em geral. No entanto, isto é assim em todos os detalhes, também, já que não existem graus nos quais estes três Bechinot MLTz não são discernidos, já que cada um deles contém  MLTz.

49)         Todavia, o lugar onde Chochmá aparece não é em ZA, mas em Malchut. Quando nós dizemos que Chochmá aparece do Chazê de ZA para baixo, isso é porque do Chazê de ZA para baixo é considerado Malchut. Assim, Chochmá não aparece nas primeiras nove Sefirot, mas apenas em Malchut. É por isso que Malchut é chamada Chochmá Tataa (Chochmá inferior).

 

DOIS DISCERNIMENTOS AO ELEVAR MAN

50)         Existem dois Bechinot (discernimentos) ao elevar MAN de ZA: 1) Dado que GAR de Biná, que são os Superiores AVI, estão sempre em Achoráim para Chochmá. Isto significa que eles não querem receber Chochmá, mas Chassadim, como está escrito, “pois ele se deleita em misericórdia”. Também, YESHSUT não pode receber Chochmá de AA, mas apenas através de AVI (Item 44). Logo, YESHSUT não pode receber Chochmá através de AVI, a não menos que ZA suba a YESHSUT por MAN. Nessa altura, AVI removem seu Achoráim da Chochmá, e Chochmá passa através de AVI para YESHSUT.

Este despertar estende-se de Biná de Ohr Yashár, que estende iluminação de Chochmá em Chassadim para ZA de Ohr Yashár. E desta forma, quando quer que ZA suba por MAN, AVI despertam para estender Chochmá por  isso.

51)         O segundo discernimento ao elevar MAN por ZA é de unir as duas linhas, direita e esquerda, em YESHSUT (Item 35). Isto é porque quando a linha esquerda de YESHSUT emerge, uma divisão é feita entre a direita e a esquerda. Por esta razão, nenhuma delas brilha até que ZA as una uma com a outra através da linha do meio, e então ambas brilham.

 

TRÊS SAEM DE UM, UM EXISTE EM TRÊS

52)         Assim, foi explicado que o segundo discernimento ao elevar MAN de ZA a YESHSUT é de unir as duas linhas de YESHSUT, direita e esquerda. Elas podem apenas brilhar através da Massach de Chirik em ZA (Item 39), que completa a linha do meio nelas e determina as duas linhas de Biná. Isso é considerado que três linhas emergem em Biná através da Massach de ZA, chamadas Chochmá, Biná, e Dáat.

A regra é que o inferior é recompensado com a completa iluminação que ele causa no Superior. Logo, dado que ZA, com sua Massach, causou o surgimento das três linhas Chochmá, Biná, e Dáat em YESHSUT, ZA, também, é recompensado com as três linhas, Chochmá, Biná e Dáat. Este é o significado do que está escrito no Zohar: “Três saem de um, um existe em três” (Bereshit, 1, Item  363).

 

A RAIZ DE NUKVÁ DE ZA, OU SEJA A MALCHUT

53)         Durante a Katnut do mundo de Nekudim, ZA, que é CHAGAT NEH”Y de Nekudim, tinha seis Kelim, CHABAD CHAGAT. Isto é porque da perspectiva das Luzes, onde os pequenos crescem primeiro, eles são chamados CHAGAT NEH”Y e falta-lhes GAR. E da perspectiva dos Kelim, onde os Superiores crescem primeiro, eles são chamados CHABAD CHAGAT e falta-lhes NEH”Y de  Kelim.

Logo, faltava-lhe NEH”Y de Kelim devido à ascensão de Malchut ao lugar de Biná de ZA, nomeadamente a Sefirá Tiféret, dado que CHAGAT de ZA são KACHÁB (Item 9), isto é, no terço Superior de Tiféret, no lugar de Chazê. E os dois terços, Biná e TM, que, em ZA, são chamados os dois terços Tiféret e NEH”Y, caíram do seu grau para o grau abaixo dele, para os mundos Briá, Yetzirá e Assiá, em baixo de ZA de Atzilut.

Por esta razão, apenas CHABAD CHAGAT de Kelim através do ponto de Chazê permaneceram nele. E o ponto de Chazê é a Malchut que finaliza o grau no lugar de Biná, e baixa Biná e TM, chamados TNEH”Y, ao grau abaixo dela (Item 16). É por isso que ZON em Katnut são sempre chamados VAK e Nekudá, dado que os seis Kelim CHABAD CHAGAT nele são chamados VAK, isto é Vav Ktzavot (seis fins), e o ponto de Chazê, que é a Malchut que finaliza seu grau é chamada Nekudá (ponto). Da perspectiva das Luzes, onde os mais pequenos crescem primeiro, eles são chamados CHAGAT NEH”Y, e a Malchut Mesayémet (Finalizadora) é chamada “Nekudá por baixo de Yessód”.

54)         Por esta razão, Malchut tomou todos os Kelim em BYA para seu próprio domínio, que é o ponto de Chazê. Isto é porque este ponto tomou todos os Kelim de TNEH”Y de ZA fora de BYA. Também, ela retornou esses Kelim ao grau de Atzilut quando a Gadlut de Nekudim emergiu, antes deles quebrarem. Isto é porque durante  a Gadlut, a Malchut Mesayémet (Finalizadora) decaiu do lugar do Chazê de volta para seu próprio lugar, sob NEH”Y de Kelim de ZA. Então os Kelim de Biná e TM que caíram para BYA, que são TNEH”Y, subiram de volta para Atzilut. E dado que ZA adquiriu o completo TNEH”Y de Kelim, ele tinha Luzes de  GAR.

E dado que não há ausência na espiritualidade, é considerado que até agora Malchut permanece no lugar de Chazê de ZA como antes, e que apenas a força de Din e Siúm (final) nela desceu para o ponto deste mundo. Assim, esses Kelim TNEH”Y de ZA que estavam sob sua autoridade durante a Katnut, e agora retornaram e se uniram com ZA, unem-se com ela durante a Gadlut, também, depois deles se terem unido e completado os TNEH”Y de ZA.

Também, eles tornam-se seus nove Sefirot inferiores, dado que o ponto de Chazê, que é a raiz de Malchut que ela tinha desde o tempo de Katnut, tornou-se Kéter. E nos três Kelim NEH”Y de ZA, cada Kli foi dividido em três terços. Os três terços de Netzach de ZATornaram-se Malchut, Chochmá, Chéssed, Netzach. E os três terços de Hod de ZATornaram-se Malchut, Biná, Gvurá, Hod, e os três terços de Yessód de ZATornaram-se Malchut, Dáat, Tiféret, Yessód. Então, estes TNEH”Y de ZA que subiram de BYA durante a Gadlut, e se uniram com seu grau, causando seus GAR de Luzes, unem-se com Malchut, também, e tornam-se seus nove Sefirot inferiores em Kelim e primeiros nove em Luzes.

55)         E você descobre que a raiz de Nukvá de ZA é o ponto de Chazê, que não está ausente nela sequer durante a Katnut. E ele é chamado pelo nome Kéter de Malchut. Estes Kelim TNEH”Y de ZA que caíram para BYA durante a Katnut e voltam a Atzilut durante a Gadlut, dividem-se em dois Partzufim: ZA e Malchut. Isto é porque eles servem como TNEH”Y de Kelim para ZA e CHABAD CHAGAT NEH”Y de Kelim para Malchut.

DE CHAZÊ DE ZA PARA BAIXO, PERTENCE A NUKVÁ

56)         Isto fornece a regra que de Chazê de ZA para baixo, isto é, os Kelim TNEH”Y de ZA, são considerados Malchut, chamados “a Nukvá de ZA separada”. Isto é porque todas as nove Sefirot do fundo de Malchut são feitos destes TNEH”Y de ZA depois de eles se unirem com ele, durante a Gadlut. Também, nós cuidadosamente compreendemos o que nós dissemos, que em Katnut, ZA e Malchut estão na forma de Vav e Nekudá, isto é CHABAD CHAGAT de Kelim e Nekudá de Chazê. A ZA falta GAR de Luzes devido à ausência de NEH”Y de Kelim, e a Malchut faltam as primeiros nove Sefirot de Luzes devido à ausência das inferiores nove nos  Kelim.

Logo, foi cuidadosamente clarificado que a raiz da Nukvá de ZA em Katnut e Gadlut é da Katnut e Gadlut do mundo de Nekudim. E embora os Kelim de Nekudim tenham quebrado, eles ainda assim voltaram e foram corrigidos no mundo de Atzilut, em ambos estes tempos de Katnut e Gadlut. Assim, ambos ZA e Malchut de Atzilut são VAK e Nekudá em Katnut, como na Katnut das dez  Sefirot de Nekudim.

Nessa altura, TNEH”Y de ZA de Atzilut caem em BYA, e este ponto é a raiz  da Nukvá. Durante a Gadlut, eles voltam ao seu grau em ZA de Atzilut e completam NEH”Y de Kelim para ZA e as nove inferiores de Kelim para sua Nukvá, que é Malchut, como em Katnut e Gadlut do mundo de Nekudim. Então, estes TNEH”Y de ZA de seu Chazê para baixo são as raízes de Gadlut de Nukvá.

 

DOZE PARTZUFIM EM ATZILUT

57)         Cada grau que contém três vezes dez Sefirot – dez Sefirot de Rosh, dez Sefirot de Toch, e dez Sefirot de Sóf – é chamado um Partzuf. Ele é discernido pela sua Bechiná Mais Elevada. Se a Bechiná Mais Elevada é Kéter, todas as trinta Sefirot nele são chamadas Kéter; e se a Bechiná Mais Elevada é Chochmá, todas elas são chamadas Chochmá etc.

Também, existem cinco Partzufim cujo nível é medido pelo Zivug de Haka’á nos cinco Bechinot na Massach. Um Zivug de Haka’á sobre a Massach de Bechiná Dálet estende o nível de Kéter; Massach de Bechiná Guimel estende o nível de Chochmá; Massach de Bechiná Bet estende o nível de Biná; Massach de Bechiná Álef estende o nível de ZA; e Massach de Bechiná Shóresh estende o nível de  Malchut.

58)         Todavia, existem doze Partzufim em Atzilut: os quatro Partzufim de Kéter, chamados Atik e Nukvá, e Arich e Nukvá; os quatro Partzufim de Biná, chamados Superiores AVI e YESHSUT; e os quatro Partzufim de ZON, chamados “o grande ZON” e “o pequeno ZON”. A razão porque eles estão divididos desta maneira é que cada Partzuf em Atzilut compreende dois tipos de Kelim:

  • Kelim que emergiram no mundo de Atzilut nos Zivúgim de Haka’á (plural de Zivug de Haka’á). Esses são chamados Kelim de MA.
  • Kelim que quebraram no mundo de Nekudim, chamados Kelim de BON. Eles estão corrigidos e sobem de BYA, e conectam-se aos níveis que emergiram através de um Zivug de Haka’á no mundo de Atzilut, chamado MA. Também, os Kelim de MA são considerados “macho” e os Kelim de BON são considerados “fêmea”. Assim, cada Partzuf contém macho e fêmea.

59)         Além disso, cada Partzuf está dividido em GAR e ZAT. Acontece que há macho e fêmea no GAR do Partzuf e há macho e fêmea no ZAT do Partzuf. Por esta razão, quatro Partzufim emergiram em cada Partzuf.

Os dois Partzufim de GAR de Kéter são chamados Atik e Nukvá, onde Atik é MA e Nukvá é BON. Os dois Partzufim de ZAT de Kéter são chamados Arich Anpin e Nukvá, onde Arich Anpin é MA e Nukvá é BON. Os dois Partzufim de GAR de Biná  são chamados Superiores AVI, os dois Partzufim de ZAT de Biná são chamados YESHSUT, dos dois Partzufim de GAR de ZON são chamados “o grande ZON”, e os dois Partzufim de ZAT em ZON são chamados “o pequeno  ZON”.

60)         A razão pela qual nós não contamos quatro Partzufim em Chochmá é que AA é o nível de Chochmá de MA, mas a Chochmá nele foi bloqueada dentro de seu Kéter, por meio de “um dentro do outro”. Também, Chochmá nunca brilha em Atzilut. Em vez disso, toda a Chochmá que brilha em Atzilut é de Biná que voltou ao Rosh de AA e se tornou Chochmá. Esta Biná vestida em AVI e YESHSUT. E AVI são considerados como Chochmá da direita, e YESHSUT são considerados como  Chochmá da esquerda (Item 41). Logo, nós não contamos quatro Partzufim em Chochmá, mas em Biná, que é também considerada Chochmá, que brilha em ZA e Malchut em todos os mundos.

 

UMA GRANDE REGRA EM TEMPO E  LUGAR

61)         Saiba que todas as expressões da sabedoria da Cabalá que lidam com tempo e espaço não se referem aos imaginários tempo e espaço na corporalidade, dado que aqui tudo está acima do tempo e acima do espaço. Em vez disso, “antes” e “depois” referem-se a causa e consequência. Nós referimo-nos à causa como “antes”, e à consequência como “depois”, uma vez que toda  a causa precede sua consequência.

Também, “acima”, “abaixo”, “ascensão” e “descida” são medidas de Aviut e Zakut (pureza).31 Isto é porque “ascensão” significa Hizdakchut, e “descida” significa Hit’abbut (aumentar a Aviut). E quando nós dizemos que um grau inferior subiu, isso significa o que o inferior foi purificado e se tornou tão puro como o Grau Superior.

Assim, é considerado que ele se agarrou a ele porque Similaridade de Forma anexa os espirituais um ao outro.

Também, quando nós dizemos que o inferior reveste o Superior, isso significa que uma Similaridade de Forma com a exterioridade do Superior foi feita nele. Isto é porque nós chamamos à exterioridade do Superior  “vestir o Superior”.  E é o mesmo em todas as outras coisas percebidas no tempo ou no espaço. Estude-  as desta maneira, isto é, em significados espirituais, de acordo com o assunto.

DUAS DIFERENÇAS ENTRE OS PARTZUFIM DE GAR E OS PARTZUFIM DE VAK

62)         Cada Partzuf é emanado e nasce da Massach de Guf do Partzuf Superior por meio de causa e consequência. Isto aplica-se a todos os Partzufim, de Partzuf Kéter de AK, que emergiu após a primeira restrição, ao fim dos Partzufim de Assiá. Também, eles vestem-se uns aos outros; isto é, cada inferior veste o Guf do seu Superior.

63)         Os Partzufim estão divididos em Partzufim de GAR — Partzuf Kéter, Partzuf Chochmá e Partzuf Biná — e Partzufim de VAK — Partzuf ZAT de Biná, chamado YESHSUT, Partzuf ZA e Partzuf Malchut. Estes três Partzufim são sempre considerados Partzufim de VAK. E até quando eles recebem GAR, eles não deixam de ser VAK, uma vez que lhes falta KACHÁB da sua própria raiz. E há uma diferença entre os Partzufim de GAR e os Partzufim de VAK, tanto no seu surgimento e nascimento quanto em como eles vestem o Guf do Superior.

Os Partzufim de GAR saem de Pê de Rosh do seu adjacente Superior. Isto começa em Partzuf Kéter de AK, uma vez que Partzuf Kéter de AK emergiu em Rosh e Guf, houve o Bitush de Ohr Makif (Luz Circundante) e Ohr Pnimi (Luz Interna) nas dez Sefirot do Guf.

Isto significa que essa Luz, que a Aviut da Massach deteve de entrar no Guf do Partzuf, é chamada Ohr Makif. Ela golpeou a Aviut da Massach, cuja Ohr Pnimi está vestida em seu Ohr Chozêr (Luz Retornante), e através deste golpear do Ohr Makif na Aviut sobre a Massach, a Massach no Guf foi purificada e sua forma foi equalizada com a Massach acasaladora no Rosh do Partzuf. Isto é considerado que a Massach de Guf subiu e foi incluída na Massach no Pê de Rosh, dentro do Zivug lá, uma vez que Similaridade de Forma é considerada Dvekút  (adesão/anexação).

Assim, através de sua Hitkalelut (inclusão/mistura) no Zivug do  Rosh, todos os Bechinot (discernimentos) de Aviut na Massach foram renovados, à parte da última Bechiná. Então, um Zivug de Haka’á na medida de Aviut que permaneceu na Massach — Aviut de Bechiná Guimel — emergiu nele da Luz Superior no Rosh, e o nível do Partzuf Chochmá emergiu nele.

 

 

Nessa altura, foi reconhecido que a Massach era de outra Bechiná, uma vez que o Superior é Partzuf Kéter, e este nível que foi renovado na Massach é o nível de Chochmá, dado que a última Bechiná tinha sido perdida. E seu reconhecimento é considerado “nascimento”, isto é que ele abandonou o nível de Kéter e se tornou um Partzuf distinto que tem apenas o nível de Chochmá. Logo, a fonte do recém nascido Partzuf Chochmá é a Massach de Guf do nível de Kéter, que purificou e subiu à Pê de Rosh, e a saída, local de nascença, é Pê de Rosh de Partzuf Kéter.

E depois do Partzuf Chochmá ter nascido e emergido do Pê de Rosh de Partzuf Kéter, é considerado vestir apenas o Guf de Partzuf Kéter, isto é, o GAR de Guf, que é CHAGAT. Isto é porque a Massach de Guf é a raiz da qual ele nasceu. Também, ele veste apenas a exterioridade do Guf de Partzuf Kéter, uma vez que o nível de Bechiná Guimel é externo a Partzuf Kéter, cujo nível é do Ohr Chozêr de Bechiná Dálet. Logo, isto é considerado como vestir, indicando Dvekút na  exterioridade

64)         Como foi explicado relativamente ao nascimento de Partzuf Chochmá de AK de Pê de Rosh de Partzuf Kéter de AK, Partzuf Biná emergiu de Pê e Rosh de Partzuf Chochmá precisamente desta maneira. Depois do Partzuf Chochmá ter sido completado com Rosh e Guf, houve outro Bitush de Ohr Makif e Ohr Pnimi, que purifica a Aviut da Massach e equaliza sua forma com a Massach de Malchut do Rosh.  E uma vez que ele é incluído no Zivug do Rosh, a Bechiná Aviut nele foi renovada, exceto a última Bechiná, que foi perdida.

Então, dez Sefirot emergiram na Aviut remanescente nele, Aviut de Bechiná Bet, no nível de Biná. E dado que foi reconhecido que ele é um mais baixo que Partzuf Chochmá, ele foi discernido como separado dele e nasceu em seu próprio domínio. todavia, ele veste o Guf do Superior, o qual é sua raiz. E ele também veste o GAR de Guf, no lugar de CHAGAT.

65)         Os três Partzufim de VAK — YESHSUT, ZA, e Malchut — emergiram nesta mesma maneira, exceto que existem duas diferenças neles:

  1. Seu inferior não emerge do Pê de Rosh de seu adjacente Superior, mas do Pê de Rosh do que está Acima do seu Superior. Por exemplo, ZA não emerge do Pê de Rosh de YESHSUT, mas apenas depois de YESHSUT se ter tornado um Partzuf com AVI, que são um Acima do Seu Superior. Similarmente, Nukvá não emerge do Pê de Rosh de ZA, mas apenas após ZATer subido até AVI. Similarmente, Partzuf Atik de Atzilut não emergiram do primeiro Rosh de Nekudim, mas do Rosh de SAG de AK. A razão é que estes Roshim (plural para Rosh), considerados VAK de sua própria raiz, são desajustados para Zivug com a Luz Superior de uma maneira que eles possam emanar um Partzuf inferior.
  2. Isto diz respeito à veste: Os Partzufim de VAK não vestem o GAR de Guf de seu Superior, CHAGAT, mas o VAK de Guf do Superior, que é NEH”Y de Chazê para baixo. Uma vez que eles são VAK na sua raiz, eles não se podem agarrar ao GAR de Guf do Superior. Logo, as duas diferenças entre os Partzufim de GAR e os Partzufim de VAK foram cuidadosamente clarificadas:
  • Uma diz respeito ao surgimento, onde apenas Partzufim de GAR emergem do Pê de seu adjacente Superior. Isto não é assim nos Partzufim de VAK, que emergem de um Acima de seu Superior.
  • E a outra diz respeito à veste, que apenas Partzufim de GAR podem se agarrar aos CHAGAT do Superior, que são GAR de Guf, mas não os Partzufim de VAK, que se agarram apenas de Chazê para baixo, no VAK de Guf.

 

TRÊS CONDIÇÕES PARA O SURGIMENTO DE UM PARTZUF INFERIOR

66)         Existem três condições para um Zivug gerar um Partzuf  inferior:

A primeira condição é a Massach que acasala com a Luz Superior num Zivug de Haka’á e eleva Ohr Chozêr, que veste a Luz Superior. O nível do inferior é de acordo com a medida da veste de Ohr Chozêr. Similarmente, depois da Massach suscitar todos os Partzufim e graus no mundo de Nekudim, eles não persistiram mas quebraram e cancelaram, e a Massach foi purificada de todas as cinco Bechinot Aviut nela, retornou ao Rosh de SAG, e todos os graus que surgiram em Nekudim deixaram suas Reshimot na Massach.

Assim, quando a Massach foi incluída no Zivug em Rosh de SAG, suas prévias Reshimot foram renovadas nele. Inicialmente, a Massach suscitou a Bechiná Mais Elevada nela, a Reshimô de Partzuf Kéter, chamado Atik de Atzilut, em Aviut de Bechiná Dálet. O resto das Reshimot, que permaneceram na Massach, surgiram juntamente com o nascimento de Atik para o lugar de Atik.

E assim que Atik tinha sido completado, houve um Zivug de Haka’á nele, na Bechiná Mais Elevada no remanescente da Massach dentro dele, que é Bechiná Guimel, e suscitou o nível de AA nele. E o resto das Reshimot na Massach, sobre as quais Zivug de Haka’á ainda não tinha sido feito, desceram junto com o nascimento de AA para o lugar de AA.

E quando AA foi completado, um Zivug foi feito nele sobre a Bechiná Mais Elevada no remanescente da Massach, que é Bechiná Bet, e suscitou o nível de AVI, etc., similarmente. Logo, todos os Partzufim emergem através de um Zivug de Haka’á da Luz Superior com a Massach.

67)         A segunda condição é que Kéter e Chochmá de cada inferior estão anexados a Biná e TM de seu Superior. Logo, quando o Superior é completado e ergue sua Biná e TM, Kéter e Chochmá do inferior sobem junto com eles para o lugar do Superior e são incluídos no Zivug do Superior. Logo, cada inferior recebe seu nível do Zivug do Rosh do Superior.

68)         A terceira condição é que ZA sobe a YESHSUT e completa e une as Luzes da direita e esquerda de YESHSUT. Não tivesse sido a ascensão de ZA por MAN, a direita e esquerda de YESHSUT não teriam sido capazes de brilhar. Segue-se que a ascensão de ZA a YESHSUT causou a suscitação das três linhas, direita, esquerda, e média, que são CHABAD de YESHSUT.

Há uma regra: o inferior é recompensado com a completa medida de Luz que ele causa sua iluminação no Superior. Assim, ZA recebe os mesmos Môchin de CHABAD de YESHSUT. Este é o significado de “Três emergem de um; um existe em três”. Logo, nós explicamos as três condições para o Zivug suscitar o  inferior.

69)         Em essência, o Zivug para suscitar o inferior surge do Zivug de Haka’á da Luz Superior na Massach, já que isto mede o nível do inferior. Todavia, isso requer um despertar de MAN do inferior, e este despertar é feito por Kéter e Chochmá do inferior, que estão anexadas a Biná e TM do Superior. Desta forma, ambos são requisitados para suscitar um Partzuf inferior.

Todavia, em ZA há uma questão adicional: sua Massach não estende Kelim de GAR, dado que ela é um Massach da Bechiná Álef. Logo, o Superior não pode dar-lhe Môchin de um Zivug da Massach na Luz Superior. Assim, a terceira condição é requisitada – de receber os Môchin ao induzir Môchin no seu Superior, como em “três emergem de um; um existe em três”.

 

TRÊS FASES NA SUSCITAÇÃO DAS DEZ  SEFIROT

70)         A primeira fase é nos primeiros Partzufim de AK, onde todas dez Sefirot emergiram de uma vez. No Zivug de Haka’á na Massach de Bechiná Dálet, das dez Sefirot do nível de Kéter emergiu. E no Zivug de Haka’á na Massach de Bechiná Guimel, dez Sefirot no nível de Chochmá emergiram. E no Zivug de Haka’á na Massach de Bechiná Bet, dez Sefirot no nível de Biná emergiram.

71)         A segunda fase é o mundo de Nekudim, que emergiu numa Massach de Bechiná Álef, conectado com a Malchut, e na qual dez Sefirot emergiram em dois tempos. Primeiro, Malchut subiu a Biná de SAG de AK. Então, quando a Massach de SAG se purificou na Bechiná Álef, chamada Nikvei Eynaim, Malchut subiu e uniu-se com Bechiná Álef, finalizando o grau em baixo de Chochmá, chamado Eynaim. Segue- se que apenas dois Kelim permaneceram no grau, Kéter e Chochmá, com duas Luzes, Ruach e Néfesh. E os três Kelim Biná e TM caíram do grau. Isto é chamado Katnut (pequenez) de Nekudim.

Na altura de Gadlut (grandeza, fase adulta), os três Kelim Biná e TM voltaram ao grau e os cincos Kelim KACHÁB TUM no grau foram completados com as cinco Luzes NARANCHAY. Logo, foi clarificado que no mundo de Nekudim, as dez Sefirot não emergiram de uma vez, como nos primeiros três Partzufim de AK, mas em vez disso emergiram em dois tempos — um tempo de Katnut e um tempo de Gadlut.

Durante a Katnut, apenas duas Sefirot emergiram, e durante a Gadlut, as três Sefirot remanescentes emergiram.

72)         A terceira fase é o mundo de Atzilut, no qual as dez Sefirot emergiram em três tempos, chamados Ibúr (concepção), Yeniká (amamentação), e Môchin. Isso é assim porque aqui a Hizdakchut da Massach no último grau foi adicionada ao mundo de Atzilut. Isto é porque a Massach foi purificada a partir da Bechiná Álef, chamada Nikvei Eynaim, em uma Massach com Aviut de Bechiná Shóresh, cuja Ohr Chozêr veste apenas o nível da Luz de Malchut no Kli de Kéter, chamado Metzach. Assim, esta Luz é chamada “MA que emerge da Metzach (testa)”. Isto é porque KACHÁB TUM de Rosh são chamados Galgálta, Eynaim, ACHAP, e Metzach é Galgálta.

Assim, as duas descidas de Malchut são requisitadas aqui:

  1. Um declínio da Metzach até Nikvei Eynaim, chamado Yeniká.
  2. Um declínio de Nikvei Eynaim até seu lugar no Pê. Isto é chamado Môchin.

Logo, o primeiro nível que emerge na Massach de Aviut Shóresh é chamado Ibúr. O segundo nível, emergindo na Massach depois da descida de Malchut até Bechiná Álef, é chamado Yeniká. E o terceiro nível, emergindo na Massach depois do declínio de Malchut até seu lugar, é chamado Môchin. Então, foi clarificado que no mundo de Atzilut, as dez Sefirot emergem em três tempos, chamados Ibúr, Yeniká, e Môchin.

 

IBÚR, YENIKÁ, MÔCHIN DE ACHOR E IBÚR, YENIKÁ, MÔCHIN DE PANIM

73)         Foi já explicado que o nível que emerge numa Massach com mera Aviut Shóresh  é chamado “o nível de Ibúr”. Este é o nível da Luz de Néfesh no Kli de Kéter. Em respeito às suas três linhas, ele é chamado “o nível de NEH”Y”. Todavia, há o nível de Ruach nele, também, chamado “o nível de CHAGAT”, exceto que ele é sem Kelim. Por esta razão, CHAGAT devem vestir-se em Kelim de NEH”Y, que é porque o nível de Ibúr é chamado “três dentro de três”, isto é CHAGAT dentro  de NEH”Y.

74)         O significado disso é que embora a Hizdakchut da Massach cause a perda da última Bechiná, para a qual os dez níveis estão um abaixo do outro, a última Bechiná não está inteiramente perdida, mas uma Reshimô de Hitlabshut dela permanece na Massach. Por exemplo, quando a Massach de Partzuf Kéter de AK foi purificada e subiu ao Pê de Rosh, ela foi incluída no Zivug lá, e suas Reshimot foram renovadas. Em respeito a Aviut na Massach, na qual o Zivug de Haka’á foi feito, apenas a Reshimô de Aviut de Bechiná Guimel permaneceu na Massach, dado que a última Bechiná, Bechiná Dálet, tinha sido perdida. Mas o Hitlabshut de Bechiná Dálet ainda permaneceu na Massach.

 

Segue-se que existem dois Bechinot Superiores na Massach que são dignos para Zivug:

  1. A Aviut de Bechiná Guimel, que detém a Luz Superior e recebe o Zivug de Haka’á, no qual o nível de Chochmá emerge.
  2. O Hitlabshut de Bechiná Dálet. Embora ele seja desajustado para Zivug de Haka’á, dado que ele não tem Aviut que detenha a expansão da Luz, quando ele é incluído e associado com Aviut de Bechiná Guimel, um Zivug de Haka’á é feito sobre ele, também, produzindo praticamente o nível de Kéter.

Estes dois níveis são chamados “macho” e “fêmea”. O nível que emergiu em Bechiná Dálet de Hitlabshut, associado com Bechiná Guimel de Aviut é chamado “macho”, e o nível que emergiu em apenas Bechiná Guimel de Aviut é chamado “fêmea”.

Similarmente, quando a Massach de Guf de Partzuf Chochmá de AK purificou- se e subiu a seu Pê de Rosh, duas Reshimot permaneceram nela – macho e fêmea. Isto  é porque a Reshimô de Bechiná Guimel de Hitlabshut, associada com a Bechiná Bet de Aviut, produz praticamente o nível de Chochmá. Isto é considerado o macho. E a Reshimô de Bechiná Bet de Aviut, a qual é a principal que recebe o Zivug de Haka’á, produz o nível de Biná. Isto é considerado uma fêmea.

Da mesma forma, há masculino e feminino no Hizdakchut da Massach de Guf de Partzuf Nekudim. O macho, ou seja, a Reshimô de Bechiná Álef de Hitlabshut que permaneceu na Massach, está associada à Bechiná Aviut de Shóresh quase ao nível da Bechiná Álef, significando o nível de ZA, que é o nível de Ruach, CHAGAT, e a fêmea

,que é a Aviut de Bechiná Shóresh, que recebe o Zivug de Haka’á, é ao nível da Luz de Néfesh, Malchut, que, na perspectiva das três linhas, é chamada  NEH”Y.

75)         Portanto, podemos discernir dois níveis, ao nível de Ibúr: o nível de CHAGAT e o nível de NEH”Y. O nível de CHAGAT, que é do sexo masculino, surge nas Reshimot de Bechiná Álef de Hitlabshut, que se juntaram com a Aviut de Shóresh. E o nível de NEH”Y, que é do sexo feminino, surge apenas no da Reshimô Aviut Shóresh.

E desde que a Reshimô de Hitlabshut é imprópria para receber um Zivug de Haka’á, exceto através da associação com Aviut Shóresh, o nível de CHAGAT não está em si próprio, mas deve vestir-se no interior do NEH”Y. Por esta razão, o nível de Ibúr, que é CHAGAT e NEH”Y juntos, é considerado “três em três”, isto é, dentro NEH”Y CHAGAT.

76)         E depois dos dois níveis CHAGAT dentro de NEH”Y emergirem no Hitkalelut do Zivug de Rosh do Superior, e isso foi reconhecido que eles são novos níveis, diferentes do Superior, este reconhecimento é considerado “nascimento”. Isto significa que foi reconhecido que um novo Partzuf nasceu aqui, diferente do Superior, e eles declinam e veste o Guf do Superior. Se eles são Partzufim de GAR, eles vestem o GAR de Guf, que são CHAGAT, e eles são Partzufim de VAK, eles vestem o VAK de Guf, que são TNEH”YM do Chazê para baixo.

Também, eles sugam a Luz do Partzuf Superior, uma sucção que contribui para a descida de Malchut da Metzach até à Nikvei Eynaim. Nessa altura, ela recebe Aviut de Bechiná Álef uma vez mais, que está conectado a Malchut, e isso foi nos Partzufim de Nekudim. Então o nível de CHAGAT adquire Bechinot Kelim, também, e eles não mais precisam dos Kelim de NEH”Y. É desta forma considerado que através de sucção, CHAGAT expandem e saem de NEH”Y. E então ele tem completo nível de Ruach.

Por exemplo, em Partzuf Atik de Atzilut, a Massach de Nekudim subiu primeiro

–             através de sua Hizdakchut – o Rosh de SAG de AK. E depois da última Bechinat (Bechiná de) Aviut nele ter sido perdida, a Massach permaneceu com Aviut de Bechiná Shóresh, chamado Metzach, e Reshimô de Hitlabshut de Bechiná Álef. E então dois níveis, CHAGAT NEH”Y, emergiram nele, três dentro de três, dado que CHAGAT não tem Kelim.

Quando eles foram reconhecidos como um novo nível, foi considerado que eles tinham partido e nasceram e vieram a seu lugar, para vestir de Tabúr de AK para baixo. Dado que é Partzuf VAK, ele veste apenas VAK de Guf, e isto é chamado Partzuf Atik.

Posteriormente, através de Yeniká, que ele suga de SAG de AK, ele baixa a Massach de Metzach a Nikvei Eynaim. Seguindo-se os Kelim saíram para seus CHAGAT, também, expandido de dentro de NEH”Y. Logo, os dois Bechinot, chamados Ibúr e Yeniká, foram clarificados.

77)         Agora vamos explicar Partzuf Môchin. Após o Partzuf receber os dois Bechinot Ibúr e Yeniká, ora o MAN para o Criador e traz o CHUB do Criador para estar face a face. Então eles dão ao menor a iluminação que diminui a Malchut do Nikvei Eynaim para o seu próprio lugar – o Pê.

Naquela época, esses três Kelim, Biná e TM, que caíram por causa da subida Malchut a Biná volta ao seu grau anterior, e o Partzuf é completado com cincos Kelim KACHÁB TUM e cinco Luzes NARANCHAY. Isso é chamado Partzuf Môchin, uma vez que as três primeiras Luzes Neshamá, Chaiá, Yechidá são chamadas  Môchin.

Por exemplo, após Atik receber as duas Bechinot Ibúr e Yeniká completas, que são os níveis de Ruach e Néfesh, ele sobe de volta para o Rosh de SAG para o MAN, e retornam Chochmá e Biná para ficar face a face. E desde que Biná na Partzuf Chochmá de AK não é misturada com Malchut, quando Atik recebe a sua iluminação abaixa  sua Malchut de Biná, também. Naquela época, ele levanta os três Kelim Biná e TM, que caíram pela mistura de Malchut em Biná, em seu próprio grau, e agora tem KACHÁB TUM de Kelim, em que as luzes NARANCHAY podem se vestir.

78)         E quando Môchin surge pela primeira vez, ele faz uma divisão entre a direita e a esquerda. Isso ocorre porque a linha de esquerda, que leva a iluminação de Chochmá, deseja cancelar a linha da direita, que carrega a Luz de Chassadim. Devido a esta falha e Bitush (bater) da esquerda e direita, que ocorrem nessa Môchin, eles são chamados Môchin de Achor. Assim, os três Bechinot Ibúr, Yeniká e Môchin de Achor foram esclarecidos.

79)         Esta Bitush da esquerda e direita causa o Partzuf a voltar a erguer MAN ao Superior. Isto é porque a iluminação da esquerda, que é iluminação de Chochmá, golpeia e purifica todo a Aviut no Partzuf até que a Massach se torna tão puro como ele era quando ele primeiro subiu à Rosh do Superior. Isto significa que apenas Aviut Shóresh e Reshimô de Hitlabshut de Bechiná Álef permaneceram nele. E através desta equivalência, ele adere à Rosh do Superior.

Assim que ele é incorporado no Zivug de Rosh do Superior, ele recebe um Zivug de Haka’á da Luz Superior uma vez mais, sobre a Aviut de Bechiná Shóresh e Bechiná Álef de Hitlabshut que foram renovadas na Massach. Isto suscita o nível de  três dentro de três nele uma vez mais, isto é o nível de CHAGAT, vestido no nível  de NEH”Y, chamado “o nível de Ibúr”. Logo nós explicamos que o Bitush da esquerda e a direita que ocorreu em Môchin de Achor causou o Partzuf a voltar ao Superior e receber uma nova Bechiná de Ibúr do Superior.

80)         E assim que ele recebeu a nova Bechiná Ibúr, ele partiu do Rosh do Superior uma vez mais e vestiu o Guf do Superior. E através deste revestimento, ele sugou as Luzes do Superior uma vez mais.

Estas Luzes de Yeniká baixaram a Aviut de Shóresh em Aviut de Bechiná Álef. Elas baixaram a Malchut da Metzach ao lugar de Nikvei Eynaim, momento em que um completo nível da Bechiná Álef surgiu na Massach. Isto é considerado como a Hitpashtut (expansão) de CHAGAT de dentro das NEH”Y. Segue-se que ele obteve uma nova Bechiná de Yeniká, que está no nível de Ruach.

81)         E depois de ele ter obtido novos Ibúr e Yeniká, ele eleva-se por MAN até ao Superior uma vez mais, e esta ascensão é por si mesmo, dado que ao abandonar sua raiz anexada a Biná e TM do Superior (Item 67), ele pode agora voltar lá quando quer que ele necessite. Ele une os CHUB que estão lá face a face, e eles dão sobre ele a iluminação que baixa a Malchut de Nikvei Eynaim até seu lugar. Nessa altura, Biná   e TM sobem e unem-se nele como antes, e ele obtém KACHÁB TUM de Kelim e NARANCHAY de Luzes.

Para prevenir fenda de direita e esquerda de voltar a despertar, a linha do meio sobe de baixo e une a direita e a esquerda para que elas brilhem juntas: a Chochmá na esquerda irá vestir na Chassadim na direita, e a Chassadim na direita será integrada na Chochmá na esquerda (Item 37). Então os Môchin brilham na sua mais completa perfeição, e eles são chamados Môchin de Panim. Assim nós explicamos como devido à Bitush da esquerda e direita nos Môchin de Achor, os três Bechinot Ibúr, Yeniká, e Môchin de Panim ressurgiram.

82)         Assim, um Partzuf é completo apenas depois de ele receber Ibúr, Yeniká, e Môchin de Achor e Ibúr, Yeniká, e Môchin de Panim. Devido à Hizdakchut da Massach que foi acrescentada em Atzilut ao grau de Aviut de Bechiná Shóresh, os Partzufim de Atzilut não serão capazes de receber suas dez Sefirot, exceto após três vezes consecutivas, chamadas Ibúr, Yeniká, Môchin. E dado que na primeira suscitação dos Môchin houve a Bitush da direita e esquerda, até que a esquerda purificasse toda a Aviut na Massach, todas as Luzes, Ibúr, Yeniká, e Môchin que tinha recebido partiram.

Isto é assim porque quando a Aviut na Massach é cancelada, o Zivug é cancelado e as Luzes partem. O Partzuf retorna à Rosh do Superior, recebendo novas três dentro de três. Então ele nasce e recebe uma nova Yeniká, que baixa a Malchut  de Metzach aos Eynaim, os CHAGAT saem das NEH”Y, e ele recebe o nível de Ruach uma vez mais. A seguir, ele eleva-se por MAN e recebe Neshamá, Chaiá, Yechidá uma vez mais, nas quais há já a linha do meio, que une a direita e a esquerda uma com a outra. Isto é chamado Môchin de Panim, e eles podem brilhar e persistir. Logo, antes dos Môchin serem obtidos pela segunda vez, eles não  podem persistir.

 

PANIM E ACHOR (FACE-A-COSTAS), E PANIM BE PANIM (FACE-A-FACE)

83)         Até quando o Partzuf já tinha recebido as Môchin de Panim, a Chochmá e Biná lá estão ainda num estado de Panim e Achor. Isto significa que apenas Chochmá recebe as Môchin de Panim. Mas Biná está sempre num estado de deleitar em misericórdia e quer Chassadim e Chochmá; logo, é considerado que suas Achoráim estão direcionadas à Chochmá, e ela não quer receber as Môchin de Panim dela.

Chochmá e Biná estão nesse estado de Panim e Achor até que ZA sobe até elas por MAN. Também, há uma conexão entre Biná de Ohr Yashár, concedendo iluminação de Chochmá a ZA de Ohr Yashár. Assim, quando ZA sobe por MAN a Biná, Biná imediatamente vira sua Panim de volta a Chochmá para receber as Môchin de Panim dela — que são Môchin de iluminação de Chochmá — para ZA, como ela faz nos cinco Bechinot de Ohr Yashár. Então é discernido que Chochmá está já Panim be Panim com Biná.

 

QUEM MEDE O NÍVEL EM ATZILUT?

84)         E nós devemos perguntar isto: “A Massach de Atzilut tem apenas Bechiná Shóresh de Aviut, chamadas Metzach, tendo apenas o nível de Ohr Néfesh. Logo, quem causou o surgimento dos cinco Partzufim em Atzilut, Atik, AA, AVI, e ZON, onde Atik está no nível de Yechidá, AA — o nível de Chaiá, AVI — o nível de Neshamá, e ZON —o nível de Ruach?” Esta pergunta aplica-se também ao mundo de Nekudim, dado que apenas Aviut de Bechiná Álef permaneceu na Massach, chamada Nikvei Eynaim. Logo, como puderam cinco Partzufim surgir em Nekudim?

85)         A coisa é que essa Bechiná Dálet, também, estava conectada na Massach  de Nekudim e na Massach de Atzilut pela força de Malchut que subiu a Nekudot de SAG de AK. E não tivesse Bechiná Dálet sido associada na Massach neles, nenhum Partzuf teria sido capaz de surgir nessa Massach. Isto é porque até a Aviut de Bechiná Álef em Nekudim é considerado como “fina Histaklut” (parecido), do qual o Zivug de Haka’á não produz qualquer Partzuf. É tanto o quanto mais na Aviut de Metzach em Atzilut: ele é indigno de um Zivug de Haka’á para a suscitação de um  Partzuf.

Mas dado que Bechiná Dálet conjugada com suas telas, elas se tornaram dignas de Zivug de Haka’á. Agora nós podemos perguntar, “Nesse caso, o nível de Kéter devia ter surgido na Massach, dado que Bechiná Dálet está anexada a Massach!”

86)         A resposta é que essa Bechiná Dálet não produz o nível de Kéter, exceto quando ela está no lugar de Malchut. Nessa altura, o Ohr Chozêr que sobe do Zivug  de Haka’á nela veste os cinco Kelim KACHÁB TUM sobre as cinco Luzes NARANCHAY. Mas se Bechiná Dálet se encontra no lugar de ZA, onde estão apenas quatros Kelim KACHÁB Tiféret, o Ohr Chozêr atrai apenas quatro Luzes NRNH nos quatros Kelim KACHÁB e Tiféret.

E se Bechiná Dálet se encontra no lugar de Biná, onde estão apenas três Kelim KACHÁB, o Ohr Chozêr atrai apenas três Luzes NARAN. E se Bechiná Dálet se encontra no lugar do Kli de Chochmá, onde estão apenas dois Kelim — Kéter e Chochmá — seu Ohr Chozêr atrai apenas duas Luzes, Néfesh Ruach.

Isto é o que aconteceu em Nekudim, onde o Zivug foi feito na Nikvei Eynaim, que é o Kli de Chochmá. Assim, apenas o nível de Néfesh Ruach surgiu em Katnut.

E se Bechiná Dálet se encontra no lugar de Kéter, onde há senão um Kli, seu Ohr Chozêr atrai apenas uma Luz: Néfesh. Isto é o que aconteceu em Atzilut — apenas o nível de Néfesh surgiu na Ibúr, dado que o Zivug foi feito no lugar da Metzach, que  é o Kli de Kéter.

Todavia, após a iluminação de Yeniká, que Bechiná Dálet rejeitou para o lugar de Bechiná Álef, chamado Nikvei Eynaim, o nível de Ruach surgiu. Mas então, através da iluminação de CHUB Panim be Panim do Superior, que baixou Bechiná Dálet a seu lugar em Malchut, que eleva as caídas Biná e TM a seu grau, existem cincos Kelim KACHÁB TUM lá uma vez mais. Nessa altura, Bechiná Dálet suscita o nível de Kéter na Luz de Yechidá, e este é o nível de Atik de Atzilut.

87)         Agora nós precisamos explicar como o resto dos Partzufim abaixo de Atik saíram. No principio, depois da quebra dos recipientes, Massach de Nekudim subiu o Rosh de SAG. Ela foi purificada de todos os cinco Bechinot Aviut que surgiram nela em cinco Partzufim, até que ela se equalizou com a Massach de Rosh de SAG. Todavia, as Reshimot da Aviut dos cinco Partzufim que surgiram nela permaneceram nela, exceto a última Bechiná, que foi perdida, como está escrito sobre todos os Partzufim. Logo, quando ela foi incluída no Zivug da Massach de Rosh de SAG, a Aviut de todos os cinco Partzufim foi renovada na Massach de Nekudim, e um Zivug de Haka’á surgiu na Aviut na Massach.

Contudo, nem todos os Bechinot na Aviut participaram no Zivug de Haka’á, mas apenas sua Bechiná Mais Elevada, que é Aviut de Metzach, conectada a Bechiná Dálet. E através dos três Bechinot Ibúr, Yeniká, e Môchin, suas dez Sefirot foram completadas no nível de Kéter.

As outras Reshimot, do resto dos Partzufim de Nekudim que estavam na Massach, não receberam alguma coisa deste Zivug no Rosh de SAG, dado que elas estão abaixo do nível de Kéter; assim, elas são desperdício comparado com seu valor. Por esta razão, no surgimento de Atik do Rosh de SAG, todas as Reshimot do resto dos Partzufim que não estavam incluídas no seu Zivug desceram com  ele.

E depois de Atik ter sido completado em Ibúr, Yeniká, Môchin de Panim, a Luz Superior brilhou na Bechiná Mais Elevada a partir das Reshimot que permaneceram nele, que é Aviut de Bechiná Guimel. E através das três Bechinot, Ibúr, Yeniká, e Môchin, dez Sefirot no nível de Chochmá surgiram. Isto é Partzuf  AA.

É o mesmo aqui; todas as Reshimot de Aviut que são menos que Aviut de Bechiná Guimel são desperdício comparados ao valor do Zivug no nível de Bechiná Guimel que surgiu no Rosh de Atik. Assim, quando AA nasceu e abandonou Rosh de Atik para seu lugar, todos essas Reshimot foram atraídos para seu lugar juntamente com isso.

E depois de AA ter obtido todas as três Bechinot Ibúr, Yeniká, Môchin em completude, a Luz Superior brilhou na Bechiná Mais Elevada que permaneceu nessas Reshimot, que é Aviut de Bechiná Bet. Então, através das três Bechinot Ibúr, Yeniká, Môchin, dez Sefirot no nível de Biná surgiram nele. Este é Partzuf AVI, e o resto dos Partzufim surgiram similarmente. Assim nós explicamos como os Partzufim de Atzilut surgiram um a partir do outro.

 

DOIS ESTADOS EM MALCHUT

88)         Malchut é a Nukvá de ZA. Sua raiz começa em Malchut de Tzimtzum Bet, que terminou nas sete Sefirot de Katnut de ZA de Nekudim. E ela é um grau separado de ZA, dado que ZA inclui CHAGAT NEH”Y de Nekudim, e o grau abaixo dela é Malchut, que finaliza os Nekudim. Assim, esta Malchut é considerada uma Nukvá separada de ZA e um grau mais baixo que ZA.

E há também Bechiná Nukvá no Guf de ZA, dado que o lado esquerdo de ZA é considerado sua Nukvá. Todavia, esta Nukvá é considerada o próprio Guf (corpo) de ZA, dado que ZA é a linha do meio, que recebe das duas linhas, esquerda e direita, de Biná. A direita nele recebe da linha direita de Biná, que é Ohr Chassadim, considerada o lado masculino nela, e o lado esquerdo nele recebe da linha esquerda de Biná, que é Ohr Chochmá, considerada o lado Nukvá nela. Todavia, ambos são um grau, incluídos um no outro.

É sabido que no princípio, o sol e a lua, que são os separados Nukvá e ZA, eram considerados as duas grandes luzes. O nível Nukvá era igual ao de ZA, e ela era tão grande como ele. Mas então a lua – a Nukvá que é separada de ZA – queixou-se   e disse, “Dois reis não podem usar a mesma Kéter (coroa)”. Então foi-lhe dito, “Vai, diminui-te a si mesma”. Assim ela tornou-se a pequena luz.

Então, você acha dois estados aqui em Nukvá:

  • No primeiro estado, ela estava com ZA, no estado das duas grandes luzes, igual a ZA;
  • O segundo estado é depois da Nukvá ser diminuída e se tornou a pequena luz.

Explicação: No principio da correção da separada Nukvá de ZA, o Emanador conectou-a com a Nukvá no Guf de ZA, que é o lado esquerdo nele, e as duas se tornaram uma Nukvá para ZA. Quando Môchin da direita e esquerda foram atraídos para elas de Biná, ZA, que é a direita nela, tomou as Luzes da direita de Biná, e a Nukvá separada tomou as Luzes da linha esquerda de Biná, como a Nukvá no Guf de ZA, dado que ela foi juntada em uma única Nukvá com ela.

E você já sabe que as Luzes da linha direita de Biná são Chassadim, e as Luzes da linha esquerda de Biná são Chochmá. Segue-se que agora ZA recebeu as Chassadim da direita de Biná sem Chochmá, e a Nukvá separada recebeu a Chochmá da esquerda de Biná sem Chassadim, e é sabido que Chochmá não pode brilhar sem Chassadim.  Por esta razão, a Chochmá congelou nela e ela tornou-se escuridão e não Luz.

Este é o significado da queixa da lua, dizendo que dois reis não podem usar  a mesma Kéter. Isto é porque quando eles ambos usam a mesma Kéter, que é Biná, considerada sua Kéter, ZA se torna Chassadim sem Chochmá, e a Nukvá se torna Chochmá sem Chassadim, que é escuridão, e ela não conseguiu tolerar esse estado.

Nós podemos perguntar, “Mas antes da Nukvá separada se juntar com a Nukvá no seu Guf, a direita nela, que é o macho, recebeu Chassadim, e a esquerda nela, que é a Nukvá no seu Guf recebeu Chochmá; todavia, a Nukvá no seu Guf podia tolerá-lo e não era escuridão!” A coisa é que a Nukvá no seu Guf é o próprio ser de ZA. Assim, a Chochmá nela não está separada da Chassadim em ZA. Mas isto não é assim com a Nukvá separada, que é verdadeiramente um grau diferente de ZA. Mas porque ela se juntou com a Nukvá no seu Guf, ela recebeu a Chochmá da esquerda   de Biná como ela. Assim, após ela ter recebido a Chochmá dentro dela, a Chochmá foi separada da Chassadim, dado que ela não tinha conexão com a Chassadim de ZA.

Logo, nós cuidadosamente explicamos o primeiro estado da Nukvá separada. Para ser capaz de brilhar para os inferiores, foi-lhe dito, “Vai, diminui-te a ti mesma”, isto é diminui-te desse grande grau de ser igual com o grau de ZA e receber de Biná. Em vez disso, ela deve descer abaixo de Yessód de ZA, como ela estava na sua raiz: abaixo do inteiro grau de ZA, e receber todas as suas Luzes de  ZA.

E dado que ela recebe suas Luzes de ZA, que é a linha do meio, a Chochmá que ele lhe dá a ela está integrada com Chassadim e ela pode brilhar. Este é o segundo estado da Nukvá separada. O que ela recebeu no primeiro estado é considerado como Néfesh, Ruach, Neshamá de Achor, isto é elas não brilham. E o que ela recebe no segundo estado é considerado como Néfesh, Ruach, Neshamá de Panim, isto é que elas brilham em completude (O Zohar, Bereshit 1, Itens 111-116; Idra Raba, Item 323-325).

Existem méritos ao seu primeiro estado, desde então seu Mais Alto nível era Biná e ela podia receber Chochmá dela, e ela não precisou de receber de ZA. Todavia, ela não podia brilhar para os inferiores, devido à ausência de Chassadim. Por esta razão, é considerada Achoráim.

Mas no segundo estado, depois de ela ser diminuída sob a Massach de Yessód de ZA, ela não era mais digna de receber Chochmá, dado que a Massach de Yessód ZA   a detia. Assim, ela teve de receber Chochmá em Kelim de Achoráim, que permaneceram nela do primeiro estado. Mas existem mais méritos ao segundo estado que ao primeiro estado, dado que ela podia brilhar ambas Chochmá e Chassadim para os inferiores, ao passo que no primeiro estado, ela não podia brilhar aos inferiores.

29 Nota do tradutor: estes nomes estão em Aramaico. Kitra é a Sefirá Kéter, e Chochmá Stimaa significa  Chochmá bloqueada.

30 Nota do tradutor: na Gematria, o valor numérico de Tzadik é 90.

31 Nota do tradutor: Na Cabalá, Zakut se refere ao poder da Massach, ao invés do significado tradiconal da palavra: pureza.

PREFÁCIO À SABEDORIA DA CABALÁ

Do livro “Cabala Para o Estudante”

Durante o estudo, é recomendado examinar os desenhos que estão no fim do capítulo, HaIlan

O PENSAMENTO DA CRIAÇÃO E AS QUATRO FASES DA LUZ DIRETA

1)            Rabi Chanania filho de Akashia diz: “O Criador queria trazer mérito a Israel; portanto, Ele lhes deu muita Torá e Mitzvot (mandamentos), como está escrito, ‘O Senhor estava contente, pelo bem da Sua retidão’, para fazer o ensinamento grande  e glorioso” (Makot, 23b). É sabido que “merecer” (Zechut) é derivado da palavra “purificar” (Hizdak’chut). É como os nossos sábios disseram, “As Mitzvot foram dadas somente para a purificação de Israel” (Bereshit Raba, Parasha 44). Nós precisamos entender esta purificação que alcançamos através da Torá e Mitzvot, e qual é a Aviut (espessura, grossura, o desejo de receber) que está dentro de nós, que devemos purificar usando a Torá e Mitzvot.

Uma vez que nós já discutimos isto em meu livro “Panim Masbirot” e no Estudo das Dez Sefirot, eu resumidamente reiterarei aqui: O Pensamento da Criação era deleitar as criaturas, de acordo com a Sua abundante generosidade. Por esta razão, foi impresso nas almas um grande desejo e anseio em receber Sua Shefá (Abundância).

Isto é assim porque o desejo de receber é o Kli (vaso) para a medida do prazer na Shefá. De acordo com a medida e força do desejo de receber a Shefá, assim é a medida correspondente do prazer e deleite na Shefá, nem mais e nem menos. E eles estão tão intimamente conectados, que nós não os diferenciamos exceto no que eles se relacionam: o prazer está relacionado à Shefá, e o grande desejo de receber a Shefá está relacionado à criatura que a recebe.

Estes dois necessariamente se estendem do Criador, e necessariamente vieram no Pensamento da Criação. Entretanto, nós diferenciamos entre eles naquela Shefá que vem da Sua Essência, estendendo existência a partir da existência, enquanto que o desejo de receber incluído ali é a raiz das criaturas. Isto significa que é a raiz de algo recém criado, isto é, surgido da existência a partir da ausência, uma vez que certamente não existe a forma do desejo de receber em Sua Essência.

Portanto, nós podemos dizer que este desejo de receber mencionado acima   é toda a substância da Criação do início ao fim. Isto é, a medida que todos os incontáveis tipos de criaturas, todas as incontáveis instâncias e todas as suas condutas que apareceram e que aparecerão, são nada além de medidas e várias denominações do desejo de receber. E tudo o que existe nas criaturas, ou seja, tudo o que é recebido no desejo de receber impresso em sua natureza, estende de Sua Essência existência a partir da existência. Não é de forma alguma uma nova criação, pois não é nada novo. Pelo contrário, se estende de Sua Eternidade existência a partir da existência.

2)            E de acordo com o que foi dito, o desejo de receber está inatamente incluído no Pensamento da Criação com todas as suas inumeráveis denominações, juntamente com a grande Shefá que Ele pensou deleitar e transmitir a elas. E saiba que este é o segredo do Ohr (Luz) e Kli que nós discernimos nos Mundos Superiores. Eles vêm necessariamente conectados uns aos outros e descem cascateando juntos degrau por degrau. E a medida a qual os degraus descem da Luz de Sua Face, e se distanciam dEle, é a medida correspondente da materialização do desejo de receber contido na Shefá.

Nós poderíamos também declarar o oposto: que de acordo com a medida em que o desejo de receber incluído na Shefá se materializa, ele desce degrau por degrau, como será explicado. Os níveis descem até o mais baixo de todos os lugares, onde o desejo de receber se torna completamente materializado. Este lugar é chamado “o mundo de Assiá”, o desejo de receber é considerado “o corpo humano”, e a Shefá que é recebida é considerada a medida de “vitalidade naquele  corpo”.

Isto é similar em outras criaturas neste mundo, de forma que a única diferenciação que existe entre os Mundos Superiores e este mundo é que enquanto

o desejo de receber incluído em Sua Shefá não for materializado completamente, ele é considerado como estando nos mundos espirituais, Acima deste mundo. E uma vez que o desejo de receber se materializou totalmente, ele é considerado como estando neste mundo.

3)            A ordem do cascateamento mencionada acima, que leva o desejo de receber à sua forma final neste mundo, segue a sequência dos quatro discernimentos que existe no nome de quatro letras, HaVaYaH. Isto é porque as quatro letras, HaVaYaH (Yud, Hey, Vav, Hey), no Seu Nome contém toda a realidade, sem qualquer aspecto da realidade ser deixada fora dele.

No geral, elas são descritas nas dez Sefirot, Chochmá, Biná, Tiféret, Malchut e sua Shóresh (Raiz). Elas são dez Sefirot porque a Sefirá Tiféret contém seis Sefirot internas chamadas CHAGAT NEH”Y (Chéssed–Gvurá–Tiféret   Netzach–Hod–Yessód),  e a Raiz, chamada Kéter. Mas em sua essência, elas são chamadas CHÁB TUM (Chochmá–Biná   Tiféret–Malchut). Lembre-se disto.

E eles são quatro mundos, chamados: Atzilut, Briá, Yetzirá e Assiá. E o mundo de Assiá contém “este mundo” dentro de si. Portanto, não existe criatura neste mundo, que não tenha sido feita nova do mundo de Ein Sóf, no Pensamento da Criação, que é deleitar Suas criaturas, como dissemos anteriormente. Assim, está inatamente composto de Luz e Kli, ou seja, uma certa medida da Shefá com o desejo de receber esta Shefá.

A medida da Shefá se estende da Sua Essência – existência a partir da existência, e o desejo de receber esta Shefá é novo – existência a partir da ausência, como dissemos anteriormente.

Mas para que est desejo de receber adquira sua forma final, ele precisa cair em cascata junto com a Shefá dentro de si através dos quatro mundos – Atzilut, Briá, Yetzirá e Assiá. Então a criatura é completada em Luz e Kli, chamado Guf (corpo), e   a “Luz da Vida” dentro de si.

4)            A razão pela qual o desejo de receber precisa cair em cascata pelos quatro discernimentos mencionados acima em ABYA (Atzilut, Briá, Yetzirá, Assiá) é que existe uma grande regra no que diz respeito aos Kelim (plural de Kli): a expansão da Luz e sua partida torna o Kli apto para sua tarefa. Explicação: Enquanto o Kli não tenha sido uma vez separado de sua Luz, ele está incluído na Luz e é anulado dentro dela tal como uma vela frente a uma tocha.

E a ideia desta nulificação é que eles são completamente opostos um do outro, de um extremo ao outro. Isto é assim porque a Luz é a Shefá que se estende  de Sua Essência existência a partir da existência. Da perspectiva do Pensamento da Criação em Ein Sóf, tudo é em direção à doação e não existe nenhum traço do desejo de receber nele. Seu oposto é o Kli, que é o grande desejo de receber esta Shefá, que  é a raiz da nova criatura, na qual não existe qualquer aspecto de doação.

Portanto, quando eles são unidos juntos, o desejo de receber é anulado na Luz dentro dele, e ele é incapaz de determinar sua forma até que a Luz tenha partido dali uma vez. Isto é assim porque seguindo a partida da Luz dele, este começa a suplicar por ela, e esta súplica define e delineia a forma do desejo de receber como convém. Subsequentemente, quando a Luz retorna e é vestida no desejo de receber, eles são considerados agora como dois aspectos separados: Kli e Luz, ou Guf e Vida. E observe isto atentamente, porque isto é muito  profundo.

5)            E portanto, nós precisamos dos quatro discernimentos que estão no nome HaVaYaH, chamados Chochmá, Biná, Tiféret e Malchut. Bechiná Álef (Fase Um), chamada Chochmá, inclui a totalidade do ser emanado, Luz e Kli. Isto é porque o grande desejo de receber está nela com toda a Luz, chamada Ohr Chochmá (Luz da Sabedoria) ou Ohr Chaiá (Luz da Vida), pois ela é toda a Chayim (Vida) no ser emanado, vestida em seu Kli. Entretanto esta Bechiná Álef é considerada completamente Luz e o Kli nela é quase imperceptível, já que está misturado com a Luz e anulado nela tal como uma vela frente a uma tocha.

A seguir, vem Bechiná Bet (Fase Dois), pois em seu estágio final, o Kli de Chochmá prevalece em Similaridade de Forma com a Luz Superior dentro de si. Isso significa que é despertado um desejo de doar ao Emanador, de acordo com a natureza da Luz dentro de si – inteiramente para doar.

Assim, usando este desejo, que foi despertado nela, uma nova Luz se estende para ela do Emanador, chamada Ohr Chassadim (Luz da Misericórdia). Como resultado, ela se tornou quase totalmente separada da Ohr Chochmá dada a ela pelo Emanador, isto é porque o Ohr Chochmá só pode ser recebida em seu próprio Kli – que é o grande desejo de receber em toda sua medida, como discutido acima.

Desta maneira, a Luz e o Kli na Bechiná Bet são completamente diferentes daqueles em Bechiná Álef, uma vez que nela o Kli é o desejo de compartilhar e a Luz dentro dele é considerada Ohr Chassadim, uma Luz que se origina da Dvekút (adesão) do emanado no Emanador, pois o desejo de compartilhar induz sua Similaridade de Forma com o Emanador e na espiritualidade Similaridade de Forma é Dvekút, como será explicado posteriormente.

A seguir vem Bechiná Guimel (Fase Três). Isto é porque após a diminuição da Luz dentro do ser emanado em Ohr Chassadim sem nenhuma Chochmá, embora  se saiba que Ohr Chochmá é a essência do ser emanado, portanto Bechiná Bet em seu estágio final é despertada e atrai dentro de si mesma uma medida de Ohr Chochmá, para brilhar em seu Ohr Chassadim. Este despertar reacendeu certa medida do desejo de receber, que forma um novo Kli chamado Bechiná Guimel ou Tiféret. E a Luz nele  é chamada “Luz de Chassadim com iluminação de Chochmá” uma vez que a maior parte daquela Luz é Ohr Chassadim e, sua menor parte é Ohr  Chochmá.

A seguir, vem Bechiná Dálet (Fase Quatro), uma vez que o Kli de Bechiná Guimel também despertou em seu estágio final para atrair Ohr Chochmá em completa medida, tal como ocorreu em Bechiná Álef. Assim, este despertar é considerado “anseio” na medida do desejo de receber que estava em Bechiná Álef e, o superando, pois agora ela já se separou daquela Luz, pois o Ohr Chochmá não é vestido nele e ele anseia por ele. Portanto, a forma do desejo de receber foi inteiramente determinada, uma vez que o Kli é determinado seguindo a expansão da Luz e sua partida dali. Mais tarde, quando ela retorna e recebe novamente a Luz, vemos que o Kli precede a Luz. Portanto, esta Bechiná Dálet é considerada a conclusão do Kli e é chamada de Malchut.

6)            Estes quatro discernimentos mencionados acima são as dez Sefirot, discernidas em cada emanação e em cada criatura, num todo, que são quatro mundos e, até mesmo na menor parte na realidade. Bechiná Álef é chamada Chochmá ou “o mundo de Atzilut”; Bechiná Bet é chamada Biná ou “o mundo de Briá”; Bechiná Guimel é chamada Tiféret ou “o mundo de Yetzirá” e Bechiná Dálet é chamada Malchut ou “o mundo de Assiá”. E vamos explicar os quatro discernimentos aplicados em cada alma:

Quando a Neshamá (Alma) é estendida de Ein Sóf e vai para o mundo de Atzilut, ela é Bechiná Álef da Alma. Todavia, lá ela ainda não é discernida por esse nome, uma vez que o nome Neshamá (alma) implica que existe alguma diferença entre ela e o Emanador e que através desta diferença, ela partiu de Ein Sóf e revela sua própria vontade.

E enquanto ela não tem uma forma de um Kli, não há nada que a separe de Sua Essência, a ponto de merecer ser chamada pelo próprio nome. E você já sabe que Bechiná Álef do Kli não é considerada de modo algum um Kli e, é totalmente anulada na Luz. E este é o significado do que foi dito sobre o mundo de Atzilut, que é completa Divindade, no segredo de “Hu (Ele), Suas Chayohi (Emanações Vivificantes) e Seus Garmohi (Órgãos) são Um” 25. Até mesmo as almas de todas as criaturas viventes, enquanto atravessam o mundo de Atzilut, ainda são consideradas ligadas à Sua Essência.

7)            E no mundo de Briá está governando agora a Bechiná Bet mencionada acima, ou seja, o aspecto do Kli do desejo de compartilhar. Por conseguinte, quando a alma desce em cascata ao mundo de Briá e adquire o aspecto do Kli que existe ali, ela é diferenciada com o nome Neshamá (alma). Isto significa que ela já saiu e se separou da Sua Essência e merece seu próprio nome – Neshamá. Porém, este é um Kli muito puro e fino, uma vez que ele está em Similaridade de Forma com o Emanador. Por isso, ele é considerado completamente  espiritual.

8)            E no mundo de Yetzirá está governando agora a Bechiná Guimel mencionada acima, contendo uma pequena quantidade da forma do desejo de receber. Portanto, quando a alma cai em cascata para o mundo de Yetzirá e adquire aquele Kli, ela sai do aspecto espiritual de Neshamá e é então chamada Ruach. Isto é porque aqui seu Kli já está misturado com um pouco de Aviut, ou seja, uma pequena quantidade do desejo de receber nele. Todavia, ela ainda é considerada espiritual, por que essa medida de Aviut é insuficiente para separá-la completamente de Sua Essência e merecer o nome “corpo”, que se mantém por si  próprio.

9)            E no mundo de Assiá está governando agora a Bechiná Dálet, que é o Kli completo do grande desejo de receber, como mencionado acima. Assim, lá é atingido um corpo completamente separado e distinto de Sua Essência, que se mantém por si próprio. A Luz nele é chamada Néfesh (da palavra Hebraica “descanso”), indicando que a Luz está imóvel em si mesma. E saiba que não há um pequeno detalhe da realidade que não contenha toda ABYA.

10)         Assim descobrimos como esta Néfesh, que é a Luz da Vida vestida no corpo, se estende de Sua Própria Essência, existência a partir da existência. E conforme atravessa os quatro mundos ABYA, ela se torna cada vez mais distante da Luz de Sua Face, até que chega ao seu Kli designado, chamado Guf (corpo). Então é considerado que o Kli completou sua forma desejável.

E até mesmo se a Luz dentro dele diminuísse tanto, ao ponto que não há mais consciência da sua raiz de origem, através da aplicação em Torá e Mitzvot com   a intenção de dar contentamento ao Criador, a  pessoa gradualmente purifica  seu Kli, chamado Guf, até que ele se torne merecedor de receber a grande Shefá, em toda a medida incluída no Pensamento da Criação no tempo em que foi criado. E isto é  o que Rabi Chanania diz “O Criador queria trazer mérito a Israel; portanto, Ele lhes deu muita Torá e Mitzvot”.

11)         E com isso você pode entender a verdadeira barreira para diferenciar entre espiritualidade e corporeidade: Quando há um desejo de receber completo,  em todos os seus aspectos, que é Bechiná Dálet, ele é chamado “corpóreo”. E isto é encontrado em todos os elementos da realidade que vemos diante de nossos olhos neste mundo. Enquanto ele estiver acima da medida deste grande desejo de receber, ele é chamado pelo nome “espiritualidade”, que são os mundos de ABYA – Acima deste mundo – e toda a realidade dentro deles.

E com isto entenda que todo o conceito de subidas e descidas descrito nos Mundos Superiores, não está relacionada a um lugar imaginário, Deus proíba, mas apenas aos quatro discernimentos no desejo de receber. Pois aquilo que está mais distante de Bechiná Dálet é considerado ser mais Elevado. Reciprocamente, aquilo que está mais próximo de Bechiná Dálet, é considerado mais  inferior.

12)         O ponto central e a totalidade da Criação são nada além do desejo de receber. O que está além disto, não está na categoria da Criação, mas estende-se de Sua Essência através da existência a partir da existência. Portanto, por que discernimos este desejo de receber como Aviut (espesso) e túrbido e, somos ordenados a purificá-lo através da Torá e Mitzvot, ao ponto que sem isto, não atingiremos a meta sublime do Pensamento da Criação?

13)         E a razão é que, assim como os objetos corpóreos são separados um do outro pela distância física, os espirituais são separados um do outro pela Diferença de Forma entre eles. Isto também pode ser encontrado em nosso mundo. Por exemplo: Quando duas pessoas compartilham os mesmos pontos de vista, elas amam uma a outra, e a distância física não causa efeito sobre elas quando elas estão distantes uma da outra.

Por outro lado, quando suas opiniões são distantes, elas se odeiam uma a outra e, a proximidade física não as trará mais próximas. Portanto, a Diferença de Forma em suas opiniões as distancia uma da outra e a proximidade de forma em  suas opiniões as aproxima. E se, por exemplo, a natureza de uma delas está em todos os aspectos da natureza oposta da outra, então elas estão tão distantes uma da outra como o Leste do Oeste.

E desta forma compreenda que na espiritualidade, todos as questões de distância e proximidade, Zivug (acoplamento) e Yichud (unificação) que é discernido nelas, são nada além de medidas de Diferença de Forma. Elas se distanciam uma da outra conforme suas medidas de Diferença de Forma e se tornam ligadas uma a outra conforme sua medida de Similaridade de Forma.

E com isto entenda que embora o desejo de receber seja um princípio intrínseco na criatura, pois ele é toda a essência da Criação dentro da criatura, e é o Kli apropriado para recepção da meta que está no Pensamento da Criação, no entanto, isto separa completamente a criatura do Emanador. Isto é assim, porque existe a Diferença de Forma no ponto de oposição entre ela mesma e o Emanador. Isto, porque há uma Diferença de Forma entre a criatura e o Emanador ao nível de serem opostos, pois o Emanador é completa doação sem nenhuma centelha de recepção e, a criatura é completa recepção sem nenhuma centelha de doação. Portanto, não há maior oposição de forma do que esta. Resulta, portanto, que esta oposição de forma necessariamente separa a criatura do  Emanador.

14)         Para salvar as criaturas desta separação titânica, foi feito o segredo do Tzimtzum Álef (Primeira Restrição). A ideia é que, a Bechiná Dálet que nós falamos é separada de todos os Partzufim (faces/semblantes) de Kedushá (santidade), de tal maneira que aquela grande medida de recepção permaneceu em um espaço vazio, desprovido de toda Luz.

Isto é assim porque todos os Partzufim de Kedushá emergiram com uma Massach (tela) erguida em seus Kli Malchut para que eles não recebessem nesta Bechiná Dálet. Então, quando a Luz Superior foi estendida e se espalhou nos seres emanados, este Massach a rejeitou de volta. Isto é considerado como se houvesse um impacto entre a Luz Superior e a Massach, que eleva Ohr Chozêr (Luz Retornante) de baixo para Cima, vestindo as dez Sefirot da Luz Superior.

A porção da Luz que é rejeitada e empurrada de volta, é chamada de Ohr Chozêr (Luz Retornante). Conforme veste a Luz Superior, ela se torna um Kli para recepção da Luz Superior ao invés de Bechiná Dálet, a razão para isso é que o Kli de Malchut foi expandido por meio do Ohr Chozêr – a Luz rejeitada ou retornante – que subiu e vestiu a Luz Superior de baixo para Cima e, também expandiu de Cima para baixo. Assim, as Luzes foram vestidas nos Kelim (plural de Kli), dentro do Ohr Chozêr.

Este é o segredo de Rosh (cabeça) e Guf (corpo) em cada grau. O Zivug de Haka’á (acoplamento por choque) da Luz Superior impactando na Massach causa a subida do Ohr Chozêr de baixo para Cima e veste as dez Sefirot da Luz Superior na forma das dez Sefirot de Rosh, ou seja, as raízes dos Kelim (vasos). Isto é assim, porque lá não pode haver um revestimento real.

Posteriormente, quando Malchut se expande com Ohr Chozêr de Cima para baixo, o Ohr Chozêr termina e se torna Kelim para a Luz Superior. Então, as Luzes  são vestidas nos Kelim e isto é chamado de “Guf desse grau”, isto é, Kelim completos.

15)         Assim, novos Kelim foram feitos nos Partzufim de Kedushá no lugar de Bechiná Dálet, após o Tzimtzum Álef (Primeira Restrição). Eles foram feitos do Ohr Chozêr do Zivug de Haka’á na Massach.

De fato, devemos entender este Ohr Chozêr e como ele se torna um Kli HaCabalá (Vaso de Recepção), já que inicialmente era apenas uma Luz rejeitada. Assim, ele está cumprindo agora um papel oposto em relação a sua própria essência.

Eu explicarei isto com uma alegoria da vida: A natureza do homem é estimar e favorecer a qualidade de doar e desprezar e detestar a recepção de um amigo. Portanto, quando uma pessoa vai ao seu amigo e ele (o anfitrião) a convida para uma refeição, ela (o convidado) recusará, mesmo que esteja faminta, já que aos seus olhos é humilhante receber um presente de seu amigo.

No entanto, quando seu amigo lhe implora suficientemente, até que fique claro que ao comer, ela estará fazendo um grande favor ao seu amigo, ela aceita comer, já que não sente mais que está recebendo um presente e, que seu amigo é o doador. Pelo contrário, ela (o convidado) é o doador, que está fazendo um favor ao seu amigo por estar recebendo este benefício dele.

Assim, você descobre que embora a fome e o apetite sejam vasos de recepção designados para comer e, que esta pessoa tinha fome e apetite suficientes para receber a refeição de seu amigo, ela ainda não podia experimentar nada, devido à vergonha. Porém, quando seu amigo começou a lhe implorar e, ela continuou a resistir, novos vasos começaram a se formar dentro dela para comer, uma vez que a força das súplicas de seu amigo e a força da sua própria resistência, conforme se acumulavam, finalmente se acumularam em uma quantidade suficiente para transformarem, a medida de recepção, em medida de  doação.

Isto a leva a entender que, ao comer, estará fazendo um grande favor e trazendo grande contentamento ao seu amigo. Nesse estado, a pessoa consequentemente atinge novos vasos de recepção, para receber a refeição de seu amigo. Agora vemos que a força da resistência se tornou o vaso principal para receber a refeição e não a fome e o apetite, embora eles sejam verdadeiramente os vasos usuais de recepção.

16)         Da alegoria acima entre a pessoa e seu amigo, podemos entender a questão do Zivug de Haka’á mencionado acima, e o Ohr Chozêr que se eleva através dele, que então se torna novos vasos de recepção para a Luz Superior ao invés da Bechiná Dálet. Podemos comparar a Luz Superior, que se choca com a Massach e quer se expandir na Bechiná Dálet, ao amigo suplicando a pessoa a comer, pois assim como ele anseia que seu amigo receba a sua refeição, a Luz Superior deseja se espalhar ao receptor. E a Massach, que se choca com a Luz e a repele, se assemelha a resistência   e a rejeição do amigo em receber a refeição, uma vez que ele rejeita seu favor.

Nós encontramos aqui, que é precisamente a resistência e a rejeição que se tornaram os vasos apropriados para receber a refeição do amigo. Isto pode ser comparado à Ohr Chozêr que se eleva pelo choque da Massach, e a rejeição da Luz Superior, este Ohr Chozêr se torna um novo vaso de recepção para a Luz Superior, ao invés de Bechiná Dálet, que serviu como vaso de recepção antes do Tzimtzum Álef (Primeira Restrição).

Entretanto, isto foi colocado apenas nos Partzufim (plural de Partzuf) de Kedushá (santidade) de ABYA, não nos Partzufim das Klipót (cascas) e neste mundo, onde a própria Bechiná Dálet é considerada o vaso de recepção. Assim, elas são separadas da Luz Superior, já que a Diferença de Forma em Bechiná Dálet as separa. Por esta razão, as Klipót são consideradas más e mortas, pois elas são separadas da Vida das Vidas pelo desejo de receber dentro delas. Isto é mencionado acima no Item 13 (veja lá). Examine isto profundamente, pois é impossível explicar mais.

CINCO DISCERNIMENTOS NA MASSACH

17)         Até aqui esclarecemos os três fundamentos básicos na sabedoria. O primeiro é a Luz e o Kli, onde a Luz é uma extensão direta de Sua Essência e o Kli é o discernimento do desejo de receber, que está necessariamente incluído nessa Luz. Um sai do Emanador e se torna um ser emanado na medida desse desejo. Além disso, esse desejo de receber é considerado Malchut discernido na Luz  Superior. É por isto que é chamado Malchut, no segredo de “Ele e Seu Nome são Um”, pois Shemo (Seu Nome) em Guematria é Ratzon (Desejo).

A segunda questão é a esclarecimento das dez Sefirot e os quatro mundos ABYA, que são os quatro graus um abaixo do outro. O desejo de receber precisa se pendurar abaixo deles até que esteja completado – Kli e conteúdo.

A terceira questão é o Tzimtzum e a Massach colocados nesse vaso de recepção, que é Bechiná Dálet, em troca da qual, novos vasos de recepção foram feitos nas dez Sefirot, chamados Ohr Chozêr. Entenda e memorize estes três fundamentos e suas razões, tal como aparecem perante você, uma vez que sem eles não há compreensão de até mesmo uma simples palavra nesta sabedoria.

18)         Agora explicaremos os cinco discernimentos na Massach, pelos quais os níveis mudam durante o Zivug de Haka’á realizado com a Luz Superior. Primeiro, precisamos entender perfeitamente que embora se proibisse Bechiná Dálet de ser um vaso de recepção para as dez Sefirot após o Tzimtzum, e o Ohr Chozêr que se eleva da Massach através do Zivug de Haka’á tornou-se o vaso de recepção em seu lugar, ela ainda deve acompanhar o Ohr Chozêr com seu poder de recepção. Não fosse por isto, o Ohr Chozêr teria sido incapaz de ser um vaso de  recepção.

Você também deve entender que a partir da alegoria no item 15. Lá, nós demonstramos que a força de rejeitar e recusar a refeição tornou-se um vaso de recepção em vez de fome e apetite. Isto ocorre, porque a fome e o apetite, os vasos normais de recepção, foram proibidos de serem vasos de recepção neste caso, devido à vergonha e desgraça de receber um presente de um amigo. Somente as forças de rejeição e recusa se tornaram vasos de recepção em seu lugar, pois através da rejeição e recusa, recepção se tornou doação e através deles, adquiriu vasos de recepção adequados para receber a refeição de seu amigo.

Porém, não se pode dizer que ele não necessita mais dos vasos usuais de recepção, ou seja, a fome e o apetite, pois é claro que sem o apetite para comer, não será capaz de satisfazer o desejo de seu amigo e trazer a ele contentamento ao comer na sua casa. Mas o fato é que a fome e o apetite, que foram banidos em sua forma usual, agora se transformaram, pelas forças da rejeição e recusa, em uma nova forma – recepção a fim de doar. Assim, a humilhação se converteu em  dignidade.

Segue-se que os vasos normais de recepção ainda estão ativos como sempre, mas adquiriram uma nova forma. Você concluirá também, no que concerne a nossa questão, que é verdade que Bechiná Dálet foi proibida de ser um Kli para a recepção das dez Sefirot por causa de sua Aviut, ou seja, pela Diferença de Forma do Doador, que a separa do Doador. Porém, através da correção da Massach em Bechiná Dálet, que se choca com a Luz Superior e a repele, sua forma anterior, defeituosa, se transformou e adquiriu uma nova forma, chamada Ohr Chozêr, como a transformação da forma de recepção numa forma de  doação.

O conteúdo de sua forma inicial não mudou, ele ainda não come  sem apetite. Da mesma forma, toda a Aviut, que é a força de recepção na Bechiná Dálet, veio dentro do Ohr Chozêr, portanto o Ohr Chozêr torna-se adequado para ser um vaso de recepção.

Portanto, dois discernimentos sempre devem ser feitos na  Massach:

  1. Kashiut (dureza), que é a força dentro dela que rejeita a Luz Superior;
  2. Aviut, que é a medida do desejo de receber a partir de Bechiná Dálet incluida na Massach. Pelo Zivug de Haka’á através da força de Kashiut nele, sua Aviut torna-se Zakut (pureza), significando recepção transformada em doação.

Estas  duas  forças  na  Massach  agem  nos  cinco  discernimentos:  as quatro Bechinot CHÁB TUM e sua raiz, chamada Kéter.

19)         Já explicamos que os primeiros três discernimentos não são ainda considerados um Kli, mas somente Bechiná Dálet é considerada um Kli. Ainda assim, porque os três primeiros discernimentos são suas causas e induzem a conclusão de Bechiná Dálet, uma vez que Bechiná Dálet é concluída, quatro medidas são registradas em sua qualidade de recepção:

  • Bechiná Álef nela é a menor medida da qualidade de recepção;
  • Bechiná Bet é um pouco mais espessa (com mais Aviut) que Bechiná Álef em termos de sua qualidade de recepção.
  • Bechiná Guimel é mais espessa que Bechiná Bet na sua qualidade de recepção.
  • E finalmente, Bechiná Dálet é a mais espessa de todas e sua qualidade de recepção é perfeita em todos os sentidos.
  • Devemos também  discernir  que  a  raiz  das quatro  Bechinot  (plural de Bechiná), que é a mais pura de todas, também está incluída nela.

