A Unidade Oculta Que Prevalece
Do livro “Interesse Próprio vs. Altruísmo na Era Global”
A Cabalá não é certamente a única ciência que investiga as forças ocultas da Natureza que operam em nosso mundo nos bastidores. De acordo com a Enciclopédia Britânica, “a teoria da mecânica de Newton, conhecida como mecânica clássica, representou com precisão os efeitos das forças em todas as condições conhecidas em seu tempo. (…) A teoria já foi modificada e ampliada pelas teorias da mecânica quântica e da relatividade.” Em outras palavras, fazendo uma generalização grosseira, a ciência do século XX já não estava satisfeita com a teoria de Newton, por ser insuficiente para explicar todos os fenômenos observados na Natureza.
Na segunda metade do século XX, os cientistas perceberam que as novas teorias também ficaram aquém de explicar todos os fenômenos da Natureza. Isso provocou uma busca por uma Grande Teoria Unificada (GUT). “O sonho dos teóricos [da física]”, segundo a Enciclopédia Britânica, “é encontrar uma teoria totalmente unificada, a teoria do tudo, ou TOE.”ii
No que parece um paralelo com a busca do TOE, muitos proeminentes físicos teóricos começaram a postular que, no nível mais fundamental, nós e todas as partes da realidade somos realmente um. O pioneiro físico teórico Werner Heisenberg disse: “Há um erro fundamental em separar as partes do todo, o erro de atomizar o que não deve ser atomizado. Unidade e complementaridade constituem a realidade.”iii
Contemporâneo de Heisenberg, seu companheiro e cofundador da física quântica, Erwin Schrödinger afirmou em seu ensaio “A Visão Mística”: “A pluralidade que percebemos é apenas uma aparência, não é real.” Até mesmo o grande Albert Einstein, em carta datada de 1950, declarou: “Um ser humano é parte do todo chamado por nós de universo. (…) Experimentamos a nós mesmos, nossos pensamentos e sentimentos como algo separado do resto, uma espécie de ilusão de ótica da consciência.”iv
Para provar, no entanto, que todas as partes da realidade são manifestações de um todo único, ou desenvolvendo o TOE que se aplica a todas as partes da realidade, seria necessário um paradigma que funcionasse em todos os níveis da vida física, mental e intelectual. E aqui os físicos estão fora de sua alçada. Mesmo os físicos teóricos mais inovadores não conseguem explicar todos os fenômenos observados da Natureza.
Em particular, uma explicação completa do fenômeno chamado “consciência” ilude cientistas de todos os campos. A consciência, porém, não está somente presente, mas, invariavelmente, afeta os resultados de experimentos científicos. A esse respeito, Dr. Johnston Laurance, ex-diretor do Instituto Nacional de Saúde Infantil e Desenvolvimento Humano, publicou a seguinte declaração em um ensaio online, intitulado “Ciência Objetiva: Um Oxímoro Inerente”: “Todas as observações científicas, mesmo em seu nível mais fundamental, são afetadas pela consciência do observador. Assim, a declaração ‘ver para crer’ faz mais sentido do que aparenta. Numerosos estudos têm mostrado que a consciência exerce uma influência significativa
em muitas questões diferentes, que vão desde o crescimento de bactérias até a evolução de pacientes cardíacos.”v
Nesse ensaio, Dr. Laurance citou vários outros cientistas e pensadores que compartilham essa visão, como o neurologista Jean Martin Charcot, do século XIX, considerado o pai da neurologia moderna: “Em última análise, vemos apenas o que nós estamos prontos para ver, o que temos sido ensinados a ver. Eliminamos e ignoramos tudo o que não faz parte de nossos preconceitos.”
Nesse sentido, se a observação científica afeta, distorce ou elimina completamente o fenômeno a ser observado, como a ciência pode ser considerada cem por cento precisa?
