Aplicando a Mudança de Vida

Do livro “Interesse Próprio vs. Altruísmo na Era Global”

Nós não precisamos procurar muito para encontrar maneiras de implementar os princípios da doação à vida. Quando Christakis e Fowler fizeram suas descobertas surpreendentes a respeito do impacto do relacionamento humano, eles trabalharam sobre dados que foram coletados para fins muito diferentes: o Estudo do Coração de Framingham, um projeto que buscava entender as raízes do distúrbio cardíaco. A razão para explicar por que o Estudo do Coração de Framingham não descobriu as implicações do relacionamento humano – que nos “infecta” mutuamente psicologicamente quase tanto quanto fisicamente – é muito simples: eles não estavam procurando por tais implicações.

Da mesma maneira, há muitas formas de observar os efeitos da lei de doação, basta apenas olharmos para eles quando analisamos os dados existentes. A Teoria Social de Interdependência, apresentada aqui por Johnson e Johnson, é uma forma de observar seu efeito em sistemas, mas há muitas outras maneiras de observá-lo. Em minhas discussões com o Professor Ervin Laszlo, filósofo de ciência e teórico de sistema, nós estávamos completamente de acordo, porque todo teórico de sistema sabe que  nenhum sistema pode persistir sem que suas partes cedam aos interesses do sistema.

Acordo semelhante transpareceu em minhas conversas com Elisabet Sahtouris, biologista evolucionária, Jane Goodall, primatologista, e com muitos outros estudiosos. Na verdade, qualquer médico, cientista do relacionamento ou biologista sabe que, para se manter um sistema em equilíbrio ou em “homeostase”, os  interesses do sistema devem sobrepor-se aos interesses de suas partes. Cada campo da ciência refere-se a esse princípio com um nome diferente e a Cabalá o chama “lei da doação”. Essencialmente, no entanto, são apenas nomes diferentes apontando para diferentes manifestações da mesma lei.

No início do livro, descrevemos as visões do pioneiro físico quântico Werner Heisenberg ─ “Unidade e complementaridade constituem a realidade”182  ─,  bem como citações semelhantes de seu contemporâneo Erwin Schrödinger e de Albert Einstein. Outras ciências contemporâneas, tais como a ciência do relacionamento e, é claro, a teoria do caos com seu (agora) clichê, o efeito borboleta, tomam a conectividade e a interdependência como um dado.

Do lado negativo, os efeitos ao não se seguir a lei de outorga são evidentes. A alienação crescente na sociedade e o aumento do isolacionismo em  nível internacional, como demonstrado por publicações como a de Christopher Lasch, A Cultura do Narcisismo183, a de Twenge e Campbell, O Narcisismo Epidêmico184, e o ensaio de Joseph Valadez e Remi Clignet, “Sobre as Ambiguidades de uma Análise Sociológica da Cultura do Narcisismo”185, demonstram claramente a nossa  pobre saúde social.

Na verdade, os efeitos adversos do narcisismo estão começando a aparecer em nível internacional a despeito das repetidas declarações apoiando a união, como as citadas neste capítulo. Em 3 de Dezembro de 2009, uma reportagem do Associated Press declarou: “Sobe o isolacionismo entre os americanos”186.

Um estudo do Pew Research Center constatou que “os americanos estão  se  desligando do mundo, mostrando uma tendência em direção ao isolacionismo em relações exteriores que subiram para um nível altíssimo em quatro décadas.”187 O estudo também sugere que “49% dos entrevistados responderam que os Estados Unidos devem ‘se preocupar com seus próprios problemas’ internacionalmente e deixar os outros países seguirem em frente pelo melhor caminho que puderem por sua própria conta e risco.”

Outro aspecto da alienação ainda mais perturbador é a fome. No início do livro, apresentamos as alarmantes estatísticas que mostram que mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo passam fome. Talvez ainda mais surpreendente seja o fato de que, dentro dos Estados Unidos, “O número de famílias caracterizadas como tendo ‘segurança alimentar muito baixa’ – ingestão de alimento reduzida devido à falta de dinheiro – pulou de 4.7 milhões em 2007 para 6.7 milhões em 2008 e o número de crianças nessa situação cresceu de 700.000 para quase 1.1 milhão”, de acordo com um editorial do jornal Los Angeles Times, intitulado “Uma crescente onda de fome”.188

Apenas dez dias antes, Jason DeParle, do jornal The New York Times, publicou um ensaio intitulado “A Fome nos Estados Unidos Há 14 Anos em Alta”, declarando: “O número de americanos que vivia em famílias sem acesso consistente a uma alimentação adequada subiu no ano passado para 49 milhões, o maior patamar desde que o governo começou a acompanhar aquilo que é chamado de ‘insegurança alimentar’ (…), segundo informação do Departamento de Agricultura.”189