Estes são os cinco discernimentos da recepção contidos em Bechiná Dálet, que são chamados pelos nomes das dez Sefirot KACHÁB (Kéter-Chochmá-Biná) TUM (Tiféret-Malchut), incluídas em Bechiná Dálet, uma vez que as quatro fases são CHÁB TUM e, a raiz é chamada Kéter.

20)         Os cinco discernimentos de recepção em Bechiná Dálet são chamados pelos nomes das Sefirot KACHÁB TUM. Isto, porque antes do Tzimtzum, enquanto Bechiná Dálet ainda era o vaso de recepção para as dez Sefirot incluídas na Luz Superior através de “Ele é Um e Seu Nome Um”, uma vez que todos os mundos ali estão incluídos, seu vestir, nesse lugar, nas dez Sefirot, seguiu estas cinco Bechinot. Cada Bechiná das cinco Bechinot vestidas nela corresponde a Bechiná nas dez Sefirot na Luz Superior.

  • Bechiná Shóresh (Fase Raiz) em Bechiná Dálet vestiu a Luz de Kéter nas dez Sefirot;
  • Bechiná Álef em Bechiná Dálet vestiu a Luz de Chochmá nas dez Sefirot;
  • Bechiná Bet nela vestiu a Luz de Biná;
  • Bechiná Guimel nela vestiu a Luz de Tiféret;
  • E sua própria Bechiná vestiu a Luz de Malchut.

Portanto, mesmo agora, após a primeira restrição, quando Bechiná Dálet foi proibida de ser um vaso de recepção, os cinco discernimentos de Aviut nela são nomeados após as cinco Sefirot KACHÁB TUM.

21)         E você já sabe que em geral, a substância da Massach é chamada Kashiut, que significa algo muito duro, o qual não permite que nada empurre para dentro de suas fronteiras. Da mesma forma, a Massach não permite que nenhuma Luz Superior passe através dela e em Malchut, Bechiná Dálet. Portanto, é considerado que a Massach detem e repele a medida total de Luz que deveria vestiir o Kli  de Malchut.

Também ficou claro, que aquelas cinco Bechinot de Aviut em Bechiná Dálet estão incluídas e, vêm na Massach e juntam-se à sua medida de Kashiut. Assim, cinco tipos de Zivug de Haka’á são discernidos na Massach, correspondendo nele às cinco medidas de Aviut:

  • Um Zivug de Haka’á em um Massach completo, com todos os níveis de Aviut, elevam suficiente Ohr Chozêr para vestir todas as dez Sefirot, acima do nível de Kéter.
  • Um Zivug de Haka’á sobre um Massach em que falta o Aviut de Bechiná Dálet, e contém apenas Aviut de Bechiná Guimel, eleva suficiente Ohr Chozêr para vestir as dez Sefirot somente até o nível de Chochmá, faltando Kéter.
  • E se tem somente Aviut de Bechiná Bet, seu Ohr Chozêr diminui e é suficiente apenas para cobrir as dez Sefirot até o nível de Biná, faltando Kéter e Chochmá.
  • Se contiver apenas Aviut de Bechiná Álef, seu Ohr Chozêr diminui mais ainda e é suficiente apenas para cobrir até o nível de Tiféret, faltando KACHÁB.
  • E se também faltar Aviut de Bechiná Álef e, é deixado apenas Aviut de Bechiná Shóresh, seu golpe é muito fraco e é suficiente para vestir somente até o nível de Malchut, faltando as nove primeiras Sefirot que são KACHÁB e Tiféret.

22)         Portanto você vê como os cinco níveis das dez Sefirot emergem através dos cinco tipos do Zivug de Haka’á da Massach, aplicados nas suas cinco medidas de Aviut. E agora vou dizer-lhe a razão, poi se sabe que a Luz não é alcançada sem um Kli.

Também, você sabe que estas cinco medidas de Aviut vêm das cinco medidas de Aviut em Bechiná Dálet. Antes do Tzimtzum, existiam cinco Kelim em Bechiná Dálet vestindo as dez Sefirot KACHÁB TUM (item 18). Após o Tzimtzum Álef, elas foram incorporadas nas cinco medidas da Massach, que junto com o Ohr Chozêr elevam-se  e voltam a serem cinco Kelim, com respeito ao Ohr Chozêr nas dez Sefirot KACHÁB TUM, em vez de cinco Kelim em Bechiná Dálet, nela mesma, antes do Tzimtzum.

Consequentemente está claro que, se um Massach contém todos estes cinco níveis de Aviut, ele contém os cinco Kelim para vestir as dez Sefirot. Mas quando ele não contém todas as cinco medidas, uma vez que a Aviut de Bechiná Dálet está ausente nele, ele contém somente quatro Kelim. Portanto ele somente pode cobrir quatro Luzes: CHÁB TUM, mas falta uma Luz – A Luz de Kéter – justamente por lhe faltar um Kli – Aviut de Bechiná Dálet.

Da mesma forma, quando Bechiná Guimel também está ausente e a Massach contém apenas três medidas de Aviut, ou seja, somente até Bechiná Bet, ele contém somente três Kelim. Assim, ele pode vestir apenas três Luzes: Biná, Tiféret e Malchut. Neste estado, faltam duas Luzes, Kéter e Chochmá, tal como lhe faltam os dois Kelim, Bechiná Guimel e Bechiná Dálet.

E quando a Massach contém somente duas medidas de Aviut, que  são: Bechiná Shóresh e Bechiná Álef, ele contém somente Kelim. Portanto, ele veste apenas duas Luzes: a Luz de Tiféret e a Luz de Malchut. Assim o nível, não tem três Luzes KACHÁB, exatamente como lhe faltam três Kelim: Bechiná Bet, Bechiná Guimel, e Bechiná Dálet.

E, quando a Massach tem apenas um nível de Aviut, que é somente Bechiná Shóresh da Aviut, ele tem somente um Kli. Portanto, ele pode vestir apenas uma Luz:  a Luz de Malchut. Este nível não tem as quatro Luzes KACHÁB e Tiféret, tal como faltam quatro Kelim: Aviut de Bechiná Dálet, Bechiná Guimel, Bechiná Bet e Bechiná Álef.

Por esta razão, o nível de cada Partzuf precisamente depende da medida de Aviut na Massach. A Massach de Bechiná Dálet induz ao nível de Kéter, Bechiná Guimel induz ao nível de Chochmá, Bechiná Bet induz ao nível de Biná, Bechiná Álef induz ao nível de Tiféret e Bechiná Shóresh induz ao nível de  Malchut.

23)         Todavia, devemos ainda descobrir porque quando o Kli de Malchut – Bechiná Dálet – está faltando na Massach, lhe falta a Luz de Kéter e, quando o Kli de Tiféret está faltando, lhe falta a Luz de Chochmá, etc. Parece que isto deveria ter sido ao contrário, que quando o Kli de Malchut, Bechiná Dálet, está ausente na Massach, somente a Luz de Malchut estaria faltando no nível e, ele deveria ter as quatro luzes KACHÁB e Tiféret. Também, na ausência de dois Kelim, Bechiná Guimel e Bechiná Dálet, deveriam faltar as Luzes de Tiféret e Malchut e o nível deveria ter as três Luzes KACHÁB, etc.

24)         A resposta é que sempre há uma relação inversa entre Luzes e os vasos. Nos Kelim, os Mais Elevados crescem primeiro no Partzuf: primeiro Kéter, então o  Kli de Chochmá, etc. e o Kli de Malchut cresce por último. Este é o porquê de nomearmos os Kelim pela ordem KACHÁB TUM, de Cima para baixo, pois esta é a ordem do seu crescimento.

É o contrário com as Luzes. Nas Luzes, as Luzes inferiores são as primeiras a entrarem no Partzuf. Primeiro entra Néfesh, que é a Luz de Malchut, então Ruach, que é a Luz de ZA, etc. e a Luz de Yechidá é a última a entrar. Este é o porquê de nomearmos as Luzes pela ordem NARANCHAY26, de baixo para Cima, pois esta é a ordem que elas entram – de baixo para Cima.

Assim, quando somente um Kli cresceu no Partzuf, que é necessariamente o Kli mais Elevado – Kéter – a Luz de Yechidá, atribuída para aquele Kli, não entra no Partzuf, mas somente a menor das Luzes – A Luz de Néfesh. Assim, a Luz de Néfesh veste-se no Kli de Kéter.

E, quando dois Kelim crescem no Partzuf, que são os dois mais Elevados – Kéter e Chochmá – a Luz de Ruach também entra nele. Então, a Luz de Néfesh desce do Kli de Kéter para o Kli de Chochmá e a Luz de Ruach se veste no Kli de Kéter.

Da mesma forma, quando um terceiro Kli cresce no Partzuf – o Kli de Biná – a Luz de Neshamá entra nele. Então, a Luz de Néfesh desce do Kli de Chochmá para o Kli de Biná, a Luz de Ruach ao Kli de Chochmá e a Luz de Neshamá veste-se no Kli de Kéter.

E quando um quarto Kli cresce no Partzuf – o Kli de Tiféret – a Luz de Chaiá entra no Partzuf. Então, a Luz de Néfesh desce do Kli de Biná para o Kli de Tiféret, a Luz de Ruach para o Kli de Biná, a Luz de Neshamá para o Kli de Chochmá, e a Luz  de Chaiá para o Kli de Kéter.

E quando um quinto Kli cresce no Partzuf, o Kli de Malchut, a Luz de Yechidá entra nele. Então, todas as Luzes entram nos seus respectivos Kelim. A luz de Néfesh desce do Kli de Tiféret para o Kli de Malchut, a Luz de Ruach para o Kli de Tiféret, a Luz de Neshamá para o Kli de Biná, a Luz de Chaiá para o Kli de Chochmá e a Luz de Yechidá para o Kli de Kéter.

25)         Assim, desde que nem todos os cinco Kelim KACHÁB TUM cresceram no Partzuf, as Luzes não estão em seus lugares designados. Mais ainda, elas estão numa relação inversa: na ausência do Kli de Malchut, a Luz de Yechidá está ausente,   e quando dois Kelim, TUM, estão faltando, Yechidá e Chaiá lá estarão ausentes, etc. Isto é assim, porque nos Kelim, os mais Elevados surgem primeiro e, nas Luzes, as últimas são as primeiras a entrar.

Você também descobrirá que cada nova Luz que reentra veste-se apenas no Kli de Kéter. Isto é assim, porque o receptor precisa receber no seu Kli mais puro, o Kli de Kéter.

Por esta razão, após a recepção de cada nova Luz, as Luzes que já estão vestidas no Partzuf precisam descer um grau do seu lugar. Por exemplo, quando a  Luz de Ruach entra, a Luz de Néfesh precisa descer do Kli de Kéter para o Kli de Chochmá, para criar espaço no Kli de Kéter para receber a nova Luz, Ruach. Da mesma forma, se a nova Luz é Neshamá, também Ruach, necessita descer do Kli de Kéter para o Kli de Chochmá, para liberar seu lugar em Kéter para a nova Luz, Neshamá. Como resultado, Néfesh, que estava no Kli de Chochmá, precisa descer para o Kli de Biná, etc. Tudo isto é feito para criar espaço no Kli de Kéter para a nova Luz.

Mantenha esta regra em mente e você sempre será capaz de discernir em cada caso se está se referindo aos Kelim ou às Luzes. Então você não ficará confuso, porque sempre existirá uma relação inversa entre eles. Portanto, esclarecemos de forma completa a questão dos cinco discernimentos na Massach e, como através deles, os níveis mudam um abaixo do outro.

 

OS CINCO PARTZUFIM DE AK (ADAM KADMON)

26)         Portanto, esclarecemos completamente a questão da Massach que  foi colocado no Kli de Malchut – a Bechiná Dálet após ter sido restringida – e a questão dos cinco tipos de Zivug de Haka’á dentro dele, que produzem cinco níveis de dez Sefirot uma abaixo da outra. Agora explicaremos os cinco Partzufim de AK, que precedem os mundos de ABYA.

Você já sabe que este Ohr Chozêr, que se eleva através do Zivug de Haka’á de baixo para Cima e veste as dez Sefirot da Luz Superior, é suficiente apenas para as raízes dos Kelim, chamadas “dez Sefirot de Rosh (cabeça) do  Partzuf”. Para completar os Kelim, Malchut de Rosh expande daquelas dez Sefirot de Ohr Chozêr que vestiram  as dez Sefirot de Rosh e se espalham dela e, dentro dela, de Cima para baixo, na mesma medida que as dez Sefirot de Rosh. Este espalhamento completa os Kelim, chamados  “o Guf do Partzuf”. Portanto, devemos sempre distinguir dois discernimentos das dez Sefirot em cada Partzuf: Rosh e Guf.

27)         No início, o primeiro Partzuf de AK emergiu. Isto porque, imediatamente após Tzimtzum Álef, quando Bechiná Dálet foi proibida de ser um receptáculo para a Luz Superior e foi erigida com um Massach, a Luz Superior foi atraída para se vestir no Kli de Malchut, como antes. Todavia, a Massach no Kli de Malchut deteve e repeliu a Luz. Através desse choque na Massach de Bechiná Dálet, ele levantou Ohr Chozêr para o nível de Kéter na Luz Superior e este Ohr Chozêr tornou-se uma vestimenta e as raízes dos Kelim para as dez Sefirot na Luz Superior, chamadas “dez Sefirot de Rosh” do “primeiro Partzuf de AK”.

Posteriormente, Malchut com o Ohr Chozêr, se expandiu dela e dentro dela, pela força das dez Sefirot de Rosh em dez novas Sefirot de Cima para baixo. Isto completou os Kelim de Guf. Então, a completa medida que emergiu nas dez  Sefirot de Rosh também se vestiu nas dez Sefirot de Guf. Isto completou o primeiro Partzuf de AK, Rosh e Guf.

28)         Em seguida, o mesmo Zivug de Haka’á, repetiu-se na Massach erguido no Kli de Malchut, que tem apenas Aviut de Bechiná Guimel. E então, somente o nível   de Chochmá, em Rosh e em Guf, emergiu sobre ele, uma vez que a ausência da Massach em Aviut de Bechiná Dálet lhe causou ter apenas quatro Kelim, KACHÁB Tiféret. Portanto, o Ohr Chozêr tem espaço para cobrir somente quatro Luzes, CHANARAN (Chaiá, Neshamá, Ruach, Néfesh), faltando a Luz de Yechidá. Isto é chamado AB de AK.

Seguindo, o mesmo Zivug de Haka’á repetiu-se na Massach no Kli de Malchut que contém apenas Aviut de Bechiná Bet. Assim, dez Sefirot, de Rosh e Guf, no nível  de Biná emergiram nele. Isto é chamado Partzuf SAG de AK. Faltam-lhe os dois Kelim, ZA e Malchut e duas Luzes, Chaiá e Yechidá.

Depois o Zivug de Haka’á emergiu numa Massach que tem somente Aviut de Bechiná Álef. Portanto, dez Sefirot de Rosh e Guf, emergiram no nível de Tiféret, faltando três Kelim, Biná, ZA e Malchut e três Luzes, Neshamá, Chaiá e Yechidá. Ele tem somente as Luzes de Ruach e Néfesh, vestidas nos Kelim Kéter e Chochmá. Isso é chamado Partzuf MA e BON de AK. Lembre-se da relação inversa entre os Kelim e as Luzes (como mencionado no item 24).

29)         Assim, explicamos o surgimento dos cinco Partzufim de AK, chamados Galgálta, AB, SAG, MA, BON, um abaixo do outro. A cada inferior falta a Bechiná Mais Alta de seu superior. Assim, o Partzuf AB não tem a Luz de Yechidá, o Partzuf SAG não tem a Luz de Chaiá, tal como o seu superior, AB a tem. Partzuf MA e BON não têm a Luz de Neshamá, que o seu superior SAG,  tem.

Isto é assim, porque depende da medida de Aviut na Massach onde o Zivug  de Haka’á ocorre (item 18). Todavia, devemos entender quem e o que fez a Massach diminuir gradualmente sua Aviut, Bechiná por Bechiná, até que ele se dividiu em cinco níveis que existem nestes cinco tipos de Zivúgim (plural de Zivug – acoplamento).

 

A HIZDAKCHUT DA MASSACH DE ATZILUT DO PARTZUF

30)         Para entender a questão de concatenação dos graus pelos cinco níveis, um abaixo do outro, explicado anteriormente sobre os cinco Partzufim de AK, bem como em todos os graus que aparecem nos cinco Partzufim de cada mundo dos quatro mundos ABYA, através de Malchut de Assiá, precisamos entender completamente a questão da Hizdakchut (purificação) da Massach de Guf, implementada em cada um dos Partzufim de AK, o mundo de Nekudim e o mundo do Tikun (correção).

31)         O fato é que não há Partzuf, ou qualquer grau inteiro, que não contenha duas Luzes, chamadas Ohr Makif (Luz Circundante) e Ohr Pnimi (Luz Interna) e vamos explica-las em AK. O Ohr Makif do primeiro Partzuf de AK é a Luz de Ein Sóf, que preenche toda a realidade. Após Tzimtzum Álef e a Massach que foi erguido em Malchut, houve um Zivug de Haka’á da Luz de Ein Sóf naquele Massach. E usando o Ohr Chozêr que a Massach levantou, ele redesenhou a Luz Superior para o mundo, limitado na forma das dez Sefirot de Rosh e dez Sefirot de Guf (item  25).

 

Todavia esta extensão a partir de Ein Sóf no Partzuf AK não preenche toda a realidade, como antes do Tzimtzum. Ao invés, isto é discernido com um Rosh e um Sóf.

  • De Cima para baixo – sua Luz para no ponto deste mundo, a qual é a Malchut Mesayémet (Finalizadora), como no verso, “E Seus pés manter-se- ão… sob o Monte das Oliveiras”.
  • E do interior para o exterior, porque assim como existem dez Sefirot KACHÁB TUM de Cima para baixo, e Malchut conclui AK de baixo, existem dez Sefirot KACHÁB TUM do interior para o exterior, chamadas Môcha, Atzamot, Gidim, Bassar e Ohr. O Ohr é Malchut, a qual termina o Partzuf do lado de fora. A este respeito, Partzuf AK é considerado uma mera linha tênue comparada com Ein Sóf, o qual preenche toda a realidade. Isto é assim porque Partzuf Ohr a acaba e a limita de todos os lados, do exterior, e não pode expandir-se e preencher de forma completa o espaço restrito. Portanto somente uma linha tênue se mantém no meio do espaço.

E a medida de Luz recebida em AK, a linha tênue, é chamada de Ohr Pnimi. A diferença entre Ohr Pnimi em AK e a Luz de Ein Sóf antes do Tzimtzum é chamada de Ohr Makif, uma vez que ela se mantém como Ohr Makif em volta do Partzuf de AK, tal como ela não podia se vestir dentro do Partzuf.

32)         Isto esclarece minuciosamente o significado de Ohr Makif de AK, cuja imensidão é incomensurável. Todavia, isto não significa que Ein Sóf, que preenche toda a realidade, é em si própria considerada Ohr Makif de AK. Ao contrário, isto significa que um Zivug de Haka’á foi feito em Malchut do Rosh de AK, que Ein Sóf golpeou a Massach ali posicionada. Em outras palavras, ela quis revestir-se em Bechiná Dálet de AK, como antes da Tzimtzum, mas a Massach em Malchut de Rosh AK golpeou-

  1. Isto significa que ela deteve-a de se espalhar em Bechiná Dálet e a repeliu (item 14). Este Ohr Chozêr que emergiu do empurrão para trás da Luz tornou-se Kelim para também vestir a Luz Superior.

No entanto existe uma grande diferença entre a recepção em Bechiná Dálet antes do Tzimtzum e a recepção de Ohr Chozêr depois do Tzimtzum, como agora ela vestiu somente uma linha tênue no Rosh e Sóf. Isto é o que a Massach fez através de choque com a Luz Superior. E na medida em que foi rejeitada de AK pela Massach,   a medida completa da Luz Superior de Ein Sóf que queria revestir-se em Bechiná Dálet – se não tivesse sido pela Massach que a deteve – tornou-se Ohr Makif circundando AK.

A razão é que não existe mudança ou ausência na espiritualidade. E uma vez que a Luz de Ein Sóf é atraída para AK, para vestir-se em Bechiná Dálet, isto, portanto precisa ser assim.

Assim, embora a Massach agora a tenha a detido e repelido, isto não nega a extensão de Ein Sóf. Ao contrário, isto a sustenta, mas de uma maneira diferente, através da multiplicação de Zivúgim (plural de Zivug) nos cinco mundos de AK e ABYA, até o final da correção, quando Bechiná Dálet esta completamente corrigida através deles. Neste tempo, Ein Sóf se revestirá nela como no início.

Portanto, nenhuma mudança ou ausência foi efetivada lá pelo choque da Massach com a Luz Superior. Este é o significado sobre o que está escrito no Zohar, “O Zivug de Ein Sóf não desce até que lhe é dada seu par”. Enquanto isto, ou seja,  até aquele momento, é considerado que esta Luz de Ein Sóf tornou-se Ohr Makif, significando que ela se revestirá nela no futuro. Por ora, ela a circula e brilha sobre ela a partir do exterior com certa iluminação. Esta iluminação condiciona-a para expandir-se pelas leis certas que a trarão para receber este Ohr Makif na medida em que Ein Sóf foi inicialmente atraída para ela.

33)         Agora nós esclarecemos esta questão da Bitush (batida) de Ohr Pnimi e Ohr Makif uma contra a outra, a qual produz a Hizdakchut (purificação) da Massach   e a perda da última Bechiná de Aviut. Como estas duas luzes são opostas, todavia conectadas através da Massach em Malchut de Rosh de AK, elas batem e se chocam uma contra a outra.

Interpretação: O Zivug de Haka’á no Pê (boca) de Rosh de AK na Massach em Malchut de Rosh, chamada Pê, foi a razão para o revestimento de  Ohr Pnimi  de AK por Ohr Chozêr ela ergueu-se, e também a razão para a saída de Ohr Makif de AK. Porque ela deteve a Luz de Ein Sóf de vestir-se em Bechiná Dálet, a Luz saiu na forma de Ohr Makif.

Em outras palavras, aquela parte inteira de Luz que Ohr Chozêr não pode vestir, como Bechiná Dálet em si, saiu e tornou-se Ohr Makif. Portanto, a Massach no Pê é a razão de Ohr Makif, assim como ela é a razão para Ohr Pnimi.

34)         Nós aprendemos que ambas Ohr Pnimi e Ohr Makif estão conectadas na Massach, mas em ações opostas. E tal como a Massach se estende parte da Luz Superior dentro do Partzuf através de Ohr Chozêr que a veste, isto conduz Ohr Makif  a distanciar-se de revestir a Massach.

E já que parte da Luz que fica do lado de fora, pois Ohr Makif é muito larga, devido a Massach que a detém de vestir AK, isto é considerado que ela choca-se na Massach e a remove, uma vez que ela quer revestir dentro do Partzuf. Em contraste, isto é considerado que a força de Aviut e Kashiut na Massach choca-se com Ohr Makif, a qual quer cobrir dentro dela, e a detém, pois ela choca-se com a Luz Superior durante o Zivug. Estas batidas que Ohr Makif e Aviut na Massach batem-se uma na outra são chamadas de Bitush de Ohr Makif e Ohr Pnimi.

Todavia, esta Bitush entre elas ocorreu somente no Guf do Partzuf, uma vez que o cobrimento da Luz nos Kelim, o qual deixa Ohr Chozêr fora do Kli, ali é aparente. Entretanto, esta Bitush não se aplica para as dez Sefirot de Rosh, uma vez que Ohr Chozêr ali não é considerada Kelim, ou seja, o que for, mas como meras e finas raízes. Por esta razão, a Luz nelas não é relacionada como limitação de Ohr Pnimi, para o ponto de distinção entre esta e a Luz que permanece fora como Ohr Makif. E uma vez que esta distinção entre elas não existe, não há batida de Ohr Pnimi e Ohr Makif nas dez Sefirot de Rosh.

Somente uma vez que as Luzes se estendem do Pê para baixo das dez Sefirot  de Guf, onde as Luzes cobrem os Kelim, as quais são as dez Sefirot de Ohr Chozêr do  Pê abaixo, existe batida ali entre Ohr Pnimi dentro dos Kelim e Ohr Makif que permaneceu do lado de fora.

35)         A Bitush continuou até que Ohr Makif purificou a Massach de todos os seus Aviut e a elevou para sua Raiz Superior no Pê de Rosh. Isto significa que ela purificou todos Aviut de Cima para baixo, chamada Massach e Aviut de Guf, deixando-a com somente Shóresh (raiz) de Guf, a Massach de Malchut de Rosh, chamada de Pê. Em outras palavras, ela tinha sido purificada de seus Aviut inteiros de baixo para Cima que é o divisor entre Ohr Pnimi e Ohr Makif, deixando somente a Aviut de baixo para Cima, onde a distinção entre Ohr Pnimi e Ohr Makif ainda não ocorreu.

É sabido que a Similaridade de Forma junta espirituais em um. Portanto, uma vez que a Massach de Guf tenha sido purificada de todos Aviut de Guf, deixando nela somente Aviut que é igual a da Massach do Pê de Rosh, sua forma foi equalizada com a Massach de Rosh. Portanto, ela foi integrada e tornou-se literalmente uma com ela, uma vez que não havia nada para dividi-las em duas. Isto é considerado que a Massach de Guf subiu para o Pê de Rosh.

E uma vez que a Massach de Guf foi integrada na Massach de Rosh, ela se reincluiu no Zivug de Haka’á na Massach do Pê de Rosh, e um novo Zivug de Haka’á  foi feito com ela. Consequentemente, dez novas Sefirot, em um novo nível, emergiram nele, chamado AB de AK ou Partzuf Chochmá de AK. Isto é considerado “um filho”, um descendente do primeiro Partzuf de AK.

36)         E após Partzuf de AB de AK emergir, completo com Rosh e Guf, a Bitush de Ohr Makif e Ohr Pnimi se repetiu ali, também, assim como foi explicado acima no que concerne ao primeiro Partzuf de AK. Sua Massach de Guf foi purificada de todos os seus Aviut de Guf, também, até ela equalizar sua forma com sua Massach de Rosh e então ter sido incluída no Zivug em seu Pê de Rosh.

A seguir, um novo Zivug de Haka’á foi feito nele, produzindo um novo nível de dez Sefirot no nível de Biná, chamado SAG de AK. Isto é considerado o filho e um descendente do Partzuf AB de AK, uma vez que emergiu do seu Zivug no Pê de Rosh.  E os Partzufim de SAG de AK para baixo emergiram de maneira similar.

37)         Portanto nós explicamos o surgimento dos Partzufim um abaixo do outro pela força da Bitush de Ohr Makif e Ohr Pnimi, a qual purifica a Massach de Guf até que ela a traz de volta para o estado da Massach de Pê de Rosh. Neste tempo, ela é incluída ali no Zivug de Haka’á, o qual se desdobra no Pê de Rosh, e através deste Zivug emite um novo nível de dez Sefirot. Este novo nível é considerado o filho do Partzuf anterior.

Desta maneira, AB emergiu do Partzuf Kéter, SAG do Partzuf AB, MA do Partzuf SAG, e assim por diante com o resto dos degraus em Nekudim e ABYA. Todavia, nós ainda precisamos entender porque as dez Sefirot emergiram somente  em Bechiná Guimel, e não em Bechiná Dálet, e porque SAG somente em Bechiná Bet, etc., significando que cada um mais baixo é inferior ao seu superior por um degrau. Porque eles não emergiram um depois do outro no mesmo  nível?

38)         Primeiro, nós precisamos entender porque as dez Sefirot de AB são consideradas uma ramificação do primeiro Partzuf de AK, uma vez que ele emergiu do Zivug no Pê de Rosh do primeiro Partzuf, assim como as dez Sefirot do Guf do Partzuf nele mesmo. Portanto, de que maneira ele saiu do primeiro Partzuf, para ser considerado um segundo Partzuf e seu desdobramento?

Aqui você necessita entender a grande diferença entre a Massach de Rosh e a

Massach de Guf. Existem dois tipos de Malchut no Partzuf.

  1. A Malchut Mezavéguet (de Acoplamento) – com a Luz Superior – pela força da Massach erguida nela.
  2. A Malchut Mesayémet (Finalizadora) – a Luz Superior nas dez Sefirot do Guf – pela força da Massach erguida nela.

A diferença entre elas é tão grande quanto à diferença entre o Emanador e   o emanado. Malchut de Rosh, a qual se copula em um Zivug de Haka’á com a Luz Superior, é considerada “A Emanador do Guf”, uma vez que a Massach erguida nela não rejeitou a Luz Superior tal como ela chocou-se com a Massach. Ao contrário, através de Ohr Chozêr que ela levantou, ela vestiu e estendeu a Luz Superior na forma das dez Sefirot de Rosh. Portanto, ela expandiu de Cima para baixo, até que as dez Sefirot da Luz Superior cobriram no Kli de Ohr Chozêr,  chamado de Guf.

Por esta razão, a Massach e Malchut do Rosh são consideradas Emanadoras das dez Sefirot do Guf, e nenhuma limitação ou rejeição são visíveis naquela Massach e Malchut. Todavia, a Massach e Malchut de Guf, que é, após as dez Sefirot terem se expandido do Pê de Rosh do Acima para baixo, espalharam-se somente abaixo de Malchut naquelas dez Sefirot. Isto é porque a Luz Superior não pode espalhar-se dentro de Malchut. Por esta razão, o Partzuf para aqui, e o fim e a conclusão do Partzuf são feitas.

Portanto, todo o poder do Tzimtzum e limitação aparecem apenas nesta Massach e na Malchut do Guf. Por esta razão, toda a Bitush de Ohr Makif e Ohr Pnimi  é somente feita na Massach do Guf, pois isto é que limita e empurra Ohr Makif para longe e de brilhar no Partzuf. Isto não é assim na Massach de Rosh, uma vez que a Massach de Rosh somente estende e veste as Luzes, mas o poder de limitação é ainda completamente oculto nela.

39)         A isto se segue que pela força da Bitush de Ohr Makif e Ohr Pnimi, a Massach da última Malchut tornou-se a Massach e Malchut, e a Malchut Mezavéguet (de Acoplamento) mais uma vez (item 35). Isto é porque a Bitush de Ohr Makif purificou a última Massach de todo seu Aviut de Guf, deixando nela somente finas Reshimot (registros) daquela Aviut, igual à Aviut da Massach de Rosh.

É também conhecido que a Similaridade de Forma liga e une os espirituais um ao outro. Portanto uma vez que a Massach de Guf equalizou a forma do seu Aviut com a Massach de Rosh, ela foi imediatamente incluída e elas se tornaram como se fossem uma Massach. Neste estado, ela recebeu força para Zivug de Haka’á, como a Massach de Rosh, e as dez Sefirot do novo nível emergiram  nela.

Todavia, conjuntamente com este Zivug, as Reshimot de Aviut de Guf, as quais estavam nele (Aviut de Guf) desde o começo foram renovados na sua Massach de Guf. Naquele estado, a Diferença de Forma entre ela mesma e a Massach de Rosh inclui-se nela uma vez mais, para um extensão. O reconhecimento desta diferença separa e remove-a do Pê de Rosh do Superior, uma vez que após ela ter retornado e sua origem

– do Pê do Superior para baixo – tornou-se conhecida, ela não podia continuar a se manter acima do Pê do Superior, como a Diferença de Forma separa os espirituais um do outro. A isto se segue que ela foi compelida a declinar dali para o lugar do Pê do Superior para baixo.

Portanto, é necessariamente considerada a segunda entidade com respeito   ao Superior, assim como até o Rosh do novo nível é considerada meramente o corpo do novo nível, uma vez que ela se estende de sua Massach de Guf. Portanto, esta Diferença de Forma distingue-as em duas entidades separadas. E já que o novo nível é inteiramente um resultado da Massach de Guf do Partzuf anterior, ele é considerado um descendente, tal como um ramo que se estende dele.

40)         E existe outra diferença entre o inferior e o Superior: Cada inferior emerge na Massach com um nível diferente do de acima em relação as cinco Bechinot (item 22). Também, cada inferior não tem a Bechiná mais Elevada das Luzes do Superior e a Bechiná mais inferior dos Kelim do Superior. A razão é que esta é a natureza do Bitush de Ohr Makif na Massach para excluir a última Bechiná de sua Aviut.

Por exemplo, no primeiro Partzuf de AK, cuja Massach contém todos os cinco níveis de Aviut, descendo para Bechiná Dálet, o Bitush de Ohr Makif na Massach  de Guf purifica completamente a Aviut de Bechiná Dálet, não deixando sequer um Reshimô (singular de Reshimot) daquela Aviut. E somente as Reshimot de Aviut de Bechiná Guimel e Acima permanecem na Massach.

Portanto, quando a Massach está incluído no Rosh e recebe um Zivug de Haka’á na Aviut que permaneceu em seus Reshimot do Guf, o Zivug emerge somente em Bechiná Guimel de Aviut na Massach. Isto, porque a Reshimô de Aviut de Bechiná Dálet se foi dali. Portanto, o nível que emerge naquele Massach é somente no nível de Chochmá, chamado HaVaYaH de AB de AK, ou Partzuf AB  de AK.

Nós já aprendemos, no item 22, que o nível Chochmá que emerge na Massach de Bechiná Guimel não tem a Malchut de Kelim e o discernimento nas Luzes, da Luz  de Yechidá, que é a Luz de Kéter. Assim o Partzuf AB não tem o último discernimento dos Kelim do Superior e o Mais Alto discernimento das Luzes do Superior. E por causa desta grande disparidade de forma, o inferior é considerado um Partzuf separado do Superior.

41)         De modo semelhante, uma vez que o Partzuf AB expandiu-se no Rosh e Guf e lá havia o Bitush de Ohr Makif na Massach de Guf de AB, que é a Massach de Bechiná Guimel, este Bitush cancela e anula a Reshimô de Aviut da última Bechiná na Massach, que é Bechiná Guimel. Disto resulta que durante a ascensão da Massach para o Pê de Rosh e sua inclusão no Zivug de Haka’á, o golpe ocorreu somente na Aviut de Bechiná Bet que permaneceu nesse Massach, uma vez que Bechiná Guimel desapareceu dele. Por isso produz somente dez Sefirot no nível de Biná, chamadas HaVaYaH de SAG de AK, ou Partzuf SAG, faltando-lhe ZA e Malchut nos Kelim, e Chaiá e Yechidá nas Luzes.

Da mesma forma, quando este Partzuf SAG expandiu-se no Rosh e Guf, houve o Bitush de Ohr Makif no seu Massach de Guf, que é a Massach de Bechiná Bet. Este Bitush cancela e anula a última Bechiná de Aviut na Massach – Bechiná Bet – deixando apenas as Reshimot de Aviut da Bechiná Álef e Acima na  Massach.

Assim, durante a ascensão da Massach ao Pê de Rosh e a inclusão no Zivug de Haka’á ali, o golpe ocorreu somente na Massach de Bechiná Álef que permaneceu na Massach, já que Bechiná Bet já tinha desaparecido dela. Por esta razão, ela provoca somente dez Sefirot no nível de Tiféret, chamado “o nível de ZA”, faltando-lhe Biná, ZA, e Malchut nos Kelim, e da mesma forma nas Luzes, Neshamá, Chaiá e Yechidá, etc..

42)         Isto esclarece completamente a razão para o declínio dos níveis um abaixo do outro durante a concatenação dos Partzufim entre si. É porque o  Bitush dos Ohr Makif e Ohr Pnimi, aplicados em cada Partzuf, sempre cancela ali a última Bechiná da Reshimô de Aviut. Porém, devemos saber que existem dois discernimentos nas Reshimot que permanecem na Massach após sua Hizdakchut  (purificação):

  1. Reshimô de Aviut
  2. Reshimô de Hitlabshut (vestimenta)

Por exemplo, uma vez que a Massach de Guf do primeiro Partzuf em AK foi purificado, dissemos que a última Bechiná das Reshimot de Aviut, a Reshimô de Bechiná Dálet, foi perdido e que tudo o que restou na Massach foi a Reshimô de Aviut de Bechiná Guimel. Porém, embora a Reshimô de Bechiná Dálet contenha dois discernimentos, como já dissemos – Hitlabshut e Aviut – somente a Reshimô de Aviut de Bechiná Dálet havia desaparecido da Massach por aquela Hizdakchut. Mas a Reshimô de Hitlabshut de Bechiná Dálet permaneceu naquele Massach e não desapareceu dele.

Reshimô de Hitlabshut refere-se a uma Bechiná (discernimento) muito sutil da Reshimô de Bechiná Dálet, que não contém Aviut suficiente para o Zivug de Haka’á com a Luz Superior. Este Reshimô permanece a partir da última Bechiná em cada Partzuf durante sua Hizdakchut. E o que dissemos que a última Bechiná  desaparece  de cada Partzuf durante sua Hizdakchut refere-se nele somente aa Reshimô de Aviut.

43)         O resto das Reshimot de Hitlabshut da última Bechiná que ficaram em cada Massach provocaram a descoberta de dois níveis – masculino e feminino – nas cabeças de todos os Partzufim: começando em AB de AK, SAG de AK, MA e BON de AK e em todos os Partzufim de Atzilut. Isto, porque no Partzuf AB de AK, onde há somente Reshimô de Aviut de Bechiná Guimel na Massach, que provoca dez Sefirot no nível de Chochmá, a Reshimô de Hitlabshut de Bechiná Dálet, que permaneceu ali na Massach, não serve para Zivug com a Luz Superior, devido a sua pureza. Todavia, ele está incluido com a Aviut de Bechiná Guimel e torna-se um só Reshimô, no momento em que a Reshimô de Hitlabshut adquire a força para se acasalar com a Luz Superior. Por esta razão o Zivug de Haka’á com a Luz Superior emergiu nela, provocando dez Sefirot quase ao nível de Kéter.

Isto é assim, porque ela tinha Hitlabshut de Bechiná Dálet. Esta Hitkalelut (mistura/ integração) é chamada Hitkalelut do feminino ao masculino, uma vez que  a Reshimô de Aviut de Bechiná Guimel é chamado “feminino”, como ela carrega a Aviut. E a Reshimô de Hitlabshut de Bechiná Dálet é chamado “masculino” uma vez  que ele vem de um lugar mais Alto e porque ele é purificado da Aviut. Portanto, embora a Reshimô do masculino seja insuficiente para um Zivug de Haka’á em si mesmo, se torna adequado para um Zivug de Haka’á através da Hitkalelut do feminino nele.

44)         A partir daí, também existe Hitkalelut do masculino no feminino. Isto significa que a Reshimô de Hitlabshut está integrado na Reshimô de Aviut. Isto produz um Zivug de Haka’á somente no nível feminino, o nível de Bechiná Guimel, que é o nível de Chochmá, chamado HaVaYaH de AB. O Zivug Superior, quando o feminino está incluído  no masculino, é considerado o  nível  do masculino, que  está próximo ao nível de Kéter. E o Zivug inferior, quando o masculino está incluído no feminino, é considerado o nível feminino, que é somente o nível de  Chochmá.

Todavia, a Aviut no nível masculino não vem de si mesmo, mas por meio da Hitkalelut com o feminino. E embora seja suficiente para provocar o nível das dez Sefirot de baixo para Cima, chamado Rosh, este nível ainda não pode se espalhar de Cima para baixo na forma de um Guf, o que significaria a vestimenta das Luzes nos Kelim. Isto é assim, porque um Zivug de Haka’á na Aviut que vem de Hitkalelut é insuficiente para a expansão dos Kelim.

Assim, o nível masculino contém somente um discernimento de Rosh, sem um Guf. O Guf do Partzuf se estende somente do nível feminino, que tem sua própria Aviut. Por esta razão, nomeamos o Partzuf somente após o nível feminino, isto é, Partzuf AB. Isto é assim, porque a essência do Partzuf é o seu Guf – a vestimenta das Luzes nos Kelim. E isto emerge somente do nível feminino, como explicamos. É por isso que após ela o Partzuf é nomeado.

45)         E, como explicamos a respeito dos dois níveis – masculino e feminino – no Rosh do Partzuf AB, estes dois emergem precisamente da mesma maneira no Rosh de SAG. Mas ali, o nível masculino é próximo a Chochmá, uma vez que ele é da Reshimô de Hitlabshut de Bechiná Guimel na Hitkalelut de Aviut da Bechiná Bet. E o nível feminino está no nível de Biná, do Aviut de Bechiná Bet. E aqui, também o Partzuf é nomeado somente após o nível feminino, uma vez que o masculino é um Rosh sem um Guf.

Da mesma forma, no Partzuf MA de AK, o nível masculino está próximo ao nível de Biná, chamado “o nível de YESHSUT”, como ele é da Reshimô de Bechiná  Bet de Hitlabshut, com Hitkalelut de Aviut de Bechiná Álef, embora o nível feminino seja apenas o nível de ZA, pois é somente Bechiná Álef de Aviut. E aqui, também o Partzuf é chamado apenas após o feminino, isto é, Partzuf MA ou Partzuf VA”K, uma vez que o masculino é um Rosh sem um Guf. Você irá encontra-lo de modo semelhante em todos os Partzufim.

 

TA’AMIM, NEKUDOT, TAGIN, E OTIYOT.

46)         Agora esclarecemos o Bitush de Ohr Makif e Ohr Pnimi, ocorrendo após a expansão do Partzuf para um Guf. Isto causa a purificação da Massach de Guf, todas as Luzes do Guf partem e a Massach com as Reshimot que permanecem nele se elevam para o Pê de Rosh, onde são renovados com um novo Zivug de Haka’á e produzem nas Reshimot um novo nível na medida de Aviut. Agora explanaremos os quatro tipos de Luzes, TANTA (Ta’amim, Nekudot, Tagin, Otiyot), ocorrendo com o Bitush de Ohr Makif e as subidas da Massach para o Pê de Rosh.

47)         Foi explicado que através do Bitush de Ohr Makif na Massach de Guf, ele purifica a Massach de todas as Aviut de Guf até que seja purificado e se iguale aa Massach de Pê de Rosh. A equivalência de forma com o Pê de Rosh os une como um e isto é incluído nele no Zivug de Haka’á.

No entanto, a Massach não é purificada de uma vez, mas gradualmente, primeiro de Bechiná Dálet para Bechiná Guimel, então de Bechiná Guimel para Bechiná Bet, então de Bechiná Bet para Bechiná Álef e então de Bechiná Álef para Bechiná Shóresh. Finalmente, é purificado de todas as suas Aviut e torna-se tão puro como a Massach de Pê de Rosh.

Agora, a Luz Superior não para de brilhar nem por um momento e acopla-  se com a Massach em cada estágio de sua Hizdakchut. Isto porque, uma vez que foi purificado de Bechiná Dálet e, o nível de Kéter tenha sido inteiramente removido e,   a Massach tenha ido para a Aviut de Bechiná Guimel, a Luz Superior acopla-se aa Massach na Aviut remescente de Bechiná Guimel e produz dez Sefirot no nível de Chochmá.

Depois, quando a Massach se afasta de Bechiná Guimel e o nível de Chochmá também parte, deixando somente Bechiná Bet na Massach, a Luz Superior acopla-se com ele em Bechiná Bet e produz dez Sefirot no nível de Biná. Então, quando ele também foi purificado da Bechiná Bet e este nível partiu, deixando nele somente Aviut da Bechiná Álef, a Luz Superior acopla-se com a Massach na Aviut da Bechiná Álef remescente e, produz dez Sefirot no nível de ZA. E quando ele também foi purificado de Aviut de Bechiná Álef e o nível de ZA partiu, ele fica somente com o Shóresh (raiz) de Aviut.

Nesse estado, a Luz Superior faz um Zivug na Aviut Shóresh que permanece  na Massach e produz dez Sefirot no nível de Malchut. E quando a Massach também é purificado de Aviut Shóresh, o nível de Malchut também parte de lá, uma vez que nenhuma Aviut de Guf permanece ali. Naquele estado, se considera que a Massach e seus Reshimot elevaram-se e se uniram com a Massach de Rosh, tornaram-se ali incluídos em um Zivug de Haka’á e produziram dez novas Sefirot sobre ele, chamadas uma “criança” e uma “consequência” do primeiro Partzuf.

Portanto explicamos que o Bitush de Ohr Makif e Ohr Pnimi que purificam a Massach de Guf do primeiro Partzuf de AK e elevam-no para o seu Pê de Rosh, pelo qual o segundo Partzuf, AB de AK, emerge, ele não é feito de uma só vez. Ao contrário, isto ocorre gradualmente, uma vez que a Luz Superior acopla-se com ele em cada estado nos quatro graus que atravessa durante sua Hizdakchut, até que ele  se equalize com o Pê de Rosh.

E como isso foi explicado em relação à estimulação dos quatro níveis durante a Hizdakchut do Guf do primeiro Partzuf para o propósito de AB, três níveis emergem durante o período Hizdakchut da Massach de Guf do Partzuf AB, como ele emana Partzuf SAG e da mesma forma em todos os graus. A regra é esta: Um Massach não  se purifica de uma vez, mas gradualmente. E a Luz Superior, que não para de se espalhar para o inferior, acopla-se com este em cada grau ao longo da sua purificação.

48)         Todavia, estes níveis que emergem na Massach durante sua Hizdakchut gradual, não são considerados Hitpashtut dos graus reais, como o primeiro nível que emergiu antes do começo da Hizdakchut. Ao contrário, eles são  considerados Nekudot, e são chamados de Ohr Chozêr e Din (julgamento), uma vez que a força de Din da partida das Luzes está misturada nelas. Isto é assim, porque no primeiro Partzuf, tão logo o Bitush começou a ocorrer e, purificou a Massach de Guf de Bechiná Dálet, ele é considerado como tendo sido completamente purificado, pois não existe “mais ou menos” no espiritual.

E já que ele começou a se purificar, tinha que se purificar completamente. Todavia, uma vez que a Massach se purifica gradualmente, existe tempo para que a Luz Superior acople-se com ele em cada grau de Aviut que a Massach assume durante sua Hizdakchut, até que esteja completamente purificado. Assim, a força de partida  se mistura com os níveis que emergem durante sua partida e elas são consideradas apenas Nekudot, Ohr Chozêr e Din.

É por isto que discernimos dois tipos de níveis em cada Partzuf: Taamin e Nekudot. Isto é assim porque as primeiras dez Sefirot de Guf que emergem em cada Partzuf são chamadas Ta’amim e os níveis que emergem no Partzuf na medida em que se purifica, após a Massach já tinham começado a se purificar até que alcancem Pê de Rosh são chamadas Nekudot.

49)         As Reshimot que permanecem abaixo, no Guf, após a partida das Luzes de Ta’amim, são chamados Tagin e as Reshimot que permanecem dos níveis de Nekudot são chamados Otiyot, que são Kelim. Também os Tagin, que são as Reshimot das Luzes de Ta’amim, pairam sobre as Otiyot e os Kelim e os sustentam.

Assim, aprendemos os quatro tipos de Luzes, chamadas Ta’amim, Nekudot, Tagin, Otiyot. O primeiro nível a emergir em cada Partzuf dos cinco Partzufim chamados Galgálta, AB, SAG, MA e BON é chamado Ta’amim. Os níveis que emergem em cada Partzuf uma vez que ele começou a se purificar, até que esteja completamente purificado, são chamados de Nekudot. As Reshimot  que permaneceram das Luzes de Ta’amim em cada nível, após sua partida são chamados de Tagin e as Reshimot que permanecem das Luzes dos níveis de Nekudot após suas partidas são chamados de Otiyot ou Kelim. Lembre-se que em todos os cinco Partzufim chamados Galgálta, AB, SAG, MA e BON, para todos eles há Hizdakchut e todos eles têm estes quatro tipos de Luzes.

O ROSH, TOCH, SÓF EM CADA PARTZUF E A ORDEM DE HITLABSHUT DOS PARTZUFIM UM NO OUTRO.

50)         Você já sabe a diferença entre as duas Malchuyot em cada Partzuf – a Malchut Mezavéguet (de Acoplamento) e a Malchut Mesayémet (Finalizadora). Dez Sefirot de Ohr Chozêr emergem da Massach na Malchut Mezavéguet (de Acoplamento), vestindo as dez Sefirot da Luz Superior, chamadas “dez Sefirot de Rosh”, ou seja, somente raízes.

Daí para baixo, as dez Sefirot de Guf do Partzuf se expandem na forma de Hitlabshut (vestimenta) das Luzes nos Kelim completos.

Estas dez Sefirot de Guf são divididas em dois discernimentos de dez Sefirot: dez Sefirot de Toch (interiores) e dez Sefirot de Sóf (final/conclusão). A posição das dez Sefirot de Toch é do Pê ao Tabúr (umbigo), o lugar da vestimenta das Luzes nos Kelim. As dez Sefirot do final do Partzuf estão posicionadas do Tabúr para baixo para o Siúm Raglin (fim das pernas/pés).

Isto significa que Malchut termina cada Sefirá até que ele chegue a sua própria posição, que é incapaz para receber qualquer Luz, por isso ai termina o Partzuf. Esta interrupção é chamada de “o fim dos Etzbaot Raglin (dedos dos pés) do Partzuf” e dai para baixo, é um espaço vazio, um vazio sem Luz.

Saiba que estes dois tipos de dez Sefirot se estendem das dez Sefirot raiz, chamadas Rosh, uma vez que ambas estão incluídas na Malchut Mezavéguet (de Acoplamento). Isto é assim porque ali existe a força das vestes – Ohr Chozêr que se eleva e reveste a Luz Superior. Existe também a força de detenção da Massach sobre Malchut por isso ela não recebe a Luz pela qual o Zivug de Haka’á que eleva Ohr Chozêr foi feito. No Rosh estas duas forças são apenas raízes.

Todavia, quando elas se expandem de Cima para baixo, a primeira força, que é uma força de vestimenta, é executada nas dez Sefirot de Toch, do Pê para baixo, até  o Tabúr. E, a segunda força, que detém Malchut de receber Luz, é executada nas dez Sefirot de Sóf e Siúm, do Tabúr para baixo, para o final dos Etzbaot Raglin.

Estes dois tipos de dez Sefirot são sempre chamados CHAGAT NEHY”M. Todas as dez Sefirot de Toch, do Pê ao Tabúr, são chamadas de CHAGAT, e todas as dez Sefirot de Sóf do Tabúr para baixo são chamadas de  NEHY”M.

51)         Devemos também saber que a questão do Tzimtzum foi somente em Ohr Chochmá, cujo Kli é o desejo de receber que acaba em Bechiná Dálet, onde ocorreram o Tzimtzum e a Massach. Todavia, ali não existia nenhum Tzimtzum sobre Ohr de Chassadim, uma vez que seu Kli é o desejo de doar, no qual não existem Aviut e disparidade de forma do Emanador e não necessita  quaisquer correções.

Portanto, nas dez Sefirot da Luz Superior estas duas Luzes, Chochmá e Chassadim, estão conectadas juntas sem nenhuma diferença entre elas, uma vez que são uma Luz que se expande de acordo com sua qualidade. Por esta razão, quando elas vêm para vestir nos Kelim após o Tzimtzum, o Ohr Chassadim (Luz da Misericórdia) também se detém em Malchut embora ela não seja restringida. Isto é assim, porque se Ohr Chassadim se expandisse no lugar onde Ohr Chochmá (Luz da Sabedoria) não pudesse se expandir nem em pequena quantidade – a Malchut Mesayémet (Finalizadora) – existiria uma quebra na Luz Superior, pois o Ohr Chassadim teria de ser completamente separado de Ohr Chochmá. Assim, a Malchut Mesayémet  (Finalizadora) tornou-se um  espaço  vazio, desprovida até mesmo de Ohr Chassadim.

52)         Agora, podemos entender o conteúdo das dez Sefirot de Sóf do Partzuf do Tabúr para baixo. Não se pode dizer que elas são consideradas somente Ohr Chassadim, sem nenhuma Chochmá, uma vez que Ohr Chassadim nunca está completamente separada de Ohr Chochmá. Ao contrário, também é necessária uma pequena iluminação de Ohr Chochmá nelas. Você deve saber que sempre chamamos esta pequena iluminação “VA”K sem um Rosh”. Portanto, os três discernimentos das dez Sefirot no Partzuf chamados Rosh, Toch e Sóf foram  explicados.

53)         E agora explicaremos a ordem de vestimenta dos Partzufim Galgálta, AB  e SAG de AK um sobre o outro. Saiba que cada inferior emerge da Massach de Guf do Superior, uma vez que foi purificado e equalizou sua forma com a Malchut e a Massach no Rosh. Isto é assim porque então ele está incluído na Massach no Rosh, no Zivug de Haka’á que ocorre nele.

E uma vez que ele sofre o Zivug de Haka’á nos dois Reshimot – Aviut e Hitlabshut – que permanecem na Massach de Guf, sua Aviut é reconhecida como Aviut de Guf. Através deste reconhecimento, é discernido que o nível emerge do Rosh do primeiro Partzuf de AK, desce e veste seu Guf, ou seja, na sua raiz, uma vez que ela é da Massach de Guf.

Certamente, a Massach com a Malchut Mezavéguet (de Acoplamento) do novo Partzuf teve que descer para o lugar do Tabúr do primeiro Partzuf, uma vez que a Massach de Guf com a Malchut Mesayémet (Finalizadora) do primeiro Partzuf começa ali. Também, a raiz do novo Partzuf e seu controle está lá. Todavia, a última Bechiná de Aviut desapareceu da Massach pelo Bitush de Ohr Pnimi e Ohr Makif (item 40) e somente Aviut de Bechiná Guimel ficou na Massach. Esta Bechiná Guimel de Aviut é chamada Chazê (peito). Por esta razão, a Massach e a Malchut Mezavéguet (de Acoplamento) do novo Partzuf não tem poder e raiz no Tabúr do Superior, mas somente no seu Chazê, onde está ligado tal como um ramo a sua raiz.

54)         Portanto, a Massach do novo Partzuf desce para o lugar do Chazê do primeiro Partzuf, onde provoca dez Sefirot de Rosh desta e acima através de um Zivug de Haka’á com a Luz Superior, até o Pê do Superior – Malchut de Rosh do primeiro Partzuf. Mas o inferior não pode de modo algum vestir as dez Sefirot de Rosh do Partzuf Superior, já que este é considerado meramente a Massach de Guf do Superior. Posteriormente, ele gera dez Sefirot de Cima para baixo, chamadas “dez Sefirot de Guf” no Toch e Sóf do inferior.

O lugar deles está somente abaixo do Chazê do Partzuf Superior para o seu Tabúr, uma vez que do Tabúr para baixo é o lugar das dez Sefirot do Siúm do Superior, sendo Bechiná Dálet. O inferior não tem poder algum sobre a última Bechiná do Superior, uma vez que ele o perdeu durante sua Hizdakchut (refinamento) (item 40). Por esta razão, o Partzuf inferior, chamado Partzuf Chochmá de AK, ou Partzuf AB de AK, deve terminar acima do Tabúr do primeiro Partzuf de  AK.

Assim, foi completamente esclarecido que cada Rosh, Toch, Sóf do Partzuf AB de AK, que é o inferior do primeiro Partzuf de AK, se mantém do lugar abaixo do Pê do primeiro Partzuf descendo ao seu Tabúr. Assim, o Chazê do primeiro Partzuf é o lugar do Pê do Rosh do Partzuf AB, a Malchut Mezavéguet (de Acoplamento) e o Tabúr do primeiro Partzuf são o lugar do Siúm Raglin do Partzuf AB, isto é, a Malchut Mesayémet (Finalizadora).

55)         Tal como já foi explicado em relação à ordem do surgimento do Partzuf AB desde o primeiro Partzuf de AK, é a mesma em todos os Partzufim, até o fim do mundo de Assiá. Cada inferior emerge da Massach de Guf do seu Superior, após ele ter sido purificado e incluído ali na Massach de Malchut de Rosh do Superior no Zivug de Haka’á.

Depois, ele sai dali para seu ponto de fixação no Guf do Superior e provoca em seu lugar, as dez Sefirot de Rosh de baixo para Cima, através de um Zivug de Haka’á com a Luz Superior. Também ela se expande de Cima para baixo dentro das dez Sefirot de Guf em Toch e Sóf, com foi explicado no Partzuf AB de AK. Todavia, existem diferenças em relação ao final do Partzuf, tal como está escrito em outro lugar.

TZIMTZUM BET, CHAMADA DE TZIMTZUM NEHY DE AK.

56)         Assim, explicamos completamente a questão do Tzimtzum Álef (a primeira restrição) realizada no Kli de Malchut – Bechiná Dálet – para ela não receber a Luz Superior dentro dela. Também explicamos a questão da Massach e seu Zivug de Haka’á com a Luz Superior, que eleva Ohr Chozêr. Estes Ohr Chozêr tornam-se novos vasos de recepção ao invés de Bechiná Dálet.

Também explicamos a Hizdakchut da Massach de Guf, feita nos Gufim (plural de Guf) de cada Partzuf pelo Bitush de Ohr Makif e Ohr Pnimi, que produz os quatro discernimentos TANTA do Guf de cada Partzuf e eleva a Massach de Guf a ser considerado a Massach de Rosh. Isto o qualifica para um Zivug de Haka’á com a Luz Superior, no qual outro Partzuf nasce em um grau abaixo do Partzuf anterior. Finalmente explicamos o surgimento dos três primeiros Partzufim de AK, chamados Galgálta, AB, SAG e a ordem de como se vestem um no  outro.

57)         Saiba que nestes três Partzufim, Galgálta, AB e SAG de AK não há sequer uma raiz para os quatro mundos ABYA, uma vez que aqui, não há sequer espaço para os três mundos de BYA. Isto, porque o Partzuf interno de AK estendeu para baixo para o ponto deste mundo e, a raiz da correção desejável, que foi a causa para o Tzimtzum, não foi revelada. Isto é assim, porque a propósito do Tzimtzum que se desdobrou em Bechiná Dálet era para corrigi-la, de forma que não existiria disparidade de forma dentro dela, uma vez que ela recebe a Luz Superior (item 14).

Em outras palavras, para criar o Guf de Adam daquela Bechiná Dálet, tornará  a força de recepção em Bechiná Dálet para ser com a finalidade de doar, através de seu engajamento em Torá e Mitzvot a fim de dar contentamento ao seu Fazedor. Por isto, ele equalizará a forma de recepção em doação completa e este seria o fim da correção, já que isto traria Bechiná Dálet de volta para ser um vaso  de recepção  da Luz Superior, estando em completa Dvekút (adesão) com a Luz, sem nenhuma disparidade de forma.

Todavia, até aqui, a raiz desta correção não foi revelada, pois isto requer que o homem (Adam) seja incluído com as Bechinot superiores, acima de Bechiná Dálet,  de modo a estar apto para executar boas ações de doação. E se Adam tivesse abandonado o estado dos Partzufim de AK, ele teria ficado completamente no estado de espaço vazio. Isto, porque então a Bechiná Dálet inteira, que deve ser a raiz do Guf de Adam, estaria abaixo dos Raglaim (pés) de AK, na forma de um espaço vazio e escuro, como seria de forma oposta da Luz Superior. Portanto, ele seria considerado separado e morto.

E, se Adam tivesse sido criado a partir disso, não teria sido capaz de corrigir suas ações, quaisquer que fossem, uma vez que não existiriam centelhas de doação nele. Ele seria considerado um animal que não tem nada da forma de doação e cuja vida seria apenas para si próprio. Isto seria como os ímpios que estão imersos no desejo de auto recepção, “e até mesmo a generosidade que eles fazem, a fazem para  si próprios”. É dito a respeito deles, “os perversos – durante suas vidas são chamados ‘mortos’, já que estão em oposição de forma da Vida das  Vidas”.

58)         Este é o significado das palavras dos nossos sábios: “No princípio, Ele contemplou criar o mundo com a qualidade de Din (julgamento). Ele viu que o mundo não existe e precedeu a qualidade de Rachamim (misericórdia) e associou-a com a qualidade de Din (Bereshit Raba, 12). Isto significa que cada “primeiro” e “próximo” na espiritualidade refere-se à causa e  consequência.

É por isso que está escrito que a primeira razão para os mundos, isto é os Partzufim de AK, emanados antes de todos os mundos, foram emanados na qualidade de Din, isto é, apenas em Malchut, chamada Midat haDin (qualidade de julgamento). Isto se refere à Bechiná Dálet que foi restringida e partiu como um espaço vazio e a conclusão dos Raglaim de AK, isto é, o ponto deste mundo, abaixo do Siúm dos Raglaim de AK, na forma de espaço vazio desprovido de qualquer Luz.

“Ele viu que o mundo não existe” isto é, que deste modo, ele era impossível para Adam, que seria criado desta Bechiná Dálet, para adquirir atos de doação então, o mundo seria corrigido na quantidade desejada por ele. Isto é porque ele “associou a qualidade Rachamim com a qualidade de Din”.

Explicação: A Sefirá (singular de Sefirot) Biná é chamada Midat haRachamim (qualidade da misericórdia) e a Sefirá Malchut é chamada Midat haDin, uma vez que  o Tzimtzum foi feito nela. O Emanador elevou Midat haDin, que é a força concludente feita na Sefirá Malchut e a elevou para Biná – Midat haRachamim. Ele as associou uma com a outra e, através desta associação, Bechiná Dálet – Midat haDin – foi incorporada com as centelhas de doação no Kli de  Biná.

Isto permitiu que o Guf de Adam, que emergiu de Bechiná Dálet, integrar-se também com a qualidade de doação. Assim, ele será capaz de executar boas ações com a intenção de dar contentamento ao seu Fazedor, até que ele transforme a qualidade de recepção nele para ser inteiramente com a intenção de doar. Assim, o mundo alcançará a correção desejada pela criação do mundo.

59)         Esta associação de Malchut em Biná ocorreu no Partzuf SAG de AK e estimulou um segundo Tzimtzum nos mundos, de si próprio para baixo. Isto, porque um novo Siúm na Luz Superior foi feito sobre ele, isto é, no lugar de Biná. Segue-se que a Malchut Mesayémet (Finalizadora) que permaneceu no Siúm Raglaim de SAG de AK, acima do ponto deste mundo, elevou-se e finalizou a Luz Superior na metade  de Biná de Guf de SAG de AK, chamada Tiféret, uma vez que KACHÁB de Guf é chamada CHAGAT. Assim, Tiféret é Biná de Guf.

Também, a Malchut Mezavéguet (de Acoplamento) que permaneceu no Pê de Rosh de SAG de AK, subiu para o lugar de Nikvey Eynaim (pupilas) de AK, que é metade de Biná de Rosh. Então, foi feito ali um Zivug para MA de AK, em Nikvey Eynaim, chamado “o mundo de Nekudim”.

60)         Isto também é chamado Tzimtzum NEHY de AK. Isto, porque SAG de AK, que acabou de igual maneira com Partzuf Galgálta de AK, acima do ponto deste mundo, acaba acima do Tabúr do AK interior através da associação e ascensão de Malchut para o lugar de Biná, na metade de Tiféret, que é metade de Biná de Guf de AK interior. Isto é assim, porque a Malchut final, subiu para aquele lugar e deteve a Luz Superior de se espalhar dali para baixo.

Por esta razão, um espaço vazio foi feito ali, desprovido de Luz. Assim, TNEHY (Tiféret, Netzach, Hod, Yessód) de SAG tornaram-se restritas e desprovidas da Luz Superior. É por isto que Tzimtzum Bet (segunda restrição) é chamado Tzimtzum NEHY de AK, uma vez que através do novo Siúm no lugar do Tabúr, NEHY de SAG de AK foram esvaziados de suas Luzes.

Também se considera que ACHÁP de Rosh de SAG afastou o grau de Rosh de SAG e se tornou seu Guf, uma vez que a Malchut Mezavéguet (de Acoplamento) subiu para Nikvey Eynaim e as dez Sefirot de Rosh emergiram da Massach em Nikvey Eynaim   e Acima. Também, de Nikvey Eynaim para baixo, ele é considerado o Guf do Partzuf, uma vez que ele pode somente receber iluminação de Nikvey Eynaim e abaixo, que é considerado Guf.

O nível destas dez Sefirot que emergiram em Nikvey Eynaim de SAG de AK são as dez Sefirot chamadas “o mundo de Nekudim”. Elas desceram a partir de Nikvey Eynaim de SAG para seu lugar abaixo do Tabúr do AK interior, onde se expandiram com Rosh e Guf. Saiba que este novo Siúm, feito no lugar de Biná de Guf, é chamado Parsá. Também, existe internalidade e externalidade aqui e, somente as dez Sefirot externas são chamadas “o mundo de Nekudim”, enquanto as dez Sefirot internas são chamadas MA e BON de AK em si.

61)         Todavia, devemos entender que uma vez que as dez Sefirot de Nekudim e MA de AK foram emanadas e emergiram de Nikvey Eynaim de Rosh de SAG, deveriam ter vestido SAG de seu Pê de Rosh e abaixo, tal como os outros Partzufim, onde cada inferior veste seu superior, de Pê de Rosh para baixo. Porque não foi assim? Porque desceram e vestiram o lugar abaixo do Tabúr de AK? Para compreendermos isto, precisamos entender completamente como esta associação ocorreu, quando Biná e Malchut estavam conectadas em unidade.

62)         A questão é que durante o emergir do Partzuf SAG, ele acabou inteiramente acima do Tabúr do AK interior, como foi explicado sobre Partzuf AB de AK. Elas não puderam se espalhar do Tabúr para baixo, já que o governo de Bechiná Dálet do AK interior começa ali, em suas dez Sefirot de Siúm e não há nada de Bechiná Dálet ou o que quer que seja nos Partzufim AB e SAG (item 54).

Todavia, quando Nekudot de SAG de AK começaram a emergir, após a Massach de SAG, que é Bechiná Dálet de Aviut, foram purificados através do Bitush de Ohr Makif neles, e vieram para Bechiná Bet de Hitlabshut e Bechiná Álef de Aviut, os Taamin de SAG partiram. Então, o nível de Nekudot surgiu na Aviut que permaneceu na Massach, em VA”K sem um Rosh.

Isto é assim, porque as dez Sefirot que emergem na Bechiná Álef de Aviut são  o nível de ZA, faltando GAR. Também, não há Biná no nível masculino, que é Bechiná Bet de Hitlabshut, mas somente próximo a isso. Isto é considerado VA”K de Biná.

Assim, esta forma do nível de Nekudot de SAG foi equalizada com as dez Sefirot de Siúm abaixo do Tabúr de AK, também considerado VA”K sem um Rosh (item 52). É sabido que a equivalência de forma une os espirituais em um. Assim, este nível posteriormente desceu abaixo do Tabúr de AK e lá se misturou com ZO”N de AK, onde eram como um, uma vez que são de níveis iguais.

63)         Podemos nos surpreender com o fato que existe ainda uma grande distância entre eles a respeito de suas Aviut, uma vez que Nekudot de SAG vem da Aviut de Bechiná Bet e não têm nada de Bechiná Dálet. E, embora seja o nível de ZA, não é como no nível de ZA abaixo do Tabúr de AK, que é ZA de Bechiná Dálet. Portanto, existe uma grande diferença entre eles.

A resposta é que a Aviut não é aparente no Partzuf durante a vestimenta da Luz, mas somente após a partida da Luz. Assim, quando Partzuf Nekudot de SAG apareceu no nível de ZA, desceu e vestiu no nível de ZO”N do Tabúr de AK para baixo, Bechiná Bet foi misturada com Bechiná Dálet e causou o Tzimtzum Bet. Isto criou um novo Siúm no lugar de Biná de Guf daquele Partzuf, bem como solicitou uma mudança no lugar do Zivug, fazendo-o o Pê de Rosh, ao invés de Nikvey Eynaim.

64)         Assim, você acha que a origem da associação de Malchut em Biná, chamado Tzimtzum Bet, ocorreu somente abaixo do Tabúr de AK, pela expansão naquele lugar do Partzuf Nekudot de SAG. Logo, este nível de dez Sefirot de Nekudim, que vem de Tzimtzum Bet, não poderia se espalhar acima do Tabúr de AK, uma vez que não existem força e governo que possam aparecer acima de sua fonte. E desde que o lugar onde Tzimtzum Bet foi criado, foi do Tabúr para baixo, o nível de Nekudim também teve que expandir ali.

 

O  LUGAR  PARA  OS  QUATRO  MUNDOS  ABYA,  E  A  PARSÁ  ENTRE ATZILUT E BYA.

65)         Assim, aprendemos que Tzimtzum Bet ocorreu somente no Partzuf Nekudot de SAG, posicionado do Tabúr de AK para baixo, através do seu Siúm Raglim, ou seja, acima do ponto deste mundo. Saiba que todas as mudanças que se seguiram após a segunda restrição vieram somente naquele Partzuf Nekudot de SAG, e não Acima dele.

Quando dissemos que Acima, através da ascensão de Malchut para a metade de Tiféret de AK, onde ela terminou o Partzuf, a metade inferior de Tiféret e NEHY”M de AK saiu na forma de espaço vazio, isso não ocorreu no próprio TNEHY de AK, mas somente em TNEHY do Partzuf Nekudot de SAG de AK. Todavia, estas mudanças são consideradas uma mera elevação do MA”N no próprio AK. Em outras palavras, ele vestiu-se nestas mudanças para emanar as dez Sefirot de Nekudim, elas mesmas, embora nenhuma mudança tenha sido estimulada no próprio  AK.

66)         E tão logo o Tzimtzum ocorreu, durante a ascensão de Malchut para Biná, até mesmo antes da elevação de MA”N e o Zivug que foi feito em Nikvey Eynaim de AK, isto causou ao Partzuf Nekudot de SAG de AK dividir-se em quatro partes:

  1. KACHÁB CHAGAT acima de seu Chazê são consideradas o lugar de Atzilut;
  1. Os dois terços inferiores de Tiféret, do Chazê para baixo até o Siúm de Tiféret tornaram-se o lugar do mundo de Briá;
  1. Suas três Sefirot, NEHY, tornaram-se o lugar do mundo de Yetzirah;
  2. A Malchut nele, se tornou o lugar do mundo de Assiá;

67)         A razão para isto é que o lugar do mundo de Atzilut significa o lugar merecedor da expansão da Luz Superior. E porque a ascensão da última Malchut para o lugar de Biná de Guf, chamado Tiféret, o Partzuf acaba ali e a Luz não pode atravessar dali para baixo. Assim, o lugar de Atzilut acaba ali, na metade de Tiféret, no Chazê.

E você já sabe que este novo Siúm, feito aqui, é chamado “A Parsá abaixo do mundo de Atzilut”. E existem três divisões nas Sefirot abaixo da Parsá. Isto, porque  na verdade, apenas duas Sefirot, ZO”N de Guf, chamadas NEHY”M, precisavam surgir abaixo de Atzilut. Isto é assim, porque uma vez que o Siúm foi feito em Biná de Guf, que é Tiféret, somente as ZO”N abaixo de Tiféret estão abaixo do Siúm e não Tiféret, embora metade de Tiféret inferior, também tenha saído para baixo do Siúm.

A razão é que Biná de Guf também consiste de dez Sefirot KACHÁB ZO”N. E uma vez que estes ZO”N de Biná são as raízes das ZO”N de Guf includentes, que foram incluídos em Biná, eles são considerados como eles. Portanto, também ZO”N de Biná saiu abaixo da Parsá de Atzilut, junto com as ZO”N inclusivas. Por esta razão, a Sefirá Tiféret foi quebrada através dele no lugar do Chazê, uma vez que Malchut que subiu para Biná está ali e traz a tona as ZO”N de Biná, isto é, os dois terços de Tiféret do Chazê para baixo, para seu Siúm.

Todavia, existe ainda uma diferença entre os dois terços de Tiféret e NEHY”M uma vez que os dois terços de Tiféret verdadeiramente pertencem a Biná de Guf e nunca emergiram abaixo do Siúm de Atzilut por causa delas mesmas, mas só porque elas eram as raízes de ZO”N. Portanto, suas falhas não eram tão grandes, uma vez que não saíram por causa delas mesmas. Portanto, se tornaram separadas de NEHY”M e se tornaram um mundo em e delas mesmas, chamado de “o mundo de Briá”.

68)         Também ZO”N de Guf, chamado de NEHY”M, estão divididas em dois discernimentos, uma vez que Malchut é considerada Nukvá (feminino), sua falha é maior e ela se torna o lugar do mundo de Assiá. ZA, que é NEHY, tornou-se o mundo de Yetzirá, acima do mundo de Assiá.

Portanto explicamos como Partzuf Nekudot de SAG foi dividido por Tzimtzum Bet e tornou-se o lugar de quatro mundos: Atzilut, Briá, Yetzirá e Assiá. KACHÁB CHAGAT, abaixo, até seu Chazê, tornou-se o lugar do mundo de Atzilut. A metade inferior de Tiféret, do Chazê ao Siúm de Tiféret, tornou-se o lugar do mundo de Briá, as NEHY nele – o mundo de Yetzirá e sua Malchut – o mundo de Assiá. Seus espaços começam a partir do ponto do Tabúr de AK e terminam acima do ponto deste mundo, isto é, através do Siúm Raglin de AK, o qual é o fim da vestimenta do Partzuf Nekudot de SAG sobre o Partzuf Galgálta de AK.

A KATNUT E GADLUT INICIARAM-SE NO MUNDO DE  NEKUDIM

69)         Agora que você sabe sobre o Tzimtzum Bet que ocorreu no Partzuf Nekudot de SAG com o propósito de emanar as dez Sefirot no mundo de Nekudim, o quarto Partzuf de AK, devemos retornar para explicar a eliciação das dez Sefirot particulares de Nekudim. A eliciação de um Partzuf a partir do seguinte já foi explicada. Cada Partzuf inferior nasce e se origina da Massach de Guf do Superior, após sua Hizdakchut e ascensão para renovar o Zivug no Pê do Superior. E a causa desta Hizdakchut é o Bitush no Pê de Ohr Makif na Massach do Partzuf Superior, que purifica a Massach de sua Aviut de Guf e a equaliza com a Aviut de Rosh (item 35).

Desta maneira, Partzuf AB de AK emergiu do Partzuf Kéter de AK, Partzuf SAG de AK do Partzuf AB de AK e o quarto Partzuf de AK, chamado “dez Sefirot do mundo de Nekudim”, nasceu e emergiu de seu superior, sendo da mesma maneira SAG de AK.

70)         Todavia, existe outra questão aqui. Nos Partzufim anteriores, a Massach foi feito somente das Reshimot de Aviut do Guf do Superior, durante a Hizdakchut da Massach ao Pê de Rosh do Superior. Mas aqui, na Hizdakchut da Massach de SAG de AK para Nekudim, este Massach foi feito de dois tipos de Reshimot. Além de ser feito de seus próprias Reshimot de Aviut, com relação às Sefirot de Guf de SAG de AK, também está incluido com as Reshimot de Aviut de ZO”N de AK abaixo do Tabúr. Isto, por causa de sua mistura abaixo do Tabúr de AK, como está escrito (item 61) que Nekudot de SAG desceu abaixo do Tabúr de AK e ali se misturou com ZO”N de AK.

71)         Portanto, a questão de Katnut (pequenez) e Gadlut (idade adulta) foi iniciada aqui, no Partzuf Nekudim. Com respeito aas Reshimot de Aviut na Massach, dez Sefirot de Katnut Nekudim emergiram sobre elas. E com respeito aas Reshimot de ZO”N de AK abaixo do Tabúr, que se misturaram e, se conectaram com as Reshimot da Massach, as dez Sefirot de Gadlut de Nekudim emergiram sobre  elas.

72)         Você também deve saber que as dez Sefirot de Katnut Nekudim que emergiram na Massach são consideradas o núcleo do Partzuf Nekudim, uma vez que emergiram gradualmente, isto é, do núcleo da Massach de Guf do Superior, o mesmo que os três Partzufim de AK anteriores emergiram. Mas as dez Sefirot de Gadlut de Nekudim são consideradas como mera adição ao Partzuf Nekudim. Isto, porque elas somente surgiram do Zivug nas Reshimot de ZO”N de AK, abaixo do Tabúr, que não aparecem gradualmente, mas foram adicionadas e conectadas aa Massach devido ao declínio do Partzuf Nekudot de SAG abaixo do Tabúr de AK (item  70).

73)         Devemos primeiro esclarecer as dez Sefirot de Katnut Nekudim. Você já sabe que seguindo a Hitpashtut (espalhamento/expansão) de SAG de AK, elas submeteram-se ao Bitush de Ohr Makif e Ohr Pnimi no seu Massach, que gradualmente as purificou. Os níveis que emergiram com sua purificação, são chamados Nekudot  de SAG e elas desceram abaixo do Tabúr de AK e ali se misturaram com Bechiná Dálet (item 62). Após terem completado sua purificação de todas as Aviut de Guf na Massach e permanecerem somente com Aviut de Rosh, se considera como tendo elevado o Rosh de SAG, onde elas receberam um novo Zivug na medida da Aviut que ficou nas Reshimot da Massach (item 35).

74)         E aqui, também, é considerado que a última Bechiná de Aviut, Aviut de Bechiná Bet  que estava na Massach, desapareceu  completamente, deixando somente a Reshimô de Hitlabshut. Assim, nada restou da Aviut além da Bechiná Álef. Portanto (item 43) a Massach recebeu dois tipos de Zivúgim (plural de Zivug) em Rosh de SAG.

  1. Hitkalelut de Bechiná Álef de Aviut dentro da Bechiná Bet de Hitlabshut (vestimenta), chamada “Hitkalelut da Reshimô feminino na Reshimô Masculino”, produziu um nível próximo ao grau de Biná, que é o grau de  VA”K de Biná. Este nível é chamado de “a Sefirá Kéter de Nekudim”.
  2. Hitkalelut do masculino com a Reshimô do feminino, a Reshimô da Bechiná Bet de Hitlabshut em Bechiná Álef de Aviut, produziu o nível de ZA, considerado VA”K sem um Rosh, chamado “Aba ve Íma de Nekudim costa com costa”.

Estes dois níveis são chamados GAR de Nekudim, isto é, eles são considerados dez Sefirot de Rosh Nekudim, uma vez que cada Rosh é chamado GAR ou KACHÁB. Mas existe uma diferença entre eles: Kéter de Nekudim, que está no nível masculino, não se espalha no Guf e brilha somente no Rosh. Somente AVI de Nekudim, que são os níveis femininos, chamados “sete Sefirot inferiores de Nekudim” ou “CHAGAT NEHY de Nekudim” expandem-se para o Guf.

75)         Assim, existem três graus um abaixo do outro:

  1. Kéter de Nekudim, com o nível de VA”K de Biná.
  2. O Nível de AVI (Aba e Íma) de Nekudim, que tem o nível de ZA. Estes são ambos considerados Rosh.
  3. ZAT de Nekudim, CHAGAT NEHY”M, considerado Guf de Nekudim.

76)         Saiba, que pela ascensão de Malchut a Biná, estes dois graus de Nekudim dividiram-se em duas metades em suas saídas, chamadas Panim (face) e Achoraim (costas). Isto é assim, porque desde que o Zivug foi feito em Nikvey Eyanim, existem somente duas e meia Sefirot no Rosh – Galgálta, Eynaim (olhos) e Nikvei Eynaim, isso  é, Kéter, Chochmá, e a metade Superior de Biná. Estas são chamadas Kelim de Panim (Kelim frontais).

Os Kelim de ACHÁP, que são a metade inferior de Biná, ZA e Nukvá, emergiram das dez Sefirot de Rosh e foram considerados o grau abaixo de Rosh. Portanto, Kelim de Rosh, que partiu o Rosh, são considerados Kelim de Achoraim (Kelim posteriores). Cada grau foi dividido desta maneira.

77)         Segue-se que não há um único grau que não tenha Panim e Achoraim. Isto porque os ACHÁP do nível masculino, Kéter de Nekudim, emergiram do grau de Kéter e desceram ao grau de AVI de Nekudim, o nível feminino. E ACHÁP do nível feminino – AVI de Nekudim – desceu e caiu ao seu grau de Guf, o grau das sete Sefirot inferiores CHAGAT NEHY de Nekudim.

Acontece que AVI compreende duas Bechinot, Panim e Achoraim: dentro deles estão Achoraim do grau de Kéter, ou seja, os ACHÁP de Kéter e no topo destes vestem os Kelim de Panim de AVI, eles mesmos, isto é, seus próprios Galgálta Eynaim e Nikvey Eynaim. Também, ZAT de Nekudim compreendem Panim e Achoraim: os Kelim de Achoraim de AVI, que são seus ACHÁP, estão dentro de ZAT e os Kelim de Panim de ZAT vestem-nos de fora.

78)         Esta questão da divisão em duas metades fez os graus de Nekudim incapazes de conter mais do que Bechiná Néfesh Ruach, ou seja, VA”K sem GAR. Isto, porque cada grau é deficiente dos três Kelim, Biná e ZO”N, por isso da ausência das luzes de GAR ali, sendo Neshamá, Chaiá, Yechidá (item 24). Portanto, explicamos completamente as dez Sefirot de Katnut de Nekudim, que são os três graus chamados Kéter, AVI e ZAT. Cada grau contém somente Kéter Chochmá no Kelim e Néfesh Ruach nas Luzes, uma vez que Biná e ZO”N de cada grau caíram para o grau abaixo dele.

ELEVANDO MA”N E A ELICIAÇÃO DE GADLUT DE NEKUDIM

79)         Agora vamos explicar as dez Sefirot de Gadlut (Idade adulta/grandeza) de Nekudim que emergiu em MA”N de Reshimot de ZO”N de AK abaixo de seu Tabúr (item 71). Primeiro, precisamos entender a elevação de MA”N. Até aqui, apenas discutimos a ascensão da Massach de Guf para o Pê de Rosh do Superior, uma vez que foi purificado. Também, houve um Zivug de Haka’á nas Reshimot incluídos nele, que produzem o nível de dez Sefirot para as necessidades do inferior. Agora, no entanto, a questão da elevação de Mayin Nukvin (MA”N/águas femininas) foi renovada, para estas Luzes, que se elevaram de abaixo do Tabúr de AK ao Rosh de SAG, que são as Reshimot de ZO”N de Guf de AK, chamados “elevar MA”N”.

