APOIO NA TORÁ

Do livro “Cabala Para o Estudante”

Quando estamos estudando a Torá e queremos que todas as nossas ações sejam destinadas a doar, precisamos tentar sempre obter o suporte na Torá. Considera-se como suporte os atos de alimentar, que são o amor, o temor, o júbilo e o frescor. E devemos extrair tudo isso da Torá. Em outras palavras, a Torá deve nos dar esses resultados.

Não obstante, quando estudamos a Torá e não obtemos esses resultados, não se considera Torá. Isso é porque a Torá se refere à Luz velada na Torá, como nossos sábios dizem, “Eu criei a má inclinação, mas Eu criei a Torá como seu antídoto”. Isso se refere à Luz na Torá, visto que a Luz presente nela reforma tal má inclinação.

Precisamos igualmente saber que a Torá está dividida em dois discernimentos: 1-Torá, 2-Mitzvá. Na verdade, é impossível compreender estes dois discernimentos antes de ser recompensado com o trilhar o caminho do Criador, por meio de “A intimidade do Senhor é para os que o temem”. Isto é assim pois quando estamos no estado de preparação para entrar no Palácio do Senhor, é impossível compreender o Caminho da Verdade.

No entanto, é possível dar um exemplo, que até uma pessoa no período de preparação pode de alguma forma compreender. Está escrito (Sutah 21), “Rabi Yosef disse, ‘Um Mitzvá protege e salva enquanto praticado, etc. A Torá protege e salva tanto quando praticada e quando não praticada.’”

“Quando praticada” significa quando temos alguma Luz. Podemos usar esta Luz que obtivemos apenas enquanto a Luz ainda se encontrar em nós, pois agora estamos em alegria, dado que a Luz brilha para nós. Isto é discernido como um Mitzvá, isto é que não fomos recompensados com a Torá, mas despertamos uma  vida de Kedushá (santidade) a partir da Luz.

Isto não é assim com a Torá: quando alcançamos certo caminho no trabalho, podemos usar o caminho que alcançamos mesmo quando não o praticando, isto é, quando não estamos empenhados nele, ou seja, mesmo quando ainda não temos a Luz. Isto é assim pois apenas a luminescência nos abandonou, ao passo que podemos usar o caminho que tivermos alcançado no trabalho mesmo quando a luminescência tiver nos abandonado.

Ainda, devemos também saber que quando praticado, um Mitzvá é maior que a Torá quando não praticada. “Quando praticada” significa que agora  recebemos a Luz, que é chamada “praticada”, quando recebemos a Luz nela.

Consequentemente, enquanto temos a Luz, um Mitzvá é mais importante que a Torá quando não temos Luz, quando não há motivação da Torá. Por um lado, a Torá é importante pois podemos usar o caminho que adquirimos na Torá. Contudo, é sem a vitalidade, chamada “Luz”. E no momento de nos empenhar num Mitzvá, recebemos a vitalidade, chamada “Luz”. Neste respeito, um Mitzvá é mais importante que a Torá.

Então, quando não temos nutrição, somos considerados “maus”. Isto é porque agora não podemos dizer que o Criador governa o mundo numa conduta de “Bom que Faz o Bem”. É considerado que somos maus, pois condenamos nosso Criador, visto que agora sentimos que não temos vitalidade, e não temos nada com que nos alegrarmos para que possamos dizer que agora estamos gratos pelo Criador, por derramar sobre nós deleite e prazer.

Não podemos dizer que acreditamos que o Criador governa a Sua Providência com os outros benevolentemente, dado que compreendemos o caminho da Torá como uma sensação nos órgãos. Se não sentimos deleite e prazer, o que nos serve que outra pessoa esteja experimentando sensações de deleite e  prazer?

Se tivéssemos verdadeiramente acreditado que a Providência é revelada como benevolência ao nosso amigo, tal fé nos deveria ter trazido deleite e prazer por acreditar que o Criador governa o mundo numa orientação de deleite e prazer. E se isto não nos trás motivação e alegria, qual é o beneficio em dizer que o Criador verdadeiramente cuida do nosso amigo com uma orientação de  benevolência?

O mais importante é o que sentimos no nosso próprio corpo—seja bom ou mau. Desfrutamos do prazer do nosso amigo apenas se desfrutarmos do beneficio  do nosso amigo. Em outras palavras, aprendemos apenas pela sensação do corpo, independentemente das razões. O que é mais importante é apenas se nos sentimos bem.

Nesse estado, dizemos que o Criador é “bom e faz o bem.” Se nos sentimos mal, não podemos dizer que o Criador se comporta para conosco na forma do bom que faz o bem. Então, precisamente se desfrutamos da felicidade do nosso amigo, e recebemos ânimo e alegria disso, então podemos dizer que o Criador é um bom governante. Se não temos alegria, nos sentimos mal. Então, como podemos dizer que o Criador é benevolente?

Desta forma, tudo segue o estado em que nos encontramos. Se não temos qualquer motivação ou alegria, estamos num estado de não ter amor pelo Criador, nenhuma habilidade para justificar o seu Senhor, e nenhuma alegria, como seria adequado para quem serve um grande e importante rei.

E devemos saber que a Luz Superior está num estado de completo repouso.  E qualquer expansão dos Nomes Sagrados ocorre através dos inferiores. Em outras palavras, todos os nomes que a Luz Superior tem, vêm da realização dos inferiores. Isto significa que a Luz Superior recebe seu nome de acordo com as realizações deles. Colocando-o de modo diferente, damos os nomes à Luz de acordo com a maneira como a alcançamos, de acordo com a nossa sensação.

Se não sentimos que o Criador nos dá tudo, que nome podemos dar ao Criador se não recebemos uma coisa dEle? Em vez disso, quando acreditamos no Criador, todo e cada estado que sentimos, dizemos que vem do Criador. E de acordo com o nosso sentimento, damos nome ao Criador.

