TEMPO DE AGIR

Do livro “Cabala Para o Estudante”

O Messias senta em um portão de Jerusalém e aguarda as pessoas dignas da redenção. Ele está acorrentado, e ele precisa de todas as pessoas para soltar suas correntes. Ele teve mais do que necessitava de adeptos piedosos, agora ele está fervorosamente buscando homens de verdade.

–Dos escritos de Rabi de Kotzk, Não há Nada Tão Completo como um Coração Quebrantado, p. 115

 

Por um longo tempo, a minha consciência me oprimiu com uma demanda para sair e criar uma composição fundamental sobre a essência do judaísmo, da religião e da sabedoria da Cabalá, e difundi-la entre o povo, para que as pessoas venham a conhecer e compreender adequadamente essas questões exaltadas em seu verdadeiro
significado.

Anteriormente, em Israel, antes do desenvolvimento da indústria de impressão, não havia livros enganadores entre nós em relação à essência do Judaísmo, assim como quase não haviam escritores que não tomavam responsabilidade por suas próprias palavras, pela simples razão de que na maioria dos casos, uma pessoa irresponsável não é famosa.

Portanto, se, por acaso, alguém se atrevesse a escrever tal composição, nenhum escrivão a copiaria, porque ele não seria pago pelo seu trabalho, que, na sua maior parte, era bastante considerável. Assim, tal composição estava condenada a ser perdida desde o início.

Naqueles dias, mesmo pessoas instruídas, não tinham interesse em escrever tais livros, pois a população não precisava desse conhecimento. Muito pelo contrário, eles tinham interesse em escondê-los em câmaras secretas porque “É a glória de Deus ocultar algo”. Fomos ordenados a ocultar a essência da Torá e do trabalho daqueles que não a precisavam, ou eram indignos dela, e para não degradála ao exibi-la nas vitrines das lojas para os olhos sedentos da ostentação, porque, assim, a glória de Deus exige.

Mas desde que a impressão de livros tornou-se popular, e os escritores não precisaram de escrivães, o preço dos livros foi reduzido. Isso abriu caminho para escritores irresponsáveis publicarem quaisquer livros que quiserem, por dinheiro ou pela glória. Mas eles não levam as suas próprias ações em conta e não examinam as consequências do seu trabalho.

Daquele momento em diante, as publicações do gênero supramencionado têm aumentado significativamente, sem qualquer aprendizado ou recepção da transmissão “boca a boca” de um Rabi qualificado, e até mesmo sem o conhecimento dos livros anteriores que trataram deste tópico. Tais escritores fabricam teorias a partir de suas próprias cascas vazias, e relacionam as suas palavras aos temas mais exaltados para assim retratar a essência da nação e seu fabuloso tesouro. Como tolos, eles não sabem como ser escrupulosos, nem tem uma forma de aprender isto. Eles instilam opiniões distorcidas para as gerações e, em troca de seus desejos mesquinhos eles pecam e fazem as nações pecar por gerações vindouras.

Recentemente, o seu fedor chegou às alturas porque eles enfiaram as suas unhas na sabedoria da Cabalá, não se importando com o fato que esta sabedoria foi trancada e acorrentada por trás de mil portas até hoje, que ninguém pode entender o verdadeiro significado até mesmo de uma única palavra dela, muito menos a ligação entre uma palavra e outra.

Isso porque em todos os livros genuínos que foram escritos até hoje, há apenas indícios que mal bastam para um discípulo instruído entender o seu verdadeiro significado, da boca de um Cabalista sábio e qualificado. E lá, também,
“a serpente faz o seu ninho, e coloca seus ovos, nascem os filhotes debaixo da sua sombra”. Nestes dias, tais conspiradores se multiplicam, e fazem tais maravilhas que causam desgosto aos que os observam.

Alguns deles chegam tão longe até presumir e assumir o lugar dos líderes da geração, e eles pretendem saber a diferença entre os livros antigos e dizer quais deles são dignos de estudo e quais não, pois são cheios de falsidades, e elas despertam desprezo e indignação. Até hoje, o trabalho de fiscalização havia sido limitado a um em cada dez líderes de uma geração, e agora o ignorante o abusa.

Portanto, a percepção dessas questões pelo público tem sido grandemente corrompida. Além disso, há uma atmosfera de frivolidade e as pessoas acham que um vislumbre em seu tempo livre é suficiente para o estudo de assuntos tão exaltados. Eles deslizam sobre o oceano de sabedoria e a essência do Judaísmo num vislumbre, como aquele anjo, e tiram conclusões baseadas em seu próprio humor.