80)         Saiba, que a origem de elevar MA”N é de ZA e Biná das dez Sefirot de Ohr Yashár (Luz Direta) (Item 5). Ali está explicado que Biná, considerada Ohr Chassadim, reunido com Chochmá quando emanou a Sefirá Tiféret, chamada Bechiná Guimel e estendeu a iluminação de Chochmá, desta para Tiféret, que é ZA. A maior parte de  ZA emergiu do Ohr Chassadim de Biná e sua menor parte com iluminação de Chochmá.

Isto é, onde a conexão entre ZA e Biná foi feita, como sempre, as Reshimot de ZA sobem a Biná, Biná se conecta com Chochmá e estende a iluminação de Chochmá desta, para ZA. Esta ascensão de ZA para Biná, que a conecta com Chochmá, é sempre chamada “elevando MA”N”. Sem a ascensão de ZA para Biná, Biná não é considerada Nukvá para Chochmá, uma vez que ela mesma é apenas Ohr Chassadim e não necessita receber Ohr Chochmá.

Ela é sempre considerada “costa a costa” com Chochmá, o que significa que ela não quer receber de Chochmá. Somente quando ZA se eleva até ela, ela se torna Nukvá para Chochmá uma vez mais, para receber iluminação de Chochmá e, desta, para ZA. Dessa maneira, a ascensão de ZA faz dela uma Nukvá e é por isto que sua ascensão é chamada de Mayin Nukvin, como a subida de ZA a leva “face a face” uma vez mais. Isto significa que ela recebe dele a forma que Nukvá faz, a partir do masculino. Assim, explicamos completamente a elevação de  MA”N.

81)         Você já sabe que Partzuf AB de AK é o Partzuf Chochmá e Partzuf SAG de AK é o Partzuf Biná. Isto significa que eles são discernidos de acordo com a Bechiná Mais Elevada do seu nível. AB, cuja Bechiná Mais Elevada é Chochmá e, é considerada totalmente Chochmá. SAG, cuja Bechiná Mais Elevada é Biná, é considerada totalmente Biná.

Então, quando as Reshimot de ZO”N de Guf abaixo do Tabúr de AK se elevaram para o Rosh de SAG, lá eles se tornaram MA”N para SAG, para este SAG, que é Biná, acoplou-se com o Partzuf AB, que é Chochmá. Posteriormente, AB deu a SAG uma nova Luz para as necessidades de ZO”N, abaixo do Tabúr que se elevou ali.

E uma vez que ZO”N de AK recebeu esta nova Luz, eles desceram novamente para seus lugares abaixo do Tabúr de AK, onde existem as dez Sefirot de Nekudim, onde iluminaram a nova Luz dentro das dez Sefirot de Nekudim. Este é o Môchin (Luz) de Gadlut das dez Sefirot de Nekudim. Assim, explicamos as dez Sefirot de Gadlut que emergiram no segundo tipo de Reshimot, que são as Reshimot de ZO”N abaixo do Tabúr de AK (item 71). Certamente, são estes Môchin de Gadlut que causam a quebra dos vasos, tal como será descrito abaixo.

82)         Foi explicado acima (item 74) que existem dois graus em Rosh de Nekudim, chamados Kéter e AVI. Dessa forma, quando ZO”N de AK brilhou a nova Luz de AB SAG para as dez Sefirot de Nekudim, primeiro foi mostrado a Kéter de Nekudim através de seu Tabúr de AK, onde Kéter veste e completa-o com GAR em Luzes e Biná e ZO”N em Kelim. Posteriormente, brilhou para AVI de Nekudim através de Yessód de AK, onde AVI veste e completou-os com GAR em Luzes e Biná e ZO”N em Kelim.

83)         Primeiro, vamos explicar o Gadlut, que esta nova Luz causou nas dez Sefirot de Nekudim. A questão é que devemos perguntar sobre o que está escrito no item 74, que o nível de Kéter e AVI de Nekudim foram considerados VA”K porque agiram na Aviut de Bechiná Álef. Mas dissemos que através da descida de Nekudot de SAG abaixo do Tabúr de AK, Bechiná Dálet juntou-se com a Massach de Nekudot de SAG, que é Biná. Assim, este Massach contém também um Reshimô de Bechiná Dálet de Aviut. Nesse caso, durante a Hitkalelut da Massach em Rosh de SAG, dez Sefirot deveriam ter emergido no nível de Kéter e a Luz de Yechidá e não no nível de VA”K de Biná na Sefirá Kéter e o nível de VA”K sem um Rosh em  AVI.

A resposta é que a causa é o lugar. Uma vez que Bechiná Dálet está incluída em Biná, que é Nikvey Eyanaim, Aviut Dálet desapareceu dali na interioridade de Biná, como se ela não estivesse ali, sob nenhuma hipótese. Portanto, o Zivug foi feito somente nas Reshimot de Bechiná Bet de Hitlabshut e Bechiná Álef de Aviut, que são essencialmente apenas da Massach de Biná (item 74) e, somente dois níveis emergiram ali: VA”K de Biná e VA”K completa.

84)         Portanto, agora ZO”N de AK abaixo do Tabúr estendeu a nova Luz através do seu MA”N a partir de AB SAG de AK e o iluminou para o Rosh de Nekudim (item 81). E uma vez que Partzuf AB de AK não tem conexão com este Tzimtzum Bet, que elevou a Bechiná Dálet ao lugar de Nikvey Eynaim, quando sua Luz foi atraída para o Rosh de Nekudim, ele cancelou novamente o Tzimtzum Bet nele, que elevou o lugar do Zivug para Nikvey Eynaim. Além disso, baixou a Bechiná Dálet de volta ao seu lugar  no Pê, como antes do Tzimtzum Álef, isto é, o lugar do Pê de  Rosh.

Assim, os três Kelim – Ózen (orelha), Chotem (nariz) e Pê (boca) – que caíram de grau devido ao Tzimtzum Bet (item 76), agora retornaram aos seus lugares – seus graus –como antes. Então, o lugar do Zivug desceu uma vez mais de Nikvey Eynaim para Bechiná Dálet no lugar do Pê de Rosh. E uma vez que Bechiná Dálet já está em seu lugar, dez Sefirot surgiram ali no grau de Kéter.

Desta forma, foi explicado que através da nova Luz, que ZO”N de AK estendeu para Rosh de Nekudim, ele ganhou as três Luzes Neshamá, Chaiá, Yechidá e  os três Kelim ACHÁP, que são Biná e ZO”N que estavam faltando quando ele emergiu pela primeira vez.

85)         Agora, esclarecemos completamente Katnut e Gadlut de Nekudim. Tzimtzum Bet, que elevou a Hey inferior – Bechiná Dálet – ao lugar de Nikvey Eyanim, onde estava oculta, causou o nível de Katnut de Nekudim – o nível de VA”K ou ZA nas Luzes de Néfesh Rúach. Ali lhes faltava Biná e ZO”N nos Kelim e nas Luzes Neshamá, Chaiá, Yechidá. E através da aproximação de uma nova Luz de AB SAG de AK aos Nekudim, Tzimtzum Álef voltou ao seu lugar.

Biná e ZO”N dos Kelim voltaram para o Rosh, uma vez que a Hey inferior desceu de Nikvey Eyanim e voltou ao seu lugar – Malchut, chamado Pê. Então um Zivug foi feito em Bechiná Dálet, que retornou ao seu lugar e, emergiram dez Sefirot  ao nível de Kéter e Yechidá. Isto completou as NARANCHAY das Luzes e KACHÁB ZO”N dos Kelim.

Em resumo, de agora em diante nós nos referiremos ao Tzimtzum Bet e a Katnut pelo nome “ascensão da Hey inferior para Nikvey Eynaim e a descida de ACHÁP abaixo”. Também, nos referimos à Gadlut pelo nome de “A aproximação da Luz de AB SAG, que baixa a Hey inferior de Nikvey Eyanim e traz ACHÁP de volta aos seus lugares”. Lembre-se desta explicação acima.

Lembre-se também que GE (Galgálta Eyanim) e ACHÁP são nomes das dez Sefirot KACHÁB ZO”N de Rosh e as dez Sefirot de Guf são chamadas de HGT (CHAGT) NEHY”M. Elas, também, estão divididas em GE e ACHÁP, desde Chéssed e Gevurá e o terço Superior de Tiféret – através do Chazê – são Galgálta ve (e) Eynaim e Nikvey Eynaim e os dois terços de Tiféret e NEHY”M  são ACHÁP, como foi escrito acima.

Além disso, lembre-se que Galgálta, Eynaim e Nikvey Eynaim, ou CHAGAT acima do Chazê, são chamados Kelim de Panim (Kelim anteriores). E ACHÁP, ou os dois terços inferiores de Tiféret e NEHY”M do Chazê para baixo são chamados de Kelim de Achoraim (Kelim posteriores), como escrito no item 76. Você também deve se lembrar de que a fissura do grau que ocorreu com Tzimtzum Bet, que deixou somente Kelim de Panim na totalidade do grau. E finalmente, cada inferior contém em si os Kelim de Achoraim do Superior (item 77).

EXPLICANDO AS TRÊS NEKUDOT CHOLAM, SHURUK, CHIRIK

86)         Saiba, que as Nekudot (pontos) estão divididas em três Bechinot – Rosh, Toch, e Sóf, que são:

  • Nekudot Superiores, acima das Otiyot (letras), incluídas no nome, Cholam;
  • Nekudot Médias,  dentro  das   Otiyot,   incluídas  no   nome, Shuruk  ou

Melafom, ou seja, Vav e um ponto dentro dela;

  • Nekudot Inferiores, abaixo das Otiyot, incluídas no nome, Chirik

87)         Estas são suas explicações: Otiyot são Kelim, isto é, Sefirot do Guf. Isto porque, as dez Sefirot de Rosh são somente raízes para os Kelim, não Kelim reais. Nekudot significa Luzes, que sustentam os Kelim e os movem, significando Ohr Chochmá chamado Ohr Chaiá27. Ele é considerado uma nova Luz, que ZO”N de AK recebeu de AB SAG e iluminou os Kelim de Nekudim, trazendo abaixo a Hey inferior de volta ao Pê de cada grau, e retornando o ACHÁP de Kelim e GAR das Luzes para cada grau.

Portanto, esta Luz movimenta os Kelim de ACHÁP e os eleva do grau inferior, conectando-os ao Superior, como no inicio. Este é o significado dos Nekudot que movem as Otiyot. E uma vez que esta Luz se estende de AB de AK, que é Ohr Chaiá, ela revive aqueles Kelim de ACHÁP ao vesti-los.

88)         Você já sabe que ZO”N de AK brilhou esta nova Luz para as dez Sefirot de Nekudim através de dois lugares: Iluminou o Kéter de Nekudim através do Tabúr e iluminou AVI de Nekudim através de Yessód.

Saiba que esta iluminação através do Tabúr é chamada Cholam, que brilha para as Otiyot acima delas. Isto é assim porque a iluminação do Tabúr alcança somente Kéter de Nekudim, o nível masculino de Rosh de Nekudim (item 74). E o nível masculino não se expande para os sete inferiores de Nekudim, que são os Kelim de Guf, chamados Otiyot, assim se considera estar brilhando sobre elas somente do seu lugar acima, sem expandir-se nas próprias Otiyot.

Esta iluminação através de Yessód é chamada Shuruk, isto é, Vav com um ponto que fica dentro da linha das Otiyot. A razão é que esta iluminação vem para AVI de Nekudim, que são os níveis femininos do Rosh de Nekudim, cujas Luzes assim se expandem para o Guf, que são ZAT de Nekudim, chamadas Otiyot. É por isso que você encontrará o ponto de Shuruk dentro da linha das Otiyot.

89)         Assim, o Cholam e Shuruk foram completamente explicados. A iluminação de uma nova Luz através do Tabúr, que abaixa a Hey inferior de Nikvey Eynaim de Kéter para o Pê e eleva os ACHÁP de Kéter uma vez mais, é o ponto de Cholam acima das Otiyot. A iluminação de uma nova Luz através de Yessód, que abaixa a Hey inferior de Nikvey Eynaim de AVI para seus Pêyot (Plural de Pê) e retorna seus ACHÁP, é o ponto de Shuruk dentro das Otiyot. Isto ocorre porque estes Môchin também vêm em ZAT de Nekudim, chamadas Otiyot.

90)         Chirik é considerada a nova Luz que as ZAT, elas próprias, recebem de AVI, para derrubarem a Hey inferior final, que está em seu Chazê, para o lugar de Siúm Raglin de AK. Assim, seus ACHÁP, ou seja, os Kelim de Chazê para baixo, que  se tornaram o lugar de BYA, retornam para eles. Então, BYA mais uma vez será como Atzilut.

Mas ZAT de Nekudim não poderia trazer a Hey inferior abaixo do Chazê e revogar completamente Tzimtzum Bet, a Parsá, e o lugar de BYA. Ao contrário, quando eles estenderam a Luz em BYA, todos os Kelim de ZAT imediatamente quebraram, uma vez que a força da Hey inferior final, que está na Parsá, foi misturada com estes Kelim.

Assim, a Luz teve que instantaneamente partir dali e os Kelim quebraram, morreram e, caíram em BYA. Ademais, seus Kelim de Panim, acima da Parsá, os Kelim acima do Chazê, também quebraram, já que toda a Luz também partiu dali. Assim, eles quebraram e caíram em BYA, devido a sua união em um Guf com os Kelim de Achoraim.

91)         Portanto você vê que o ponto de Chirik não poderia emergir e controlar no mundo de Nekudim, uma vez que, por outro lado, ele causou a quebra dos vasos. Isto foi porque ela queria vestir-se dentro das Otiyot, em TNEH”YM abaixo da Parsá de Atzilut, que se tornou BYA.

Entretanto, mais tarde, no mundo do Tikun, o ponto de Chirik recebeu sua correção, uma vez que ela foi corrigida no brilho abaixo das Otiyot. Isto significa que quando ZAT de Atzilut recebe a Luz de Gadlut de AVI, que deve abaixar a Hey inferior final do lugar do Chazê ao Siúm Raglin de AK e conectar os Kelim de TNEH”YM para Atzilut, as Luzes se espalharão abaiaxo até Siúm Raglin de AK. No entanto, eles não fazem assim, mas levantam estes TNEHY do local de BYA para o lugar de Atzilut, acima da Parsá e recebem as Luzes enquanto elas estão acima da Parsá de Atzilut, assim nenhuma quebra de vasos ocorreria neles novamente, como no mundo de Nekudim.

Isto é considerado que o ponto de Chirik, que eleva os Kelim de TNEHY de ZAT de Atzilut, está abaixo dos Kelim de TNEH”YM que ela elevou, isto é, ela está no lugar da Parsá de Atzilut. Assim, o ponto de Chirik serve sob as Otiyot. Isto explica os três pontos, Cholam, Shuruk, Chirik, de maneira geral.

A ASCENSÃO DO MA”N DE ZAT DE NEKUDIM PARA AVI E A EXPLICAÇÃO DA SEFIRÁ DÁAT

92)         Já foi explicado que devido à ascensão da Hey inferior à Nikvey Eynaim, que ocorreu em Tzimtzum Bet, quando a Katnut das dez Sefirot de Nekudim emergiram, cada grau foi dividido em duas metades.

  • Galgálta ve Eynaim permaneceram no grau, portanto, eles são chamados

Kelim de Panim (Kelim anteriores).

  • Auzen, Chotem e Pê, que caíram do grau para o abaixo deste, são, portanto chamados de Kelim de Achoraim (Kelim posteriores).

Assim, cada grau é agora feito de internalidade e externalidade, uma vez que os Kelim de Achoraim do grau Superior cairam na internalidade de seus próprios Kelim de Panim. E os ACHÁP de Kéter de Nekudim caídos, estão vestidos dentro de Galgálta ve Eynaim de AVI e os ACHÁP de AVI caídos, estão vestidos dentro de Galgálta ve Eynaim de ZAT de Nekudim (item 76).

93)         Em consequência, quando a nova Luz de AB SAG de AK vem para o grau, e baixa a Hey inferior de volta ao seu lugar na Pê, durante a Gadlut de Nekudim, o grau traz seus ACHÁP de volta para ela e suas dez Sefirot de Kelim e dez Sefirot de Luzes são completadas. É então considerado que também o grau inferior, que foi anexado aos ACHÁP do Superior, sobe junto com elas ao  Superior.

Isto é assim, porque a regra é que “não há ausência na espiritualidade”. E como o inferior estava ligado aos ACHÁP do Superior durante a Katnut, também não estão separados entre si durante a Gadlut, quando os ACHÁP do Superior retornam ao seu grau. Disso resulta que o grau inferior agora se tornou um grau Mais Elevado, uma vez que o inferior que sobe ao Superior torna-se como  Ele.

94)         Disso resulta, que quando AVI receberam a nova Luz de AB SAG e baixaram a Hey inferior de Nikvey Eynaim de volta aos seus Pê e elevaram também seus ACHÁP para elas, às ZAT (sete Sefirot inferiores), que vestem estes ACHÁP durante a Katnut, agora se elevaram com elas para AVI. Assim, as ZAT se tornaram um simples grau com AVI. Esta ascensão das ZAT para AVI é chamada “elevar MA”N”. E quando elas estão no mesmo grau que AVI, recebem também as Luzes de AVI.

95)         E isto é chamado MA”N uma vez que a ascensão de ZA para Biná leva-a de volta para estar face a face com Chochmá (item 80). Se sabe que cada ZAT são ZO”N. Assim, quando ZAT subiram com ACHÁP de AVI para o grau de AVI, se tornam MA”N para Biná das Sefirot de AVI. Então elas retornam para estar face a face com Chochmá de AVI e provêm ZO”N, que são ZAT de Nekudim que se elevaram para elas, com a iluminação de Chochmá.

96)         Apesar da acima mencionada ascensão de ZAT para AVI, isto não significa que elas estavam completamente ausentes de seus lugares e subiram para AVI, uma vez que não há ausência na espiritualidade. Também, qualquer “troca de lugar” na espiritualidade não significa que partiu de seu antigo lugar e mudou-se para uma nova localização, assim como nos mudamos na corporalidade. Ao invés,  há meramente um acréscimo aqui: elas vieram para um novo local, enquanto permanecem no antigo. Assim, embora ZAT subiram para AVI para MA”N, ainda permaneceram em seus lugares, nos seus graus inferiores, como  antes.

97)         Da mesma forma, você pode entender que mesmo que digamos que uma vez que ZO”N se elevaram por MA”N para AVI e lá receberam suas Luzes e dali saíram e retornaram ao seu lugar abaixo, aqui, também, isto não significa que eles partiram de seus lugares acima e se moveram para o lugar abaixo. Tivesse ZO”N estado ausente de seu lugar acima em AVI, o Zivug de AVI face a face pararia instantaneamente e eles retornariam para estar costas-com-costas como antes. Eles parariam sua abundância, e ZO”N, abaixo, também perderiam seus  Môchin.

Já foi explicado acima, que Biná naturalmente deseja somente Ohr Chassadim, como em: “pois ele se deleita em misericórdia”. Ela não tem qualquer interesse em receber Ohr Chochmá; assim, ela está costas-com-costas com Chochmá. Somente quando ZO”N ascende para eles, pois MA”N faz Biná retornar para um Zivug face-a- face com Chochmá, para doar a iluminação de Chochmá para ZA (item 80).

Portanto, é necessário que ZO”N sempre permaneça ali, para dar sustentação e subsistência para o Zivug de AVI face-a-face. Por esta razão, não pode ser dito que ZO”N estão ausentes dos seus lugares de AVI quando eles vêm para os seus lugares abaixo. Ao invés, como já dissemos, qualquer “mudança de lugar” é apenas uma adição. Assim, embora ZO”N desçam de seus lugares, também, eles ainda permaneceram acima.

98-99) Agora você pode entender a Sefirá Dáat que teve seu inicio no mundo de Nekudim. Em todos os Partzufim de AK, através de Nekudim, existem apenas dez Sefirot KACHÁB ZO”N. Mas do mundo de Nekudim em diante, existe a Sefirá Dáat, que consideramos com KACHÁBAD ZO”N.

O fato é que não houve ascensão de MA”N nos Partzufim de AK, mas somente a ascensão de Massach ao Pê de Rosh (item 79). Mas você deve saber que a Sefirá Dáat surge da ascensão de MA”N de ZO”N para AVI, como foi esclarecido ao comentarmos que ZO”N, ao se elevarem ali com MA”N para Chochmá e Biná, permanecem ali mesmo após a suas saídas dali aos seus lugares abaixo, para prover sustento e subsistência ao Zivug de AVI face-a-face. Estes ZO”N, que permanecem em AVI são chamados “A Sefirá Dáat”. Portanto, agora CHUB têm a Sefirá Dáat, que as sustenta e as posiciona no Zivug face-a-face. Estes são as ZO”N que ali subiram a MA”N e permaneceram ali até mesmo após a saída das ZO”N para os seus lugares.

Assim, a partir de agora, chamamos as dez Sefirot pelos nomes KACHÁBAD ZO”N. Mas nos Partzufim de AK, antes do mundo de Nekudim, antes de elevar MA”N, lá não havia Sefirá Dáat. Você também deve saber que a Sefirá Dáat é sempre chamada “cinco Chassadim e cinco Gevurot”, uma vez que ZA que permanece ali é considerado cinco Chassadim e a Nukvá que permaneceu ali é considerada cinco Gevurot.

100)       Podemos perguntar a respeito do que está escrito no Livro da Criação, que as dez Sefirot são “dez e não nove, dez e não onze”. Dizia-se que a Sefirá Dáat foi iniciada  no mundo de Nekudim, portanto, existem onze Sefirot KACHÁBAD ZO”N.

A resposta é que isso não é de todo um acréscimo para as dez Sefirot, uma vez que aprendemos que a Sefirá Dáat é ZO”N que acendeu para MA”N e permaneceu ali. Portanto, não há acréscimo aqui, mas ao contrário dois discernimentos em ZO”N:

  1. As ZO”N em seus lugares abaixo, que são considerados Guf;
  2. As ZO”N que permaneceram no Rosh de AVI, uma vez que eles já estavam ali durante a subida de MA”N e não há ausência na espiritualidade. Assim, aqui não há acréscimo nas dez Sefirot, pois no fim, há somente dez Sefirot KACHÁB ZO”N. E se o discernimento de ZO”N permanece  no Rosh em AVI, isto não adiciona nada às dez Sefirot.

A QUEBRA DOS VASOS E SUA QUEDA EM BYA

101)       Agora que explicamos completamente a subida de MA”N e a Sefirá Dáat, que são consideradas os Kelim de Panim de ZAT de Nekudim que se estenderam e subiram para AVI. Isto, porque AVI recebeu a nova Luz de AB SAG de AK de ZO”N de AK  na forma do ponto de Shuruk. Elas baixaram a Hey inferior de seus Nikvey Eynaim para o Pê e elevaram seus Kelim de Achoraim, que tinham caído em ZAT de Nekudim. Como resultado, os Kelim de Panim de ZAT, que estavam ligados aos Kelim de Achoraim de AVI (itens 89-94), também acenderam e ZAT de Nekudim ali se tornou MA”N e retornou AVI para estar face-a-face.

E uma vez que a Hey inferior, que é Bechiná Dálet, já tinha retornado para o seu lugar no Pê, o Zivug de Haka’á que foi feito naquele Massach de Bechiná Dálet produziu dez Sefirot completas no nível de Kéter na Luz de Yechidá (item 84). Assim, ZAT, que estão incluidos ali como MA”N, receberam também aquelas grandes Luzes de AVI. Todavia, tudo isto é somente considerado como sendo de Cima para baixo, uma vez que AVI são considerados o Rosh de Nekudim, onde ocorre o Zivug que produz as dez Sefirot de Cima para abaixo.

Posteriormente, eles se expandem também em um Guf, de Cima para baixo (item 50). Então, as ZAT se estendem com todas as Luzes que tinham recebido em AVI para os seus lugares abaixo e o Rosh e Guf do Partzuf Gadlut de Nekudim acabam. Esta Hitpashtut é considerada o Taamin do Partzuf Gadlut de Nekudim  (item 26).

102)       As quatro Bechinot – Taamin, Nekudot, Tagin, Otiyot – são também discernidas no Partzuf Nekudim (item 47). Isto é assim porque todas as forças que existem nos Superiores também devem existir nos inferiores. Mas no inferior, existem questões adicionais ao Superior. Foi explicado que o coração da Hitpashtut de cada Partzuf é chamado Taamin. Depois que ele se expande, o Bitush de Ohr Makif e Ohr Pnimi ocorre nele e, através deste Bitush, a Massach é gradualmente purificado até que se iguala com o Pê de Rosh.

E uma vez que a Luz Superior não para, a Luz Superior acopla-se com a Massach em cada estado de Aviut ao longo de sua purificação. Isto significa que quando ela se purifica de Bechiná Dálet para Bechiná Guimel, o nível de Chochmá emerge nela. E quando ela vem para Bechiná Bet, o nível de Biná emerge nela. Quando ela vem para Bechiná Álef, o nível de ZA emerge nela e, quando ela vem para Bechiná Shóresh, o nível de Malchut emerge nela. Todos estes níveis que emergem na Massach através de sua purificação são chamados Nekudot.

As Reshimot que permanecem das Luzes, uma vez que elas partiram, são chamados Tagin. Os Kelim que permanecem após a partida das suas Luzes, são chamados Otiyot e, uma vez que a Massach foi completamente purificado de sua Aviut de Guf, é incluído ali na Massach de Pê de Rosh no Zivug e, um segundo Partzuf emerge nele.

103)       E aqui, no Partzuf Nekudim, isto foi feito exatamente da mesma maneira. Aqui, também, dois Partzufim surgem – AB e SAG – um abaixo do outro. E em cada um deles estão Taamin, Nekudot, Tagin e Otiyot.

A única diferença é que a questão da Hizdakchut da Massach não foi feita aqui por causa do Bitush de Ohr Makif e Ohr Pnimi, mas por causa da força de Din na Malchut Mesayémet (Finalizadora), incluída naqueles Kelim (item 90). Por esta razão, os Kelim vazios não ficaram no Partzuf após a partida das Luzes, tal como nos três Partzufim Galgálta, AB, SAG de AK, mas quebraram, morreram e caíram de BYA.

104)       Partzuf Taamin, que emergiu no mundo de Nekudim, que é o primeiro Partzuf em Nekudim, que emergiu no nível de Kéter, emergiu com Rosh e Guf. O Rosh saiu em AVI e, o Guf é a Hitpashtut de ZAT de Pê de AVI para baixo (Item 101). Esta Hitpashtut do Pê de AVI para baixo é chamada de Mélech ha Dáat (Rei Dáat).

E isto é certamente a totalidade de ZAT de Nekudim que re-expandiu do seu lugar após a elevação de MA”N. Mas uma vez que suas raízes permaneceram em AVI para o sustento e subsistência ao face-a-face de AVI (item 98), chamado Môach ha Dáat, que acopla AVI, sua expansão de Cima para baixo em um Guf é também chamada por esse nome – Mélech ha Da’at. Este é o primeiro Mélech (Rei) de Nekudim.

105)       Sabe-se que toda a quantidade e qualidade nas dez Sefirot de Rosh também aparecem na Hitpashtut de Cima para baixo para o Guf. Assim, como nas Luzes do Rosh, a Malchut acasaladora, retornou e desceu de Nikvey Eynaim para o Pê. Então, GE (Galgálta Eyanim) e Nikvey Eynaim, que são os Kelim de Panim, reuniram seus Kelim de Achoraim, seus ACHÁP e, as Luzes se expandiram neles. Da mesma forma, como elas expandiram-se de Cima para baixo ao Guf, as Luzes também foram atraídas para seus Kelim de Achoraim, que são os TNEH”YM em BYA, abaixo da Parsá de Atzilut.

No entanto, uma vez que a força da Malchut Mesayémet (Finalizadora) na Parsá de Atzilut está misturada naqueles Kelim, tão logo as Luzes de Mélech ha Dáat encontraram esta força, todas partem dos Kelim e sobem para as suas raízes. Então, todos os Kelim de Mélech ha Dáat se quebram face e costa, morrem e caem para BYA, uma vez que a partida das Luzes dos Kelim é como a partida da vitalidade de um corpo corpóreo, chamada “morte”. Então, a Massach foi purificado da Aviut de Bechiná Dálet, uma vez que estes Kelim já quebraram e morreram e somente Aviut de Bechiná Guimel permaneceu nele.

106)       E como a Aviut da Bechiná Dálet foi revogada da Massach de Guf pela quebra, aquela Aviut também foi revogada na Malchut Mezavéguet (de Acoplamento) do Rosh em AVI. Isto é assim porque Aviut de Rosh e Aviut de Guf são a mesma coisa, exceto que uma é potencial e a outra é real (item 50). Assim, o Zivug no nível de  Kéter também parou no Rosh em AVI e os Kelim de Achoraim, os ACHÁP que completaram o nível de Kéter, caíram uma vez mais ao grau abaixo – os ZAT. Isto é chamado “revogando os Achoraim do nível de Kéter de AVI”. Disto resulta que todo o nível de Taamin de Nekudim, Rosh e Guf, partiram.

107)       E uma vez que a Luz Superior não para de brilhar, esta se acopla mais uma vez sobre Aviut de Bechiná Guimel que permaneceu na Massach de Rosh em AVI, produzindo dez Sefirot no nível de Chochmá. O Guf de Cima para baixo expandiu-se para a Sefirá Chéssed e esta é o segundo Mélech de Nekudim. Este, também se estendeu para BYA, quebrou e morreu, então, a Aviut de Bechiná Guimel também foi revogada da Massach de Guf e de Rosh. Além disso, os Kelim de Achoraim, os ACHÁP que completaram este nível de Chochmá de AVI, foram revogados mais uma vez e caíram ao grau abaixo deste, para ZAT, como aconteceu no nível de  Kéter.

Na sequência, o Zivug foi feito em Aviut Bechiná Bet que permaneceu na Massach, produzindo dez Sefirot no nível de Biná. O Guf, de Cima para baixo, expandiu-se na Sefirá Gevurá e este é o terceiro Mélech de  Nekudim.

Este, também, se estendeu em BYA, quebrou e morreu, revogando a Aviut   de Bechiná Bet no Rosh e Guf, finalizando também o Zivug no nível de Biná na Rosh. O Achoraim do nível de Biná de Rosh caiu ao grau abaixo dela em ZAT e então o Zivug foi feito na Aviut de Bechiná Álef que permaneceu na Massach, produzindo nela dez Sefirot no nível de ZA. Também, seu Guf, de Cima para baixo, espalha-se no terço Superior de Tiféret. Todavia, este, também, não durou e sua Luz partiu dele. Assim,  a Aviut de Bechiná Álef foi purificada com Guf e Rosh e os Achoraim do nível de ZA cairam para o grau abaixo dela, para ZAT.

108)       Isto completa a decida de todos os Achoraim de AVI, que são os ACHÁP. Isto é assim, porque com a quebra de Mélech ha Dáat, somente os ACHÁP que pertencem ao nível de Kéter foram cancelados em AVI. E com a quebra de Mélech ha Chéssed, somente os ACHÁP que pertencem ao nível de Chochmá foram cancelados em AVI. E com a quebra de Mélech ha Gevurá, os ACHÁP que pertencem ao nível de Biná foram cancelados; e com a partida do terço Superior de Tiféret, os ACHÁP do nível de ZA foram cancelados.

A isto segue que a totalidade de Gadlut de AVI foi cancelada e somente GE de Katnut permaneceu nela e, somente Aviut Shóresh permaneceu na Massach. Depois, a Massach de Guf foi purificado de todas as suas Aviut e se equalizou com a Massach de Rosh, Então, ele foi incluído num Zivug de Haka’á de Rosh e as Reshimot nele foram renovados, além da última Bechiná (item 41). E por esta renovação, um novo nível emergiu nele, chamado YESHSUT.

109)       E uma vez que a última Bechiná foi perdida, tudo o que restou foi Bechiná Guimel, na qual dez Sefirot no nível de Chochmá emergiram. E quando sua Aviut de Guf foi reconhecida, esta deixou o Rosh de AVI, desceu, e vestiu o lugar do Chazê de Guf de Nekudim (item 55). Produziu as dez Sefirot de Rosh do Chazê para cima e este Rosh é chamado de YESHSUT. Ele produziu seu Guf do Chazê para baixo dos dois terços de Tiféret através do Siúm de Tiféret. Este é o quarto Mélech de Nekudim e, este também, se estendeu para BYA, quebrou e morreu. Assim, Aviut de Bechiná Guimel purificou Rosh e Guf. Seus Kelim de Achoraim do Rosh caíram para o grau abaixo deste, no lugar de seu Guf.

Posteriormente, o Zivug foi feito em Aviut de Bechiná Bet, que permaneceu nela, produzindo nela o nível de Biná. Seu Guf, de Cima para baixo, expandiu-se nos dois Kelim Netzach e Hod, que são ambos um Mélech – o quinto Mélech de Nekudim.  E eles, também, estenderam-se para BYA, quebraram e morreram. Assim, a Aviut de Bechiná Bet, purificou Rosh e Guf e os Kelim de Achoraim do nível caíram ao grau abaixo desta: o Guf.

Depois, o Zivug foi feito na Aviut de Bechiná Álef, que permaneceu nela e produziu o nível de ZA. Seu Guf, de Cima para baixo, se expandiu no Kli de Yessód   e, este é o sexto Mélech de Nekudim. Este, também se expandiu em BYA, quebrou e morreu. Assim, a Aviut da Bechiná Álef também foi purificada no Rosh e Guf e os Kelim de Achoraim no Rosh caíram para o grau abaixo deles, para o  Guf.

Então, houve o Zivug em Aviut de Bechiná Shóresh que permaneceu na Massach, produzindo o nível de Malchut. Este de Cima para baixo se estendeu no Kli de Malchut, e este é o sétimo Mélech de Nekudim. Este também, expandiu-se em BYA, quebrou e morreu. Assim, Aviut Shóresh também foi purificada no Rosh e Guf e, o Achoraim de Rosh caiu para o grau abaixo deste, no Guf. Agora todos os Kelim de Achoraim de YESHSUT foram cancelados, assim como, a quebra dos vasos de todas ZAT de Nekudim, chamadas “os sete Melachim (Reis)”.

110)       Assim, explicamos o Taamin e Nekudot que emergiram nos dois Partzufim AVI e YESHSUT de Nekudim, chamados AB SAG. Em AVI, quatro níveis emergiram um abaixo do outro:

  • O nível de Kéter é chamado “contemplação dos Eynaim de AVI”.
  • O nível de Chochmá é chamado Guf de Aba.
  • O nível de Biná é chamado Guf de Íma.
  • O nível de ZA é chamado Yesodot (fundações) de AVI. Quatro corpos se expandem a partir deles:
  • Mélech ha (Rei de) Dáat;
  • Mélech ha Chéssed;
  • Mélech ha Gevurá;
  • Mélech do terço Superior de Tiféret, através do Chazê.

Estes quatro Gufim (plural de Guf) quebraram-se em ambos Panim e Achoraim. Mas com respeito aos seus Roshim (plural de Rosh), isto é, os quatro níveis em AVI, todos os seus Kelim de Panim permaneceram nos níveis, isto é, GE e Nikvey  Eynaim  de cada nível, que havia neles desde Katnut de Nekudim. Somente os Kelim de Achoraim em cada grau, que se juntaram a eles durante o Gadlut, foram recancelados pela quebra, caíram para o grau abaixo deles. E permaneceram como eram antes do emergimento de Gadlut de Nekudim (itens 76-77).

111)       O emergimento dos quatro níveis, um abaixo do outro, no Partzuf YESHSUT foi precisamente da mesma maneira:

  • O primeiro  nível  é  o  nível  de  Chochmá,  chamado  “contemplação de Eynaim de YESHSUT um para o outro”.
  • O nível de Biná;
  • O nível de ZA;
  • O nível de Malchut;

Quatro Gufim se expandiram a partir deles:

  • O Mélech dos dois terços inferiores de Tiféret;
  • Mélech de Netzach e Hod;
  • Mélech de Yessód;
  • Malchut.

Seus quatro Gufim quebraram em ambos Panim e Achor (costas). Mas nos Roshim, isto é, nos quatro níveis de YESHSUT, os Kelim de Panim permaneceram neles e, somente seus Achoraim foram cancelados pela quebra, e caíram para o grau abaixo deles. Após o cancelamento dos dois Partzufim AVI e YESHSUT, o nível de MA de Nekudim emergiu. E uma vez que tudo que se expandiu dela para o Guf foram somente correções dos Kelim, não elaborarei aqui.

O MUNDO DO TIKUN E O NOVO MA QUE SURGIU DE METZACH DE AK

112)       Do início do prefácio até este ponto nós explicamos de forma completa os primeiro quatro Partzufim de AK:

  • O primeiro Partzuf de AK é chamado Partzuf Galgálta, cujo Zivug de Haka’á é realizado em Bechiná Dálet e suas dez Sefirot estão no nível de Kéter.
  • O segundo Partzuf de AK é chamado AB de AK. O Zivug de Haka’á nele é feito em Aviut da Bechiná Guimel e suas dez Sefirot estão no nível de Chochmá. Ele veste do Pê do Partzuf Galgálta para baixo.
  • O terceiro Partzuf de AK é chamado SAG de AK. O Zivug de Haka’á nele ocorre na Aviut de Bechiná Bet e suas dez Sefirot estão no nível de Biná. Ele veste o Partzuf AB de AK do Pê para baixo.
  • O quarto Partzuf de AK é chamado MA de AK. O Zivug de Haka’á nele ocorre em Aviut da Bechiná Álef e suas dez Sefirot estão no nível de ZA. Este Partzuf veste SAG de AK do Tabúr para baixo e está dividido em internalidade e externalidade. A internalidade é chamada MA e BON de AK, e a externalidade é chamada de “o mundo de Nekudim”. Isto é onde se realiza a associação de Malchut em Biná, chamada Tzimtzum Bet, tal como a Katnut, Gadlut, a elevação de MA”N e a Dáat, que determina e acopla as AB (CHUB) face a face, e a questão da quebra dos vasos. Isto é assim, porque todos eles foram iniciados no quarto Partzuf de AK, chamado MA ou “o mundo de Nekudim”.

113)       Estes cinco discernimentos de Aviut na Massach são nomeados após as Sefirot no Rosh, isto é, Galgálta Eynaim e ACHÁP:

  • Aviut de Bechiná Dálet é chamada Pê, em que o primeiro Partzuf de AK emerge.
  • Aviut de Bechiná Guimel é chamada Chotem, na qual Partzuf AB de AK emerge.
  • Aviut de Bechiná Bet é chamada Ózen, no qual Partzuf SAG de AK emerge.
  • Aviut de Bechiná Álef é chamado Nikvey Eynaim, no qual Partzuf MA de AK e o mundo de Nekudim emergem.
  • Aviut de Bechiná Shóresh é chamado Galgálta ou Metzach, no qual, o mundo de Tikun (correção) emerge, chamado de “o novo MA”, uma vez que o quarto Partzuf de AK é o centro do Partzuf MA de AK, uma vez que ele se origina de Nikvey Eynaim no nível ZA, chamado de HaVaYaH de MA.

Mas a quinta parte de AK, que emergiu de Metzach, isto é, Bechiná Galgálta, considerada Aviut Shóresh, na verdade tem somente o nível de Malchut, chamado BON. Todavia, porque Bechiná Álef de Hitlabshut, considerada ZA, permaneceu lá, esta também, é chamada MA. Todavia, é chamada MA que emergiu de Metzach de AK, que significa, que é de Hitkalelut da Aviut Shóresh, chamada Metzach. É também chamada “o novo MA,” para distingui-la de MA que emergiu de Nikvey Eynaim de AK. Este novo Partzuf MA é chamado “o mundo de Tikun” ou “o mundo de Atzilut”.

114)       Todavia devemos entender porque os três primeiros níveis de AK, chamados Galgálta, AB e SAG não são considerados três mundos, mas três Partzufim e como o quarto Partzuf de AK se diferencia para merecer o nome “mundo”. Isto também diz respeito ao quinto Partzuf de AK, uma vez que o quarto Partzuf é chamado “o mundo de Nekudim” e o quinto Partzuf é chamado de “o mundo de Atzilut” ou “o mundo de Tikun”.

115)       Devemos saber a diferença entre um Partzuf e um mundo. Qualquer nível de dez Sefirot que emerge na Massach de Guf de um Superior, após esta ter sido purificada e incluída no Pê de Rosh do Superior (item 50), é chamado Partzuf. Após sua saida do Rosh do Superior, este se expande em seu próprio Rosh, Toch e Sóf e também contém cinco níveis um abaixo do outro, chamados Taamin e Nekudot (item 47). Todavia, este é nomeado somente após o nível de Taamin nele. E os três primeiros Partzufim de AK – Galgálta, AB, SAG (item 47) – emergiram daquela maneira. Mas um mundo significa que este contém tudo que existe no mundo Acima dele, tal como um carimbo e impressão, onde tudo que existe no carimbo é transferido em sua totalidade para sua impressão.

116)       Portanto você vê que os três primeiros Partzufim, Galgálta, AB e SAG de AK são considerados um mundo, o mundo de AK, que emergiu na primeira restrição. Mas o quarto Partzuf de AK, onde Tzimtzum Bet ocorreu, tornou-se um mundo em si e de si mesmo, devido à dualidade que ocorreu na  Massach de Nekudot de SAG em sua descida do Tabúr de AK. Isto é assim porque foi duplicado pela Aviut de Bechiná Dálet, na forma da Hey inferior em Eynaim (item  63).

Durante a Gadlut, Bechiná Dálet voltou ao seu lugar no Pê e produziu o nível de Kéter (item 84), e este nível se igualou com o primeiro Partzuf de AK. E após se espalhar na Rosh, Toch, Sóf, nos Taamin e Nekudot, um segundo Partzuf emergiu nele, no nível de Chochmá, chamado YESHSUT, que é similar ao segundo Partzuf de AK, chamado AB de AK. E seguindo sua Hitpashtut (expansão) nos Ta’amim e Nekudot, um terceiro Partzuf emergiu, chamado de MA de Nekudim (item 111), que é similar  ao terceiro Partzuf de AK.

Por esta razão, tudo que existiu no mundo de AK apareceu aqui no mundo de Nekudim, isto é, três Partzufim um abaixo do outro. Cada um deles contém Ta’amim e Nekudot e todas as suas instâncias, como os três Partzufim Galgálta, AB, SAG de AK no mundo de AK. É por isso que o mundo de Nekudim é considerado como uma impressão carimbada do mundo de AK.

Também, por esta razão é considerado um mundo completo em si e por si mesmo. (E a razão porque os três Partzufim de Nekudim não são chamados Galgálta, AB, SAG, mas ao contrário AB, SAG, MA é que a Aviut de Bechiná Dálet que se juntou com a Massach de SAG está incompleto, devido a Hizdakchut que ocorreu no primeiro Partzuf de AK. É por isto que eles desceram para ser AB, SAG e MA).

117)       Assim, aprendemos como o mundo de Nekudim foi impresso do mundo de AK. Da mesma forma, o quinto Partzuf de AK, isto é, o novo MA, foi inteiramente impresso do mundo de Nekudim. Assim, embora todos os discernimentos que serviram em Nekudim tenham ali sido quebrados e cancelados, eles foram renovados no novo MA. É por  isto que ele é considerado um mundo separado.

Ele também é chamado “o mundo de Atzilut” porque acaba completamente acima da Parsá que foi criada na segunda restrição. É também chamado “o mundo do Tikun (correção)” porque o  mundo de Nekudim  não poderia persistir por  causa da quebra e cancelamento que nele ocorreu. Só depois, no novo MA, quando todas aquelas Bechinot que estavam no mundo de Nekudim voltaram e vieram no novo MA, elas ali se estabeleceram e persistiram.

É por isto que é chamado “o mundo de Tikun”, pois de fato, é na verdade o mundo de Nekudim, mas aqui, no novo MA, ele recebe sua correção do Todo. Isto, porque através do novo MA, todos os Achoraim que caíram de AVI e YESHSUT para o Guf, bem como os Panim e Achoraim de todo as ZAT, que caíram em BYA e morreram, se reúnem e sobem através dele para Atzilut.

118)       A razão para isto é que cada Partzuf inferior retorna e preenche os Kelim do Superior, após a partida de suas Luzes durante a Hizdakchut da Massach. Isto, porque após a partida das Luzes do Guf do primeiro Partzuf de AK, por causa da Hizdakchut da Massach, a Massach, recebeu um novo Zivug no nível de AB, que tornou a preencher os Kelim vazios do Guf do Superior, isto é, o  primeiro Partzuf.

Também, após a saída das Luzes de Guf de AB por causa da Hizdakchut da Massach, a Massach recebeu um novo Zivug no nível de SAG, que preencheu novamente os Kelim vazios do Superior, que é AB. Além disso, após a partida das Luzes de SAG, devido a Hizdakchut da Massach, a Massach recebeu um novo Zivug no nível de MA, que emergiu de Nikvey Eynaim, sendo os Nekudim, que preencheram novamente os Kelim vazios do Superior, sendo Nekudôt de  SAG.

E só assim, após a saída das Luzes de Nekudim por causa do cancelamento  dos Achoraim e a quebra dos vasos, a Massach recebeu um novo Zivug no nível de MA, que emergiu do Metzach do Partzuf SAG de AK. Isso preenche os Kelim vazios  de Guf do Superior, que são os Kelim de Nekudim que foram cancelados e quebrados.

119)       No entanto, há uma diferença essencial aqui, no novo MA: Ele se tornou um homem, e um Superior aos Kelim de Nekudim, que ele corrige. Por outro lado, nos Partzufim anteriores, o menor não se torna um homem e um Superior aos Kelim de Guf do Superior, mesmo que ele os preencha através de seu nível. E essa mudança é porque nos Partzufim anteriores não houve falha na saida das Luzes, pois somente a partida da Massach causou sua ida.

Mas aqui, no mundo de Nekudim, houve uma falha nos Kelim, já que a força da Malchut Mesayémet (Finalizadora) foi misturada com os Kelim de Achoraim de ZAT, tornando-os impróprios para receberem as Luzes. Esta é a razão por que eles quebraram e cairam em BYA. Assim, eles são completamente dependentes do novo MA para reanimá-los, classificá-los e elevá-los para Atzilut. Como resultado, o novo MA é considerado como masculino e doador.

E estes Kelim de Nekudim, ordenados por ele, tornam-se Nukvá (feminino) para MA. Por este motivo, seu nome foi alterado para BON, que significa que se haviam tornado Tachton (inferior) para MA, apesar de serem superiores ao novo MA, uma vez que são Kelim do mundo de Nekudim e são considerados MA e Nikvey Eynaim, cuja Mais Alta Bechiná é VA”K de SAG de AK (item 74). Mesmo assim, eles agora se tornaram Tachton (inferiores) para o novo MA, razão pela qual são chamados BON.

OS CINCO PARTZUFIM DE ATZILUT E O MA E BON EM CADA PARTZUF

120)       Foi explicado que o nível do novo MA, também se expandiu em um mundo completo em si mesmo, como o mundo de Nekudim. A razão é que, como foi explicado em relação ao nível de Nekudim, também a duplicação da Massach, Bechiná Dálet (item 116). Isso, porque a iluminação de ZO”N de AK que brilhava através do Tabúr e Yessód às GAR de Nekudim, trouxe Tzimtzum Álef de volta ao seu lugar e a Hey inferior desceu de sua Nikvey Eynaim ao Pê, o que causou que emergissem todos estes níveis  de  Gadlut  de  Nekudim  (item  101).  No  entanto,  todos  estes  níveis  foram cancelados e quebrados mais uma vez e, todas as luzes partiram deles. Por esta razão, Tzimtzum Bet voltou ao seu lugar e Bechiná Dálet se reuniu com a Massach.

121)       Assim, também no novo MA, que emergiu do Metzach, também há duas Bechinot de Katnut e Gadlut, como no mundo de Nekudim. O Katnut emerge primeiro, de acordo com a Aviut revelado na Massach, que é o nível de ZA de Hitlabshut, chamado CHAGAT e o nível de Malchut de Aviut, chamado NEH”Y, devido às três linhas feitas em Malchut. A linha direita é chamada Netzá, a linha esquerda é chamada Hod e a linha do meio é chamada Yessód.

No entanto, uma vez que há apenas Hitlabshut  em Bechiná Álef, sem  Aviut, ela não tem Kelim. Assim, o nível de CHAGAT é desprovido de Kelim, vestindo nos Kelim de NEH”Y e este nível é chamado Ubar (embrião). Isso significa que lá há apenas Aviut de Shóresh, que ficou na Massach depois de sua Hizdakchut, durante sua ascensão para Zivug no Metzach do Superior. E o nível que emerge daí é apenas o nível de Malchut.

No entanto, no seu interior está oculta a Hey inferior, considerada como “a menor Hey no Metzach”. Uma vez que o Ubar recebe o Zivug do Superior, ele desce de lá para o seu lugar (tem 54) e recebe os Môchin de Yeniká do Superior, que são Aviut de Bechiná Álef, consideradas “a Hey mais baixa em Nikvey Eynaim”. Assim, ela também adquire Kelim para CHAGAT e CHAGAT propaga de NEH”Y e tem o nível de ZA.

122)       Depois, mais uma vez, ele sobe por MA”N ao Superior. Isso é chamado Ibúr Bet (segunda concepção/impregnação), onde recebe Môchin de AB SAG de AK. Então, Bechiná Dálet desce de Nikvey Eynaim ao seu lugar no Pê (Item 101) e um Zivug é feito em Bechiná Dálet em seu lugar, produzindo dez Sefirot ao nível de Kéter. Assim, os Kelim de ACHÁP sobem de volta para seu lugar no Rosh e o Partzuf é completado com dez Sefirot de Luzes e vasos. E estes Môchin são chamados Môchin de Gadlut do Partzuf. Este é o nível do primeiro Partzuf de Atzilut, chamado Partzuf Kéter ou Partzuf Atik de Atzilut.

123)       E você já sabe que depois da quebra dos vasos, toda a ACHÁP caiu de seus graus, cada um ao grau abaixo dele (itens 77, 106). Assim, os ACHÁP do nível de Kéter de Nekudim estão em GE do nível de Chochmá e os ACHÁP do nível de Chochmá estão em GE do nível de Biná, etc. Assim, durante Ibúr Bet de Gadlut do primeiro Partzuf de Atzilut, chamado Atik, que elevou seus ACHÁP mais uma vez, GE do nível de Chochmá aumentou juntamente com eles. Eles foram corrigidos junto com os ACHÁP do nível de Atik e receberam lá o primeiro  Ibúr.

124)       E uma vez que GE de Chochmá recebeu seu nível de Ibúr e Yeniká (nutrição) (Item 121), eles subiram novamente ao Rosh de Atik, onde receberam um segundo Ibúr para os Môchin de Gadlut. Bechiná Guimel desceu ao seu lugar no Pê, produziu dez Sefirot sobre ela, no nível de Chochmá e, seus Kelim de ACHÁP subiram de volta ao seu lugar no Rosh. Assim, Partzuf Chochmá foi concluído com dez Sefirot de Luzes e Kelim. Este Partzuf é chamado Arich Anpin de  Atzilut.

125)       A GE do nível de Biná subiu junto com estes ACHÁP de AA, onde recebeu seu primeiro Ibúr e Yeniká. Depois, subiu ao Rosh de AA para um segundo Ibúr, elevou seus ACHÁP, recebeu os Môchin de Gadlut e, Partzuf Biná foi concluído com dez Sefirot, Luzes e vasos. Este Partzuf é chamado AVI e YESHSUT, uma vez que GAR são chamados AVI e ZAT são chamados  YESHSUT.

126)       E GE de ZO”N subiu junto com estes ACHÁP de AVI, onde recebeu seu primeiro Ibúr e Yeniká. Isso completa ZO”N no estado de VA”K para ZA e Nekudá (ponto) para Nukvá. Assim explicamos os cinco Partzufim do novo MA, que emergiram no mundo da Atzilut, no estado constante, chamados Atik, AA, AVI e ZO”N.

  • Atik emergiu no nível de Kéter;
  • AA – no nível de Chochmá;
  • AVI no nível de Biná;
  • E ZO”N em VA”K e Nekudá, que é o nível de ZA.

Além disso, aqui, nunca pode haver qualquer diminuição nestes cinco níveis, uma vez que os atos dos inferiores nunca alcançam às GAR de maneira que possam manchá-las. As ações dos inferiores, atingem a ZA e Nukvá, isto é, seus Kelim de Achoraim, que obtêm durante o Gadlut. Mas as ações dos inferiores não podem atingir os Kelim de Panim, que são GE em Luzes de VA”K e Nekudá. Assim, estes cinco níveis são considerados Môchin constantes em Atzilut.

127)       A ordem em que se vestem um no outro e no Partzuf AK é que Partzuf Atik de Atzilut, embora emergisse de Rosh de SAG de AK (item 118), ainda não pode se vestir do Pê de SAG de AK para baixo, mas apenas abaixo do Tabúr. Isto porque, acima do Tabúr de AK é considerado Tzimtzum Álef,  Akudim.

Uma vez que Partzuf Atik é o primeiro Rosh de Atzilut, Tzimtzum Bet não o controla, por isso deve ter sido digno de vestir acima de Tabúr de AK. Mas desde que Tzimtzum Bet já havia sido estabelecido no seu Pê de Rosh, para o resto dos Partzufim de Atzilut, a partir dele para baixo, só pode vestir do Tabúr de AK para  baixo.

Acontece, que o nível de Atik começa no Tabúr de AK e termina igualmente com as Raglaim de AK, ou seja, acima do ponto deste mundo. Isto é assim por causa de seu próprio Partzuf. No entanto, por causa de sua conexão com o resto dos Partzufim de Atzilut, de cuja perspectiva é considerado como incluído também em Tzimtzum Bet, a este respeito, considera-se que suas Raglaim terminam acima da Parsá de Atzilut, desde que Parsá é o novo Siúm (final) de Tzimtzum Bet (item 68).

128)       O segundo Partzuf no novo MA, chamado AA, que foi emanado e saiu do Pê de Rosh de Atik, começa no local de seu emergimento, do Pê de Rosh de Atik e, veste as ZAT de Atik, que terminam acima da Parsá de Atzilut. O terceiro Partzuf, chamado AVI, que emergiu do Pê de Rosh de AA, começa do Pê de Rosh de AA e termina acima do Tabúr de AA. E ZO”N começa no Tabúr de AA e acaba igualmente com o Siúm de AA, ou seja, acima da Parsá de Atzilut.

129)       Você deve saber que cada nível destes cinco Partzufim do novo MA ordenou e conectou a si mesmos uma parte dos Kelim de Nekudim que se tornaram sua Nukvá. Assim, quando Partzuf Atik emergiu, tomou e conectou a si mesmo toda GAR de Nekudim, que permaneceram completas durante a quebra dos vasos. Isto se refere a GE nelas, que emergiram durante sua Katnut, chamadas Kelim de Panim (item 76). Na Katnut de Nekudim, apenas a metade Superior de cada grau veio com eles, ou seja, GE e Nikvey Eynaim. A metade inferior de cada um deles, chamada ACHÁP, desceu para o grau inferior.

Assim, considera-se que Partzuf Atik do novo MA tomou a metade Superior de Kéter dos Kelim de Nekudim, bem como a metade Superior de CHUB e as sete raízes de ZAT, incluídas em GAR de Nekudim. E, estes tornaram-se um Partzuf Nukvá para o Atik do novo MA e juntaram-se uns com os outros. Eles são chamados MA e BON de Atik de Atzilut, uma vez que o masculino de Atik é chamado MA e os Kelim de Nekudim que se juntaram são chamados BON (item 119). Eles estão organizados face e costas: Atik de MA no Panim e Atik de BON em seu  Achor.

130)       Partzuf AA do novo MA, que emergiu no nível de Chochmá, ordenado  e conectado a si mesmo na metade inferior de Kéter de Nekudim – os ACHÁP de Kéter

– os quais, durante a Katnut, estavam no grau abaixo Kéter, isto é, em Chochmá e Biná de Nekudim (item 77). Eles se tornaram uma Nukvá a AA da nova MA e ambos se juntaram. Sua postura é direita e esquerda: AA de MA, que é o masculino, fica à direita, e AA de BON, que é a Nukvá, fica à esquerda.

E a razão pela qual Partzuf Atik de MA não levou também a metade inferior de Kéter de Nekudim é que desde que Atik é o primeiro Rosh de Atzilut, cujo nível é muito alto, conectou a si mesmo apenas os Kelim de Panim de GAR de Nekudim, onde nenhuma falha ocorreu durante a quebra. Isto não é assim na metade inferior de Kéter, os ACHÁP que caíram em CHUB durante a Katnut. Depois, durante a Gadlut, eles se elevaram de CHUB e se juntaram em Kéter de Nekudim (item 84). Então, depois da quebra dos vasos, caíram de Kéter de Nekudim uma vez mais e foram cancelados. Assim, falharam por sua queda e cancelamento e são, portanto, indignos de Atik. Por isso AA de MA os tomou.

131)       E o novo Partzuf AVI, no nível de Biná, classificou e conectou a si mesmo a metade inferior de CHUB de Nekudim, que são os ACHÁP de CHUB que caíram na ZAT de Nekudim durante a Katnut. Mas depois, durante a Gadlut de Nekudim, eles se elevaram e se juntaram com CHUB de Nekudim (item 94). Durante a quebra dos vasos eles caíram em ZAT de Nekudim mais uma vez e foram cancelados (item 107) e, AVI de MA classificou-os para ser seu Nukvá.

Eles são chamados de ZAT de Chochmá e ZAT de Biná de BON, uma vez que Chéssed de Biná permaneceu com as GAR de CHUB de BON no Partzuf Atik e somente a Vav inferior, de Gevurá para baixo, permaneceu na metade inferior de Biná. Acontece que o masculino de AVI é o nível de Biná de MA e Nukvá de AVI é ZAT de CHUB de BON. Eles estão à direita e à esquerda: AVI de MA à direita e AVI de BON à esquerda. E YESHSUT de MA, que são ZAT de AVI, tomou a Malchut de CHUB de BON.

132)       E Partzuf ZO”N do novo MA, no nível de VA”K e Nekudá, classificou e conectou a si mesmo os Kelim de Panim de ZAT de Nekudim, fora de sua quebra em BYA, isto é, a Bechiná GE de ZAT de Nekudim (item 78). Eles se tornaram Nukvá para ZO”N de MA e ficam à direita e à esquerda: ZO”N de MA à direita e ZO”N de BON   à esquerda.

133)       Assim, explicamos o MA e BON nos cinco Partzufim de Atzilut. Os cinco níveis do novo MA, que emergiu no mundo de Atzilut classificaram os velhos Kelim que trabalharam em Nekudim e os transformaram em Nukvas (femininas), chamadas BON.

  • BON de Atik foram ordenadas e feitas da metade Superior de GAR de Nekudim.
  • BON de AA e AVI foram ordenadas e feitas da metade inferior de GAR de Nekudim, que lhes serviu durante a Gadlut de Nekudim e foram canceladas mais uma vez.
  • BON de ZO”N foram ordenadas e feitas dos Kelim de Panim que surgiram durante a Katnut de Nekudim, que quebraram e cairam junto com seus Kelim de Achoraim durante sua Gadlut.

UMA GRANDE REGRA RELATIVA AOS MÔCHIN CONSTANTES E ÀS SUBIDAS DOS PARTZUFIM E DOS MUNDOS DURANTE OS SEIS MIL ANOS

134)       Já foi explicado que o emergimento da Gadlut de GAR e ZAT de Nekudim veio em três sequências, por meio de três pontos Cholam, Shuruk, Chirik (item 86). Disso você pode entender que existem dois tipos de conclusão das dez Sefirot para a recepção dos Môchin de Gadlut.

A primeira é através de ascensão e integração no Superior, ou seja, quando ZO”N de AK iluminou a nova Luz através do Tabúr em Kéter de Nekudim e baixou a Hey inferior de Nikvey Eynaim de Kéter ao seu Pê. Assim, os ACHÁP de Kéter caídos que estava em AVI elevaram-se e voltaram para os seus graus em Kéter, completando suas dez Sefirot.

Considera-se que, naquele estado, GE de AVI ligada aos ACHÁP de Kéter subiu junto com eles. Assim, também AVI estão incluídos nas dez Sefirot completas de Kéter, desde a mais baixa que sobe para o Superior torna-se como ele (item 93). Assim, considera-se que também AVI, obteve ACHÁP que faltava para completar suas dez Sefirot, pela sua integração em Kéter. Este é o primeiro tipo de Môchin de Gadlut.

135)       O segundo tipo é um grau que foi completado nas dez Sefirot por si mesmas quando ZO”N de AK iluminaram a nova Luz através de Yessód de AK, chamado “o ponto de Shuruk”, para AVI e baixaram a Hey inferior de Nikvey Eynaim de AVI elas mesmas, ao seu Pê. Por isso, elas elevaram os Kelim de ACHÁP de AVI a partir do local em que eles caíram em ZAT ao Rosh de AVI e completaram suas dez Sefirot. Assim, agora AVI estão completas por si mesmas, já que agora eles obtiveram os Kelim reais de ACHÁP que lhes faltavam.

No entanto, no primeiro tipo, quando receberam a sua conclusão, de Kéter através da Dvekút com seus ACHÁP, eles eram na verdade ainda deficientes de ACHÁP. Mas, devido à sua Hitkalelut em Kéter, eles receberam uma iluminação de seus ACHÁP, que bastavam apenas para completá-los em dez Sefirot, enquanto ainda estavam no lugar de Kéter, e não quando partiram dali para o seu próprio lugar.

136)       Da mesma forma, também há dois tipos de conclusões em  ZAT:

  1. Durante a iluminação de Shuruk e a ascensão dos ACHÁP de AVI, no momento em que a GE de ZAT que está ligada a eles, também subiu juntamente com eles para AVI, onde eles receberam ACHÁP para completar suas dez Sefirot. Estes ACHÁP não são mais os seus verdadeiros ACHÁP, mas somente iluminação de ACHÁP, suficiente para completar as dez Sefirot, enquanto estão em AVI e não em sua descida para o seu próprio lugar.
  2. A conclusão das dez Sefirot, que as ZAT obtiveram durante a Hitpashtut de Môchin de AVI para as ZAT, pela qual elas, também, reduziram seu Hey inferior final de seu Chazê ao Siúm Raglin de AK e elevaram suas TNEHY de BYA e as conectaram ao seu grau, para Atzilut. Então, se não tivessem sido quebradas e morrido, teriam sido concluídas com dez Sefirot completas por si mesmas, já que agora haviam obtido os reais ACHÁP que lhes faltava.

137)       Nos quatro Partzufim que emergiram de AVI nos Kelim de CHAGAT, bem como nos quatro Partzufim que emergiram de YESHSUT aos Kelim de TNHYM (Itens 107-109), existem também esses dois tipos de conclusão das dez Sefirot. Isso ocorre porque em primeiro lugar, cada um deles foi completado por sua adesão com ACHÁP de AVI e YESHSUT enquanto eles ainda estavam no Rosh. Este é o primeiro tipo  de  conclusão  das  dez  Sefirot.  Depois, quando  se  expandiram para BYA, elas queriam estar completas pela conclusão do segundo tipo de dez Sefirot. Isso se aplica também às Sefirot dentro das Sefirot.

138)       Você deve saber que esses cinco Partzufim de Atzilut, Atik, AA, AVI e ZO”N foram estabelecidos em permanência,28 e nenhuma diminuição se aplica a eles (item 126). Atik emergiu no nível de Kéter; AA no nível de  Chochmá; AVI no nível  de Biná e; ZO”N ao nível de ZA, VA”K sem um Rosh.

Assim, os Kelim de ACHÁP que foram ordenados por eles, do período de Gadlut, foram considerados realização do primeiro tipo de dez Sefirot, por meio do ponto de Cholam que é mostrado em Kéter de Nekudim. Então, AVI também, foram concluídos por Kéter e obtiveram iluminação dos Kelim de ACHÁP (item 134). Assim, apesar de Atik, AA e AVI, todos tinham dez Sefirot completas no Rosh, não GAR expandida dele para seus Gufim. Mesmo Partzuf Atik tinha apenas VA”K, sem um Rosh, no Guf e assim fizeram AA e AVI.

A razão para isto é que o puro é ordenado primeiro. Assim, apenas a conclusão do primeiro tipo de dez Sefirot foi ordenada nele, do ponto de vista de sua ascensão ao Superior, ou seja, a iluminação dos Kelim de ACHÁP, o que é suficiente para completar as dez Sefirot no Rosh. Mas ainda não há Hitpashtut do Rosh ao Guf, desde quando AVI foram incluídos em Kéter de Nekudim, estabeleceram para a iluminação de ACHÁP pela força de Kéter e nada pela sua Hitpashtut para o seu lugar próprio, de Pê de Kéter de Nekudim para baixo (Item 135). E uma vez que os corpos de Atik e AA e AVI estavam em VA”K sem um Rosh, é tanto mais com a própria ZO”N, considerada o Guf de Atzilut comum que emergiu nas VA”K sem Rosh.

139)       No entanto, isso não foi assim em AK. Em vez disso, toda a quantidade que emergiu nos Roshim dos Partzufim de AK também expandidos para seus Gufim. Por isso, todos os cinco Partzufim de Atzilut são considerados como meros VA”K dos Partzufim de AK. É por isso que eles são chamados “o novo MA” ou “MA dos cinco Partzufim de AK”, isto é, o nível de ZA, que é MA sem GAR. GAR são Galgálta, AB, SAG, uma vez que o coração do grau é medido de acordo com sua expansão para o Guf, do Pê para baixo. E uma vez que os três primeiros Partzufim não se espalham no Guf, mas apenas VA”K sem um Rosh, eles são considerados MA, que é o nível de VA”K sem um Rosh, no que diz respeito aos cinco Partzufim de  AK.

140)       Assim, Atik de Atzilut, com o nível de Kéter no Rosh, é considerado VA”K para Partzuf Kéter de AK e carece Neshamá, Chayá, Yechidá de Kéter de AK. AA de Atzilut, tendo o nível de Chochmá no Rosh, é considerado VA”K para Partzuf AB de AK, que é Chochmá, faltando Neshamá, Chayá, Yechidá de AB de  AK.

AVI de Atzilut, com o nível de Biná no Rosh, são considerados VA”K do Partzuf SAG de AK e carecem de Neshamá, Chayá, Yechidá de SAG de AK. ZO”N de Atzilut são considerados VA”K do Partzuf MA e BON de AK e carecem de Neshamá, Chayá, Yechidá de MA e BON de AK. E YESHSUT e ZO”N estão sempre no mesmo grau — um sendo o Rosh e o outro sendo o Guf.

141)       A conclusão dos ACHÁP das dez Sefirot do segundo tipo são ordenadas através da elevação de MA”N a partir das boas obras dos inferiores. Isto significa que eles completam AVI, em relação a si próprios, como no ponto de Shuruk. Então, os próprios AVI diminuem a Hey inferior da sua Nikvey Eynaim e elevam seus ACHÁP para eles. Então eles também têm a força para doar ao ZAT, que são ZO”N, isto é, para os Gufim de Cima para baixo. Isso, porque os GE de ZO”N, ligados aos ACHÁP de AVI, são atraídos junto com eles para AVI e recebem deles a conclusão de suas dez Sefirot (item 94).

Nesse momento, a soma total de Môchin em AVI é dada para ZO”N que também se elevam junto com eles para seus ACHÁP. Assim, quando os cinco Partzufim de Atzilut recebem esta conclusão do segundo tipo, há GAR para os Gufim dos três primeiros Partzufim — Atik, AA e AVI de Atzilut — bem como para ZO”N de Atzilut, o Guf de Atzilut comum.

Então, os cinco Partzufim de Atzilut se elevam e vestem os cinco Partzufim de AK. Isso ocorre porque durante a Hitpashtut de GAR aos Gufim dos cinco Partzufim de Atzilut, eles se equalizam com os cinco Partzufim de  AK:

  • Atik de Atzilut se eleva e veste Partzuf Kéter de AK
  • AA veste AB de AK
  • AVI – SAG de AK
  • E ZO”N vestem MA e BON de AK.

E, em seguida, cada um deles recebe Neshamá, Chayá e Yechidá de sua Bechiná em AK correspondente.

142)       No entanto, em relação as ZO”N de Atzilut, estes Môchin são considerados como apenas o primeiro tipo de conclusão das dez Sefirot. Isso, porque esses ACHÁP não são ACHÁP completos, mas mera iluminação de ACHÁP, que eles recebem através AVI, enquanto estão no lugar de AVI. Mas em sua expansão para o seu lugar próprio, eles ainda não têm seus próprios ACHÁP (item  136).

Por esta razão, todos Môchin que ZO”N obtém nos 6.000 anos são considerados “Môchin de ascensão”, já que podem obter Môchin de GAR somente quando se elevam ao lugar de GAR, como então são concluídos por eles. Mas se eles não se elevam ao lugar de GAR, não podem ter Môchin, já que ZO”N ainda tem que classificar o segundo tipo de Môchin e, isso vai ocorrer apenas no final da correção.

143)       Assim, explicamos que os Môchin dos cinco Partzufim permanentes em Atzilut são do primeiro tipo de classificação dos Kelim de AVI. No mundo de Nekudim, esta iluminação é chamada “iluminação de Tabúr” ou “o ponto de Cholam”. Mesmo  AVI  têm  apenas  o  primeiro  tipo  de  conclusão;  portanto,  nenhuma iluminação de GAR espalha dos Roshim de Atik, AA e AVI aos seus próprios Gufim e para ZO”N, já ZAT de Nekudim, também não receberam nenhuma daquela iluminação de Cholam (item 88).

E os Môchin dos 6000 anos, até o final da correção, que vêm através da elevação de MA”N dos inferiores, são considerados classificação dos Kelim para completar o segundo tipo das dez Sefirot de AVI. No mundo de Nekudim, esta iluminação é chamada “iluminação do Yessód” ou “ponto de Shuruk”, desde então AVI eleva seus próprios ACHÁP, aos quais também GE de ZAT estão ligados. Assim, ZAT também recebem Môchin de GAR no lugar de AVI. E, estes Môchin alcançam os Gufim dos cinco Partzufim de Atzilut e as ZO”N comum, exceto que devem estar acima, no lugar de GAR, e vesti-los.

No futuro, no fim da correção, ZO”N receberão a conclusão do segundo tipo das dez Sefirot e irão baixar a conclusão da Hey inferior do seu Chazê, que é Parsá de Atzilut, para o lugar de Siúm Raglin de AK (item 136). Então, TNEHY de ZO”N em BYA se conectarão ao grau de ZO”N de Atzilut e Siúm Raglin de Atzilut se equalizarão com Siúm Raglin de AK. Então, o Rei Messias aparecerá, como está escrito: “E Seus pés se levantarão… sobre o monte das Oliveiras”. Assim, foi completamente esclarecido que não há correção para os mundos durante 6.000 anos, exceto por meio de ascensão.

EXPLICANDO OS TRÊS MUNDOS BRIÁ, YETZIRÁ E ASSIÁ

144)       Há sete pontos básicos para discernir nos três mundos BYA:

  1. De onde era o lugar para estes três mundos serem feitos?
  2. Os níveis dos Partzufim BYA e a situação inicial dos mundos quando foram criados e emanados da Nukvá de Atzilut.
  3. Todos os níveis, desde os Môchin adicionados e a posição que tinham obtido antes do pecado de Adam HaRishon.
  4. Os Môchin que permaneceram nos Partzufim BYA e o local para o qual os mundos caíram depois de terem sido danificados pelo pecado de Adam HaRishon.
  5. Os Môchin de Íma que os Partzufim BYA receberam depois de sua queda abaixo da Parsá de Atzilut.
  6. Os Partzufim de Achor dos cinco Partzufim de Atzilut, que desceram e vestiram os Partzufim BYA e tornaram-se o que é para eles discernido como Neshamá para Neshamá.
  7. A Malchut de Atzilut que desceu e se tornou Atik para os Partzufim BYA.

145)       O primeiro discernimento já foi explicado (item 66): Por causa da ascensão da Malchut Mesayémet (Finalizadora) que estava abaixo do Siúm Raglin de AK, para o lugar de Chazê de ZAT de Nekudôt de SAG, que ocorreu durante Tzimtzum Bet, os dois terços inferiores de Tiféret e NEHY”M caíram abaixo do novo ponto do Siúm em Chazê de Nekudôt. Assim, eles não são mais dignos de receber a Luz Superior e o lugar dos três mundos BYA foi feito a partir deles:

  • O lugar do mundo de Briá foi feito dos dois terços inferiores de Tiféret;
  • O local do mundo de Yetzirá foi feito das três Sefirot NEH”Y;
  • O lugar do mundo de Assiá era feito de Malchut.

146)       O segundo discernimento são os níveis dos Partzufim BYA e suas posições sobre sua saída e nascimento de Nukvá de Atzilut. Saibam que então, ZA já havia obtido a Bechiná Chayá de Aba e a Nukvá já havia obtido a Bechiná Neshamá de Íma.

E você já sabe que as ZO”N recebem os Môchin de AVI somente pela ascensão e vestimenta (item 142). Assim, ZA veste Aba de Atzilut, chamado AVI Superior, a Nukvá veste Íma de Atzilut, chamada YESHSUT e então Nukvá de Atzilut é ordenada   e emanada do mundo de Briá com seus cinco  Partzufim.

147)       E já que a Nukvá fica no lugar de Íma, ela é considerada como tendo o grau de Íma, uma vez que o inferior que sobe ao Superior torna-se como ele. Portanto, o mundo de Briá, que foi ordenado por ela, é considerado o grau de ZA, uma vez que é um grau inferior a Nukvá, considerada Íma e o inferior para Íma é ZA. Então o mundo de Briá, que fica no lugar de ZA de Atzilut, está abaixo de Nukvá de Atzilut, que foi então considerada Íma de Atzilut.

148)       Assim, considera-se que o mundo de Yetzirá, que foi ordenado e emanado pelo mundo de Briá, está então, no grau de Nukvá de Atzilut. Isto é assim porque é o grau abaixo do mundo de Briá, que foi, então, considerado ZA de Atzilut. E o que está abaixo de ZA é considerado Nukvá. No entanto, nem todas as dez Sefirot do mundo de Yetzirá são consideradas Nukvá de Atzilut, mas apenas as quatro primeiras de Yetzirá. A razão é que há dois estados para a Nukvá: face a face e costa com costa:

  • Quando ela está face a face com ZA, seu nível é igual ao de ZA;
  • E quando está costa com costa, ocupa apenas quatro Sefirot TNEHY de ZA. E, já que então o estado de todos os mundos era apenas costa com costa, havia  somente quatro Sefirot  na  Nukvá. Assim,  também o mundo  de  Yetzirá,  tem apenas suas primeiras quatro Sefirot no local de Nukvá de Atzilut. E as últimas seis de Yetzirá eram as primeiras seis Sefirot do mundo atual de Briá, de acordo com as qualidades no lugar de BYA no primeiro discernimento (item 145), onde os mundos BYA caíram após o pecado de Adam HaRishon e este é agora o seu lugar permanente.

149)       O mundo de Assiá, que foi ordenado pelo mundo de Yetzirá, é considerado o grau atual de Briá. Desde que o mundo de Yetzirá estava anteriormente no grau de Nukvá de Atzilut, o grau abaixo dele – mundo de Assiá – é considerado o mundo atual de Briá. Mas, uma vez que apenas as quatro primeiras (Sefirot) de Yetzirá foram consideradas Nukvá de Atzilut e suas seis menores estavam no mundo de Briá, assim, apenas as quatro primeiras do mundo de Assiá abaixo dela são consideradas como as quatro Sefirot inferiores do mundo de Briá. E as últimas seis do mundo de Assiá estavam no lugar das primeiras seis do mundo de Yetzirá atual.

Então, as quatorze Sefirot – NEHY”M da Yetzirá atual e todas as dez Sefirot do mundo de Assiá atual – foram desprovidas de qualquer Kedushá (santidade) e tornaram-se Mador ha Klipót (a seção das cascas). Isto é assim, porque haviam apenas Klipót (cascas) no lugar dessas quatorze Sefirot, uma vez que os mundos de Kedushá terminaram no lugar de Chazê do mundo de Yetzirá atual. Assim, aprendemos os níveis dos Partzufim BYA e o lugar de sua posição em sua primeira  aparição.

150)       Agora vamos explicar o terceiro discernimento – os níveis dos Partzufim BYA e a postura que tiveram dos Môchin adicionados antes do pecado de Adam HaRishon. Isto porque através da iluminação da adição do Shabbat, eles tinham duas ascensões.

1             . Na quinta hora, na véspera do Shabbat, quando Adam HaRishon nasceu. Então, a iluminação do Shabbat começa a brilhar na forma do quinto do sexto dia. Então:

  • ZA obteve Bechinat Yechidá e se elevou e vestiu AA de Atzilut;
  • E Nukvá – Bechinat Chayá se elevou e vestiu AVI de Atzilut;
  • Briá se elevou para YESHSUT;
  • O conjunto de Yetzirá subiu para ZA;
  • As quatro primeiras Sefirot de Assiá se elevaram para o lugar de Nukvá de Atzilut;
  • E as últimas seis de Assiá se elevaram para o lugar das primeiras seis de Briá.

2             . Na véspera do Shabbat, ao anoitecer. Através da adição de Shabbat, as últimas seis de Assiá se elevam também para o lugar de Nukvá de Atzilut e os mundos de Yetzirá e Assiá permanecem no mundo de Atzilut, no lugar das ZO”N de  Atzilut, na forma face a face.

151)       E agora vamos explicar o quarto discernimento – o nível dos Môchin que permaneceram em BYA e o lugar em que caíram após o pecado. Por causa da falha do pecado da Árvore do Conhecimento, todos Môchin adicionados que obtiveram através das duas ascensões afastaram os mundos e ZO”N voltou a ser VA”K e Nekudá. E os três mundos BYA ficaram apenas com os Môchin com os quais inicialmente emergiram. O mundo de Briá estava no grau de ZA, o que também significa VA”K, Yetzirá e Assiá na medida acima mencionada (item 148).

Além disso, o discernimento de Atzilut deixou-os completamente e eles caíram abaixo da Parsá de Atzilut, com a qualidade do local de BYA, elaborado pelo Tzimtzum Bet (item 145). Assim, as quatro inferiores de Yetzirá e as dez Sefirot do mundo de Assiá caíram e ficaram no lugar das quatorze Sefirot das Klipót (item 149), chamado Mador ha Klipót.

152)       O quinto discernimento é o Môchin de Íma que BYA receberam no lugar para onde eles caíram. Após BYA terem partido de Atzilut e caido abaixo da Parsá de Atzilut, tinham apenas VA”K (item 151). Então YESHSUT se vestiu em ZO”N de Atzilut e YESHSUT se acasalaram com a finalidade de vestirem-se em ZO”N e partilharam Môchin de Neshamá aos Partzufim BYA nos seus  lugares:

  • O mundo de Briá recebeu deles dez Sefirot completas ao nível de Biná;
  • O mundo de Yetzirá recebeu deles VA”K;
  • E o mundo de Assiá, apenas o discernimento costa com costa.

153)       O sexto discernimento é a Neshamá para Neshamá, que os Partzufim BYA obtiveram dos Partzufim de Achor dos cinco Partzufim de Atzilut. Isso ocorre porque durante a diminuição lunar, o Partzuf de Achor de Nukvá de Atzilut caiu e vestiu-se  nos Partzufim BYA. Ele contém três Partzufim, chamados Ibúr, Yeniká e  Môchin.

  • Bechinat (discernimento de) Môchin caiu em Briá;
  • Bechinat Yeniká caiu em Yetzirá;
  • E Bechinat Ibúr caiu em Assiá.

Tornaram-se Bechinat Neshamá para Neshamá para todos os Partzufim BYA, que é considerado Chayá, com respeito a eles.

154)       O sétimo discernimento é Nukvá de Atzilut, que se tornou o RADLA e  a iluminação de Yechidá em BYA. Isso é porque foi explicado que, durante a diminuição lunar, os três discernimentos – Ibúr, Yeniká, Môchin – do Partzuf Achor de Nukvá de Atzilut caíram e se vestiram em BYA. Eles são considerados como os Achoraim dos nove inferiores de Nukvá, que são Ibúr, Yeniká, e  Môchin:

  • NEH”Y é chamado Ibúr;
  • CHAGAT é chamado Yeniká;
  • CHABAD é chamado Môchin.

No entanto, o Achor de Bechiná Kéter de Nukvá tornou Atik aos Partzufim BYA, de uma forma que as Luzes dos atuais Partzufim BYA são, principalmente das remanescentes, deixados nelas depois do pecado de Adam HaRishon, que é o VA”K de cada uma delas (item 151).

  • Receberam Bechiná Neshamá dos Môchin de Íma (item 151);
  • E receberam Bechiná Neshamá para Neshamá, que é Bechiná Chayá, dos nove inferiores do Partzuf Achor de Nukvá;
  • E receberam Bechiná Yechidá de Bechiná Achor de Kéter de Nukvá de Atzilut.

EXPLICANDO AS ASCENÇÕES DOS MUNDOS

155)       A principal diferença entre os Partzufim de AK e os Partzufim do mundo de Atzilut é que os Partzufim de AK são de Tzimtzum Álef, onde cada grau contém dez Sefirot completas. Além disso, há apenas um Kli nas dez Sefirot – o Kli de Malchut, mas as primeiras nove Sefirot são apenas consideradas  Luzes.

Os Partzufim de Atzilut, no entanto, são de Tzimtzum Bet, como está escrito: “no dia em que o Senhor Deus fez a terra e o céu”, quando Ele associou Rachamim (misericórdia) com Din (julgamento) (item 59). Midat ha Din (qualidade do julgamento), que é Malchut, se elevou e se conectou a Biná, que é Midat ha Rachamim (qualidade da misericórdia) e elas estavam coligadas. Assim, um novo Siúm foi colocado sobre a Luz Superior no lugar de Biná. A Malchut Mesayémet (que Finaliza) o Guf elevou-se para Biná de Guf, que é Tiféret, no lugar do Chazê e se acoplou com Malchut no Pê de Rosh se elevou para Biná de Rosh, chamada Nikvey Eynaim.