Então, se nos sentimos bem no estado em que nos encontramos, dizemos que o Criador é chamado “Benevolente”, dado que isso é o que sentimos—que recebemos bondade dEle. Nesse estado, somos chamados Tzadik (Justos), dado que nós Matzdik (justificamos) nosso Criador.

E se nos sentimos mal no estado em que nos encontramos, não podemos dizer que o Criador nos envia o bem. Portanto, nesse estado, somos chamados Rashá (Maus), visto que nós Marshia (Condenamos) nosso  Criador.

Contudo, não há tal coisa como estado intermediário, quando dizemos que nos sentimos tanto bem e mal no nosso estado. Em vez disso, estamos ou felizes ou infelizes.

Os nossos sábios escreveram (Berachot 61), “O mundo não foi criado…mas para os completos cruéis, ou para os completos justos.” Isto é assim pois não há tal coisa como se sentir bem e mal  simultaneamente.

Quando os nossos sábios dizem que não há estado intermediário, significa que com as criaturas, que têm um discernimento de tempo, você pode dizer “intermediário” sobre dois tempos, um depois do outro, pois aprendemos que há a questão de ascensões e descidas. Há dois tempos: por vezes somos cruéis, e outras somos justos. Mas num único momento, se sentir bom e mau simultaneamente, isto não existe.

Segue-se que quando disseram que a Torá é mais importante que um Mitzvá, é precisamente num momento em que não nos empenhamos nela, quando não temos qualquer vitalidade. Então a Torá é mais importante que um Mitzvá, que não tem qualquer vitalidade.

Isto é assim pois não podemos receber coisa alguma de um Mitzvá, que não tem qualquer vitalidade. Mas com a Torá, ainda tem um caminho no trabalho do qual tínhamos recebido enquanto praticávamos a Torá. Embora a vitalidade tenha saído, o caminho ainda permanece em nós, e podemos usá-lo. E há um tempo em que um Mitzvá é mais importante que a Torá: quando há vitalidade no Mitzvá e nenhuma vitalidade na Torá.

Então, quando não praticada, quando não temos qualquer vitalidade ou alegria no trabalho, não temos outro conselho a não ser a oração.   Todavia, durante a oração, devemos saber que somos maus pois não sentimos o deleite e prazer que existem no mundo, embora calculemos que possamos acreditar que o Criador nos dá apenas bondade.

Ainda assim, nem todos os nossos pensamentos são verdadeiros no caminho do trabalho. No trabalho, se o pensamento leva a ação, isto é, uma sensação nos órgãos, para que os órgãos sintam que o Criador é benevolente, os órgãos devem receber vitalidade e alegria de tal sensação. E se não temos qualquer vitalidade, de que nos servem todos os cálculos se agora os órgãos não amam o Criador pois Ele lhes concede abundância?

Então, devemos saber que se não temos qualquer vitalidade ou alegria no trabalho, é um sinal de que somos cruéis, pois estamos infelizes. Todos os cálculos são falsos se eles não levarem a uma ação, uma sensação nos órgãos que ama o Criador porque ele outorga deleite e prazer para as criaturas.

LISHMÁ É UM DESPERTAR DE CIMA

Do livro “Cabala Para o Estudante”

Não está em nossas mãos compreender como somos recompensados com Lishmá (em Nome Dela). Isso ocorre porque a mente humana não é capaz de apreender como tal coisa é possível no mundo. Isto deve-se ao fato de que temos acesso a tal compreensão apenas se nos ocuparmos com a Torá e com as Mitzvot, alcançando assim algo de fato. A existência de auto-gratificação se faz necessária, pois, caso contrário, não somos capazes de realizarmos coisa  alguma.

Em vez disso, Lishmá é uma iluminação que vem do Alto, e unicamente alguém que a tenha experimentado pode saber e compreender. Está escrito sobre isso, “Provai e vede como o Senhor é bom”.

Portanto, devemos compreender porque precisamos buscar conselho e orientação sobre como alcançarmos Lishmá. Afinal, nenhum conselho irá nos ajudar, e se Deus não nos conceder a outra natureza, chamada “o Desejo de Doar” nenhum esforço nos será de ajuda no alcance de Lishmá.

A resposta é, como nossos sábios disseram (Avot, 2:21), “Não cabe a você completar o trabalho, e você não está livre para deixar de fazê-lo”. Isso significa que devemos ativar o despertar de baixo, visto que isso é discernido como uma oração.

Uma oração é considerada uma deficiência, e sem uma deficiência não há realização. Dessa forma, quando temos uma necessidade por Lishmá, a realização  vem do Alto, e a resposta à oração vem do Alto, a saber, recebemos a realização para nossa necessidade. Verifica-se portanto que nosso trabalho se faz necessário para o recebimento de Lishmá a partir do Criador unicamente na forma de uma deficiência e de um Kli (Vaso). Contudo, jamais podemos obter a realização sozinhos; inversamente, trata-se de uma dádiva vinda do  Senhor.

No entanto, a oração deve ser plena, originada no fundo do coração. Isso significa que sabemos com toda certeza que não existe ninguém no mundo que possa nos ajudar, exceto o próprio Criador.

Porém, como sabemos que não existe ninguém que possa nos ajudar, exceto o próprio Criador? Podemos adquirir essa conscientização precisamente, se tivermos empregado todas as nossas forças disponíveis para alcançarmos Lishmá, e tal tentativa tiver sido em vão. Por conseguinte, devemos envidar todos os esforços possíveis para sermos recompensados com “para o Criador”. Então, podemos orar do fundo do nosso coração, e assim o Senhor ouvirá nossa  prece.

Não obstante, devemos saber que quando nos esforçamos para alcançar Lishmá, devemos nos comprometer a trabalhar exclusivamente para doar, de forma plena, a saber, apenas doar e não receber coisa alguma. Só então, começamos a ver que nossos órgãos físicos não concordam com essa  ideia.