Estas são as razões que me levaram a sair do meu caminho e decidir que é “tempo de agir” pelo Senhor e salvar o que ainda pode ser salvo. Assim, me encarreguei de revelar um pouco da essência verdadeira, que diz respeito à questão
acima, e difundi-la entre a nação.

A ÁRVORE DA VIDA – UM POEMA

Do livro “Cabala Para o Estudante”

Eis que antes das emanações serem emanadas e as criaturas serem criadas,
A Luz Superior Simples tinha preenchido toda a existência.
E não havia vazio, tal como ar vazio, e um vácuo,
Mas tudo estava preenchido com essa Luz Simples Ilimitada.
E não havia tal parte como uma cabeça, ou fim,
Mas tudo era Uma, Luz Simples, equilibrada igual e uniformemente,
E esta foi chamada “a Luz de Ein Sóf (Infinito)”.
E quando sob a Sua Simples Vontade, veio o desejo de criar os mundos e emanar as emanações,
Para trazer à luz a perfeição das Suas ações, Seus nomes, Suas denominações,
Que foi a causa da criação dos mundos,
Então, Ein Sóf restringiu-se a Si Mesmo, no Seu ponto médio, precisamente no centro,
E Ele restringiu essa Luz, e afastou-se para longe para os lados que rodeiam aquele ponto médio.
E lá permaneceu um espaço vazio, o ar vazio e o vácuo
Precisamente do ponto médio.
Eis que essa restrição foi igualmente ao redor desse ponto médio vazio,
Para que o espaço vazio circulasse uniformemente ao seu redor.
E após a restrição, permaneceram um espaço vazio e vago
Precisamente no meio da Luz de Ein Sóf,
Um lugar foi formado, onde as Emanações, Criações, Formações e Ações possam residir.
Então da Luz de Ein Sóf, uma única linha pendeu do Alto, baixando para aquele espaço.
E através dessa linha, Ele emanou, criou, formou e fez todos os mundos.
Antes destes quatro mundos, no Ein Sóf havia Ele e Seu Nome são Um, em maravilhosa, oculta união,
E até nos ângulos mais próximos a Ele
Não há força nem realização em Ein Sóf
Pois não há mente criada que O possa alcançar,
Pois Ele não tem lugar, limite ou nome.

– O Ari, A Árvore da Vida, Parte Um, Portão Um

PREFÁCIO (Bnei Baruch)

Do livro “Cabala Para o Estudante”

Por que estamos aqui? O que o futuro nos reserva? Como podemos evitar o Sofrimento e sentir tranquilidade e segurança? Estas são questões que todos gostaríamos de responder. A sabedoria da Cabalá provê as respostas para estas questões e muitas outras. Ela nos permite fazer qualquer pergunta e experimentar uma satisfação intima e profunda que vem respondendo as questões mais profundas ao máximo. Isto é o chamado “a sabedoria do oculto”.

A Cabalá ensina que todos nós queremos alegria. Os Cabalistas chamam este desejo de “o desejo de receber deleite e prazer”, ou simplesmente, “o desejo de receber”. Este desejo impulsiona todas nossas ações, pensamentos e sentimentos, e a Cabalá mostra como podemos realizar nossos desejos e satisfazê-los.

Embora a sabedoria da Cabalá muitas vezes soe técnica ou obscura, é importante lembrar que esta é uma ciência muito prática. As pessoas que a dominaram e escreveram sobre isto eram como você e eu. Elas estavam procurando
soluções para as mesmas questões que todos queremos responder: “Por que nascemos?” “O que acontece após a morte?” “Por que existe o Sofrimento?” e “Podemos experimentar o prazer duradouro, e se sim, como?” E quando eles encontraram as respostas para estas questões e implementaram-nas em suas próprias vidas, eles escreveram os textos dentro desta coleção para que possamos saber como, também.

Nesta compilação, você encontrará explanações precisas de como você pode atingir este sentimento sublime de prazer sem limites e controle completo da sua vida.

A Cabalá ensina como desfrutar da vida aqui e agora. Explica tais conceitos como “o mundo vindouro”, “almas”, “reencarnação”, e “vida e morte”.

Como podemos nós, novatos, experimentar tais percepções? Como podemos descobrir o verdadeiro retrato da realidade?

Cada um de nós constrói suas próprias prioridades na vida. Alguns assuntos são mais importantes para nós, outros menos, e alguns preferimos adiar. Mas, independente do nível de importância, categorizamos nossas prioridades de acordo com uma única medida: nosso propósito na vida.

Algumas pessoas vão lutar incessantemente por amor, outras anseiam por dinheiro, e outras desejam honra ou conhecimento. Mas a maioria das pessoas prefere não colocar todos seus ovos em uma cesta focando em preencher um desejo.