Assim, o nível dos Partzufim diminuíu em GE, que são Kéter Chochmá em Kelim, ao nível de VA”K sem um Rosh, que são Néfesh Ruach em Luzes (item 74). Portanto, são deficientes dos ACHÁP de Kelim, que são Biná e ZO”N e as Luzes de Neshamá, Chayá e Yechidá.

156)       Foi explicado (item 124) que, ao elevar MA”N para o segundo Ibúr, os Partzufim de Atzilut obtiveram a iluminação dos Môchin de AB SAG de AK, o que reduz a Hey inferior de Nikvey Eynaim de volta ao seu lugar no Pê, como em Tzimtzum Álef. Assim, recuperam o ACHÁP de Kelim e Neshamá, Chayá e Yechidá de Luzes. No entanto, isso ajudou apenas para as dez Sefirot do Rosh dos Partzufim, mas não para seus Gufim, uma vez que estes Môchin não se espalharam de Pê para baixo para seus Gufim (item 138).

Por isso, mesmo depois dos Môchin de Gadlut, os Gufim permaneceram em Tzimtzum Bet, como durante o Katnut. Por esta razão, todos os cinco Partzufim de Atzilut são considerados como tendo apenas o nível das dez Sefirot que emergem em Aviut de Bechiná Álef, o nível de ZA, VA”K sem um Rosh, chamado de “o nível de MA”. Eles vestem o nível de MA dos cinco Partzufim de AK, ou seja, a partir do Tabúr dos cinco Partzufim de AK para baixo.

157)       Assim, Partzuf Atik de Atzilut veste Partzuf Kéter de AK de seu Tabúr para baixo e recebe a sua recompensa do nível de MA de Partzuf Kéter de AK, que está ali. Partzuf AA de Atzilut veste Partzuf AB de AK do Tabúr para baixo e recebe sua recompensa do nível de MA de AB de AK, que está ali. AVI de Atzilut veste Partzuf SAG de AK do Tabúr para baixo e recebe sua recompensa do nível de MA de SAG, que está ali. ZO”N de Atzilut veste Partzuf MA e BON de AK do Tabúr para baixo e recebe sua recompensa do nível de MA do Partzuf MA e BON de AK.

Assim, cada um dos cinco Partzufim de Atzilut recebe de seu Partzuf correspondente em AK, apenas VA”K sem um Rosh, chamado “o nível de MA”. E mesmo que haja GAR nos Roshim dos cinco Partzufim de Atzilut, apenas os Môchin que expandem de Pê para baixo em seus Gufim, que são meramente VA”K sem um Rosh, são levados em consideração (item 139).

158)       Isso não significa que cada um dos cinco Partzufim de Atzilut vista sua Bechiná (discernimento) correspondente em AK. Isso é impossível, uma vez que os cinco Partzufim de Atzilut vestem-se um sobre o outro e, assim fazem os cinco Partzufim de Atzilut. Pelo contrário, isto significa que o nível de cada Partzuf dos Partzufim de Atzilut está objetivando sua correspondente Bechiná nos cinco Partzufim de AK, do qual recebe a sua recompensa (HaIlan, Imagem no. 3  ).

159)       Para os Môchin fluírem do Pê para baixo para os Gufim dos cinco Partzufim de Atzilut, foi explicado (item141) que a elevação de MA”N dos inferiores  é necessária. Isso porque a seguir, as conclusões das dez Sefirot do segundo tipo são dadas a eles, o que também é suficiente para os Gufim.

E há três discernimentos nestes MA”N que os inferiores  elevam:

  • Quando elevam MA”N de Aviut de Bechiná Bet, dez Sefirot no nível de Biná emergem, chamadas “o nível de SAG”. Estas são Môchin da Luz de Neshamá.
  • Quando elevam MA”N de Aviut de Bechiná Guimel, dez Sefirot no nível de Chochmá emergem, chamadas “o nível de AB”. Estas são Môchin da Luz de Chayá.
  • Quando elevam MA”N de Aviut de Bechiná Dálet, dez Sefirot no nível de Kéter emergem, chamadas “o nível de Galgálta”. Estes são Môchin da Luz de Yechidá (item 29).

160)       Saiba que os inferiores que são adequados para elevar MA”N são considerados apenas NARAN (Néfesh, Ruach, Neshamá) de Tzadikim (justos), que já estão incluídos em BYA e podem elevar MA”N para ZO”N de Atzilut, considerado seu (grau) Superior. Então, ZO”N eleva MA”N para seus Superiores que são AVI e, AVI os elevam mais Superior ainda, até que atinjam os Partzufim de AK. Então a Luz Superior desce de Ein Sóf para os Partzufim de AK sobre MA”N que se elevou ali e, o nível de dez Sefirot emerge, de acordo com a medida de Aviut de MA”N que eles elevaram.

  • Se for de Bechiná Bet, é ao nível de Neshamá;
  • Se for de Bechiná Guimel, é ao nível de Chayá.

E a partir daí, os Môchin descem grau por grau através dos Partzufim de AK, até chegarem aos Partzufim de Atzilut. E eles também viajam grau por grau, através   de todos os Partzufim de Atzilut, até chegarem aos Partzufim ZO”N de Atzilut, que transmitem estes Môchin sobre NARAN de Tzadikim que elevaram estes MA”N de BYA.

E esta é a regra: qualquer iniciação de Môchin vem apenas de Ein Sóf e nenhum grau pode elevar MA”N ou receber recompensa, exceto de seu Superior adjacente.

161)       Isto lhe diz que é impossível para os inferiores receber qualquer coisa de ZO”N de Atzilut antes que todos Partzufim Superiores no mundo de Atzilut e do mundo de AK forem trazidos para Gadlut por eles. E por isso foi explicado que não há iniciação de Môchin exceto a partir de Ein Sóf.

No entanto, as NARAN de Tzadikim só podem recebê-los de seus Superiores adjacentes, que são ZO”N de Atzilut. Assim, os Môchin devem jorrar em cascata através dos Mundos Superiores e Partzufim, até que atinjam os ZO”N, que depois transmitem para NARAN de Tzadikim.

Você já sabe que não há ausência no espiritual e, que a transferência de um lugar para outro não significa tornar-se ausente do primeiro lugar e chegar ao próximo local, como na corporalidade. Em vez disso, eles permanecem no primeiro lugar, mesmo depois que se moveram e chegaram ao próximo local, como se acendessem uma vela na outra, sem que a primeira se  prejudicasse.

Além disso, a regra é que a essência e a raiz da Luz continuem no primeiro lugar e, só um ramo dela se estende até o próximo local. Agora você pode ver que a recompensa que atravessa os Superiores, até atingir o NARAN de Tzadikim permanece em cada grau que percorreu. Assim, todos os graus crescem por causa da recompensa que eles passam para NARAN de Tzadikim.

162)       Agora você pode entender como as ações dos inferiores causam subidas e descidas nos Partzufim e mundos Superiores. Isto porque, quando eles melhoram suas ações e elevam MA”N e ampliam a recompensa, todos os mundos e graus através dos quais a recompensa passou a crescer e se elevar mais Alto, por causa da recompensa que eles passam. E quando eles corrompem seus atos, uma vez mais MA”N é corrompido e os Môchin também partem dos graus Superiores, uma vez que a transferência de recompensa deles para os inferiores se detem e, eles descem mais uma vez ao seu estado pemanente como no princípio.

163)       E agora vamos explicar a ordem das ascensões dos cinco Partzufim de Atzilut para os cinco Partzufim de AK e os três mundos BYA para YESHSUT e ZO”N de Atzilut, começando com seu estado constante e até o nível que pode ser atingido durante 6.000 anos antes do final da correção. No geral, existem três ascensões, mas elas são divididas em muitos detalhes.

O estado constante dos mundos AK e ABYA já foi explicado acima: o primeiro Partzuf que foi emanado após Tzimtzum Álef é Partzuf Galgálta de AK, vestido pelos quatro Partzufim de AK: AB, SAG, MA e BON e o Siúm Raglin de AK está acima do ponto deste mundo (itens 27, 31). Ele é circundado pelo ambiente de AK de Ein Sóf, cuja magnitude é infinita e imensurável (item 32). E assim como Ein Sóf o circunda, ele se veste dentro dele e é chamado “a linha de Ein Sóf”.

164)       E dentro de MA e BON de AK reside Partzuf TNEHY”M de AK, chamado Nekudôt de SAG de AK (itens 63, 66). Durante Tzimtzum Bet, a Malchut Mesayémet (Finalizadora), que se situou acima do ponto deste mundo, elevou-se e determinou seu lugar no Chazê deste Partzuf, abaixo do terço Superior de Tiféret, onde criou um novo Siúm na Luz Superior, de modo a não se espalhar de lá para baixo. Este novo Siúm é chamado “Parsá abaixo de Atzilut” (Item  68).

Além disso, estas Sefirot de Chazê abaixo do Partzuf Nekudôt de SAG de AK que permaneceram abaixo da Parsá se tornaram um lugar para os três mundos BYA:

  • Os dois terços de Tiféret através do Chazê tornaram-se o lugar do mundo de Briá;
  • NEH”Y tornou-se o lugar do mundo de Yetzirá;
  • E Malchut, o lugar do mundo de Assiá (item 67).

Acontece que o lugar dos três mundos BYA começa abaixo da Parsá  e termina acima do ponto deste mundo.

165)       Assim, os quatro mundos, Atzilut, Briá, Yetzirá e Assiá começam do local abaixo do Tabúr de AK e terminam acima do ponto deste mundo. Isso, porque os cinco Partzufim do mundo de Atzilut começam do local abaixo Tabúr de AK e terminam acima da Parsá. E, da Parsá para baixo, para este mundo, ficam os três mundos BYA. Este é o estado pemanente dos mundos AK e ABYA e nunca haverá qualquer diminuição neles.

E isso já foi explicado (item 138), que nesse estado, existe apenas Bechiná VA”K sem um Rosh em todos os Partzufim e mundos. Isto é assim porque, mesmo nos três primeiros Partzufim de Atzilut, em cujos Roshim há GAR, eles ainda não são transmitidos de seu Pê para baixo e todos os Gufim são VA”K sem um Rosh, tanto mais nos Partzufim BYA. Mesmo os Partzufim de AK, com relação aos seus arredores, são considerados como faltando GAR (item 32).

166)       Assim, sobre tudo isso há três ascensões para completar os mundos nos três níveis, Neshamá, Chayá e Yechidá, que lhes falta. E essas ascensões dependem da elevação de MA”N nos inferiores.

A primeira ascensão é quando os inferiores elevam MA”N da Bechiná Aviut de Bechiná Bet. Então, os ACHÁP do nível de Biná e Neshamá, com respeito as dez Sefirot do segundo tipo, são ordenados, da iluminação do ponto de Shuruk (item 135). Estes Môchin brilham aos ZAT e os Gufim, assim como nos Partzufim de AK, quando a  quantidade  total  que  existe  nas  dez  Sefirot  nos  Roshim  dos  Partzufim  de  AK atravessam e se espalham também para os Gufim.

167)       Acontece que quando estes Môchin viajam através dos Partzufim de Atzilut, cada um dos cinco Partzufim de Atzilut recebe Môchin de Biná e Neshamá, chamados Môchin de SAG, que iluminam GAR aos seus Partzufim, assim como em AK. Por isso, então se considera que crescem e se elevam e vestem os cinco Partzufim de AK, para a extensão dos Môchin que eles alcançaram.

168)       Assim, quando Partzuf Atik de Atzilut obteve estes Môchin de Biná, ele se eleva e veste Partzuf Biná de AK, opostos ao nível de SAG de Partzuf Galgálta de AK, do qual recebe sua Bechiná Neshamá de Yechidá de AK, que também brilha para suas ZAT.

E quando os Môchin chegam ao Partzuf AA de Atzilut, ele se eleva e veste o Rosh de Atik do estado permanente, opostos ao nível de SAG do Partzuf AB de AK, do qual recebe Bechiná Neshamá de Chayá de AK, que brilha para sua ZAT. E quando os Môchin chegam ao Partzuf AVI de Atzilut, se elevam e vestem as GAR de AA permanente, opostos ao nível de Biná de SAG de AK, da qual recebe Bechiná Neshamá de Neshamá de AK, que também brilha aos seus ZAT. E quando estes Môchin chegam ao YESHSUT e ZO”N de Atzilut, se elevam e vestem AVI permanente, opostos ao nível de Biná de Partzuf MA e BON de AK, dos quais recebem Bechiná Neshamá de Néfesh Ruach de AK. Em seguida, a NARAN de Tzadikim recebem os Môchin de Neshamá de Atzilut.

E quando os Môchin chegam aos Partzufim do mundo de Briá, o mundo de Briá se eleva e veste Nukvá de Atzilut, da qual recebe Bechiná Néfesh de Atzilut. E quando os Môchin chegam ao mundo de Yetzirá, se elevam e vestem o mundo de Briá permanente, do qual recebem Bechiná Neshamá e GAR de Briá. E quando os Môchin chegam ao mundo de Assiá, se elevam e vestem o mundo de Yetzirá, do qual recebem Bechiná Môchin de VA”K que está em Yetzirá. Assim explicamos a primeira elevação que cada Partzuf em ABYA obtido pelas MA”N de Bechiná Bet, que os inferiores elevaram (HaIlan, Imagem nº. 7).

169)       A segunda ascensão ocorre quando os inferiores elevaram MA”N de Aviut de Bechiná Guimel. Então, os ACHÁP do nível de Chochmá e Chayá são ordenados no que respeita à conclusão do segundo tipo das dez Sefirot. Estes Môchin brilham para ZAT e Gufim, também, como nos Partzufim de AK. E quando os Môchin passarem através dos Partzufim ABYA, cada Partzuf se eleva e cresce através deles, de acordo com os Môchin que tenha atingido.

170)       Assim, quando os Môchin chegaram ao Partzuf Atik de Atzilut, este se eleva e veste as GAR do Partzuf Chochmá de AK, chamadas AB de AK, opostas ao nível de AB de Galgálta de AK, do qual recebem a Luz de Chayá de Yechidá. E quando os Môchin alcançam Partzuf AA de Atzilut, este se eleva e veste GAR de SAG de AK, oposto ao nível de AB de Partzuf AB de AK, do qual recebe a Luz de Chayá de Chayá de AK. E quando os Môchin alcançam os Partzufim AVI de Atzilut, estes se elevam e vestem as GAR de Atik permanentes, oposto ao nível de AB do Partzuf SAG de AK, do qual recebe a Luz de Chayá de Neshamá de AK, que brilha também para as ZAT e Gufim. E quando os Môchin alcançam YESHSUT de Atzilut, este se eleva e veste as GAR de AA permanente, oposto ao nível de AB de MA de AK, do qual recebe a Luz de Chayá de MA de AK. E quando os Môchin alcançam ZO”N de Atzilut, estes se elevam para as GAR de AVI, opostos ao nível de AB de BON de AK, do qual recebem a Luz de Chayá de BON de AK. Além disso, eles recebem as almas dos justos de ZO”N.

E quando os Môchin alcançam o mundo de Briá, este se eleva e veste ZA de Atzilut, das quais recebe Bechiná Ruach de Atzilut. E quando os Môchin alcançam o mundo de Yetzirá, Yetzirá se eleva e veste Nukvá de Atzilut e recebe dela a Luz de Néfesh de Atzilut. E quando os Môchin alcançam o mundo de Assiá, este se eleva e veste o mundo de Briá e recebe dele Bechiná GAR e Neshamá de Briá. Então, o mundo de Assiá é concluído com as plenas NARAN de BYA. Assim explicamos a segunda elevação de cada Partzuf dos Partzufim ABYA que se elevaram e cresceram pelo MA”N de Bechiná Guimel, que as NARAN dos Tzadikim elevaram. (HaIlan,  Imagem nº. 8)

171)       A terceira elevação é quando os inferiores elevam MA”N de Aviut de Bechiná Dálet. Então, as ACHÁP do nível de Kéter de Yechidá são ordenadas, com relação à conclusão do segundo tipo das dez Sefirot. Estes Môchin também brilham aos ZAT e seus Gufim, como nos Partzufim AK. E quando estes Môchin percorrem os Partzufim ABYA, cada Partzuf aumenta, cresce e veste seu Superior, de acordo com a medida daqueles Môchin.

172)       Assim, quando os Môchin alcançam Partzuf Atik de Atzilut, ele se eleva e veste as GAR do Partzuf Galgálta de AK e recebe dali sua Luz de Yechidá de Yechidá. E quando os Môchin alcançam Partzuf AA de Atzilut, ele se eleva e veste as GAR de Partzuf AB de AK e recebem dali a luz de Yechidá de Chayá de AK. E quando os Môchin alcançam Partzuf AVI de Atzilut, ele se eleva e veste GAR de SAG de AK e recebem dali a Luz de Yechidá de Neshamá de AK. E quando os Môchin alcançam Partzuf YESHSUT, ele se eleva e veste as GAR de MA de AK e recebe dali a Luz de Yechidá de MA de AK. E quando os Môchin alcançam ZO”N de Atzilut, eles se elevam e vestem GAR de BON de AK e recebem dali a Luz de Yechidá de BON de AK. E então os NARAN dos Tzadikim recebem a Luz de Yechidá das ZO”N de Atzilut.

E quando os Môchin alcançam o mundo de Briá, ele se eleva e veste Partzuf YESHSUT de Atzilut e recebe dali Neshamá de Atzilut. E quando os Môchin alcançam o mundo de Yetzirá, ele se eleva e veste Partzuf ZA de Atzilut e recebe dali Bechiná Ruach de Atzilut. E quando os Môchin alcançam o mundo de Assiá, ele se eleva e veste Nukvá de Atzilut e recebe dali Bechiná Luz de Néfesh de Atzilut (Hallan, Imagem no. 9).

173)       Acontece que agora, durante a terceira elevação, os cinco Partzufim de Atzilut foram concluídos com três níveis cada um, Neshamá, Chayá e Yechidá do AK, que lhes faltava no estado permanente. Considera-se, portanto, que estes cinco Partzufim se elevaram e vestiram os cinco Partzufim de AK, cada um em sua respectiva Bechiná nos Partzufim de AK.

Além disso, os NARAN de Tzadikim receberam as GAR que lhes faltava. Os três mundos de BYA que estavam sob a Parsá de Atzilut tinham apenas NARAN da Luz de Chassadim no estado permanente, afastados de Chochmá pela força da Parsá acima deles. Agora, no entanto, eles se elevaram acima da Parsá e vestiram YESHSUT e ZO”N de Atzilut, e têm NARAN de Atzilut, quando a Luz de Chochmá brilha em seus Chassadim.

174)       Deveríamos saber que os NARAN de Tzadikim vestem de forma pemanente apenas os Partzufim BYA abaixo da Parsá:

  • Néfesh veste as dez Sefirot de Assiá;
  • Ruach – as dez Sefirot de Yetzirá;
  • E Neshamá – as dez Sefirot de Briá.

Acontece que, apesar de receberem das ZO”N de Atzilut, ainda chega até eles somente através dos Partzufim BYA, que veste sobre eles. Assim, também as NARAN de Tzadikim, se elevam junto com as ascensões dos três mundos de BYA. Acontece que também os mundos BYA, crescem apenas de acordo com a medida de recepção de abundância pelas NARAN de Tzadikim, isto é, de acordo com as MA”N, classificadas por eles.

175)       Portanto, ficou claro que, no estado permanente, só há VA”K sem um Rosh em todos os mundos e Partzufim, cada um de acordo com sua Bechiná. Mesmo as NARAN de Tzadikim só são consideradas VA”K, embora tenham GAR de Neshamá do mundo de Briá, essas GAR são consideradas como VA”K, em comparação com o mundo de Atzilut, uma vez que são consideradas Luz de Chassadim, separada de Chochmá.

Além disso, os Partzufim de Atzilut, embora haja GAR nos seus Roshim, eles são apenas considerados como VA”K, uma vez que eles não brilham para os Gufim.  E todos os Môchin alcançam os mundos, que são mais do que VA”K, vêm somente através de MA”N que os Tzadikim (justos) elevam.

No entanto, estes Môchin só podem ser aceitos nos Partzufim através da ascensão do inferior ao lugar do Superior. Isto é assim, porque embora eles sejam considerados a conclusão do segundo tipo de dez Sefirot, com respeito aos Gufim e   as próprias ZAT, eles ainda são considerados como classificação de ACHÁP do primeiro tipo, que não são completados em seu próprio lugar, mas somente quando estão no lugar do Superior (Item 142). Assim, os cinco Partzufim de Atzilut não podem receber Neshamá, Chayá e Yechidá de AK, exceto quando se elevam e as vestem.

Além disso, os NARAN e os três mundos BYA não podem receber NARAN de Atzilut, exceto quando eles se elevam e vestem YESHSUT e ZO”N de Atzilut. Isso, porque esses ACHÁP do segundo tipo, que pertencem as ZAT e se expandem de Cima para baixo para o lugar de ZAT, só serão classificados no final da correção. Assim, quando os três mundos BYA se elevam e vestem YESHSUT e ZO”N de Atzilut, seus lugares permanentes, da Parsá para baixo, permanecem totalmente vazios de qualquer Luz de Kedushá.

E há uma diferença entre o Chazê acima do mundo de Yetzirá e de seu Chazê abaixo. Isso é porque, como foi explicado acima, que do Chazê do mundo de Yetzirá para baixo, é o lugar pemanente das Klipót (Item149). Mas por causa da falha do pecado de Adam HaRishon, as quatro Yetzirá de Kedushá inferiores e as dez Sefirot de Assiá de Kedushá desceram ali e se vestiram (Item 156). Assim, durante as ascensões de BYA para Atzilut, não há nem Kedushá nem Klipót a partir do Chazê de Yetzirá para cima. Mas do Chazê de Yetzirá para baixo, existem Klipót, já que esta é a sua seção.

176)       E já que os Môchin adicionais dos níveis de VA”K vêm somente através das MA”N dos inferiores, eles não estão constantemente presentes nos Partzufim, uma vez que são dependentes das ações dos inferiores. Quando eles corrompem suas ações, os Môchin (Item162) partem. No entanto, os Môchin permanentes nos Partzufim, que foram estabelecidos pela força do Próprio Emanador, nunca sofrerão qualquer mudança, uma vez que não são aumentados pelos inferiores e não são, portanto, viciados por eles.

177)       Não se admirem sobre AA de BON ser considerado Kéter de Atzilut e AVI como AB (Item130). Isto, porque AA é a metade inferior de Kéter de BON e AVI são a metades inferiores de CHUB de Nekudim. Por isso, sua correspondente Bechiná de AA em AK deveria ter sido Partzuf Kéter de AK e a Bechiná correspondente a AVI em AK deveria ter sido AB de AK.

A resposta é que os Partzufim de BON são femininos, não tendo recepção própria, exceto as que os masculinos – os Partzufim de MA – lhes transmitem. Por isso, todos esses discernimentos nas ascensões, que significam obter Môchin do Superior, são discernidos apenas nos masculinos, que são os Partzufim de MA. E, uma vez que AA de MA não têm nada de Bechinat Kéter, mas apenas o nível de Chochmá e AVI de MA não tem nada de Bechinat Chochmá, mas apenas o nível de Biná (Item 126), considera-se que suas Bechiná em AK correspondentes são AB de  AK para AA e SAG de AK para AVI. E Partzuf Kéter de AK se refere apenas a Atik, que tomou todo o nível de Kéter de MA.

178)       Vocês também devem notar o que é dito, que a escada de graus, como eles estão nos Môchin permanentes, nunca mudam por todas essas ascensões. Afinal, foi explicado que a razão para todas estas subidas era que NARAN de Tzadikim, que estão em BYA, não podem receber qualquer coisa antes de todos os Partzufim Superiores transferirem-nas para eles de Ein Sóf. Nessa medida, os próprios Superiores, por meio de Ein Sóf, crescem e se elevam, também, cada um a seu próprio Superior (Item161).

Acontece que na medida em que sobe um grau, todos os graus através de Ein Sóf também devem subir. Por exemplo, quando ZO”N sobe de seu estado constante, abaixo do Tabúr de AA, vestindo o Chazê de AA para baixo, então, AA, também subiu um grau acima do seu estado constante, de Pê de Atik para baixo, vestindo GAR de Atik. Seguindo-o, todos os seus graus internos subiram, também: suas CHAGAT subiram ao lugar das GAR permanentes, e seu grau do Chazê ao Tabúr subiu para o lugar das CHAGAT permanentes e de seu grau abaixo do Tabúr subiu para o lugar do Chazê através do Tabúr.

Portanto, as ZO”N, que subiram ao lugar do Chazê através do Tabúr do AA permanente, ainda estão abaixo do Tabúr de AA. Isso, porque então, o Tabúr de AA inferior já tinha subido ao lugar do Chazê ao Tabúr. (HaIlan, Imagem nº. 4: as ascensões das ZO”N no estado permanente dos cinco Partzufim de Atzilut, que se elevam e se vestem durante a obtenção de Neshamá para GAR de YESHSUT, acima do Pê de AVI para baixo, sobre o Chazê AA para baixo.)

No entanto, todos os Partzufim de Atzilut então sobem (HaIlan, Imagem nº. 7). Por esta razão, você descobrirá que então, as ZO”N ainda vestem YESHSUT do  Pê para baixo, acima do Chazê de AVI para baixo, sobre o Tabúr de AA para baixo. Assim, a escada de graus não mudou em nada pela ascensão. E é da mesma forma em todas as ascensões (HaIlan, imagens nº. 3- últimas).

179)       Devemos também saber que, mesmo após a ascensão dos Partzufim, eles deixam todo o seu grau no lugar permanente, ou no lugar em que estavam no início, já que não há ausência no espiritual (item 96). Assim, quando GAR de AVI sobem para GAR de AA, GAR de AVI ainda permanecem no lugar pemanente de Pê de AA para baixo. E YESHSUT sobem acima de CHAGAT do AVI elevado e recebem das GAR de AVI reais, que estavam lá antes da ascensão.

Além disso, se considera que existam lá três graus juntos. As GAR de AVI elevado fica no lugar das  GAR de AA permanente e doam seu lugar pemanente do  Pê de AA para baixo, onde YESHSUT estão agora presentes. Assim, GAR de AA e AVI e YESHSUT iluminam ao mesmo tempo no mesmo lugar.

Esta é também a maneira com todos os Partzufim de AK e ABYA durante as subidas. Por esta razão, quando um Partzuf sobe, devemos sempre observar o significado da ascensão com respeito aos Superiores em seu estado permanente e seu valor para os Superiores, que também sobem um grau. (Examine tudo que no livro HaIlan. Na Imagem nº. 3, encontra-se o estado dos Partzufim em seu estado permanente. E nas Imagens 4-6, você encontrará as três ascensões de ZA pelo valor dos cinco Partzufim de Atzilut permanentes. Nas imagens 7-9, você encontrará as três ascensões de todos os cinco Partzufim de Atzilut, pelo valor dos cinco Partzufim de AK permanentes. E nas imagens 10-12 você vai encontrar as três ascensões de todos os cinco Partzufim de AK em relação à linha do Ein Sóf  pemanente.)

A DIVISÃO DE CADA PARTZUF EM KÉTER E ABYA

180)       Devemos saber que o geral e o particular são iguais. Além disso, o que é discernido no geral, também está presente em seus detalhes e, até mesmo no menor detalhe que pode haver. Também, a realidade geral é discernida em cinco mundos, AK e ABYA, onde o mundo de AK é considerado Kéter dos mundos e, os quatro mundos ABYA são vistos como CHUB Z”ON (Item 3). Da mesma forma, não há um único item em todos os quatro mundos ABYA que não compreendem estes cinco:  O Rosh de cada Partzuf é considerado seu Kéter, correspondendo ao mundo de AK;  o Guf, de Pê ao Chazê é considerado nele Atzilut. De Chazê até o Tabur, é considerado sua Briá e, do Tabur para baixo até seu Siúm Raglin, é considerado seu Yetsirá e Assiá.

181)       E você deve saber que há muitas denominações para as dez Sefirot KACHÁB, CHAGAT, NEHY’M. Às vezes, são chamadas GE (Galgálta Eyanim) e ACHAP, ou KACHÁB e ZO”N, ou NARANCHAY, ou a ponta do Yude as quatro letras, Yud, Hey, Vav, Hey, ou simplesmente HaVaYaH e AB, SAG, MA e BON, sendo o quatro tipos de preenchimentos em HaVaYaH:

  • O preenchimento de AB é Yud, Hey, Viv, Hey (o Álef em Vav é substituído por uma Yud);
  • O preenchimento de SAG é Yud, Hey, Vav, Hey;
  • O preenchimento de MA é Yud, Hey (Álef substitui a Yud), Vav, Hey;
  • O preenchimento de BON é Yud, Heh (Hey substitui a Yud), Vav, Heh;

Elas também são chamadas AA, AVI e ZO”N. AA é Kéter, Aba é Chochmá, Ima é Biná, ZA é CHAGAT NEH”Y e Nukvá de ZA é  Malchut.

E elas também são chamadas AK e ABYA, ou Kéter e ABYA. Malchut de Kéter é chamado Pê, Malchut de Atzilut é chamado Chazê, Malchut de Briá é chamado Tabur, Malchut de Yetzirá é chamado Ateret Yesod e o Malchut geral é chamado Siúm Raglin.

182)       Saiba que você sempre deve distinguir duas instruções nestes diferentes nomes das dez Sefirot:

  1. Sua igualdade com a Sefirá a qual se refere;
  2. Como ele difere da Sefirá a que se refere pela qual seu nome mudou na denominação específica.

Por exemplo, Kéter das dez Sefirot de Luz Direta é Ein Sóf e, também, cada Rosh de um Partzuf é chamado Kéter. Da mesma forma, todos os cinco Partzufim de AK também são chamados Kéter. Partzuf Atik também é chamado Kéter e AA, também são chamados Kéter. Portanto, devemos considerar o seguinte: se todos são Kéter, por que seus nomes mudam para serem chamados por essas denominações? E também, se todos se referem à Kéter, eles não deveriam ser iguais a Kéter?

De fato, em certo sentido, eles são todos iguais a Kéter, pois são considerados Ein Sóf, para a regra que é: enquanto a Luz Superior não se vestir em um Kli, ela é considerada Ein Sóf. Por isso, todos os cinco Partzufim de AK são considerados como Luz sem um Kli no que diz respeito ao mundo de Tikun, uma vez que não temos nenhuma percepção nos Kelim de Tzimtzum Álef. Por isso, para nós, suas Luzes são consideradas Ein Sóf.

Além disso, Atik e AA de Atzilut são ambos considerados Kéter de Nekudim. No entanto, sob um ângulo diferente, estão afastados um dos outros, uma vez que Kéter de Ohr Yashár é uma Sefirá, mas em AK contém cinco Partzufim completos, cada um dos quais contendo Rosh, Toch e Sóf (Item 142). Além disso, Partzuf Atik é apenas metade da metade Superior de Kéter de Nekudim e Partzuf AA é a metade da metade inferior da Kéter de Nekudim (Item 129). Da mesma forma, estas duas instruções devem ser discernidas em todas as denominações das Sefirot.

183)       Saiba que a instrução especial nessas denominações das dez Sefirot chamadas Kéter e ABYA é para mostrar que se refere à divisão das dez Sefirot para Kelim de Panim e Kelim de Achoraim, feitas por causa de Tzimtzum Bet (Item 60). Então, o Malchut finalizador subiu para o lugar de Biná de Guf, chamado “Tiféret  no lugar de Chazê”, onde ele terminou o grau e criou um novo Siúm, chamado “Parsá abaixo de Atzilut” (Item 68).

E os Kelim abaixo do Chazê sairam de Atzilut e são chamados BYA. Os dois terços de Tiféret, do Chazê até o Siúm, são chamados de Briá; NEH”Y são chamados Yetzirá e, Malchut é chamado Assiá. Também já foi explicado que,  por esta razão, cada grau foi dividido em Kelim de Panim e Kelim de Achoraim: do Chazê para cima são chamados Kelim de Panim e do Chazê para baixo são chamados Kelim de Achoraim.

184)       Assim, este discernimento da Parsá no lugar do Chazê divide o grau em quatro Bechinot especiais, chamadas ABYA: Atzilut – através do Chazê e BYA – do Chazê para baixo. E o início da distinção está no próprio AK. Mas lá, a Parsá desceu através de seu Tabur (Item 68); portanto, a Atzilut nele é o AB SAG que terminam acima do seu Tabur.

Do seu Tabur para baixo é sua BYA, o lugar nele dos dois Partzufim MA e BON. É assim que os cinco Partzufim de AK são divididos em ABYA pela força do Siúm de Tzimtzum Bet, chamado Parsá: Galgálta é o Rosh, AB SAG através do seu Tabur são Atzilut e MA e BON de seu Tabur para baixo é BYA.

185)       Da mesma forma, todos os cinco Partzufim do mundo de Atzilut se dividem em seu próprio Kéter e ABYA:

  • AA é o Rosh da totalidade de Atzilut.
  • O AVI Superior, que são AB, vestindo de Pê de AA até o Chazê, são Atzilut. E ali, no ponto de Chazê, está a Parsá, que termina a Bechiná Atzilut do mundo de Atzilut.
  • YESHSUT, que são SAG, vestindo de Chazê de AA através do seu Tabur, são Briá de Atzilut.
  • ZO”N, que são MA e BON, vestindo do Tabur de AA através do Siúm de Atzilut, são Yetzirá e Assiá de Atzilut. Assim, o mundo de Atzilut, também, com seus cinco Partzufim, é dividido em Rosh e ABYA, como fazem os cinco Partzufim de AK. Mas aqui está a Parsá em seu lugar no Chazê de AA, que é o seu verdadeiro lugar (Item 127).

186)       No entanto, nos mundos em geral, todos os três Partzufim Galgálta, AB, SAG de AK são considerados como o Rosh geral. E os cinco Partzufim do mundo de Atzilut, que vestem do Tabur de AK para baixo, até a Parsá geral, sendo a Parsá que  foi feita no Chazê de Nekudot de SAG (Item 66), são o Atzilut geral. E os três mundos BYA gerais ficam da Parsá para baixo (Itens 67-68).

187)       Nesta mesma forma, cada grau particular em cada um dos mundos ABYA é dividido em Rosh e ABYA, mesmo Malchut de Malchut de Assiya, porque ele contém um Rosh e um Guf.

  • O Guf se divide em Chazê, Tabur e Siúm Raglin.
  • A Parsá, abaixo de Atzilut desse grau, está em seu Chazê e termina Atzilut.
  • Do Chazê ao Tabur, é considerado Briá do grau, que o ponto do Tabur conclue.
  • Do Tabur para baixo até seu Siúm Raglin, é considerado Yetzirá e Assiá do grau. E com relação às Sefirot, CHAGAT através Chazê são considerados Atzilut; os dois terços inferiores de Tiféret de Chazê até o Tabur são considerados Briá; NEH”Y é Yetzirá e, Malchut é Assiá.

188)       Por esta razão, o Rosh de cada grau é atribuído a Bechiná Kéter, ou Yechidá, ou Partzuf Galgálta. O Atzilut nele, do Pê ao Chazê, é atribuído a Chochmá, Ohr Chaiá, ou ao Partzuf AB. Briá nele, do Chazê ao Tabur, é atribuído a Biná, Ohr Neshamá, ou ao Partzuf SAG. E Yetzirá e Assiá nele, do Tabur para baixo, são atribuídos a ZO”N, Luzes Ruach Néfesh, ou ao Partzuf MA e BON. (Examine o livro, Hallan, da imagem no. 3 em diante, como cada Partzuf é dividido por estes Bechinot.)

25 Nota do tradutor: em Hebraico, Hu se refere à “Sua Essência”, Chayohi à “Luz Emanada” e Garmohi ao “Kli”.

26 Nota do tradutor: Néfesh, Ruach, Neshamá, Chaiá, Yechidá, pronunciados NaRaNCHaY

27 Nota do tradutor: Chaiá vem da palavra Chayim (vida).

28 Nota do tradutor: “em permanência” também se refere como “o estado constante”.

PRÓLOGO AO PREFÁCIO À SABEDORIA DA CABALÁ

Do livro “Cabala Para o Estudante”

INTRODUÇÃO AO PREFÁCIO À SABEDORIA DA CABALÁ

1)            Todos os mundos, Acima e abaixo, estão dentro do homem, e o todo da realidade foi criado para o homem apenas. Isto está escrito em O Livro do Zohar. Então, por que nos sentimos diferentes? Sentimos que estamos dentro da realidade, e não que  a realidade está dentro de nós. Ademais, por que este mundo não é suficiente para nós? Por que precisamos dos Mundos Superiores?

2)            A razão para a criação da realidade é o desejo do Criador de beneficiar Suas criações. Por conseguinte, o Criador criou a criatura com uma natureza de querer desfrutar o que o Criador deseja lhe dar. O Criador está acima do tempo e do espaço; Seu Pensamento funciona como o ato em si.

Dessa forma, quando Ele desejou e contemplou a criação das criações, de modo a preenchê-las com delícias, as criaturas foram imediatamente criadas, preenchidas de todos os prazeres que haviam recebido do Criador. No entanto, não sentimos esse estado, uma vez que é apenas a nossa raiz, que devemos alcançar, de acordo com o projeto da Criação.

Ao criar a sequência dos mundos a partir do mundo de Ein Sóf através deste mundo, o Criador removeu a criatura de Si mesmo até o estado mais baixo. É importante entender por que Ele fez isso. Será que este ato indica imperfeição em Suas ações?

O Ari responde a esta pergunta no livro, A Árvore da Vida: “para revelar a perfeição de Seus atos”, de modo que as criaturas pudessem se aperfeiçoar e alcançar o grau do Criador, que é a única verdadeira perfeição. Para ajudá-las, o Criador criou a escala dos mundos. As almas descem essa escada para baixo até o nível mais baixo, onde se vestem com corpos materiais deste mundo. Assim, através do estudo da Cabalá, as próprias almas começam a subir e a escalar essa escada, por onde haviam descido, até que voltem ao Criador.

3)            A alma consiste de Luz e de Kli. A Luz da alma vem do Criador, de Atzmuto (Sua essência). Através dessa Luz, o Kli (vaso) da alma foi criado, sendo o desejo de receber a Luz, para desfrutar da Luz. Portanto, o Kli se encaixa perfeitamente na Luz que vem para preenchê-lo.

A Luz é uma parte do Criador. A alma é o Kli real. Logo, unicamente o Kli   é considerado uma criação. Foi criado a partir da ausência, ou seja, não havia desejo antes que o Criador tivesse decidido criá-lo. E porque o Criador quis dar o prazer perfeito para este Kli, como está se tornando dEle, Ele criou este Kli—o desejo de receber—enorme, de acordo com a medida da Luz (prazer) que Ele desejou dar.

4)            Criação significa iniciação, algo novo que não existia anteriormente, e esta iniciação é chamada de “existência a partir da ausência”. Contudo, se o Criador é completo, como poderia algo não estar incluído nEle? A partir do que já foi dito,  fica claro que antes da Criação, não havia desejo de receber no Criador, pois o Criador é o todo e apenas deseja doar. Assim, o que não está nEle, e deve ser criado, é tão somente o desejo de receber o prazer dEle.

O desejo de receber é o todo da realidade. Desse modo, a única diferença entre os elementos da realidade está na medida do desejo de receber em cada elemento, e não há dois elementos que contenham o mesmo  desejo.

5)            Não existem corpos físicos na espiritualidade. O mundo espiritual é um mundo de desejos, forças “brutas”, desprovidas de roupas materiais de qualquer espécie. Dessa forma, todas as palavras utilizadas na sabedoria cabalista são realmente as denominações do desejo de desfrutar, ou de suas impressões da realização da Luz dentro dela. O Criador é o desejo de doar, e a criatura é o desejo de desfrutar da doação do Criador. Se a criatura desfruta apenas porque o Criador desfruta de sua recepção, tal ato é considerado doação, de acordo com a sua intenção, e não como um ato de receber. Isto é considerado como o desejo do Criador e o desejo da criatura sendo iguais, sem nada para separá-los.

Consequentemente, seguindo a lei espiritual de equivalência de forma, como resultado da equiparação de suas qualidades (desejos), eles se tornam um. Nesse estado, eles não são dois desejos idênticos, mas são literalmente um. Esse estado de espírito é chamado de “equivalência de forma” ou Dvekút (adesão).

No entanto, se eles não têm o mesmo desejo, a mesma intenção, eles não têm o mesmo objetivo e são separados. Porque têm diferentes qualidades (desejos), eles são dois e não um. Na espiritualidade, esse estado é chamado de “disparidade  de forma”.

A medida de equivalência de forma entre o Criador e a criatura determina a proximidade deles e a medida de disparidade de forma determina a distância entre eles. No início, o desejo do Criador de doar e o desejo da criatura de receber são iguais, uma vez que a vontade da criatura para receber nasceu do desejo do Criador de doar. Assim:

  • Se todos os desejos (intenções) deles são os mesmos, eles são um;
  • Se todos os desejos (intenções) deles são opostos, eles estão tão distantes como dois extremos;
  • Se, de todos os desejos (intenções), eles têm apenas um desejo comum, então eles estão tocando um no outro através desse desejo comum;
  • Se alguns dos desejos (intenções) são semelhantes, eles estão tão longe ou perto na sua medida de equivalência de forma ou disparidade de forma.

6)            Não temos realização alguma no próprio Criador, em Atzmuto, uma vez que alcançamos apenas a sensação da Luz no Kli, o preenchimento em nosso desejo. E o que não conseguimos alcançar, não podemos chamar por qualquer nome, desde que atribuímos nomes de acordo com as nossas impressões sobre o preenchimento. Por isso, não podemos proferir uma única palavra ou atribuir qualquer nome a Atzmuto. Todos os nossos nomes e denominações, com respeito ao Criador, são apenas reflexos do que sentimos para com Ele.

Podemos senti-Lo e Suas ações unicamente pela medida de equivalência de forma (desejo, intenção) com Ele. Portanto, na medida em que somos semelhantes ao Criador, sentimos Seus desejos e ações, e damos nome ao Criador em conformidade. Quando sentimos tais desejos e ações, podemos chamá-lO de acordo com o que sentimos dEle. Isso se chama “Por Suas ações, conhecemos Você.”

7)            Os cabalistas são as pessoas que vivem neste mundo e se conectam com o Criador de acordo com sua medida de equivalência de forma, enquanto vivem neste mundo. Os mundos são as diferentes medidas de sensação do Criador. Um “mundo” é a medida de revelação ou ocultação do Criador para com as criaturas; e a ocultação completa é chamada de “este mundo”.

O início da sensação do Criador é a transição entre este mundo e o mundo espiritual. A transição em si é chamada de “barreira”. Existem 125 degraus de revelações de partes do Criador às criaturas entre a ocultação e a revelação completa. Estas partes são chamadas de “mundos”.

Os cabalistas escalam os mundos espirituais, corrigindo os seus desejos (intenções). Eles nos dizem— verbalmente ou em texto—que o Criador tem apenas o desejo de beneficiar. Ele criou tudo para nos dar toda a Sua abundância. É por isso que Ele nos criou com o desejo de receber, para que possamos receber o que Ele deseja nos dar.

O desejo de receber para nós mesmos é a nossa própria natureza. Porém, nessa natureza, somos opostos ao Criador em forma, uma vez que o Criador é apenas um desejo de doar, e não possui um desejo de receber. Portanto, se permanecermos na  vontade de receber  para  nós  mesmos, permaneceremos para  sempre  longe do Criador.

Os cabalistas dizem que o propósito do Criador é trazer toda a Criação para si mesmo, e que Ele é a bondade absoluta. Por esta razão, Ele deseja doar a todos.

Eles também afirmam que a razão para a criação dos mundos é que o Criador deve ser completo em todas as Suas ações e forças. E se Ele não executa Suas forças em ações completas, Ele é aparentemente considerado incompleto.

Todavia, como poderiam operações imperfeitas derivarem do Criador perfeito a tal ponto que Suas ações exigiriam correção por parte das criaturas? Somos Suas ações! Se temos de corrigir a nós mesmos, isso não significa que Suas ações são imperfeitas?

O Criador criou apenas o desejo de receber, chamado de “a criatura”. No entanto, quando a criatura recebe o que o Criador deseja lhe dar, ela é separada do Criador, uma vez que o Criador é o Doador e a criatura é o receptor, e assim, eles são opostos. Na espiritualidade, a equivalência de forma é determinada pela equivalência dos desejos (qualidades, intenções). E se a criatura permanece separada do Criador, o Criador, também, não estará completo, já que as operações perfeitas resultam de um operador perfeito.

Para conceder à criatura a possibilidade de alcançar a perfeição de seu próprio livre arbítrio, o Criador Se restringiu—Sua Luz—e criou os mundos, restrição por restrição, até este mundo. Aqui o homem é completamente subordinado ao desejo de desfrutar, mas não para desfrutar da Luz de Deus, mas sim as roupas bestiais sobre ele. Toda a humanidade está se desenvolvendo a partir do desejo de prazer que os animais têm, assim, através dos desejos de riqueza, honra, poder e conhecimento, até que o Criador implante um desejo de desfrutar de algo desconhecido dentro desses desejos, algo além das roupas deste  mundo.

O novo desejo leva o homem a buscar a realização até que ele chegue ao estudo da Cabalá. Durante o estudo, ele começa a entender a intenção do Criador em relação a ele. Nesse estado, ele não estuda a fim de receber o conhecimento, mas para chamar sobre si a Luz que reforma (“Introdução ao Estudo das Dez Sefirot”, Item 155).

Através dessa Luz, a pessoa começa a corrigir os seus desejos. Ao todo, o homem tem 613 desejos, que são geralmente chamados Guf (corpo). A correção dos desejos é feita usando cada desejo com a intenção de doar ao Criador, assim como  o Criador doa ao homem. A correção de cada desejo e da recepção da Luz contida nele é chamada de “cumprir uma Mitzvá (boa ação/mandamento)”. A Luz que uma pessoa recebe dentro do desejo corrigido comum é chamada de “Torá”. E a Luz que corrige (reforma) os desejos do homem é o meio pelo qual a criatura obtém sua perfeição (ver “Trilhando o Caminho da Verdade”).

A perfeição está baseada em que a criatura obtém equivalência de forma (qualidades) com o Criador por si mesma. Isto porque é compensador receber todo o deleite e prazer incluídos no Pensamento da Criação. Em outras palavras, se goza da Luz e do status do próprio Criador, uma vez que se alcançou a equivalência de forma em desejos e pensamentos.

Acontece que só através do estudo cabalista a pessoa pode se corrigir e atingir a meta para a qual o homem foi criado. Isto é o que todos os cabalistas escrevem. A única diferença entre os livros sagrados (Torá, Profetas, Hagiógrafo, Mishná, Talmud, etc) é a intensidade da Luz em seu interior, a qual pode corrigir uma pessoa. A Luz nos livros cabalistas é a maior; é por isso que os cabalistas recomendam estudá-los especificamente.

“Não há outro caminho para a população alcançar a elevação espiritual e redenção, exceto através do estudo da Cabalá, que é uma maneira fácil e acessível. No entanto, só alguns podem atingir a meta usando outras partes da Torá”.

–Rav Yehuda Ashlag, “Introdução ao Estudo das Dez Sefirot”, Item 36

“A realização começa com a sabedoria do oculto, e só então são as outras partes da Torá alcançadas. No final, a Torá revelada é alcançada”.

–O Vilna Gaon (GRA), Livro de Oração

“A proibição de estudar a Cabalá foi apenas por um tempo limitado, até 1490. Mas desde 1540, todos devem ser encorajados a se ocupar em O Livro do Zohar, uma vez que só através do estudo de O Zohar irá a humanidade alcançar a sua salvação espiritual e a vinda do Messias. Por isso, não devemos evitar o estudo da Cabalá”.

–Avraham Ben Mordechai Azulai, Ohr HaChama (Luz do Sol)

“Ai de quem não deseja estudar O Zohar, pois assim eles causam miséria, ruína, saques, matança e destruição ao mundo”.

–O Livro do Zohar, Tikúney Zohar (Correções do Zohar), Tikún No. 30

“O estudo de O Livro do Zohar está acima e é preferível a qualquer outro estudo.”

–O Chidá

“A  redenção e a vinda do Messias dependem apenas do estudo da Cabalá.”

– O Gaon de Vilna (GRA), Even Shlemá (Um Peso Perfeito)

“Não há limitações no estudo do Zohar.”

–O Chafetz Chaim

“Se meus contemporâneos me atendessem, eles iriam estudar O Livro do Zohar com a idade de nove anos, e assim, iriam adquirir o temor do céu, em vez de conhecimento superficial”.

–Rav Yitzhak Yehudá Yehiel de Komarno, Notzer Chéssed (Mantendo  a Misericórdia)

“Apelo a todas as pessoas a dedicar tempo ao estudo da Cabalá todos os dias, pois disso é o que a purificação de suas almas depende”.

–Rav Yitzhak Kaduri

“No futuro, só pelo mérito de O Livro do Zohar é que os filhos de Israel serão redimidos do exílio”.

–O Livro do Zohar, Parashat Nasso

(Há muitos mais desses trechos no capítulo, “Cabalistas Escrevem sobre a Sabedoria da Cabalá”.)

8)            Há um “poder” no estudo da Torá e das Mitzvot. Este poder é a força espiritual que leva a pessoa a equiparar seu desejo com o desejo do Criador. Porém, este poder aparece e age numa pessoa só quando ela se ocupa na Torá e nas Mitzvot   a fim de não receber qualquer recompensa para si mesma. Em vez disso, ela funciona apenas para dar contentamento ao Criador. Só nesta condição é que se gradualmente adquire equivalência de forma com o Criador.

A correção da equivalência de forma do homem com o Criador é gradual, geralmente composta por cinco degraus: Néfesh, Ruach, Neshamá, Chaiá, Yechidá. Cada degrau é considerado um mundo, uma vez que se a pessoa galga algum degrau no processo de sua correção, ela sente a existência do Criador de acordo com a medida de sua correção. Estas correções são chamadas “mundos”, porque revelam o Criador de acordo com sua medida de correção, e escondem o Criador de acordo com os—ainda não— corrigidos Kelim (desejos), de um total de 613 desejos.

Segue-se que a pessoa recebe esses cinco degraus em seu caminho para a perfeição a partir dos cinco mundos: Assiá, Yetzirá, Briá, Atzilut e Adam Kadmon. Dentro de cada mundo existem cinco Partzufim, e em cada um deles existem cinco Sefirot, daí o total de 125 degraus na “Escada de Jacó” deste mundo até ao topo da escada.

Ao cumprir a Torá e as Mitzvot a fim de dar contentamento ao seu Criador,   a pessoa é gradualmente recompensada com os Kelim do desejo de doação, degrau por degrau. Dessa forma, sobe os degraus, um de cada vez, finalmente, alcançando a completa equivalência de forma com o Criador. Nesse momento, o Pensamento da Criação é realizado numa pessoa—para receber a alegria completa e a plenitude que o Criador havia planejado para ela. Além disso, a pessoa é recompensada com o maior benefício de todos—Dvekút verdadeira—por ter obtido o desejo de doar, como o Criador.

9)            Agora vamos tentar entender o acima escrito: “Todos os mundos, Acima   e abaixo, e tudo dentro deles, foram criados para o homem apenas”. Todos esses degraus e mundos vêm apenas para complementar cada desejo numa pessoa com o intenção de doar, assim o homem iria adquirir equivalência de forma com o Criador. Essa equivalência de forma está ausente no homem pela natureza de sua  criação.

No início, os mundos foram restringidos e os degraus desceram em cascata de degrau em degrau e de mundo em mundo, até ao nosso mundo material, para chegar a um “corpo deste mundo”. Este é o nome que a Cabalá atribui à vontade de receber para si mesmo. No degrau de “este mundo”, a pessoa é como uma besta, já que ela é incapaz de qualquer doação. Nesse estado, o homem é oposto do Criador,  e não há distância maior do que essa.

Uma pessoa que estuda a Cabalá desperta a “Luz Circundante” sobre si mesma na proporção de seu desejo pela espiritualidade. Esta é a Luz que existe fora, ou em torno do Kli da pessoa (desejo/alma). A Luz Circundante corrige o Kli de tal forma que a sua intenção será de doar. A intenção de doar ao Criador e não a si mesmo torna um ato de recepção num ato de doação.

Seguinte a sua natureza, o Kli permanece um desejo de desfrutar, mas a meta muda a essência do ato de recepção em doação. Em seguida, a Luz Circundante pode entrar no Kli corrigido com o objetivo de doar ao Criador. É precisamente durante  o estudo da Cabalá que a Luz Circundante pode corrigir os desejos da pessoa até que eles sejam dignos de recebê-la como “Luz Interior.”

Obtém-se o desejo de doar gradualmente, de Cima para baixo, a partir de  um pequeno desejo, que é mais fácil de corrigir, até ao maior deles, seguindo a mesma ordem pela qual os degraus pendiam de Cima para baixo.

Todos os degraus são medidas do desejo de doar. A escada de degraus é organizada de tal forma que quanto mais Elevado o degrau, mais longe este está do desejo de receber para si mesmo, e tanto mais próximo está do desejo de doar. Uma pessoa adquire gradualmente todos os degraus de doação até que seja recompensada apenas com o objetivo de doar, sem qualquer auto-recepção.

Nessa altura, uma pessoa está completa, em Dvekút verdadeira com o Criador. Este é o propósito da Criação, e o homem foi criado para isso apenas. É por isso que todos os mundos e tudo dentro deles não foram criados para eles mesmos, mas apenas para auxiliar o homem a subir a escada de degraus. Quando a pessoa se corrige a si mesma e está plena de Luz, todo o sistema de mundos e tudo dentro deles está incluído em tal pessoa.

10)         Uma pessoa que sabe e se lembra do que foi dito aqui tem permissão de estudar a Cabalá, sem qualquer medo de materializá-la. Isso porque estudar a sabedoria cabalista sem a devida orientação confunde o aluno. Por  um lado, todas  as Sefirot e Partzufim desde o mundo de Atzilut até ao mundo de Assiá são a Divindade completa, em unidade com o Criador, e por outro lado, como pode haver mudanças, subidas, descidas e Zivúgim (acoplamentos) na Divindade e da  unidade?

11)         A partir do que foi explicado fica claro que todas essas mudanças— subidas, descidas, restrições e Zivúgim—são discernidas apenas com relação ao Kelim das almas que recebem a Luz. A realidade pode ser dividida em duas partes: potenciais e reais.

Isso é semelhante a uma pessoa que quer construir uma casa e já tem o projeto da casa em mente. Mas o projeto da casa não é como a casa concluída—um projeto que foi executado. Isto é porque o pensamento sobre a casa é feito de substância conceptual e existe em potencial. Todavia, quando a casa começa a emergir do pensamento para a ação, ela se transforma numa diferente substância— tijolos e madeira.

Do mesmo modo, devemos distinguir entre o potencial e o real nas almas. A evocação “real” das almas do Criador começa apenas a partir do mundo de Briá. É por isso que todas as mudanças e tudo o que ocorre antes de o mundo de Briá é considerado “potencial”, sem qualquer distinção real do Criador.

Este é o motivo por que se diz que todas as almas estão incluídas em Malchut de Ein Sóf, no ponto médio da realidade, uma vez que este ponto contém “potencialmente” todos os Kelim (plural de Kli) das almas que estão destinadas a surgir na realidade a partir do mundo de Briá para baixo. E Tzimtzum Álef (primeira restrição) também ocorreu no ponto médio, apenas no “potencial”, com respeito às almas futuras.

No que diz respeito às almas, todos os Kelim das Sefirot e mundos que surgem e pendem do ponto médio, após Tzimtzum Álef e para baixo do mundo de Briá, estão apenas em potencial. Quando as almas começam a surgir, de fato, do mundo de Briá para baixo, só então as alterações nos degraus dos mundos os  afetam.

12)         Isto é similar a uma pessoa que se esconde e se oculta com roupas e coberturas, então ela não será vista ou notada. Contudo, para si mesma, ela permanece como estava. Assim, as dez Sefirot, Kéter, Chochmá, Biná, Chéssed, Gvurá, Tiféret, Netzach, Hod, Yessod e Malchut são apenas dez coberturas que cobrem Ein Sóf  e o oculta das almas.

A Luz de Ein Sóf está em repouso completo; portanto, ela brilha dentro das coberturas. Mas porque as almas recebem a Luz de Ein Sóf através das coberturas, elas se sentem como se houvesse mudanças na Luz. Por esta razão, as almas que recebem a Luz são divididas em dez degraus, também, de acordo com a divisão nas coberturas.

Todas as coberturas são apenas para o mundo de Briá para baixo, uma vez que somente a partir daí para baixo existem almas que recebem das dez Sefirot através das coberturas. Nos mundos Adam Kadmon (AK) e Atzilut ainda não há presença de almas, uma vez que elas estão apenas em potencial.

Embora as dez coberturas nas dez Sefirot governem apenas os mundos BYA— Briá, Yetzirá, Assiá—as dez Sefirot não são consideradas Divindade, também, como antes de Tzimtzum Álef. A diferença é apenas nos Kelim das dez Sefirot: em AK e em Atzilut estão em potencial; e a partir de BYA, os Kelim das dez Sefirot começam a revelar a sua força de ocultação e cobertura. Isto é assim, embora as coberturas não inflijam qualquer mudança na própria Luz.

13)         Isso levanta uma questão: Se, dentro dos mundos AK e Atzilut, ainda não há uma revelação real das almas que recebem Luz dos mundos, qual é o propósito dos Kelim de AK e Atzilut, e para quem eles escondem e cobrem a Luz de Ein Sóf, de acordo com as suas medidas? No futuro, as almas vão subir para AK e Atzilut, juntamente com a mundos BYA, e receber a Luz deles. Assim, as mudanças ocorrem em AK e Atzilut, igualmente, de acordo com as qualidades das almas, visto que elas estão destinadas a brilhar para as almas que vão subir até elas no futuro.

14)         Conclui-se que os mundos, iniciações, mudanças e todos os degraus se referem apenas aos Kelim, que afetam as almas e as medem de forma que eles possam receber a partir da Luz de Ein Sóf. Não obstante, quando as almas sobem em degraus, elas não provocam qualquer mudança na Luz de Ein Sóf, propriamente dito, visto que as coberturas não afetam a coisa que está sendo coberta, apenas a pessoa que quer sentir o que é coberto e receber dela.

15)         Devemos fazer três discernimentos nas Sefirot e nos Partzufim, onde quer que estejam—Atzmuto, Kelim, e Luzes.

  1. Em Atzmuto, os receptores não têm qualquer pensamento ou percepção.
  2. Nos Kelim, há sempre dois discernimentos opostos: ocultação e revelação. Primeiro, o Kli se oculta a si mesmo, por isso os dez Kelim nas dez Sefirot são dez degraus de ocultação. Entretanto, depois que as almas recebem as mesmas condições que nos Kelim, essas ocultações se tornam revelações, realizações das almas. Nesse estado, os dois discernimentos opostos nos Kelim se tornam como um, visto que a medida de revelação no Kli é apenas como a medida de ocultação no Kli. E quanto mais grosseiro for o Kli, quando ele se esconde mais do seu Atzmuto, ele revela um Nível Superior.
  3. As luzes das Sefirot são a medida específica que deve aparecer para a realização das almas. Apesar de tudo o que se estende desde Atzmuto, a realização na  Luz  é  apenas  nas  qualidades  do  Kli.  Assim,  existem necessariamente dez Luzes nesses dez Kelim, ou seja, dez degraus de revelação. Deste modo, a Luz não pode ser distinguida de Atzmuto, mas apenas na medida em que não há a percepção ou a realização em Atzmuto. O que nos é revelado é apenas o que nos chega do Criador através de Suas vestes no Kelim das dez Sefirot. Portanto, nós nos referimos a algo que alcançamos pelo nome, “Luzes”.

 

QUATRO  ESTÁGIOS NO DESENVOLVIMENTO  DO KLI

Os cabalistas alcançaram a espiritualidade e escreveram nos livros cabalistas. Eles perceberam que a raiz de toda a realidade é uma Força Superior, a que chamaram Atzmuto (Seu Eu), visto que não puderam alcançá-la em si mesmos. Eles, no entanto, alcançaram que um pensamento e uma intenção se originam de Atzmuto—para criar criações e deliciá-las. Eles chamaram aquele pensamento e aquela intenção de “Pensamento da Criação” ou “Luz Superior.” Por conseguinte, no que diz respeito à criatura, a Luz é o Criador, visto que Atzmuto é inatingível. Assim, a conexão Criador- criatura existe através da Luz Superior.

Para resumir: a Luz emana a partir de Atzmuto e deseja criar uma criatura e deliciá-la, preenchendo-a com prazer. Em outras palavras, o objetivo da Luz é criar uma criatura que irá sentir a Luz como prazer. É por isso que os cabalistas chamaram a criatura, Kli, e a Luz, “preenchimento”. A Luz que provém de Atzmuto para criar a criatura é chamada Bechinát Shóresh (discernimento da Raiz), visto que é a raiz de toda a realidade. Esta Luz cria um desejo de desfrutá-la, e o desejo de desfrutar a Luz é chamado de a Luz do “desejo de receber”.

A medida de prazer depende da medida do desejo de recebê-la. Como em nosso mundo, a pessoa pode ter o estômago vazio, mas nenhum desejo de comer. Portanto, o desejo é o Kli para o preenchimento, e sem desejo, não há prazer. Não existe coerção na espiritualidade, e o preenchimento sempre segue o desejo.

A Luz emerge de Atzmuto, cria um Kli, e o preenche. O prazer experimentado na criatura pela recepção da Luz é chamado de Ohr Chochmá (Luz da Sabedoria). O desejo nascido pela Luz que o preenche é chamado de Bechiná Álef (primeiro discernimento). É dado esse nome já que este é o primeiro discernimento do futuro Kli.

No entanto, este desejo ainda não é autônomo, uma vez que é diretamente criado pela Luz. Um verdadeiro ser criado é um que deseja desfrutar de toda a Luz emitida a partir do Criador por si só. Em outras palavras, o seu desejo e decisão de desfrutar a Luz deve vir de dentro de si, em vez de ser instilada nele pelo  Criador.

Para querer receber a Luz, a criatura deve primeiro saber a quantidade de prazer que existe na Luz. Por isso, deve ser preenchida com a Luz e depois sentir o que é estar sem Luz. Nesse estado, um verdadeiro desejo pela Luz é criado em tal criatura.

É semelhante a situações que conhecemos da vida. Quando uma pessoa recebe alguma fruta desconhecida para provar, inicialmente, tal pessoa não tem qualquer desejo por ela. Porém, depois que a pessoa saboreia a fruta, e experimenta o prazer que dela deriva, e o fruto é retirado, a pessoa começa a ansiar por ela e deseja voltar a experimentar o prazer. Este desejo é o novo desejo que nasceu numa pessoa, que a pessoa sente como um desejo autônomo.

Por conseguinte, é impossível construir o Kli todo de uma vez. Em vez disso, para o desejo saber o que desfrutar, para que ele sinta o que ele quer desfrutar, ele deve passar por toda a ordem da evolução. Na Cabalá, esta condição é apresentada como uma lei: “A expansão da Luz no interior do desejo de receber, e a sua partida de lá torna o Kli adequado para a sua tarefa de receber toda a Luz e para desfrutar dela”. Os estados do desenvolvimento do desejo são chamados de Bechinot (discernimentos), uma vez que são novas observações no desejo de receber.

Por conseguinte, uma Luz que preenche o Kli dá, juntamente com o prazer,   a sua qualidade de dar. E enquanto o Kli desfruta da Luz, ele de repente descobre que ele deseja doar, como a natureza da Luz que o preenche. A razão para isso é que o Criador intencionalmente preparou para a Luz a capacidade de transmitir ao Kli

o desejo de doar, juntamente com o prazer.

Segue-se que uma vez que a Luz criou Bechiná Álef e o preencheu, ela sentiu que queria ser semelhante ao Criador. E porque este era um novo desejo, foi um novo discernimento, chamado de Bechiná Bet (segundo  discernimento).

Bechiná Bet é um desejo de dar. O prazer que se sente de ser semelhante ao Criador é chamado de Ohr Chassadim (Luz da Misericórdia). Vemos, pois,  que Bechiná Álef é oposto a Bechiná Bet no sentido de que o desejo em Bechiná Álef é para receber, e o desejo em Bechiná Bet é dar. A Luz em Bechiná Álef é Ohr Chochmá, e em Bechiná Bet é Ohr Chassadim.

Quando o desejo de receber em Bechiná Álef começa a desfrutar a Luz que o preenche, ele imediatamente percebe que a Luz é o doador do prazer e que ele (Bechiná Álef) é o receptor do prazer. Em consequência, ele começa a querer ser como a própria Luz, não querendo receber o prazer, mas dá-lo, como a Luz. Por esta razão, o desejo de receber desaparece nele e permanece vazio de Ohr Chochmá, uma vez que

o prazer é apenas sentido num desejo por ele.

O desejo de receber não pode ficar sem Ohr Chochmá, visto que Ohr Chochmá é a Luz da vida. Por isso, ele é obrigado a receber algum Ohr Chochmá. Assim, este novo desejo, chamado de Bechiná Guimel (terceiro discernimento) é composto por dois desejos: 1) o desejo de ser semelhante à Luz; e 2) o desejo de receber um pouco de Ohr Chochmá.

Nesse estado, o Kli sente duas Luzes: Luz de Chassadim—no desejo de doar—  e Luz de Chochmá—no desejo de receber.

Quando Bechiná Guimel recebe Luz, ele sente que as suas duas Luzes, Ohr Chochmá, a Luz da vida, se adaptam a sua natureza. Em seguida, ele decide recebê-la em sua totalidade, e, assim, nasce um novo desejo, independente de receber aquele prazer, Ohr Chochmá. Este é o mesmo prazer, com o qual o Criador deseja preencher a criatura.

Vemos, pois, que a Luz que emerge de Atzmuto cria para si um Kli em quatro etapas. Portanto, este desejo final, chamado de Bechiná Dálet (quarto discernimento), é a única criatura. Todas as suas fases anteriores são apenas os estágios de seu desenvolvimento. De fato, toda a criação é Bechiná Dálet. Tudo o que existe, na realidade, além do Criador é Bechiná Dálet. Bechiná Dálet é chamado de Malchut (Realeza), uma vez que o desejo de receber reina nele.

 

QUATRO BECHINOT

Bechiná Dálet é a única criatura. Bechiná Dálet é dividido em exterioridade, cujas partes são Sefirot, Partzufim (plural para Partzuf), mundos, e nosso mundo— inanimado, vegetal e animal e em interioridade: as almas das pessoas. A diferença entre todas essas partes é apenas na medida do desejo de receber no seu  interior.

Bechiná Dálet, que foi completamente preenchido com Ohr Chochmá, é chamado de “o mundo de Ein Sóf” (sem fim), uma vez que não há fim algum para o seu desejo de receber a Luz. Bechiná Dálet recebe a Luz através de seus quatro Bechinot precedentes—Shóresh, Álef, Bet e Guimel. Assim, ele é dividido internamente em cinco Bechinot do desejo de receber: desejos por Luzes no Bechinot anteriores a si próprio,   e o desejo pela Luz que vem a ele.

 

OS QUATRO BECHINOT ANTES DE BECHINÁ DÁLET, COM CINCO BECHINOT DENTRO DELE

Resumo: A Luz emana a partir do Criador, Bechinát Shóresh. A Luz cria uma criatura, Bechiná Dálet, em quatro etapas. A essência da criatura é o desejo de receber prazer. O prazer é a sensação da Luz dentro do desejo. Bechiná Dálet, ele mesmo, se divide em quatro partes, que recebem a Luz do Bechinot anterior. Bechiná Dálet, que é preenchido com Ohr Chochmá, é chamado de “o mundo de Ein Sóf”. As partes de Bechiná Dálet são chamadas de “almas” e “mundos”. Os mundos contêm Partzufim, Sefirot, e tudo que não seja as almas.

 

TZIMTZUM ÁLEF, MASSACH, PARTZUF

Quando Ohr Chochmá preenche o desejo de receber em Bechiná Álef, ela concede a vontade de receber a sua natureza—o desejo de doar. Esta é a razão pela qual, no seu final, Bechiná Álef—depois que ele sentiu a natureza da Luz que o preenche—mudou seu desejo de querer receber para querer dar.

Uma vez que Bechiná Dálet se afastou de Bechiná Guimel e foi prenchido com sua Luz, a qual é Ohr Chochmá, também, a Luz o afetou de tal forma que ele começou a querer dar, semelhante à natureza da Luz em seu interior. Desse modo, o desejo de receber desapareceu de Bechiná Dálet.

Não obstante, por que a Ohr Chochmá concede ao Kli um desejo de doar quando o preenche? Isto é assim porque o Kli sente não apenas o prazer da Luz, mas o desejo do Doador, também. O Criador poderia ter criado um Kli que não O sentiria como o Doador, mas só o prazer de recepção. Em nosso mundo, isto é o que as pessoas sentem quando seu desejo de receber é ainda pouco desenvolvido, como aquele das crianças, dos brutos, ou dos doentes mentais.

À medida que a criança cresce, ela fica envergonhada de receber. No homem, essa sensação é tão desenvolvida que se preferiria qualquer dor do mundo ao sofrimento da vergonha. O Criador criou essa qualidade em nós deliberadamente, de modo que, através dela, fôssemos capazes de nos elevar acima da nossa natureza, o desejo de receber.

Para se envergonhar e sofrer por receber, a pessoa deve sentir que está recebendo. Isso só é possível se você sentir o doador, se houver um doador. Se eu não puder sentir o anfitrião, não me envergonharei. Mas se o anfitrião estiver na minha frente, eu terei vergonha.

Não posso receber diretamente porque terei que me relacionar com ele. Sentirei que devo dar algo em troca para receber dele. Nesse caso, não estarei mais recebendo, mas trocaria de lugar com ele e me tornaria um doador, desde que então, ele também estaria recebendo de mim.

A sensação do Criador evoca tão grande sofrimento devido à recepção em Malchut, que este decide nunca usar sua vontade de receber para a recepção de prazeres para si mesmo. Esta decisão em Malchut, para não receber a Luz para si mesmo, é chamada de Tzimtzum (restrição). O nome, Tzimtzum Álef (primeira restrição), indica que esta operação ocorreu pela primeira vez.

Por conseguinte, Malchut parou de receber Luz. Por meio disso, ele deixou  de ser um receptor, mas ainda não estava dando coisa alguma para o Criador; ele ainda não havia cumprido o seu desejo de se tornar como a Luz, o doador de prazer. Por não receber prazer do Criador, Malchut não obteve equivalência de forma. Assim, vemos que o ato de Tzimtzum Álef não era uma meta, mas um meio para adquirir a capacidade de dar.

O propósito do Criador na Criação foi para Malchut, o ser criado, receber prazeres. O Pensamento da Criação é constante e absoluto. Por consequência, o Criador, a Luz, continuou a pressionar Malchut para recebê-la. Malchut sentiu que o ato de restrição não foi suficiente para alcançar o ato de doação. No entanto, como poderia a criatura, cuja única qualidade é receber, dar ao Criador, como Ele o faz?

Ao sentir as qualidades dos nove Superiores dentro dele—as qualidades do Criador que ele sente dentro, as quais, para ele, formam a atitude do Criador para com ele—Malchut começa a entender como ele pode vir a doar ao Criador. Decide que, se ele receber a Luz e desfrutá-la apenas porque o Criador desfruta de seu prazer nela, sua recepção seria o equivalente à doação. Recepção de prazer pelo receptor a fim de beneficiar o doador torna um ato de recepção num ato de doação. Portanto, se Malchut recebe toda a Luz (prazer) que o Criador preparou para ele, ele estaria dando a Ele, assim como o Criador está dando a ele.

Tomemos, por exemplo, um convidado visitante. O anfitrião atende o convidado com alimentos, precisamente na quantidade e sabor que o convidado deseja (o desejo está em perfeita combinação com a Luz, em sabor e quantidade, uma vez que a Luz-prazer criou o Kli-desejo de acordo com ela mesma).

Contudo, embora o convidado esteja com fome, a presença do anfitrião cria vergonha nele, o que o impede de receber. A vergonha advém da sensação de si mesmo como um receptor, e do anfitrião como um doador. E a vergonha é tão forte que ele não pode mais receber.

Contudo, o anfitrião está implorando para que ele coma, já que ele preparou tudo para o convidado, convencendo o convidado que o anfitrião iria desfrutar do seu ato de se alimentar. Então, parece ao convidado que se ele devesse receber o prazer, depois de ter rejeitado várias vezes, esta recepção seria considerada como dando e beneficiando o anfitrião. Portanto, o convidado se tornaria um doador, e o anfitrião se tornaria o receptor.

Na Cabalá, a fome, o desejo de receber deleite e prazer, é chamado de Kli (vaso). O prazer que vem do Criador é chamado de Ohr Yashar (Luz Direta). A força que repele o prazer que vem do Criador é chamado de Massach (tela). A Luz repelida pela Massach é chamada de Ohr Chôzer (Luz Refletida).

Usando a força da Massach—o poder para resistir à autogratificação e deleitar o Criador—o Kli pode resistir ao seu próprio desejo de receber. Podemos entender que o Kli rejeita a Luz, mas é mais verdadeiro dizer que o Kli rejeita usando o desejo de desfrutar por si mesmo.

O Kli não pode retornar a Luz ao Criador; ele só pode mudar sua intenção. O objetivo criado no Kli para deleitar o Criador é chamado de Ohr Chôzer (Luz Refletida). Ohr (Luz) é um outro nome para o prazer. Ohr Yashar é o prazer que o Criador deseja dar à criatura, e Ohr Chôzer é o prazer que a criatura deseja doar ao Criador.

Uma vez que o Kli (convidado) está certo que ele não vai receber (desfrutar) para si mesmo, ele examina a intensidade de sua Ohr Chôzer (a medida do seu desejo para dar prazer ao Criador—Anfitrião), e decide receber a abundância que vem através dela a partir de Ohr Yashar (a delicadeza e os deleites que o Anfitrião está proporcionando), mas apenas o quanto ele possa receber a fim de deleitar o Criador (Anfitrião).

Os cabalistas são pessoas que sentem a Luz emitida a partir do Criador e todas as suas ações. Mas quando escrevem sobre a espiritualidade, eles transmitem suas sensações numa linguagem de termos “técnicos” e definições. Portanto, apenas se o leitor tiver uma Massach e as forças, as quais os livros se referem, ele poderá “traduzir” as palavras em sentimentos, executando as mesmas ações que ele lê em seu  próprio interior.

A Luz vem diretamente do Criador (daí o seu nome, Ohr Yashar) e deseja preencher o Kli. No entanto, ela encontra a Massach. A Massach repele a Luz (se recusa a recebê-la a fim de receber), mantendo assim a condição de Tzimtzum Álef: não receber para si mesmo. Uma vez que o Kli está certo que não vai receber para si mesmo, ele calcula (usando a Massach) o quanto ele pode receber a fim de doar (deleitar o Criador). A sensação na Luz e a decisão de quanto a receber são feitas antes de recebê-la. Por esta razão, esta parte do Kli é chamada de Rosh (cabeça). O lugar de cálculo, onde a Massach está, é chamado de Pê (boca).

Após a decisão no Rosh, o Kli recebe a Luz no Toch (interior). O Toch é a parte do Kli em que a recepção da Luz (sensação de prazer dentro do desejo de desfrutar) ocorre de fato. Ohr Chochmá (o prazer) é recebida com o objetivo de deleitar o Criador desta maneira. Este objetivo é chamado de Ohr Chassadim (Luz da Misericórdia). Na linguagem cabalista, Ohr Yashar se veste de Ohr Chôzer, e Ohr Chochmá se veste em Ohr Chassadim.

O Kli pode receber apenas uma pequena porção da Luz que vem do Criador, visto que a Massach não tem o poder de receber toda a Luz. Assim, uma parte (dos desejos) nele é preenchida e uma parte permanece vazia. A parte que permanece vazia é chamada de Sóf (final, conclusão). Vemos, pois, que a criatura é composta de três partes: Rosh, Toch e Sóf. Juntas, elas são chamadas de Partzuf (face, semblante). O Guf do Partzuf (todos os seus desejos) se divide em Toch, a parte receptora e Sóf, que permanece vazia.

  • O limite no Guf do Partzuf, onde a recepção da Luz termina, é chamado de Tabúr (umbigo).
  • A parte da Luz recebida dentro do Partzuf é chamada de Ohr Pnimi (luz interna).
  • A parte da Luz que permanece fora do Kli é chamada de Ohr Makif

(Luz Circundante).

  • Através da Massach, a Ohr Yashar se divide em Ohr Pnimi e Ohr Makif.

Malchut compreende cinco Bechinot (discernimentos). A Massach decide quanto a receber em cada Bechiná. Cada Bechiná se divide numa parte que recebe e numa parte que não recebe. Logo, há cinco Bechinot no Toch e cinco Bechinot no  Sóf.

Resumo: Quando a Luz corrige o Kli, ela dá o desejo do Criador ao Kli. Isso, na verdade, é o que nos falta: a Luz (a Luz Circundante, que evocamos durante o estudo, se quisermos alcançar o propósito da Criação) vir e nos corrigir, de modo que possamos querer que nossas ações sejam semelhantes àquelas do Criador (doação). Esta é a singularidade do estudo da Cabalá, e esta é também a sua importância. O estudo evoca a Luz Circundante, que corrige a pessoa.

EXPANSÃO E PARTIDA DAS  LUZES

Depois que Malchut tinha decidido receber uma parte da Ohr Yashar, e a recebeu no Toch, ele parou de receber. Malchut sempre calcula, no Rosh do Partzuf, qual é a Luz máxima que ele pode receber a fim de doar. Dependendo da força da Massach, Malchut recebe apenas uma pequena parte do todo da Ohr Yashar, desde que receber a fim de beneficiar o Criador é contra a sua  natureza.

A parte da Ohr Yashar que permanece fora do Kli é chamada de Ohr Makif. Ela continua a pressionar a Massach, o que limita sua expansão no Partzuf e deseja romper a Massach e preencher todo o Kli, inclusive o Sóf do Partzuf, como antes da Tzimtzum.

O Partzuf entende que se ele houvesse recebido apenas uma parte, ou seja, preenchido a si mesmo apenas ao Tabúr, e permanecido nesse estado, o Pensamento da Criação não seria realizado. Para realizar o Pensamento da Criação, toda a Luz que preencheu Malchut antes da Tzimtzum deve ser recebida com o objetivo de doar. Mas se o Partzuf devesse receber mais, abaixo de Tabúr, seria recepção a fim de receber, visto que ele não tem uma Massach para receber a fim de doar sobre aqueles Kelim.

Por esta razão, o Partzuf decide deixar a recepção da Luz completamente e retornar ao seu estado anterior à recepção. Essa decisão é tomada no Rosh do Partzuf, como acontece com todas as decisões. Após a decisão, a  Massach que desceu do Pê  ao Tabúr e ficou ali, começa a subir a partir de Tabúr para Pê. A ascensão da Massach faz com que as Luzes se afastem do Partzuf através do Pê até Rosh.

A decisão de parar de receber a Luz foi tomada porque a Massach que estava no Tabúr foi pressionada pela Ohr Makif que queria ser recebida no Partzuf, bem como pela Ohr Pnimi. Essas duas Luzes desejam cancelar a Massach, que é como um limite na expansão da Luz. A pressão sobre a Massach é chamada de “Bitush (espancamento) de Ohr Pnimi sobre Ohr Makif”.

Essas duas Luzes pressionam a Massach no Tabúr, o que limita a recepção da Luz no Partzuf. Elas querem que a Massach desça a partir do Tabúr até Siúm (final) do Partzuf, e que, portanto, o total da Ohr Makif seria capaz de entrar.

Este estado é semelhante a uma pessoa que recebeu uma parte do que o seu anfitrião lhe servira. Ela sente grande prazer no que tenha recebido, e isso a enfraquece, porque ela sente quão grandes prazeres existem no que ela não recebeu.

Como resultado, a Massach retorna de Tabúr para Pê, e o Partzuf é esvaziado da Luz. Assim como a Luz entrou no Partzuf através de Pê, ela deixa o Partzuf através de Pê. A expansão da Luz de Cima para baixo, de Pê ao Tabúr, é chamada de Ta’amim (sabores). A partida da Luz no Partzuf de Toch para Rosh é chamada de Nekudot (pontos). Quando a Luz parte do Partzuf, deixa uma impressão de si mesma, chamada de Reshimô (memória/lembrança). Um Reshimô das Luzes de Ta’amim é chamado de Tagin (marcas), e um Reshimô das Luzes de Nekudot é chamado de Otiyot (letras).

A expansão da Luz e sua partida torna o Kli adequado para sua tarefa, visto que somente após o Kli sentir o prazer e o prazer partir, um verdadeiro desejo por este prazer aparece no Kli. Após a partida da Luz, um Reshimô permanece no Kli.  Este é um Reshimô do prazer que estava lá, do Nekudot. Uma vez que o Kli for esvaziado de Luz, o Reshimô determina o desejo e o anseio do Kli. Logo, o Reshimô da partida da Luz é chamado de Otiyot, ou Kli.

Antes do Tzimtzum, Bechiná Dálet recebe Luzes de todos os seus quatro Bechinot anteriores. A Luz chega até ele de Atzmuto através de Bechinot Shóresh, Álef, Bet, Guimel e Dálet. Dessa forma, Bechiná Dálet contém cinco Bechinot internos. Cada Bechiná interno de Bechiná Dálet recebe Luz de seu Bechiná  correspondente:

  • Bechinát Shóresh em Bechiná Dálet recebe Ohr Yechidá (Luz de Yechidá) de Bechinát Shóresh.
  • Bechiná Álef em Bechiná Dálet recebe Ohr Chaiá de Bechiná Álef.
  • Bechiná Bet em Bechiná Dálet recebe Ohr Neshamá de Bechiná Bet.
  • Bechiná Guimel em Bechiná Dálet recebe Ohr Ruach de Bechiná Guimel.
  • Bechiná Dálet em Bechiná Dálet recebe Ohr Néfesh de Bechiná Dálet.