A partir dai, podemos chegar à clara conscientização de que não dispomos de nenhum outro conselho, exceto colocar nossa queixa diante do Senhor para que Ele nos ajude, de forma que o corpo possa concordar em se render a Ele incondicionalmente, posto que vemos que não somos capazes de persuadir nossos corpos a se anularem de forma completa. Acontece que precisamente quando vemos que não existe razão para esperarmos que nossos corpos, por si mesmos, irão concordar em trabalhar para o Criador, nossa oração pode brotar do fundo do coração, e então essa súplica será aceita.

Devemos saber que ao alcançarmos Lishmá, levamos a má inclinação para a morte. A má inclinação é o desejo de receber, e a obtenção do desejo de doar impede que o desejo de receber seja capaz de fazer alguma coisa. Isso é considerado colocá-  lo em estado de morte, pois ele fica desprovido de sua função; e não tem nada mais  a fazer, pois não o usamos mais. E quando a má inclinação é destituída de sua função, considera-se que a colocamos no estado de  morte.

E quando contemplamos, “Que proveito tem o homem, de todo o seu trabalho… debaixo do sol”, perceberemos que não é tão difícil nos escravizarmos em Seu Nome, por duas razões:

  1. Em todo caso, voluntária ou involuntariamente, devemos fazer esforços neste mundo, e que obtemos de todos os esforços que tivermos feito?
  2. Todavia, se trabalharmos Lishmá, receberemos prazer durante o trabalho também.

Isso está de acordo com o provérbio do Sayer de Dubna sobre o verso, “Contudo tu não me invocaste a mim, ó Jacó, mas te cansaste de mim, ó Israel”. Ele disse que isso é como um homem rico que saiu do trem com uma mala pequena.  Ele a colocou no lugar onde todos os negociantes colocavam suas bagagens para que os carregadores as levassem para o hotel onde os negociantes ficavam. O carregador pensara que o negociante certamente levaria uma mala pequena ele próprio, já que não seria necessário um carregador para isso, então o carregador levou um grande pacote para o hotel.

O negociante quis pagar um pequeno valor ao carregador, como sempre o fez, para aquela pequena mala. Porém, o carregador não quis recebê-lo, e disse, “Coloquei uma grande mala no depósito do hotel; mal pude carregá-la, e isso me deixou exausto, e você quer me pagar tão pouco por  isso?”

A lição é que quando uma pessoa vem e diz que se esforçou muito para manter a Torá e as Mitzvot, o Senhor lhe responde, “Contudo tu não me invocaste   a mim, ó Jacó”. Em outras palavras, não foi minha bagagem que você carregou, mas  a bagagem de outra pessoa. Se você está afirmando que se esforçou muito com a Torá e as Mitzvot, deve ter tido um outro senhor para o qual trabalhou, então a pessoa deve ir até ele para receber seu pagamento.

Isto é o que significa, “mas te cansaste de mim, ó Israel”. Em outras palavras, aquele que trabalha para o Criador não tem trabalho, pelo contrário, tem prazer e estado de espírito elevado.

Entretanto, aquele que trabalha por outro propósito não pode chegar ao Criador com reclamações de que Ele não lhe dá vitalidade no trabalho, já que a pessoa não trabalha para o Criador, para o Senhor lhe pagar pelo trabalho. Ao invés disso, a pessoa deve reclamar às pessoas para as quais trabalhou para que estas lhe administrem prazer e vitalidade.

E como há muitos propósitos em Lo Lishma (Não em Nome Dela), a pessoa deve exigir do objetivo pelo qual trabalhou, que lhe dê a recompensa, a saber, prazer e vitalidade. É dito sobre elas, “Aqueles que as fazem sejam iguais a elas; de fato, que cada um confia nelas”.

No entanto, de acordo com isso, é desconcertante. Afinal de contas, vemos que, mesmo quando uma pessoa toma para si o fardo do Reino dos Céus, sem qualquer outra intenção, ela ainda não sente alguma motivação, para dizer que esta motivação obriga-a a tomar sobre si o fardo do Reino dos Céus. E a razão é que tomar sobre si este fardo é somente por causa da fé acima da  razão.

Em outras palavras, a pessoa o faz por coerção, sem desejo de fazê-lo. Assim, podemos perguntar, “Por que sentimos fadiga nesse trabalho, como o corpo constantemente buscando um momento em que possa se livrar dele, visto que não sentimos qualquer motivação no trabalho?” E quando trabalhamos em silêncio, e temos como único objetivo trabalhar a fim de doar, por que o Criador não nos concede sabor e vitalidade no trabalho?

A resposta é que devemos saber que isso é uma grande correção. Se tal não tivesse acontecido, se a Luz e a motivação tivessem iluminado logo que tivéssemos começado a assumir o fardo do Reino dos Céus, teríamos imediata motivação no trabalho. Em outras palavras, o desejo de receber teria cedido a esse trabalho também.

E por que teria anuído? Certamente, porque tal desejo quer satisfazer seu apetite, a saber, trabalhar para seu próprio benefício. Caso tal tivesse ocorrido, jamais teria sido possível alcançar Lishmá, visto que seríamos obrigados a trabalhar pelo nosso próprio benefício, pois sentiríamos maior prazer no trabalho de Deus do que nos desejos corpóreos. Consequentemente, teríamos que permanecer em Lo Lishma, visto assim que teríamos tido satisfação no trabalho. Onde não há satisfação, não podemos fazer coisa alguma, pois sem lucro, não podemos trabalhar. Verifica-se portanto que se recebêssemos satisfação neste trabalho de Lo Lishma, teríamos que permanecer naquele estado.

Isso é parecido com o que as pessoas costumam dizer, que quando se corre atrás de um ladrão para pegá-lo, o ladrão, também, corre e grita, “Pega ladrão”. Logo, é impossível dizer quem é o verdadeiro ladrão, pegá-lo e restituir o produto do roubo.

No entanto, quando o ladrão, ou seja, o desejo de receber, não sente qualquer gosto e motivação no trabalho de aceitar o fardo do Reino dos Céus, se neste caso a pessoa trabalha com fé acima da razão, coercivamente, e o corpo se torna habituado a esse trabalho contra a vontade do desejo de receber, então a pessoa tem os meios pelos quais chegar a um trabalho que vai ter como propósito levar contentamento ao Criador.