Elas se contentam com um pouco de tudo e reprimem qualquer desejo forte que emerge nelas e demanda muito mais de suas atenções.

Os Cabalistas que escreveram os textos que você lerá aqui são do primeiro tipo intransigente. Eles estabelecem um objetivo claro perante eles: mostrar a humanidade como atingir a vida eterna – preenchidos com prazer e emoções
satisfeitas sem limites. Para atingir isto, eles estudaram o desejo de receber deleite e prazer que existe em cada um de nós.

Os maiores Cabalistas que viveram em nossa época também são aqueles que explicaram as regras da sabedoria da Cabalá em um estilo claro e simples. Os principais Cabalistas cujos escritos aparecem neste livro são Rabi Yehuda Ashlag, conhecido como Baal HaSulam (Autor da Escada) por seu comentário Sulam (Escada) no Livro do Zohar, e seu filho, Rabi Baruch Ashlag, que expandiu e interpretou as explicações do seu pai. Rabi Michael Laitman, o primeiro estudante do Rabi Baruch Ashlag e seu assistente pessoal, nos ensina a interpretar corretamente os textos e como usá-los para atingir o objetivo para o qual fomos criados.

Nós do Bnei Baruch desejamos-lhe alegria e satisfação em seu estudo, e rápido crescimento espiritual.

Do Caos Para a Harmonia – Vilnius 2017

3-5 DE NOVEMBRO, VILNIUS

UM EVENTO ÚNICO PARA UM TEMPO ÚNICO

Quando o mundo roda cada dia para uma situação mais caótica, esta convenção é uma oportunidade de uma vida para explorar como implementar uma mudança para o bem.

3 DIAS PARA TRANSFORMAR O CAOS NA HARMONIA

Uma via-rápida para assimilar os ensinamentos mais essenciais de uma sabedoria de 5000 anos

3 dias de actividades de aprendizagem para entender como trabalhar à volta da natureza humana.

A programação da convenção inclui múltiplos eventos de lições e workshops com Dr. Michael Laitman até eventos musicais e culturais bem como apresentações das diferentes actividades e projectos que ocorrem na Lituânia, Europa e Israel.

BILHETES E ACOMODAÇÃO

O bilhete normal para a convenção custa 190€

Primeira vez?

Se este é o seu primeiro congresso, você tem o direito a um desconto de 70 euros como iniciante (que deixa o bilhete do congresso nos  120 €)

Por que participar?

Esta convenção não é como as outras.

O seu formato único está desenhado para lhe dar três dias de progresso acelerado e lhe dar as ferramentas práticas que serão apresentadas e desenvolvidas durante o próprio evento.

Não se engane, esta convenção é provavelmente um dos eventos mais importantes de 2017.

Para mais informações visite www.eurokab.info 

A Tela e As Três Linhas

Excertos seleccionados do blogue de Michael Laitman:

O Que é a Tela?

Uma questão que recebi: O que é a tela? Do que é feita e como eu posso reconhecê-la?

Minha Resposta: A tela é uma força que permite que você pense  nos outros em vez de si mesmo. É quando você adquire uma maneira diferente de pensar, sentir e tomar decisões. Quando isso acontece, é como se você nascesse de novo!

Isso é chamado de um milagre – “O milagre de sair do Egito.” É quando você sai do seu desejo egoísta e de repente começa a cuidar dos outros. Todos os seus pensamentos começam a trabalhar dessa maneira.

No momento parece que é uma mudança assustadora. Quem iria querer isso? E mesmo que não falássemos sobre isso, dentro de nós existe muito medo dele.

Entanto, a luz superior irá realizar esta mudança em nós. Eu não sei como ela vai fazer isso. Simplesmente irá acontecer da mesma forma que nos criou. Esta mudança de uma pessoa é chamado de um milagre. A Luz que criou nosso desejo também pode executar esse “upgrade” nele.

 

Como Funciona o Masach (Tela) Espiritual?

Pergunta: Como funciona o Masach (tela) espiritual?

Resposta: Por um lado, o Masach não permite que a Luz Superior entre no nosso ego e trabalhe com ele. Isso significa que ele mantém e sustenta a restrição do desejo.

Por outro lado, ajusta gradualmente o atributo de doação da Luz superior aos nossos desejos e, ao nos desprender de nossos desejos anteriores, nos permite adquirir novos desejos de amor e doação. O Masach é a parte mais importante da alma.

Da Lição de Cabalá em Russo 18/12/16

 

O Que É Trabalhar nas Três Linhas?