O problema, porém, não é a carência de alimento, mas, sim, a carência de responsabilidade mútua e uma compreensão básica de que nós sobreviveremos juntos ou pereceremos juntos, porque essa é a lei da vida. Não há escassez de alimento nos Estados Unidos, mas há certamente escassez de colaboração. Em 1º de Janeiro de 2009,  Andrew Martin,  do  jornal The New York Times,  reportou que “um excesso de leite – e seus mais variados derivados, tais como leite em pó, manteiga e proteínas do soro – levou a uma queda vertiginosa dos preços.”190 Martin explicou que  os derivados do leite foram estocados em armazéns e deliberadamente mantidos fora dos mercados para prevenir  uma nova queda  nos preços.  Será que é tão  difícil encontrar

um acordo satisfatório para garantir a estabilidade financeira dos fazendeiros ao invés de privar milhões de americano de um produto básico como o leite? Obviamente, se seguíssemos a lei da doação, mesmo se apenas dentro dos Estados Unidos, tais absurdos não aconteceriam.

Assim, ambos os exemplos de seguir a lei da doação (e seu traje mundano de colocar  o interesse próprio abaixo do interesse do sistema) ou de quebra dessa lei são abundantes em nosso mundo. Tudo de que precisamos para realizar sua inclusão é a tomar consciência de sua existência. E, para isso, é preciso começar com a educação.

Formando Crianças na Direção da Responsabilidade Mútua

O grande cabalista, Rav Avraham Kook (1865-1935, mais conhecido como o primeiro Rabino Chefe de Israel), escreveu em várias ocasiões que, no século XX, todos nós devemos estudar Cabalá. Em alguns casos, no entanto, disse explicitamente que nós devemos cultivar novas maneiras de fazê-lo. Em uma carta, publicada no livro Cartas, ele escreveu: “Quero despertar todos os jovens que desejam ser encorajados  em direção à vida espiritual. Nós devemos adquirir habilidades literárias, um estilo animado e colorido, e prosa, e alegorias. Se há alguém dentre nós que se sinta inclinado em direção à poesia, não permitam que ele negligencie seu dom (…). Temos de preparar nossa arma mais precisa — a caneta. Temos de traduzir todo o nosso tesouro sagrado em um estilo contemporâneo, (…) para aproximá-lo de nossos contemporâneos.”191

Similarmente, na “Introdução ao livro Panim Me’irot uMasbirot“, Baal HaSulam, escreveu: “devemos promover seminários e escrever livros para acelerar a propagação da Sabedoria.”192

Ao tornar os textos cabalísticos acessíveis, Ashlag e Kook desejavam tornar a Sabedoria popular para que as pessoas conhecessem as leis básicas da vida e aprendessem como se conduzir frente ao egoísmo crescente. Se seus conselhos tivessem sido atendidos, a Cabalá teria se tornado popular há cem anos e as pessoas saberiam sobre as leis de doação antes que as atrocidades da Segunda Guerra Mundial tivessem acontecido.

Existe, no entanto, uma regra na Cabalá: nunca olhe para trás com remorso – apenas retire o que puder do passado para preparar o futuro. Certamente não é tão tarde para começar a informar as pessoas a respeito das ocultas leis da Natureza, que afetam nossas vidas de forma absolutamente real. Tal como estudam as leis básicas da física   e da biologia na escola, os jovens atualmente deveriam aprender as leis básicas da Natureza.

Na escola, os princípios da Teoria da Interdependência Social podem ser um começo maravilhoso, se combinados com a compreensão acerca do objetivo final da vida. Se as crianças aplicarem essas leis em sua escolaridade, se beneficiarão em muitos aspectos para além da mera educação. Na pesquisa mencionada anteriormente, Johnson e Johnson chegaram a várias conclusões abrangentes:

  • “Experiências cooperativas pressupõem predisposições cooperativas, ausência de predisposições individualistas e engajamento no comportamento pró-social. Predisposições cooperativas pressupõem o envolvimento no comportamento pró-social e ausência de engajamento em agressões premeditadas.”193
  • “Se as escolas querem evitar o assédio moral e aumentar os comportamentos pró-sociais, o uso da aprendizagem cooperativa e os esforços para ajudar os alunos a se tornarem mais predispostos a estabelecer uma cooperação parecem ser estratégias importantes.”194
  • “Trabalhar cooperativamente com seus pares e valorizar a cooperação resultam em maior saúde psicológica do que competindo com seus pares ou trabalhando de forma independente. Atitudes cooperativas foram altamente correlacionadas com uma grande variedade de índices de saúde psicológica. Mais especificamente, a cooperação está positivamente relacionada a maturidade emocional, relações sociais bem ajustadas, identidade pessoal forte, capacidade de lidar com a adversidade, competências sociais, confiança básica e otimismo sobre as pessoas, autoconfiança, independência e autonomia, maior autoestima e maior perspectiva de desenvolver habilidades.” Por outro lado, “atitudes individualistas foram negativamente relacionadas a uma grande variedade de índices de distúrbios psicológicos, especialmente a uma grande variedade de patologias, basicamente complexo de inferioridade
    e egocentrismo.”195
  • “Os teóricos da interdependência social observam que tanto a interdependência positiva quanto a negativa criam conflitos entre indivíduos.” No entanto, “em situações cooperativas, os conflitos ocorrem sobre como melhor atingir as metas comuns. Em situações de concorrência, os conflitos ocorrem sobre quem vai ganhar e quem vai perder.”196