Sucede dessa forma porque a exigência principal para uma pessoa é alcançar Dvekút (Adesão) com o Criador através do trabalho dela, o que é discernido como Similaridade de Forma, onde todas as intenções da pessoa são direcionadas ao doar.

É como está expresso no verso, “então você terá no Senhor a sua alegria”. O significado de “Então” é “antes”, que no começo do nosso trabalho, não havia prazer. Inversamente, nosso trabalho é coercitivo.

Contudo, mais tarde, quando tivermos nos acostumado a trabalhar a fim de doar, e não atentarmos para nós mesmos—se estivermos sentindo prazer no trabalho—mas acreditamos que estamos dando contentamento ao nosso Criador através do nosso trabalho. E devemos acreditar que o Senhor aceita o trabalho dos mais desprovidos, sem levar em consideração como e quanto é a forma do trabalho deles. Em tudo, o Criador examina apenas a intenção, e se isso traz contentamento para Ele. Então somos agraciados com o “você terá no Senhor a sua alegria”.

Até mesmo durante o trabalho de Deus, sentiremos deleite e prazer, visto que agora realizamos realmente trabalho para o Criador, pois que os esforços que empreendemos durante o trabalho coercitivo nos qualificam e nos habilitam para o verdadeiro trabalho para o Criador. Então, você descobre que o prazer que recebemos se relaciona ao Criador também, a saber, especificamente para o Criador.

A RAZÃO DO PESO NO TRABALHO

Do livro “Cabala Para o Estudante”

Precisamos conhecer a razão para a existência do peso sentido quando queremos trabalhar para anular o nosso “ego” diante do Criador, e não nos importamos com nosso próprio interesse. Chegamos a um estado como se o munto inteiro estivesse inerte, e sozinhos estivéssemos agora aparentemente ausentes do mundo, e deixássemos nossa família e amigos em prol da  anulação diante do Criador.

Existe apenas uma razão para isso, chamada “falta de fé”. Isso implica que não vemos diante de quem estamos nos anulando, significando que não sentimos a existência do Criador, e isso nos causa tal peso.

Entretanto, quando começamos a sentir a existência do Criador, nossa alma imediatamente anseia para ser anulada e conectada à raiz, para ser contida nela como uma vela numa tocha, sem qualquer preocupação ou razão. Contudo, isso nos ocorre de forma natural, como uma vela é anulada diante de uma  tocha.

Assim, segue que a essência do nosso trabalho é unicamente alcançar aquela sensação da existência do Criador, sentir a existência do Criador, que “a terra inteira está cheia da sua glória”. Nisso consistirá todo o nosso trabalho, ou seja, todo o vigor que depositamos no trabalho será unicamente a fim de alcançarmos tal meta, e não qualquer outra coisa.

Não devemos nos deixar desviar com vista a adquirir qualquer outra coisa. Inversamente, existe apenas algo de que carecemos, a saber, fé no Criador. Não devemos pensar em coisa alguma, ou seja, a única recompensa desejada para nosso trabalho deve ser a concessão de fé no Criador.

Sabemos que não há diferença alguma entre uma pequena iluminação e uma grande iluminação, a qual adquiramos. Isso ocorre porque não há mudanças na Luz. Ao invés disso, todas as mudanças ocorrem nos vasos que recebem a abundância, como está escrito, “eu, o Senhor, não mudo”. Por conseguinte, se pudermos magnificar nossos vasos, até aquele ponto magnificaremos  a luminescência.

Porém, a pergunta é, “Com o que podemos magnificar nossos vasos?” A resposta é, “Na medida em que louvemos e demos graças ao Criador por Ele nos ter aproximado dEle, assim podemos senti-lO um pouco e considerarmos a importância do fato, ou seja, que fomos recompensados com alguma conexão com o Criador”.

Quanto mais valor atribuirmos à importância que tal conexão tem para nós mesmos, crescerá, de forma proporcional, em nós mesmos, a medida da luminescência. Devemos saber que jamais saberemos a verdadeira medida da importância da conexão entre o homem e o Criador, porque não podemos avaliar seu verdadeiro valor. Em vez disso, quanto mais apreciarmos tal conexão, perceberemos seu mérito e importância. Existe uma força nisso, pois assim podemos ser recompensados em ter essa iluminação de forma  permanente.

DIVINDADE NO EXÍLIO

Do livro “Cabala Para o Estudante”

Está escrito que “não há ninguém além do Criador”, o que significa que não há nenhum poder no mundo capaz de fazer alguma coisa contra Sua Vontade. E se o homem vê que há coisas neste mundo, que negam o domínio do Alto, é porque Ele quer assim.

E considera-se uma correção, chamada “a esquerda rejeita e a direita acrescenta”, significando que aquilo que o lado esquerdo rejeita é considerado uma correção. Isso significa que há coisas no mundo, que por princípio estão destinadas  a desviar a pessoa do caminho correto, e mantê-la  distanciada da santidade.

O benefício dessas rejeições é que através delas a pessoa recebe a real necessidade e um completo desejo pela ajuda de Deus, pois vê que de outra forma está perdida. Não apenas ela não progride em seu trabalho, como vê ainda que regride, e que lhe falta a força para sequer observar a Torá e as Mitzvot, mesmo em  Lo Lishmá (que não seja em Seu nome). Porque somente se superar genuinamente todos os obstáculos, acima da razão, ela pode observar a Torá e as Mitzvot. Mas nem sempre ela tem a força para ir acima da razão, porque se ocorresse o contrário, Deus proíba, ela seria forçada a se desviar do caminho do Criador, mesmo de Lo Lishmá (não em Seu nome).

A pessoa sempre sentiu que o fragmento é maior que o total, o que significa que há mais descidas que ascensões. Ela não vê uma finalidade para esses apuros, e sempre se sente excluída da santidade, porque vê que é difícil para ela observar até mesmo uma insignificância, se não agir acima da razão, mas nem sempre ela é capaz de agir assim. E qual será o fim de tudo isso?