Pergunta: O que é trabalhar em três linhas?

Resposta: Trabalhar em três linhas é a conexão mútua completa entre suas inclinações.

A linha esquerda é o desejo egoísta de receber, de desfrutar. Subindo acima dele, a pessoa restringe seu uso.

Trabalhar na linha direita significa receber a Luz superior e usá-la dentro de si mesmo como o atributo de doação.

A linha do meio é a combinação das linhas direita e esquerda dentro de você. Na combinação certa, você pode usar o seu egoísmo apenas na medida em que ele é destinado à doação.

Da Lição de Cabala em Russo 12/18/16

Perguntas Selectas sobre o Estudo do Zohar

O Segulá [Poder] no Livro do Zohar

Há outro poder magnifico nela: Todos aqueles que se envolvem nela, embora eles ainda não compreendam o que está escrito nela, são purificados por ela, e as Luzes Superiores se aproximam deles.

Baal HaSulam, “O Ensinamento da Cabala e Sua Essência”

 

Pergunta: Não estou realmente seguro de como o Segulá em O Livro do Zohar funciona.
Resposta: Em nossa presente situação, é difícil o compreender. É por isso que é chamado Segulá.
Digamos que me é dito que se eu saltar num lugar dez vezes, a lâmpada no tecto vai se ligar. Eu não sei qual a ligação entre eles. Talvez um interruptor tenha sido colocado por baixo do chão, e haja um contador que conta até dez e a liga depois das dez contagens, mas eu não sei isso. Tem de haver uma ligação, mas ela está escondida de mim. Na Cabala tal conexão escondida é chamada Segulá.
Por outras palavras, Segulá é uma lei que existe na Natureza, mas uma que ainda não conhecemos. Aqueles que já se estudaram a si mesmos e a ela estão a dizer-me, “Se a usares de tal e tal maneira, vais activá-la. Tu não a vês, mas é assim que a activas.”
Se um alienígena viesse ao nosso mundo de outro planeta, ele olharia para um bebé e para um bezerro recém-nascido e diria que o bezerro crescerá para se tornar uma figura proeminente, e o bebé crescerá para ser pequeno e desamparado. Contudo, nós sabemos que se deres a ambos o que precisam, um crescerá para ser uma vaca ou um boi, e o outro para ser um humano. Este é um milagre, um Segulá. Nós ficamos habituados a que isto aconteça, mas é realmente um milagre.
O pequeno bebé subitamente começa a compreender, a reagir, a realizar todo o tipo de acções. Cada dia, novas habilidades aparecem. Como acontece isso? Afinal, não fizemos nada para que acontecesse. Ficámos habituados à existência de um processo de desenvolvimento, mas na realidade, ele é uma manifestação da força da vida, uma força espiritual que age na criatura e aparece de tal maneira.
A mesma coisa acontece com o nosso desenvolvimento espiritual. Afinal, as leis do desenvolvimento espiritual não são diferentes, só que este desenvolvimento está ainda escondido de nós; não estamos acostumados a ele. Mas o dia em que as pessoas usarão estas leis tal como usam todas as outras leis da Natureza não está longe.
Os Cabalistas estão a dizer-nos que há uma força na Natureza cujo impacto pode ser atraído ao estudar O Livro do Zohar. Quanto mais o estudas, mais forte, sábio, mais sensível e mais entendedor te vais tornar. Com esse processo, espiritualidade vai aparecer-te porque este livro tem a habilidade de te mudar.
Mas não há outros livros que me mudam? Há, certamente. Há outros livros que mudam a nossa percepção da realidade e nos ajudam a descobrir os reinos ocultos. Mas O Livro do Zohar afecta a mudança com mais potência, todavia mais suavemente que qualquer outro livro.
O Mundo dos Desejos

Uma pessoa que está nas trevas e que sempre esteve nas trevas. Quando lhe quiserdes dar luz, vós primeiro precisais de acender uma pequena luz, como o olho de uma agulha, e então um pouco maior. Assim, cada vez um pouco mais até que toda a luz adequadamente brilhe para ela.