Em suas conclusões, eles também incluem sugestões relativas à estrutura do que chamam “Escola Cooperativa”. Apesar de a discussão desse tema estar além  do escopo deste livro, é importante observar como parece ser ampla a eficácia da aprendizagem cooperativa: “aproximadamente 65% da pesquisa (…) realizada em aprendizagem cooperativa representam estudos de campo que demonstram a sua eficácia em uma ampla gama de classes, áreas temáticas, níveis de grau e estudantes. A utilização de processos de aprendizagem cooperativa por tantos professores diferentes, em diferentes áreas temáticas e configurações, na pré-escola e na educação de adultos, com tantas variadas tarefas e estudantes e em muitos países e culturas diferentes, comprovam a teoria e a clareza das definições conceituais.”197

Por mais eficazes que possam ser esses métodos de ensino, eles, no entanto, também podem não ser bem sucedidos, nem mesmo serem aceitos se não ensinarmos às crianças a lei da doação e que o propósito da vida é para, em última instância, assemelhar-se a essa lei, com todos os benefícios incluídos nessa semelhança. Sem fornecer essas informações, o homem crescerá perpetuamente egoísta, eventualmente acabará por subjugar qualquer tentativa de colaboração e irá cada vez mais isolar as pessoas, como ele vem fazendo há várias décadas.

Como Ashlag descreveu, vamos colocar a espada em nossas línguas para provar o  doce néctar do narcisismo e morrer. Na verdade, o título do livro de Jean M. Twenge, Geração Eu: Por Que Jovens Americanos De Hoje Estão Mais  Confiantes,  Assertivos,  Titulados  —  E  Mais  Miseráveis  Do  Que  Nunca,198  por  si só exprime claramente a armadilha do ego (ou a viagem do ego) do nosso tempo.

Além do ambiente escolar colaborativo e dos esforços em informar a juventude acerca do propósito da vida para motivá-la para a mudança, os princípios ensinados na escola devem ser aplicados em casa. Caso contrário, o confronto entre os valores ensinados na escola e os ensinados em casa irá sentenciar todos os esforços ao fracasso.

Cultivando um Ambiente Cooperativo

No capítulo anterior, nós mencionamos o ensaio de Ashlag, “A liberdade”, em que ele afirmou que os pensamentos são um reflexo do meio ambiente. É por isso que os ambientes domésticos dos jovens devem coincidir com os valores de cooperação que as escolas deveriam promover. Uma publicação do Departamento Americano de Educação, intitulada “Guia de Mídia — Ajudando seu Filho a Atravessar a Pré- adolescência”, afirmou: “é difícil entender o mundo do  pré-adolescente  sem considerar o enorme impacto dos meios de comunicação em suas vidas. Eles concorrem  com  famílias,  amigos,  escolas  e  comunidades  em  sua  capacidade   de moldar  valores,  atitudes  e  interesses  dos  jovens  adolescentes.”199   Infelizmente, a maioria dos interesses que a mídia formula é antissocial.

Uma publicação online postada pelo Sistema de Saúde da Universidade de Michigan, por exemplo, afirma que “literalmente milhares de estudos desde 1950 perguntaram se existe uma relação entre exposição da violência na mídia e comportamento violento. Todos os 18 responderam ‘Sim’. (…) De acordo com a AAP (Academia Americana de Pediatria), ‘o resultado de extensa pesquisa indica que a violência mostrada pela mídia pode contribuir para o comportamento agressivo, dessensibilização da violência, pesadelos e medo de ser machucado.’”200

Para entender o quanto as mentes jovens absorvem violência, considere a seguinte informação,  parte daquela publicação:  “uma  criança norte-americana  verá em média 200.000  atos violentos e  16.000  assassinatos na  TV  até  seus 18  anos.”201   Se esse número não parece alarmante, considere que há 6.570 dias em dezoito anos. Isso significa que, em média, até a idade de 18 anos, uma criança terá sido exposta a pouco mais de trinta atos de violência transmitidos pela TV, 2.4 dos quais são assassinatos, todos os dias da sua jovem vida.