Então essa pessoa entende que ninguém pode ajudá-la, a não ser o próprio Deus. Isso faz com que ela dirija um pedido sincero ao Criador para que abra seus olhos e coração, e a aproxime da eterna adesão a Deus. Ela compreende, então, que todas as rejeições que ela experimentou vieram do Criador.

Isso significa que as rejeições que ela experimentou não aconteceram por sua culpa, ou por que não era capaz de prosseguir, mas sim porque essas rejeições são para aqueles que verdadeiramente querem se aproximar de Deus. E para que essa pessoa não se satisfaça com apenas um pouco, mais precisamente, para que não permaneça como uma criança sem conhecimento, ela recebe ajuda do Alto, de modo a que não seja capaz de dizer que “graças a Deus, eu tenho Torá e Mitzvot e pratico boas ações, e portanto, o que mais eu poderia pedir?”

Só se essa pessoa tiver um verdadeiro desejo, ela receberá ajuda do Alto. E lhe são mostradas constantemente as suas faltas no estado presente, isto é, são-lhe enviados pensamentos e opiniões que trabalham contra seus esforços. Isto é para  que ela veja que ela não está unificada a Deus. E quanto mais ela supera, mais percebe o quão longe da santidade ela se encontra, por comparação aos outros, que se sentem unificados a Deus.

Mas essa pessoa, por outro lado, sempre tem suas queixas e exigências, e não consegue justificar o comportamento do Criador, nem o modo como Ele age com relação a ela. E isso vai lhe provocando dor, porque ela não se sente unificada ao Senhor, até que chegue a sentir que não tem participação nenhuma na santidade.

A pessoa sempre deve tentar se aproximar do Criador, isto é: tentar fazer com que todos os seus pensamentos se refiram a Ele. Isso quer dizer que mesmo que ela esteja no pior estado, do qual não possa haver uma grande queda, ela não deve abandonar Seu domínio, isto é, não deve pensar que há outra autoridade que o afaste de entrar na santidade, e que tenha o poder de beneficiar ou ferir.

Portanto a pessoa não deve pensar que é o poder da Sitra Achra (Outro Lado), que não lhe permite praticar boas ações e seguir os caminhos de Deus, mas sim, que tudo isso é determinado pelo Criador.

Como dizia o Baal Shem Tov, aquele que afirmar que há outro poder no mundo, isto é, Klipót (cascas), está num estado em que “serve a outros deuses”, ainda que não pense, necessariamente, em cometer o pecado da heresia; mas se ele pensa que há outra autoridade e força, que não o Criador, desse modo ele está cometendo um pecado.

Além disso, aquele que diz que o homem tem sua própria autoridade, ou seja, aquele que diz que ontem ele mesmo não quis seguir os caminhos de Deus, esse também se considera como tendo cometido o pecado de heresia. Isso significa que ele não acredita que somente o Criador conduz o  mundo.

Quando a pessoa comete um pecado, certamente deve se lamentar por isto e se arrepender por tê-lo cometido, mas aqui também nós devemos colocar a dor e a lástima na ordem correta: aquilo a que ela atribuir a causa do pecado, é nesse ponto que ela deve se arrepender.

A pessoa então deve se arrepender e dizer: “eu cometi esse pecado porque o Criador me lançou abaixo da santidade, em um lugar imundo, no lavatório, onde está a imundície”. Isso é o mesmo que dizer que o Criador lhe deu um desejo e um apetite por se divertir e respirar o ar de um lugar malcheiroso. (E também se pode dizer, como está nos livros, que às vezes o homem encarna no corpo de um porco, e então ele recebe um desejo e o apetite por manter-se com coisas que ele já teria decidido que eram lixos, mas agora ele novamente quer se reavivar com elas).

E também, quando a pessoa sente que está em um estado de ascensão, e sente algum prazer no trabalho, ela não deve dizer: “agora eu estou em um estado em que compreendo que é valioso servir a Deus”. Melhor seria que soubesse que agora o Senhor a notou, e por isso a atraiu para Si, o que é a razão pela qual ela sente prazer no trabalho. Ela deve tomar o cuidado de nunca abandonar o domínio da santidade, nem dizer que há outra força operando, além do Criador. (Mas isso significa que a questão de encontrar favor aos olhos do Senhor, ou o oposto, não depende do homem, mas sim, que tudo depende de Deus. E o homem com sua mente superficial, não consegue compreender por que o Senhor agora gosta dele e após, não gostará).

igualmente quando a pessoa lamenta que o Criador não a traz para perto,  ela também deveria ter cuidado para não se queixar por ter sido distanciada do Criador, pois fazendo assim ela se torna um recipiente para seu próprio benefício, e aquele que recebe é separado do Criador. Melhor seria que ela lamentasse o exílio da Shechiná (Presença Divina), isto é, por infligir tristeza à Presença  divina.

A pessoa deveria tomar como exemplo a ocasião em que algum pequeno órgão está dolorido. A dor é sentida principalmente no coração e na mente, que são a generalidade do homem. E certamente a sensação de um simples órgão não se assemelha à sensação da completa estatura da pessoa, onde a maior parte da dor é sentida.

Igualmente é a dor que a pessoa sente quando ela é distanciada do Senhor,  já que o homem é apenas um órgão da Santa Shechiná, pois a Santa Shechiná é a alma de Israel em geral. Assim a sensação de um simples órgão não se assemelha à sensação da dor em geral. Isso significa que a Shechiná lamenta que haja partes dela mesma que estejam distanciadas, e que ela não pode ajudar.

(E esse pode ser o significado das palavras: “quando o homem lamenta, a Shechiná diz: isto está mais leve que a minha cabeça”). E se o homem não relaciona   a ele mesmo a tristeza de estar distanciado de Deus, ele é salvo de cair na armadilha do desejo de receber para si mesmo, que é a separação  da santidade.

O mesmo se aplica quando alguém se sente um tanto mais próximo da santidade. Quando ele está feliz de ter merecido favor aos olhos do Senhor, ele precisa dizer que o centro de sua alegria é que agora há alegria na Santa Shechiná, por ter conseguido trazer seu próprio órgão para mais perto, e não rejeitá-lo.