Zohar para Todos, VaYishlach [Jacob Enviou], Item 91

Pergunta: Se eu escuto que tudo está dentro de mim, como devo eu me relacionar a todos aqueles ao meu redor? Como devo eu ver o mundo? Como devo eu considerar aqueles que me amam, aqueles que me odeiam, e geralmente me relacionar ao que acontece ao meu redor?
Resposta: Precisamos de compreender que há o ideal, e há a realidade. O ideal é o que descobriremos no futuro, nos nossos estados corrigidos. Por agora, estamos só a aprender que outra realidade existe na qual tudo está a acontecer dentro de nós. Por agora, nada disso é real para nós, e talvez tudo o que imaginamos como imagem futura não seja nada como o veremos.
Não fazemos ideia de como as nossas vidas mudarão assim que descubramos esta imagem. Não é que nosso mundo mude a certa extensão, mas que um novo mundo vai aparecer perante nós. Assim, quando lemos em O Livro do Zohar devemos nos separar a nós mesmos de tudo o que conhecemos e simplesmente tentar “mergulhar” nele. Neste momento, não podemos estar em dois mundos em simultâneo. Por agora, podemos só estar num mundo.
Desta forma, nos separamos a nós mesmos da realidade material e tentamos construir uma imagem diferente, muito como uma criança que quer crescer. As crianças querem sr adultos de todas as maneiras — em como eles se vestem, como eles se comportam, e aos olhos dos outros. Elas querem que todos as tratem como adultos.
Nós, também, devemos imaginar de todas as maneiras que pudermos que O Livro do Zohar fala sobre o nosso novo mundo, e que estamos nele. Por outras palavras, este livro discute nossas qualidades interiores dentro das quais nós existimos, e dentro das quais vemos uma nova realidade. Este jogo produz o impacto da luz de correcção sobre nós, e este novo mundo aparece.
Então quando o novo mundo aparece, o velho mundo desaparece e voamos para os céus? Nem por isso. Descobrimos uma nova vida nos nossos desejos. Dois desejos — sobre o nosso e aquele do Criador — aparecem em nós um oposto ao outro. Sentimos-os, e estamos entre eles como uma linha média, como os nossos “eus,” e não há nada mais senão isso. Entre as duas forças estou eu.

 

A Diferença Entre a Torá e O Zohar

“Abri meus olhos, para que eu possa ver maravilhas da Vossa lei.” Quão tolas são as pessoas, pois elas não sabem e não consideram se envolver na Torá. Mas a Torá é o todo da vida, e toda a liberdade e toda a bondade.

Zohar para Todos, Chayei Sarah [A Vida de Sara], Item 219

Pergunta: Porque precisamos de O Zohar se já temos a Torá?
RespostaO Zohar é uma interpretação Cabalística da Torá. Moisés dispôs a fundação, mas a Torá é um livro codificado. Há um único código nela, mas é muito profundo. A Torá está escrita em “a linguagem dos ramos” [1]. A sabedoria da Cabala explica a linguagem dos ramos e ajuda-nos a ler a Torá e a compreender o que Moisés pretendia realmente.
Estamos acostumados a nos relacionar à Torá como uma narrativa histórica sobre os feitos de uma tribo antiga. Mas a Cabala permite-nos ver as raízes superiores através de tudo isso, as forças que evocam tais acções no nosso mundo. Através da Cabala, podemos subir ao nível do sistema de forças que governam o nosso mundo, e daqui em diante, podemos corrigir e gerir a realidade.
A Torá serviu como método de correcção para aqueles que viviam desde o tempo de Moisés até a ruína do Templo, que simbolizou a separação da humanidade do mundo espiritual. Nessa altura, tornou-se evidente que a Torá de Moisés estava tão afastada de nós que não nos corrigiríamos a nós mesmos directamente através dela. [2]
A Torá está simplesmente demasiado codificada para ser um guia para as almas que caíram para a corporalidade. Essa queda criou uma necessidade por outra fonte de orientação. Foi nesta altura em que O Livro do Zoharfoi escrito. Contudo, O Zohar não foi escrito para as pessoas que viviam nesses dias — o princípio do exílio — mas para os nossos dias — o fim do exílio.

 

Ai daquele que diz que a Torá vem para contar contos literais e as palavras incultas de tais como Esau e Labão. Se assim é, até hoje podemos tornar as palavras de uma pessoa inculta numa lei, e até melhores que as suas. E se a Torá indica questões mundanas, até os governantes do mundo têm entre eles coisas melhores, então sigamos-os e tornemos-os numa lei da mesma maneira. Contudo, todas as palavras da Torá têm o sentido mais superior.

O mundo superior e o mundo inferior são julgados o mesmo. Israel abaixo correspondem aos altos anjos acima. Está escrito dos altos anjos, “Quem fazem ventos Seus mensageiros,” e quando eles descem, eles vestem-se em vestes deste mundo. Não se tivessem eles vestido em vestes tais como as deste mundo, então eles não seriam capazes de permanecer neste mundo e o mundo não os toleraria.