No mesmo tom, no livro O Desenvolvimento Através da Vida: Uma Abordagem Psicossocial, publicado em 2008, Barbara M. Newman, PhD, e Philip R. Newman descrevem como “a exposição por muitas horas à violência na televisão aumenta o repertório de comportamento violento entre as crianças jovens e aumenta a  prevalência  de  sentimentos,  pensamentos  e  ações  de  raiva.  Essas  crianças  são apanhadas na fantasia violenta, participam da situação na televisão, enquanto assistem.”202 Se considerarmos que as crianças aprendem por imitação, podemos imaginar os danos irreversíveis que assistir a cenas de violência causam nelas.

Em um país capitalista, o governo não impõe leis que proíbem a violência na TV ou em outras mídias. Na melhor das hipóteses, o governo pode se esforçar para restringi- la, mas as estatísticas acima indicam claramente que esses  esforços  são grosseiramente ineficientes. A solução deve vir das pessoas, não do governo. As pessoas têm de decidir o que querem assistir na TV e fazer isso, elas devem decidir que tipo de pessoas querem ser, quais objetivos pretendem alcançar e, o mais importante, que tipo de adulto querem que seus filhos se tornem e em que tipo de mundo querem que eles cresçam.

Quando os pais decidirem que querem que seus filhos cresçam com um futuro promissor, que não querem que eles engrossem as fileiras cada vez maiores de jovens deprimidos (de acordo com o Centro Nacional de Informações sobre Saúde Mental) “um em cada cinco jovens, em determinado momento”,203 então a alteração será efetuada. TV, filmes, internet e todos os outros meios de comunicação de massa vivem e morrem por sua classificação. Quando os consumidores decidirem que querem meios de  comunicação  não  violentos,  em  seguida produtores,  escritores de roteiro e anunciantes vão saber como criar um novo repertório de filmes não violentos, que promovam o comportamento cooperativo, tal como mencionado na seção “Tomando a Lei da Natureza Como Guia”.

A mídia é um veículo de aprendizagem e um veículo democrático no sentido de que ela realmente depende da aceitação dos telespectadores. Ainda que ela seja controlada por um número relativamente pequeno de pessoas com interesses próprios sobre o que colocar no ar e o que não colocar, no final das contas os meios de comunicação ainda exibem o que queremos ver, ou então a indústria iria à falência. Como a maioria das pessoas atualmente está mais narcisista do que nunca, então assim é a natureza dos programas dos meios de comunicação. E porque nós estamos nos tornando cada vez mais egoístas, a mídia, cada vez mais, atende aos valores do direito e do isolacionismo.

Isolacionismo e narcisismo, no entanto, são insustentáveis em um mundo interdependente. Eles são para a sociedade como o câncer é para o corpo. A solução, portanto, é encontrar uma maneira de aproveitar nossos desejos intensificados em direções socialmente produtivas, que ao fim são também pessoalmente gratificantes. Essa é a única maneira de subjugar nosso egoísmo e nos unirmos.

A solução que a Cabalá oferece é usar a consciência recém-adquirida do sistema global que é a humanidade e ensinar a lei da doação que a sustenta e (o mais importante) a meta da vida. O prêmio será, como dito anteriormente,  “total poder,  total consciência e total controle” (de nós mesmos, de nossa vida e do mundo). Isso, no entanto, somente ocorrerá se e quando escolhermos a união. Ao agirmos dessa forma, alcançaremos o objetivo da existência — o pensamento da Criação — e, unidos, nós nos tornaremos semelhantes ao nosso Criador.

E podemos optar por agir dessa maneira após muitas dolorosas “persuasões” da Natureza, ou após uma autopersuasão usando o ambiente, o princípio da imitação e a consciência de nossa interdependência social. No ensaio “A paz”, Baal HaSulam descreve dois tipos de pessoas — aquelas que avançam em direção ao propósito da vida de boa vontade, com conhecimento de causa e colhem os benefícios; e aquelas que avançam contra sua vontade, sem conhecimento e colhem agonia. Em suas palavras, “há uma grande diferença e uma grande distância entre elas, isto é, ‘consciente e inconscientemente’. As do primeiro tipo (…) ondas tempestuosas  chegam sobre elas, a partir do vento forte do desenvolvimento e as empurra por trás, forçando-as a avançar. Assim, seu dever [o desenvolvimento em direção à realização da meta conscientemente] é cumprido contra a sua vontade e com fortes dores (…) que as empurram por trás. Mas o segundo tipo cumpre seu dever (…) por sua própria iniciativa, repetindo as ações que aceleram o desenvolvimento [imitação,  influência do ambiente]. (…) Ele avança nesse sentido por sua própria vontade, com o espírito do amor. É desnecessário dizer que está livre de qualquer tipo de dor e sofrimento, como o primeiro tipo sofre”, como também é desnecessário dizer que ele “Acelera [a realização da] meta desejada.”204

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