Capítulo 7: A Grande Miscigenação
Do livro “Interesse Próprio vs. Altruísmo na Era Global”
Os primeiros séculos da Era Cristã (EC) compreenderam um período tumultuoso na história da Europa, do Oriente Próximo e do Oriente Médio. Os Romanos conquistaram extensos territórios da Europa, Norte da África e do Oriente Próximo (incluindo o que hoje é considerado o Oriente Médio). Além disso, A Judéia foi conquistada (por Roma), então se rebelou, perdeu e os judeus foram exilados. O cristianismo também fez sua estreia, e a Britânia foi conquistada pelo Imperador Tiberius Claudios. Assim como nós veremos neste capítulo, o exílio dos Judeus e sua dispersão por toda a Europa estão intimamente conectados com a evolução dos desejos.
Durante aqueles primeiros séculos um mundo novo e diferente estava se formando. Ao serem exilados os Judeus foram se espalhando por todo o Oriente Próximo e Europa, e o Cristianismo foi gradualmente tomando conta, tornando-se a religião oficial do Império Romano quando o Imperador Constantino o Grande adotou-o no século IV.
Quando o Islamismo foi promulgado no século VII, criou-se uma situação onde a maioria do povo na Europa e nos Orientes Próximo e Médio aderiu a uma das três fés de Abraão. Hoje, isto pode não parecer extraordinário. Mas naqueles anos, esta mudança de fé foi uma revolução causada pela emergência do próximo estágio na evolução dos desejos – O Estágio Dois.
O Estágio Dois, a emergência do desejo de doar junto com o desejo de receber, instigou um cruzamento de dois caminhos – aquele de Israel com aquele de todas as outras nações. Pela primeira vez desde que Abraão deixou a Babel e formou o grupo que objetivava Yashar El (direto para Deus), o qual desenvolveu dentro da nação de Israel, sua mensagem – amai ao teu próximo como a ti mesmo – foi sendo ouvida em massa. Porque o Estágio Dois – o desejo de doar – estava começando a se manifestar, a mensagem de doação e compaixão pôde então ser ouvida, apesar de claramente não ter sido executada tão bem quanto foi ensinada.
Este capítulo examinará os processos abaixo da superfície que se desenrolaram entre a escrita de O Livro do Zohar (também chamado O Zohar para resumir) no século II d.C. e a escrita de “A Árvore da Vida” no século XVI. Estas datas (muito) grosseiramente estão em paralelo com o período entre a conquista romana da Judéia e os primórdios da Renascença, ou o que nós agora chamamos “a Idade Média”. Assim como com o restante do livro, o objetivo não é focar em eventos particulares, mas fornecer uma visão panorâmica da história, mostrando como os processos correspondem à evolução dos desejos. No caso do período de tempo aqui mencionado, provavelmente é melhor começar com a conquista romana e a queda do Segundo Templo.
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