E se isto assim é com os anjos, é tanto quanto o mais com a lei que criou os anjos e todos os mundos, e eles existem para ela. Além do mais, quando ela desceu a este mundo, o mundo não a toleraria se ela não se tivesse vestido nas roupagens mundanas, que são os contos e as palavras dos incultos.

Assim, esta história na Torá é uma veste da Torá. E aquele que considera esta roupagem como a própria Torá e nada mais, amaldiçoado será seu espírito e ele não terá quota no mundo vindouro.

Zohar para Todos, BeHaalotchá [Quando Vós Levantais], Itens 58-60

***

Este capítulo é só um aperitivo de O Zohar. Tentámos apresentá-lo ao ler excertos de O Zohar para tornar fácil para si se juntar ao estudo. Nos apêndices encontrará excertos selectos de O Zohar, bem como citações dos maiores Cabalistas sobre a importância do estudo de O Zohar. Se desejar mergulhar mais fundo nas palavras de Baal HaSulam sobre a abordagem a estudar O Zohar, você pode fazer isso no apêndice, “Introduções de Baal HaSulam a O Livro do Zohar.”
Até se primeiro sentirmos que não estamos a sentir nada quando lendo O Zohar, somente depois de dez lições pela Internet será você capaz de sentir distintamente como O Zohar o afecta.
O impacto do estudo de O Zohar é muito poderoso realmente, e como dissemos acima, isso não depende do nível de entendimento, mas em vez disso de nossos esforços de percepcionar do que fala O Zohar. Só precisamos de escutar, de querer sentir. Esta é a única maneira de conhecer o mundo — nosso mundo, bem como o mundo espiritual.
O Livro do Zohar é uma corda salva-vidas que foi jogada para nós pelo Criador. Se agarrarmos a extremidade dessa corda, seremos capazes de trepar todo o caminho até Ein Sof.

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“Quão grande é Vossa bondade, que Vós haveis guardado para aqueles que Vos temem.”

“Quão grande é Vossa bondade,” ou seja quão sublime e preciosa é a Luz Superior chamada, “bem.”

Esta é a luz oculta, com a qual o Criador faz o bem no mundo. Ele não a nega cada dia, nela é o mundo sustentado, e dela ele se encontra.

Zohar para Todos, Emor [Dizei], Item 3

 

Notas

[1] Os Cabalistas estudam o mundo superior, que está além do raio de percepção de um indivíduo egoista. De acordo com eles, de cada objecto no mundo espiritual, que é chamado “uma raiz,” uma força cascateia para o nosso mundo e produz um objecto aqui, que é chamado “um ramo.” No seu ensaio, “A Essência da Sabedoria da Cabala,” Baal HaSulam explica-o da seguinte maneira: “Não há um elemento da realidade, ou uma ocorrência da realidade num mundo inferior, que vós não encontrareis sua semelhança no mundo acima dela, tão idêntica como duas gotas num lago. E eles são chamados ‘Raiz e Ramo.’ Isso significa que o item no mundo inferior é considerado um ramo de seu padrão, encontrado no mundo superior, que é a raiz do elemento inferior, pois foi aqui que esse item no mundo inferior foi impresso e e veio a ser.”

[2] Para mais sobre este tópico, veja a “Introdução a O Estudo das Dez Sefirot” de Baal HaSulam

Os Amigos

Todos esses amigos que não se amam uns aos outros abandonam o mundo antes do seu tempo. Todos os amigos no tempo de Rashbi tinham amor de alma e amor de espírito entre eles. é por isso que na sua geração, os segredos da Torá foram revelados. Rabi Shimon diria, “Todos os amigos que não se amam uns aos outros causam a si mesmos se desviar do caminho certo.” Além do mais, eles colocam uma nódoa na Torá, uma vez que há amor, fraternidade e verdade na Torá.

Avraham amava Itzhaak, Itzhaak amava Avraham e eles estavam abraçados. E eles estavam ambos agarrados a Yakov com amor e fraternidade e davam seus espíritos um ao outro. Os amigos devem ser como eles e não os manchar, pois se o amor carece neles eles mancharão seu valor acima, isto é, Avraham, Itzhaak e Yakov, que são Chesed, Gevurá e Tifferet.

Zohar para Todos, Ki Tissa [Quando Vós Tomais], Item 54

O Zohar foi escrito por um grupo de Cabalistas, assim, ele pode somente ser entendido dentro da estrutura de um grupo. Para conectar o que está escondido nele, devemos nos unir com todas as outras pessoas que o almejam. Juntos, formamos um grupo.
Somente a conexão entre nós nos permitirá abrir o livro porque tudo sobre o que o livro fala se encontra somente entre as almas. Se nos desejamos unir, nossos desejos serão chamados “almas” e na conexão entre eles, descobriremos o Criador, a luz que nos conecta a todos juntos.