Além disso, algum fenômeno pode ser plenamente compreendido se pelo menos um fator chave de influência, a consciência, não é sujeito de estudo e observação?
É aí que a filosofia entra para complementar a ciência e preencher as lacunas da incerteza. Muitos grandes pensadores fizeram isso ao expressar o conceito de “unicidade da realidade”. Zenão de Cício, o grande filósofo grego do século IV a.C., declarou: “Todas as coisas são partes de um único sistema, que é chamado Natureza.”vi
Da mesma forma, o filósofo e matemático alemão WG Leibniz expressou-se assim, em Escritos Filosóficos de Leibniz: “A realidade não pode ser encontrada exceto em uma única fonte, por causa da interligação de todas as coisas entre si.”vii
Certamente seria muito bom poder acreditar nessa imagem perfeita de unidade e interligação entre todas as coisas. Apesar da grande eloquência dos filósofos, um autêntico pesquisador da verdade dificilmente aceitaria uma ideia apenas porque “soa” bonita ou verdadeira. No final, o único teste verdadeiramente válido para uma teoria ou um conceito é a experiência pessoal de cada um.
Afinal, o que parece válido e verdadeiro para um pode parecer completamente falso para outro. Se você projeta um raio de luz através de um prisma, ele irá separar a luz em todas as cores do arco-íris. Se, no entanto, a pessoa para quem você está mostrando isso é monocromática, não farão diferença os nomes que você dá aos tons de cinza que ela verá. Para essa pessoa, todos eles serão cinzas. Da mesma forma, tão certos como os físicos e filósofos podem estar em suas observações sobre a unicidade e indivisibilidade da realidade, para aceitar essa unidade como um fato, as pessoas devem experimentar por si próprias.
Enquanto experimentar a unidade da realidade pode parecer mística para muitos, as citações acima provam que muitos proponentes dessa visão são reverenciados cientistas, alguns até ganhadores do Prêmio Nobel. Na verdade, a necessidade de uma visão mais completa e uniforme da realidade não surgiu com o advento da física quântica, nem mesmo com Einstein. Em 1879, o químico e físico inglês William Crookes declarou: “Nós temos realmente tocado a fronteira onde a matéria e a força parecem se fundir (…) Atrevo-me a pensar que os maiores problemas científicos do futuro serão encontrar a solução nessa região fronteiriça, e mesmo além; aqui me parece residirem as mais recentes realidades, sutis, longe do alcance, maravilhosas.”viii
Na verdade, a partir de minhas pesquisas na ciência em geral e na Cabalá em particular, descobri que a intuição de Crookes foi por água abaixo, porque, como expliquei anteriormente, a Cabalá observa o objetivo final em primeiro lugar e só então explica a estrutura. E porque a realidade é o veículo com o qual atingimos esse objetivo, a Cabalá é inerentemente uma Grande Teoria Unificada, uma Teoria do Tudo, que tanto nos permite compreender o escopo completo da realidade, como de fato experimentar sua unidade.
O Precursor da Babilônia
Antes de nos aprofundarmos nos princípios desta Grande (e de fato) Unificada Teoria chamada Cabalá, devemos primeiramente entender como ela se originou e dar o devido crédito a seu “progenitor”. Vamos, por um momento, fazer uma viagem de volta no
tempo para a Mesopotâmia antiga, o berço da civilização. Há cerca de quatro mil anos atrás, situada em uma faixa de terra vasta e fértil entre os rios Tigre e Eufrates no que hoje é o Iraque, uma cidade-estado chamada Babel foi palco de uma civilização florescente. Movimentada com vida e ação, ela era o centro do comércio de todo o mundo antigo.
Babel, o coração da civilização dinâmica que hoje chamamos de “antiga Babilônia”, era um caldeirão e o cenário ideal para sistemas de crenças e ensinamentos diversos. Seu povo praticava a adoração de ídolos de muitos tipos e, entre as pessoas mais reverenciadas em Babel, havia um sacerdote chamado Abraão, que era uma autoridade local na prática da adoração de ídolos, como era seu pai, Terah.