E o homem se alegra por ter sido dotado com a capacidade de agradar à Shechiná. Do mesmo modo, a alegria que um indivíduo sente, é apenas uma parte da alegria que o total sente. E através desses cálculos ele perde seu individualismo, e evita cair na armadilha do Outro Lado, que é o desejo de receber para si mesmo.

Todavia, o desejo de receber é necessário, pois é isso o que constitui uma pessoa, e nada existe numa pessoa além do desejo de receber que lhe é atribuído pelo Criador. De qualquer forma, o desejo de receber prazer deve ser corrigido para adquirir a forma de doação.

Isso quer dizer que o prazer e a alegria, sentidos pelo desejo de receber, devem ter a intenção de transmitir prazer ao Alto, em razão do prazer que acontece abaixo. Pois esse foi o propósito da criação, de beneficiar Suas criações. E isso é chamado à alegria da Shechiná acima.

Por essa razão, o homem deve buscar conselho sobre como ele pode causar prazer acima. E certamente, se ele recebe prazer, o prazer será sentido acima. Assim, ele deve ansiar por estar sempre no palácio do Rei, e por ter a capacidade de lidar com os tesouros do Rei. E isso certamente causará prazer acima. Conclui-se que seu inteiro anseio deve ser em prol do Criador.

Cabala Para o Estudante

Rav Yehuda Ashlag, Rav Baruch Ashlag

Os maiores Cabalistas contemporâneos, Rav Yehuda Ashlag, e seu filho e sucessor, Rav Baruch Ashlag, dão respostas válidas para a questão mais fundamental da vida: Qual é o sentido da minha vida? Com base nas suas interpretações de O Livro do Zohar, e A Árvore da Vida, agora podemos aprender e nos beneficiarmos da sabedoria da Cabalá em uma base diária.

Além de textos autênticos desses grandes Cabalistas, este livro oferece ilustrações que retratam fielmente a evolução dos Mundos Superiores como os Cabalistas os experimentam, bem como vários ensaios úteis para melhorar a nossa compreensão dos textos.

No livro Cabalá para o Estudante, Rav Michael Laitman, PhD, assistente pessoal do Rav Baruch Ashlag e estudante privilegiado, compilou todos os textos necessários para um estudante de Cabalá para alcançar os mundos espirituais. Em suas aulas diárias, Rav Laitman baseia seus ensinamentos nesses textos inspiradores, ajudando os novatos e veteranos entenderem melhor o caminho espiritual que realizamos em nossa jornada fascinante para os reinos mais superiores.

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Índice de Conteúdos

TEMPO PARA ATINGIR A ESPIRITUALIDADE

ATINGINDO A ESPIRITUALIDADE

SOCIEDADE COMO UMA CONDIÇÃO PARA ATINGIR A ESPIRITUALIDADE

ESTÁGIOS DE ATINGIMENTO

A EVOLUÇĂO DOS MUNDOS

 

CABALISTAS ESCREVEM SOBRE A SABEDORIA DA CABALÁ

Do livro “Cabala Para o Estudante”

Até se nós encontrarmos pessoas que são grandes na Torá, em temor, e em sabedoria, todavia que não estão interessadas nos segredos da Torá por causa da sublimidade do seu grau, porque elas têm muitas posses com as quais ocuparem seu espírito nos tesouros da Torá revelada, e sabedoria, que isso não penda o coração de
quem sente uma sensação interna, uma pressão do anseio da alma pelo caminho dos segredos. Pois, mesmo se decidirmos que este anseio veio até ele devido a sua falta de competências nas matérias reveladas, e daí? No fim, isto é a sua parte, e uma pessoa deve estar muito feliz com seu lote, pois o Senhor está próximo de todos os
que O invocam em pura verdade.

–O Rabi Raiah Kook, Orot HaTorá (Luzes da Torá), Capítulo 10, Item 4

A respeito da regra de não vaguear no PARDES, a menos que a pessoa tenha enchido seu estômago com carne e vinho, deve ser dito ao que vem apenas para fazer o que a Torá ordena por lei. Mas o que anseia e almeja aprender as coisas internas, de conhecer Sua veracidade, está sob a regra, “deve-se sempre aprender Torá no lugar onde seu coração deseja”. E ele deve ser muito forte no seu caminho e saber que irá aprender e ter sucesso… e fazer o anseio de sua alma aderir a conhecer Seu Nome permanentemente. E se perceber que a maioria dos estudantes não são assim, ele deve saber que isto é certo para eles, para que eles não venham a destruir a santidade até que eles caminhem por gradações. Isto não tem nada a ver com ostentação e gozo, apenas divisões na nobreza da alma.

–O Rabi Raiah Kook, Orot HaTorá (Luzes da Torá), Capitulo 9, Item 12

Não deixe o eunuco dizer, “Pois eu sou uma árvore seca, e quem sou eu para aproximar a Santidade no interior, nos livros de Cabalá?” Isto é porque todos os justos já concordaram que hoje este é o conselho da inclinação e uma mentira. E embora ele não compreenda tudo, ainda assim, as palavras de o Sagrado Zohar têm poder para a alma, e elas são abordáveis para toda a alma de Israel, pequena ou grande, cada uma segundo a sua compreensão e a raiz da sua alma.

–Rabi Tzvi Hirsh Horovitz de Backshwitz, Hanhagot Yesharot (Orientação Correta), Item 5

Tivesse meu povo me atendido nesta geração, quando a heresia aumenta, eles teriam estudado O Livro do Zohar e os Tikunim (correções), e os contemplado com crianças de nove anos de idade.

–Rabi Yehudah Yitzhak Yehiel de Komarno, Notzer Chéssed (Mantendo a Misericórdia), Capítulo 4, Ensinamento 4

Não existem limitações ao estudar O Zohar porque ele é principalmente Midrash (comentários). O Chafetz Chaim costumava evocar cada um para estudar O Zohar dessa Parasha (porção semanal da Torá) em todo o Shabat, mesmo homens solteiros.