“Quão bom e quão agradável é que irmãos morem juntos em unidade, também.” Estes são os amigos, pois eles se sentam juntos inseparavelmente. Inicialmente, eles parecem como pessoas em guerra, desejando se matar uns aos outros. Então eles retornam a um estado de amor fraterno.

O Criador, o que diz Ele sobre eles? “Quão bom e quão agradável é que irmãos morem juntos em unidade, também.” A palavra, “também” indica a presença da Divindade com eles. Além do mais, o Criador escuta suas palavras e Ele é agradado e contente com eles.

E vós, os amigos que aqui estão, como estiveram em afeição e amor anteriormente, não partireis daqui doravante, até que o Criador rejubile convosco e evoque paz sobre vós. E pelo vosso mérito haverá paz no mundo. Este é o significado das palavras, “Pelo bem dos meus irmãos e meus amigos deixem-me dizer, ‘Que a paz esteja dentro de vós.’”

Zohar para Todos, Aharei Mot [Depois da Morte], Itens 65-66

Se não considerarmos a união entre nós enquanto lendo O Zohar, estaremos a falhar o ponto principal.
Mas espere! Até agora, dissemos que devemos sentir estas coisas dentro de nós, olhar para os detalhes mencionados em O Zohar dentro de nós e agora estamos a falar de união com outros amigos, união com o grupo fora de nós. Não há aqui uma contradição?
A questão é que até o grupo não está realmente no exterior. Devemos recordar-nos a cada momento que tudo o que sentimos como externo a nós está na realidade dentro de nós.
Devemos ligar o conceito de “eu” dentro de nós com o conceito do “outro” dentro de nós. Não sentimos “outros” que estão fora dos nossos corpos. Em vez disso, eles, também, estão dentro de nós, dentro dos nossos desejos. É assim que nossos desejos estão divididos. Há Kelim [vasos] internos e há Kelim externos e precisamos somente de remendar a conexão entre eles. E as outras pessoas no grupo são as primeiras as quais vamos conectar a nós mesmos.

Na Minha Cama À Noite

“Na minha cama noite após noite eu o procurei a quem minha alma ama.” A assembleia de Israel falou perante o Criador e O questionou sobre o exílio, dado que ela está sentada entre o resto das nações com seus filhos e repousa na poeira. E porque ela está deitada noutra terra, uma impura, ela disse, “Eu peço na minha cama, pois estou deitada no exílio,” e exílio é chamado “noites.” Assim, “Eu o procurei a quem minha alma ama,” para me livrar dele.

“Eu o procurei mas não o encontrei,” uma vez que não é Sua maneira acasalar comigo, mas somente no Seu palácio, e não no exílio. “Eu o chamei mas ele não me respondeu,” pois eu morava entre as outras nações, que não querem escutar sua voz excepto Seus filhos. “Alguma vez um povo escutou a voz de Deus?”

“Na minha cama noite após noite,” disse a assembleia de Israel, Divindade. “Na minha cama eu estava irada perante Ele, Lhe pedindo para acasalar comigo para me deleitar — da linha esquerda — e me abençoar — da linha direita — com completa alegria — da linha média.” Quando o rei, ZA, acasala com a assembleia de Israel, vários justos herdam a herança de um legado sagrado, Mochin superiores, e várias bênçãos são encontradas no mundo.

Zoharpara Todos, Ki Tazriá [Quando uma Mulher Insemina], Itens 1-3

 

Devemos tentar traduzir cada palavra em O Zohar para o seu sentido espiritual e interior, e não o percepcionar no seu sentido familiar, corpóreo. Se permanecermos com o sentido corpóreo, degradaremos a Torá do mundo superior até este mundo, e não foi por isso que ela foi escrita. Devemos aspirar a nos elevar através dela deste mundo ao mundo superior.
Se desejamos alcançar Zeir Anpin, o Criador, estar em contacto com Ele, devemos atravessar o mecanismo chamado Malchut de Atzilut ou “a Assembleia de Israel,” através da colecção de almas que estão unidas directamente ao Criador, ou seja com amor e doação. Não há outra maneira.
Se eu não me vejo a mim mesmo a conectar a todas as almas quebradas dentro de mim e a as trazer a todas ao Criador, ao contacto e a Zivug [acasalamento] com Ele, então não há “eu.” Esta é uma imagem necessária que deve ser sempre mantida à minha frente. Caso contrário, não estou a ir na direcção certa.
Também, “eu” significa que me levei a mim mesmo pelo mecanismo de conexão entre todas as almas. Esta é a única maneira como me posso abrir para O Livro do Zohar. Porquê? Porque o poder de O Zoharfoi dirigido a manter a conexão entre todas essas partes em mim, que presentemente aparentam não serem minhas.