Abraão, no entanto, possuía uma qualidade muito especial: ele era invulgarmente perspicaz e, como todos os grandes cientistas, zelava pela verdade. O grande estudioso do século XII, Maimônides (também conhecido como Rambam), descreveu em seu livro A mão poderosa a determinação de Abraão e seus esforços para descobrir verdades da vida: “Desde que este homem vigoroso foi desmamado, ele começou a se perguntar. (…) Ele começou a refletir sobre o dia e a noite e ele se perguntou como era possível que essa roda sempre rodasse sem condutor. Quem a faz rodar, já que não pode rodar sozinha? E ele não tinha nem professor, nem um tutor. Em vez disso, ele estava recluso em Ur dos Caldeus entre adoradores de ídolos analfabetos, com sua mãe e seu pai e todo o povo adorando estrelas, e ele adorando junto a eles.”ix
Em sua busca, Abraão soube o que existe além da fronteira que Crookes descreveu tantos séculos mais tarde. Ele encontrou a unidade, a unidade da realidade que Heisenberg, Schrödinger, Einstein, Leibniz e outros sentiram intuitivamente. Nas palavras de Maimônides, “Ele [Abraão] alcançou o caminho da verdade e entendeu a linha de justiça com sua própria e correta sabedoria. E ele sabia que lá há um só Deus que conduz (…) e que Ele criou tudo, e que em tudo o que existe, não há outro Deus senão Ele.”x
Para interpretar esses trechos corretamente, é importante notar que, quando os Cabalistas falam de Deus, o termo não possui o mesmo significado religioso de um ser todo-poderoso que se deve adorar, satisfazer e apaziguar e que, em recompensa, dá aos crentes saúde, riqueza, vida longa ou tudo isso. Em vez disso, os Cabalistas identificam Deus com a Natureza, toda a Natureza. As declarações mais inequívocas sobre o significado do termo “Deus” foram feitas por Baal HaSulam, cujos escritos explicam que Deus é sinônimo de Natureza.
Por exemplo, em seu ensaio “A Paz”, ele escreve (em um trecho ligeiramente editado): “Para evitar ter de usar as duas línguas a partir de agora, Natureza e um Supervisor, entre os quais, como já demonstrado, não há diferença (…) é melhor para nós (…) aceitarmos as palavras dos Cabalistas que HaTeva (A Natureza) é o mesmo (…) que Elokim (Deus). Então, eu vou ser capaz de chamar as leis de Deus ‘mandamentos da
Natureza’, e vice-versa, porque são uma e a mesma coisa, e não precisamos discutir o assunto mais.”xi
“Aos 40 anos de idade”, escreve Maimônides, “Abraão veio a conhecer o seu Criador”, a única lei da Natureza, que cria todas as coisas. Abraão, porém, não guardou isso para si mesmo: “ele começou a dar respostas ao povo de Ur dos Caldeus e a conversar com eles e a dizer-lhes que o caminho em que eles estavam andando não era o caminho da verdade.” Como Galileu, depois dele, e muitos outros grandes precursores ao longo da história, Abraão foi confrontado pelo que estava estabelecido, que, em seu caso, era Nimrod, o rei de Babel.
Midrash Rabbah, um antigo texto escrito por sábios hebreus na século V d.C., apresenta uma vívida descrição de um confronto de Abraão com Nimrod, bem como uma divertida passagem acerca do elevado fervor de Abraão. “Terah [pai de Abraão] era um adorador de ídolos [que também ganhava a vida construindo e vendendo as estátuas na loja da família]. Uma vez ele foi para um determinado lugar e disse a Abraão para se sentar ali com ele. Um homem entrou e quis comprar uma estátua. Ele [Abraão] lhe perguntou: ‘Quantos anos você tem?’ E o homem respondeu: ‘cinquenta ou sessenta’. Abraão lhe disse: ‘Ai daquele que tem sessenta anos e adora uma estátua com apenas dias de vida.’ O homem ficou envergonhado e saiu.”