-Rabi Shlomo Ben Yosef de Pojin, Hosafot Binian Yosef (Suplementos Construtivos de Yosef)

Sem conhecer a sabedoria da Cabalá, o indivíduo é como uma besta, dado que vai seguindo a Mitzvá sem sabor, apenas fluindo com os movimentos. Isto é semelhante às bestas comedoras de feno, sem o sabor da comida humana. E mesmo se for um empresário importante, ocupado com muitas negociações, ele não está isento de se envolver nesta sabedoria.

–O Sagrado Rabi de Ziditshov, Sur Mera VeAseh Tov (Aparta-te do Mal, e Faz o Bem)

Torá é apenas um meio. Envolver-se nela deveria ser com um desejo e um profundo desejo por Dvekút (adesão) com o Criador. Nenhuma outra intenção é permitida no Palácio de Deus. Claramente, se os estudantes da Torá tivessem se envolvido nela com amor ardente a Deus nos seus corações, e o desejo de se aderirem a Ele estivesse preenchendo todo o seu ser, não haveria qualquer discussão a respeito da internalidade da Torá. Todos afluiriam para o Palácio do Rei para se envolverem na sabedoria da Cabalá e do Sagrado Zohar na maior parte de seu dia, e até maioria de seu tempo.

–O Caminho do PARDES, vol. 11. Parashat VaYishlach, Novembro 1996, Edição 515/3

A Cabalá lida com atingir o conhecimento do Criador, que é Sua singularidade… porque além de se envolver nela e a atingi-la, conhece-se O Nome e alcança-se os segredos da Torá e os sabores das Mitzvot, que, por si mesmos reavivam a alma. Isto é assim pois que através delas, a alma é fortificada e adere a seu Criador. Também se estendendo dela está a observância adequada das Mitzvot, pois ela excita o coração dos que a conhecem, para a fazerem completamente.

–Avodat HaKodesh (Trabalho Sagrado), “O Propósito”, Capítulo 70

No tempo do Messias, mal aumenta e impudência e vicio será conduzido pelos chefes da multidão misturada. Então a Luz Escondida irá aparecer do Céu – O Livro do Zohar, seguido pelos escritos do Sagrado Ari. E esta aprendizagem irá desenraizar o mal na sua alma. Ele será recompensado com se apegar à Luz Superior, e ele será recompensado com todas as virtudes no mundo. Pois esta é a razão pela qual esta Luz apareceu.

E a essência de seu estudo na interioridade da Torá será de alcançar iluminação e Divina vivacidade na sua alma durante o seu estudo e ao longo do resto do dia. O Ari disse que nessa altura o oculto se tornará revelado, e aprender os segredos da Torá e revelar os segredos a todos de Israel dá alegria ao Criador.

-Heichal HaBrahch (O Salão de Bênção), Devarim (Deuteronômio) 208

O estudo de O Livro do Zohar está acima de todos os estudos e é uma grande correção para a alma. Dado que a inteira Torá é os Nomes do Criador, ela está independentemente vestida em histórias, e o que lê as histórias pensa do literal. No entanto, em O Livro do Zohar, os próprios segredos estão revelados, e o leitor sabe que eles são os segredos da Torá, embora não seja compreendido devido à pequenez do que alcança, e a profundidade do alcançado.

-Apontar com o Dedo, item 44

Porquê então obrigaram os Cabalistas cada pessoa a estudar a sabedoria da Cabalá? Certamente, há uma grande coisa nela, digna de ser publicada: Há um maravilhosos, inestimável remédio aos que se envolvem na sabedoria da
Cabalá. Embora eles não compreendam o que eles estão a aprender, através do anseio e o grande desejo de compreender o que eles estão a aprender, eles despertam sobre si mesmos as Luzes que circundam suas almas.

Isto significa que cada pessoa de Israel está garantida a finalmente alcançar todas as maravilhosas realizações que o Criador cálculou no Pensamento da Criação de deleitar cada criatura. O que não foi concedido nesta vida será recompensado na próxima vida, etc. até que um complete o Pensamento do Criador para ele.

-Rabi Yehuda Ashlag (Baal HaSulam), “Introdução ao Estudo das Dez Sefirot”, item 155

O mérito de contemplar as palavras do Deus Vivo em O Livro do Zohar e todos os que o acompanham, e as palavras da sabedoria da verdade, é imensurável e inestimável. É especialmente assim com as claras palavras do Ari.
E até se um não veio ainda a compreender o cerne da questão através de aprofundado escrutínio, através de constante envolvimento, os portões da Luz e os portões da sabedoria aparecerão a todos os que caminham o caminho de Deus em completude, cuja alma almeja se aproximar do Salão do Rei. Assim, abençoados serão todos os que se voluntariem a se envolverem na sabedoria até por uma hora ou duas por dia. O Criador acrescenta uma ação a um bom pensamento, e isso será considerado como estar, sempre e todo o dia, no Salão do Senhor e Sua Abadia, nos
segredos da Torá.

–O Rabi Raiah Kook, Os Que Amam Israel com Santidade, 232

Os que se envolvem somente nas vestes da Torá estão gravemente enganados, que Deus tenha misericórdia sobre eles. E quando a exigência do Senhor é abandonada e a maioria da multidão dos sábios da Torá não sabe seu propósito, eles consideram a sabedoria da Torá com seu propósito como mera adição e certa piada às leis – as quais, embora verdadeiramente Santas e preciosas – elas não irão iluminar nossas almas.

–O Rabi Raiah Kook, Igrot (Cartas), vol. 2, 8

Eu escrevo apenas para evocar os corações dos discípulos de sábios a se envolverem no estudo da interioridade da Torá e a estudarem o Sagrado Zohar tão diligentemente como o Mishná e a Gemará. Contudo, nem todos estão prontos para isso pela natureza de suas almas. Assim, o que não é capaz, e cujo coração é afiado, deve certamente prolongar o gracejo em Mishná e Gemará. Mas o que é capaz de mergulhar na sabedoria da Cabalá, deve dedicar a maior parte do seu estudo a conhecer seu Criador.