Apenas Bechiná Dálet em Bechiná Dálet sente que o desejo de receber prazer   é dela. Por isso, apenas esse Bechiná é considerado como uma “criatura”. O resto dos Bechinot em Bechiná Dálet, precedendo Bechiná Dálet em Bechiná Dálet, são desejos que Bechiná Dálet recebeu de Bechinot Shóresh, Álef, Bet, e Guimel que o precederam. Embora os desejos de seu Bechinot precedente sejam desejos de receber, eles vêm do Criador e não de Bechiná Dálet propriamente dito.

Bechiná Dálet consiste de cinco Bechinot; esta é a sua estrutura e é imutável. Esses Bechinot podem se dividir, preencher, se juntar para ações de recepção de Luzes dentro deles, mas a sua estrutura permanece a mesma. Chama-se a ponta da Yud, Yud, Hey, Vav, Hey.

Os mundos e tudo dentro deles, além das pessoas, emergem de Bechinot que precede Bechiná Dálet em Dálet. Eles não têm qualquer desejo independente de receber. Eles são operados pelos desejos que o Criador imprimiu neles, e não são, portanto, definidos na Cabalá como “criaturas”. Somente as almas das pessoas tinham sido feitas de Bechiná Dálet em Dálet, onde a vontade de receber existe nele independentemente. Por consequência, apenas as almas das pessoas são  consideradas “criaturas”.

Um verdadeiro desejo de receber para si mesmo aparece apenas em Bechiná Dálet em Bechiná Dálet. Ele é o único que se percebe como receptor. Por isso, ele é o único que decide restringir a recepção da Luz. Contudo, a Luz se afasta do resto dos Bechinot em Bechiná Dálet, também, visto que apenas Dálet em Dálet recebe, enquanto os Bechinot anteriores apenas desenvolvem o seu desejo de receber. Quando ele pára de receber, a Luz desaparece de todos eles, visto que todos os cinco Bechinot são um Kli, a ponta da Yud, Yud, Hey, Vav, Hey.

Depois do Tzimtzum, quando Malchut recebe essas cinco Luzes através da Massach—no interior dos seus cinco Bechinot—elas entram nessas cinco partes de Malchut. A ordem na qual as Luzes entram no Partzuf é da menor Luz para a maior Luz: Néfesh, Ruach, Neshamá, Chaiá, e Yechidá. Assim, essas Luzes são chamadas NARANCHAY.

 

ENTRADA E PARTIDA DAS LUZES NUM PARTZUF

As cinco partes de Malchut são chamadas de Bechinot Shóresh, Álef, Bet, Guimel e Dálet. Após a Tzimtzum, quando essas partes recebem Luzes através da Massach, elas são chamadas de Sefirot (safiras, iluminações) porque a Luz brilha nelas. Assim, em vez  de Bechinot, nós as chamamos de Sefirot.

Kéter = Shóresh Chochmá = Álef Biná = Bet

Zeir Anpin (ZA) = Guimel Malchut = Dálet

Os Reshimot (plural de Reshimô) provenientes das Luzes que partem são chamados de Otiyot (letras). Após a partida das cinco Luzes, Néfesh, Ruach, Neshamá, Chaiá e Yechidá, das cinco Sefirot, Kéter, Chochmá, Biná, Zeir Anpin, e Malchut, cinco Reshimot, ou Otiyot permanecem: a ponta da Yud, Yud, Hey, Vav, Hey.

Posteriormente  neste  artigo,  vamos  aprender  como  os  cabalistas  usam

símbolos para representar as forças espirituais por escrito. Eles constroem as letras, as palavras e os nomes a partir de pontos e linhas. Essa é a forma como todos os livros sagrados foram escritos. Acontece que a escrita constitui informações sobre as forças e as operações espirituais. Quando os cabalistas leem os livros, eles podem agir de acordo com as instruções contidas neles.

Contudo, quando examinamos os livros sagrados, eles parecem discutir acontecimentos históricos. Mas está escrito na Torá que toda a Torá é constituída de nomes do Criador. Isso significa que todas as palavras na Torá nos conta acerca dos Kelim ou sobre suas ações. Em outras palavras, toda a Torá representa a mesma sabedoria da Cabalá que devemos aprender hoje, escrita numa linguagem  diferente.

Existem quatro linguagens na Torá: a linguagem da Torá, a linguagem das lendas, a linguagem do Talmude e a linguagem da Cabalá. Todas elas foram inventadas pelos cabalistas que alcançaram a espiritualidade, para nos dizer como podemos alcançar o propósito da Criação.

 

VISÃO GERAL

O Criador deseja beneficiar Suas criaturas. As criaturas são destinadas a receber o benefício do Criador para si mesmas. Para esta finalidade, o Criador criou uma criatura independente, completamente separada dEle. A criatura não sente o Criador, porque a Luz é mais Elevada do que o Kli, e quando ela preenche o Kli, ela o controla e determina o que o Kli vai querer.

Por isso, a criatura deve nascer em ocultação da Luz, de modo a ser independente, sem a sensação de espiritualidade e da existência do Criador. Ela nasce no degrau mais distante do Criador, num degrau chamado de “este mundo”. No entanto, quando a criatura é independente da influência da Luz Superior (o Criador), ela também não tem o poder de compreender o seu estado, a sua realidade, o propósito da sua vida. Daqui decorre que o Criador deve preparar o ambiente certo para a criatura se desenvolver e crescer:

  1. Ele deve restringir Sua Luz ao mínimo, restrição por restrição. É assim que os degraus foram construídos de Cima para baixo, a partir do degrau de Ein Sóf, o mais próximo do Criador, até ao degrau de “este mundo”, o mais baixo e mais distante do Criador. Esse ato é chamado de “a expansão dos mundos e a Partzufim”.
  2. Uma vez que o ponto de partida foi preparado para a criatura, ela deve receber a possibilidade de subir a partir desse estado e alcançar o degrau do Criador. Contudo, como isso pode ser feito, se após o Tzimtzum Álef nenhuma Luz  alcança o  Kli—a  criatura —que  está  no degrau  de “este mundo”? Por esta razão, o Criador nos deu neste mundo uma Segulá (poder, remédio): Ohr Makif (Luz Circundante), que brilha até para o Kli restrito.

Rav Yehuda Ashlag escreveu sobre esta Segulá no Item 155 de sua “Introdução ao Estudo das Dez Sefirot”: “Portanto, devemos perguntar, por que então, os cabalistas obrigam cada pessoa a estudar a sabedoria cabalista? Na verdade, existe uma grande coisa nela, digna de ser divulgada: Existe um maravilhoso remédio inestimável para aqueles que se ocupam na sabedoria cabalista. Embora eles não entendam o que estão aprendendo, através do anseio e do grande desejo de entender o que estão aprendendo, eles despertam sobre si as Luzes que cercam suas almas.

“Isso significa que todas as pessoas de Israel têm a garantia de finalmente alcançar todas as realizações maravilhosas que o Criador havia calculado no Pensamento da Criação para deleitar toda a criatura. Alguém que não tenha sido agraciado nesta vida será agraciado na próxima vida, etc., até que a pessoa seja agraciada completando o Pensamento do Criador, que Ele tinha planejado para ela.

“E, enquanto a pessoa não tenha atingido a perfeição, as Luzes que estão destinadas a alcançá-la são consideradas Luzes Circundantes. Isso significa que elas estão prontas para ela, porém estão esperando que ela purifique seus vasos de recepção, momento em que estas Luzes irão vestir os vasos  capacitados.

“Por isso, mesmo quando não se tem os vasos, quando se está ocupado nesta sabedoria, mencionando os nomes das Luzes e os vasos relacionados com a alma da pessoa, elas imediatamente brilham sobre ela numa determinada medida. Não obstante, elas brilham para ela sem vestir o interior de sua alma por falta de vasos capazes de recebê-las.

“No entanto, a iluminação que uma pessoa recebe ao longo do tempo durante o trabalho na sabedoria cabalista se baseia numa graça do Alto, inundando  a pessoa com abundância de santidade e pureza, que trazem a pessoa para mais perto, até que ela alcance a perfeição.

“No entanto, há uma condição estrita durante o trabalho  nesta sabedoria, não materializar as questões com coisas imaginárias e corporais, pois assim seria uma violação, ‘Não farás para ti imagem de escultura, nem qualquer tipo de semelhança’. Nesse caso, a pessoa é bastante prejudicada, em vez de beneficiada”.

Assim, apenas o estudo adequado da sabedoria cabalista pode conduzir o homem ao propósito de sua vida. Isto é o que os cabalistas estão dizendo, e quem sabe sobre a realidade mais do que eles?

Ohr Makif é o poder com o qual qualquer pessoa pode começar a subir a partir deste mundo para o mundo espiritual. Sem a ajuda da iluminação da Ohr Makif, não teríamos possibilidade de transcender o nosso estado, uma vez que o Kli só pode ser corrigido pela Luz, e a Luz Superior não pode chegar a este mundo. Por isso, precisamos da Ohr Makif.

Para ajudar os iniciantes a evitar falhas em seu caminho, adicionamos uma tabela com as perguntas e as respostas, um glossário, as abreviações e vários arquivos de mídia. Não temos a intenção de aprofundar ou expandir a explicação e a quantidade de informações, mas de orientar o aluno no sentido de obter o estímulo para avançar corretamente. Deve ficar claro que o objetivo do estudo é conseguir Dvekút (adesão) com o Criador. Isso deve estar diante dos nossos olhos, pois só assim é que vamos evocar em nós mesmos as Luzes Circundantes, e através do seu impacto, vamos entrar no Mundo Superior.

O glossário se destina à correta compreensão de termos básicos. Mas apenas se soubermos como interpretar as palavras que estivermos lendo corretamente, em seu verdadeiro significado espiritual, diversamente da forma como costumamos interpretá-las em nosso mundo, só nessa medida teremos a permissão para aprender e ler qualquer coisa na Torá. Caso contrário, poderemos perceber os livros da Torá como narrativas históricas.

Quando um cabalista alcança a espiritualidade, esta é indescritível em palavras, já que a espiritualidade contém apenas sensações. É por isso que os livros cabalistas são escritos na linguagem dos ramos, usando palavras mundanas para descrever conceitos espirituais.

O mundo espiritual é um lugar abstrato, “virtual”, onde só existem forças e emoções, sem roupa corpórea. Devemos constantemente renovar e repetir os conceitos espirituais, pois até alcançarmos conexão emocional com a espiritualidade, estaremos lendo os livros cabalistas, sem qualquer entendimento do que está por trás das palavras.

O erro básico é que há “cabalistas” que ensinam que existe alguma ligação entre o corpo humano e o Kli espiritual, como se o Kli espiritual se vestisse de um corpo humano, como se cada órgão corpóreo vestisse um órgão espiritual. Na opinião deles, se a pessoa executa um ato físico ou qualquer movimento físico qualquer que seja, este aparentemente contém um conteúdo espiritual. Eles pensam que ao fazê-lo, a pessoa realmente executa uma ação espiritual.

O erro deles decorre do uso da linguagem dos ramos feito pelos cabalistas, usando palavras mundanas para nomear e definir termos espirituais. Esta é a razão para a proibição estrita na Torá, “Não farás para ti imagem de escultura, nem qualquer tipo de semelhança”. Em outras palavras, é proibido imaginar espiritualidade em formas corporais, não, porque isso poderia causar danos Acima, mas porque a imagem falsa impediria a pessoa de ter a compreensão dos caminhos do Criador e da aproximação da meta.

Assim, o aluno deve repetir constantemente os conceitos chave da Cabalá, como “lugar”, “tempo” “movimento”, “nenhuma ausência”, Guf (corpo), “partes corporais” ou “órgãos”, Zivug (acoplamento), “beijo”, “abraço” até que cada conceito seja percebido corretamente. Isto é o que Baal HaSulam escreve em sua “Introdução ao Estudo das Dez Sefirot”. Aqueles que querem estudar a Cabalá da forma certa são aconselhados a abandonar todos os livros sobre o assunto, com exceção de O Livro  do Zohar, os escritos do Ari, os escritos de Baal HaSulam, e os escritos do Rabash.

A interpretação da Torá como uma narrativa histórica contradiz o versículo que diz que toda a Torá é constituída de nomes do Criador, que é a Torá do mundo de Atzilut, e que todas as palavras contidas nela são Nomes Sagrados. É importante lembrar que ela não fala deste mundo e das pessoas que o habitam (ver “Introdução ao Livro do Zohar”, Item 58).

Todos os nomes na Torá são sagrados, até mesmo nomes como Faraó, Balaão, Balaque. Por exemplo, aquele que é chamado para ficar ao lado da Arca da sinagoga durante o serviço, beija o livro da Torá sem primeiro verificar para ver se ele beijou erroneamente o nome de Faraó ou Labão. O Zohar explica que cada nome simboliza um nível espiritual: Faraó corresponde a Malchut, Labão à Luz Superior (brancura), Partzuf do Chochmá Superior, etc.

 

RESHIMOT

Para executar a operação correta, o Kli deve saber o que quer, como conseguir o que quer, e ter a força para conseguir o que quer.

Além do Criador, existe apenas uma Criação: o desejo de receber prazer. Assim, toda a realidade contém apenas Luz e Kli, prazer e desejo, Hitlabshut (vestimenta) e Aviut (aspereza/desejo de receber).

Em cada ato espiritual, após a partida da Luz do Kli, ou seja, após a transição de um estado onde o Kli é preenchido com Luz para um estado onde o Kli está vazio, ele deixa atrás de si duas “lembranças” do estado anterior. Elas são chamadas de Reshimô de Hitlabshut (lembrança da vestimenta) — um Reshimô da Luz que estava no Kli e partiu, e o Reshimô de Aviut (lembrança do desejo de receber) — um Reshimô do Kli na Massach que permanece para ser usado.

Estes dois Reshimot (plural de Reshimô) são considerados um Reshimô. Se nenhum Reshimô for deixado, o Kli não saberá o que quer ou como conseguir o que quer.

Os Reshimot nos quais os Partzufim Emergem

 

Mundo/Partzuf Nome Reshimô de Hitlabshut Reshimô de Aviut
Mundo de Adam Kadmon:
Partzuf Kéter Galgálta Dálet Dálet
Partzuf Chochmá AB Dálet Guimel
Partzuf Biná SAG Guimel Bet
Partzuf ZA MA Bet Álef
Partzuf Malchut BON Álef Shóresh
Partzuf Nekudot de SAG:
Partzuf Nekudot de SAG Bet Bet
Mundo de Nekudim:
Partzuf de Katnut (pequenez/infância) Bet Álef
Partzuf de Gadlut (grandeza/maioridade) Dálet Guimel
Mundo de Atzilut:
Partzuf Kéter Atik Dálet Dálet
Partzuf Chochmá AA Dálet Guimel
Partzuf Biná AVI Guimel Bet
Partzuf ZA ZA Bet Álef
Partzuf Malchut Nukvá Álef Shóresh
Mundo de Briá:
Partzuf Kéter Atik Dálet Dálet
Partzuf Chochmá AA Dálet Guimel
Partzuf Biná AVI Guimel Bet
Partzuf ZA ZA Bet Álef
Partzuf Malchut Nukvá Álef Shóresh
Mundo de Yetzirá:
Partzuf Kéter Atik Dálet Dálet
Partzuf Chochmá AA Dálet Guimel
Partzuf Biná AVI Guimel Bet
Partzuf ZA ZA Bet Álef
Partzuf Malchut Nukvá Álef Shóresh
Mundo de Assiá:
Partzuf Kéter Atik Dálet Dálet
Partzuf Chochmá AA Dálet Guimel
Partzuf Biná AVI Guimel Bet
Partzuf ZA ZA Bet Álef
Partzuf Malchut Nukvá Álef Shóresh

 

Reshimot da Aviut do Massach dos Mundos

 

Mundo de Kéter Mundo de Adam Kadmon Aviut Dálet
Mundo de Chochmá Mundo de Atzilut Aviut Guimel
Mundo de Biná Mundo de Briá Aviut Bet
Mundo de ZA Mundo de Yetzirá Aviut Álef
Mundo de Malchut Mundo de Assiá Aviut Shóresh

Quando toda a realidade se expandir até que nenhuma Reshimô seja deixada na Massach, este será o fim do mundo de Assiá. Malchut do mundo de Atzilut gera mais outro Partzuf, chamado Adam HaRishon, que quebra em pedaços que caem abaixo do mundo de Assiá, à um lugar chamado “Olam HaZê” (Este Mundo).

A menor Reshimô no menor Kli quebrado é chamada “o ponto no coração”. Isto é o que a pessoa sente como um desejo pela espiritualidade quando é despertada do Alto. Estas Reshimot se vestem em certas pessoas em nosso mundo e não lhes dão descanso, até que elas os corrijam com uma  Massach e lhes preencham com Luz.

Se uma pessoa sente este Reshimô, ela é digna de atingir a espiritualidade, de experimentar o Mundo Superior e conhecer toda a realidade. A orientação para atingir isto é encontrada nos livros de Cabalá. Cada geração possui seus próprios livros de Cabalá, escritos para sua geração, para o tipo particular de almas que desceram nela.

Os livros que guiam nossa geração para a espiritualidade são os livros do Rabi Yehuda Ashlag (Baal HaSulam), e Rabi Baruch Ashlag (o Rabash). Além de estudar estes livros, existem mais duas condições necessárias para o próprio aprendizado: estudar em um grupo, cuja meta é atingir o propósito da Criação, que é liderado por um professor Cabalista (Rabi).

Na cascata da realidade de Cima para baixo, uma escada de degraus foi formada, em que uma pessoa sobe de volta. A pessoa que atinge um certo degrau descobre nele Reshimot de um nível Elevado, e pode assim continuar a subir. Reshimot de degraus Elevados também aparecem nas pessoas em nosso mundo. Estes são Reshimot do degrau espiritual mais próximo daquela pessoa. Ao trabalhar com estes Reshimot, a pessoa sai do nosso mundo e entra no mundo  spiritual.

 

O NASCIMENTO DOS PARTZUFIM

Bechiná Dálet é chamada Malchut, pois ela hospeda o maior desejo de receber. Quando preenchida com Luz, ela é chamada Ein Sóf (sem fim), pois ela recebe a Luz sem colocar um fim a ela. Malchut é a única criatura. Suas partes são chamadas Olamot (mundos), pois eles MA’alimim (ocultam) a Luz do Criador das criaturas. A ocultação em cada mundo corresponde à medida pela qual as criaturas podem receber a Luz usando a Massach.

Quando Bechiná Dálet recebeu a Luz de Ein Sóf, ela sentiu que a Luz estava vindo do Doador. A sensação do Doador evocou tal vergonha e agonia nela que ela decidiu nunca ser uma receptora.

Uma decisão no Superior se torna uma lei obrigatória para todos os seus estados subsequentes. Assim, mesmo se uma parte de Malchut não quiser receber por si mesma, ela não será capaz de receber, pois Malchut controla todas as suas partes. Cada nova decisão vem da fraqueza do grau, assim, cada decisão afeta apenas os graus inferiores.

Seguindo o Tzimtzum Álef, Reshimô da Luz e do Kli permaneceram em Malchut. A Luz retornou à Malchut e quis preenche-la, pois a intenção do Criador de deleitar a criatura é constante. É apenas este Pensamento do Criador que opera em cada ato na Criação, mesmo quando nos parece que a realidade não está ao nosso favor.

Malchut, que fica no Pê de Rosh do Partzuf, sente a meta do Criador de beneficia-la, como no exemplo do convidado e o anfitrião. Malchut sente que se ela não receber do Criador, ela não estará Lhe dando nada. Assim, ela decide receber, para que o Criador desfrute de sua recepção.

Com a ajuda dos Reshimot de Hitlabshut e de Aviut do preenchimento anterior, Malchut pode calcular precisamente quanto ela pode receber, não de acordo com seu desejo de desfrutar, mas em prol de deleitar o  Criador.

O Reshimô de Hitlabshut é um Reshimô da Luz que estava em Malchut. A Massach, em que Malchut recebeu esta Luz, foi purificada. Não havia poder na Massach que novamente receba a mesma Luz da qual o Reshimô de Hitlabshut permaneceu. Assim, o Rosh de Hitlabshut do próximo Partzuf nasceu no Reshimô de Hitlabshut. Depois, a Massach fez um Zivug no Reshimô de Aviut, gerando o segundo Rosh, chamado Rosh de Aviut, do qual o Guf expandiu. Este é o revestimento da Luz em Malchut.

A parte em que Malchut decide quanto da Luz Superior ela pode receber em prol de doar é chamada Rosh. Seguindo a decisão em Rosh, Malchut recebe a quantidade de Luz que ela tinha decidido, dentro do Partzuf. Esta Luz é chamada Ta’amim (sabores).

Quando a Luz de Ta’amim completa sua entrada no Guf, a Massach que a estendeu para de expandir a Luz dentro do Partzuf. A Massach não permite que a Luz continue entrando, pois a decisão de Malchut na quantidade máxima que ela pode receber não em prol de deleitar a si mesma. Se ela receber mais, será em prol de receber prazer para si mesma.

Assim, em um lugar onde a Massach para e não recebe mais, Malchut sente novamente o impulso da Luz Superior para recebe-la. Este lugar é chamado Tabúr (umbigo). Se Malchut receber mais Luz, será para seu próprio prazer. Assim, ela não tem escolha se não parar de receber toda a Luz.

Todas as decisões são feitas apenas no Rosh do Partzuf, e são então executadas no Guf. Aqui, também, seguindo a decisão no Rosh de parar de receber, a Massach se eleva do Tabúr até Pê e deporta as Luzes do Guf do Partzuf.

A Massach vem ao Pê com um Reshimô da Luz que preencheu o Partzuf, e um Reshimô de Aviut que permaneceu na Massach. No encontro da Massach com a Luz Superior no Rosh do Partzuf, o desejo de receber a Luz em prol de doar é despertado novamente na Massach, que desperta Reshimot nela. A Massach faz um Zivug de Haka’á com a Luz Superior e gera o próximo Partzuf.

Existem duas Massachim (plural de Massach) em cada Partzuf: uma Massach que rejeita a Luz e uma Massach que recebe a Luz. A Massach que rejeita a Luz sempre fica no Pê do Partzuf, repelindo toda a Luz que quer penetrar o Partzuf, e assim cumpre a condição do Tzimtzum Álef.

Quando a primeira Massach repele toda a Luz e é certo que ela não receberá por si mesma, mas apenas com a intenção de doar ao Criador, ela ativa a segunda Massach, que pesa o quanto da Luz Superior que vem a ela pode ser recebida com a intenção de doar.

Seguindo a decisão, a Massach começa a receber Luz. Ela descende do Pê abaixo, e seguindo isto, a Luz entra no Partzuf. Quando a medida da Luz dentro do Partzuf atinge a medida que a Massach de Rosh tinha decidido, a Massach que descendeu ao Guf para. Isto é assim porque a Massach do Guf sempre segue as ordens e decisões feitas pela Massach do Rosh. Assim, o próximo Partzuf nasce do antigo.

O cálculo é feito na Massach em Rosh. Mas devido a sua Aviut ser menor que no Partzuf anterior, a Massach desce até o Chazê do Partzuf, e não fica no Pê. Isto é porque o Chazê é o nível de Aviut Guimel do Guf, oposto ao Pê, que é Dálet.

Assim, uma vez que a Massach se eleva de Tabúr até Pê, onde ela recebe um desejo de fazer um novo Zivug, ela desce até o Chazê e calcula quanto receber. Este cálculo gera o segundo Rosh do Partzuf. Seguindo a decisão, a Massach desce de Pê abaixo ao lugar que ela escolheu como o lugar através do qual ela receberia Luz. Este lugar se tornará o Tabúr do próximo Partzuf.

Abaixo do Tabúr e através do Siúm Raglin do próximo Partzuf, permaneceram Kelim vazios que a Massach não preencheu devido à ausência do poder de resistência. O segundo Partzuf, e o restante dos Partzufim do mundo de Adam Kadmon, não podem descer abaixo do Tabúr do primeiro Partzuf, devido à ausência do poder em sua Massach.

Após o segundo Partzuf, AB de AK, ter emergido e recebido o que decidiu no Rosh, na Massach que também desceu em seu Tabúr, houve um Bitush do Ohr Pnimi   e Ohr Makif. Aqui, também, a Massach entende que ela não pode permanecer no Tabúr porque ela não tem a força de receber mais, e se permanecesse neste estado,  ela não atingiria o propósito da Criação.

Assim, a Massach do segundo Partzuf também decide purificar, e se eleva ao Pê. Aqui, também, um Reshimô permanence na Massach. Quando ela atinge o Pê e é integrada na Massach do Pê, ela redesperta para receber a Luz. O ultimo Reshimô de Aviut, da Bechiná Guimel, desaparece da Massach, e Reshimô de Bechiná Bet aparece. Assim, a Massach desce ao Chazê, onde ela faz um Zivug de Haka’á para gerar um novo Partzuf, chamado Partzuf SAG de AK.

Aqui, também, uma vez que o Partzuf SAG emerge, sua Massach de Guf é purificada pelo Bitush do Ohr Pnimi e Ohr Makif nela. A Massach se eleva ao Pê, desce ao Chazê, e gera o próximo Partzuf no nível de Aviut Álef, chamado “MA Superior”.

Quando o Partzuf MA Superior para a expansão da Luz dentro dele, ele sente o Bitush das Luzes Interna e Circundante dentro dele, e decide se purificar. Ele retorna ao Pê com Aviut Shóresh, pois a Massach não tem mais a força de Kashiut (dureza) para receber a Luz. Ela não pode gerar um Partzuf, mas apenas um Rosh, e assim acaba o processo de nascimento de Partzufim.

 

A REALIDADE GERAL

Seguindo o Tzimtzum, Malchut decide receber em prol de doar ao Criador. Esta intenção é chamada Massach (tela). A seguir, uma sequência de Partzufim emergem na Massach em Malchut:

  • Um Partzuf chamado Galgálta emerge na Massach com a força para receber Luz em Aviut Dálet.
  • Um Partzuf chamado AB emerge na Massach com a força para receber Luz em Aviut Guimel.
  • Um Partzuf chamado SAG emerge na Massach com a força para receber Luz em Aviut Bet.
  • Um Partzuf chamado MA emerge na Massach com a força para receber Luz em Aviut Álef.
  • Um Partzuf chamado BON emerge na Massach com a força para receber Luz em Aviut Shóresh.

Os nomes dos Partzufim são determinados pela quantidade e qualidade das Luzes que os preenchem. Malchut emergiu como Bechiná Dálet, ou seja o quinto na evolução da Luz de Atzmuto. Assim, ela recebe das Bechinot anteriores e as contém. Por esta razão, dentro de Malchut de Ein Sóf estão cinco Bechinot do desejo, do menor desejo em Bechiná Shóresh até o maior desejo em Bechiná Dálet, e ela recebe Luz em seu interior sem barreiras.

Após o Tzimtzum, Malchut decide receber Luz apenas em prol de doar ao Criador. Recepção desta forma é contrária ao seu desejo natural; assim, ela não pode receber sem barreiras. Ela não pode receber toda a Luz de uma vez, como antes. Assim, ela decide receber toda esta Luz em pequenas porções. No fim, ela estará completamente preenchida e atingirá o propósito da  Criação.

Cada pequena parte de Malchut é como todo Malchut, contendo cinco partes do desejo de receber. Isto é porque lá não pode haver um desejo se não houverem quatro níveis de expansão das Luzes que o precedem.

Por esta razão, cada Kli tem uma estrutura fixa, de acordo com as cinco partes de Aviut: Shóresh, Álef, Bet, Guimel e Dálet, chamadas Sefirot Kéter, Chochmá, Biná, ZA e Malchut, chamadas Otiyot Ponta da Yud, Yud, Hey, Vav e Hey.

Toda Malchut é dividida em cinco partes principais, chamados cinco mundos: AK (Adam Kadmon), Atzilut, Briá, Yetzirá e Assiá. Cada mundo é dividido em cinco Partzufim: Atik, AA (Arich Anpin), AVI (Aba ve Ima), ZA (Zeir Anpin) e Nukvá (Malchut). Cada Partzuf contém cinco Sefirot: Kéter, Chochmá, Biná, ZA e Malchut.

Os cinco mundos contêm 5×5=25 Partzufim. Cada Partzuf contém cinco Sefirot. Assim, em todos os mundos existem 25×5=125 Sefirot ou níveis que a alma precisa experimentar, deste mundo ao mundo de Ein Sóf, para atingir Dvekút com o Criador.

Cada nível, Sefirá (singular para Sefirot), Partzuf, Mundo—uma parte de Malchut de Ein Sóf, a menor fração da realidade—é compost de cinco partes do desejo de receber, uma Massach acima dele, e Luz, que ele recebe através da Massach. Assim, a diferença entre todas as partes da Criação é apenas na medida do desejo de receber e a Massach em seu topo. A medida da Massach determina o tipo e nível de implementação do desejo.

Nosso corpo contém as mesmas partes. A diferença entre as partes está em seu preenchimento (mais forte, mais inteligente ou mais habilidoso). Assim, as mesmas partes existem em todos os Partzufim espirituais: a ponta da Yud, Yud, Hey, Vav, Hey.

Estas letras são chamadas “o nome do Criador”, pois Ele criou a criatura neste pardão. A criatura sente seu Criador pela forma que é preenchida com Luz—o Criador—e ascreve nomes ao Criador em conformidade.

O nome de cada Kli segue a medida em que o Kli sente o Criador. Assim, cada nível tem seu próprio nome, deste mundo ao mundo de Ein Sóf. As almas se elevam para atingir o propósito da Criação, começando neste mundo, que é o nível mais baixo. Quando uma alma ascende a um certo nível, isto significa que ela recebe a Luz naquele nível. Em outras palavras, ela preenche seu HaVaYaH com um certo preenchimento de Luz de HaVaYaH, que, juntamente com o preenchimento, cria o nome do nível.

Está escrito que todos devem ser como Moisés. Isto significa que todos devem atingir o nível chamado “Moisés”. Todos os nomes na Torá são Nomes Sagrados, pois eles são representações da Luz, o Criador. Assim, toda a Torá é chamada “os nomes do Criador”, incluindo tais nomes como Faraó, Balaão, Balaque etc.

O nome do nível é determinado pela Luz que preenche o Partzuf, o HaVaYaH. Por exemplo, se o Kli é preenchido com Ohr Chochmá, e o símbolo desta Luz é a letra Yud, o preenchimento das letras Yud, Hey, Vav, Hey é Yud, Hey (uma Yud na Hey), Viv Hey (uma Yud na Vav), Hey Hey (uma Yud na  Hey).

Isto é porque cada letra no alfabeto Hebraico tem seu próprio  número:

 

Álef = 1                Zayin = 7              Mem = 40           Kuf = 100

Bet = 2  Chet = 8               Nun = 50             Reish = 200

Guimel = 3          Tet = 9  Samech = 60      Shin = 300

Dálet = 4              Yud = 10              Ayin = 70             Tav = 400

Hey = 5 Chaf = 20             Pê = 80

Vav = 6 Lamed = 30        Tzadi = 90

Assim, se somarmos as letras no nome HaVaYaH: Yud, Hey, Vav, Hey = Yud (10+6+4) + Hey (5+10) + Viv (6+10+6) + Hey (5+10) = 72, que são as letras AB (Ayin+Bet). É por isto que o Partzuf Chochmá é chamado  AB.

Um Partzuf que recebe Luz de Chassadim é chamado  SAG:

Yud, Hey, Vav, Hey = 63 = SAG (Samech+Guimel).

É assim que todos os níveis em toda a realidade são nomeados. Assim, para conhecer o nome de cada nível, nós apenas precisamos conhecer os nomes de cada tipo de Luz. Então, quando nós lermos a Torá, nós entenderemos que ações espirituais e que lugares e níveis nos Mundos Superiores estão sendo discutidos.

Então nós não iremos enganosamente pensar que a Torá discute de qualquer coisa abaixo do mundo espiritual. Nós não pensaremos que a Torá fala de nossas vidas corporais, de história ou de como nós nos gerenciamos em nossas vidas materiais. Pelo contrário, nós saberemos que todos os livros da Torá são na verdade instruções nos dizendo como atingir o propósito de nossas vidas enquanto ainda vivendo neste mundo, para que não tenhamos que retornar ciclo após ciclo e repetidamente sofrer esta vida vã, inútil e sem propósito.

Um Partzuf é dez Sefirot: Kéter, Chochmá, Biná, ZA, and Malchut

Um Partzuf em letras é Yud (Chochmá), Hey (Biná), Vav (ZA) e Hey (Malchut).

Mas o nível de um Partzuf—Néfesh, Ruach, Neshamá, Chaiá, Yechidá—não é explicado pelo nome HaVaYaH, pois as letras HaVaYaH são dez Sefirot do esqueleto do Kli. Eles clarificam o estado do Kli vazio, sem preenchimento com a Luz Superior. O nível do Kli, o nível espiritual do Kli, é determinado pela medida da Massach. A Massach preenche as dez Sefirot de HaVaYaH com Luzes. A Massach pode preencher o Kli com Luz de Néfesh, Ruach, Neshamá, Chaiá, ou Yechidá. A Luz no Kli determina

o nível do Kli na escada de níveis.

Existem apenas duas Luzes na realidade: Ohr Chochmá (Luz da Sabedoria) e Ohr Chassadim (Luz da Misericórdia). O símbolo para Ohr Chochmá é a letra Yud, e o símbolo para Ohr Chassadim é a letra Hey.

  1. O registro do nível de Yechidá (Kli Kéter) é simplesmente HaVaYaH, sem preenchimento: Yud, Hey, Vav, Hey = 10+5+6+5 = 26.
  2. O registro do nível de Chaiá (Kli Chochmá) é HaVaYaH preenchido com

Yud: Yud, Hey, Viv, Hey = (10+6+4) + (5+10) + (6+10+6) + (5+10) = 72.

  1. O registro do nível de Neshamá (Kli Biná) é HaVaYaH preenchido com Hey, exceto que a letra Vav é preenchida com Álef, e a letra Hey é preenchida com Yud: Yud, Hey, Vav, Hey = (10+6+4) + (5+10) + (6+1+6)

+ (5+10) = 63.

  1. O registro do nível de Ruach (Kli ZA) é HaVaYaH preenchido com Hey, exceto que a letra Vav de HaVaYaH é preenchida com Álef: Yud, Hey, Vav, Hey = (10+6+4) + (5+1) + (6+1+6) + (5+1) = 45.
  2. O registro do nível de Néfesh (Kli Malchut) é HaVaYaH preenchido com Hey, exceto que a letra Vav de HaVaYaH, que permanece sem preenchimento: Yud, Hh, Vv, Hh = (10+6+4) + (5+5) + (6+6) + (5+5) = 52.

Esta é a fonte dos nomes, AB, SAG, MA, BON.

 

NEKUDOT DE SAG

Após Tzimtzum Álef, Malchut decide se preencher em prol de doar usando os Reshimot que permaneceram do mundo de Ein Sóf. Receber em prol de compartilhar é contra a natureza da criatura. Assim, Malchut não pode receber instantaneamente toda a Luz Superior que a preencheu no mundo de Ein Sóf, mas apenas em pequenas porções, chamadas Partzufim. Assim, Malchut recebe cinco porções de Luz: Galgálta, AB, SAG, MA Superior e BON Superior. Isto completa a saída de todos os Reshimot nela, e a cadeia de expansão termina.

O terceiro Partzuf a emergir é Partzuf SAG. Sua natureza é a de Biná, então ele não quer receber nada por si mesmo; ele “Chafetz Chéssed” (Deleita em Misericórdia). Por esta razão, este Partzuf pode descer abaixo do Tabúr de Galgálta e preencher o Sóf (fim) de Galgálta com suas Luzes.

Partzuf SAG emergiu na Reshimot de Hitlabshut Guimel e Aviut Bet. Assim, há iluminação de Chochmá em seus Ta’amim. Por esta razão, os Ta’amim de SAG não podem descer abaixo do Tabúr de Galgálta. Mas quando o Partzuf SAG começa a purificar, o Ohr Chochmá imediatamente desaparece, e conforme a Massach purifica do Tabúr até o Pê, Partzuf Nekudot de SAG emerge, e este Partzuf contém apenas Ohr Chassadim. Assim, este Partzuf pode descer abaixo do Tabúr de Galgálta e preencher   o Sóf (fim) de Galgálta com Ohr Chassadim.

Toda a realidade emerge da Bechinat Shóresh, o desejo do Criador de beneficiar Suas criaturas. De acordo com este desejo, a Luz expande como uma sequência de causa e efeito para executar o Pensamento da Criação dentro do Kli, para que ele a receba.

Em Bechiná Álef, que é o todo da Luz e o Kli, há toda a intenção do Criador de criar um Kli e preenche-lo com Luz. Tudo que emerge após Bechiná Álef emerge disto. Assim o pensamento do Criador aparece na realidade. O Criador imprimiu a possibilidade de trazer a Criação à sua meta de elevar o nível do Criador dentro da natureza dos Kelim e das Luzes, desde o início.

Após o Tzimtzum Álef, Malchut de Ein Sóf decidiu receber através da Massach  e gerou cinco Partzufim: Galgálta, AB, SAG, MA Superior e BON Superior. Isto completa a extração de todos os Reshimot, esgotando a força da Massach, embora apenas a parte de Malchut seja preenchida.

Se Nekudot de SAG não tivesse descido para preencher o Sóf de Galgálta, Malchut de Ein Sóf nunca teria sido preenchido. Isto é porque Malchut é apenas um desejo de receber, sem qualquer mistura de desejos de doar. E aqui, quando Nekudot de SAG—que são Biná—desce até o Sóf de Galgálta—que é Malchut—ele cria uma mistura de Malchut com Biná. Assim, Malchut recebe a oportunidade de adquirir o desejo (Kli) para doação, para se corrigir e ser preenchida com  Luz.

Seguindo o Tzimtzum Álef, Malchut de Ein Sóf decide receber apenas por meio de uma Massach, ou seja, de acordo com sua capacidade de receber em prol de doar. Ela faz um Zivug nos Reshimot de Hitlabshut Dálet e Aviut Dálet, que permaneceu nela após o Tzimtzum, e recebeu uma parte da Luz de Ein Sóf. A parte de Malchut de Ein Sóf que foi preenchida por este Zivug é chamada Galgálta ou  Kéter.

Subsequentemente, Malchut recebe ainda outra porção da Luz de Ein Sóf, em prol de doar. A parte de Malchut que foi preenchida por este Zivug na Massach com Reshimot de Hitlabshut Dálet e Aviut Guimel que permaneceram após Galgálta é chamada AB, ou Partzuf Chochmá.

A parte de Malchut de Ein Sóf que foi preenchida pelo Zivug nos Reshimot no próximo estágio—Hitlabshut Guimel e Aviut Bet que premaneceram após o Partzuf AB—é chamada SAG, ou Partzuf Biná. Partzuf SAG é o mesmo Malchut, desejo de receber, exceto que ele não pode receber em prol de doar, através da Massach, como Partzufim  Galgálta e AB; ele apenas pode se tornar similar à Bechiná Bet, Biná.

Por natureza, Biná não quer receber Luz; ela deseja apenas doar. Lá não existem limitações no ato de dar; assim, Partzuf SAG pode preencher com sua Ohr Chassadim, toda a parte de Malchut que permaneceu vazia.

Biná compreende três partes:

  1. Expansão de Ohr Chochmá.
  2. A decisão de Biná que ela não quer Ohr Chochmá, mas deseja apenas doar. É por isto que Ohr Chassadim se propaga nesta parte.
  3. Biná recebe alguma Ohr Chochmá, mas não para si mesma, para passa-la para o Partzuf ZA.

A primeira parte em Biná ainda é Chochmá. Apenas da segunda parte em Biná o desejo de doar começa a se manifestar. Assim, ela pode preencher a parte de Malchut de Ein Sóf, a parte onde há um desejo de doar com Ohr Chassadim, abaixo  do Tabúr geral, que não foi preenchido.

Partzuf SAG começa a receber Luz em seu Toch através de um Zivug em Hitlabshut Guimel e Aviut Bet. A presença do Reshimô de Guimel de Hitlabshut induz a expansão do Ohr Chochmá em seus Ta’amim. Por este motivo, esta parte de Malchut não pode descer abaixo do Tabúr de Galgálta.

Mas uma vez que a Massach de SAG começa a purificar e se eleva do Tabúr  até Pê, uma parte do Partzuf, que é apenas Biná, que pode descer abaixo do Tabúr de Galgálta. A Luz que parte do Partzuf SAG também pode descer abaixo do Tabúr de Galgálta, pois ele é Ohr Chassadim, sem Ohr Chochmá.

Por esta razão, a parte do Partzuf SAG, chamada Nekudot de SAG, que inclui   a segunda e terceira partes do Partzuf Biná, desce abaixo do Tabúr de Galgálta e veste sobre o seu Sóf.

 

TZIMTZUM BET

Nekudot de SAG desce baixo do Tabúr de Galgálta e lá preencheu os Kelim de Sóf de Galgálta vazios com Ohr Chassadim. Eles sentiram que existem Reshimot da Luz que preencheu o Sóf de Galgálta antes de sua Hizdakchut (purificação) nos Kelim vazios   de Galgálta.

A Luz que preencheu o Sóf de Galgálta foi Ohr Chassadim com um pouco de Chochmá, e Reshimot permaneceram lá após a Hizdakchut da Massach: Reshimô da Luz de Dálet de Hitlabshut, e Reshimô da Massach em Guimel de Aviut. O Sóf de Galgálta repeliu a Luz de se propagar nele, como Biná, e nisto, ele se tornou similar ao Nekudot de SAG. Assim, Nekudot de SAG se misturaram com o Sóf de Galgálta e preencheram seus Kelim vazios.

Ao misturar Nekudot de SAG com o Sóf de Galgálta, eles receberam Reshimot que permaneceram no Sóf de Galgálta. Os Reshimot de Galgálta eram maiores do que os da Massach de Nekudot de SAG e, consequentemente, Nekudot de SAG começaram a querer receber o prazer que havia em Galgálta para si  mesmos.

A regra é que se o prazer sendo sentido no desejo de receber é maior que a força da Massach, o Kli quer ele para si mesmo, pois o mais forte—Massach ou desejo— determina.

Todos os mundos e Partzufim são partes de Malchut de Ein Sóf. Esta Malchut fez um Tzimtzum e decidiu nunca receber para si mesma. Assim, agora que o desejo de receber para si mesmo apareceu no Partzuf Nekudot de SAG, Malchut que fez o Tzimtzum Álef se elevou e ficou no Siúm de Galgálta, até o lugar onde Partzuf Nekudot de SAG fica. Este é o lugar do qual Nekudot de SAG começou a querer a Luz para si mesmos.

Cada Partzuf contém dez Sefirot: Kéter, Chochmá, Biná, Chéssed, Gvurá, Tiféret, Netzach, Hod, Yessód, Malchut. Nekudot de SAG é Partzuf Biná, e Biná se divide em duas partes:

  1. As partes Superiores de Biná são as Sefirot Kéter, Chochmá, Biná, Chéssed, Gvurá, Tiféret. Estas Sefirot querem apenas doar, e não receber nada.
  2. As partes inferiors de Biná são as Sefirot Netzach, Hod, Yessód, Malchut.

Estas Sefirot não pertencem à Biná. Seu papel em Biná é receber Ohr Chochmá de Chochmá, e passa-la ao inferior. Isto significa que as Sefirot Netzach, Hod, Yessód, and Malchut em Biná têm desejo de receber Luz. Eles têm uma Massach para receber a Luz não para si mesmos, mas apenas para passa-la ao inferior. Mas se a Massach é perdida, as Sefirot—estes desejos—imediatamente querem receber para si mesmos, sem dar aos outros.

Examplo: Certa pessoa estava acostumada a receber uma soma regular de dinheiro e passa-la as pessoas que estavam na miséria. De repente, ela recebe uma soma muito maior do que o comum, e sente que ela não pode passar o dinheiro; ela quer para si mesma. Ela não pode resistir um prazer tão  grande.

Enquanto o prazer no dinheiro era menor que sua Massach, ela resistia os prazeres porque o prazer de dar o dinheiro era maior que o prazer de deleitar a si mesma (roubar). Mas quando o prazer da recepção se tornou maior que o prazer de doar, ela imediatamente desejou receber para si mesma.

É assim que o desejo de receber opera em cada pessoa e em cada criatura porque nossa própria substância é o desejo de receber. Se realizarmos atos de doação, é apenas porque eles nos trarão mais benefício do que atos  de recepção.

Isto é também o que aconteceu no Partzuf Nekudot de SAG: Quando a parte do Partzuf que recebeu em prol de entregar aos inferiores foi exposta a um prazer maior do que o poder da Massach, a Massach foi imediatamente cancelada e o Partzuf desejou receber para si mesmo.

O desejo de receber para si mesmo evocou no Partzuf Nekudot de SAG da Sefirá Tiféret abaixo. Isto é assim porque as Sefirot Kéter, Chochmá, Biná são Sefirot de Rosh, que não querem receber, e Chéssed, Gvurá, Tiféret são como as Sefirot Kéter, Chochmá, Biná, exceto que elas estão no Guf do Partzuf. Chéssed é como Kéter, Gvurá  é como Chochmá, e Tiféret é como Biná. Assim, a Sefirá Tiféret é Biná do Guf do Partzuf.

Cada Sefirá dispõe de dez Sefirot internas. Assim, a Sefirá Tiféret é dividia em suas dez Sefirot internas em duas partes, como Biná: 1) Kelim que “não recebem”— Sefirot Kéter, Chochmá, Biná, Chéssed, Gvurá, Tiféret; 2) Kelim que “recebem em prol  de doar,” que são a parte inferior de Biná, Sefirot Netzach, Hod, Yessód, Malchut.

Partzuf Nekudot de SAG se divide em vasos de doação e vasos de recepção. A linha separatória entre eles está na Sefirá interna de Tiféret, da Sefirá Tiféret. Este lugar é chamado “o Chazê do Partzuf Nekudot de SAG”.

Agora, uma parte dos Kelim de Nekudot de SAG receberam um desejo que era maior que sua Massach; assim, Malchut de Tzimtzum Álef, que mantinha Tzimtzum Álef, se elevou especificamente a este lugar. Ela ficou lá e não permitiu que a Luz permeasse abaixo dela. A fronteira na expansão da Luz que foi feita aqui é chamada Parsá.

A ascensão de Malchut ao lugar do Chazê de Nekudot de SAG, ao limite da expansão da Luz abaixo, é chamada Tzimtzum Bet (segunda restrição). Tzimtzum Álef (primeira restrição) é a proibição de receber Ohr Chochmá em prol de receber, e Tzimtzum Bet é a proibição em qualquer recepção de Ohr Chochmá, pois lá não há força para receber Ohr Chochmá em prol de doar ao Partzuf Nekudot de SAG abaixo.  É por isto que qualquer negociação com isto é proibida.

“Um desejo no Superior se torna uma lei obrigatória no inferior”. Assim, em todos os Partzufim que emergem após Tzimtzum Bet, a Parsá neles não permite que a Luz Superior—Ohr Chochmá—passe por isto e desça aos vasos de recepção. Por esta razão, o lugar abaixo do Tabúr de Galgálta foi dividido em quarto  partes:

  1. O lugar do mundo de Atzilut, onde Ohr Chochmá pode brilhar.
  2. O lugar do mundo de Bina, abaixo da Parsá, onde Ohr Chochmá não pode aparecer, mas apenas Ohr Chassadim.
  3. O lugar do mundo de Yetzirá, abaixo do lugar do mundo de Briá.
  4. O lugar do mundo de Assiá, abaixo do lugar do mundo de Yetzirá.

O Siúm (fim) do mundo de Assiá é também o fim de Kedushá (santidade). Abaixo da Kedushá existem (1) a barreira—a fronteira entre a espiritualidade e a corporeidade, separando o mundo de Assiá do ponto do mundo; (2) o lugar deste mundo e (3) nosso mundo.

 

O MUNDO DE NEKUDIM

Todo o processo da descida de Nekudot de SAG abaixo do Tabúr de Galgálta, sua mistura com o Sóf de Galgálta, e Tzimtzum Bet ocorreram durante a asncesão da Massach de SAG do Tabúr ao Pê. Assim, quando a Massach atingiu Pê de SAG, os Reshimot de tudo que tinha acontecido de Nekudot de SAG acima e do Tabúr de Galgálta abaixo já estavam nele.

Seguindo a Hizdakchut (purificação) do Partzuf Galgálta, lá permaneceu um Reshimô de Hitlabshut Dálet da Luz que estava em Galgálta e um Reshimô de Aviut Guimel da Massach que permaneceu. Seguindo a Hizdakchut do Partzuf AB, Reshimot de Hitlabshut Guimel e Aviut Bet permaneceram na Massach. Assim, nós vemos que após a Hizdakchut do Partzuf, um par de Reshimot permaneceram nele: Reshimô de Hitlabshut e Reshimô de Aviut.

Mas seguindo a Hizdakchut do Partzuf SAG, três pares de Reshimot permaneceram na Massach que atingiram do Tabúr ao Pê, no qual a Massach fez três Zivúgim, por ordem de importância:

  1. Um Zivug na Reshimot Bet de Hitlabshut e Álef de Aviut dos Ta’amim de SAG. Eles criaram um Partzuf no nível de ZA, acima do Tabúr, chamado “MA Superior”.
  2. Um Zivug na Reshimot Bet de Hitlabshut e Álef de Aviut dos Nekudot de SAG que tinham se propagado abaixo do Tabúr de Galgálta. Estas Reshimot são subsequentes ao Tzimtzum Bet que foi feito em Nekudot de SAG, abaixo do Tabúr.

Tudo que estava no Partzuf move até os Reshimot. Assim, a proibição em usar os vasos de recepção do Tzimtzum Bet é registrada nos Reshimot de Nekudot de SAG. Para manter esta condição de acordo com a demanda dos Reshimot, a Massach de Rosh de SAG se eleva do Pê até Nikvey Eynaim, onde ela faz um Zivug de Haka’á com a Luz Superior em Reshimot Bet de Hitlabshut e Álef de Aviut.

O lugar no Rosh onde a Massach faz um Zivug de Haka’á com a Luz Superior determina a singularidade da expansão das Luzes no Guf do Partzuf.

  1. Um Zivug em Reshimot Dálet de Aviut e Guimel de Hitlabshut. Isto será discutido depois no artigo.

A Massach se elevou ao Nikvey Eynaim (NE) devido à proibição na recepção da Luz nos vasos de recepção. A Luz só pode se expandir através do Chazê em cada Partzuf, pois os vasos de doação estão presentes apenas através do Chazê, e do Chazê abaixo começam os vasos de recepção no Partzuf.

A Massach que faz um Zivug nos Reshimot restritos gera um Partzuf. A Luz se propaga neste Partzuf e preenche apenas os vasos de doação. Ele não preenche os Kelim para recepção da Luz, eles permanecem vazios. O Partzuf pode usar  apenas uma parte de seus Kelim, é por isto que ele é considerado “pequeno”.

Pergunta: Por que a Massach se elevou do Pê ao Nikvey Eynaim e fez um Zivug

lá, de acordo com a demanda dos Reshimot?

Resposta: Isto é assim porque os Reshimot requerem um Zivug apenas nos vasos de doação. Por esta razão, a Massach deve se elevar à metade de Biná de Rosh de SAG, onde os vasos de doação do Rosh terminam, e fazer um Zivug nos Reshimot Bet de Hitlabshut e Álef de Aviut.

Os Reshimot abaixo Tabúr precisam estender a Luz apenas nos vasos de doação, mas como um Partzuf pode nascer com vasos de doação? Não pode haver  um Partzuf que não possua dez Sefirot. Entretanto, pode haver um Partzuf que não esteja usando alguns de seus desejos—Sefirot. Assim, Rosh de SAG deve gerar um Partzuf cujos vasos de recepção sejam inativos. Estes Kelim no Partzuf são a metade inferior de Biná, ZA e Malchut.

A Massach de SAG deve gerar o Partzuf de tal forma que, desde o início, ele não use os vasos de recepção em seu Toch, então estes vasos no Partzuf não serão preenchidos. Para isto acontecer, a Massach deve fazer um Zivug para entregar o Partzuf, apenas com os vasos de doação em Rosh.

Os Kelim de Rosh são como segue:

Kéter = Galgálta Chochmá = Eynaim Biná = Óznayim ZA = Chotem Malchut = Pê

A DIVISÃO DE ROSH DE SAG EM CINCO BECHINOT

Os Kelim, Kéter, Chochmá, e a parte Superior de Biná juntos são chamados Galgálta ve Eynaim (GE), ou “vasos de doação”. A parte Superior de Biná pertence aos vasos  de doação poise la é preenchida com Ohr Chochmá, e assim não quer receber nada, mas anseia por Ohr Chassadim. Mas a parte inferior de Biná não quer receber Luz para ZA. Partzuf Nekudot de SAG é o Partzuf Biná. Da parte inferior do Partzuf Biná, ou seja, da Sefirá Tiféret de Nekudot de SAG abaixo, existem vasos de recepção:

  • A parte inferior de Biná deseja receber Luz para ZA.
  • ZA deseja receber Ohr Chassadim na iluminação do Ohr Chochmá.
  • Malchut deseja receber todo Ohr Chochmá.

Por esta razão, esta parte do Partzuf Nekudot de SAG receberam um desejo de receber em prol de receber.

A DIVISÃO DO PARTZUF NEKUDOT DE SAG  EM GE E ACHAP

O lugar onde a Massach de Rosh fica determina a forma do Partzuf que nascerá:

  • Se a Massach deseja gerar um Partzuf que receberá Luz em todas as suas dez Sefirot, ela precisa fazer um Zivug no Pê. Uma vez que a Massach fica no Pê, a Kashiut (dureza) da Massach determina o nível do Partzuf (tamanho e altura), ou seja, a medida em que a Massach usará seus cinco Kelim.
  • Se a Massach deseja gerar um Partzuf que receberá Luz apenas nos vasos de doação, ou seja, na parte inferior do Partzuf, ela deve ficar no Nikvey Eynaim, e não no Pê de Rosh, pois lá está a metade Superior do Rosh. Então os vasos de doação estarão acima da Massach, ou seja, elas estarão fazendo os cálculos da Massach.

Uma vez que a Massach está em Nikvey Eynaim, sua Kashiut determina o tamanho (altura) do Partzuf, ou seja, a porcentagem de seus vasos de doação que o Partzuf vai usar. O Partzuf que nasce sobre estas condições é chamado “Katnut do mundo de Nekudim”.

Uma vez que um Zivug nos Reshimot restringidos de Bet de Hitlabshut e Álef de Aviut é feito em Rosh de SAG, o Partzuf recém-nascido desce ao lugar do qual as Reshimot se elevam. Ele desce abaixo do Tabúr de Galgálta e se propaga lá no Rosh e no Guf. O Rosh de Hitlabshut é chamado Kéter, Rosh de Aviut é chamado Aba ve Ima (AVI), e o Guf é chamado ZON.

Esta estrutura contém Rosh e Guf, e cada parte é dividida em duas partes: GE e ACHAP:

  • GE são sempre vasos de doação. Eles sempre podem ser usados porque  o Tzimtzum foi apenas na Ohr Chochmá.
  • ACHAP são sempre vasos de recepção. Uma vez que o Tzimtzum Bet foi feito no Partzuf Nekudot de SAG, nenhum Partzuf que emerge tem a força para receber Ohr Chochmá nos Kelim de ACHAP em prol de doar.

O terceiro par de Reshimot, que se elevou com a Massach até Rosh de SAG, são Reshimot que se moveram até Nekudot de SAG do Sóf de Galgálta: Dálet de Hitlabshut   e Guimel de Aviut. Partzuf Nekudot de SAG foi integrado com estes Reshimot quando eles preencheram o Sóf de Galgálta, e estes Reshimot querem receber Ohr Chochmá.

Depois do Partzuf Katnut do mundo de Nekudim descer ao seu lugar, do Tabúr de Galgálta através da Parsá, Rosh de SAG deu a ele o Reshimô remanescente, Dálet de Hitlabshut e Guimel de Aviut. Pela demanda destes Reshimot, a Massach que estava em Nikvey Eynaim de Rosh AVI desceu ao Pê de AVI, onde ela fez um Zivug nos Reshimot Dálet-Guimel. Como resultado deste Zivug, Ohr Chochmá desceu ao Guf, atingindo a Parsá, e passou através dela.

Rosh de AVI pensou que de acordo com o despertar atual dos Reshimot Dálet- Guimel, os vasos de recepção abaixo da Parsá poderiam receber agora em prol de doar. Assim, AVI fez um Zivug em Gadlut, ou seja, em Reshimot Dálet-Guimel. Por este propósito, eles juntaram os Kelim de GE com o ACHAP em seu Rosh, assim como em seu Guf, que são ZON, e Ohr Chochmá expandiu deles abaixo até ZON.

 

O NASCIMENTO DE UM PARTZUF DO SUPERIOR, PARTZUF KATNUT DE NEKUDIM E, PARTZUF GADLUT DE NEKUDIM

Os Roshim (plural para Rosh) de Kéter e AVI não tem conhecimento que a Luz de AB- SAG que vem de cima e dão força ao Kli para mudra de Katnut para Gadlut, não podem descer abaixo da Parsá. É por isto que a Parsá não foi cancelada. Quando Ohr Chochmá começou a sentir os Kelim abaixo da Parsá, os Kelim começaram a quebrar, pois eles permaneceram com o desejo de receber em prol  de receber.

Quando Rosh de AVI fez um Ziúg nos Reshimot de Dálet de Hitlabshut e Guimel de Aviut, Ohr Chochmá saiu deles e entrou no Guf de Nekudim. A Luz extendeu através de GE, desejando atravessar a Parsá e entrar no ACHAP do Guf. Naquele momento, os Kelim de ACHAP começaram a receber a Ohr Chochmá em prol de receber. Os Kelim de GE, que ficavam acima da Parsá, se juntaram aos Kelim de ACHAP abaixo da Parsá em um único Guf. Por esta razão, os GE—vasos de doação—quebraram juntamente com os ACHAP—vasos de recepção.

O primeiro Partzuf de Gadlut de Nekudim foi feito quando Ohr Chochmá saiu do Pê de AVI e expandiu através do Guf de Nekudim, que inclui GE e ACHAP. E ele quebrou—(a) os Kelim de Guf perderam a Massach e, (b) eles caíram de seu estado anterior, pois eles queriam receber em prol de receber.

Como resultado da quebra, a Massach do primeiro Partzuf de Gadlut, Partzuf AVI, purificou e elevou com Reshimot Guimel-Bet que permaneceram nele, ao Pê de Rosh AVI. Lá, ele fez um Zivug de Haka’á nestes Reshimot e gerou o próximo Partzuf, cujo Rosh é chamado YESHSUT. Quando o Rosh emergiu, ele calculou e produziu um Guf.

Partzuf YESHSUT também quebrou e morreu. Assim, a Massach se purificou e se elevou ao Pê de YESHSUT com os Reshimot Bet-Álef. Um Guf não pode emergir nestes Reshimot, pois não há Aviut suficiente para receber  Luz.

Assim, nós vemos que os dois Partzufim que emergiram, AVI e YESHSUT, quebraram. Conforme cada Partzuf se purificou, quatro Partzufim de Nekudot emergiram. Assim, no total, oito Partzufim emergiram, chamados “os oito Melachim (reis)”, pois Malchut, o desejo de receber em prol de receber, os  governa.

Cada Partzuf é composto de HaVaYaH, quarto partes. Esta é a estrutura de toda criação. Cada Partzuf contém suas próprias dez Sefirot; assim, o número total de partes é 8x4x10=320. Na Guematria, este número é chamado Shach (Shin + Chaf), pois a letra Shin é igual a 300 e a letra Chaf é igual a 20.

A quebra ocorreu em todas as Sefirot. Todas as Sefirot se misturaram e integraram uma à outra, então cada parte quebrada consiste de 320 partes. Assim, todo o trabalho do Tikun (correção) é classificar cada uma das partes dos Kelim quebrados.

As menos quebradas das 320 partes devem ser tomadas primeiro, e então classificadas as partes de Malchut que causaram a quebra entre suas partes quebradas. No total, as 320 partes quebradas são as nove Sefirot de ZON de Nekudim. Malchut é  a décima parte destas dez Sefirot, ou seja, que dentro das 320 partes, 32 partes são de Malchut.

A classificação das partes de Malchut é feita apenas pela Ohr Chochmá. Quando a Ohr Chochmá brilha em todas as 320 partes quebradas, ela só pode brilhar nas novas Sefirot, ou seja em 2888 (320-32) das partes, e não para a décima Sefirá, as 32 partes de Malchut. É assim que a classificação é feita.

Malchut é a única parte má, que nos impede de entrar na espiritualidade. Nossa natureza é nos distanciarmos do mal. É assim que chegamos a odiar o mal. Porque na espiritualidade o separador é o ódio, a pessoa é separada deste mal, o desejo de receber para si mesmo.

  • As 288 partes que são adequadas para correção são chamadas Rapach

(Reish = 200 + Pê = 80 + Chet = 8).

  • As 32 partes inadequadas para correção são chamadas Lev haÉven (coração de pedra). Lev é escrito com Lámed (3) e Bet (2). Assim Lámed (30) + Bet (2) = 32.

Portanto, após a classificação dos Lámed-Bet (32) Malchuts que não são usados, as Rapach (288) partes quebradas permanecem para serem corrigidas. Estas são as partes quebradas das primeiras nove Sefirot. Destas, as primeiras a serem classificadas são os vasos de doação, GE. Elas compreendem o ZON do mundo de Atzilut.

Como existem dez Sefirot na Hitpashtut (expansão) da Luz no Kli de Cima para baixo, existem também dez Sefirot na espessura do Kli. Estas vêm da Hitkalelut (mistura) das Sefirot através da Ohr Chozêr. As dez Sefirot na espessura do Partzuf são chamadas:

Kéter — Môcha Chochmá — Atzamot Biná — Guidin

ZA — Bassar Malchut — Or

Aqui, também, a lei do Tzimtzum Bet se aplica assim como nas Sefirot de extensão.

 

O MUNDO DO TIKUN (CORREÇÃO)

Seguindo a quebra do mundo de Nekudim, as Luzes que preencheram Partzuf Gadlut de Nekudim partiram ao Rosh do Partzuf Nekudim. Os Reshimot que permaneceram na Massach se elevaram ao Rosh do Partzuf Nekudim, e então ao Rosh de SAG. Os Nitzotzin, partes do Ohr Chozêr (partes da Massach quebrada), caíram nos Kelim quebrados, que perderam a Massach e retornaram ao desejo de receber em prol de receber. Se considera que eles caíram ao lugar de BYA, abaixo da  Parsá.

A diferença entre a Hizdakchut do Partzuf através da Bitush do Ohr Pnimi e Ohr Makif, e a Hizdakchut do Partzuf através da quebra é que após a quebra, os Kelim primeiro devem ser reformados primeiro, e apenas então Zivúgim podem ser feitos neles, para dar à luz novos Partzufim, ou seja, para preenche-los com  Luz.

A intenção do Rosh do mundo de Nekudim era receber toda a Luz do propósito da Criação em prol de doar, ao preencher todo Sóf de Galgálta. Assim, ele atingiria o preenchimento completo de Malchut de Ein Sóf. Assim, quando a quebra dos vasos é corrigida, ela corrige todos os vasos de recepção, para eles trabalharem em prol de doar, e o Gmar HaTikun (o fim da correção) é  atingido.

Porém, isto não tornará todo o Malchut de Ein Sóf corrigido, mas apenas uma parte dele, sua Bechinot Shóresh, Álef, Bet e Guimel, excluindo Bechiná Dálet. Bechiná Dálet é a única criatura. Bechinot Shóresh, Álef, Bet e Guimel nele vem da Hitkalelut das nove Superiores nela, da influência do Criador nela, enquanto uma “criatura” é um desejo que é completamente separado do Criador e existe por direito próprio.

Apenas Bechiná Dálet em Bechiná Dálet é um desejo de receber em prol de receber que se sente independente. Assim, é apenas ela que restring seu desejo de receber. Após o Tzimtzum, todos os Partzufim e todos os mundos emerge para preencher os desejos Shóresh, Álef, Bet e Guimel em Bechiná Dálet, e não Bechiná Dálet em Dálet.

Mas se o que requer correção é Bechiná Dálet em Dálet, e não Bechinot Shóresh, Álef, Bet e Guimel em Dálet, por que as Luzes são recebidas nesses desejos? Esses desejos não são os desejos da criatura, eles são as qualidades do Criador, as forças  do Criador. Usando-os, Ele guia as criaturas—Bechiná Dálet em Bechiná Dálet. Estas forças preenchem os mundos espirituais, exceto pela alma de Adão.

A própria Bechiná Dálet, a alma de Adão, não pode realmente se corrigir em receber em prol de doar. Pelo contrário, a própria correção da criatura está em examinar todas as suas qualidades opostas às qualidades do Criador e, em todos os casos, preferindo ser como o Criador. A criatura não usa sua própria qualidade—o coração de pedra—mas apenas as nove Superiores, as 248  Bechinot que ela classifica   e eleva após a quebra, em direção à unidade com o  Criador.

Todos os Zivúgim realizados após Tzimtzum Álef são feitos nestes. Os Partzufim, mundos, e tudo dentro dos mundos nascem destes Zivúgim, e se propagam de Cima para baixo. Todos os cinco mundos, com os cinco Partzufim em cada mundo, se tornam uma escada de níveis do Criador—o Dador—à criatura—o receptor. Os degraus da escada são medidas de equivalência de desejos entre a criatura e o Criador.

O cascateamento dos Partzufim e dos mundos de Cima para baixo constroem os níveis, que são como coberturas sobre a Luz de Ein Sóf. Cada Partzuf cobre a Luz   e a oculta dos Partzufim abaixo dele, a medida em que ele recebe em prol de doar.

Nós podemos comparar os Partzufim e os mundos com as peles da cebola: envolvendo, rodeando uma à outra, e quanto mais interna a pele, mais Luz é coberta. Assim, o ponto de escuridão está no fim da escada, no meio de todos estes círculos.

Para permitir o desejo da criatura por liberdade de ação, e para a criatura atingir equivalência com o Criador e aderir a Ele por livre escolha, e também, para permitir a criatura a se desenvolver e se elevar de seu estágio ao nível do Criador, a criatura precisa nascer no ponto médio de todos os mundos, o ponto de escuridão. Também, a possibilidade de corrigir seu desejo deve ser preparada para isto, embora devido à fraqueza da criatura, a correção não é instantânea, mas  gradual.

Por este propósito, uma escada de níveis foi preparada, com cinco mundos, cinco Partzufim em cada mundo e cinco Sefirot em cada Partzuf. No total, existem 125 níveis do estado inicial da criatura à sua conclusão. Assim, os mundos têm dois papéis:

  1. Gradualmente ocultar a Luz de Ein Sóf. Isto é feito pelo cascateamento dos mundos de Cima para baixo. É por isto que os níveis de ocultação são chamados Olamot (mundos), da palavra Ha’alama (ocultação).
  2. Proporcionar correções à criatura (almas) com que elas possam subir os níveis dos mundos de baixo para Cima. Cada nível que adquire é um Partzuf, criado durante o cascateamento de Cima para baixo. Para subir os níveis espirituais, a criatura deve receber ajuda do nível pelo qual ela aspira. Quando a criatura recebe ajuda por aquele nível, ela usa esta força auxiliar para adquirir uma Massach e se eleva àquele estágio. Quando a criatura se eleva àquele nível, ela recebe o nome daquele nível.

Disto, nós aprendemos que todos os mundos e o que os preenche são apenas uma escada preparada pelo Criador para a ascensão do homem. Quando a pessoa ascende estes níveis, todas as almas se elevam com ela, pois todos os mundos e tudo que preenche estes mundos está dentro de nós. Assim, além do indivíduo atingindo, a criatura, há apenas o Criador!

Ao nosso redor está apenas a Luz Superior Simples, em completo repouso. Isto significa que a intenção do Criador é imutável, e é a mesma em todas as Suas Ações—beneficiar o homem. A pessoa sente o Criador apenas à medida de sua equivalência de qualidades com a qualidade de doação do  Criador:

  • Se as qualidades—desejos, intenções—contradizem totalmente as do Criador, a pessoa não sente o Criador. De acordo com esta sensação, a pessoa chama a esse estado “este mundo”.
  • Se a pessoa consegue mudar uma certa qualidade e lhe faz algo similar à qualidade de doação do Criador, se considera que a pessoa saiu do estado de “este mundo” ao estado do “mundo spiritual”. Assim, a pessoa entra no primeiro nível da escada de níveis em direção à aproximação do Criador.

Todas as mudanças são apenas dentro do homem, nos seus vasos de recepção. Elas dependem da medida de correção da sua Massach dentro dele. Mas além do homem, há apenas a Luz Superior, onde não existem mudanças. Ao obter uma parte da Luz Superior, a pessoa atinge e sente uma parte do Criador. E de acordo com este sentimento, a pessoa nomeia a sensação do Criador: “Misericordioso”, “Clemente”, “Terrível” etc.

A Torá em sua totalidade consiste somente dos registros de sensações de uma pessoa que alcança a espiritualidade, que se aproxima do Criador. A isto segue que   a Torá em sua totalidade são os nomes do Criador. Por isso é que está escrito que a Torá inteira são Nomes Sagrados. Uma pessoa que alcança a Torá alcança uma parte da Luz Comum. Os graus de entendimento da Luz são chamados pelos nomes das Sefirot (Partzufim, mundos) ou pelas Luzes que uma pessoa recebe  (NARANCHAY).

Além do homem, existe somente o Criador. Portanto, cada coisa que qualquer um de nós sente, pensa e deseja provem do Criador. O que cada pessoa neste mundo sente é somente o Criador.

Quando a criatura ascende do ponto mais baixo, pelo qual uma pessoa começa a se aproximar o Criador (o ponto deste mundo), até quando esta pessoa alcança completa Similaridade de Forma com o Criador (Gmar Tikun), ela atravessa 620 degraus, chamados “As 613 Mitzvot da Torá” e as “Sete Mitzvot dos nossos grandes sábios”.

Um Zivug com a Luz Superior na Massach é chamado Mitzvá. A Luz que o indivíduo alcançou recebe em seu Kli é chamada de Ohr Pnimi (Luz Interna), ou Ohr Ta’amim (Luz dos Sabores), ou “Torá”. Por esta razão os Cabalistas dizem para todos, “prove e veja que o Senhor é bom”.

A criatura, Bechiná Dálet em Bechiná Dálet corrige seu desejo de receber, para que assim ela receba com a intenção de doar. O Tikun (correção) não está no desejo de receber para si mesmo, mas em como o desejo é usado – com o objetivo de doar. Este Tikun significa colocar o objetivo para doar, é feito em pequenas porções no desejo da criatura, da menor parte para a maior, e não no todo dela. Por isto, a criatura eleva-se de degrau em degrau na escada dos degraus. Os mundos são degraus pelos quais uma pessoa ascende para cima.

O Tikun do desejo de receber, receber somente com a intenção de doar, é  um Tikun bastante difícil, uma vez que é oposto em relação à intenção. É oposta à natureza da Criatura. Portanto, o Criador dividiu todo o caminho em 613 pequenos degraus, e dividiu a criatura em 600.000 pequenos pedaços chamados de “almas”. Quando todas as almas se unem, elas são chamadas de “a alma comum” ou Adam HaRishon (o primeiro homem).

Mas o trabalho da correção começa até mesmo antes disto, no estado inferior, chamado “nosso mundo” onde todas as partes da Criação existem numa realidade onde não existe o Criador e nem a espiritualidade. Elas nem sequer sentem que lhes falta a sensação da ausência do conhecimento do Criador. Todos nós nascemos neste degrau, o qual é somente o desejo de receber os prazeres disponíveis em nossos cinco sentidos.

O mundo inteiro é conduzido pelos mandamentos do Criador.  Esta liderança é chamada “natureza”, já que o desejo de receber prazer em cada um dos estados – inanimado, vegetativo, animado e falante – necessariamente determina cada reação. Isso é assim porque a lei que cada criatura escolhe é sempre o de maior prazer e escapando do sofrimento.

Em cada geração, existem pessoas em quem o Criador “planta” um ponto no coração – o desejo de sentir o Criador. Esta pessoa começa a procurar preenchimento para este seu novo desejo, não sabendo que isto é um desejo do Criador e que este somente pode ser preenchido  com a Luz Superior.

Os Partzufim que emergiram depois da fragmentação são chamados de “O mundo do Tikun”. Tudo o que acontece deve aparecer na Criação e é necessário para o desenvolvimento da criatura, só assim ela pode obter a perfeição das ações do Criador e deleitar-se com o que o Criador preparou para  ela.

Portanto, ambas as quebras do mundo de Nekudim, chamada de “A quebra dos mundos” e a fragmentação de Adam HaRishon, chamada de “a quebra nas almas” foram predestinadas. Na quebra do mundo de Nekudim, vasos de recepção misturaram-se com vasos de doação. As partes quebradas estão tão misturadas que cada uma delas está incluída em todas as outras. Portanto, cada uma das 320 partes (desejos) contém todos os outros desejos em si. E como resultado, 1) os vasos de recepção serão corrigidos devido à mistura com os vasos de doação, e 2) as Luzes NARANCHAY aparecerão em cada desejo (ao invés da Luz de Néfesh, que já estava   lá previamente).

Sem a mistura, obtida pela quebra, os vasos de recepção não teriam maneira alguma de receber Luz, uma vez que a Parsá separaria estes do lugar no qual a Luz Superior pudesse começar a se espalhar. Mas agora, após a quebra, eles podem ser elevados para Atzilut (ACHAP) e ser preenchidos lá.

A quebra do mundo de Nekudim é chamada de “a quebra dos mundos”, uma vez que Malchut de Ein Sóf compõe-se de cinco partes. Quatro delas geram os mundos e tudo que eles contem, na medida em que se espalham de Cima para baixo. Eles contêm o todo da Criação além do homem, que foi criado a partir da Bechiná Dálet em Dálet, da última parte de Malchut – o real, e independente desejo de receber completamente separado do desejo de doar do  Criador.

Por esta razão o homem é o propósito e objetivo da Criação. Além dele, o resto das partes da Criação não é independente. Elas pertencem ao desejo do Criador, uma vez que o Criador determina suas condutas, como no inanimado, vegetativo, e animado que existem em nosso mundo.

Em nosso mundo o desejo do homem não é essencialmente diferente dos animais. Somente na pessoa em quem o desejo pelo Criador emergiu (a parte do desejo de Adam HaRishon) é chamado de “Adão” (homem). Uma pessoa com tal desejo pode se corrigir adquirindo uma Massach e alcançando o desejo de doar. E se tal desejo não aparece em uma pessoa, esta pessoa nada tem a corrigir e ela não sente nenhuma inclinação para aproximar-se do Criador.

Toda a realidade neste mundo é dividida em quarto partes: inanimado, vegetativo, animado e falante, de acordo com a medida do desejo de receber, e, portanto de acordo com a medida das forças benéficas ou  prejudiciais.

Uma pessoa neste mundo precisa passar pelos quatro estágios de desenvolvimento: inanimado, vegetativo, animado e falante, para desenvolver e intensificar o seu desejo de receber, até que o Criador “plante” o ponto nesta pessoa, que significa o desejo pelo Criador, para que ela alcance a meta. Por esta razão, por milênios, a humanidade tem sido pulverizada sob a pressão da natureza – A evolução do desejo de receber a partir do degrau “inanimado” até o degrau “falante”. Esta é a evolução das gerações que conhecemos.

A humanidade inteira, e cada alma – de geração em geração – passa por quatro estágios de desenvolvimento do desejo de  receber:

  1. Plebe: Equivale ao “inanimado” na espécie humana. Através da propensão por riqueza, eles se desenvolvem até o degrau da “abundância/prosperidade”.
  2. Rico: O “vegetativo” na espécie humana. Através da propensão para honra (poder), eles se desenvolvem para o degrau dos “fortes”.
  3. Forte: O “animado” na espécie humana. Através da propensão pelo conhecimento, eles se desenvolvem para o degrau do “conhecimento”.
  4. Conhecedor: O “falante” na espécie humana. No estágio falante no homem, o desejo é ilimitado pelo tempo e lugar. Uma pessoa tem inveja das pessoas que viveram em gerações anteriores, por coisas que uma pessoa não tem necessidade, mas que, no entanto outras pessoas têm e ela não as tem. Portanto, ela pode incrementar seu desejo de receber, uma vez que ela deseja o que vê nos outros. Por este motivo, uma pessoa pode acentuar seu desejo de receber sem limitações, e isto torna uma pessoa adequada para se candidatar a atingir o propósito da Criação.
  5. Se o Criador planta um ponto no coração neste “falante”, tal pessoa começa a despertar em direção à meta e procura a raiz de sua alma.

A ordem das correções de Cima para baixo é como se  segue:

  • Receber com a intenção de receber – existe em nosso mundo,
  • Doar com a intenção de receber – existe em nosso mundo,
  • Doar com a intenção de doar – existe nos mundos BYA (Briá, Yetzirá e Assiá),
  • Doar com intenção de doar – existe nos mundos de BYA
  • Receber com a intenção de doar – existe no mundo de Atzilut.

Todo o sistema da Criação alcança Gmar Tikun somente através do mundo de Atzilut. Está é a razão pela qual o mundo de Atzilut é chamado “O mundo do Tikun” (o mundo da correção).

 

O MUNDO DE ATZILUT

Depois da quebra, a Massach purificou e se elevou com as Reshimot para o Rosh de AVI de Nekudim. As Reshimot na Massach necessitam correção para que um Zivug possa ser realizado neles para a recepção da Luz. Mas o Rosh de AVI de Nekudim retornou para o estado de Katnut e não pode realizá-lo. Portanto a Massach elevou-se para o Rosh do mais alto Partzuf, Rosh de SAG.

Não existe diferença entre uma Massach que é purificada pela Bitush de suas Luzes interna e circundante e a Massach que é purificada pela quebra. Mesmo após   a quebra as Reshimot permanecem na Massach e necessitam ser  preenchidas:

  • As Reshimot restringidas de Hitlabshut Álef e Shóresh de Aviut que são remanentes do Partzuf Nekudim;
  • Reshimot Dálet de Hitlabshut e Guimel de Aviut do Sóf do Partzuf Galgálta.

As Reshimot restringidas Álef de Hitlabshut e Shóresh de Aviut vem do próprio Partzuf Nekudim. Portanto a Massach realiza neles o primeiro Zivug. Após o Partzuf  ser gerado neles a Massach sustentará as necessidades das Reshimot Dálet-Guimel que causaram a elicitação do Gadlut do Partzuf. Portanto, uma vez que a Massach elevou- se para o Rosh de SAG, ela elevou-se de acordo com as Reshimot restritas de Aviut Shóresh, para Biná de Kéter de Rosh SAG.

As cinco Bechinot do Rosh são chamadas: Kéter—Galgálta—Aviut de Shóresh Chochmá—Eynaim—Aviut Álef Biná—Óznayim—Aviut Bet ZA—Chotem—Aviut Guimel Malchut—Pê—Aviut Dálet

Em cada uma das Sefirot situadas no Rosh existem cinco Sefirot particulares: Kéter, Chochmá, Biná, ZA, Malchut. A Reshimô restrita de Aviut Shóresh exige um Zivug somente nos vasos de doação em Aviut Shóresh. A Reshimô exige que um Partzuf seja gerado, que trabalhará somente com os vasos de doação, GE, de Aviut Shóresh. Portanto, a Massach que gera este Partzuf necessita realizar um Zivug somente nos vasos de doação de Aviut Shóresh no Rosh.

Consequentemente, a Massach eleva-se do Pê para a Sefirá Kéter de Rosh de SAG, e de lá eleva-se mais ainda, para Biná de Kéter, mantendo depois as Sefirot KACHÁB CHAGAT de Kéter. E se segue que Acima da Massach existem somente vasos de doação de Kéter, que significa Aviut Shóresh. O lugar onde a Massach se mantém é chamado Metzach (testa).

O Partzuf gerado do Zivug ocorrido na Reshimô restrita de Aviut Shóresh, é chamado Ubar (feto). Na espiritualidade não pode existir nada menos do que este degrau. Explicando de outra maneira, este é o degrau espiritual mínimo. Após o seu nascimento, o Partzuf recém-nascido desce para o lugar do qual as Reshimot elevaram- se, abaixo do Tabúr de Galgálta, e se estendem de lá a partir do Tabúr para baixo.

Após o Partzuf Ubar estender-se no seu lugar, Reshimot Dálet de Hitlabshut e Guimel de Aviut (do Sóf de Galgálta) despertam-se nele. A Gadlut do Partzuf emerge nestas Reshimot: A Massach realiza um Zivug com a Luz Superior nas Reshimot Dálet- Guimel e o nível de Gadlut se estende do Tabúr de Galgálta através da Parsá. Este Partzuf é chamado de Atik (Antigo), uma vez que ele é Ne’etak (separado) do alcance das (almas) inferiores.

Partzuf Atik é o primeiro Partzuf em uma nova série de cinco Partzufim, chamado “o mundo de Atzilut”. Portanto, Partzuf Atik é a Kéter do mundo de Atzilut.

Após Partzuf Atik ter emergido em Gadlut, Rosh de SAG deu a ele todas as Reshimot que se elevaram para ele após a quebra. De todas as Reshimot, Atik escolheu a Reshimô mais pura, realizou um Zivug com esta, e gerou o próximo Partzuf, primeiro criando-o no nível de Ubar e então realizando um Zivug em Gadlut (Dálet Guimel). Este Partzuf estendeu-se do Pê de Atik através da Parsá, e é chamado de Partzuf Chochmá, ou Arich Anpin (AA)

Uma vez que Gadlut de Partzuf AA emerge, Atik dá a ele todas as Reshimot remanescentes, daquelas que se elevaram para o Rosh de SAG após a quebra. Daquelas, AA escolhe as mais puras, realiza um Zivug com elas, e isto gera o Partzuf Biná do mundo de Atzilut, primeiro no nível de Ubar e finalmente em Gadlut. Este Partzuf espalha-se do Pê de AA para o Tabúr de AA. Ele é chamado de Aba ve Ima (AVI)

Após o Partzuf AVI emergir em Gadlut, AA dá a este todas as Reshimot remanescentes. Das Reshimot que AA deram a este, AVI escolhe as Reshimot mais puras e realiza um Zivug com elas, portanto gerando o Partzuf ZA do mundo de Atzilut. Aqui, pela primeira vez, existem três estados: Ubar, Katnut (infância, pequenez), e Gadlut (maturidade, grandeza). Partzuf ZAToma seu lugar no Tabúr de AA através da Parsá.