“Em outra ocasião, uma mulher chegou com uma tigela de semolina. Ela lhe disse: ‘Eis aqui o sacrifício perante as estátuas.’ Abraão levantou, pegou um martelo, quebrou todas as estátuas e colocou o martelo nas mãos da maior delas. Quando seu pai chegou, lhe perguntou: ‘Quem fez isso com elas?’ Ele [Abraão] respondeu: ‘Uma mulher veio com uma tigela de semolina e me disse para sacrificar perante elas. Eu sacrifiquei, e uma delas disse: ‘Vou comer primeiro’, e a outra disse: ‘Vou comer primeiro.’ A maior se ergueu, pegou o martelo e quebrou as outras.’ Seu pai disse: ‘Você está me enganando? O que elas sabem?’ E Abraão respondeu: ‘Será que seus ouvidos ouvem aquilo que a sua boca está dizendo?’
Nesse momento, Terah sentiu que não podia mais disciplinar seu filho impertinente. “Ele [Terah] levou [Abraão] e entregou-o a Nimrod [que não era apenas rei de Babel, mas também proficiente nas práticas e crenças locais]. Ele [Nimrod] lhe disse: ‘Adore o fogo.’ Abraão respondeu: ‘Eu deveria adorar a água, que extingue o fogo?’ Nimrod respondeu: ‘Cultue a água!’ Ele lhe disse: ‘Então eu deveria adorar a nuvem, que transporta a água?’ Ele lhe disse: ‘Cultue a nuvem!’ Ele [Abraão] lhe disse: ‘Nesse caso, eu deveria adorar o vento, que dispersa as nuvens?’ Ele lhe disse: ‘Adore o vento.’ Ele [Abraão] lhe disse: ‘E se nós adorarmos o homem, que se submete ao vento?’ Ele [Nimrod] lhe disse: ‘Você fala demais, eu adoro só o fogo. Eu vou jogá-lo nele e deixar que o Deus que você adora venha salvá-lo!’
Haran [ irmão de Abraão] estava lá. Ele disse: ‘Em qualquer caso, se Abraão vencer, eu vou dizer que concordo com Abraão, e se Nimrod tiver a vitória, vou dizer que concordo com Nimrod.’ Desde que Abraão desceu ao forno e foi salvo, perguntaram a ele [Haran]: ‘Com quem você está?’ Ele lhes disse: ‘Eu estou com Abraão.’ Eles o levaram e o jogaram no fogo, e ele morreu na presença de seu pai. Assim foi dito: ‘E morreu Harã, na presença de seu pai, Terah’”.xii
Assim, Abraão resistiu com sucesso a Nimrod, mas foi expulso da Babilônia e partiu para a terra de Haran (pronuncia-se Charan, para distinguir de Haran, filho de Terah).