O Portão Sobre O Abismo

Estes três filhos de Noach são a persistência do mundo inteiro … e destes a terra inteira se dispersou, pois todas as almas das pessoas vieram deles porque eles são o sentido das três cores superiores em Biná, as três linhas…

Quando o rio que se estende para fora do Éden, Zeir Anpin, regou o jardim, aNukva [fêmea], ele regou-a com o poder destas três linhas superiores da Biná superior, e de lá as cores se espalham — branco, vermelho e preto…

E quando vós olhais para os graus, vós descobrireis como as cores se espalham a todos esses lados, direita, esquerda e meio, até que elas entrem abaixo, em Malchut, como vinte e sete canais de portas que cobrem o abismo.

Zohar para Todos, , Noach, Itens 302-303

 

Quanto mais nos pudermos assemelhar à luz, ou seja sua qualidade de dar e amor, mais nos conectaremos a ela e descobriremos seus canais de abundância. Na realidade, até agora estamos no mundo de Ein Sof, mas ele está escondido de nós por todos os mundos — Haalamot [ocultações] — que existem dentro de nós, no nosso desejo, porque ele está em contraste com a qualidade do mundo de Ein Sof.

As vinte e sete letras, com as cinco letras finais de Malchut, são os vinte e sete canais que trazem a abundância a ela. Eles foram feitos portas para cobrir os Dinim em Malchut, que são chamados “abismos.”

Zohar para Todos, Noach, Item 303

Nós mesmos somos aqueles que estamos a construir estes canais e portas acima deles. Uma vez, estas portas abrirem um caminho para a luz, e outra vez elas fecham-o, como válvulas que se abrem e fecham à extensão de nossa semelhança com a luz. Nossos esforços devem estar direccionados somente a um propósito — fazer todas nossas qualidades se assemelharem às qualidades espirituais e receberem luz nelas.
À medida que tornarmos o egoísmo em nós semelhante à luz, descobriremos dentro de nós as qualidades do Criador e o pensamento da Criação. Há uma parte especial em O Livro do Zohar, chamada Sáfra de Tzniuta [Livro da Humildade], que fala sobre isso. É também porque foi dito, “Sabedoria está com os humildes” (Provérbios, 11:2).

O Que é o Inferno?

“Melhor é aquele que é ignóbil e tem um servo, que aquele que representa o homem de estatuto e carece de pão.” Isto versa a inclinação do mal porque ela se queixa sempre contra as pessoas. E a inclinação do mal eleva o coração do homem e desejo com orgulho, e o homem segue-o, encaracolando seu cabelo e sua cabeça, até que a inclinação do mal toma orgulho sobre ele e o puxa para o Inferno.

Zohar para Todos, VaYishlach [Jacob Enviou], Item 16

 

Também devemos sentir esse estado de Inferno? E como sabem os Cabalistas sobre ele? Eles o experimentaram eles mesmos. Afinal, é impossível que um descubra algo senão através da experiência. Então temos todos de estar no Inferno? Aparentemente, sim.
Afundamos sempre na inclinação do mal primeiro, e somente então descobrimos o que ela é verdadeiramente. Inicialmente, não vemos que ela é má. Se víssemos, não entraríamos nela. Inicialmente, ela é apelativa, brilhante, cintilante, e maravilhosa. Assim, nosso egoísmo nos engana.
Aqui O Zohar fala de uma pessoa que examina as várias partes na sua alma. Ela deve ser entrelaçada, e a partir desse entrelaçamento ela deve descer a um estado de Inferno. Esse estado existe em cada grau, e diz-se sobre isso, “Não há um homem justo na terra que não faça o bem e não peque” (Eclesiastes, 7:20). Somente quando um está nesse estado pode este examinar o mal que se encontra no interior, e descobrir quanto um está a perder devido ao seu mal, quão impotentes somos, quando diz respeito a fazer algo connosco mesmos sem a ajuda do Criador.
Devemos recordar-nos que cada palavra que foi escrita por Cabalistas é baseada no seu próprio alcance pessoal, pois “Aquilo que não sabemos, não definimos por um nome ou uma palavra [1].” Os autores deO Zohar experimentaram todos esses estados em si próprios. Vamos esperar que nós, também, obtenhamos estes estados. Afinal, eles são parte da estrada para descobrir a verdade.

 

Notas

[1] Baal HaSulam, “A Essência da Sabedoria da Cabala”