Uma vez que o Partzuf ZA emerge, AVI dá a este todas as Reshimot remanescentes. ZA realiza um Zivug com elas e gera Malchut do mundo de Atzilut. Isto completa os Zivúgim que podem emergir nas Reshimot que se elevaram de Rosh  de SAG seguindo a quebra dos vasos.

O Estado constante de Atzilut é Katnut – GE – vasos de doação. Não podendo existir menos do que isto nele. Neste estado, ele corresponde especificamente a Katnut do mundo de Nekudim, antes da quebra. Entretanto, o mundo de Atzilut emergiu com o objetivo de trazer o todo da Criação para o Gmar Tikun, assim Malchut de Ein Sóf poderia ser preenchida com a Luz de Ein Sóf com a intenção de doar. E isto ainda não foi alcançado.

Na fragmentação, os vasos de recepção foram misturados com os vasos de doação. Portanto, quatro discernimentos foram feitos em cada  Kli

  1. Vasos de doação.
  2. Vasos de doação dentro de vasos de recepção.
  3. Vasos de recepção dentro dos vasos de doação.
  4. Vasos de recepção.

Primeira classificação: Vasos de doação são separados da mistura e constituem a Katnut do mundo de Atzilut.

Segunda classificação: Vasos de doação dentro dos vasos de recepção são separados da mistura e compreendem os mundos de BYA. Estes mundos são vasos de doação, GE, tal como no mundo de Atzilut, mas eles permanecem contidos em ACHAP, os vasos de recepção. Para eles próprios, estes são vasos de doação, portanto, a Luz pode estender-se dentro deles.

Portanto, uma vez que o mundo de Atzilut emergiu, Malchut do mundo de Atzilut elevou-se para AVI e realizou um Zivug com os vasos de doação dentro dos vasos de recepção. Ela gerou o mundo de Briá, então o mundo de Yetzirá, e finalmente o mundo de Assiá.

  • O mundo de Briá emergiu no Zivug em GE que são vasos de recepção de Aviut Bet.
  • O mundo de Yetzirá emergiu no Zivug em GE que são vasos de recepção de Aviut Guimel.
  • O mundo de Assiá emergiu no Zivug em GE que são vasos de recepção com Aviut Dálet.

A terceira classificação: Vasos de recepção dentro de vasos de doação são separados da mistura. Esta classificação e correção são feitas pelas almas das pessoas. Elas separam estes Kelim e os elevam acima da Parsá do mundo de Atzilut. Este trabalho é chamado “o despertar do abaixo”, uma vez que é feito pelas almas. Os Kelim quebrados que se elevam para Atzilut são chamados “ACHAP elevados”.

A quarta classificação: Vasos de recepção que não estavam misturados com os vasos de doação são examinados, verificando se estes permaneceram com suas qualidades e são, portanto proibidos de serem usados. Estes Kelim são chamados Klipót (cascas), ou Lev haÉven (coração petrificado), uma vez que não podem ser corrigidos até o Gmar Tikun.

OS MUNDOS BYA

O Zivug para gerar o mundo de Briá foi feito em Biná de Atzilut. Portanto, o mundo de Briá expande-se no lugar de ZA de Atzilut.

O mundo de Yetzirá, gerado depois do mundo de Briá, estende-se dele para baixo no lugar de Malchut de Atzilut. Partzuf Malchut de Atzilut veste somente as quatro Sefirot NEH”YM do Partzuf ZA. Portanto, somente as primeiras quatro Sefirot do Partzuf Malchut – KACHÁB e Chéssed – estão em Atzilut, opostas as quatro Sefirot NEH”YM de ZA. As Sefirot Gvurá, Tiféret, e NEH”YM do Partzuf Malchut estão abaixo da Parsá.

Por esta razão, quando o mundo de Yetzirá nasceu, as primeiras quatro Sefirot deste mundo vestiram as primeiras quatro Sefirot de Malchut, enquanto as  seis últimas Sefirot vestiram o lugar das seis primeiras  Sefirot do lugar de BYA.

O lugar de BYA compõe-se de trinta Sefirot. No futuro, depois do pecado de Adam HaRishon, os mundos de BYA caem neste lugar. O lugar onde as últimas seis Sefirot do mundo de Yetzirá acabam é chamado de “Chazê do lugar do mundo de Briá”. Isto é, onde Chazê de Briá estará depois dos pecados de Adam HaRishon.

O mundo de Yetzirá nasceu e expandiu-se para seu lugar, Malchut de Atzilut gerou o mundo de Assiá, o qual se espalhou abaixo do mundo de Yetzirá do Chazê do lugar do mundo de Briá para o Chazê do lugar do mundo de Yetzirá.

O Chazê do lugar do mundo de Yetzirá é chamado “Chazê do lugar dos mundos de BYA”. Este é o lugar onde a expansão dos mundos de BYA acaba. Abaixo do Chazê do lugar do mundo de Yetzirá, está vazio de Luz. Este lugar, a partir do Chazê do lugar de BYA indo abaixo através do Siúm, é o lugar das Klipót, chamado  de Mador ha Klipót (a seção das cascas). Abaixo dele é um lugar chamado “o ponto deste mundo”.

Na espiritualidade, um “lugar” significa um “desejo”. O ponto deste mundo  é um desejo de receber (deleite) com intenção de receber (para si mesmo), um desejo de deleitar-se em vestimentas deste mundo: sexo, honra, poder, inveja. As Klipót são consideradas Altas, uma vez que elas desejam receber prazer do Criador, o qual corresponde a Kedushá (santidade).

A sabedoria da Cabalá sempre fala a partir da perspectiva da percepção individual. Portanto, uma pessoa que percebe que seus desejos são somente receber com intenção de receber, e não de doar, pode ser dito que está em um estado chamado “este mundo”. Mas quem não percebeu que todos seus desejos são para receber com a intenção de receber não está neste lugar (desejo). Deste modo esta pessoa está abaixo (antes desta revelação), em um lugar (desejo) chamado “nosso mundo”, onde as pessoas são inconscientes (dos seus desejos), e não sentem esta inconsciência.

A humanidade inteira está no degrau do “nosso mundo”, inconsciente. Deste degrau, o desejo de receber começa a se desenvolver em uma pessoa. A evolução ocorre pela instigação da natureza sobre cada um em direção à correção pela força do julgamento severo.

A história inteira da humanidade é uma evolução de geração em geração do desejo de receber pelos três elementos: orgulho, honra e inveja. Sofrimento traz o homem, e a humanidade como um todo, para a decisão de sair do desejo de receber, uma vez que esta é a razão de todo o sofrimento.

Aqueles em quem o desejo de receber desenvolveu-se suficientemente recebem uma força do Alto para desejar o que está além deste mundo. Seguindo esta força, uma pessoa começa a procurar pela origem do prazer que preencherá o novo desejo, até que esta pessoa ache o professor certo. Esta busca pode durar anos ou até mesmo mais de uma vida, mas se o Criador traz uma pessoa para o lugar onde a Cabalá está sendo ensinada, tal como aconteceu comigo (Michael Laitman) é um sinal que a você foi dada uma oportunidade do Alto para corrigir sua alma e alcançar a meta.

OS ESTADOS DOS PARTZUFIM NOS MUNDOS DE ABYA

Adam HaRishon

Adam HaRishon é uma entidade separada de tudo que o precede. Ele é o único que foi criado em Malchut de Ein Sóf, portanto, ele é o único que merece o título de “criatura”. Ele também foi gerado por Malchut de Atzilut, a qual se elevou para AVI. Ela procriou Partzuf Adam HaRishon, tal como ela procriou os mundos de BYA, e por esta razão, Adam HaRishon está sempre dentro dos mundos de BYA.

Quando os mundos de BYA nasceram, eles se mantiveram em AVI através do Chazê do lugar do mundo de Yetzirá. Quando Adam HaRishon nasceu, ele estava dentro deles no nível dos três mundos BYA, recebendo as Luzes NARAN (Néfesh, Ruach, Neshamá) de BYA, Adam HaRishon recebeu mais Luzes, NARAN de Atzilut, uma vez que BYA estava em Atzilut.

O Estado dos mundos quando Adam HaRishon nasceu é chamado de “véspera do Shabat”. Depois através do despertar vindo do Acima, os mundos elevaram-se para a primeira ascensão, um degrau mais Alto – dez Sefirot – junto com Adam HaRishon, assim como o Siúm dos mundos de BYA, com Adam HaRishon dentro deles, elevaram-se para o Chazê do lugar do mundo de  Briá.

Naquele estado, Adam HaRishon queria receber todas as Luzes com intenção de doar, como no estado que precedeu a quebra dos vasos no mundo de Nekudim. Lá, em Nekudim, Rosh de AVI não tinha entendido que parte de ZON não tinha Tikun Kavim (correção das linhas), portanto eles deram a Luz de Gadlut e ZON  quebrou.

O mesmo ocorreu aqui com Adam HaRishon: não existia entendimento que uma quebra ocorreria. Mas depois deste primeiro tempo ele erroneamente recebeu com a intenção de receber, ele queria receber novamente, mas agora deliberadamente. Ele não pode mais evitar de  deleitar-se.

Como resultado, Klipót nasceram nesta quebra, desejos de receber com a intenção de receber. Também, os mundos de BYA desceram abaixo da Parsá, para seus estados constantes, da Parsá para o Siúm geral. É chamado “estado constante” porque os mundos BYA não podem estar em um estado mais baixo do que este. Mas eles não estão “permanentemente” fixados naquele lugar; eles podem ascender para seus lugares constantes.

Além do declínio dos mundos de BYA para seus lugares constantes, como resultado da quebra do Partzuf Adam HaRishon, nasceram os impuros BYA. Estes são os três mundos que contêm deficiências em BYA e se mantém opostos a BYA. Portanto, BYA, que estão livres do desejo de receber com a intenção de receber, são chamados de “BYA puros” e suas correspondentes deficiências de “BYA impuros”.

Estes três mundos impuros são chamados:

  • Esh Mitlakachat (fogo ardente) — corresponde ao mundo de Briá.
  • Anan Gadol (grande nuvem) — corresponde ao mundo de Yetzirá.
  • Ruach Se’ara (vento tempestuoso) — corresponde ao mundo de Assiá.

Após o pecado, Partzuf Adam HaRishon foi quebrado em 600.000 pedaços. A quebra continuou de forma mais profunda nos pedaços quebrados (quebras adicionais são mencionadas na Torá como “o assassinato de Abel”, “a geração do dilúvio”, “a geração da Babilônia” etc.).

Finalmente todos os pedaços em seu Partzuf permaneceram somente em seus desejos de receber com a intenção de receber, com uma centelha de Luz que estava dentro dele. Estes pedaços, os desejos com as centelhas contidas dentro deles, vestem as pessoas em nosso mundo e as estimulam a despertar em direção à espiritualidade, para a Luz, o Criador. Portanto, nós somos feitos para entrarmos em um grupo de pessoas que estão estudando a Cabalá, aprendendo o método pelo qual atingimos a meta.

Existe ainda outra Klipá (singular de Klipót): Klipát (Klipá de) Nóga. Estes são desejos misturados entre bons e maus. “Misturados” significa que eles recebem Luz em suas partes boas e também transferem a Luz para suas partes ruins. O Tikun da realidade em sua totalidade foca-se no Tikun da Klipát Nóga – separando-a das três impuras Klipót (Ruach Se’ara, Anan Gadol, e Esh Mitlakachat), na qual está atada em sua parte má, e unindo sua parte boa em Kedushá, para Atzilut.

A ASCENSÃO DOS MUNDOS

O lugar real dos mundos é aquele do segundo estado, antes do pecado:

  • ZA no lugar de AA;
  • Malchut no lugar de AVI;
  • Briá no lugar de YESHSUT;
  • Yetzirá no lugar de ZA
  • As primeiras das quatro Sefirot do mundo de Assiá no lugar das primeiras quatro Sefirot de Nukvá de Atzilut vestindo TNEH”YM (Tiféret, Netzach, Hod, Yessód, Malchut) do mundo de Yetzirá;
  • As últimas seis Sefirot do mundo de Assiá no lugar das seis Sefirot do mundo de Briá, abaixo da Parsá;
  • As seis primeiras Sefirot no lugar do mundo de Briá, entendido como o lugar a partir da Parsá até o Chazê do lugar do mundo de Briá, é chamado de “periferia da cidade”, uma vez que elas pertencem ao mundo de Atzilut, o qual é chamado de cidade. Também, Parsá é chamada de “O muro da cidade”.
  • Existem vinte e quatro Sefirot do Chazê do lugar do mundo de Briá através do Siúm geral. Isto é um vácuo que está vazio de Luz.
  • As dezesseis Sefirot a partir da Parsá para o Chazê de Yetzirá são chamadas de “Zona do Shabat”, esta por sua vez contém a “periferia da cidade”, mais dez Sefirot do Chazê de Briá para o Chazê de Yetzirá. Cada dez Sefirot são  chamadas  de  Amma (cerca  de  3⁄ 4  de  uma  jarda).  Portanto,  a totalidade do lugar dos mundos de BYA é chamada de 6.000 Amma ou 6.000 anos de vida do mundo.
  • As quatorze Sefirot do Chazê de Yetzirá através do Siúm geral são chamadas de “seção da concha”. Isto é onde os Klipót estavam antes do pecado de Adam HaRishon Mas após o pecado, elas se tornaram os quatro mundos impuros de ABYA.

 

A SEQUÊNCIA DE CAUSA E  CONSEQUÊNCIA

Quatro Bechinot (estágios) de Ohr Yashár:

  • Bechiná Shóresh: A Luz é emitida de Atzmuto – Seu desejo de fazer o bem para as Suas criações. Como resultado de Seu desejo de beneficiar, Ele cria Bechiná Álef, o desejo de receber, o desejo de desfrutar a Luz.
  • Bechiná Álef: Uma vez que ela esta recebendo, ela decide que não quer mais receber. Este novo desejo é Bechiná Bet.
  • Bechiná Bet: Uma vez que ela está completamente vazia de Ohr Chochmá, Bechiná Bet sente a sua ausência e decide que ela quer receber um pouco de Ohr Chochmá dentro de Ohr Chassadim. Esta é Bechiná Guimel.
  • Bechiná Guimel: No final, quando ela recebe Ohr Chochmá bem como Ohr Chassadim, Bechiná Guimel decide que ela quer receber toda a Luz. Esta é Bechiná Dálet, chamada Malchut, uma vez que ela é governada pelo desejo de receber. Ela sente o desejo de receber a Luz, tal como em Bechiná Álef, mas com um adicional. Este desejo adicional é um novo Kli, chamado “anseio”. Malchut sente que seu desejo é independente, que vem dela.
  • Bechiná Dálet: Ela recebe toda a Luz sem limitações, por esta razão seu título, “o mundo de Ein Sóf”.

Tzimtzum Álef: Bechiná Dálet realiza a Tzimtzum Álef. A Bechiná Dálet restrita é chamada de “o mundo de Tzimtzum”.

O Trabalho da Massach: Bechiná Dálet, que é Malchut, decide receber a Luz no desejo de doar ou seja, em suas Bechinot Shóresh, Álef, Bet e Guimel, e não em sua Bechiná Dálet, que é um puro desejo de receber.

Partzuf Galgálta: Através da Massach com Reshimot Dálet de Hitlabshut e Dálet de Aviut, Malchut realiza um Zivug com a Luz Superior que se separou devido ao Tzimtzum. No Zivug com a Luz, a Massach decide o quanto de Luz ela vai receber dentro de Malchut.

Seguindo a decisão, a Massach desce para o Guf com a quantidade de Luz que ela decidiu receber. As Luzes que entram no Partzuf são chamadas de Taamin. O lugar em que a Massach interrompe a descida e limita a recepção da Luz é chamado de Tabúr.

A Luz que entra o Partzuf é chamada de Ohr Pnimi (Luz Interna). A Luz geral que permaneceu do lado de fora do Kli é chamada de Ohr Makif (Luz Circundante). Subsequentemente, a Bitush (batida) entre Ohr Pnimi e Ohr Makif ocorre na Massach que se mantém no Tabúr, uma vez que ambas desejam eliminar a limitação da recepção.

A Massach decide não usar as Reshimot de Aviut Dálet e purificar-se. Ela se eleva do Tabúr para o Pê e o Ohr Pnimi deixa o Partzuf. As Luzes que partem são chamadas de Nekudot (pontos). O Partzuf inteiro, do Zivug no Rosh até o fim de seu Hizdakchut (refinamento), é chamado de Partzuf Galgálta.

Partzuf AB: A Massach de Guf de Galgálta que elevou-se para o Pê de Rosh de Galgálta está integrada no perpétuo Zivug na Massach no Pê. O encontro entre a Massach e a Luz Superior no Rosh induz a Massach querer receber uma parte da Luz no Rosh, mas de acordo com as Reshimot que estão nela (Massach), Dálet de Hitlabshut e Guimel de Aviut. A última Reshimô de Aviut (para a expansão da Luz) desaparece, como resultado da decisão de desistir da recepção.

A Massach desce do Chazê de Galgálta, de acordo com a Reshimô Guimel de Aviut, e realiza um Zivug com as Reshimot Dálet de Hitlabshut e Guimel de Aviut. Este é o lugar do Pê do próximo Partzuf. Após o Zivug, a Massach desce do Pê em direção ao Tabúr do novo Partzuf, e as Luzes do Taamin entram no  Toch.

Subsequentemente, existe uma Bitush de Ohr Pnimi e Ohr Makif na Massach no Tabúr, para cancelar a limitação da Massach. A Massach decide purificar-se, as Reshimot de Aviut Guimel desaparecem, e a Massach sobe do Tabúr para o Pê. As Luzes que partem são chamadas Nekudot de AB.

Partzuf SAG: Quando a Massach vem para o Pê, ela está integrada no perpétuo Zivug com a Luz Superior que está lá, e deseja receber parte da Luz que está no Rosh. Portanto, a Massach desce para o Chazê do Partzuf AB, de acordo com a Reshimô, e lá realiza um Zivug com a Luz com Reshimot Guimel de Hitlabshut e Bet de Aviut. Ele recebe Luz e para no lugar determinado pelo Rosh – Tabúr. De imediato Bitush de Ohr Pnimi e Ohr Makif é aplicada na Massach, uma vez que elas querem cancelar a limitação da recepção que a Massach de Toch cria. A Massach decide purificar e sobe para o Pê.

Nekudot de SAG: As Luzes, que emergiram durante o Hizdakchut da Massach, são chamadas de Nekudot. Nekudot de SAG são Bet de Hitlabshut e Bet de Aviut. Esta é uma qualidade de Biná. Estas Luzes podem aparecer em qualquer lugar (qualquer desejo). Por esta razão, as Luzes de Nekudot descem abaixo do Tabúr de Galgálta e preenchem o Sóf de Galgálta.

Sóf de Galgálta e Nekudot de SAG se misturam e Partzuf Nekudot de SAG, que   é Partzuf Biná, divide-se em GAR de Biná e ZAT de Biná. ZAT de Biná, são vasos de recepção, são afetados pelas Reshimot que estão no Sóf de Galgálta e querem receber aquelas Luzes com a intenção de receber. Isto é assim porque a força da Massach de Nekudot de SAG é Bet de Aviut, e as Reshimot no Sóf de Galgálta são Dálet Guimel, mais do que o poder de resistência da Massach.

Portanto, um desejo de receber com a intenção de receber é formado a partir do Chazê de Nekudot de SAG para baixo. Isto obriga Malchut, que realizou Tzimtzum Álef, subir do Siúm de Galgálta para o lugar do Chazê de Nekudot de SAG e limita a expansão da Luz que assim alcança somente o  Chazê.

Todos os processos em Nekudot de SAG se desenvolvem durante a ascensão da Massach de Guf de SAG do Tabúr de SAG para a sua Rosh, exceto as Reshimot do Tzimtzum Bet e do Sóf de Galgálta que foram adicionados a  este.

Tzimtzum Bet (segunda restrição): A ascensão de Malchut de Tzimtzum Álef

para o Chazê de Nekudot de SAG é chamada de Tzimtzum  Bet.

MA e BON acima de Tabúr de Galgálta: Quando a Massach de Guf de SAG alcança o Pê, ela realiza o Zivug com Reshimot Bet de Hitlabshut e Álef de Aviut que permaneceram das Luzes de Ta’amim de SAG acima do Tabúr, gerando Partzuf MA Superior, do Pê de SAG através do Tabúr de Galgálta. Após o Hizdakchut do Partzuf MA Superior, Partzuf BON Superior nasce dele, do Pê de MA através Tabúr de Galgálta.

O Mundo de Nekudim (Katnut): Quando a Massach de Guf de SAG purifica- se e sobe para o Pê de SAG, ela quer realizar um Zivug com as Reshimot que estão nela (Bet de Hitlabshut e Álef de Aviut abaixo do Tabúr de Galgálta). Ela ascende, seguindo as demandas das Reshimot, a partir do Pê para Nikvey Eynaim (NE) de Rosh de SAG, uma vez que Reshimot Bet-Álef estão restritos, necessitando receber Luz somente nos vasos de doação.

Portanto, a Massach se mantém abaixo dos vasos de doação no Rosh, abaixo de Kéter e Chochmá no Rosh de SAG. A Massach sempre realiza um Zivug somente com as Bechinot Rosh que estão acima dela; Por esta razão, ela se mantém no Rosh, o lugar do qual ela deseja receber Luz dentro do Guf.

Após o Zivug, a Massach passa ativamente para o Guf que ela tinha recebido no Rosh em potencial. A Luz se espalha para o lugar do qual as Reshimot restritas Bet- Álef elevaram-se, ou seja abaixo do Tabúr de Galgálta. Este Partzuf é chamado de Partzuf Nekudim, uma vez que ele emergiu com as Reshimot de Nekudot de  SAG.

Este Partzuf inclui:

  • Rosh de Hitlabshut, chamada Kéter;
  • Rosh de Aviut, chamada Aba ve Ima (AVI);
  • Guf, chamado ZON (Zeir Anpin e Nukva).

Em cada um deles, somente vasos de doação estão ativos, seus vasos de recepção estão ocultos (dentro deles).

Gadlut do Mundo de Nekudim: Após a elicitação de Katnut do mundo de Nekudim, a Massach no Rosh de SAG desce, seguindo a necessidade das Reshimot Dálet de Hitlabshut e Guimel de Aviut, dentro do Pê de SAG, e realizou um Zivug. Como resultado deste Zivug, Ohr Chochmá veio para o Rosh de Kéter de Nekudim e para Aba do Rosh AVI.

Ima é Biná a qual não quer receber Ohr Chochmá exceto por requisição de ZON. Ohr Chochmá brilha a partir do Rosh de Nekudim até o Sóf de Galgálta, e de lá vem a requisição – através de ZON de Nekudim – para pedir a AVI por Gadlut, Ohr Chochmá. Quando ZON pede de AVI, eles copulam e trazem ZON Ohr Chochmá.

A Quebra dos Vasos: Ohr Chochmá se espalha a partir do Rosh de AVI para dentro de ZON, através de GE de ZON e para a Parsá. Quando a Luz deseja cruzar a Parsá e preenche os Kelim de ACHAP de ZON, ela encontra o desejo de receber e parte para Cima. Os Kelim GE e ACHAP se rompem e 320 partes fragmentadas e caem abaixo da Parsá.

Na quebra, os vasos de doação (GE) misturam-se com os vasos de recepção (ACHAP); portanto em cada parte fragmentada existem quatro tipos de Kelim:

  1. GE – que formou GE de ZON de Atzilut, Hitkalelut de GE em ACHAP – que formou os mundos de BYA; Hitkalelut de ACHAP em GE— que formou o ascendido ACHAP;
  2. ACHAP- que formou os Klipót, que são desejos de receber com a intenção de receber, não são adequados para receber a Luz. Estes são os (32 Lamed Bet) Malchuts dos (320 Shach) pedaços que não podem ser corrigidos até Gmar Tikun, e recebem com a intenção de doar. Os trinta e dois Malchuts são chamados de Lev haÉven (coração petrificado). Suas correções consistem na classificação dos 320 pedaços e não serem utilizados.

288 pedaços (320-32) dos 320 que existem em cada pedaço fragmentado podem ser corrigidos, uma vez que eles não são partes de Malchut, mas partes das nove Sefirot Superiores. Algumas delas pertencem a GE de ZON, devem ser separadas da mistura, já que são vasos de doação. Estes são os que construíram Katnut (GE) de ZON de Atzilut.

 

O SURGIMENTO DO MUNDO DE ATZILUT

Atik: A Massach, com as Reshimot, elevou-se para o Rosh de Nekudim e dali para o Rosh de SAG. A Massach separou as Reshimot mais puras, Álef de Hitlabshut e Shóresh de Aviut, elevou-se do Pê para a Sefirá Kéter de Rosh de SAG, e dali ela foi adiante e acima para Biná em Kéter, onde ali se manteve atrás dos Sefirot KACHÁB CHAGAT de Kéter

Por conseguinte, acima da Massach estão somente os vasos de doação de Aviut Shóresh. Este lugar é chamado de Metzach (testa), e é onde a Massach realiza um Zivug, do qual o Partzuf Kéter de Atzilut nasce, chamado de Partzuf Atik.

O Partzuf gerado deste Zivug é chamado de Ubar, uma vez que ele tem somente vasos de doação em Aviut Shóresh, o mínimo que pode existir na espiritualidade. Após o seu nascimento, este Partzuf desce para o lugar do qual as Reshimot se elevaram, abaixo do Tabúr de Galgálta.

Quando o Partzuf Atik nasce e desce para seu lugar, Reshimot Dálet-Guimel despertam nele e demandam que este Partzuf obtenha Gadlut. A Massach realiza um Zivug com a Luz Superior com estas Reshimot e constrói o nível de Atik em Gadlut. Este Partzuf se espalha do Tabúr de Galgálta para o Siúm de Galgálta, atravessando a Parsá, uma vez que ele é Partzuf Kéter, o qual ainda pertence ao Tzimtzum Álef. Esta é razão de ser chamado Atik, porque ele é Ne’etak (separado) do alcance dos que estão mais abaixo.

AA: Uma vez que Partzuf Atik em Gadlut emerge, Rosh de SAG passa a ele todas as Reshimot que recebeu após a quebra. De todas as Reshimot, Atik escolhe a Reshimô mais pura, realiza um Zivug com esta e gera o próximo Partzuf – Chochmá – no final do nível de Ubar, e subsequentemente em Gadlut. Este Partzuf espalha-se do Pê de Atik para a Parsá e é chamado de Partzuf Arich Anpin (AA)

AVI: Uma vez que Gadlut do Partzuf AA emerge, Atik concede todas as Reshimot que permaneceram daqueles que subiram para Rosh de SAG após a quebra. Daqueles, AA escolhe as Reshimot mais puras e realiza um Zivug com estas. Este Zivug gera o Partzuf Biná de Atzilut, primeiro no nível de Ubar e subsequentemente em Gadlut. Este Partzuf espalha-se do Pê de AA através de seu  Tabúr.

ZA: Uma vez que AVI emerge em Gadlut, AA concede a este todas as Reshimot restantes. AVI escolhe as Reshimot mais puras de todas as Reshimot que ele tinha recebido. Realiza um Zivug com estes, e gera o Partzuf ZA de Atzilut, nos níveis de Ubar (Katnut) e então Gadlut. Partzuf ZAToma seu lugar a partir do Tabúr de AA através da Parsá.

Malchut: Após Partzuf ZA em Katnut emerge, AVI concede a ele todas as Reshimot restantes, as quais não foram corrigidas pelos Partzufim anteriores.  Daqueles, ZA escolhe aqueles que se adequam a ele, realiza um Zivug, e gera Partzuf Malchut de Atzilut com um Nekudá (ponto), como era no mundo de Nekudim. Isto completa a correção de todas as Reshimot de Katnut que subiram para Rosh de SAG após a quebra.

 

SURGIMENTO DO MUNDO DE BYA

Os Partzufim de GAR do mundo de Atzilut emergiram com as Reshimot de Rosh de Nekudim, que foi somente purificado, mas não fragmentado. De ZON de Nekudim para baixo, o nascimento dos Partzufim é feito pela classificação e correção das partes fragmentadas. Isto se dá assim porque através da quebra do mundo de Nekudim, vasos   de   doação   acima   da   Parsá   misturam-se   com   os   vasos   de   recepção que estão abaixo da Parsá e foram integrados uns com os outros. Por esta razão, em cada uma das 320 partes quebradas existem quatro tipos de  Kelim:

  1. Vasos de doação;
  2. Vasos de doação integrados com vasos de recepção;
  3. Vasos de recepção integrados com vasos de doação;
  4. Vasos de recepção.

Primeiro, somente os vasos de doação são classificados e corrigidos (Zivúgim são feitos com eles) em todas as 320 partes por ordem de Aviut, dos puros aos espessos. A Massach que desce do Rosh de SAG gera todos os Partzufim do mundo de Atzilut, primeiro em Katnut e então em Gadlut. Katnut do mundo de Atzilut emerge em oposição a Katnut do mundo de Nekudim.

Subsequentemente, ZON de Atzilut sobe para AVI de Atzilut, ZATorna-se com Aba, e Malchut torna-se como Ima. O que está mais abaixo que sobe para Aquele Acima torna-se como ele, portanto, Malchut recebeu o degrau de Biná assim ela pode realizar um Zivug em Ohr Chochmá e gera um novo Partzufim. Quando Malchut de Atzilut subiu para Ima, ela separou os vasos de doação que estavam integrados aos vasos de recepção de cada uma das 320 partes fragmentadas, por ordem de Aviut – dos puros aos rudes. Nesta ordem, ela gerou novos Partzufim:

  • Cinco Partzufim foram gerados da classificação e Zivug realizado com os vasos de doação (GE) que caíram na parte de Biná que estava abaixo da Parsá (GE integrado em Aviut Bet de ACHAP): Kéter — Atik, Chochmá — AA, Biná — AVI, ZA — ZA, e Malchut — Nukvá do mundo de Briá.
  • Cinco Partzufim foram gerados pela escolha e Zivug realizado com os vasos de doação (GE) que caíram nos Kelim de ZA abaixo da Parsá (GE integrado em Aviut Guimel de ACHAP): Kéter — Atik, Chochmá — AA, Biná — AVI, ZA — ZA, e Malchut — Nukvá do mundo de Yetzirá.
  • Cinco Partzufim foram gerados pela classificação e Zivug realizado com os vasos de doação (GE) que caíram para Malchut abaixo da Parsá (GE integrado em Aviut Dálet de ACHAP): Kéter — Atik, Chochmá — AA, Biná — AVI, ZA — ZA, e Malchut — Nukvá do mundo de Assiá.

Malchut de Atzilut realiza estes Zivúgim enquanto se mantém no lugar de Ima de Atzilut. Por esta razão, o mundo de Briá, o qual ela criou, mantém abaixo dela, ocupando o espaço de ZA de Atzilut.

O mundo de Yetzirá, nascido de Malchut de Atzilut após o mundo de Briá, emergiu dela e ocupou o lugar abaixo do mundo de Briá no lugar das quatro Sefirot de Malchut de Atzilut e seis Sefirot do lugar do mundo de Briá.

O mundo de Assiá, nascido de Malchut de Atzilut após o mundo de Yetzirá, emergiu dela e ocupou o lugar abaixo do mundo de Yetzirá, do Chazê do lugar do mundo de Briá para o Chazê do lugar do mundo de  Yetzirá.

Todos os mundos acabam no Chazê do mundo de Yetzirá, uma vez que todas as partes fragmentadas, aquelas que estavam separadas são vasos de doação  e  vasos de doação integrados com os vasos de recepção. Isto corresponde ao Chazê do lugar dos mundos de BYA, uma vez que é onde seus GE  acabam.

Abaixo do Chazê de Yetzirá começa ACHAP do lugar de BYA, o lugar dos vasos de recepção que foram integrados com os vasos de doação, e os vasos de recepção (Lev haÉven).

ACHAP Elevado: A classificação e correção dos vasos de recepção que estavam integrados nos vasos de doação adicionam Kelim de ACHAP no mundo de Atzilut. A Luz que se espalha nestes Kelim é Ohr Chochmá, e o mundo de Atzilut recebe Gadlut.

Ohr Chochmá se espalha somente nos verdadeiros vasos de recepção, enquanto aqui existem vasos de recepção integrados com vasos de doação durante a quebra. Portanto, a Luz que aparece nos Zivúgim destes Kelim não é Ohr Chochmá, mas somente Hey’arat (iluminação, Luz menor) de Chochmá.

Existe um Tikun especial no Rosh do mundo de Atzilut assegurando que não haverá outra quebra no mundo de Atzilut, como aconteceu no mundo de Nekudim. Existe uma limitação no Rosh do Partzuf AA, assim não há Zivug com Malchut em si mesma abaixo do Partzuf AA, mas somente em Hitkalelut (integração) de Malchut nas Sefirot acima dela, nos desejos de doar.

Como resultado, o mundo de Atzilut nasceu somente em Katnut, e cada Partzuf tem somente vasos de doação, Kelim GE. Os vasos de recepção, ACHAP, estão abaixo da Parsá. É impossível adicionar ACHAP à GE e fazer um Zivug em todas as dez Sefirot em seus lugares, como era no mundo de Nekudim, isto foi a causa da quebra.

Portanto, cada adição de vasos de recepção em Atzilut é feita pela elevação de alguns vasos de recepção, que estão integrados em vasos de doação. A ascensão é de baixo da Parsá para cima da Parsá, é assim que partes de ACHAP são adicionadas para Atzilut.

Portanto, partes de vasos de recepção elevam-se de baixo da Parsá e juntam- se a Atzilut. Todos os vasos de recepção que podem se juntar aos vasos de Atzilut, os quais são vasos de recepção que estão integrados em vasos de doação, elevam se na ordem do puro para o áspero.

Correção do Lev haÉven é feita somente pela Luz do Messias: Após tudo que foi supramencionado, as correções estão completadas, tudo o que permanece em BYA são vasos de recepção, chamado Lev haÉven. Estes vasos não estão incluídos nos vasos de recepção e, portanto não podem ser corrigidos. Suas correções consistem em ser excluídos todas as vezes que uma classificação é feita nas 320 partes que se fragmentaram. Portanto, as trinta e duas partes de Lev haÉven são removidas. Quando usamos as 288 partes para construir os Partzufim, nós devemos separar e decidir o que não queremos usar nas Lev haÉven que pertencem àquela parte.

Após a correção das 288 partes, um Ohr Chochmá especial virá do Alto chamado “Messias”, e corrigirá estes Kelim na Massach. Por esta ocasião, toda Malchut de Ein Sóf será corrigida com a Massach. Este estado em Malchut é considerado sua Gmar Tikun (fim da correção).

Todas as partes nos mundos de BYA, exceto para Lev haÉven, são corrigidas por ordem dos puros para os rudes. Em cada um dos mundos de BYA existem 2.000 estágios de correção chamados de “anos” ou “degraus”. Ao todo são 6.000 degraus nos três mundos de BYA, chamados de “Os seis dias da semana”, uma vez que os mundos de BYA são considerados dias da semana, enquanto Atzilut é considerado “O Sagrado Shabat”.

  • Quando todos os mundos de BYA são corrigidos, bem como os Lev haÉven, o mundo de Atzilut se espalhará abaixo da Parsá através deste mundo. Este estado é chamado de “O sétimo milênio”.
  • Depois, os mundos de ABYA subirão para SAG, e isto será chamado de “O oitavo milênio”.
  • Depois, os mundos de ABYA subirão para AB, e isto será chamado de “O nono milênio”.
  • Depois, os mundos de ABYA subirão para Galgálta, e isto será chamado de “O décimo milênio”.

Em outras palavras, após a correção de toda Malchut de Ein Sóf, ela será preenchida tal como ela foi antes da Tzimtzum Álef. Além disso, ela receberá adições das infinitas ascensões nos degraus de doação ao  Criador.

Ainda, desde que a sabedoria da Cabalá ensine uma pessoa somente aquilo que lhe compete com relação a sua própria correção, e o que ela precisa fazer, estes estados não são ensinados. Eles não aparecem nos livros da Cabalá, uma vez que eles pertencem à parte que esta proibida de se revelada, chamada de “Segredos da Torá”. Somente alguns poucos se engajam neles e sob rígidas  condições.

Adam HaRishon: Em todas as correções de Malchut mencionadas até agora,

Malchut de Malchut, o ponto central de todos os mundos, não foi preenchida.

Tudo o que se desvendou até agora – Tzimtzum Álef, Tzimtzum Bet, a quebra dos vasos, o Tikun dos Kelim – aconteceram nas nove Sefirot Superiores, não na própria Malchut, Bechiná Dálet em Bechiná Dálet. Isto porque havia uma Tzimtzum sobre ela, assim ela não poderia receber dentro dela, no desejo de receber. O que é recebido após Tzimtzum Álef é recebido somente nos vasos de doação, nos Kelim de Malchut de Ein Sóf, que foram estampados pelas nove Superiores, o desejo de doar  da Luz Superior.

Malchut em Malchut será corrigida e preenchida com Ohr Chochmá, tal como antes do Tzimtzum Álef, somente se desejos de doar entrarem naquela Malchut e misturarem-se com os desejos de receber de Malchut. Na quebra dos vasos no mundo de Nekudim, Malchut misturou-se com as nove Sefirot que a precediam. Como resultado, os mundos, a externalidade da realidade emergiram. Mas isto não corrigiu nada na própria Malchut, uma vez que ela não se misturou com o desejo de doar.

Após o nascimento dos mundos de BYA, Malchut de Atzilut, a qual se mantém no lugar de Ima, realizou um Zivug em Katnut ao juntar os vasos de doação com Bechiná Dálet de Dálet. O resultado deste Zivug é o Partzuf Katnut, GE, de quem ACHAP é Bechiná Dálet de Dálet. Portanto este Partzuf está proibido de usar seus vasos de recepção, seus ACHAP. Este Partzuf é chamado de Adam HaRishon (O Primeiro Homem), o qual foi proibido de se alimentar da Árvore do Conhecimento, que é, realizar um Zivug com os vasos de recepção –  ACHAP.

Com o nascimento de Adam HaRishon, os mundos de BYA expandiram-se através do local denominado Chazê de Yetzirá. Depois, a Luz de Ein Sóf, chamada de “O despertar do Alto”, veio e elevou todos os mundos em um degrau. Portanto, o Siúm do mundo de Assiá elevou-se a partir do local chamado Chazê de Yetzirá para o local do Chazê de Briá. Depois, mais Luz do despertar de Ein Sóf chegou, pela qual todos os mundos elevaram-se em mais um degrau, assim o Siúm do mundo de Assiá elevou-se acima da Parsá.

Adam HaRishon está dentro dos mundos de BYA, ele elevou-se para Atzilut conjuntamente com eles. Adam HaRishon pensou que agora poderia receber com a intenção de doar toda a Luz em seus vasos de recepção, nos ACHAP, em Bechiná Dálet de Bechiná Dálet.

Mas tal como isto aconteceu com a quebra dos vasos no mundo de Nekudim, quando ele estendeu Luz dentro dos vasos de recepção,  ele rompeu-se. Ele perdeu sua Massach, sua intenção de doar. Seu Guf inteiro foi dividido em 600.000 partes, chamados “órgãos” ou “almas” as quais caíram nas Klipót (cascas) e receberam então o desejo de receber.

Todas as peças juntas, e cada peça em particular, caíram abaixo do inanimado (como descrito nos pecados que a Torá narra na primeira geração seguindo-se a Adão) Estas partes se vestiram em pessoas no nosso mundo. Aqueles em quem estas partes rompidas do Partzuf Adam HaRishon se vestiram, sentem – especificamente nesta parte – um desejo de elevarem-se e unirem-se com sua Fonte, a qual era em Adam HaRishon. Esta Fonte é chamada “a raiz de alma de uma pessoa”.

Para a criatura merecer o título de “criatura”, ela deve se manter em seu próprio direito, que é não ser influenciada pelo Criador. Este é o porque do Criador esconder a Si Próprio. E assim fazendo, Ele ajuda as criaturas equalizarem-se com  Ele através de seus próprios esforços. A isto resulta que uma pessoa em nosso mundo, em quem um pedaço de Adam HaRishon está contida, é definida como uma “criatura”.

Uma criatura é uma parte de Adam ha Rishom que existe em uma pessoa em nosso mundo. Todas as criaturas, todas as almas, são partes do Guf de Adam ha Rishon. Todas elas devem participar na correção da dispersão. E fazendo isto, elas retornam para o estado que antecedeu o pecado e somam Dvekút (adesão) com o Criador. Elas separam todas as peças das Klipót (cascas). Portanto, cada pessoa deve atingir a raiz de sua alma enquanto vive neste mundo. Quem assim não o fizer, reencarnará em nosso mundo até que atinja o propósito pelo qual foi criado.

INTRODUÇÃO AO LIVRO, PANIM MEIROT UMASBIROT*

Do livro “Cabala Para o Estudante”

1)            No final do Tratado Uktzin está escrito que “O Criador não encontrou um vaso que contivesse as bênçãos de Israel, se não a paz, como é dito, “Que o Senhor dê força ao Seu povo, Que o Senhor abençoe o Seu povo com paz”.

E a pessoa deve estudar isto profundamente: Primeiramente onde está a prova que não há nada melhor para Israel do que a paz? Em segundo lugar, o texto afirma explicitamente que a paz é a própria benção, como é dito, “outorgando em força e abençoando em paz”. Então de acordo com isto, eles deveriam ter dito, “outorgando em paz”. Em terceiro lugar, por que o dito foi colocado no final do Shás [Shishá Sedarim (Seis Ordens) – outro termo para Mishná]? Nós também precisamos entender as palavras “paz” e “força”, e os seus  significados.

E para explicar o artigo de acordo com o seu verdadeiro significado, nós precisamos entrar em um longo caminho, isto é porque a profundeza do coração daqueles que são mestres da Hagadá (Conto) é inatingível. E portanto o Rabi Autor de Afikei Yehuda, de abençoada memória, escreveu em sua explicação das palavras dos nossos sábios sobre a passagem (Cântico dos Cânticos 2:5): “Me sustenta com uvas passas” que se refere as leis da Halachá, “Me refresca com maçãs” se refere às Hagadot (Contos). E nossos sábios disseram que todas as questões da Torá e da Mitzvá têm coisas reveladas e ocultas, conforme está escrito, “Uma palavra bem dita  é como maçãs de ouro em armações de prata”  (Provérbios 25:11).

De fato, as Halachot (conjunto das Mitzvot derivadas da Torá Escrita e Oral) se assemelham a um cálice de vinho. Quando alguém serve ao seu amigo vinho em um cálice de prata, tanto o interior quanto o exterior são importantes. Isto é porque o cálice também tem seu próprio valor, assim como o vinho que contém.

Mas este não é o caso com as Hagadot (Contos), elas são como maçãs, da qual a sua parte interior é comida e a exterior é jogada fora, porque a parte exterior não possui qualquer valor, todo o valor e importância estão somente na parte interior, no núcleo.

Da mesma forma, nas palavras das Hagadot (Contos), o aspecto óbvio literal não tem significado e valor, a única parte valiosa é o conteúdo interior oculto nas palavras, que é construído unicamente no alicerce da Sabedoria da Verdade, que é transmitida apenas a uns poucos escolhidos. Fim da citação, muda o  idioma.

Quem ousaria extraí-la do coração das massas e investigar seus caminhos, porque sua realização não está completa mesmo nas partes da Torá referidas como Peshat (literal) e Drush (alegoria)? De acordo com eles, a ordem pela qual os quatro níveis da Torá (PARDES) são estudados como segue: começa com o Peshat (literal), então Remez (inferência lógica), então Drush (alegorias) e no final Sod (segredo).

No entanto, nós aprendemos do Sidur (Livro de Orações) do Gaon de Vilna (Rabi Eliahu ben Shlomo Zalman Kremer) que Sod é o nível pelo qual compreensão adequada começa, e depois que a parte Sod da Torá é compreendida, então pode compreender a parte Drush, e então a parte Remez, e apenas após ter se tornado completamente proficiente nestes três aspectos da Torá, é recompensada com a própria compreensão da parte Peshat da Torá. Quando uma pessoa é garantida com o conhecimento completo destas três partes da Torá, ela tem a Torá no coração.

E isto é o que nossos sábios quiseram dizer quando disseram no Tratado Taanit: “Se ele é recompensado, se tornará um elixir da vida, se não é recompensado, se tornará um elixir da morte”. Porque nós precisamos de grande mérito para entender o Peshat dos textos, porque nós primeiro devemos nos comprometer em compreender as três partes interiores na interioridade da Torá, tais que o Peshat se veste, e o Peshat não será simplificado. E se a pessoa não tiver merecido isto, ela precisa de muita misericórdia, para que a Torá não se torne para ela um elixir da morte, Deus proíba.

Sobre os argumentos daqueles que são negligentes com relação a compreensão da interioridade, e que dizem a si mesmos: “Estamos satisfeitos com a compreensão do Peshat, e se pudermos compreendê-lo, estaremos felizes e contentes”. As suas palavras são como as de alguém que deseja pisar no quarto degrau sem ter subido os três primeiros degraus.

2)            De fato, de acordo com isso, nós precisamos entender o grande sigilo que é comum com relação à interioridade da Torá, como foi dito no Tratado Hagiga, um indivíduo não deve estudar MA’ase Bereshit em duplas, e nem a Merkava (Carruagem) sozinho. E da mesma forma, todos os livros que estão em nossa disposição neste assunto estão selados e indisponíveis diante dos olhos do público em geral, que não entendem muito, exceto por alguns aleatórios que entendem o significado pelo Criador, sendo que eles já entendem as raízes por seu próprio conhecimento e pela tradição passada oralmente (lit. boca a boca).

Há algo realmente surpreendente aqui, como podemos prevenir a progressão da sabedoria e entendimento das pessoas, pois esta é a própria vida e a duração de seus dias. E aparentemente isto seria uma transgressão criminal, que é o porquê nossos sábios disseram no Midrash Raba, Bereshit, sobre Achaz, que ele era chamado Achaz (aquele que detém), pois ele detinha sinagogas e seminários, e por isto seu crime é grande etc.

E assim é a lei da natureza, que a pessoa se sente relutante em gastar suas riquezas e propriedades com os outros, mas existe alguém que se sinta relutante em passar sua sabedoria e entendimento aos outros? Ao contrário, mais do que o bezerro quer ser alimentado, a vaca deseja alimentar. Quanto mais, quando se trata da Torá do Criador e da Vontade do Criador.

De fato, nós encontramos mistérios na sabedoria mesmo em sábios seculares nas gerações passadas. E nós aprendemos na introdução do Rabi Butril no seu comentário no Sefer Yetzirá (Livro da Formação), em um artigo atribuído a Platão onde ele adverte seus discípulos dessa forma: “Não passe esta sabedoria para alguém que não pode apreciar suas virtudes”.

E Aristóteles alertou, “Não transmita a sabedoria para alguém que não é digno dela, para que não seja destruída”. Ele (Rabi Butril) comentou que se um sábio ensinar a sabedoria para alguém que não é digno dela, eles a roubarão e a destruirão.

Isto não é o que os sábios seculares estão fazendo em nosso tempo. Ao contrário, eles estão tentando expandir os portões de sua sabedoria para todas as massas entrarem, sem qualquer limite ou condição. E aparentemente, eles têm uma grande disputa com os Rishonim (Antigos Sábios), que fecharam as portas de sua sabedoria e permitiram apenas a uns poucos escolhidos, que eles acharam merecedores deste conhecimento, quando a maioria das pessoas foi deixada tateando as paredes.

3)            E eu devo explicar o assunto. Nós distinguimos entre quatro diferentes classes de pessoas entre as espécies Falantes, e elas são dispostas hierarquicamente. Estas classes são: as Massas, os Heróis, os Ricos e os Sábios. Eles são aproximadamente iguais aos quatro estágios em toda a realidade, denominados “Inanimado”, “Vegetativo”, “Animado” e “Falante”.

Dos Inanimados vêm outras três qualidades, Vegetativo, Animado e Falante. E nós podemos distinguir três valores na quantidade de força benéfica e prejudicial contida neles.

A menor força entre os três é a Vegetativa. Pois embora a flora opere atraindo o que é útil e rejeitando o que é prejudicial, semelhante às espécies humana e animal, embora  não  possua  nenhuma  sensação  particular  dedicada  para  esta finalidade, exceto por uma força geral, que é comum a todas as espécies das plantas no mundo, que está realizando esta operação.

Acima deles está o Animado. Cada criatura sente a si mesma, com relação a atrair o que é benéfico a ela e rejeitando o prejudicial. Segue-se que um animal se iguala em valor a todas as plantas na realidade. Isto é assim porque a força que distingue o benéfico do prejudicial em todo o Vegetativo é encontrada em uma criatura no Animado, separada pela sua própria  individualidade.

A força da sensação que existe nas espécies do Animado é muito limitada em tempo e espaço, já que esta sensação não opera nem mesmo a distância de um fio  de cabelo fora de seu corpo, e não sente nada fora do seu próprio tempo, ou seja, o passado e o futuro, mas apenas no momento  presente.

No topo deles está o Falante, que são compostos pelo poder das sensações e pelo poder do intelecto juntos. E portanto seu poder não é limitado por tempo e espaço, para atrair o que é bom para ele e rejeitar o que é prejudicial, como o Animado.

Isto é assim por causa de sua ciência, que é uma questão espiritual, não limitada por tempo e espaço. E um pode ensinar a todas as pessoas onde quer que estejam em toda a realidade, e no passado e no futuro de geração à geração.

E portanto é encontrado que o valor de um indivíduo das espécies dos Falantes é igual a totalidade das forças das espécies Vegetativo e Animado, que existem em toda a realidade neste tempo, assim como em todas as gerações do passado. Porque seu poder os abrange e os contém e em sua individualidade inclui todas estas forças juntas.

E esta regra também se aplica às quatro diferentes classes dos seres humanos, que são: as Massas, os Heróis, os Ricos e os Sábios. Certamente, todos eles vêm das Massas, que é o primeiro estágio, como está escrito, “todos vêm do pó”.

De fato todas estas virtudes do pó e do seu próprio direito de existe, está de acordo com os três valores do Vegetativo, Animado e Falante que emergem dele. Então também o valor das Massas deve ser concebido de acordo com as qualidades que emergem deles. Razão pela qual eles também tomam a forma da face humana.

Por este motivo, o Criador incutiu nas Massas em geral as três inclinações, chamadas de “inveja”, “luxúria” e “honra”. Devido as quais as Massas se desenvolvem passo a passo até que a face de um ser humano completo seja emergido delas.

Por exemplo, a inclinação para a luxúria induz a Riqueza. Porque os melhores deles têm um forte desejo, assim como luxúria. Eles se sobressaem em adquirir a riqueza, que é o primeiro grau na evolução das Massas. E assim como o estágio Vegetativo na realidade, que é governado por uma força externa, que então os guia para sua inclinação, assim também o poder da luxúria nas espécies humanas é uma força exterior, pois é tomado emprestado das espécies do Animado.

E através da inclinação pela honra os heróis famosos emergem. Eles são aqueles que governam as sinagogas, as cidades, etc. E aqueles dentre eles que têm uma força de vontade mais firme, e também uma inclinação para a honra, se sobressai na capacidade de obter poder de domínio. E eles são o segundo grau da evolução para as Massas, e assim como o grau Animado na realidade em geral, em que o poder que atua dentro deles já reside essencialmente em si mesmos, como mencionamos acima. Afinal, a inclinação para a honra é exclusivo para a espécie humana, e junto com ela o desejo por domínio, conforme é dito nas escrituras: “Tu colocastes todas as coisas debaixo dos Vossos pés”  (Salmos).

E a inclinação para a Inveja induz os sábios dentre eles, como nossos sábios disseram: “A inveja do autor aumenta a sabedoria”. A força de vontade, com a inclinação para a inveja, sobressai em adquirir conhecimento e sabedoria. É como o grau Falante em toda a realidade, em que a força operacional não está limitada pelo tempo e lugar, mas é coletivo e abrange qualquer item do mundo, em todos os tempos.

Também, é a natureza do fogo da inveja ser geral, englobando todos os tempos e toda a realidade. Isso é porque é a conduta de inveja: se alguém não tivesse visto o objeto na posse de um amigo, o desejo pela posse não teria despertado de maneira alguma.

Descobrimos que a sensação de ausência não é pelo que não tem, mas pelo que seu amigo tem, que são todos os descendentes de Adão e Eva, ao longo das gerações. Assim, esta força é ilimitada e é, portanto, apta para o seu papel sublime e exaltado.

No entanto, aqueles que permanecem sem mérito algum, é porque não têm um desejo forte. Assim, todas as três inclinações acima mencionadas operam juntas, misturadas. Às vezes, eles são sensuais, às vezes invejosas, e às vezes anseiam honra. Seus desejos quebram em pedaços, e eles são como crianças, que anseiam por tudo  o que veem, e não pode alcançar qualquer coisa. Assim, seu valor é como a palha e farelo que sobram após a farinha.

É sabido que a força benéfica e a força prejudicial andam de mãos dadas. Em outras palavras, assim como algo pode beneficiar, também pode prejudicar. Assim, desde que a força de uma pessoa é maior que todas as bestas e animais de todos os tempos, uma força nociva os substitui a todos também.

Deste modo, enquanto um não merece seu grau de uma forma que usa uma única força de fazer o bem, é necessário um olhar cuidadoso para que ele não adquira grandes quantidades do nível humano, que é sabedoria e  ciência.

Por esta razão, os primeiros sábios esconderam a sabedoria das massas, com medo de tomar discípulos indecentes que usariam a força da sabedoria para ferir e prejudicar. Estes iriam quebrar e destruir toda a população com sua sensualidade e selvageria bestial, usando as grandes potências do  Homem.

Quando as gerações têm diminuído e os seus sábios eles mesmos começaram a implorar ambas as tábuas, significando uma vida boa para sua corporeidade, também, seus pontos de vista aproximaram-se das massas. Eles negociavam com eles e venderam a sabedoria como prostitutas, pelo preço de um  cão.

Desde então, a muralha que primeiro tinha exercido foi arruinada e as massas a saquearam. Os selvagens encheram as mãos com a força dos homens, apreenderam a sabedoria e a rasgaram. Metade foi herdada por adúlteros e metade por assassinos, e a puseram em vergonha eterna desde esse  dia.

4)            De que você pode deduzir sobre a sabedoria da verdade, a qual contém dentro de si todos os ensinamentos seculares, que são as sete pequenas donzelas.  Esta é a totalidade das espécies humanas e o propósito para o qual todos os mundos foram criados, como está escrito: “Se a minha aliança não ficar com o dia e a noite, se eu não tiver determinado as ordenanças dos céus e da  terra”.

Por isso, nossos sábios tem afirmado (Avot 4, Mishná 7), “Aquele que usa a coroa passa”. Isso é porque eles proibiram-nos de utilizá-la para qualquer tipo de prazeres mundanos.

Isto é o que nos sustentou até agora, manter os exércitos e o muro ao redor da sabedoria da verdade, por isso nenhum estranho ou estrangeiro pede quebrá-la e colocá-la em seus vasos para ir e negociá-las no mercado, como com os sábios seculares. Isto porque todos os que entraram já foram testados por sete testes, até que foi determinado para além de qualquer preocupação e  desconfiança.

Depois destas palavras e verdade, nós encontramos o que parece ser uma grande contradição, de um extremo ao outro, nas palavras de nossos sábios. Está escrito no Zohar que no tempo do Messias, esta sabedoria será revelada ainda aos jovens. No entanto, de acordo com o exposto, aprendemos que nos dias do Messias, que toda geração estará no mais alto nível. Nós não precisaremos de guarda para todos, e as fontes de sabedoria irão se abrir e regar toda a  nação.

No entanto, em Masechet Sutah, 49, e Sanhedrin 97a, eles disseram, “impudência deve soar, no momento do Messias, a sabedoria dos autores deve se desviar, e o justo devem ser desqualificados”. Ele interpreta que não existe nada tão mal como essa geração. Assim, como podemos conciliar as duas declarações, pois ambas são certamente as palavras do Deus vivo?

O ponto é que esse olhar cuidadoso com as portas fechando no hall da sabedoria é por medo de pessoas nas quais o espírito da inveja dos escritores é misturado com a força da luxúria e da honra. Sua inveja não é limitada a querer somente sabedoria e conhecimento.

Assim, ambos os textos estão corretos, e cada um vem e ensina do outro. A face da geração é como a cara do cachorro, significando que latem como cães “Au, Au”, os justos são náufragos e a sabedoria dos autores  extraviou-os.

Daqui resulta que é permitido abrir os portões da sabedoria e remover as guardas com cuidado, pois ela já é naturalmente protegida contra o roubo e a exploração. Não há mais medo de que os discípulos indecentes podem levá-la e vendê-la no mercado para a plebe materialista, uma vez que eles não vão encontrar nenhum comprador para esta mercadoria, pois é abominável aos olhos destes.

E já que eles não têm nenhuma esperança de adquirir a luxúria e honra através dela, ela tornou-se segura e protegida por si. Nenhum estranho se aproximará, exceto os amantes da sabedoria e afins. Assim, quaisquer testes serão retirados dos que entram, até mesmo os muito jovens serão capazes de atingi-la.

Agora você pode entender suas palavras (Sanhedrin 98a): “O Filho de David vem em uma geração que é toda digna ou indigna”. Isto é muito desconcertante. Aparentemente, enquanto há poucos justos na geração, que detêm a redenção. Quando o justo perece da terra, o Messias será capaz de vir. Eu me admiro.

Na verdade, deveríamos compreender profundamente que a questão da redenção e da vinda do Messias que esperamos seja breve em nossos dias, Amén, e é a plenitude da realização superior e conhecimento, como está escrito,” e eles não ensinam mais cada um a seu vizinho, dizendo: ‘Conhece o Senhor”, porque todos Me conhecerão, desde o maior deles até o menor deles”. E com a completude da mente, os corpos estão completos também, como está escrito (Isaías 65), “o mais jovem morrerá com cem anos”.

Quando os filhos de Israel são complementados com o completo conhecimento, as fontes de inteligência e conhecimento devem fluir para além das fronteiras de Israel e regar a todas as nações do mundo, como está escrito (Isaías 11), “a terra se encherá do conhecimento do Senhor”, e como está escrito, “e deve vir ao Senhor e à Sua bondade”.

A proliferação desse conhecimento é a questão da expansão do Rei Messias para todas as nações. No entanto, ocorre o oposto, com as rudes plebes materialistas. Como a sua imaginação está ligada ao poder total do punho, a questão da expansão do Reino de Israel está gravada em sua imaginação apenas como uma espécie de domínio dos corpos sobre os corpos, para ter o seu pedaço do todo com muito orgulho, e de ser arrogante sobre todas as pessoas no  mundo.

E o que posso fazer para eles, se nossos sábios já os rejeitaram, e os gostos deles, na congregação do Senhor, dizendo: “Todos os que têm orgulho, o Criador diz:” ele e Eu não podemos habitar na mesma morada”.

Por outro lado, alguns erram e determinam que, como o corpo tem de existir antes da existência da alma e da percepção completa, a perfeição do corpo e suas necessidades precedem no tempo a realização da alma e da percepção completa. Assim, a percepção completa é negada de um corpo  fraco.

Este é um erro grave, pior que a morte, uma vez que um corpo perfeito não  é concebível antes que seja alcançada a percepção completa. Isto porque, em si, é um saco furado, uma cisterna quebrada. Ele não pode conter nada de benéfico, nem para si nem para os outros, exceto com a realização do conhecimento completo.

Nessa altura, o corpo também aumenta a sua completude com ela, literalmente de mãos dadas. Esta regra aplica-se tanto nos indivíduos como no todo.

Com essas palavras, eu me desvinculo de uma denúncia importante, que eu tenho coragem mais do que todos os meus antecessores na divulgação dos rudimentos normalmente ocultos na sabedoria no meu livro, que foi até agora inexplorado. Refere-se à essência das dez Sefirot e tudo o que lhes diz respeito, Yashár e Chozêr, Pnimi e Makif, o significado da Haka’á e o significado da Hizdakchut.

Os autores que me precederam deliberadamente espalharam as palavras aqui e ali, e em insinuações sutis, então uma mão não seria suficiente para reuni-las. Eu, através da Sua Luz, que apareceu em cima de mim, e com a ajuda dos meus professores, que se reuniram e divulgaram a matéria com bastante clareza e em sua forma espiritual, acima do espaço e do tempo.

Eles poderiam ter vindo para mim com um grande argumento: Se não há adições aos meus professores aqui, então o Ari e Rabi Chaim Vital e os autores do original, os comentaristas de suas palavras, poderiam ter divulgado e explicado as questões de forma tão aberta como eu. E se você quiser dizer que foi revelado a eles, então quem é este escritor, para quem é sem dúvida um grande privilégio de ser pó   e cinza sob os pés, que diz que o lote que lhe confere o Criador é mais do que a sua sorte?

No entanto, como você verá nas referências, eu não adicionei nada aos meus professores, nem inovei na composição. Todas as minhas palavras já estão escritas nos Oito Portões, na A Árvore da Vida, e no Mavo Shearim (Entrada dos Portões) pelo Ari. Eu não acrescentei uma só palavra nelas, mas eles pretendiam ocultar questões, e por isso, eles espalharam as palavras por aqui e por ali.

Isto porque sua geração ainda não era completamente indigna e exigiu grande cuidado. Nós, porém, para os nossos muitos pecados, todas as palavras de nossos sábios são já verdade em nós. Eles haviam dito em relação ao tempo do Messias, para começar, para tanto numa geração que já não tem o medo de revelar    a sabedoria, como já se explicou acima, portanto, minhas palavras estão abertas e em ordem.

Como disse Ben Zuma: “Todos esses foram criados apenas para servir-me, e eu, para servir ao meu Criador”. Ele diz: “O Senhor fez todas as coisas para seus próprios fins”, já que o Criador deseja e anseia a nossa  perfeição.

Diz-se em Bereshit Raba, Parasha 8, que os anjos disseram-Lhe: “O que é o homem, que Tu lembras dele, e o filho do homem, que Tu pensas dele?” Por que Você precisa deste problema? O Criador disse-lhes: “Portanto, por que ovelhas e bois?” O que se assemelham? Um rei que tinha uma torre cheia abundantemente, mas sem convidados. Que prazer tem o rei da sua abundância? Eles prontamente disseram-Lhe: “Ó Senhor, Senhor nosso, quão glorioso é o Teu nome em toda a terra! Faça o que parece bom para você”.

Aparentemente, devemos duvidar daquela alegoria, desde que onde aquela torre cheia abundantemente está? No nosso tempo, nós realmente iríamos enchê-la com os convidados até a borda.

Na verdade, as palavras são sérias, pois você vê que os anjos não fizeram nenhuma reclamação sobre qualquer uma das criaturas que foram criadas durante  os seis dias da Criação, exceto sobre o Homem. Isso é porque ele foi criado à imagem de Deus e consiste no Alto e Baixo juntos.

Quando os anjos viram-no, eles ficaram assustados e perplexos. Como seria   a pura, a alma espiritual descer do seu grau sublime, e vir morar na mesma morada com este sujo, bestial corpo? Em outras palavras, eles se perguntavam: “Por que Você precisa deste problema?”

A resposta que veio para eles é que já existe uma torre cheia abundantemente, e vazia de convidados. Para preenchê-la com os convidados, nos precisamos da existência deste ser humano feito de Superior e inferior juntos. Por este motivo, esta alma pura deve se vestir na forma deste corpo imundo. Eles compreenderam imediatamente e disseram: “Faça o que parece bom para  Você”.

Saiba que esta mesa, cheia abundantemente, implica todo o prazer e a bondade para os quais Ele criou as criaturas, como eles disseram, “A conduta do Bem é fazer o bem”. Portanto, Ele criou os mundos para deleitar Suas  criaturas.

E já que não há passado e futuros nEle deveram perceber que, tão logo Ele tinha Pensado para criar as criaturas e deleitá-las, elas saíram e foram imediatamente feitas antes dEle, elas e todas as suas realizações de deleite e prazer, como ele havia lhes contemplado.

Está escrito no livro, Heftzi Bah (Meu Deleite Está Nela), pelo Ari, que todos os mundos, Superiores e inferiores, estão contidos no Ein Sóf, antes mesmo do Tzimtzum (restrição), através do caminho de Ele é Um e Seu Nome  Um.

O incidente do Tzimtzum, que é a raiz dos mundos ABYA, confinados a este mundo, ocorreu porque as raízes das almas, elas mesmas, desejaram igualar sua forma com o Emanador. Este é o significado de Dvekút (adesão), como separação e Dvekút em algo espiritual são possíveis somente nos valores de Similaridade  de Forma ou de Diferença de Forma.

Desde que Ele queria deleitá-los, o desejo de receber prazer era necessariamente impresso nos receptores. Assim, sua forma foi alterada dEle, uma vez que esta forma não se encontra presente no Emanador, a partir de quem Ele iria receber?

O Tzimtzum e o Gvul (limite/fronteira) foram feitos para este fim, até o surgimento deste mundo para uma realidade de uma vestimenta de uma alma num corpo físico. Quando alguém se engaja na Torá e trabalha a fim de dar satisfação ao Criador, a forma de recepção será voltada à finalidade da  doação.

Este é o significado do texto “e te apegando a ele”, desde então alguém iguala sua forma do seu Criador, e como já dissemos, a equivalência da forma é Dvekút na espiritualidade. Quando a questão de Dvekút é completa em todas as partes da alma, os mundos voltarão ao estado de Ein Sóf, como antes do  Tzimtzum.

“Em suas terras eles irão herdar duplamente”. Isto porque, em seguida, eles serão capazes de receber mais uma vez todo o prazer e deleite, preparado para eles anteriormente no mundo do Ein Sóf. Além disso, agora eles estão preparados para o real Dvekút, sem qualquer Diferença de Forma, desde que a sua recepção não é mais para si mesmos, mas para doar contentamento em seu Criador. Você acha que eles equalizaram na forma de doação com o Criador.

7)            Agora você compreenderá suas palavras, que a Divindade nos inferiores é uma alta necessidade. Esta é a mais desconcertante declaração, embora ande lado a lado com o estudo acima.

Eles compararam o tema a um rei que tem uma mesa abundantemente abastecida, sem nenhum convidado. É certo que ele se senta e espera pelos convidados, ou toda sua preparação terá sido em vão.

É como um grande rei que teve um filho quando ele já era idoso, e ele era muito afeiçoado a ele. Por isso, desde o dia do seu nascimento ele teve pensamentos favoráveis a respeito dele, reuniu todos os livros e os melhores estudiosos da região,  e construiu escolas para ele.

Ele reuniu os melhores construtores da região e construí palácios de prazeres para ele, reuniu todos os músicos e os cantores e construiu para ele salas de concerto. Ele contratou os melhores “chefes de cozinha” e padeiros do país que lhe serviram todas as delícias do mundo e assim por diante.

Lamentavelmente, o garoto cresceu e tornou-se um tolo com nenhum conhecimento. Ele era cego e não poderia ver ou sentir a beleza dos prédios; e ele  era surdo e não poderia ouvir os cantores. Tristemente, ele era diabético, e lhe era permitido comer apenas pão de farinha grossa, despertando desprezo e  ira.

Agora você pode compreender suas palavras a respeito dos versos, “Eu, o Senhor, o acelerarei no seu tempo. O Sanhedrin (98) interpretou, “não recompensado – a seu tempo; recompensado – Eu o apressarei”.

Assim, existem duas maneiras de atingir o objetivo acima mencionado: através da sua própria atenção, que é chamada um “Caminho de Arrependimento”. Se eles foram recompensados por isso, então “Eu O apressarei” será aplicado a eles. Isto significa que não há tempo determinado para isso, mas quando eles estão premiados, a correção assim termina com certeza.

Se eles não são premiados com a atenção, existe outro caminho, chamado “Caminho do Sofrimento”. Como o Sanhedrin disse (97), “Eu lhes coloco um rei tal como Haman, e eles se arrependerão contra sua própria vontade”, ou seja, em seu próprio tempo, porque naquele existe um tempo  determinado.

Por isso, eles queriam mostrar-nos que Seus modos não são os nossos modos. Por esta razão, o caso do rei em carne e sangue (em carne e osso) que se preocupou   a fim de preparar aquelas grandiosas coisas pra seu filho amado e foi finalmente atormentados todos os dias, e todos os seus esforços foram em vão, trazendo desprezo e ira, o que não acontecerá com Ele.

Ao invés disto, todas as ações do Criador são garantidas e verdadeiras, e não há nenhuma fraude nEle. Isto é o que nossos sábios disseram: “Não recompensado – no seu tempo”. O que o desejo não faz, o tempo fará, como está escrito, “Pode você enviar a diante relâmpagos, que eles ir dizendo-lhe: “Aqui estamos  nós”?

Há um caminho de dor que pode limpar todos os defeitos e até o materialismo através dele aprende-se como elevar sua cabeça acima do estado bestial, elevar-se e escalar os degraus da escada da felicidade e sucesso humano, porque seu desejo de aderir à sua raiz é completo e objetivo.

8)            Por conseguinte, venha e veja quão gratos nós devemos ser aos nossos professores, que dão-nos suas Luzes sagradas e dedicam suas almas para fazer o bem para nossas almas. Eles estão no meio entre o caminho de duros tormentos e o caminho do arrependimento. Eles nos salvam do submundo, que é mais difícil do que a morte, e habituam-nos a alcançar os prazeres celestiais, a sublime gentileza e o bem estar que é a nossa herança, pronta e aguardando por nós desde o início, como já dissemos acima. Cada uma delas opera em sua geração, de acordo com o poder da Luz de sua Torá e santidade.

Nossos sábios já disseram, “Você não tem uma geração sem tais como Abraão, Isaac e Jacó”. Na verdade, esse homem de Deus, nosso Rabi Isaac Luria, incomodado nos forneceu a mais completa receita. Ele fez maravilhosamente mais do que seus antecessores, e se eu tivesse uma língua que louvasse, eu louvaria aquele dia em que sua sabedoria apareceu quase como o dia em que a Torá foi dada a Israel.

Não há palavras suficientes para medir a seu sagrado trabalho em nosso favor. As portas das realizações estavam trancadas e lacradas, e ele veio e abriu-as para nós. Assim, todos os que desejam entrar no palácio do Rei, só precisam de pureza e santidade, e banhar-se, raspar os cabelos e usar roupas limpas, de forma a estar de acordo diante da sublime Realeza.

Você encontra uma pessoa com trinta e oito anos de idade, que com sua sabedoria subjugou todos os seus antecessores através de todos os tempos, com sua genialidade. Todos os anciãos da terra, os pastores corajosos, amigos e discípulos do sábio Divino, o Ramak, estava diante dele, como discípulos diante do  Rabi.

Todos os sábios das gerações seguintes até o dia de hoje, sem faltar nenhum, abandonaram todos os livros e composições que o precedem, a Cabalá do Ramak, a Cabalá do Primeiro e a Cabalá do Gênio, bendita seja a memória de todos eles. Eles ligaram sua vida espiritual totalmente e exclusivamente à sua Santa Sabedoria. Naturalmente, não é sem mérito que uma grande vitória é atribuída, como foi atribuído a este jovem pai de sabedoria.

Infelizmente, as obras do diabo conseguiram, e obstáculos foram colocados ao longo do caminho da expansão da sua sabedoria para uma nação santa, e só pouquíssima começaram a conquistá-las.

Isso se deu, principalmente porque suas palavras foram escritas conforme iam sendo ouvidas, como ele interpretava a sabedoria, em seu dia-a-dia e antes de seus discípulos, que já eram idosos e com grande proficiência no Zohar e Tikunim (Correções). Na maioria dos casos, seus ditos sagrados foram organizados de acordo com as questões profundas que eles lhes perguntavam, cada um de acordo com seu próprio interesse.

Por esta razão, ele não transmitiu a sabedoria em uma ordem adequada, como as composições que o precederam. Nós encontramos nos textos que o próprio Ari tinha a intenção de trazer as questões em ordem. A esse respeito, ver o começo das palavras de Rashbi na interpretação do Idra Zuta, em uma breve introdução por Rabi Chaim Vital.

Há também o curto período de tempo de seu ensino, desde que o tempo todo do seu seminário foi de cerca de dezessete meses, como está escrito no Portão das Reencarnações, Portão 8, p 49, desde que ele chegou a Safed do Egito logo antes do Pessach (Páscoa) no ano de 1571, e naquele tempo, Rabi Chaim Vital tinha vinte e nove anos de idade. E em julho de 1572, na véspera do Shabat, Parashat Matot- Masaey21, no início do mês de Av, ele adoeceu, e na terça-feira, quinto dia de Av, na semana seguinte, ele faleceu.

Também está escrito no Portão das Reencarnações, Portão 8, p 71a, que após sua morte, ele ordenou ao Rabi Chaim Vital para não ensinar a sabedoria para os outros, e permitiu-lhe estudar apenas por ele próprio e silenciosamente. O resto dos amigos era proibido de exercê-lo completamente porque ele disse que eles não entendiam a sabedoria corretamente.

Esta é a razão pela qual Rabi Chaim Vital não organizou os textos para todos e deixou-os desorganizados. Naturalmente, ele não explicou as conexões entre as questões, então não teria como ensinar aos outros. Esta é a razão pela qual encontramos cuidados tão grandes de sua parte, como é conhecido por aqueles proficientes nos escritos do Ari.

As modalidades encontradas nos escritos do Ari foram arranjadas e organizadas por uma terceira geração, em três vezes, e por três compiladores. O primeiro compilador foi o sábio MAHARI Tzemach. Ele viveu na mesma época do MAHARA Azulai, que faleceu no ano de 1644.

Uma grande parte dos textos nos veio por ele, e ele organizou muitos de seus livros. O mais importante deles é o livro de Adam Yashár (Homem Íntegro), no qual  ele recolheu a raiz e os ensinamentos essenciais que estavam à sua disposição. No entanto, alguns dos livros que este Rabi tinha compilado foram perdidos. Na introdução de seu livro, Kol BeRama (Uma Alta Voz), ele apresenta todos os livros  que ele havia compilado.

O segundo compilador foi seu discípulo, MAHARAM Paprish. Ele fez mais do que o seu Rabi, uma vez que alguns dos livros que foram realizadas pelo sábio MAHARASH Vital vieram através de suas mãos, e ele compilou muitos livros. O mais importante entre eles são os livros, Etz haChaim (A Árvore da Vida) e Pri Etz haChaim (Fruto da Árvore da Vida). Elas contêm todo o escopo da sabedoria em seu sentido mais amplo.

O terceiro compilador foi o sábio MAHARASH Vital, o filho de MOHARAR Chaim Vital. Ele era um grande e renomado sábio. Ele elaborou o famoso Oito Portais do patrimônio de seu pai lhe havia  deixado.

Assim, vemos que cada um dos compiladores não detém os escritos completos. É muito complexo o arranjo das questões, as quais são inadequadas para aqueles sem verdadeira proficiência no Zohar e Tikunim. Assim, poucos são aqueles que ascendem.

9)            Em troca disso, nós somos privilegiados por Ele ter sido recompensado com o espírito do Baal Shem Tov, cuja grandeza e santidade estão acima de qualquer palavra e qualquer enunciação. Ele não foi contemplado e não será contemplado, exceto por aqueles dignos que tenham servido sob sua Luz, e eles, também, apenas  de forma intermitente, a cada um, segundo o que recebeu em seu coração.

É verdade que a Luz de sua Torá e Sabedoria Sagrada são construídas principalmente nas sagradas bases de Ari. No entanto, eles não são de todo semelhantes. Vou explicar isso com uma alegoria de uma pessoa que está se afogando no rio, subindo e descendo como as pessoas se afogando fazem. Às vezes, só o cabelo é visível, e, então o conselho é agarrá-lo pela sua cabeça. Outras vezes, seu corpo aparece tão bem, e, então o conselho é agarrá-lo do lado oposto ao seu  coração.

Assim é a questão diante de nós. Depois de Israel ter se afogado nas águas do mal do exílio das nações, a partir de então até agora, permanecendo nestas ascensões e quedas, e nem sempre são as mesmas. Na época do Ari, apenas a cabeça era visível. Assim, o Ari estava atribulado o nosso favor a fim de nos salvar através  da mente. Na época de Baal Shem Tov, houve alívio. Dessa forma, foi uma benção para nós para nos salvar do lado oposto do nosso coração, e que foi uma grande e verdadeira salvação para nós.

E para nossos muitos pecados, a roda foi girada novamente em nossa geração e nós temos caímos drasticamente, como se a partir do zênite ao nadir.

Além disso, há a colisão entre as nações, o que confundiu o mundo inteiro. As necessidades têm aumentado e a mente cresceu curta e corrupta na imundície do materialismo, que apreende a liderança. Cavaleiros e ministros servis andam  na terra, e tudo o que é dito em nosso estudo na supramencionada Masechet Sutá tornou-se realidade em nós, por nossos muitos pecados. Novamente, o muro de ferro foi erguido, mesmo com esta grande Luz do Baal Shem Tov, que temos dito iluminado na medida do estabelecimento da nossa redenção  completa.

E o sábio de coração, não acredita na possibilidade de que uma geração viria quando não podia ver pela sua Luz. Agora, nossos olhos se escureceram, nosso bem tem sido roubado, e quando eu vi isso eu disse: “É tempo de agir!” Assim, vim abrir amplamente as portas da Luz do Ari, pois ele é realmente capaz e apto para a nossa geração, também, e “Dois é melhor que um”.

Nós não devemos ser responsabilizados pela brevidade na minha  composição, uma vez que ela corresponde e se adapta a qualquer amante da sabedoria, como muito vinho perde o sabor e a realização se tornará mais difícil para o discípulo.

Além disso, nós não somos responsáveis por aqueles obesos de coração, uma vez que a linguagem para ajudá-los ainda tem que ser criada. Onde quer que eles descansem os olhos, eles acham loucura, e há uma regra que, da mesma fonte onde o sábio faz a sua sabedoria, o tolo faz sua loucura.

Assim, eu estou no início do meu livro e aviso que eu não tenho perturbado a todos, para todos aqueles que gostam de olhar através das janelas. Pelo contrário,   é para aqueles que se importa com as palavras do Criador e por muito tempo para o Criador e Sua Bondade, para completar o objetivo para o qual eles foram criados, para com o desejo de Deus, o verso: “Todos aqueles que Me procuram, Me encontrarão”, deve tornar-se realidade neles.

Está escrito, “para os que são retos de coração”. O oposto é “Um coração que maquina pensamentos perversos”. Encontrei um verso que contém todas as Mitzvot (mandamentos), o qual é, “Tu deves temer o Senhor teu Deus; e a Ele tu deves servir”.

A palavra “temer” contem todas as Mitzvot negativas nas palavras, no coração, e nas ações. Este é o primeiro grau a partir do qual se ascende para a obra de Deus, os quais contem todas as Mitzvot positivas.

Estas acostumarão o coração e o guiarão até aderir-se ao Senhor, para que o homem foi criado. Ele não foi criado para adquirir fortunas ou para a construção de edifícios. Assim, deveria procurar tudo que o trouxesse a amar a Ele, aprender a sabedoria e a busca da fé.

E o Criador abrirá os olhos de seu coração e renovará um espírito diferente dentro dele. Então ele será amado por seu Criador em sua  vida.

Saibam que a Torá foi dada apenas para os homens de coração. Palavras são como cadáveres e Ta’amim (sabores) como almas. Se a pessoa não entende os Ta’amim, todo o seu esforço fica em vão e o trabalho se  perde.

É como se uma pessoa se empenhasse para contar as letras e palavras de um livro de medicina. Nenhuma cura viria desse trabalho. É também, como um camelo transportando seda; que não beneficia a seda, nem a seda o  beneficia.

Nós podemos extrair somente isso de suas palavras; aferre-se à meta para o qual o homem foi criado. Ele diz isso sobre a  Dvekút com o Criador.

Assim, ele diz que se devem procurar todos os meios que induza a amá-Lo, aprender a sabedoria e buscar a fé, até que o Criador o recompense com a abertura dos seus olhos e o renove com um espírito  diferente dentro dele. Neste momento, ele será amado por seu Fazedor.

Ele deliberadamente faz o que é preciso, para ser amado em sua vida por seu Criador. Isso indica que enquanto ele não adquiriu isto, seu trabalho estava incompleto, e o trabalho nos foi dado necessariamente para ser feito hoje. É como ele termina, que a Torá foi dada somente aos homens de coração, significando que adquiriram o coração para amar e desejar a Ele. Os sábios os chamam de “sábios de coração”, desde que já não há mais uma descida, um espírito animalesco lá, porque  a inclinação para o mal está presente somente em um coração vazio de sabedoria.

Ele interpreta e diz que as palavras são como cadáveres e as Ta’amim, como almas. Se alguém não entende as Ta’amim, é semelhante a alguém que se empenha contando páginas e palavras de um livro de medicina. Esse empenho não trará nenhum remédio.

Ele quer dizer que a pessoa é obrigada a achar os meios de adquirir a posse acima mencionada. É porque quando alguém pode provar os sabores da Torá, que   é a sabedoria interior e seus mistérios, e os sabores da Mitzvá, que é o amor interior  e o desejo por Ele.

Sem isso, a pessoa tem somente as palavras e as ações, corpos mortos sem almas. È como alguém que trabalha contando páginas e palavras em um livro de medicina. Etc. Certamente, ele não se aperfeiçoará em medicina sem antes entender o significado da medicina ali descrita.

Mesmo depois que alguém o compra, por qualquer preço que foi pedido, se as realizações do estudo e das ações não estão dispostas a levá-lo a ele, é como um camelo transportando seda, isso não beneficia a seda e a seda não o beneficia, para trazê-lo para completar o objetivo para o qual foi  criado.