Abraão, o precursor de Babilônia, porém, não impediu a circulação de sua descoberta só porque foi exilado da Babilônia. Descrições elaboradas de Maimônides nos dizem: “Ele começou a falar para o mundo inteiro, para alertá-los de que há um só Deus para o mundo inteiro (…) Ele contava para todos, vagando de cidade em cidade e de reino em reino, até que chegou à terra de Canaã (…)
E uma vez que elas [as pessoas nos lugares em que ele vagava ] se reuniam em torno dele e lhe perguntavam sobre suas palavras, ele ensinou a todos (…) até que ele as trouxe de volta ao caminho da verdade. Por fim, dezenas de milhares reunidos em torno dele, e eles são as pessoas da casa de Abraão. Ele plantou esse princípio em seus corações, escreveu livros sobre isso e ensinou ao seu filho, Isaac. E Isaac sentou-se e ensinou e advertiu e informou Jacob e nomeou-o professor para se sentar e ensinar (…) E Jacó, o Patriarca, ensinou a todos os seus filhos e separou Levi e nomeou-o como cabeça e mandou-o sentar-se e aprender o caminho de Deus (…)”xiii
Para garantir que a verdade fosse levada através das gerações, Abraão “ordenou a seus filhos para não cessarem de fazer nomeação após nomeação, dentre os filhos de Levi, de modo que o conhecimento não fosse esquecido. Isso continuou e se expandiu nos filhos de Jacó e naqueles que os acompanhavam.”xiv
O resultado surpreendente desses esforços foi o nascimento de uma nação que sabia as mais básicas leis da vida, a Teoria de Tudo: “E uma nação que conhece o Criador foi feita no mundo”xv
De fato, Israel não é apenas o nome de um povo. Em hebraico, a palavra Israel (Ysrael) consiste de duas palavras: Yashar (reto, direto) e El (Deus). Israel designa a mentalidade de querer descobrir a lei da vida, o Criador. Em outras palavras, Israel não é uma atribuição genética, é sim o nome ou a direção do desejo que levou Abraão a suas descobertas. Geneticamente, os israelitas eram em sua maioria babilônios, bem como membros de outras nações que se juntaram ao grupo de Abraão. Isso era óbvio para os antigos israelitas. Como Maimônides escreveu, eles tinham os seus professores, os Levis, e foram ensinados a seguir as leis essenciais da vida.
Hoje, no entanto, não estamos cientes do fato de que “Israel” refere-se ao desejo de conhecer a lei básica da vida, o Criador, e não a uma linhagem genética. Quase 2000 anos de ocultação da verdade, desde a ruína do Segundo Templo, praticamente eliminaram a verdade de que a Cabalá, a ciência que ensina a Natureza (de Deus), ou seja, a unidade, é para todas as pessoas no mundo, assim como Abraão direcionou esse conhecimento para todo o povo em Babel e mais tarde “começou a falar para o mundo inteiro”, como descrito por Maimônides.
Através dos anos, apenas Cabalistas mantiveram essa verdade viva. Cabalistas como Elimelech de Lizhensk,xvi Shlomo Ephraim Luntschitz,xvii Chaim ibn Attar,xviii Baruch Ashlagxix e muitos outros escreveram em palavras claras: Ysrael significa Yashar El (Israel significa direto para Deus).
Além disso, a necessidade de descobrir essa força, que descreveremos nos capítulos seguintes, é tão pertinente hoje como sempre. Nada mudou na Natureza desde a época de Abraão, e a lei de unidade e unicidade ainda é a única força que cria, rege e sustenta a vida.
Na verdade, a nossa necessidade de saber é, hoje, mais pertinente do que nunca, porque, no tempo de Abraão, a humanidade teve inúmeras estradas pelas quais se dispersou e terra de sobra para habitar. Hoje, no entanto, temos uma comunidade global, e cada crise ocorre em uma escala global. Os erros que cometemos cobram seu preço em todo o mundo. A descoberta de Abraão nos ajuda a adicionar força de vida aos nossos cálculos e planos, o que a torna fundamental, a informação que salva vidas.
A força que Abraão descobriu e descreveu a seus alunos é a própria força que levou Napoleão a conquistar mais do que ele poderia governar e que ainda está conduzindo a China a se globalizar ao invés de se isolar. Essa força, no entanto, também está por trás das vozes que saúdam o protecionismo e a separação. Em um mundo global, o protecionismo pode significar o fim da nossa civilização. Nossa única esperança é unir- nos, porque a unidade é a direção da força que impulsiona toda a vida. Nosso desafio, portanto, é aprender a nos unir. É possível e plausível, mas, em um momento de crise, será necessário reconhecer a força de vida, gerar um esforço mútuo de cooperação e colaboração e viver pelos ditames dessa lei.
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