11)         De acordo com estas palavras, nossos olhos foram abertos com respeito às palavras do Rabi Shimon in Midrash Raba, Parasha 6, sobre o verso: “Façamos o homem”. Quando o Criador veio para criar o homem, Ele consultou o ministério de anjos, e eles foram divididos em facções e grupos. Alguns diziam “Que ele seja criado” e alguns diziam “Que ele não seja criado” como está escrito, “Misericórdia e verdade se encontraram; a justiça e a paz se beijaram”.

  • A Misericórdia disse: “Deixe-o ser criado, pois ele faz ações misericordiosas”.
  • A Verdade disse: “Não o deixe ser criado, pois ele é todas as mentiras”.
  • Os Justos disseram: “Deixe-o ser criado, pois ele realiza justiça”.
  • A Paz disse: “Não o deixe ser criado, pois ele é toda a contenda”.

O que o Criador fez? Ele tomou a Verdade e a jogou no chão, como está escrito, “E lançou a verdade por terra”. Os anjos disseram perante o Criador: “Por que desgraças seu selo? Deixe a Verdade vir do chão, como está escrito, “A Verdade brota da terra”

Este texto é difícil de todos os lados:

  1. Ele não explicou a gravidade do verso, “Façamos o homem”. É um conselho que Ele precisa, como está escrito, “Deliberação no coração de um conselho?”
  2. Com respeito à Verdade, como isso pode ser dito que toda a espécie humana são todas as mentiras, quando não há uma geração sem tais como Abraãm, Isaac e Jacó?

iii.           Se as palavras da Verdade são sérias, como os anjos da Misericórdia e da Justiça concordaram com um mundo que fosse todas as  mentiras?

  1. Por que a Verdade é chamada “Selo”, o qual vem à borda de uma carta? Certamente, a realidade existe principalmente fora do selo. Não há realidade fora das fronteiras da Verdade?
  2. Podem verdadeiros anjos pensarem do Verdadeiro Operador que a operação dEle é falsa?
  3. Por que a Verdade mereceu uma punição tão áspera para ser jogada na terra e dentro da terra?

vii.          Por que a resposta dos anjos não está na Torá, enquanto que sua pergunta está?

Nós precisamos entender essas duas condutas colocadas diante de nossos olhos, que são completamente opostas. Estas são as condutas da existência de toda realidade desse mundo e as condutas dos modos de existência para a subsistência de cada  um  na  realidade  perante  nós.  Deste  extremo,  encontramos  uma  conduta confiável na orientação totalmente afirmada, a qual controla os feitos de toda e cada criatura na realidade.

Vamos tomar a geração de um ser humano como exemplo. O amor e o prazer são a primeira razão, certa e confiável para sua tarefa. Logo que é desarraigado do cérebro de seu pai, a Providência fornece um lugar seguro e protegido entre os fundamentos do abdômen da mãe, para que nenhum estranho possa tocá-la.

Lá a Providencia lhe fornece o pão de cada dia na medida certa. Isto atende toda sua necessidade sem esquecê-la por um momento sequer, até que ganhe força para sair ao ar de nosso mundo, o qual é cheio de  obstáculos.

Neste momento, a Providência lhe dá poder e força, e como um herói experiente e armado, ela abre as portas e quebra as paredes até que chegue às pessoas que acredita que possa ajudá-las a passar por seus dias de fraqueza com amor e grande compaixão para sustentar sua existência, assim elas são as pessoas mais preciosas para ela no mundo inteiro.

Assim, a Providência a abraça até que a qualifique para existir e continuar sua existência adiante. Assim é com o homem, e assim também é com os animais e  a flora. Todos são maravilhosamente cuidados, assegurando sua existência, e cada cientista da natureza sabe disto.

No outro extremo, quando nós consideramos a ordem da existência e sustento nos modos de vida da realidade inteira, grande e pequeno, nós encontramos ordens confusas, como se um exército estivesse fugindo da campanha doente, espancada, e afligida pelo Criador. Toda sua vida é como a morte, não tendo nenhuma subsistência ao menos que seja atormentada primeiro, arriscando sua vida pelo seu pão.

Mesmo um minúsculo piolho quebra os dentes quando sai para uma refeição. Quanto ele se esforça para obter alimento o bastante para seu sustento? Da mesma forma como acontece com ele, acontece com todos, grandes e pequenos, e tanto mais com seres humanos, a elite da Criação, que está envolvida em tudo.

12)         Nós discernimos dois opostos nas dez Sefirot da Kedushá (Santidade). As primeiras nove Sefirot estão na forma de doação, e Malchut significa recepção. Além disso, as nove primeiras estão preenchidas de Luz, e Malchut não tem nada de si própria.

Este é o significado de nossa discriminação dos dois discernimentos da Luz em cada Partzuf: Ohr Pnimi (Luz Interna) e Ohr Makif (Luz Circundante), e dois discernimentos nos Kelim (Vasos), que são o Kli (Vaso) Interior para Ohr Pnimi e um Kli Exterior para Ohr Makif.

Isto é devido aos dois opostos supramencionados, assim como é impossível para dois opostos estarem no mesmo sujeito. Assim, um sujeito específico é necessário para o Ohr Pnimi e um sujeito específico para o Ohr  Makif.

No entanto, eles não são realmente opostos na Kedushá, uma vez que Malchut está em Zivug (Acoplamento), com as nove Superior, e sua qualidade de doação, também, sob a forma de Ohr Chozêr (Luz Retornante). Mas a Sitra Achra (Outro Lado) não tem nada das nove Superiores. Eles são construídos principalmente a partir do Espaço Vazio, o qual é a forma completa de recepção, no qual o primeiro Tzimtzum (Restrição) ocorreu. Essa raiz ficou sem Luz, mesmo após a iluminação do Kav (Linha) alcançada dentro da Reshimô (Reminiscência).

Por esta razão, eles são dois completos opostos, comparados com a vida e Kedushá, como está escrito: “Deus fez igualmente um, assim como o outro”, daí eles são chamados “mortos”.

Foi explicado acima, Item 6, que a questão do Tzimtzum era somente para o adorno das almas, sobre a Similaridade de Forma com o seu Criador, que é a inversão dos vasos de recepção para a forma de doação.

Você percebe que esse objetivo ainda é negado da perspectiva dos Partzufim de Kedushá (Rostos da Santidade). Isso é porque não há nada lá do Espaço Vazio, que é a forma completa de recepção, sobre a qual estava o Tzimtzum, portanto, nenhuma correção será aplicada a ele, pois não existe na realidade.

Além disso, não há nenhuma correção aqui da perspectiva da Sitra Achra, embora tenha um Espaço Vazio, uma vez que tem um interesse completamente oposto, e tudo o que ele recebe morre.

Por isso, é apenas um humano neste mundo que precisamos. Na infância,  ele é sustentado e apoiado pela Sitra Achra, herdando os Kelim do seu Espaço Vazio. Quando ele cresce, ele se conecta a estrutura do Kedushá através do poder da Torá e Mitzvot para doar contentamento ao seu Fazedor.

Assim, a pessoa transforma a total medida de recepção que já adquiriu para ser exclusivamente organizada para doação. Desse modo, ela equivale a sua forma com o seu Fazedor e o objetivo se torna realidade  nela.

Este é o significado da existência do tempo neste mundo. Você descobre isso em primeiro lugar, esses dois opostos acima foram divididos em dois assuntos separados, chamados Kedushá e Sitra Achra, por meio de, “um assim como o outro”. Eles ainda estão desprovidos da correção acima, pois eles devem estar no mesmo assunto, que é o homem.

Portanto, a existência de uma ordem de tempo é necessária para nós, desde então, os dois opostos irão se transformar em uma pessoa, um por um, ou seja, sentindo             uma       hora      a             Katnut  (infância)            e             em         outra     a             Gadlut  (idade adulta/maturidade).

13)         Agora você pode entender a necessidade da quebra dos vasos e suas propriedades, como está escrito no Zohar e nos escritos do Ari, que duas espécies de Luz estão presentes em cada dez Sefirot, correndo para trás e para  frente.

  • A primeira Luz é Ohr Ein Sóf (Luz do Infinito), que se desloca de Cima para baixo. Ela é chamada Ohr Yashár (Luz Direta).
  • A segunda Luz é resultado do Kli de Malchut, retornando de baixo para Cima, chamada Ohr Chozêr (Luz Retornante).

Ambos unidos num só. Saiba que a partir do Tzimtzum para baixo, o ponto do Tzimtzum é desprovido de qualquer Luz e continua a ser um Espaço Vazio. A Luz Superior não pode mais aparecer na última Bechiná (discernimento) antes do fim da correção, e isso é dito particularmente sobre Ohr Ein Sóf, chamada Ohr Yashár. No entanto, a segunda Luz, chamada Ohr Chozêr, pode aparecer na última Bechiná, uma vez que o caso do Tzimtzum não se aplica a ela.

Agora aprendemos que o sistema da Sitra Achra e das Klipót (Cascas) é uma necessidade para o propósito do Tzimtzum, a fim de instilar na pessoa os grandes vasos de recepção, enquanto em Katnut, quando se está dependente  dela.

Logo, a Sitra Achra também precisa de abundância. Onde ela iria levá-lo se  ela é feita exclusivamente da última Bechiná, a qual é um espaço que está vazio de qualquer Luz, já que desde o Tzimtzum para baixo a Luz Superior é completamente separada dela?

Assim, a questão da quebra dos vasos tinha sido preparada. A quebra indica que uma parte do Ohr Chozêr do mundo de Nekudim descenderam de Atzilut para o Espaço Vazio. E você já sabe que o Ohr Chozêr pode aparecer no Espaço Vazio, também.

Essa parte, o Ohr Chozêr que desceu de Atzilut exteriormente, contém trinta   e duas Bechinot (discernimentos) especiais de toda e cada Sefirá das dez Sefirot de Nekudim. Dez vezes trinta e dois é 320, e estas 320 Bechinot que desceram, foram preparadas para o sustento da existência dos inferiores, que vêm para eles em dois sistemas, como está escrito: “Deus fez igualmente um, assim como os outros”, ou seja, os mundos de ABYA de Kedushá e oposto a eles os mundos de ABYA de Sitra Achra.

Na interpretação do verso, “e uma pessoa será mais forte do que as outras pessoas”, nossos sábios disseram que, quando um se eleva, o outro cai, e Tzor é construída apenas sobre as ruínas de Jerusalém. Isto é assim porque todas estas 320 Bechinot podem aparecer para a Sitra Achra, no momento em que a estrutura do sistema de Kedushá, com relação a esses inferiores, é completamente arruinada.

Além disso, esses 320 Bechinot podem ligar-se exclusivamente à Kedushá. Naquele tempo, o sistema da Sitra Achra é completamente destruído da terra, e elas podem se dividir mais ou menos uniformemente entre elas, de acordo com as ações das pessoas. E assim elas encarnam nos dois sistemas, até que a correção seja concluída.

Após a quebra dos vasos e do declínio das 320 Bechinot de centelhas de Luz de Atzilut para o exterior, 288 delas foram classificadas e se elevaram, ou seja, tudo   o que desceu das primeiras nove Sefirot das dez Sefirot de Nekudim. Nove vezes trinta  e dois são 288 Bechinot, e elas são as que se reconectaram à construção do sistema de Kedushá.

Vemos que apenas trinta e duas Bechinot permaneceram para a Sitra Achra das que haviam descido de Malchut do mundo de Nekudim. Este foi o início da estrutura da Sitra Achra, na sua extrema pequenez, quando ela ainda é imprópria para a sua tarefa. A conclusão de sua construção terminou mais tarde, pelo pecado de Adam HaRishon com a Árvore do Conhecimento.

Assim, vemos que existem dois sistemas, um oposto ao outro, operando na persistência e na sustentação da realidade. A porção de Luz necessária para essa existência é de 320 centelhas. Estas foram preparadas e mensuradas pela quebra dos vasos. Esta porção é para equilibrar os dois sistemas, e é disso que as condutas da sustentação e existência da realidade dependem.

Saiba que o sistema de Kedushá deve conter, pelo menos, uma porção de 288 centelhas para completar suas nove Sefirot superiores, e então ele pode manter e fornecer para a existência dos inferiores. Isto é o que ele tinha antes do pecado de Adam HaRishon, e por isso toda a realidade foi então conduzida pelo sistema de Kedushá, uma vez que tinha todas as 288 centelhas.

14)         Agora, encontramos a abertura para o estudo acima, em relação às quatro seitas, Misericórdia, Justiça, Verdade e Paz, que negociaram com o Criador sobre a criação do homem. Esses anjos são os servos da alma do homem, por isso, Ele negociou com eles, uma vez que o próprio ato da Criação foi criado de acordo com eles, assim como toda e qualquer alma é composta das dez Sefirot em Ohr Pnimi e Ohr Makif.

  • A Misericórdia é Ohr Pnimi das nove primeiras da alma.
  • A Justiça é Ohr Pnimi da Malchut da alma.
  • A Verdade é Ohr Makif da alma.

Já dissemos que Ohr Pnimi e Ohr Makif são opostas, já que Ohr Pnimi é atraída pela lei da iluminação do Kav, que é impedido de aparecer no momento do Tzimtzum, que é a forma de recepção de Gadlut.

Ohr Makif estende do Ohr Ein Sóf, que envolve todos os mundos, uma vez que lá, no Ein Sóf, grandes e pequenos são iguais. Por esta razão, Ohr Makif também brilha e doa em cima do ponto de Tzimtzum muito menos para  Malchut.

Uma vez que eles são opostos, dois Kelim são necessários. Isso ocorre porque Ohr Pnimi ilumina nas nove Superiores. Mesmo para Malchut, ela brilha somente de acordo com a lei das nove Superiores, e não propriamente para ela. No entanto, o Ohr Makif brilha nos Kelim que se estendem especificamente do ponto de Tzimtzum, que é chamado de “Kli Externo”.

Agora você pode entender porque a Verdade é chamada de “Selo”. É um nome emprestado de um selo na borda de uma carta, no fim das matérias. No entanto, ela afirma e lhes dá validade. Sem o selo eles são inúteis, e todo o texto é desperdiçado.

É o mesmo com o Ohr Makif que doa sobre o ponto do Tzimtzum, que é a medida Gadlut de recepção, até que equalize a sua forma com o seu Fazedor em doação. Na verdade, este é o propósito de todos os mundos limitados, Superior e inferior.

O protesto da Verdade sobre a criação do homem é a sua afirmação de que   é tudo mentira. Isto é assim porque, da perspectiva do Criador, o homem não tem um Kli Exterior, que ele precisa tirar do ponto de Tzimtzum, pois ela já foi separada de sua luz. Assim, os Anjos da Verdade não poderiam ajudar o homem a obter a Ohr Makif.

Todos os mundos limitados, Superior e inferior, foram criados exclusivamente para esta conclusão, e este homem deve ser o seu único sujeito. Mas desde que este homem é impróprio para o seu papel, eles são todos abismo e falsidade, e o trabalho neles – inútil.

É o oposto com os anjos da Misericórdia e da Justiça, que pertencem especificamente ao Ohr Pnimi da alma. Porque ele não tem nada do Espaço Vazio, que poderia conceder-lhe todas as Luzes de Neshamá abundantemente, na perfeição mais sublime.

Assim, eles estavam felizes em beneficiá-lo e concordaram de todo coração com a criação do homem. Porque eles são NEHY que entram por Zivug de Haka’á (Acoplamento por Golpe), eles pertencem à metade do Ohr Makif a partir da perspectiva do Ohr Chozêr nele.

Os anjos da Paz alegam que ele é toda a contenda. Em outras palavras, como ele vai receber Ohr Makif? No final, eles não podem vir no mesmo assunto com o Ohr Pnimi, porque são opostos entre si, ou seja, toda a  contenda.

Ohr Makif é discernido em duas: o futuro Ohr Chozêr e o futuro Ohr Makif.  O Kli Externo para o Ohr Chozêr é a Massach (Tela) e o Kli Externo para o Ohr Makif é a própria Aviut de Bechiná Dálet (Quarto Discernimento), chamado o Coração de Pedra.

Vemos que Adam HaRishon carece apenas do Kli Exterior, que pertence aos anjos da Verdade. Ele não carece do Kli Exterior, pertencentes aos anjos da Paz. Assim, eles concordaram com a Criação, mas afirmaram que ele é toda a contenda,  o que significa que o Ohr Makif não pode entrar no Kli Interior, uma vez que são opostos.

15)         Agora nos foi concedida a compreensão do resto dos versos no pecado  da Árvore do Conhecimento do bem e do mal, que são mais profundos. Nossos sábios, que revelaram uma porção deles, ocultaram dez porções com suas palavras.

Como prefácio, está escrito: “E ambos estavam nus, o homem e sua esposa, e não se envergonhavam”. Saiba que a roupa significa um Kli Exterior. Assim, o texto precede para demonstrar a razão para o pecado da Árvore do Conhecimento, assim como está escrito no verso, “Difamação é terrível para os filhos do homem, na difamação você vem sobre ele”.

Isso significa que seu pecado tinha sido preparado com antecedência, e este  é o significado das palavras que Adam e sua esposa não tinham um Kli Exterior no momento da criação, mas apenas Kelim Interiores, que se estendem do sistema de Kedushá, portanto, eles não se envergonhavam. É por isso que não sentiam sua falta, pois a vergonha refere-se a uma sensação de ausência.

Sabe-se que a sensação de ausência é a primeira razão para a realização da deficiência. É como alguém que sente sua doença e está disposto a receber a medicação. No entanto, quando a pessoa não sente que está doente, ela certamente evitará todas as medicações.

Na verdade, essa tarefa é para o Kli Exterior fazer. Uma vez que ele está na construção do corpo e está vazio de Luz, pois ele vem do Espaço Vazio, que gera a sensação de vazio e escassez nele, pelo qual fica envergonhado.

Assim, somos compelidos a voltar a preencher a ausência e extrair a falta do Ohr Makif, que está prestes a preencher esse Kli. Este é o significado do versículo: “E ambos estavam nús, o homem e sua esposa”, do Kli Exterior. Por esta razão, eles não tinham vergonha, pois eles não sentiam a sua ausência. Dessa maneira, eles são desprovidos do propósito pelo qual foram criados.

No entanto, devemos entender a sublimidade daquele homem, feito pelas mãos do Criador. Além disso, sua esposa, a quem o Criador administrou mais inteligência do que ele, como eles escreveram (Nidah 45) na interpretação do verso: “E o Senhor fez a costela”.

Assim, como é que eles falham e se tornam tolos, não sabendo tomar cuidado com a astúcia da serpente? Por outro lado, aquela serpente, de que o texto atesta que era mais esperta do que todos os animais do campo, como ela proferiu tal loucura e vazio de que se eles comessem do fruto da Árvore do Conhecimento eles se tornariam Deus? Além disso, como é que essa loucura se estabeleceu em seus corações?

Além disso, é dito abaixo que eles não comeram por causa do desejo deles  de tornarem-se Deus, mas simplesmente porque a árvore é boa para comer. Este é aparentemente um desejo bestial!

16)         Devemos reconhecer a natureza dos dois tipos de discernimentos a que estamos habituados:

  • O primeiro discernimento é chamado de “discernimento entre o bem e o mal”.
  • O segundo discernimento é chamado de “discernimento entre o verdadeiro e o falso”.

Isso significa que o Criador implantou em cada criatura uma força de discernimento que executa tudo que é bom para ela levando-a a desejada perfeição. O primeiro discernimento é a força física ativa. Ela opera usando a sensação do amargo e doce, que detesta e repele o amargo, uma vez que é ruim para ela, amando e atraindo o doce porque é bom para ela. Essa força operacional é suficiente nos reinos Inanimado, Vegetativo e Animal a fim de levá-los à sua desejada perfeição.

Acima deles está a espécie humana, na qual o Criador instilou uma força operacional racional. Ela atua utilizando a segunda opção de discernimento acima, rejeitando a falsidade e o vazio ao ponto de sentir náusea, atraindo verdades e benefícios com grande amor.

Esse discernimento é chamado de “discernimento entre o verdadeiro e o falso”. Somente existe na espécie humana, cada um na sua própria medida. Saiba que esta segunda força atuante foi criada e colocada no homem por causa da serpente. Na criação, ele possuía apenas a primeira força ativa, do discernimento entre o bem e o mal, que era suficiente para ele àquela  época.

Deixe-me explicar-lhe através de uma alegoria: Se os justos fossem recompensados de acordo com suas boas ações e os fracos punidos de acordo com suas más ações nesse mundo, Kedushá seria determinada para nós na realidade do doce e bom, e a Sitra Achra seria imputada na realidade do mau e amargo.

Nesse estado, o mandamento da escolha nos alcançaria, conforme está escrito, “Veja, eis que Tenho posto diante de ti o doce e o amargo, portanto escolha o doce”. Dessa forma, todos teriam garantia de atingir a perfeição, pois certamente fugiriam do pecado, pois lhes é prejudicial. Estariam ocupados em Suas Mitzvot dia após dia, incessantemente, assim como os tolos de hoje com suas preocupações materiais e suas impurezas, já que é bom e doce para eles. Assim foi a questão de Adam HaRishon quando Ele o criou.

“E o colocou no Jardim do Éden para vesti-lo e protegê-lo”. Nossos sábios interpretam que “para vesti-lo” são as Mitzvot positivas, e “protegê-lo” são as Mitzvot negativas. Suas Mitzvot positivas eram comer e deliciar-se com todas as árvores do Jardim, e suas Mitzvot negativas eram não comer da Árvore do Conhecimento do bem e do mal. As Mitzvot positivas eram doces e agradáveis e as Mitzvot negativas eram afastar-se da frutas amargas que são duras como a morte.

Não é surpresa que essas não possam ser chamadas Mitzvot e trabalho. Nós encontramos suas semelhanças em nossas tarefas atuais, onde, através dos prazeres do Shabat e bons dias somos recompensados com a sublime Kedushá. E também somos recompensados com o distanciamento de répteis e insetos e tudo aquilo que nos incomoda.

Observe que a escolha na tarefa de Adam HaRishon encontrava-se em “portanto escolha o doce”. Entende-se que o paladar físico por si só era suficiente para todas as suas necessidades, para saber o que o Criador ordenou e o que Ele não ordenou.

17)         Agora nos podemos entender a astúcia da serpente, a qual foi adicionada pelos nossos sábios e nos informaram que SAM se revestiu nela, porque suas palavras eram muito elevadas. E começou com: “Sim, Deus disse: ‘Não comerás de nenhuma árvore do jardim?’ Quer dizer que ele começou a falar com ela pois a mulher não foi ordenada pelo Criador. Assim, ela perguntou sobre os modos de verificação, ou seja, como você sabe que a Árvore do Conhecimento tinha sido proibida? Talvez todos   os frutos do Jardim fossem proibidos para você também? “E a mulher disse… ‘Dos frutos das árvores do Jardim nós podemos comer’; …Vós não podereis comê-los nem tocá-los para que não morras”.

Há dois grandes pontos aqui:

  1. Tocar nunca havia sido proibido; ou seja, porque ela incluiu a proibição?
  2. Teria ela duvidado das palavras do Criador? O Criador disse, “tu certamente morrerás” e a mulher disse, “para que não morras”. Poderia ela não ter acreditado na palavra do Criador mesmo antes do pecado?

Porém, a mulher respondeu de acordo com a pergunta da serpente. Ela sabia que o Criador havia proibido, e que todas as árvores do Jardim são doces e gostosas para comer. Contudo, ela já estava perto de tocar a árvore dentro do Jardim, e provar um gosto tão ruim quanto a morte.

Ela constatou a sua própria observação, há o medo da morte mesmo com um simples toque. Por esse motivo ela entendeu a proibição muito mais do que ouvira de seu marido, pois não há nada tão sábio quanto o  experiente.

“Para que não morras” se refere ao toque. A resposta deve ter sido suficiente, pois quem interferiria e negaria outro sabor? Contudo a serpente a contrariou e disse “Certamente não morrerás; pois Deus sabe que o dia que comeres do fruto, seus olhos serão abertos”.

Nós devemos ser precisos sobre a questão de abrir olhos neste lugar. De fato, ela a informou de uma nova coisa, além dela. Isso provou para eles que é insensato pensar que o Criador faria algo que fosse danoso ou prejudicial ao seu próprio mundo. Então tudo que diz respeito ao Criador com certeza não pode ser algo ruim ou prejudicial.

Ao invés dessa amargura que você provará, quando mesmo perto de tocar, e somente na sua parte, uma vez que comer é para te comunicar da altura de seu mérito. Assim, é a Kedushá adicional que você precisa durante o ato, então o seu único objetivo será trazer contentamento ao seu Fazedor, mantendo o objetivo pelo qual você foi criado. Por esta razão parece mau para você, então você entenderá a Kedushá adicional exigida de você.

“Pois no dia em que comeres dela”, ou seja, se o ato está em Kedushá e pureZATão claro quanto o dia, então “serás como Deus, conhecendo o bem e o mal”. Isto significa que como isto é certamente doce ao Criador e completamente igual, então bem e mal será para você equivalente a doce e  suave.

Então é possível duvidar da credibilidade da serpente, uma vez que o Criador não disse isto de Si Mesmo. Portanto, primeiro a serpente disse: “Deus sabe que o dia que comeres os seus olhos serão abertos”.

Isso significa que não é necessário para o Criador notificar você disso, pois ele sabe que se você prestar atenção nisto, e comer no lado de Kedushá, seus olhos serão abertos por si mesmos, para entender a medida de Sua grandeza. Você sentirá a maravilhosa doçura e suavidade que há nEle; portanto, Ele não precisa deixar você saber, logo Ele deu a você a força do discernimento para que você saiba qual é o seu benefício por você mesmo.

Está escrito após isso que: “Quando a mulher viu que árvore era boa para comer, e que era agradável aos olhos”. Isso significa que ela não confiou nas palavras dEle, mas foi e examinou com a sua própria consciência, entendimento, e santificou- se com Kedushá adicional para trazer contentamento ao Criador e para completar os objetivos desejados por ela, e não para ela mesma. Neste momento, seus olhos foram abertos, quando a serpente disse: “E a mulher viu que a árvore era boa para comer”.

Em outras palavras, vendo que “era um deleite para os olhos” antes mesmo dela tocar, ela sentiu a doçura e a luxúria, quando seus olhos viram por si mesmos que ela nunca havia visto algo tão desejável dentre todas as árvores do Jardim.

Ela também aprendeu que a árvore era boa para o conhecimento, ou seja, há muito mais para se desejar e cobiçar naquela árvore do que em todas as demais árvores do Jardim. Isso se refere ao fato de que eles foram criados para este ato de comer, e que esse era o propósito, assim como a serpente tinha lhe dito.

Depois de todas essas observações “ela tomou do seu fruto, e comeu; e ela deu também para ao seu marido com ela, e ele comeu”. O texto escreve precisamente “com ela”, ou seja, com a pura intenção de apenas doar, e não apenas para suas próprias necessidades. Em outras palavras “ela deu também ao seu marido com ela” com ela na Kedushá.

18)         Chegamos agora ao cerne da questão e do erro relativo à sua própria perna. Esta Arvore do Conhecimento do bem e do mal foi misturada com o Espaço Vazio, ou seja, com a forma Gadlut de recepção em que o Tzimtzum foi executado e do qual o Ohr Elyon se afastou.

Também foi explicado que Adam HaRishon não têm qualquer forma Gadlut de recepção em sua estrutura, que se estende do Espaço Vazio. Em vez disso, ele se estendeu exclusivamente do sistema da  Kedushá, voltado apenas para a doação.

Está escrito no Zohar (Kedoshim), que Adam HaRishon não tinha nada deste mundo. Por esta razão, a Árvore do Conhecimento foi proibida a ele, assim como sua raiz e todo o sistema da Kedushá estão separados da Sitra Achra, devido à sua Diferença de Forma, que é a separação.

Assim, ele, também, foi ordenado e advertiu sobre a conexão com ela, pois assim como ele seria separado de sua santa raiz e morreria como a Sitra Achra e as Klipót que morrem devido a sua oposição e separação da Kedushá e da Vida de Vidas.

No entanto, Satan, que é SAM, o anjo da morte que se vestia na serpente, desceu e seduziu Eva com dolo em sua boca: “Vós certamente não morrereis”. Sabe- se que qualquer mentira não se sustenta se não for precedida por palavras de verdade. Por isso, ele começou com uma palavra verdadeira e revelou o propósito da Criação para ela, que só veio para corrigir essa árvore, ou seja, inverter os grandes vasos de recepção, invertendo-os ao lado da doação.

Ele disse a ela que Deus tinha comido dessa árvore e criou o mundo, ou seja, olhou para essa matéria na forma de “O fim de um ato está no pensamento preliminar”, e por esta razão que Ele criou o mundo. Como vimos acima, toda a questão do primeiro Tzimtzum foi só para o homem, destinado a uniformizar a forma de recepção para a doação.

Isto era a verdade, é por isso que ela sucedeu e a mulher acreditou nela quando ela se preparou para receber e desfrutar unicamente em prol de doar. Vemos que, de algum modo, o mal desapareceu da Árvore do Conhecimento do bem e do mal, e a Árvore do Conhecimento do bem  permaneceu.

Isso é porque o mal lá é somente a diferença da forma de recepção para “si mesmo”, que foi gravado nele. No entanto, com a recepção em prol de doar, ele é levado à sua perfeição completa, e assim vemos que ela fez a grande unificação, como deve ser no fim do ato.

No entanto, essa Kedushá sublime ainda era prematura. Ela só estava apta para suportá-la na primeira mordida, mas não na segunda mordida. Vou explicar-lhe que aquele que se abstém do prazer antes de ter provado e se acostuma, não é como aquele que se abstém de prazer, depois de ter provado e se conecta a ele. O primeiro certamente pode abster-se de uma vez por todas, mas o outro precisa se esforçar para se abster de seu desejo pouco a pouco até que o assunto seja  concluído.

Assim é aqui, pois a mulher ainda não havia provado da Árvore do Conhecimento, e estava completamente em doação. Por esta razão, foi fácil para ela realizar a primeira mordida, a fim de doar contentamento ao Criador em Kedushá absoluta. No entanto, depois de ter provado, um grande desejo e cobiça pela Árvore do Conhecimento foi criado nela, ao ponto em que ela não podia se abster de seu desejo, uma vez que a situação havia saído do seu  controle.

É por isso que nossos sábios disseram que ela comeu prematuramente, ou seja, antes de ter maturidade, antes que eles adquirissem força e poder para governar sobre o seu desejo. É semelhante ao que os sábios disseram em Masechet Yevamot, “Eu comi e vou comer mais”. Isto significa que, mesmo quando ele tinha ouvido falar explicitamente que o Criador estava irado com ele, ele ainda não podia abster- se dele, posto que a luxúria já havia se conectado a ele. Vemos que a primeira mordida foi do lado da Kedushá, e a segunda mordida foi em grande imundície.

Agora podemos entender a gravidade da punição da Árvore do Conhecimento, pelas quais todas as pessoas são condenadas à morte. Esta morte provém de comer dele [o fruto], assim como o Criador tinha avisado, “no dia em que comeres dele, certamente morrerás”.

O fato é que a forma de recepção Gadlut estende seus braços do Espaço Vazio, e do Tzimtzum em diante, não sendo mais possível para ela, que esteja sob o mesmo teto com o Ohr Elyon (Luz Superior). Assim, o eterno sopro da vida, expresso no verso, “e soprou nas suas narinas o sopro da vida”, teve que sair de lá e depender de uma fatia de pão para o seu sustento transitório.

Esta vida não é uma vida eterna, como antes, quando era para si mesmo. É, ao invés, semelhante à de um “suor da vida”, uma vida que foi dividida em gotas minúsculas, onde cada gota é um fragmento de sua vida anterior. E este é o significado das centelhas de almas que foram espalhadas ao longo de seus descendentes. Assim, em todos os seus descendentes, todas as pessoas no mundo, em todas as gerações, até a última geração, que conclui o propósito da criação, são uma longa cadeia.

Segue-se que os atos do Criador não mudam em nada pelo pecado da Árvore do Conhecimento. Pelo contrário, esta Luz de vida que foi completa em Adam HaRishon foi ampliada e estendida em uma longa cadeia, girando na roda da transformação da forma até o fim da correção. Não há interrupção por um momento, uma vez que as ações do Criador devem ser vivas e duradouras, “Santidade é elevada, não diminuída”.

Assim é o caso do homem, isso é o que acontece com todas as criaturas no mundo, porque todos eles descendem de uma forma eterna e geral, na roda da transformação da forma, assim como o homem fez.

Tanto o homem quanto o mundo têm um valor interior e um valor exterior. O exterior sempre sobe e desce de acordo com o interior, e este é o significado de “No suor do teu rosto comerás o teu pão”. Ao invés do sopro de vida anterior que o Criador soprou em suas narinas, existe agora um suor da vida em suas narinas.

19)         Nossos sábios disseram (Babba Batra 17), “Ele é a inclinação ao mal, ele   é  Satan, ele é o anjo da morte. Ele desce e incita, sobe e reclama, ele vem e ele toma a sua alma”. Isto ocorre devido a duas corrupções gerais que ocorreram em função do pecado da Árvore do Conhecimento.

A primeira corrupção é a questão de “sobe e reclama”. Ele foi tentado a comer da Árvore do Conhecimento adquirindo um vaso de recepção do Espaço Vazio na estrutura de seu corpo. Isso, por sua vez, causou ódio e distanciamento entre a Luz eterna da vida que o Criador soprou nas narinas e no corpo de Adão.

É semelhante ao que eles disseram, “Todos aqueles que são orgulhosos, diz  o Criador, “ele e Eu não podemos viver na mesma morada”. Isso ocorre porque o orgulho provém dos vasos de recepção do Espaço Vazio, do qual o Ohr Elyon já partiu desde o Tzimtzum.

Está escrito no Zohar que o Criador odeia os corpos que são criados apenas para eles mesmos. Por esta razão, a Luz da vida os abandonou, sendo esta a primeira corrupção.

A segunda corrupção é a queda das 288 centelhas que já se encontravam conectadas ao sistema da Kedushá. Elas foram dadas e desceram para o sistema da Sitra Achra e Klipót evitando que o mundo fosse destruído.

Isso acontece porque o sistema da Kedushá não pode sustentar e nutrir as pessoas e o mundo, devido ao ódio criado entre a Kedushá e os Kelim do Espaço Vazio. Isso está de acordo com a lei dos opostos, “ele e Eu não podemos habitar a mesma morada”. Assim, as 288 centelhas foram dadas para o sistema da Sitra Achra  a fim de que ela nutrisse e sustentasse o homem e o mundo ao longo das encarnações das almas nos corpos, como está escrito, “Dez mil para uma geração, e por mil gerações”, até a correção final.

Agora você entende porque elas são chamadas de Klipót. É porque elas se assemelham às cascas de uma fruta. A casca dura envolve e cobre a fruta a fim de mantê-la longe de qualquer sujeira e perigo até que seja comida. Sem ela, a fruta seria corrompida e não cumpriria seu propósito. Assim vemos que as 288 centelhas foram dadas às Klipót, como forma de sustentar e qualificar a realidade até que se conectem e atinjam seu objetivo desejado.

A segunda corrupção supramencionada é a questão do “vem e toma sua alma”. Eu gostaria de dizer que, mesmo esta pequena parte da alma que permanece para uma pessoa, como “suor da vida anterior”, também é roubado pela Sitra Achra, através desta mesma doação que ela lhe dá a partir das 288 centelhas que caíram nela.

Para entender isso, você precisa de uma figura clara da Sitra Achra como ela realmente é. Assim, você será capaz de examinar todos seus caminhos. Todas as partes da realidade do mundo inferior são ramos, expandindo-se de suas raízes como um selo impresso dos Mundos Superiores, e o Superior daquele Acima dele e o Superior do seu próprio Superior.

Saiba que qualquer diferenciação de ramos a partir das raízes está apenas em relação às suas substâncias. Isso significa que as substâncias nesse mundo são corpóreas e as substâncias no mundo de Yetzirá são espirituais, relacionando-se à espiritualidade em Yetzirá. É assim em todos os mundos.

Entretanto, as ocorrências e os comportamentos neles têm o mesmo valor de cada ramo a partir de sua raiz, como duas gotas num lago, assim como a marca cuja forma é idêntica àquela deixada por um selo aplicado. E, uma vez que você saiba  isso, podemos procurar aquele ramo que a Sitra Achra superior tem nesse mundo e, através dela, conheceremos, também, a raiz da Sitra Achra  superior.

Encontramos no Zohar (Parashat Tazriya) que as aflições no corpo das pessoas são ramos da Sitra Achra superior. Assim, tomemos o nível Animal e vamos aprender a partir dele. Sabemos que o êxtase que ocorre em seu corpo através da aquisição do prazer é o que prolifera sua vida. Por esta razão, a Providência foi impressa nos pequenos, que qualquer lugar que eles repousem seus olhos proporciona-lhes prazer e contentamento, mesmo as coisas mais insignificantes.

Isso acontece porque o nível do menor deve proliferar suficientemente para crescer e brotar, por isso o prazer deles é tão intenso. Dessa forma descobre-se que a Luz do prazer é a progenitora da vida.

Entretanto, esta lei aplica-se apenas aos prazeres que atendam o nível como um todo. Mas no prazer da separação, onde o prazer é concentrado e recebido apenas por uma parte separada do nível Animal, verificamos a regra oposta. Se há uma parte defeituosa em sua carne, que precisa ser arranhada ou coçada, o ato de arranhar já traz a recompensa em si, à medida que a pessoa sente grande prazer nisso. Entretanto, este prazer está manchado com uma gota da porção da morte: se a pessoa não controla seus desejos e sucumbe a essas tentações, o pagamento terá um débito cada vez maior.

Em outras palavras, de acordo com o prazer de coçar, assim a aflição aumenta e o prazer se tornará em dor. Quando ele começar a se curar novamente, uma nova necessidade de coçar aparece, mais forte do que anteriormente. E se o indivíduo ainda não consegue controlar seu desejo, atuando a fim de preencher esta demanda, a aflição aumentará também.

Finalmente, ele traz uma gota amarga, envenenando completamente o  sangue daquele animal. Descobre-se que ele morreu ao receber prazer, já que é um prazer de separação, recebido apenas pela parte separada do nível. Assim, a morte opera no nível da maneira oposta do prazer  administrado ao nível inteiro.

Aqui temos diante de nós a forma da Sitra Achra superior da cabeça aos dedos dos pés. Sua cabeça é o desejo de receber para si mesmo e não compartilhar fora de si mesmo, da mesma forma de exigência que não será cumprida em relação a todo o mundo animal. O corpo da Sitra Achra é uma certa forma de demanda que não será paga. O pagamento que o individuo faz aumenta o débito e a aflição ainda mais, assim como no exemplo de receber prazer ao se coçar.

O dedo do pé da Sitra Achra é a gota da poção da morte que a rouba e separa da última centelha de vida que lhe restou, assim como a gota da poção da morte que intoxica todo o sangue no animal.

Este é o significado do que disseram nossos sábios, “no final, ele veio e tomou sua alma”. Em outras palavras, eles disseram que o anjo da morte veio com sua espada com uma gota de veneno em sua ponta; a pessoa abre a boca, ele joga a gota lá dentro e ela morre.

A espada do anjo da morte é a influência da Sitra Achra, chamada Herev22 em função da separação que aumenta de acordo com a medida da recepção, e a separação o destrói. O individuo é compelido a abrir a boca, uma vez que deve receber a abundância para o sustento e persistência das mãos dela. No final, a gota amarga na ponta da espada o alcança completando a separação de sua última faísca do seu sopro de vida.

20)         Como resultado destas duas corrupções, o corpo do homem também foi corrompido, pois é precisamente adaptado pela Criação para receber a abundância para seu sustento do sistema da Kedushá. Isto é assim porque em qualquer ato viável, suas partes são guardadas de qualquer excesso ou escassez. Um ato que não é viável  é porque suas partes estão desequilibradas e há alguma carência ou excesso neles.

Como ele diz no Poema da Unificação: “De todo o Seu trabalho, nenhuma coisa Você esqueceu; Você não acrescentou, e Você não subtraiu”. É uma lei obrigatória que operações perfeitas provem do Operador  perfeito.

Entretanto, quando uma pessoa passa do sistema da Kedushá ao sistema da Sitra Achra, devido a craca ligada a sua construção pela Árvore do Conhecimento, muitas partes dela estão em excesso, desnecessárias. Isto é porque elas não recebem nada da abundância do sustento dispensada pela autoridade da Sitra Achra, como vemos com o Luz osso (Zohar, Midrash HaNe’elam, Toldot), e também numa certa porção de todo e cada órgão.

Por isso, deve-se receber sustento em seu próprio corpo mais do que o necessário, visto que o excesso se junta a toda demanda que nasce do corpo. Portanto, o corpo recebe por eles. Contudo, o próprio excesso não pode receber sua parte; assim sua parte permanece no corpo como excesso e lixo que o corpo tem que expulsá-lo mais tarde.

Em consequência, as ferramentas de alimentação e digestão esforçam-se em vão. Elas diminuem e se reduzem até a extinção porque sua sentença está predeterminada, como o de qualquer ato desequilibrado, destinado a se desintegrar. Assim constatamos que da perspectiva da construção do corpo, também, sua morte depende da causa e do efeito da Árvore do Conhecimento.

Agora nós conseguimos aprender e conhecer as duas condutas contraditórias e opostas (Item 11). O sustento e a manutenção dos seres criados já passaram do sistema de Kedushá para o sistema da Sitra Achra. Isto acontece devido à craca do grande desejo de receber para si mesmo, presa nos seres criados por comer da Árvore do Conhecimento. Isto induz a separação, oposição, e aversão entre o sistema da Kedushá e a estrutura dos corpos dos seres criados neste  mundo.

E quando a Kedushá não pode mais sustentar e alimentá-los da grande mesa, para não destruir a realidade e para induzir um ato de correção neles, ela dá ao coletivo a abundância do sustento da realidade – suas 288 centelhas – ao sistema da Sitra Achra, então eles abastecerão toda a criação do mundo durante o período de correção.

Por esta razão, as condutas da existência estão muito confusas, uma vez que  o mal brota dos perversos, e se a abundância é reduzida aos seres criados, isto certamente trará ruína e destruição. E se a abundância é aumentada, isto traz força excessiva de separação aos receptores, como nossos sábios dizem, “Aquele que tem cem, quer duzentos; aquele que tem duzentos quer  quatrocentos”.

É como o prazer que o corpo separado e defeituoso sente, onde o prazer aumentou, aumenta a separação e a aflição. Assim, o amor-próprio aumenta imensamente nos receptores, e a pessoa engole o amigo vivo. Também, a vida do corpo encurta, uma vez que a acumulação de recepção traz a gota amarga e o fim mais cedo, e para onde quer que eles se tornem eles apenas se condenam.

Agora você pode compreender o que está escrito em Tosfot (Ktubot p.104): “Quando alguém ora para que a Torá entre no corpo, deveria orar para que nenhuma iguaria entre no seu corpo”. Isto porque a forma de auto-recepção, que é  o oposto da Kedushá, aumenta e se multiplica na medida do prazer que o corpo adquire.

Assim, como alguém pode obter a Luz da Torá dentro do corpo, quando ele está separado e em completa oposição de forma da Kedushá, e há grande ódio entre eles, como em todos os opostos: eles se odeiam uns aos outros e não podem estar debaixo do mesmo teto.

Portanto, deve-se primeiro orar para que nenhum deleite ou prazer entre no corpo, e conforme as ações em Torá e Mitzvot acumulam, lentamente a pessoa se purifica e inverte a forma de recepção em prol de doar. Vemos que a pessoa iguala a sua forma ao sistema da Kedushá, e a equivalência e o amor entre eles retorna, como antes do pecado da Árvore do Conhecimento. Assim, ela é premiada com a Luz da Torá, uma vez que entrou na presença do Criador.

21)         Agora é completamente compreendido porque a resposta dos anjos a respeito da criação do homem, que nós aprendemos no Midrash (Item 11), não é apresentada. É porque até mesmo os anjos de Misericórdia e da Justiça não concordaram com o homem atual, já que ele tem estado completamente fora de suas influências e se tornou totalmente dependente da Sitra  Achra.

O Midrash termina: “Ele tomou a Verdade e a jogou no chão. Todos disseram imediatamente, “Deixe a Verdade brotar da terra”. Isto significa que até mesmo os anjos da Misericórdia e da Justiça lamentaram o consentimento deles, pois nunca concordaram que a Verdade fosse desonrada.

Este incidente ocorreu no momento da mordida da Árvore do Conhecimento, quando a Verdade estava ausente da gestão da sustentação da realidade, pois a força do exame impresso no homem pela Criação, que opera pela sensação de amargo e doce, tem enfraquecido e falhado (Item  17).

Isto é assim porque a provisão para o sustento, que são as 288 Bechinot diferentes, já estavam tão claras como dia, ligado ao sistema da Kedushá. E “o palato prove seu alimento”, para atrair integralmente tudo o que é amado e doce, e rejeitar tudo o que é amargo, então ninguém deve falhar neles.

No entanto, após a primeira degustação da Árvore do Conhecimento, para   a qual a forma Gadlut de auto-recepção ficou presa a eles, seu corpo e a Kedushá tornaram-se dois opostos. Naquele momento, a abundância de sustento, que são as 288 Bechinot, passou para as mãos da Sitra Achra.

Vemos que as 288 centelhas que já haviam sido classificadas foram remixadas pela Sitra Achra. Assim, uma nova forma foi feita na realidade a forma cujo início é doce e cujo fim é amargo.

Isto foi porque a forma das 288 foi alterada pela Sitra Achra, onde a Luz do prazer traz separação e uma gota de amargura. Esta é a forma da mentira; o primeiro e o principal progenitor de toda a destruição e confusão.

Está escrito: “Ele tomou a Verdade e a jogou no chão”. Assim, por causa da serpente, um novo discernimento foi adicionado ao homem – a força cognitiva ativa. Ela opera por discernimentos de verdadeiro e falso, e é preciso usá-la durante todo   o período de correção, pois sem ela o benefício é impossível (Item 17).

Venha e veja toda a confusão causada pela queda das 288 centelhas nas mãos da Sitra Achra. Antes que eles provassem da Árvore do Conhecimento, a mulher não podia nem mesmo tocar a coisa proibida (Item 17). Por mera proximidade da Árvore do Conhecimento, ela provou da amargura que tinha o gosto da morte. Por esta razão, ela entendeu e acrescentou a proibição de tocá-la. E depois da primeira mordida, quando a Sitra Achra e a falsidade já controlavam o sustento da realidade,   a proibição tornou-se tão doce no seu início, que já não podiam se afastar  dela. É por isso que ele disse, “Eu comi e vou comer mais”.

Agora vocês entendem porque a recompensa na Torá é destinada apenas  para os corpos maduros. É porque todo o propósito da Torá é corrigir o pecado da Árvore do Conhecimento, o qual induziu à confusão da conduta do sustento da realidade.

É por esta correção que a Torá foi dada – para elevar as 288 centelhas à Kedushá novamente. Naquela época, a condução do sustento retornará para a Kedushá e as confusões nas formas dos meios de sustento da realidade cessarão. Então,  as  pessoas  serão  levadas  à  perfeição  desejada  por  si  só,  e  apenas  pelo discernimento de amargo e doce, que foi o primeiro operador, antes do pecado da Árvore do Conhecimento.

Os profetas, também, falam apenas da correção deles, como é dito, “Todos os profetas profetizaram apenas para os dias do Messias”. Esse é o significado da restauração das formas de sustento do mundo sob a Providência ordenada, como era antes do pecado. “Mas, para o mundo vindouro” implica o fim da questão, que é a Similaridade de Forma com o Criador, “nem com os olhos se viu um Deus além de Ti”. Também está escrito que nos dias do Messias, se o Egito não subir, não vai chover sobre eles, ou seja, através dos discernimentos do bem e do mal.

22)         Agora que entendemos as palavras de nossos sábios que o Criador não encontrou um vaso que contenha uma bênção para Israel, exceto a paz. Nós perguntamos: “Por que esta declaração foi escolhida ao final da  Mishná?”

De acordo com o exposto acima, entendemos que a alma eterna da vida que o Criador tem soprado em suas narinas, apenas para as necessidades de Adam HaRishon, se afastou por causa do pecado da Árvore do Conhecimento. Ela adquiriu uma nova forma, chamada “Suor da Vida”, ou seja, que o geral foi dividido em um grande número de particulares, gotas minúsculas, divididas entre Adam HaRishon e todos os seus descendentes até o fim dos tempos.

Daqui resulta que não existem alterações nos atos do Criador, mas há, ao invés, uma forma adicional aqui. Esta Luz comum da vida, que estava lotada no nariz de Adam HaRishon se expandiu em uma longa cadeia, girando na roda da transformação da forma de muitos corpos, corpo após corpo, até o fim necessário da correção.

Acontece que ele morreu no mesmo dia em que comeu do fruto da Árvore do Conhecimento e a vida eterna partiu dele. Em vez disso, ele foi amarrado a uma longa cadeia pelo órgão da procriação (que é o significado da copulação, chamada “Paz”).

Vemos que a pessoa não vive para si mesma, mas para toda a cadeia. Assim, cada uma das partes da cadeia não recebe a Luz da vida em si, mas apenas distribui  a Luz da vida para toda a cadeia. Isso também é o que você encontra nos seus próprios dias de vida: aos vinte anos, está apto a se casar com uma mulher; e nos próximos dez anos, ele pode esperar ter filhos, assim, ele certamente será pai aos trinta anos.

Então, ele senta e espera por seu filho até ele estar com quarenta anos de idade, a idade de Biná (entendimento), então ele pode passar para ele a fortuna e o conhecimento que ele adquiriu por si mesmo, e tudo o que tinha aprendido e herdado de seus antepassados, e ele confiará nele para não perdê-lo para questões do mal. Em seguida, ele prontamente morre, e passa à seu filho a continuação da cadeia no lugar de seu pai.

Foi explicado (Item 15) que o incidente do pecado da Árvore do Conhecimento foi obrigatório para Adam HaRishon, como está escrito, “Libel é terrível para os filhos dos homens”. Isto é assim porque é preciso acrescentar à sua estrutura um Kli exterior para receber a Luz Circundante, de modo que os dois opostos virá num só indivíduo, em duas vezes consecutivas. Durante o período de Katnut, ele vai ficar dependente da Sitra Achra. Seus vasos de recepção do Espaço Vazio irão crescer à suas medidas desejadas pelos prazeres separados que se recebe por causa deles.

Finalmente, quando se atinge Gadlut e se engaja em Torá e Mitzvot, a capacidade de transformar os grandes vasos de recepção, em prol de doar, estarão prontamente disponíveis. Este é o objetivo principal, chamado “A Luz da Verdade”  e “O Selo” (Item 14).

No entanto, sabe-se que antes que alguém se conecte à Kedushá, deve se livrar novamente de qualquer forma de recepção que recebeu da mesa da Sitra Achra, tal como o mandamento do amor veio até nós, “com todo o teu coração e com toda a tua alma”. Assim, o que os sábios tem feito por essa correção se alguém perde tudo  o que adquiriu da Sitra Achra?

Por esta razão, Sua Providência proveu a proliferação dos corpos em cada geração, como nossos sábios disseram: “Ele viu que os justos eram poucos, Ele levantou e os plantou em cada geração”. Isto significa que Ele viu que no final, os justos irão repelir o problema da autorrecepção completamente e, portanto, a Luz Circundante deles diminuiria, uma vez que o Kli exterior que está apto para isto será repelido deles.

Por esta razão, Ele plantou em cada geração, porque em todas as gerações, um grande número de pessoas é criado principalmente para os justos, para os portadores dos Kelim do Espaço Vazio para eles. Assim, o Kli Exterior necessariamente operaria no justo involuntariamente.

Isto é assim porque todas as pessoas no mundo estão ligadas uma as outras. Elas afetam umas às outras, tanto em inclinações corporais quanto nas opiniões. Portanto, elas necessariamente trazem a inclinação para a autorrecepção dos justos,  e desta maneira elas podem receber a Luz Circundante  desejada.

No entanto, por conseguinte, o justo e o ímpio deveriam ter sido iguais em peso em cada geração. No entanto, isto não é assim, e para cada justo, nós encontramos muitos milhares de iníquos. No entanto, saiba que existem dois tipos de governança na criação: a) a força qualitativa; b) a força  quantitativa.

A força daqueles que pendem sobre os pés da Sitra Achra é deficiente, desprezível e baixa, indesejável, e sem propósito, e eles são como a  palha soprada pelo vento. Assim, como tais pessoas podem fazer qualquer coisa para as pessoas hábeis cujo caminho é claro com desejo e objetivo, e um pilar da Luz Superior brilha diante delas dia e noite, o suficiente para trazer as minúsculas inclinações em seus corações?

Assim, Ele proveu a força quantitativa na Criação, pois esta força não precisa de qualquer qualidade. Vou explicar-lhes pela forma como encontramos esta força qualitativa na força, tal como nos leões e tigres, onde, devido à grande qualidade da sua força nenhum homem vai lutar contra eles.

Oposto a eles, nós encontramos força e poder, sem nenhuma qualidade, como nas moscas. Mas por causa de seus números, ninguém vai lutar contra eles. Esses andarilhos vagueiam pela casa do homem e ficam sobre a mesa livremente e é o homem que se sente fraco contra eles.

No entanto, com as moscas selvagens, insetos e outros hóspedes indesejados, embora a qualidade de sua força seja maior do que a das moscas domésticas, o homem não vai descansar até que ele as expulse completamente do seu domínio. Isto é assim porque a natureza não lhes atribui à capacidade de reprodução das moscas.

Assim, você pode ver que deve haver necessariamente uma grande multidão para cada justo. Eles transmitem suas inclinações brutas nele através do poder de seus números, pois eles não têm qualidade alguma.

Este é o significado do versículo: “O Senhor dará força ao seu povo”. Isto significa que a Luz eterna da vida, atingida por toda a cadeia da criação, é chamada de “Força”. O texto garante que o Criador certamente nos dará essa força.

No entanto, devemos perguntar: Como assim? Uma vez que cada pessoa não é em toda de si mesma, como nossos sábios escreveram: ‘É melhor para ele não ter nascido do que nascer’, por que então temos certeza da Sua  eternidade?

E o verso termina: “o Senhor abençoará o seu povo com paz”, ou seja, a bênção dos filhos. É como nossos sábios disseram em Masechet Shabat, “quem faz a paz na casa está ocioso”. É assim porque através dos filhos, esta corrente está amarrada e ligada até o fim da correção. Naquela época, todas as peças estarão na eternidade.

Por esta razão, nossos sábios disseram: “O Criador não encontrou um receptáculo que contivesse as bênçãos de Israel, mas a paz”. Porque, assim como Sua bênção é eterna, os receptores devem ser eternos.

Assim, você descobrirá que através dos filhos, os pais criam e mantém entre eles a cadeia de eternidade, apta para manter a bênção eternamente. Daqui resulta que é a paz que mantém e conduz a plenitude da  bênção.

Por isso, nossos sábios terminaram a Mishná com este versículo, uma vez que a paz é o vaso que mantém a bênção da Torá e todas as Mitzvot para nós até a redenção completa e eterna em breve em nossos dias Amén, e tudo virá ao seu lugar em paz.

* Face Iluminada e Acolhedora

21 Nota do tradutor: nome da porção semanal da Torá.

22 Nota do tradutor: Herev significa espada, mas ela vem da palavra Hebraica Harav (destruído)

PREFÁCIO AO LIVRO DO ZOHAR

Do livro “Cabala Para o Estudante”

 

1) A profundidade da sabedoria no sagrado Livro do Zohar encontra-se fechada e enjaulada por trás de mil fechaduras, e nossa linguagem humana é muito pobre para nos prover com expressões suficientes e confiáveis para interpretar algo neste livro do início ao fim. Também, a interpretação que eu fiz não é nada mais que uma escada para ajudar o examinador a subir às alturas das questões e examinar as palavras do livro em si. Assim, eu considerei necessário preparar o leitor e dar a ele um caminho e uma entrada nas definições confiáveis sobre como alguém deve contemplar e estudar o livro.

2) Primeiro, saiba que tudo o que é ditto no Livro do Zohar, e até mesmo suas histórias, são denominações das dez Sefirot, chamadas KACHÁB (Kéter, Chochmá, Biná), CHAGAT (Chéssed, Gvurá, Tiféret), NEH”YM (Netzach, Hod, Yessód, Malchut), e suas permutações. Assim como as vinte e duas letras da linguagem falada, cujas permutações são suficientes para cobrir todo objeto e todo conceito, os conceitos, e permutações dos conceitos, nas dez Sefirot são suficientes para revelar toda a sabedoria no livro dos Céus. No entanto, existem três limites que a pessoa deve ter muita prudência, e não ultrapassá-los enquanto estudar as palavras do livro.

3) Primeiro limite: Existem quatro categorias na condução da aprendizagem, chamadas “Matéria”, “Forma na Matéria”, “Forma Abstrata” e “Essência”. É o mesmo nas dez Sefirot. Saiba que O Livro do Zohar não se envolve na Essência e na Forma Abstrata nas dez Sefirot, mas apenas na Matérias delas, ou na Forma delas, enquanto revestidas na Matéria.

4) Segundo limite: Nós distinguimos três discernimentos na realidade abrangente e Divina no que diz respeito a criação das almas e à conduta de sua existência:

  • Ein Sóf;
  • O mundo de Atzilut;
  • Os três mundos chamados Briá, Yetzirá e Assiá.

Deve-se saber que O Zohar participa somente dos mundos, BYA (Briá, Yetzirá, Assiá), e em Ein Sóf e no mundo de Atzilut, na medida em que BYA recebe deles. Contudo, O Livro do Zohar não se refere à Ein Sóf e ao mundo de Atzilut de forma direta.

5) Terceiro limite: Há três aspectos em cada um dos mundos, BYA:

  • As dez Sefirot, que são as Emanações da Santidade que brilha no mundo;
  • Neshamot (Almas), Ruchot (espíritos), e Nefashot (vida)19 das pessoas;
  • O resto da realidade ali contida é chamado de “anjos”, “corpo” e “palácios” cujos elementos são inumeráveis.

Tenha em mente que embora O Zohar elucide amplamente os detalhes em cada mundo, você deverá ainda saber que a essência das palavras do Zohar sempre focará as almas das pessoas naquele mundo. Ele explica outros aspectos, apenas para sabermos na medida em que as almas recebem deles. O Zohar não menciona sequer uma simples palavra do que não se relaciona à recepção das almas. Logo, você deve aprender que tudo que é apresentado no Livro do Zohar relaciona-se à recepção da alma.

E já que esses três limites são bastante rigorosos, caso o leitor não seja cauteloso com eles e tomar as questões fora do contexto, ele irá compreender o tópico de forma equivocada. Por essa razão considerei necessário questionar e expandir o entendimento dessas três fronteiras tanto quanto pude, de forma que  elas sejam entendidas por todos.

6) Você já sabe que há dez Sefirot, chamados Chochmá, Biná, Tiféret, e Malchut, e sua origem, chamada Kéter. Elas são dez porque Sefirá (singular de Sefirot) Tiféret contém seis Sefirot, chamados Chéssed, Gvurá, Tiféret, Netzach, Hod, e Yessód. Lembre- se que onde costumamos usar dez Sefirot, eles são CHÁB TUM.

Em geral, elas compreendem os quatro mundos ABYA, já que o mundo de Atzilut é a Sefirá Chochmá; o mundo de Briá é a Sefirá Biná; o mundo de Yetzirá é Sefirá Tiféret; e o mundo de Assiá é a Sefirá Malchut. Particularmente, não é somente cada mundo que possui dez Sefirot CHÁB TUM, mas até mesmo o menor elemento em cada mundo possui também essas dez Sefirot CHÁB  TUM.

7) O Zohar comparou essas dez Sefirot, CHÁB TUM, a quatro cores:

  • Branco para Sefirá Chochmá;
  • Vermelho para Sefirá Biná;
  • Verde para Sefirá Tiféret;
  • Preto para Sefirá Malchut.

Ela assemelha-se a um espelho que tem quatro facetas pintadas nas quatro cores acima. E, embora a luz nela seja uma, ela é colorida e ao atravessar essas facetas se transforma em quatro tipos de luz: luz branca, luz vermelha, luz verde e luz preta.

Desse modo, a Luz em todas as Sefirot é simplesmente a Divindade a Unidade, da parte de cima de Atzilut, à parte de baixo de Assiá. A divisão em dez Sefirot CHÁB TUM deve-se aos Kelim (Vasos) chamados CHÁB TUM. Cada Kli (singular para Kelim) é como uma fina divisão através da qual a Luz Divina cruza em direção aos receptores.

Por esse motivo, considera-se que cada Kli ‘pinta’ a Luz de uma cor diferente. O Kli de Chochmá no mundo Atzilut, carrega Luz branca, ou seja, incolor. Isso ocorre porque o Kli de Atzilut é como se fosse a própria luz, e a Luz do Criador não sofre qualquer alteração ao atravessá-la.

Este é o significado do que está escrito no Zohar sobre o mundo de Atzilut, “Ele, Sua Vida, e Ele Mesmo são um”. Assim, a Luz de Atzilut é considerada Luz branca. Porém, quando ela se move através do Kelim dos mundos de Briá, Yetzirá e Assiá, a Luz se modifica e se enfraquece à medida que se move através deles para os receptores. Por exemplo, a Luz vermelha está para Biná, que é Briá; a Luz verde, como a luz do sol, está para Tiféret, que é o mundo de Yetzirá; e a Luz preta está para a Sefirá Malchut, que é o mundo de Assiá.

8) Complementando acima, há uma observação muito importante em relação a essa alegoria das quatro cores. As Luzes Superiores são chamadas de Sefer (livro), como está escrito (Livro da Criação, Capítulo Um, Primeiro Parágrafo), “Ele criou Seu mundo em três livros: Um livro, um “autor, e uma história”.

A revelação da sabedoria em cada livro não se encontra na sua ‘parte branca’, mas, sobretudo nas cores, na tinta, da qual as letras se formam no livro, nas combinações de sabedoria, chegam ao leitor. Ao todo, há três tipos de tinta no livro: vermelha, verde, e preta.

Do mesmo modo, o mundo de Atzilut, que é Chochmá, é toda Divindade, como o branco no livro. Isso significa que não possuímos percepção em nada, mas toda a revelação no livro do Firmamento encontra-se nas Sefirot Biná, Tiféret e Malchut, que são os três mundos BYA, considerados a tinta no livro do Firmamento.

As letras e suas combinações aparecem nos três tipos de tinta mencionados acima, e é somente através deles que a Luz Divina surge para os receptores. Ao mesmo tempo, devemos notar que o branco no livro é o tema principal do livro, e  as letras são todas “predicados” sobre o branco no livro. Dessa forma, não tivesse sido pelo branco, a existência das letras e todas as manifestações de Chochmá nelas, não teriam sido possíveis.

Semelhantemente, o mundo de Atzilut, que é Sefirá Chochmá, é o primeiro objeto de manifestação de Chochmá, que surge através dos mundos de BYA. Este é o significado de, “Na sabedoria Tu fizeste eles todos”.

9) Dissemos acima, no terceiro limite, que o Zohar não fala do mundo interno de Atzilut e dele mesmo, já que é considerada a parte branca do livro, mas de acordo com sua iluminação nos três mundos de BYA. Isso é assim porque é como a tinta, as letras e suas combinações no livro, de duas maneiras:

  • Ou os três mundos BYA recebem a iluminação do mundo Atzilut em seu próprio lugar, cada vez que a Luz for amplamente reduzida, já que ela passa através da Parsá, abaixo do mundo de Atzilut, até que seja percebida como simples iluminação dos Kelim de Atzilut.
  • Ou na forma em que os mundos de BYA ascendam acima da Parsá, para o lugar das Sefirot Biná, Tiféret e Malchut de Atzilut. Nesse momento, eles revestem o mundo de Atzilut e recebem a Luz no local em que ela resplandece.

10) Não obstante, a alegoria e a lição não são exatamente comparáveis, pois no livro de sabedoria neste mundo, ambos, o branco e a tinta em suas letras, não têm vida. A revelação da sabedoria causada por eles não se encontra em sua própria essência, mas fora deles, na mente do investigador.

Porém, nos quatro mundos ABYA, que são o livro do Firmamento, todas as Luzes nas realidades espirituais e corporais estão presentes e continuam nelas. Assim, você deveria saber que o branco contido nele, que é o tópico deste livro, é a matéria aprendida em si, enquanto as três cores da tinta elucidam esse  tópico.

11) Aqui você deveria compreender os quatro modos de percepção, apresentados acima no primeiro limiar:

  • Matéria;
  • Forma Revestida de Matéria;
  • Forma Abstrata;
  • Essência.

Por ora, eu os explicarei utilizando exemplos tangíveis deste mundo. Por exemplo, quando você diz que uma pessoa é forte, verdadeira ou desonesta, etc., você tem à sua frente o seguinte:

  • Sua matéria, representando seu corpo;
  • A forma que a matéria é caracterizada – forte, verdadeira ou desonesta;
  • A forma abstrata. Você pode remover a forma forte, verdadeira ou desonesta da matéria daquela pessoa e analisar essas três formas em si, destituídas de qualquer matéria ou corpo, examinando os atributos de força, verdade e desonestidade e reconhecer mérito ou demérito nelas, enquanto que livres de qualquer substância.
  • A essência da pessoa.

12) Saiba que nós não possuímos nenhuma percepção em relação ao quarto modo, a essência da pessoa em si, sem a matéria. Isso ocorre porque nossos cinco sentidos e nossa imaginação nos oferecem somente manifestações de ações da essência, mas não a essência em si.

Por exemplo, o sentido da visão nos oferece somente sombras da essência, já que são formadas opostas à luz.

Semelhantemente, o sentido da audição é nada mais do que uma força do golpe de uma forma no ar. E o ar que é rejeitado por ela, golpeia o tambor em nosso ouvido, e nós escutamos que há forma próxima a nós.

O sentido do olfato nada mais é do que o ar que emerge da forma e atinge nossos nervos olfativos e então nós cheiramos. Além disso, o sentido do paladar é o resultado do contato de nossos nervos gustativos.

Assim, todos esses quatro sentidos nos proporcionam manifestações de atos que se originam de uma forma, não sendo a própria forma.

Até mesmo o sentido do tato, o mais forte dos sentidos, ao separar o quente do frio e o sólido do macio, é apenas manifestação de ações na forma; não sendo mais do que apenas eventos da forma. Isso ocorre porque o quente pode ser resfriado e o frio pode ser aquecido; o sólido pode ser transformado em líquido por meio de processos químicos e o líquido pode ser transformado em ar, representando somente gás, quando qualquer entendimento dos nossos cinco sentidos tiver findado. Logo,  a essência em si ainda existe, já que se pode transformar o ar em líquido mais uma vez, e o líquido em sólido.

Obviamente que os cinco sentidos não nos revelam qualquer essência, mas somente evidências e manifestações de atividades da essência. Sabe-se que o que não sentimos, não podemos imaginar; e o que não podemos imaginar, nunca irá surgir em nossos pensamentos, e não há forma de se  perceber.

Assim, o pensamento não possui nenhuma percepção na essência. Além do mais, nós nem mesmo conhecemos a nossa própria essência. Eu sinto e sei que ocupo espaço no mundo, que sou sólido, amoroso, e que penso, e outras manifestações de ações de minha essência. Mas se você me perguntar sobre minha própria essência, de onde todas essas manifestações se originam, eu não sei o que  lhe responder.

Assim você nota que a Providência nos impediu de atingirmos qualquer essência. Nós atingimos somente manifestações e imagens de ações que derivam de nossas essências.

13) Temos uma percepção plena do primeiro aspecto, que é a Matéria, representando as manifestações das ações expressas de cada essência. Ou seja, isso nos esclarece que a essência reside na substância, de modo que nós não sofremos de modo algum com a falta da obtenção da essência em si.

Nós não sentimos falta disso como não sentimos falta de um sexto dedo em nossa mão. Essa obtenção, representando a manifestação das ações da essência, é totalmente suficiente para cada uma de nossas necessidades e aprendizado, tanto para alcançarmos o nosso próprio ser, como para alcançarmos o todo que existe fora de nós.

14) O segundo aspecto, a Forma Revestida de Matéria, é também uma realização efetiva e clara, já que nós a adquiramos por meio de experiências práticas e reais, que encontramos na ação de qualquer matéria. Todo nosso conhecimento superior e determinado origina-se desse entendimento.

15) O terceiro aspecto denomina-se Forma Abstrata. Uma vez que a forma foi revelada, enquanto revestida de alguma matéria, nossa imaginação pode abstraí- la por inteiro e percebê-la independente de qualquer substância, semelhantemente  às virtudes e boas qualidades que aparecem em livros éticos, onde se fala das propriedades da verdade e da mentira, da raiva, força, etc., quando destituídos de qualquer matéria. Nós as designamos meritórias ou não, mesmo  sendo abstratas.

Você deveria saber que este terceiro aspecto não é aceito pelo erudito dito sensato, já que é não é possível confiar nele cem por cento, por não ser provido de matéria e por ser passível de erro.

Tome por exemplo alguém com uma moral idealista, alguém que não seja religioso. Devido ao seu profundo compromisso em relação à verdade, enquanto forma abstrata, essa pessoa poderia decidir que mesmo que pudesse salvar as pessoas da morte, dizendo-lhes uma mentira, e mesmo que o mundo inteiro estivesse condenado, ele não diria uma mentira deliberada. Esta não é a visão do Torá, já que nada é mais importante do que salvar vidas (Yoma, 82a).

Certamente, se alguém tivesse aprendido as formas da verdade e da mentira quando providas de matéria, ele iria compreender apenas em relação ao seu benefício ou prejuízo a ela.

Em outras palavras, após o mundo ter passado por muitas provações, tendo visto o grande número de ruína e os danos que pessoas enganosas causaram com suas mentiras e o imenso benefício que pessoas verdadeiras trouxeram, restringindo- se a dizer apenas palavras de verdade, elas concordaram que nenhum mérito é mais importante que a qualidade da verdade, e não há demérito maior quanto à qualidade da falsidade.

E se o idealista tivesse entendido isso, ele certamente concordaria com a visão do Torá, e acharia que a mentira que salva mesmo uma pessoa da morte é muito mais importante do que todo o mérito e louvor da qualidade abstrata da verdade. Assim, não há nenhuma certeza em todos esses conceitos do terceiro aspecto, que são formas abstratas, muito menos com formas abstratas nunca providas de qualquer substância. Tais conceitos nada mais são que perda de  tempo.

16) Agora você aprendeu de forma completa esses quatro aspectos – Matéria, Forma na Matéria, Forma Abstrata e Essência – de modo tangível. Foi esclarecido que não temos qualquer percepção no quarto modo, a essência, e o terceiro modo é um conceito que pode induzir a erro. Apenas a primeira forma, que é a Matéria, e a segunda, que é a Forma Revestida de Matéria, nos são dadas pelo Governo Superior para a obtenção efetiva e clara.

Através deles você será capaz de perceber a existência de objetos espirituais, ou seja, os Mundos Superiores, ABYA, uma vez que não existe um pequeno detalhe neles que não seja dividido pelas quatro maneiras acima. Se, por exemplo, você tomar certo elemento no mundo de Briá, existem Kelim lá de cor vermelha, através dos quais a Luz de Briá é transmitida para os residentes de Briá. Assim, o Kli em Briá, que é a cor vermelha, é considerado Matéria ou objeto, ou seja, a primeira forma.

E mesmo que seja apenas uma cor, que é uma ocorrência e manifestação de uma ação no objeto, já dissemos que não temos a realização na Essência em si, mas apenas na manifestação de uma ação da Essência. E nós nos referimos àquela manifestação como Essência, Matéria, corpo, ou um Kli.

E a Luz Divina, que se move e se reveste através da cor vermelha, é a forma revestida no objeto, representando o segundo aspecto. Por essa razão, a Luz em si parece vermelha, indicando sua roupagem e iluminação através do objeto, considerados o corpo e a substância, ou seja, a cor  vermelha.

E se você quiser remover a Luz Divina do objeto – a cor vermelha – e discuti- la em si, sem revestir um objeto, isto já pertence ao terceiro aspecto – Forma destituída de Matéria, que poderia ser objeto de erros. Por esse motivo, é rigorosamente proibido estudar os Mundos Superiores, e nenhum Cabalista  genuíno se ocuparia disso, muito menos os autores do  Zohar.

Isso se refere ainda mais em relação à Essência de um elemento em Briá, já que não temos qualquer percepção, seja na essência dos objetos corpóreos, quanto mais nos objetos espirituais.

Assim você tem à sua frente quatro aspectos:

  • O Kli de Briá, que é a cor vermelha, considerada o objeto ou substância de Briá;
  • A roupagem da Luz Divina no Kli de Briá, que é a forma no objeto;
  • A Luz Divina em si, destituída do objeto em Briá;
  • A essência do item.

Assim, a primeira fronteira foi completamente explicada, não havendo sequer uma única palavra dos terceiro e quarto aspectos em todo o Zohar, mas somente do primeiro e segundo aspectos.

17) Junto a ela, o segundo aspecto foi esclarecido. Saiba que como esclarecemos os quatro aspectos em um único item no mundo de Briá, especificamente, do mesmo modo eles o são nos quatro mundos de ABYA. As três cores: vermelho, verde, preto, nos três mundos BYA, são consideradas a substância ou o objeto. A cor branca, considerada o mundo de Atzilut, é a forma revestida na matéria, nas três cores, chamada BYA.

Ein Sóf em si é a essência. Isso é o que dizemos primeiramente, que não possuímos percepção na essência, que é a quarta forma, oculta em todos os objetos, mesmo os objetos deste mundo. Quando a cor branca não estiver revestida nas três cores em BYA, ou seja, quando a Luz de Chochmá não estiver revestida de Biná, Tiféret e Malchut, ela é forma abstrata, o que não se refere a  nós.

O Zohar não fala de maneira qualquer, mas apenas no primeiro modo, sendo as três cores BYA, consideradas substância, a saber, as três Sefirot Biná, Tiféret e Malchut, e no segundo modo, que são a iluminação de Atzilut, revestido nas três cores BYA, representando Luz de Chochmá, revestidas de Biná, Tiféret e Malchut, que são, por sua vez, revestidas em forma de matéria. Esses são os dois aspectos que O Livro do Zohar diz respeito em todos os lugares.

Assim, se o leitor não for cauteloso, restringindo seu pensamento e entendimento a aprender sempre as palavras do Zohar estritamente sob as duas formas mencionadas acima, o tópico será prontamente mal compreendido por inteiro, pois as palavras serão tomadas fora de contexto.

18) Como os quatro modos no ABYA geral foram explicados, assim é em cada mundo, mesmo no menor item de algum mundo, tanto no topo do mundo de Atzilut quanto na parte inferior do mundo de Assiá, porque há CHÁB TUM Você acha que a Sefirá Chochmá é considerado uma “forma” e Biná e TM são considerados a “matéria” na qual a forma se reveste, representando o primeiro e segundo aspectos que o Zohar se refere. Porém o Zohar não se refere à Sefirá Chochmá quando despido de Biná e TM, que é forma sem matéria, e muito menos à essência, considerada Ein Sóf nesse item.

Assim, nos dedicamos a Biná, Tiféret e Malchut em cada item, mesmo em Atzilut, mas não em Kéter e Chochmá de cada item em si, mesmo em Malchut do fim de Assiá, quando não revestidos, mas apenas na medida em que revestem Biná e TM. Agora, os dois primeiros limites foram explicados por inteiro. Tudo o que os autores do Zohar se comprometem é com a matéria ou a forma na matéria, que é a primeira fronteira, bem como em BYA, ou a iluminação de Atzilut em BYA, que é a segunda fronteira.

19) Agora explicaremos o terceiro limite. O Zohar se ocupa das Sefirot em cada mundo, sendo a Divindade que brilha nesse mundo, assim como em cada item do IVAF (Inanimado, Vegetal, Animal e Falante), sendo as criaturas nesse mundo. Entretanto, O Zohar se refere principalmente ao Falante nesse mundo.

Deixe-me dar um exemplo da conduta deste mundo. É explicado na “Introdução ao Livro de Zohar” (item 42) que as quatro formas, Inanimada, Vegetal, Animal e Falante em cada mundo, e até mesmo neste, são as quatro partes do desejo de receber. Cada um deles contém seus quatro próprios tipos de IVAF (Inanimada, Vegetal, Animal e Falante). Assim, você percebe que uma pessoa neste mundo deve manter e ser mantida pelas quatro categorias IVAF neste  mundo.

Isso é assim porque o alimento do homem, também contém essas quatro categorias, provenientes das quatro categorias IVAF do corpo do homem. Elas são:

  1. desejo de receber de acordo com a medida necessária para a própria subsistência;
  2. querer mais do que o necessário para o sustento, desejando intensamente luxos, mas restringindo-se unicamente aos desejos físicos; c) ânsia por desejos humanos, tais como a honra e o poder; d) ânsia de

Essas se prolongam para as quatro partes do desejo de receber em nós:

  • Querer o suprimento necessário é considerado o Inanimado do desejo de
  • Querer luxúrias físicas é considerado o Vegetativo do desejo de receber, uma vez que elas vêm somente para aumentar o prazer do Kli (vaso) de alguém, que é a carne do
  • Querer desejos humanos é considerado o Animado no desejo de receber, uma vez que eles exaltam o espírito de alguém.
  • Querer conhecimento é a Falante no desejo de

20) Assim, na primeira categoria – a medida necessária para a própria subsistência – e na segunda categoria, os desejos físicos que excedem a medida para o sustento de alguém – alguém é nutrido de coisas inferiores à pessoa: o inanimado, o vegetativo e o animado. No entanto, na terceira categoria, os desejos humanos tais como o poder e respeito, são recebidos e nutridos por aqueles de sua própria espécie, seus semelhantes. E na quarta categoria, o conhecimento, a pessoa recebe e é alimentada por uma categoria mais elevada do que sua própria – da sabedoria real e do intelecto, que são espirituais.

21) Você notará semelhança nos Mundos Espirituais Superiores, uma vez que os mundos são impressos de um para outro, de Cima para baixo. Assim, todas as categorias de IVAF no mundo de Briá deixam sua marca no mundo de Yetzirá. Os IVAF de Assiá são impressos a partir dos IVAF de Yetzirá. Por último, o IVAF neste mundo é impresso a partir do IVAF do mundo de Assiá.

Foi explicado na “Introdução ao Livro de Zohar” (Item 42) que o inanimado nos mundos espirituais é chamado de Heichalot (Palácios), o vegetativo é chamado Levushim (Revestimentos ou Vestes), o animado é nomeado Mala’achim (Anjos), e a falante é considerado Neshamot (Almas) das pessoas naquele mundo. As Dez Sefirot nesse mundo são a Divindade.

As almas das pessoas são o centro em cada mundo, que são alimentadas pela realidade espiritual daquele mundo, como a fala corpórea alimenta toda a realidade corpórea neste mundo. Assim, a primeira categoria, que é o desejo que alguém tem de receber o sustento necessário, é recebida da iluminação de Heichalot e Levushim.   A segunda categoria, a animada excedente, que aumenta um corpo, é recebida a partir da categoria de Mala’achim, que são iluminações espirituais além da medida necessária para o sustento de alguém, para ampliar os Kelim espirituais que sua alma reveste-se.

Assim, recebe-se a primeira e a segunda categoria de categorias inferiores à sua própria, que são Heichalot, Levushim, e os Mala’achim, que são inferiores às Neshamot (almas) humanas. A terceira categoria, que são os desejos humanos que aumentam o espírito de alguém, é oriunda neste mundo de sua própria espécie. O que ocorre é que se recebe de sua própria espécie também, de todos os Neshamot naquele mundo. Através dele, aumenta-se a iluminação de  Ruach de sua alma.

A  quarta  categoria  de  desejo,  por  conhecimento,  é  recebida  das   Sefirot naquele mundo. Deles, recebe-se o CHABAD para a  alma.

Ocorre que a alma daquele homem, que está presente em cada mundo, deveria crescer e ser completa por todas as categorias existentes naquele mundo. Essa é a terceira fronteira que mencionamos.

Deve-se entender que todas as palavras do Zohar, em cada item dos Mundos Superiores tratados, as Sefirot, Neshamot, Mala’achim, Levushim, e Heichalot, embora  se ajustem em si como se fossem elas próprias, deve-se considerar que são citadas primeiramente com respeito à medida pela qual a alma humana recebe e é encorajada por elas. Logo, todos seus mundos são conectados às necessidades da alma. E se você aprender todas as coisas de acordo com essa linha, você entenderá e seu caminho será bem-sucedido.

22) Após isso tudo, temos ainda que explicar todos esses nomes corpóreos citados no Livro do Zohar, referentes as dez Sefirot, assim como são acima e abaixo, ascendente e descendente, contração e expansão, pequenez e grandiosidade, separação e união, números e gostos, que os inferiores induzem através dos bons e maus atos nas dez Sefirot.

Estas palavras causam perplexidade. Pode ocorrer de a Divindade ser afetada e modificada de modos diferentes em função dos inferiores? Pode-se dizer que essas palavras não se referem à Divindade em si, que se reveste e brilha nas Sefirot, mas somente aos Kelim das Sefirot, que não é Divindade. Na realidade elas foram geradas com a criação das almas, para ocultar ou revelar graus de realização na razão e medida apropriadas para as almas, para trazer-lhes para o fim desejado e sua correção. Isso  se assemelha à alegoria do espelho com as quatro facetas pintada em quatro cores: branco, vermelho, verde e preto. E há também o branco no livro, assim como o significado das letras no livro.

Tudo isso é possível nos três mundos BYA, onde os Kelim das Sefirot são gerados e não é Divindade. No entanto, não é correto de forma alguma, abstrair que, o mundo de Atzilut, onde os Kelim das dez Sefirot é também Divindade completa,  seja Luz Divina em si.

Está escrito nos Tikunim (correções): “Ele, Sua Vida, e Seu Eu, são um”. Ele pertence à essência das Sefirot, que é Ein Sóf. Sua Vida pertence à Luz que brilha nas Sefirot, chamada “Luz de Chaiá”. Isso é assim porque a totalidade do mundo, Atzilut, é considerado Chochmá e a Luz de Chochmá é chamada de “Luz de Chaiá”. É por isso que é chamado “Vida”. Seu Eu refere-se aos Kelim das  Sefirot.

Assim, tudo está completo Divindade e unidade. Como então é possível perceber essas mudanças, induzidas pelos inferiores? Ao mesmo tempo, devemos entender que se tudo é Divindade nesse mundo e nenhuma das criaturas geradas possa ser encontrada lá, onde então perceberemos os três entendimentos acima nos Tikunim do Zohar – Ele, Sua Vida, e Seu Eu – já que são unidades completas?

23) Para entender isso, você deve lembrar-se do explicado anteriormente, no Item 17. Ele coloca que um objeto necessário é uma essência de que não temos percepção, mesmo das essências corpóreas ou até mesmo de nossa própria essência, quanto mais do Necessário.

O mundo de Atzilut é a Forma e os três mundos BYA são Matéria. A Luz de Atzilut em BYA é a Forma revestida de Matéria. Por essa razão, você pode observar que o nome Ein Sóf, não é em absoluto o nome para a essência do Necessário, já que o que não alcançamos como podemos definir com um nome ou uma palavra?

Já que a imaginação e os cinco sentidos nada nos propõem a respeito da essência, mesmo na corporeidade, como poderá haver um pensamento e uma palavra nela, e muito menos no Necessário em Si? Em vez disso, devemos entender  o nome Ein Sóf, como nos foi definido no terceiro limite, que tudo que O Livro do Zohar aborda, refere-se precisamente às almas (Item 21).

Assim, o nome Ein Sóf, não é de maneira alguma O Necessário em Si, mas relaciona-se a todos os mundos e almas incluídos nEle, no Pensamento da Criação, de modo que “O fim de uma ação encontra-se num pensamento inicial”. Logo, Ein Sóf é o nome da conexão com que a Criação completa está conectada, até o fim da correção.

Isto é o que denominamos “o Primeiro Estado das almas” (“Introdução ao Livro de Zohar,” Item 13), visto que todas as almas existem nEle, preenchidas com todo o prazer e bondade, na Altura final, quando receberão ao final da  correção.

24) Deixe-me dar-lhe um exemplo da conduta deste mundo: Uma pessoa quer construir uma bela A princípio, ela vê perante si uma casa elegante com todos seus aposentos e detalhes e como será quando a construção estiver finalizada.

Depois disso, ela faz um projeto do plano de execução, meticulosamente. No tempo devido, ela irá explicar cada detalhe aos trabalhadores: a madeira, os tijolos,  o ferro, e assim por diante. Então ela iniciará a construção real da casa até o fim, como fora determinado antes dela, no pensamento inicial.

Saiba que Ein Sóf diz respeito ao primeiro pensamento, em que o todo da Criação já fora retratado antes dEle em total plenitude. No entanto, a lição não é exatamente como o exemplo, porque nele, o futuro e o presente são iguais. nEle, a idéia se completa e Ele não precisa de ferramentas de atuação, como nós. Assim, nEle, é a realidade autêntica.

O mundo de Atzilut assemelha-se aos detalhes do plano executado, que mais tarde precisará mostrar quando a construção da casa começará de verdade. Saiba que nestes dois, no pensamento preliminar, que é Ein Sóf, e no projeto previsto dos detalhes da execução em tempo hábil, não há sequer um traço das criaturas, uma vez que este é inanimado em potencial, e não de fato.

É semelhante aos humanos: embora eles calculem todos os detalhes — a madeira, os tijolos e o metal — que será necessário para executar o plano, é essencialmente uma questão conceitual. Não há mesmo uma evidência de qualquer madeira real ou tijolos nele. A única diferença é que em uma pessoa, o projeto contemplado não é considerado uma realidade autêntica. Mas no Pensamento Divino, é uma realidade muito mais genuína do que as criaturas reais.

Assim explicamos o significado de Ein Sóf e do mundo de Atzilut, e que como tudo que é dito em relação a eles diz respeito apenas à criação dos seres. Entretanto, eles são inanimados em potencial e sua essência não foi revelada, como com a nossa alegoria sobre a pessoa que desenhou o protótipo, que não contém qualquer madeira, tijolos e metal.

25) Os três mundos BYA e este mundo, são considerados a execução do potencial para o real, assim como aquele que constrói a própria casa, de modo real, e traz a madeira, os tijolos e os trabalhadores até que a casa esteja completa. Logo, a Divindade que resplandece em BYA, reveste os dez Kelim KACHÁB CHAGAT NEH”YM, na medida em que as almas deveriam receber a fim de alcançar sua perfeição. Esses são os verdadeiros Kelim, com respeito à Sua Divindade, significando que eles não são divindade, mas são gerados para as almas

26) Na alegoria acima, você percebe como os três entendimentos de quem contempla a construção de uma casa, são interligados por meio da causa e consequência. A origem deles todos é o primeiro pensamento, já que nenhum item aparece no protótipo planejado, exceto de acordo com o término da ação, que se originou antes, no pensamento preliminar.

Além disso, não se executa nada durante a construção, mas apenas de acordo com os detalhes dispostos diante dele no protótipo. Dessa maneira você pode ver, em relação aos mundos, que não existe uma pequeníssima geração nos mundos que não se desenvolva a partir de Ein Sóf, do primeiro estado das almas, que se encontram lá em sua máxima perfeição do fim da correção, como “No fim de uma ação está o pensamento inicial”. Logo, tudo que se manifestar através do fim da correção, está incluso lá.

Originariamente, há desenvolvimento a partir de Ein Sóf para o mundo de Atzilut, como na alegoria, onde o protótipo se desenvolve a partir do primeiro pensamento. Cada elemento se expande a partir do mundo de Atzilut para os mundos BYA, como na alegoria, onde todos os detalhes se originam do protótipo, quando na verdade são executados durante a construção da  casa.

Assim, não há sequer um pequeno item, gerado neste mundo, que não se desenvolva a partir de Ein Sóf, do primeiro estado das almas. E de Ein Sóf, desenvolve- se para o mundo de Atzilut, ou seja, especificamente associado ao que está na verdade sendo gerado neste mundo. E do mundo de Atzilut, a geração se expande para os  três mundos BYA, onde a geração surge realmente, onde cessa de ser Divindade e se torna uma criatura, e assim para Yetzirá e Assiá, até se estender ao mais inferior neste mundo.

Ocorre que não há geração no mundo que não se desenvolva a partir de sua origem geral em Ein Sóf, e de sua origem oculta em Atzilut. Mais tarde ela se move através de BYA e adota a forma de uma criatura, e então é produzida no mundo.

27) Agora você consegue entender que todas essas mudanças descritas no mundo de Atzilut não pertencem à Divindade em si, mas somente às almas, à medida que recebem de Atzilut por meio dos três mundos BYA. O significado da existência desse mundo encontra-se em relação ao protótipo para com o pensamento preliminar, que é Ein Sóf.

Contudo, tanto em Ein Sóf quanto no mundo de Atzilut, não existe nada em termo de almas, assim como não há nada de tangível na madeira, tijolos ou metal, no modelo da pessoa que o projeta. A existência das almas começa a se manifestar no mundo de Briá. Por essa razão, o Kelim das dez Sefirot, que na realidade distribui uma parte às almas, não é necessariamente Divindade, mas inovação. Isso ocorre porque não pode haver mudanças ou quantificação na  Divindade.

Por isso designamos as três cores, vermelho, verde e preto, ao Kelim das dez Sefirot em BYA. É inconcebível que sejam considerados Divindade, já que não há nenhuma alteração nEle.

Contudo, a Luz revestida nos dez Kelim em BYA é apenas Divindade e unidade, imutáveis. Mesmo a Luz revestida no Kli mais inferior em Assiá é Divindade inteira, sem nenhuma alteração. Isso ocorre porque a Luz em si é uma, e todas as mudanças ocorridas em sua iluminação são efetuadas pelos Kelim das Sefirot, que não é Divindade. Em geral, elas abrangem as três tonalidades acima; especificamente, diversas mudanças foram efetuadas a partir dessas três  tonalidades.

28) No entanto, os Kelim das dez Sefirot de BYA certamente recebe cada pequeno item e detalhe das mudanças, já que há o protótipo de todos os detalhes que se evidenciará na real construção da casa em BYA. Logo, considera-se que o Kelim dos dez Sefirot CHAB TM em BYA recebe de sua característica correspondente no CHAB TM em Atzilut, denotando o protótipo.

Isso se deve a cada detalhe na execução, que se origina de cada detalhe do projeto. Assim, a esse respeito, nominamos o Kelim de Atzilut “branco,” embora ele não seja uma cor.

Contudo, ele é a fonte de todas as cores. E, à semelhança do livro de sabedoria, onde não há percepção do branco nele, e o branco no livro é insignificante pra nós, é ainda o assunto do livro de sabedoria inteiro. Isso ocorre porque ele resplandece por volta e por dentro de cada letra e dá a cada uma sua forma única, e a cada permutação seu lugar original.

Poderíamos dizer o contrário: não possuímos percepção da substância das letras em vermelho, verde, ou preto, e tudo que percebemos e conhecemos das letras do livro é apenas através do branco contido nele. Isso ocorre desse modo, pois é através da luz ao redor de cada letra e dentro de cada uma, que se cria forma nelas,  e essas formas nos revelam toda a sabedoria do livro.

Podemos compará-lo aos dez Sefirot de Atzilut: mesmo que eles se pareçam com a cor branca, é impossível discriminar tudo em relação a eles, nem um número, nem qualquer mudança como o descrito. Não obstante, todas as mudanças necessariamente advêm dos dez Kelim das Sefirot de Atzilut na iluminação do branco para os mundos BYA, que são as três cores do corpo das letras, embora por si só não exista lá Kelim, já que é toda branca. É como a alegoria do branco no livro, com respeito às letras e suas permutações, desde que sua iluminação chegue até BYA e ali produza os Kelim.

29) A partir do que foi expresso, você verá que o Tikunim do Zohar divide o mundo de Atzilut em três entendimentos—Ele, Sua Vida, e Ele em Si, embora seja simples unidade e não haja nada das criaturas ali. Ele pertence à Divindade como ela em si, da qual não possuímos percepção e não se pode perceber nenhuma essência, mesmo as corpóreas. (Item 12). Seu Eu pertence aos dez Kelim CHÁB TUM, que temos assemelhado ao branco no livro da  sabedoria.

Mesmo um número não pode ser observado no branco, uma vez que não há nada lá para representar um número, já que é todo branco. No entanto, não só lhes atribuímos um número, mas também o grande número de alterações que aparecem em BYA, que são a essência das letras, encontradas primeiro no Kelim CHÁB TUM Atzilut em si.

É a postura do branco que dá todas as formas às letras no livro, enquanto ele mesmo não tenha forma. Assim, você acha que o branco é dividido em inúmeras formas, embora ele mesmo não as tenha. Do mesmo modo, os dez Kelim são detalhados com diversas alterações, de acordo com sua iluminação em BYA, como no protótipo, executado no trabalho real da construção da  casa.

Portanto, todas essas mudanças efetuadas em BYA, são apenas da iluminação dos Kelim das dez Sefirot CHÁB TUM de Atzilut. E a variedade de diversidade que encontramos no branco, refere-se aos receptores em BYA. Em relação ao Atzilut em si, é como o branco, despido da tinta nas letras; sem número e sem nada mais. Logo, explicamos o Eu por inteiro, o Kelim, que, em si próprio, é simples unidade, como Ele é.

30) Sua Vida pertence à Luz que é revestida no branco, que são os Kelim. Nós compreendemos esta Luz somente no que diz respeito às almas que recebem de Atzilut, e não na Divindade em si. “Ele” significa que quando os três mundos BYA subirem para Atzilut com as almas das pessoas, a Luz que elas irão receber é considerada a Luz de Chochmá, denominada” a Luz de Chaiá”.

É nesse sentido que nominamos a Luz lá, de “Sua Vida”. Este é também o significado do que está escrito no Tikunim do Zohar, que Ele, Sua Vida, e Seu Eu são somente um. Todos esses três entendimentos relacionam-se aos receptores, onde Seu Eu é a iluminação dos Kelim no lugar de BYA sob a Parsá de Atzilut, uma vez que a Luz de Atzilut nunca estará abaixo da Parsá de Atzilut, mas apenas a iluminação dos Kelim. A categoria “Sua Vida”, é a iluminação da Luz de Atzilut em si, quando BYA subir para Atzilut. E “Ele” pertence à essência da Divindade, que é completamente inacessível.

Os Tikunim do Zohar dizem que, embora nós, os receptores, devamos diferenciar essas três categorias em Atzilut, ela ainda assim refere-se apenas aos receptores. No entanto, com respeito ao mundo de Atzilut em si, mesmo o “Seu Eu” é considerado “Ele,” significando a essência da Divindade. Por isso, não há nenhuma percepção no mundo de Atzilut em si. Este é o significado da cor branca, em que não há percepção de si e tudo é absolutamente simples unidade  lá.

31) O Zohar descreve os Kelim CHÁB TUM em Atzilut como crescente ou decrescente ditados, pelas ações das pessoas. Além disso, encontramos (Zohar, Bo, 32b p), “Israel… dá raiva e força ao Criador”, o que significa que não deve ser tomada literalmente, na Divindade em si, não podendo haver quaisquer alterações na Divindade, como está escrito, “Eu, o Senhor não mudo”.

No entanto, já que o Pensamento da Criação era deleitar Suas criaturas, nos é ensinado que Ele tem um desejo de doar. Descobrimos que neste mundo o contentamento dos doadores cresce quando os receptores dEle se multiplicam e Ele deseja proliferar os receptores. Assim, nesse contexto, dizemos que as Luzes em Atzilut crescem quando os menores são dados a Atzilut, ou que eles a desenvolvem. Inversamente, quando não há inferiores dignos de receber Sua abundância, as Luzes diminuem proporcionalmente, ou seja, não há ninguém para receber  deles.

32) Você pode compará-lo a uma Se você acender mil velas a partir dela, ou se você não acender nenhuma, você não vai achar que ela causou quaisquer alterações na própria vela. É também como Adam HaRishon: se ele tivesse uma prole de milhares, como nós hoje, ou se ele não tivesse nenhuma, não haveria qualquer mudança no Adam HaRishon em si mesmo.

Da mesma forma, não há nenhuma mudança no mundo de Atzilut em si, seja se os inferiores receberem sua grande abundância luxuriante, ou não receberem nada. A grandeza supracitada situa-se apenas nos níveis mais  baixos.

33) Assim, por que os autores do Zohar têm que descrever todas essas mudanças no mundo de Atzilut em si? Eles deveriam ter falado explicitamente apenas em relação aos receptores em BYA, e não falar tão elaboradamente de Atzilut, nos forçando a dar respostas.

Na verdade, há um segredo bem nítido aqui: este é o significado de, “e pelo ministério dos profetas utilizei semelhanças” (Oséias 12). A verdade é que existe uma vontade divina aqui, que essas semelhanças que operam apenas nas almas dos receptores, aparecerão às almas, como Ele Próprio tomando parte nelas para aumentar significativamente a realização das almas.

É como um pai que se limita a mostrar ao seu filho querido uma face de tristeza e uma face de satisfação, embora não haja nem tristeza nem contentamento nele. Ele só faz isso para impressionar seu filho querido e ampliar sua compreensão, de modo a brincar com ele. Somente quando ele crescer ele irá aprender e saber que tudo o que seu pai fez nada mais foi do que apenas brincar com ele. Assim é a questão diante de nós: todas essas imagens e as mudanças começam e terminam apenas com a impressão das almas. No entanto, pela vontade de Deus, elas aparecem como se estivessem nEle Mesmo. Ele faz isso para aumentar e expandir o alcance das almas  ao máximo, de acordo com o Pensamento da Criação, para deleitar Suas criaturas.

34) Não se surpreenda ao encontrar tal conduta na nossa percepção corpórea, também. Tome o nosso sentido da visão, por exemplo: vemos um mundo inteiro diante de nós, maravilhosamente preenchido. Mas, na verdade, nós vemos tudo aquilo somente em nosso próprio interior. Em outras palavras, há uma espécie de máquina fotográfica no nosso cérebro posterior, que retrata tudo o que aparece para nós e nada fora de nós.

Por isso, Ele fez para nós, em nosso cérebro, uma espécie de espelho polido que inverte tudo que é visto ali; assim veremos pelo lado de fora do nosso cérebro,    à frente da nossa face. No entanto, o que vemos fora de nós não é algo real. No entanto, devemos ser gratos à Sua Providência por ter criado esse espelho polido em nossos cérebros, o que nos permite ver e perceber tudo fora de nós. Isso ocorre porque, por meio disso, Ele nos deu o poder de perceber tudo com o conhecimento claro e realização, bem como medir tudo tanto pela parte de dentro quanto pelo lado de fora.

Sem isso, perderíamos a maior parte de nossa percepção. O mesmo sucede com a vontade Divina, no que se refere às percepções Divinas. Apesar de todas essas mudanças se desenrolarem no interior das almas que recebem, elas não deixam de ver tudo no Doador em Si, pois só desta forma são concedidas todas as percepções    e todos os deleites no Pensamento da Criação.

Você também pode deduzir isso a partir da parábola acima. Mesmo que nós vejamos tudo como se realmente estivesse em frente de nós, cada pessoa sensata sabe ao certo que tudo o que vemos está apenas dentro de nossos próprios cérebros. Assim são as almas: Apesar de elas verem todas as imagens no Doador, elas ainda não têm nenhuma dúvida que tudo isso está somente no seu próprio interior, e não no do Doador.

35) Uma vez que essas questões estão no centro do mundo, e receio que o estudante cometa um erro ao percebê-las, vale à pena trazer à tona outras questões e as palavras de ouro do Zohar em si nestes questionamentos (Parashat Bo, item 215) e interpretá-las ao máximo da minha habilidade: “Alguém poderia perguntar, ‘Está escrito no Torá, ‘para o que viste não há ‘Assim, como podemos utilizar nomes e as Sefirot nEle?’ Ele irá responder, ‘Eu vi desta forma, como nas palavras, ‘e à semelhança do que o Senhor vê’”.

Isso significa que a Sefirá Malchut, onde todas as almas e palavras estão radicadas, já que é a raiz de todos os Kelim, por meio de “Os que recebem a partir dela, devem adquirir os Kelim dela,” ela é considerada semelhante a eles. Por conseguinte, é dito sobre ela, “e à semelhança do que o Senhor  vê”.

Mesmo essa semelhança, que nominamos em Sefirá Malchut, não se encontra em seu lugar em relação a si mesma, mas somente quando a Luz de Malchut desce e se expande sobre as pessoas. Nesse momento ela surge a todos e a cada um, de acordo com sua própria aparência, visão e imaginação, ou seja, apenas aos receptores e não  a Sefirá Malchut em si.

Este é o significado de, “e pelo ministério dos profetas utilizei similitudes”. Por isso, o Criador lhes diz: “Embora eu me manifeste a vocês em suas formas, na visão e imaginação, ainda, ‘A quem, me assemelharei, que eu deveria ser igual?” ‘ Afinal de contas, depois de o Criador ter criado uma similitude no mundo, e antes dEle criar uma forma, o Criador era único, sem forma e sem imagens.

E aquele que alcançá-Lo, antes do grau de Briá, que é Biná, onde Ele está além de qualquer semelhança, é proibido atribuir a Ele uma forma e uma imagem do mundo, nem na letra Hey, nem na letra Yud, ou até mesmo chamá-lo pelo nome sagrado de HaVaYaH, ou por qualquer letra e ponto.

Este é o significado do verso, “para vós não verdes forma da forma”. Em outras palavras, o verso, “para vós não verdes forma da forma”, refere-se aos beneficiados pela obtenção dEle acima do grau de Briá, que é Biná. Isso ocorre porque não há forma nem imaginação nos dois Sefirot Kéter e Chochmá, significando Kelim e os limites (item 18). Os Kelim se originam a partir da Sefirá Biná para baixo.

Essa é a razão pela qual todas as implicações em letras, em pontos, ou nos nomes sagrados são apenas oriundas de Biná para baixo. Eles também não estão no lugar das Sefirot em si, mas apenas em relação aos receptores, como na Sefirá Malchut.

36) Parece haver uma contradição em suas palavras: primeiro foi dito que as formas se prolongam para os receptores somente de Sefirá Malchut, e aqui é dito que as formas se prolongam para os receptores de Briá para baixo, ou seja, de Biná para baixo. O fato é que na verdade, a forma e a similitude se estendem apenas a partir de Bechiná Dálet, que é Malchut. Dela os Kelim se estendem até o local dos receptores, não a partir das primeiras nove Sefirot, que são Kéter, Chochmá, Biná, e Tiféret.

No entanto, a associação de Midat haRachamim com Din foi efetuada no Mundo do Tikun. Isso elevou a Sefirá Malchut, considerada Midat haDin, e o trouxe   à Sefirá Biná, considerada Midat haRachamim.

Assim, a partir desse momento, os Kelim de Malchut tornou-se proveniente de Sefirá Biná, como é dito aqui. Por essa razão, o Zohar começa a falar a partir da origem real das imagens, que são os Kelim. Diz-se que elas estão em Malchut, e então que estão em Briá, devido à associação feita para a correção do  mundo.

Nossos sábios também disseram: “No início, o Criador criou o mundo em Midat haDin; Ele viu que o mundo não pôde existir e associou Midat haRachamim a ela”. Saiba que os dez Sefirot KACHÁB TUM possuem denominações diversas no Livro do Zohar, de acordo com suas múltiplas funções.

Quando denominamos Kéter, Atzilut, Briá, Yetzirá e Assiá, sua função é distinguir entre os Kelim anterior, chamado Kéter e Atzilut, representando Kéter e Chochmá, e os posteriores Kelim, chamados Briá, Yetzirá, Assiá, representando Biná, Tiféret, e Malchut. Esse entendimento desenvolveu-se neles por meio da associação   de Midat haDin com Midat haRachamim.

O Zohar pretende sugerir a questão da associação de Malchut em Biná. Assim, o Zohar chama Sefirá Biná pelo nome de Briá. Isso é assim porque antes dessa associação, não havia imagem ou forma em Biná, mesmo em relação aos receptores, mas apenas em Malchut.

37) Ele continua lá: Depois de feita a forma de Merkava de Adam Superior, ele desceu e revestiu-se. É denominado na forma das quatro letras HaVaYaH, ou seja, as dez Sefirot KACHÁB TUM. Isso é porque a ponta do Yud é Kéter, Yud é Chochmá, Hey é Biná, Vav é Tiféret e a última Hey é Malchut. Isso é assim para que  eles o alcançassem através de Seus atributos, representando as Sefirot, em  cada simples atributo nEle.

38) Explicação das questões: De Briá em diante, ou seja, a partir de Biná, após ter sido associada com Midat haDin, que é Malchut, as semelhanças e as formas se estendem para os receptores, que são as almas. No entanto, não no seu lugar, mas somente no lugar dos receptores.

Ele diz que naquele momento ele fez a forma da Merkava de Adam Superior e desceu e o revestiu na forma de Adam. Em outras palavras, toda a forma de Adam, em seus 613 Kelim, se estende a partir dos Kelim da alma, uma vez que a alma tem 613 Kelim, chamados 248 órgãos e 365 tendões espirituais, divididos em cinco categorias, de acordo com as quatro letras HaVaYaH:

  • A ponta da Yud, seu Rosh, é considera Kéter;
  • De a Chazê é Chochmá;
  • De Chazê a Tabúr é Biná;
  • De Tabúr a Siúm Raglin são as duas Sefirot Tiféret e Malchut;

Além disso, a Torá, como um todo, é considerada Partzuf Adam, relacionando-se as 248 Mitzvot positivas, correspondentes aos 248 órgãos. E as 365 Mitzvot negativas correspondem aos 365 tendões. Ela contém cinco divisões, que são os cinco livros de Moisés, chamados “A imagem de Merkava de Adam superior”, representando Adão de Briá, que é Biná, a partir do qual o Kelim começa a estender- se para o lugar das almas.

Ele é chamado “Adam Superior”, porque há três categorias de Adam nas Sefirot: Adam de Briá, Adam de Yetzirá, e Adam de Assiá. Em Kéter e Chochmá, no entanto, não há nenhuma similitude, o que poderia ser chamado por letra e ponto, ou pelas quatro letras HaVaYaH. Já que aqui se fala do mundo de Briá, salientando- se Adam Superior.

Ao mesmo tempo, você deve sempre se lembrar das palavras do Zohar que essas imagens não estão no lugar da Sefirot Biná, Tiféret e Malchut, mas somente no lugar dos receptores. No entanto, essas Sefirot dão atributos aos Kelim e Levushim (revestimentos) para que as almas O atinjam através da Luz que se estende a eles, por medida e limite, de acordo com seus 613 órgãos. Por esse motivo, nós chamamos os doadores também pelo nome de “Adam”, apesar de estarem apenas sob a forma da cor branca (Item 8).

39) Isso não deve ser complicado para você, uma vez que as quatro letras HaVaYaH e a ponta do Yud, são cinco Kelim, já que os Kelim são sempre chamados de “letras”, e elas são as cinco Sefirot KACHÁB TUM. Assim, é evidente que existem Kelim em Kéter e Chochmá também, implícita pela ponta de Yud e o Yud de HaVaYaH.

A única coisa é que as similitudes e os atributos mencionados, que são Kelim, têm início a partir de Briá para baixo, ou seja, apenas as três Sefirot Biná, Tiféret e Malchut, e não em Kéter e Chochmá, sendo representadas do ponto de vista da essência das Sefirot.

No entanto, é sabido que as Sefirot são integradas umas às outras. Há dez Sefirot KACHÁB TUM em Kéter, KACHÁB TUM em Chochmá, KACHÁB TUM em Biná, bem como em Tiféret, e Malchut.

Assim, você percebe que as três Sefirot Biná, Tiféret e Malchut, de onde vêm  os Kelim, são encontrados em cada uma das cinco Sefirot KACHÁB TUM. Agora você observa que o topo da Yud, que são os Kelim de Kéter, indicam Biná e TM que são incorporados em Kéter.

A Yud de HaVaYaH, que é um Kli de Chochmá, indica Biná e TM incorporados em Chochmá. Logo, Kéter e Chochmá incorporados mesmo em Biná e ZON, não possuem Kelim, e em Biná e TM incorporados mesmo em Kéter e Chochmá, há Kelim.

A este respeito, existem cinco categorias em Adam. Biná e TM em todas as cinco Sefirot atribuem forma de Merkavá de Adam. Por essa razão, há Adam na categoria de Kéter, chamado Adam Kadmon, e há Adam na categoria de Chochmá, chamado “Adam de Atzilut”. Há Adam na categoria de Biná, chamado “Adam de Briá”, Adam na categoria de Tiféret é chamado “Adam de Yetzirá”, e Adam na categoria de Malchut, chama-se “Adam de Assiá”.

40) Ele nomeou a Si próprio El, Elokim, Shadai, Tzvaot e Ekie, de modo que cada simples atributo nEle fosse conhecido. Os dez nomes na Torá, que não devem ser apagados pertencem as dez Sefirot, como escrito no Zohar (Vayikra, item 168):

  • A Sefirá Kéter é chamada Ekie;
  • A Sefirá Chochmá é chamada Koh;
  • E a Sefirá Biná é chamada HaVaYaH (evidenciado Elokim);
  • A Sefirá Chéssed é chamada Kel;
  • A Sefirá Gvurá é chamada Elokim;
  • A Sefirá Tiféret é chamada HaVaYaH;
  • As duas Sefirot Netzach e Hod são chamadas Tzvaot;
  • A Sefirá Yessód é chamada El Hay;
  • E a Sefirá Malchut é chamada Adni.

41) Se não houvesse Sua Luz se expandido por todas as criações aparentemente revestindo estas Sefirot sagradas, como as criaturas viriam a conhecê- Lo? E como elas manteriam o verso, “toda a terra está repleta da Sua glória”? Em outras palavras, através disso se explica a vontade Divina de surgir às almas, como se todas essas mudanças nas Sefirot estivessem É para proporcionar às almas espaço para o conhecimento suficiente e realização nEle, que então o verso, “toda a terra está repleta da Sua glória” virá a se tornar realidade.

42) No entanto, ai de quem atribuir qualquer medida a Ele, que disser haver uma medida nEle para Ele mesmo, e até nas medidas espirituais pelas quais Ele aparece para as almas. Ainda mais nas medidas corporais de natureza humana, que são feitas de pó e são transitórias e sem valor.

Como dissemos acima, embora seja um desejo Divino das almas notarem que as mudanças em si estão no Doador, deve-se, contudo, ser claro para com as almas em relação a não haver qualquer mudança ou medida nEle. É apenas um desejo Divino a ser imaginado, como está escrito, “e pelo ministério dos profetas utilizei semelhanças”.

E eles errando, ai deles, pois perderão de imediato a abundância Divina. Isso ainda mais com os tolos que atribuem a Ele algum incidente transitório, da carne sem valor e incidentes de sangue.

19 Nota do tradutor: A tradução usual para Neshamá e Néfesh é Almas, mas aqui tive que escolher uma palavra diferente para Néfesh para distingui-la de Neshamá.

INTRODUÇÃO AO PREFÁCIO À SABEDORIA DA CABALÁ

Do livro “Cabala Para o Estudante”

Está escrito em O Zohar, Vayikra, Parashat Tazria, pág. 40: “Vem e vê, tudo o que existe no mundo, existe para o homem, e tudo existe para ele, como está escrito: ‘Então o Senhor Deus criou o homem’, com um nome completo, como tínhamos estabelecido, que ele é o todo de tudo e contém tudo, e tudo o que está Acima e abaixo, etc., está incluído nessa imagem.”

Assim, ele explica que todos os mundos, Superiores e inferiores, estão incluídos no homem. E também que toda a realidade dentro desses mundos existe só para o homem. E devemos entender estas palavras: É este mundo e tudo contido nele, que o serve e o beneficia, muito pouco para o homem, para ele precisar dos Mundos Superiores e de tudo dentro deles, também? Afinal, eles foram criados exclusivamente para as suas necessidades.

2) Para explicar completamente esta questão, eu teria que apresentar toda a sabedoria da Cabalá. Mas, em geral, as questões serão suficientemente explicadas no livro para que consigam ser entendidas. A sua essência é que a intenção do Criador na Criação foi dar prazer as Suas criaturas. Certamente, a partir do momento em que Ele contemplou criar as almas e lhes dar prazer abundantemente, elas imediatamente surgiram diante dEle, de forma completa e com todas os prazeres que Ele planejara lhes dar. Isto é assim porque Nele, o pensamento só por si conclui, e Ele não precisa de ações como nós. Em consequência, devemos perguntar: “Por que criou Ele os mundos, restrição por restrição, até descer a este mundo obscuro, e vestiu as almas nos corpos obscuros deste mundo?

3) A resposta está escrita em A Árvore da Vida: “para trazer à luz a perfeição dos Seus atos” (A Árvore da Vida, Ramo Um). No entanto, precisamos entender como pode suceder que operações incompletas decorram de um Operador completo, ao ponto que exigissem uma conclusão através de um ato neste mundo?

O que se passa é que devemos distinguir entre Luz e Kli (vaso) nas almas. A essência das almas que foram criadas é o Kli nelas, e toda a graça com que Ele planejara lhes conceder e lhes dar prazer é a Luz nelas. Isto é porque desde que Ele planejara lhes dar prazer, Ele necessariamente as criou como um desejo de receber o Seu prazer, dado que o prazer e o deleite aumentam de acordo com a medida do desejo de receber a abundância.

E saiba que esse desejo de receber é a própria essência da alma no que diz respeito à geração e evocação da existência a partir da ausência. Este é considerado   o Kli da alma, enquanto a alegria e a abundância são consideradas a Luz da alma, estendendo a existência a partir da existência da essência  dEle.

4) Explicação: Criação se refere ao aparecimento de algo que não existia antes. Isto é considerado como existência a partir da ausência. No entanto, como podemos imaginar alguma coisa que não esteja incluída nEle, pois Ele é Todo- Poderoso e inclui todas as coisas juntas? E, também, não podemos dar o que não estiver

Como já dissemos, toda a Criação que Ele criou são apenas os Kelim (plural para Kli) das almas, que é o desejo de receber. Isto é bastante evidente, dado que Ele necessariamente não possui um desejo de receber, pois de quem iria Ele receber? Assim, esta é realmente uma nova Criação, não um traço do que existia anteriormente, sendo, portanto, considerada existência a partir da ausência.

5) Devemos saber que unificação e separação aplicadas na espiritualidade se referem apenas à equivalência de forma e à disparidade de Isto porque se dois objetos espirituais são da mesma forma, eles estão unidos, e eles são um e não dois, pois não há nada a separá-los um do outro. Eles só podem ser distinguidos como dois quando houver alguma disparidade de forma entre si.

Ademais, até à extensão da sua disparidade de forma, é a medida da sua distância um do outro. Portanto, se forem de formas opostas, eles são considerados como estando tão remotos como o leste está do oeste, ou seja, a maior distância que conseguimos imaginar na realidade.

6) Todavia no Criador não há qualquer pensamento ou percepção, e não podemos pronunciar ou dizer seja o que for a Seu respeito. Mas visto que O conhecemos pelas Suas ações, devemos discernir que Ele é um desejo de doar, dado que Ele criou tudo para dar prazer as Suas criaturas e espalhar a Sua abundância sobre nós.

Assim, as almas estão em oposição de forma relativamente a Ele, pois Ele é todo doação e não tem vontade de receber coisa alguma, enquanto que as almas foram forjadas com um desejo de receber para si próprias. E já dissemos que não há maior oposição de forma do que isso.

Daqui resulta que tivessem as almas permanecido com o desejo de receber, teriam permanecido eternamente separadas dEle.

7) Agora você entenderá o que está escrito (A Árvore da Vida, Ramo Um), que a razão para a criação dos mundos foi que Ele deve ser completo em todas as Suas ações e poderes, e se Ele não executasse as Suas ações e poderes na realidade, Ele aparentemente não seria considerado inteiro. Isto parece perplexo, pois como podem ações incompletas emergir de um operador completo, na medida em que elas viessem a precisar de correção?

Do que foi explicado, você pode ver que a essência da Criação é apenas o desejo de receber. Por um lado, é extremamente deficiente, uma vez que é oposto em forma ao Doador, que é a separação dEle, mas por outro lado, esta é a inovação e toda a existência a partir da ausência que Ele criara, pela qual se pode receber dEle  o que Ele planejara lhes dar.

No entanto, tivessem elas permanecido separadas do Emanador, ficaria Ele aparentemente incompleto, dado que, no final, as operações completas devem emanar do Operador completo.

Por esta razão, Ele restringiu a Sua Luz e criou os mundos, de restrição em restrição, até descer a este mundo, e vestiu a alma num corpo mundano. E através da prática da Torá e das Mitzvot, a alma obtém a perfeição que lhe faltava antes da Criação: a equivalência de forma com Ele. Assim, ficará apta para receber toda a abundância e todo o prazer incluídos no Pensamento da Criação, e também estará em completa Dvekút (adesão) com ele, em equivalência de forma.

8) A questão da Segulá (poder) da Torá e Mitzvot para trazer a alma a Dvekút com Ele só se aplica quando o envolvimento não é com o objetivo de receber qualquer recompensa, mas apenas dar contentamento ao seu Criador. Isto é assim porque então a alma adquire gradualmente equivalência de forma com o seu Criador, como posteriormente estará escrito relativamente às palavras do Rabino Chanina, no início do livro (“Prefácio à Sabedoria da Cabalá”).

Ao todo, existem cinco graus: Néfesh, Ruach, Neshamá, Chaiá, Yechidá (NARANCHAY) – que provêm dos cinco mundos chamados AK, Atzilut, Briá, Yetzirá e Assiá. Além disso, existem cinco graus NARANCHAY particulares, que provêm dos cinco Partzufim (plural de Partzuf) particulares em cada um dos cinco mundos. Depois, há cinco NARANCHAY sub-particulares, que provêm das dez Sefirot em cada Partzuf, como estará escrito no livro (“Prefácio a Sabedoria da Cabalá”).

E através da Torá e das Mitzvot para transmitir satisfação ao Criador, somos gradualmente recompensados com os Kelim sob a forma de desejo de doar, que provêm nestes graus, de grau em grau, até alcançarem equivalência total de forma com Ele. Nesse estado, o Pensamento da Criação, receber todo prazer, ternura e abundância que Ele planejara para eles, é realizado. Adicionalmente, eles recebem  a maior recompensa, uma vez que são recompensados com verdadeira Dvekút, dado terem obtido o desejo de doar, como o seu Criador.

9) Agora, não será difícil para você entender as palavras anteriores de O Zohar, que todos os mundos, Superiores e inferiores e tudo dentro deles, foram criados apenas para o homem. Isto é assim porque todos estes níveis e mundos vieram apenas complementar as almas na medida de Dvekút que lhes faltava relativamente ao Pensamento da Criação.

No início, eles foram restringidos e descidos de grau em grau, e mundo após mundo, até ao nosso mundo material, para trazer a alma a um corpo deste mundo, que é totalmente para receber e não para doar, como animais e bestas. Está escrito: “quando a cria do asno montês nascer homem”. Este é considerado o desejo de receber completo, que não tem nada sob a forma de doar. Nesse estado, um homem é considerado como o completo oposto dEle, e não há maior afastamento do que isso.

Posteriormente, através da alma que o veste, ele se ocupa da Torá e das Mitzvot. Gradual e lentamente, de baixo para Cima, ele obtém a mesma forma de doar que o Seu Criador, através de todos os discernimentos que descem de Cima para baixo, que não são mais do que níveis e medidas sob a forma do desejo de doar.

Cada nível Superior significa que está mais longe do desejo de receber e mais perto de ser apenas para doar. No final, a pessoa é premiada como sendo inteiramente para doar e não receber nada para si mesmo. Nessa altura, a pessoa é completado com Dvekút verdadeira com Ele, pois esta é a única razão pela qual o homem foi criado. Portanto, todos os mundos, e tudo o que contêm, foram criados apenas para o homem.

10) Agora que passou a conhecer tudo isto, você tem permissão para estudar esta sabedoria sem qualquer medo de materialização. Isso ocorre porque os alunos são muito confundidos: por um lado, diz-se que as dez Sefirot e os Partzufim, desde o início das dez Sefirot de Atzilut até ao final das dez Sefirot de Assiá, são unidade e Divindade completa.

No entanto, por outro lado, diz-se que todos estes mundos são gerados e aparecem após a Tzimtzum (restrição); porém como pode isso mesmo ser concebido em Divindade? E também existem os números, e Acima e abaixo, e outras alterações do gênero, e subidas e descidas e Zivúgim (acoplamentos). Mas está escrito: “Eu, o Senhor, não mudo”.

11) Do que é esclarecido perante nós, está claro que todas estas subidas, descidas, restrições e os números apenas são considerados como Kelim (vasos) dos receptores, as almas. E devemos distinguir entre o potencial e o real em si mesmos, como uma pessoa que constrói uma casa: o fim do ato está no seu pensamento preliminar.

Todavia, a qualidade da casa na sua mente não se assemelha à casa que realmente deve ser construída, uma vez que a casa concebida é espiritualidade, uma substância conceitual, e é considerada a substância da pessoa pensante. Nessa altura, a casa existe apenas em potencial. Mas quando a construção da casa começa na realidade, ela adquire uma substância completamente diferente, a de madeira e tijolos.

Do mesmo modo, devemos discernir o potencial e o real nas almas. O início da sua emergência do Emanador em almas “reais” começa apenas no mundo de Briá. E a sua integração em Ein Sóf, antes da Tzimtzum, relativamente ao Pensamento da Criação, como escrito no Item 2, se refere apenas ao “potencial”, sem qualquer manifestação real.

Nesse sentido, diz-se que todas as almas foram integradas em Malchut de Ein Sóf, chamado “o ponto médio”, já que este ponto está incluído em “potencial” em todos os Kelim das almas que estão destinadas a “realmente” emergir do mundo de Briá para baixo. E a primeira restrição ocorreu somente neste ponto médio, ou seja, precisamente naquele discernimento e medida considerados o “potencial” das almas futuras, e não, de todo, em si mesmo.

Você deve saber que todos os Kelim das Sefirot e os mundos, através do mundo de Briá, que pendem e emergem a partir deste ponto, ou devido ao seu Zivug de Haka’á, chamado Ohr Chôzer, também são considerados meramente potenciais, sem qualquer essência das almas. Mas estas mudanças estão destinadas a afetar subsequentemente as almas cuja essência começa a emergir do mundo de Briá para baixo, já que elas ainda não se hão separado da essência do Emanador.

12) E vou lhe dar uma alegoria das condutas deste Por exemplo, uma pessoa que se cubra e esconda por detrás de roupas e vestuário para que o seu amigo não o veja e repare nele, será possível que ele próprio possa ser afetado pela ocultação provocada por todas as roupas que o cobrem?

Similarmente, tome como exemplo as dez Sefirot que chamamos Kéter, Chochmá, Biná, Chéssed, Gvurá, Tiféret, Netzach, Hod, Yessod, Malchut. Estas são apenas dez coberturas pelas quais Ein Sóf está coberto e escondido. As almas que estão destinadas a receber daí serão obrigadas a receber através dessas medidas distribuídas pelas dez Sefirot. Assim, os receptores são afetados por este número de dez Sefirot, e não pela Sua Luz, que é uma, única e imutável.

Os receptores se dividem em dez graus, precisamente de acordo com as qualidades destes nomes. Além disso, mesmo estas coberturas de que falamos pertencem somente ao mundo de Briá e abaixo, uma vez que é neste lugar que se encontram as almas que recebem estas dez Sefirot. Mas nos mundos AK e Atzilut nem as almas existem, uma vez que elas estão apenas em potencial.

Consequentemente, as dez coberturas superiores nas dez Sefirot governam apenas nos três mundos inferiores, chamados Briá, Yetzirá e Assiá. Mas nos mundos BYA as dez Sefirot são consideradas Divindade até ao final de Assiá, tal como em AK  e ABYA, e como antes da Tzimtzum.

A única diferença está nos Kelim das dez Sefirot: em AK e Atzilut, eles nem sequer revelam a sua posição dominante, já que ali se encontram apenas em “potencial”, e só em BYA começam os Kelim das dez Sefirot a manifestar a sua força de cobertura e ocultação. Porém, na Luz das dez Sefirot não há qualquer mudança devido a estas coberturas, como foi escrito na alegoria. Este é o significado de “Eu,   o Senhor, não mudo”.

13) Podemos perguntar: “Como não há revelação da essência da alma dos receptores, em AK e Atzilut, para que servem esses Kelim chamados de dez Sefirot, e quem escondem e cobrem nessas medidas?”

Há duas respostas para isso: a primeira é a suspensão, como você vai encontrar no interior do livro. A segunda é que as almas, também, estão destinados a receber essas dez Sefirot em AK e Atzilut, através da ascensão dos três mundos BYA até eles (como estará escrito no Item 163 no “Prefácio à Sabedoria da Cabalá”). Portanto, devemos discernir estas mudanças nas dez Sefirot em AK e Atzilut, igualmente de acordo com a Luz que elas estão destinadas a brilhar sobre as almas,   a partir do momento em que subam até aí com os mundos BYA, pois então elas receberão de acordo com o nível daquelas dez Sefirot.

14) Em consequência, esclarecemos totalmente que os mundos, a geração, as mudanças, o número de níveis, etc., foram ditos apenas relativamente aos Kelim que dão às almas, e escondem e medem por elas, para que possam gradualmente receber nelas a Luz de Ein Sóf. Mas eles não afetam a Luz de Ein Sóf de forma alguma, uma vez que nenhuma cobertura afeta o que é coberto, mas apenas o outro, que deseja senti-lo e receber dele, como dito na alegoria.

15) Em geral,  devemos  distinguir  estes  três  discernimentos  nas  Sefirot Partzufim, onde quer que estejam: Atzmuto (Sua Essência), Kelim e Luzes.

Em Atzilut não há qualquer pensamento ou percepção. Nos Kelim, há sempre dois discernimentos opostos: ocultação e revelação. Isto é assim porque, no início, o Kli cobre Atzmuto de uma forma que estes dez Kelim nas dez Sefirot são dez graus de ocultações.

Todavia uma vez que as almas recebem esses Kelim sob todas as condições neles, estas ocultações se tornam revelações para a realização das almas. Por conseguinte, os Kelim contêm dois discernimentos opostos, os quais são um só. Isto ocorre porque a medida da revelação no Kli é exatamente como a medida de ocultação no Kli, e quanto mais espesso o Kli, mais ele esconde Atzmuto e revela um grau mais Elevado. Assim, estes dois opostos são um.

 

E as luzes nas Sefirot se referem a essa medida do grau adequado para aparecer para a realização das almas. Uma vez que tudo se estende desde Atzmuto e, no entanto, não há realização nEle, mas apenas nas qualidades dos Kelim, existem necessariamente dez Luzes nestes dez Kelim, ou seja, graus de revelação para aqueles que recebem nas qualidades desses Kelim.

Assim, a Sua Luz e a Sua Essência são indistinguíveis, exceto que na Sua Essência não há qualquer realização ou percepção, com exceção relativamente ao que vem dEle até nós coberto nos Kelim das dez Sefirot. E, nesse sentido, nos referimos a tudo o que alcançamos pelo nome:  “Luzes”.

INTRODUÇÃO AO LIVRO, DA BOCA DE UM SÁBIO

Do livro “Cabala Para o Estudante”

É sabido, de livros e autores, que o estudo da sabedoria da Cabalá é uma necessidade absoluta para qualquer pessoa de Israel. E se houver uma pessoa que estude a Torá e conheça de cor a Mishná e o Gemará, e se existir uma pessoa que seja plena de virtudes e boas ações ainda mais do que todos os seus contemporâneos, mas que não tenha aprendido a sabedoria da Cabalá, tal pessoa deve reencarnar neste mundo para estudar os segredos da Torá e da sabedoria da verdade. Isto está presente em vários trechos nos escritos dos nossos sábios.

Isto é o que O Zohar escreve na interpretação do Cântico dos Cânticos, explicando o versículo: “Se não o sabes, ó mais formosa entre as mulheres” que os nossos sábios interpretaram como uma alma que se apresenta diante do Trono depois de seu falecimento.

O Criador afirma: “Se não o sabes, ó mais formosa entre as mulheres.” Embora você seja a mais formosa (justa) entre as mulheres e mais virtuosa em boas ações do que todas as almas, se não tem conhecimento nos segredos da Torá: “volta para trás pelas pegadas do rebanho”, saia daqui e não regresse mais a este mundo.   “E alimenta as crianças, junto às tendas dos pastores”, vá para os seminários e aprenda os segredos da Torá  da boca dos discípulos dos nossos sábios.

Devemos compreender as suas palavras, condicionando nossa perfeição através do estudo da sabedoria da verdade. Aparentemente, como isso é diferente das outras palavras da Torá revelada? Não encontramos em lugar algum que a pessoa seja obrigada a entender todos os assuntos da Torá, e que não estará completo caso algum assunto da Torá esteja em falta. Além disso, os nossos sábios disseram que não é o estudo que é o mais importante, mas sim o ato. Os nossos sábios também disseram: “Um faz muito, o outro pouco, desde que direcionem os seus corações para o Céu”, e há muitos outros ditados semelhantes.

A fim de atingir a profundidade das suas palavras mencionadas anteriormente, devemos primeiro compreender o que já foi escrito muitas vezes em O Zohar e nos Tikunim (Correções do Zohar), sábia e graciosamente: “A Torá, o Criador e Israel são um.” Isto parece ser muito paradoxal.

Antes que eu elucide as palavras deles, aviso-lhe que os nossos sábios definiram uma grande regra para nós relativamente a todos os nomes sagrados e denominações nos livros. Estas são as palavras de ouro deles: “Aquilo que não alcançamos, não definimos por um nome.”

Interpretação: É sabido que não há qualquer pensamento e percepção nEle, como está escrito no artigo “Patach  Eliyahu (Elias Abriu)” no início dos Tikunim de O Zohar. Por esse motivo, até o pensamento do “Ser” do Criador é proibido, quanto mais o discurso.

Todos os nomes que atribuímos a Ele não se referem ao Seu Eu, mas apenas às Suas Luzes, que se expandem a partir dEle para os inferiores. Mesmo o nome sagrado, Ein Sóf (Infinito), apresentado nos livros da Cabalá, é considerado também como Luz que se expande da Sua Essência.

Mas desde que Ele determinou que a Sua Luz, que se expande do Seu Eu, será alcançada pelos inferiores como Ein Sóf, devemos, portanto, defini-lo por esse nome. No entanto, isto não se refere à Sua Essência, uma vez que não há absolutamente nenhuma percepção ou pensamento nEle. Assim, como poderemos defini-lO por um nome e uma palavra, se tudo aquilo que não alcançamos não definimos por um nome?

Qualquer noviço na sabedoria da verdade deve contemplar a grande regra acima descrita antes de qualquer escrutínio num livro da Cabalá, que mesmo o pensamento é proibido no Seu Eu, uma vez que não há qualquer percepção nEle. Portanto, como podemos mencionar um nome ou uma palavra nEle, que indique realização?

No entanto, é um grande Mitzvá examinar e pesquisar nas Suas iluminações, que se expandem dEle, que são todas as denominações e nomes sagrados contidos nos livros. É uma absoluta necessidade para qualquer pessoa de Israel estudar e compreender os segredos da Torá e todas as formas de Sua doação sobre os inferiores, que são a essência da sabedoria da verdade e a recompensa futura das almas no final da correção.

Está escrito nas palavras dos nossos sábios, em O Zohar e nos Tikunim, que todos os Mundos Superiores e todas as Sefirot Sagradas dos cinco mundos AK e ABYA foram previamente preparados em quantidade e qualidade para complementar os filhos de Israel. Isso acontece porque a alma de um de Israel é uma parte de Deus Acima e “O fim de um ato está no pensamento preliminar.”

Surgiu na Sua Simples Vontade se deliciar com recompensa pelo trabalho deles. E por essa razão, toda a realidade se expandiu perante Ele por via de uma sequência de causas e respectivas consequências na descida dos níveis através dos mundos AK e ABYA. Finalmente, eles suscitaram dois discernimentos incorporados um no outro: a alma pertencente às ocultações do céu, que se expande e veste o corpo físico.

A essência da realidade se expandiu através do último nível, que é o corpo físico com uma alma. Similarmente, o encadeamento foi feita por via de causa e consequência, se relacionando com a essência da existência da realidade, que são as formas de Seu doar pendentes por diferentes graus.

Assim, a Luz Superior é Mais Alta do que Alta e acabará por se expandir e chegar à alma vestida no corpo físico neste mundo, como está escrito: “pois a terra será cheia do conhecimento do Senhor, e eles não ensinarão mais cada homem seu vizinho, e cada homem o seu irmão, dizendo: ‘Conheçam o Senhor’, porque todos Me conhecerão, do menor ao maior deles.”

Está escrito pelos nossos sábios e em O Livro de Zohar: “Toda a Torá são os nomes do Criador.” Todas as estórias e as leis e as frases, todos são os Seus Nomes Sagrados.

De acordo com o explicado anteriormente, que “Tudo que nós não alcançamos não definimos com um nome”, você vai entender imediatamente o significado dos Nomes Sagrados do Criador. Estas são as realizações que se expandem desde Ele até aos Seus servos, os profetas e os justos, cada um segundo o seu mérito, como está escrito: “somos distintos, eu e o Teu povo, de todos os povos que há sobre a face da terra”.

Esta distinção vem até nós através da recepção da Torá e do cumprimento das Mitzvot, inicialmente apenas na forma revelada. Tem o mérito de purificar os nossos corpos e de elevar as nossas almas até ao ponto em que nos tornamos dignos de alcançar toda a Torá e os seus Mitzvot como sendo os Seus Nomes. Esta é a recompensa completa pretendida para as almas no final da correção. No entanto, para este mundo também, como está escrito na Gemará, “Verás o teu mundo na tua vida.”

Isso explica-nos porque ele chama as 613 Mitzvot de 613 conselhos em vários lugares em O Zohar, e em muitos outros lugares em O Zohar ele chama as 613 Mitzvot de “613 depósitos.” É assim porque, em primeiro lugar, deve manter-se a Torá e as Mitzvot para purificar o corpo e desenvolver a alma. Naquele período, as 613 Mitzvot são como 613 conselhos para ele, “dicas” através das quais podemos gradualmente purificar e ser premiado com presença diante do Rei, e receber a Luz de sua face. Isto porque manter a Torá e as Mitzvot purifica-o gradualmente, até ele ser recompensado com a Luz da face do Rei.

Além disso, está escrito igualmente na Gemará: “O Criador não se importa  se a pessoa abate pela garganta ou abate pela parte de trás do pescoço? Pelo contrário, foi-nos concedida a Torá apenas para purificar Israel”.

No entanto, depois de se ter sido suficientemente purificado e merecer a Luz da face do Rei, os olhos e a alma da pessoa se abrem e se é recompensado com a realização das 613 Luzes Sagradas encontradas nas 613 Mitzvot. Estes são os Seus Nomes Sagrados, aqueles que a pessoa pode alcançar.

Por cumprir cada um das Mitzvot, a pessoa recebe a parte da Luz depositada nesse Mitzvá, visto que A Mitzvá é um Kli (vaso) onde a Luz é vestida, significando um Nome Sagrado que pertence especificamente a esse Mitzvá. Este é o significado de: “A  Mitzvá é uma vela e a Torá–Luz.”

Naquele momento, ele chama as 613 Mitzvot de “613 mandamentos (depósitos)”. É como alguém que deposita pedras preciosas num vaso e diz à sua amada: “Toma este Kli para ti, mas protege-o de ladrões e assaltantes”. Assim, eles só falam do vaso, mas a sua principal intenção são as pedras preciosas depositadas lá.

É sabido nos livros de Cabalá que o significado do Nome Sagrado: “O Sagrado Bendito seja Ele” ou Kudsha Berich Hu (o mesmo nome em Aramaico) trazido pelos nossos sábios e presente em O Zohar, deriva de HaVaYaH (Yud-Hey-Vav- Hey). Este Nome Sagrado contém todos os Nomes Sagrados até ao Mais Alto do que Alto. Assim, aprendemos que “a Torá e o Criador são um”, embora as massas não O vejam na Torá, mas apenas estórias, frases e leis.

Na verdade, já expliquei que “maçãs de ouro em salvas de prata” é como os 613 depósitos são chamados, como disseram os nossos sábios: “Toda a Torá são os nomes do Criador.” Portanto, a Torá e o Criador são um.

Agora ainda devemos explicarmos o discernimento de Israel. Primeiramente, você deve compreender a questão da multiplicidade de formas separadas na espiritualidade, ou seja, como elas estão divididas e em quê. Coisas corpóreas são separadas por uma faca ou algo similar, ou então o tempo ou o espaço separam-nas  e distinguem-nas. Entretanto, isso é impensável na espiritualidade, por estar acima do tempo e do espaço, como é conhecido.
Não obstante, existe o geral e o particular, em que o Criador é o conjunto de todos os nomes, e a Luz geral, e a Torá é dividida em 613 Luzes. Daqui resulta que todos eles juntos são um, e são o Próprio Criador.

Todavia, saiba que toda a diferença na espiritualidade entre as Luzes Superiores está apenas na disparidade de forma. Por exemplo: as almas mentais das pessoas estão certamente divididas em almas distintas. Cada indivíduo tem uma  alma diferente.

Porém, a diferença essencial entre elas não vai além do decorrente da sua disparidade de forma, que a alma de um é boa, e a do outro é má; uma adquiriu sabedoria e a outra insensatez, etc. Os nossos sábios afirmam sobre isso: “Como suas faces diferem umas das outras, os seus pontos de vista diferem uns dos  outros”.

Agora podemos compreender que, se fosse para todas as pessoas terem conceitos e tendências iguais, sem diferença alguma, todas as almas de todas as pessoas seriam consideradas como uma só alma. O seu valor seria como a luz do sol: o sol cobre todos os habitantes do mundo, mas não conseguimos distinguir a existência de diferentes formas na luz do sol. De forma similar, uma alma conceptual revestiria muitos corpos, visto que os lugares não se separam, de forma alguma, em questões espirituais se não existirem formas distintas nas suas qualidades.

Agora chegamos ao verdadeiro escrutínio: Sabe-se que o significado das almas dos filhos de Israel é que eles são uma parte de Deus Acima. A alma desceu em cascata por meio de causa e consequência e baixou nível após nível, até se tornar adequada para chegar a este mundo e vestir o imundo corpo  físico.

Ao cumprir a Torá e observar seus Mitzvot, sobe nível após nível, até o seu desenvolvimento estar concluído e ficar apta para receber a sua recompensa d’O Todo. Esta foi previamente preparada, ou seja, atingir a sagrada Torá por via dos Nomes do Criador, que são os 613 depósitos.

Agora você pode ver com os seus próprios olhos que “a Torá e Israel são um.” E a única diferença entre a Torá e a alma é devido à disparidade de forma na alma, que foi reduzida a uma Luz muito, muito pequena, e a Torá é Luz Simples que se expande da Essência dEle, cuja sublimidade é infinita, como está escrito: “A Torá  e  o Criador são um”.

No entanto, quando a alma está completa em sua plena estatura e recebe a Torá por via dos Nomes dEle, ou seja, alcança toda a Luz depositada na Torá e nas Mitzvot, você descobre que, de qualquer forma, a Luz da alma é igual à Luz da Torá. Isso é porque a alma já alcançou toda a luz da Torá.

É considerada ainda incompleta enquanto houver alguma falta no alcance  de uma parte pequena e subtil da Luz geral da Torá. Isso ocorre porque toda a sua Luz foi preparada para as almas, como já expliquei anteriormente: “Tudo o que não alcançamos, não definimos por um nome”.

E visto que a Luz foi preparada para o alcance da alma, e a alma ainda não a alcançou inteiramente, é, portanto, considerada incompleta, como em: “Vou cumprir toda a Torá, com exceção de uma coisa. Certamente, ele é um completo ímpio.”

No entanto, como tal você pode declarar no cumprimento da Torá e das Mitzvot alcançando os 613 depósitos. Está incompleto enquanto faltar mesmo que seja apenas uma coisa, grande ou pequena.

Por conseguinte, atingirá finalmente a perfeição completa, ou seja, alcançar toda a Luz da Torá. Nesse momento, não haverá qualquer disparidade de forma entre a Luz da alma e da Luz da Torá. Assim, você graciosamente descobrirá que “A  Torá  e Israel são um”, literalmente.

Porque não há nenhuma diferença ou disparidade de forma entre si, são literalmente um. E uma vez que já havíamos provado que “O Criador e a Torá são um”, e que agora provamos que “A Torá  e Israel são um”, é portanto evidente que  “a Torá e o Criador e Israel são um”.

De tudo o que foi exposto, você descobre que existem duas partes na Torá e nas Mitzvot:

  1. A Torá e as Mitzvot como se apresentam a todos, estando o cumprimento das Mitzvot e o estudo da Torá sob a forma de 613 Estes têm  o poder de purificar e limpar o corpo e reforçar a força da alma, para ser digno e merecer receber a Luz da face do Rei, como a alma estava em sua raiz, antes de diminuir e vir a este corpo básico  no mundo básico.
  2. Cumprir as Mitzvot e estudar a Torá sob a forma de 613 depósitos, ou seja, a questão de alcançar os Nomes dEle e a recompensa total das O mérito da última parte sobre a primeira é como o mérito do Céu sobre a Terra. Isso ocorre porque a primeira parte é mera preparação e a segunda parte é a verdadeira plenitude e o propósito da Criação.

Isso explica a nossa questão anterior sobre as palavras dos nossos sábios, que, mesmo que uma pessoa se destaque na Torá e nas boas ações mais do que todos os seus contemporâneos, se ela não tiver aprendido os segredos da Torá e a sabedoria da verdade, ela deve reencarnar no mundo.

Nós perguntamos: “Qual é a diferença entre este assunto na sabedoria da verdade de outros assuntos na Torá?” Não encontramos em nenhum lugar que a pessoa é obrigada a se ocupar em todos os temas na Torá. Pelo contrário, temos encontrado oposição a tal em muitos lugares, tais como: “Um faz muito, o outro pouco, desde que direcionem os seus corações para o Céu”, e também: “não é o estudo que é importante, mas o ato em si.”

Agora o assunto está esclarecido: toda a parte da Torá revelada, não é senão uma preparação para se tornar digno de mérito e merecer atingir a parte escondida. É a parte oculta que é a verdadeira plenitude e a finalidade para a qual o homem é criado.

Portanto, claramente, se uma parte da parte oculta estiver ausente, embora  se possa cumprir a Torá e observar os seus mandamentos na parte revelada, a pessoa ainda terá de reencarnar neste mundo e receber o que deveria receber, ou seja, a parte escondida, por meio de 613 depósitos. Apenas assim é a alma completada, da maneira que o Criador pré-determinou.

Você pode ver, portanto, a necessidade absoluta para qualquer um de Israel, seja ele quem for, envolver-se na interioridade da Torá e nos seus segredos. Sem isso, a intenção da Criação não estará concluída nele.

Esta é a razão pela qual reencarnamos, geração após geração, até à nossa geração atual, que é o resíduo das almas sobre as quais a intenção da Criação não ficou concluída, dado não terem atingido os segredos da Torá nas gerações passadas.

Por esta razão, eles disseram em O Zohar: “Os segredos da Torá e os seus mistérios estão destinados a serem revelados na época do Messias.” Está claro para qualquer pessoa que entenda, que uma vez que completem a intenção da Criação, serão recompensadas com a vinda do Messias. Assim, inevitavelmente, os segredos  da Torá serão abertamente revelados entre eles, sendo que se a correção for bloqueada eles serão obrigados a reencarnar.

Isto deve lhe explicar o que devemos questionar sobre esta interpretação em geral, pois quem sou eu, e quem são os meus pais, para me ter sido concedido fazer   a interpretação para expandir o conhecimento dos segredos escondidos em O Zohar  e nos escritos do Ari? Ademais, porque é que ainda não encontramos ninguém que interprete esta sabedoria de forma tão aberta como eu?

Agora você pode ver que, nossa geração está realmente na época do Messias, e estamos todos à beira da correção completa, e a única resistência é o abandono completo da sabedoria da verdade nesta geração, devido à dificuldade da língua e à dispersão das matérias.

Além de tudo isso, há a pequenez da mente e os problemas abundantes na nossa geração. Assim, quando o Senhor desejou acelerar a redenção das nossas almas, Ele colocou na minha mão um privilégio para divulgar a medida nesta interpretação, e a vontade de Deus obteve sucesso na minha  mão.

E eu tinha outra razão para fazer esta interpretação aberta, como está escrito em O Zohar: “É preciso aprender um pouco, mesmo com um disparate”, como está escrito: “na medida em que a luz exceda a escuridão.” Depois de eu ter terminado a minha época na cidade de Varsóvia, na Polônia, confinado ao meu quarto, não tendo nada a ver com a escuridão do meu ambiente, fui abençoado com o estabelecimento na Cidade Santa de Jerusalém.

E quando caminhava entre as pessoas aqui, eu vi a miséria do meu povo, a pobreza da sua mente. O seu riso tolo soava nos meus ouvidos como o barulho de panelas sob a cidade, zombando e calcando o coração e a alma dos nossos anseios, caluniando o Senhor, a Sua Lei e o Seu povo em voz alta, sem qualquer sabedoria, entendimento e conhecimento na sabedoria da Cabalá, qualquer que seja. Pelo contrário, é um conjunto de palavras e nomes, sem sentido e sem moral, apenas palavras literais.

É um privilégio trocar palavras soltas no texto escrito com fé completa afirmando que são coisas sagradas, e que, portanto, a finalidade da Criação será concluída sobre nós. E quando aqueles que se dedicam aos textos literais com completa fé aumentarem em número, o Rei Messias virá imediatamente, pois devido a isso a correção total estará completada, e nada mais será  necessário.

Finalmente, encontrei-me com os famosos entre eles, pessoas que já gastaram os seus anos mergulhados nos escritos do Ari e O Zohar. Eles foram tão bem sucedidos que se tornaram proficientes e familiarizados com todos os escritos do Ari.

Eles têm a reputação de serem as pessoas mais sagradas na terra. Perguntei- lhes se haviam estudado com um Rav que alcançara a interioridade das coisas. Eles responderam: “Céus, não! Não há aqui qualquer interioridade, mas textos precisos, que nos foram dados, e nada mais do que isso, Deus proíba.”

Perguntei-lhes se Rav Chaim Vital tinha atingido a interioridade das coisas. Eles responderam: “Ele certamente não atingiu mais do que nós.” Então, perguntei- lhes sobre o próprio Ari. Eles responderam: “Ele certamente não conhecia a interioridade mais do que nós, e tudo o que ele sabia, ele passou para o seu discípulo, Rav Chaim Vital, tendo assim chegado às nossas mãos.”

Eu ri deles: “Como, então, estavam os assuntos compostos no coração do Ari, sem qualquer compreensão e conhecimento?” Eles responderam: “Ele recebeu  a composição destes assuntos de Elias, e este conhecia a interioridade, visto ser um anjo.” Aqui a minha ira se derramou sobre eles, pois terminara a minha paciência para estar com eles.

E quando eu vi que a insensatez deles havia se enraizado em quase todos os que se dedicavam a esta sabedoria, nessa altura, coitados dos ouvidos que tal ouvem, “Será que ele até forçará a rainha perante mim na casa?”

O Sagrado Zohar já lamentara amargamente a negação dos pecadores nas suas almas, que dizem não haver segredos internos na Torá, conforme está escrito em Parashat Vayerá: “Será que a Torá veio para mostrar-nos fábulas e contos históricos? Tais histórias e fábulas são encontradas entre outras nações, também”. Os nossos sábios disseram que eles arrancam pelas raízes as plantações, pois eles tomam apenas Malchut.

O que diriam os autores de O Zohar vendo a cultura desse povo tão pecador, negando que haja qualquer conhecimento ou sabedoria nas palavras de O Zohar e  da própria sabedoria da verdade? Sobre os próprios segredos da Torá, eles dizem que não existe conhecimento ou percepção revelada neste mundo, mas apenas palavras vazias. Assim, eles vieram para forçar a Sagrada Divindade dentro do palácio do Rei. Coitados deles, pois causaram danos às suas almas.

Os nossos sábios disseram que a Torá Sagrada lamenta-se diante do Criador: “Os Teus filhos transformaram-me numa canção em casas públicas.” Mas eles não fazem da Torá sequer a semelhança de uma canção, apenas palavras assustadoras para qualquer ouvinte que suscitam desprezo e ira.

Ademais, eles querem ser recompensados como Pinchas (Finéias), dizendo que o fazem com completa fé. A escritura diz sobre eles: “Porquanto este povo se aproxima, e com a sua boca e com os seus lábios honram-Me, mas afastaram o seu coração de Mim”, e esta é a razão para a ruína do Primeiro Templo.

O demônio ainda dança entre nós, precisamente no tempo do Messias, o tempo do fim dos segredos da Torá. O zelo do Senhor dos Exércitos veio como fogo que não se vai extinguir nos meus ossos. Por causa disso, fui despertado para levantar o véu de tal forma que eles saberão que há sabedoria em Israel.

Este foi um dos principais motivos que me levou a esta explicação. Você deve ver em cada objetivo e em cada meta que é absolutamente simples. Toda a sagacidade, a inteligência e muitas questões são formadas durante a preparação, até que o objetivo seja alcançado. Por exemplo, quando alguém quer se estabelecer numa casa, precisa de inteligência e conhecimento do projeto, do artesanato e da qualidade e quantidade dos quartos e das posses.

O objetivo final é uma coisa simples: habitar lá. Este é o significado das palavras: “de acordo com a beleza de um homem, habitar na casa.” É um pensamento simples, sem conceitos nem proliferação, e sem sagacidade, mas uma simples vontade.

Saiba que todas as sofisticações no conhecimento são principalmente erros que devem perecer perante a verdade. No entanto, a verdade em si é simples, sem sagacidade.

Há um segredo nisso, constituindo principalmente o muro de ferro que nos separa do nosso Pai no Céu: há coisas que estão escondidas devido à sua grande altura e profundidade, e há coisas que estão escondidas devido à sua extrema subtileza, como moscas no ar, demasiado finas para serem  vistas.

Dado que a Sua Luz é Luz Simples de tal forma que a mente humana, que sente apenas uma pequena porção de alguma coisa, simplesmente não percebe. É como as menores coisas de uma determinada medida, que exigem uma ferramenta real para ver.

Isto é assim porque, embora nem toda a profundidade da altura e a profundidade da largura sejam percebidas, você consegue contudo perceber  de forma aproximada. No entanto, com coisas subtis, é como se elas não existissem de forma alguma, visto você não alcança nem um pedacinho  delas.

A MENTE ATUANTE

Do livro “Cabala Para o Estudante”

A passagem que diz que toda pessoa é obrigada a entender a raiz de sua alma significa que o propósito desejado e esperado do Criador por Suas criaturas é a Dvekút com Ele, como está escrito, “e aderir-se a Ele” (Deuteronômio 11:22), e os sábios explicaram isto no sentido de aderir-se às qualidades do Criador, assim como Ele é misericordioso, etc. E as qualidades do Criador são manifestadas pelas Santas Sefirot, como sabemos. E este é o segredo da mente atuante que causa e conduz Seu mundo e mede o impacto de Sua benevolência e a  abundância.

Mas é preciso entender porque isto é chamado de Dvekút com o Criador, uma vez que parece ser um mero estudo. Eu vou usar uma analogia para explicar o conceito que com cada ação no mundo, a mente que a causa, se adere a ela e permanece com ela. Assim como em uma mesa, oculta dentro dela está a mente do carpinteiro e seu ofício, grande ou pequena, visto que, enquanto ele trabalha, ele planejou isto de acordo com sua mente. Quando uma pessoa vê a ação completa, e compreende a consciência oculta nela, então, naquele momento, ela adere a esta consciência que a causou. Ou seja, elas se tornam completamente  unidas.

Porque na verdade, não há distância ou separação entre as coisas espirituais, mesmo quando elas são vestidas em formas físicas divididas, mas a mente dentro de cada uma delas não pode ser descrita em partes separadas, porque não há faca que possa cortar o espiritual para deixa-lo em partes separadas. Pelo contrário, a principal diferença entre as coisas espirituais está em sua classificação, ou seja, se eles são dignos de louvor ou condenação, e também de acordo com seus componentes compatíveis, pois a mente que pensa sobre a sabedoria das estrelas não pode se aderir à mente científica.

E mesmo dentro de uma dada sabedoria, existem muitos ensinamentos, pois se a pessoa for mais sábia do que outra mesmo em um aspecto da sabedoria, isto divide os dois espiritualmente. Mas quando duas pessoas sábias contemplam a mesma sabedoria e seu entendimento disto é igual, então elas são verdadeiramente unidas, pois nada as divide, leia isto cuidadosamente.

Portanto, quando uma pessoa pensa sobre as ações de outra e compreende a consciência por trás de sua ação, ambas têm a mesma medida de poder e pensamento, e elas são verdadeiramente unidas. Isto é como uma pessoa que encontra um amigo amado no mercado e o abraça e beija, e eles não podem ser separados devido à grande unidade entre eles.

E assim, de acordo com esta regra que a mente do Falante é a força que está mais próxima e mais compatível com o Criador, e isto é considerado como “o meio”. Isto significa que o Criador emanou uma centelha da força e por esta centelha tudo pode retornar à Ele.

E está escrito: “Fizeste todas as coisas com Tua sabedoria” (Salmos 104:24), ou seja, todo o mundo foi criado através da sabedoria do Criador, e portanto, aquele que merece perceber as condutas em que o Criador criou o mundo e suas ordens se adere à Mente que as causou, assim ele se adere ao  Criador.

E este é o segredo da Torá, que é todos os Nomes do Criador, que são aplicáveis às Suas criaturas. E os criados atingem por elas a Mente do Criador, pois   o Criador estava olhando a Torá quando Ele criou o mundo como sabemos. E através da iluminação que a pessoa atinge através da Criação, sempre se aderindo a esta Mente, a pessoa se adere ao Criador.

E através disto, nós entendemos porque o Criador nos mostrou todas as Suas ferramentas de trabalho: “Nós precisamos deste conhecimento para criar mundos?” Disto, nós aprendemos que o Criador nos mostrou Suas condutas para que soubéssemos como aderir a Ele, que é ao “aderir às Suas qualidades” (Yalkut Shimoni).

ISTO É PARA JUDÁ

Do livro “Cabala Para o Estudante”

Do Comentário sobre a Hagadá de Pêssach publicado em 1930

 

“Este é o pão da aflição, que os nossos pais comeram na terra do Egito.” A Mitzvá de comer Matzá23 foi dada aos filhos de Israel mesmo antes deles terem partido do Egito. Que foi em nome da futura Redenção, que era para ser às pressas. Daqui resulta que a Mitzvá de comer Matzá lhes foi dada enquanto eles ainda eram escravos. A Mitzvá na verdade se referia ao tempo da Redenção, visto que eles partiram apressadamente.

É por isto que, quando nós comemos Matzá hoje, nós gostamos de mencionar do consumo da Matzá no Egito, pois nós também estamos em dias de escravidão, em exílio. E nossa intenção na Mitzvá de comer a Matzá é trazer a Redenção futura breve em nossos dias, Amén, da mesma forma que nossos pais fizeram quando comeram Matzá no Egito.

“Agora somos escravos, no próximo ano seremos livres.” Como dissemos acima, a intenção por trás desta Mitzvá é despertar a Redenção futura que é garantida, ao comer a Matzá da forma que nossos pais comeram no  Egito.

“Éramos escravos…” Nós aprendemos em Masechet Pesachim, pág. 116a, que “começa com condenação e termina com louvor”. Sobre a condenação, Rav e Shmuel discordam, o Rav diz que nós devemos começar com “no início, os nossos pais eram idólatras” e Shmuel disse que devemos começar com: “éramos escravos”.  A Halachá é de acordo com Shmuel.

É importante compreender esta discordância. E a razão para “começar com condenação e terminar com louvor”

Precisamos compreender esta discordância. A razão para “começa com condenação e termina com louvor” é a mesma de “a luz é melhor do que as trevas” (Eclesiastes 2:13). Mas primeiro devemos reconhecer a condenação para que nós apreciemos completamente a bondade do Criador e o que  Ele fez por nós.

É sabido que todo nosso princípio veio de um lugar de condenação, dado que a não existência, ou ausência, precede a existência. É por isto que “de um jumento selvagem nasce um homem” (11:12) e, no final, adquire a forma de um homem, que é comum a tudo na Criação, este também é o processo de enraizamento de toda a nação Israelita.

Isto significa que visto que o Criador trouxe a Criação à existência como “existência a partir da ausência”. Não há um ser existente que não era anteriormente uma forma não existente, embora cada item individual da Criação tenha sua própria forma separada da não existência. Então, quando nós dividimos a existência em quatro tipos: Inanimado, Vegetativo, Animado e Falante, nós encontramos que necessariamente o início de cada item Inanimado começou da não existência completa, enquanto que cada item Vegetal começa e resulta de seu tipo precedente de existência e não de uma não existência total.

O início do item Vegetal não é da não existência total mas, pelo contrário, ele começa e resulta de seu tipo precedente de existência, que é considerado como sua forma de não existência relativamente. Assim, o processo de semeadura e decadência, que é necessário a cada semente, é considerado como sendo recebido  do Inanimado. Da mesma forma, é com a fase não existente do Animado e Falante, pois a forma Vegetal é considerada como não existência relativo a forma Animada,  e a forma Animada é não existência relativa ao ser Falante.

Assim, este verso nos ensina sobre a forma não existente, que precede a forma Falante, ou seja a Animada, dizendo, “de um jumento selvagem nasce um homem”, onde o ser humano necessariamente começa como um animal. E também está escrito: “Tu salvas, Senhor, os homens e animais” (Salmos 36:7) e assim como o Criador fornece tudo que o animal precisa para sobreviver e cumprir seu propósito, assim Ele fornece ao ser humano com tudo o que ele precisa para sobreviver e cumprir seu propósito.

Portanto, precisamos entender a superioridade intrínseca do ser humano sobre o animal. Isto pode ser visto pelas suas necessidades e desejos, pois os desejos do ser humano são certamente diferentes daqueles das bestas, e ao mesmo nível, a salvação de Deus para o ser humano é distinguida da salvação de Deus para a besta.

Após investigar este conceito completamente, nós encontramos uma diferença intrínseca entre as necessidades do ser humano e a do reino animal, exceto pelo despertar para a Divina Dvekút (adesão), que é inerente apenas ao ser humano.

Nós encontramos que toda a existência dos seres humanos pode ser medida apenas pelo nível do anseio inerente a fazer o trabalho do Criador, e esta é a medida de sua superioridade ao reino animal. E muitos já trouxeram esta ideia que mesmo   a mente inteligente lidando com artesanato ou habilidades políticas pode também ser encontrado em muitas espécies do reino animal.

E através disto, nós também podemos entender a ausência que precede a existência do ser humano, a não existência do desejo de estar próximo ao Criador,  o nível da besta, como nós mencionamos acima. Através disto nós podemos entender as palavras da Mishná: “Começa com condenação e termina com louvor”, que significa que nós devemos relembrar e compreender esta falta em uma maneira positiva. Esta é a condenação que precede o louvor, e disto nós entenderemos o louvor mais profundamente e poderosamente, através de “começando com condenação e terminando com louvor”.

Isto também ilustra o conceito de nossos quatro exílios, exílio após exílio que precedem as quatro Redenções, Redenção após Redenção até a quarta Redenção que é a perfeição desejada absoluta que nós esperamos breve em nossos dias, Amén. O exílio é a não existência que precede a existência. E existência é Redenção. Dado que esta não existência é o estágio de preparação da existência, assim como semear    é a preparação do estágio de colher, como é explicado nos livros. Portanto todas as letras de GE’ulá (Redenção) são encontradas na palavra Golá (exílio)24 exceto pela letra Álef, que se refere ao “Aluf (Campeão) do mundo”, que nos ensina assim como os sábios disseram que a forma da ausência é apenas a não existência da  existência.

A forma desta existência é a Redenção, como as escrituras nos dizem: “e não ensinarão mais cada um ao seu próximo… porque todos Me conhecerão, do menor ao maior deles” (Jeremias 31:33). Portanto, a forma da não existência precedente, o exílio, é a única não existência do conhecimento do Criador, que é indicado pela Álef que falta, que está faltando no Golá (exílio) e esperamos por ela na GE’ulá (Redenção). Esta é a Dvekút com o Campeão do mundo, como nós mencionamos. Esta é precisamente a Redenção de nossas almas, nem mais e nem menos, e é o que nós dissemos sobre todas as letras em GE’ulá estão presentes em Golá, exceto a Álef, que é o Campeão do mundo, entenda isto bem.

Para entender este importante conceito que cada não existência prepara o caminho para sua entidade correspondente de existência, nós podemos aprender sobre isto das coisas neste mundo material. Nós vemos que o conceito de liberdade, que é um ideal sublime, só é compreendido por uns poucos escolhidos, e apenas eles pela forma da preparação apropriada. A maioria das pessoas não pode provar isto pois elas não têm conceito disto. Por outro lado, na escravidão, os grandes e pequenos são iguais, e nem mesmo os menores das pessoas podem tolerar isto.

(Nós vimos isto com o povo Polonês, que apenas perderam seu reino porque a maioria deles não apreciava a importância de sua liberdade e não a guardou de perto. Eles caíram à escravidão sobre o regime Russo por cem anos. Então todos eles gemeram sob o jugo da escravidão e todos eles, grandes e pequenos, imploraram por liberdade. E embora eles não saibam como apreciar a verdadeira essência da liberdade real, e cada um a imagine como lhe agrada, da falta de liberdade, que é a escravidão, o valor da liberdade foi marcado em suas almas para apreciar e amar a liberdade.

Porém, quando eles foram libertados do jugo da escravidão, muitos deles ficaram confusos e não apreciaram o que eles ganharam por sua liberdade. Alguns  se arrependeram disto e disseram que seu governo os sobrecarregava com taxas ainda maiores do que o governo estrangeiro, e eles desejaram que as coisas não tivessem mudado, porque o poder da ausência de liberdade não tinha agido sobre eles como deveria.)

Agora podemos entender a discordância entre Rav e Shmuel. O Rav interpreta a Mishná que diz que “começa com condenação…” ou seja, que isto nos fará apreciar a Redenção ainda mais, e portanto, nós começamos com o tempo de Terach, e ele discorda com Shmuel, porque no Egito, alguns já tinham o amor e serviço do Criador instilado neles, e a dificuldade extra de escravidão no Egito não   é uma falta por si própria para a nação chamada “Adam”, como discutimos acima.

E Shmuel diz, ao contrário do Rav, que o conceito da liberdade nacional através do conhecimento do Criador é um conceito extremamente sublime que apenas uns poucos podem compreender, e apenas através da preparação adequada. Mas a maioria da nação não estava neste nível ainda. Por outro lado, o conceito da dificuldade da escravidão é compreensível a todos, como Ibn Ezra escreveu em sua interpretação do início da Parashat Mishpatim: “Não há nada mais difícil para o ser humano do que estar sob a autoridade de outro ser humano como ele mesmo”.

E ele interpreta a Mishná dizendo que a não existência prepara o caminho para a existência, e é portanto considerada uma parte da Redenção do Criador pela qual devemos ser gratos. Portanto, nós não devemos começar com: “…no início, os nossos pais eram idólatras”, visto que naquele tempo não era o caso de não existência preparando o caminho para uma existência. Eles estavam longes de ter uma existência “humana” porque eles estavam muito longes do amor do Criador.

Então nós começamos com a escravidão no Egito, quando uma pequena centelha do amor do Criador já estava queimando em seus corações. Mas com o trabalho duro, esta centelha estava desvanecendo, e assim, pode ser considerado como a ausência que precedeu a existência. Portanto nós começamos com: “Éramos escravos”.

 

23 Nota do tradutor: pão sem fermento comido pelos judeus na festividade de Páscoa.
24 Nota do tradutor: Em Hebraico, a diferença entre as palavras Ge’ulá (Redenção – Gimel, Álef, Vav, Lamed, Hey) e Golá (Exílio – Gimel, Vav, Lamed, Hey) é na adição da letra Álef à última.