–O Rabi Raiah Kook, Igrot (Cartas), vol. 1, 41-42

Os jovens, ou os que se encontram a eles mesmos pesados e de pequeno desejo pela Luz Interna, devem, no mínimo dos mínimos, fazê-lo uma regra se dedicarem uma ou duas horas por dia à sabedoria da verdade. A seu tempo, suas
mentes irão alargar e abundante sucesso irá desdobrar-se no seu estudo da essência da Torá, e sua força em escrutínio irá acrescer e crescer com puras ideias e alargamento da mente.

–O Rabi Raiah Kook, Igrot (Cartas), vol. 1, 82

Enquanto a ortodoxia insistir em dizer, “Não! Apenas Gemará e Mishná, nenhumas lendas, nenhumas éticas, nenhuma Cabalá, e nenhuma investigação,” ela diminui-se a si mesma. Todos os meios que ela usa para se proteger a si mesma, sem tomar a verdadeira poção da vida, a Luz da Torá nos seus interiores, além do tangível e óbvio – o revelado na Torá e Mitzvot – são absolutamente incapazes de conduzir para seu objetivo em todas as gerações, especialmente na nossa geração, a não ser ao expandir as muitas raízes espirituais.

–O Rabi Raiah Kook, Igrot (Cartas), vol. 2, 232-233

Nós não atendemos à voz dos verdadeiros profetas, a voz da besta dos sábios de todas as gerações, a voz dos justos e os Chassidim, os sábios das morais, os sábios de estudo e segredos, que estavam a gritar bem alto que o rio do estudo prático sozinho irá derradeiramente secar, a menos que constantemente extraiamos para ele a água da sabedoria da Cabalá.

–O Rabi Raiah Kook, Orot (Luzes), 101

Redenção virá apenas por meios de estudar a Torá, a redenção está principalmente no estudo da Cabalá.

-O Gaon de Vilna (GRA), Even Shlemah (Um Perfeito e Justo Peso), Capítulo 11, Item 3

Quando se envolvendo nesta composição, um evoca o poder das almas e o poder dos justos com a força de Moisés. Isto é assim porque ao se envolver nela, eles renovam a Luz gerada, que foi criada durante sua composição. E Divindade brilha e ilumina dessa Luz como ela foi inicialmente criada. E todos os que se envolvem nela redespertam esse mesmo benefício nessa primeira Luz, que Rashbi e seus amigos tinham revelado enquanto compondo.

-Ohr Yakar (Luz Preciosa), Portão 1, Item 5

Estudar o Sagrado Zohar purifica o corpo e a alma e é capaz de trazer redenção rápido nos nossos dias.

–Rabi Efraim Ben Avraham Ardot, Mateh Efraim (Varinha de Efraim), A Ponta daMateh (varinha), ponto 23

Pelo poder deste sagrado estudo nós seremos redimidos do exílio, e com nada senão esse estudo. A recompensa deste estudo é maior que a Torá inteira e todas as Mitzvot. Se um se envolveu nesta sabedoria após a sua alma ter partido de seu corpo, ele está isento de todos os julgamentos. O que se envolve na sabedoria da Cabalá, para conhecer os segredos da Torá e os sabores das Mitzvot de acordo com o segredo, é chamado “um filho para o Criador”.

-Sefer HaBrit (O Livro da Aliança), Parte 2, do artigo 12, Capítulo 5

O que não está a estudar esta sabedoria é como o que vive no estrangeiro. É similar a um que não tem outro Deus, cujo desejo aumenta e a inclinação desvia e trás dúvida na fé. Mas o que é audaz e se envolve na sabedoria da Cabalá não terá dúvida nos caminhos de Deus.

–O Sagrado Rabi de Ziditshov, Sur Mera (Parte do Mal), 69

E tu voltarás e distinguirás entre um justo… um servo de Deus, e o que não O serve: Um servo de Deus é o que se envolve no Talmud e O Zohar. O que não O serve envolve-se apenas no Talmud, e não se envolve no Zohar.

-Maayan-Ganim (Fonte de Jardins), Capítulo 1, Item 2

Que o medo de estudar não venha para teu coração, pois ao estudar, os 248 órgãos e 365 tendões serão santificados e purificados. Tu serás capaz de santificar e purificar cada órgão, ser uma carruagem para a SHechiná (Divindade) e apressar o fim do exílio.

-Heichal HaBracha (Salão de Bênção), Bereshit, p 32

É sabido que o estudo do Zohar é capaz certamente. Saiba que o estudo do Zohar cria desejo, e as Santas palavras do Zohar evocam fortemente o trabalho de Deus.

–Rabi Nachman de Breslev, Conversas de Rabi Nachman, 108

A inteira sabedoria da Cabalá é apenas para conhecer a orientação da Vontade Superior, porque Ela criou todas estas criaturas, o que Ela quer delas, e qual será o fim de todos os ciclos no mundo, e como todos estes ciclos no mundo,
que são tão estranhos, são interpretados. Isto é porque a Vontade Superior já tinha calculado o ciclo desta Orientação, que termina com absoluta completude. E estas medidas são o que nós interpretamos como Sefirot e mundos.

–O Rabi Moshe Chaim Luzzato (O Ramchal), Dáat Tvunot, p 21

Estudar Cabalá, eu sei que tu por ti mesmo não quererias estudar, exceto de um maior que tu. E tu não não o encontrarás exceto ao estudar O Livro do Zohar. Contudo, antes de cada estudo, resolve dentro de ti mesmo não o tornar um hábito, mas apenas pelo Criador. E nem todas as alturas são as mesmas: há alturas em que serás capaz de estudar pelo Criador ferventemente, se tu fores recompensado com orar com puro pensamento; e às vezes com um pequeno pensamento, mas todas com um pensamento de beneficiar o Criador.

–O Rabi Meshulam Feibush, Yosehr Divrey Emet (Sinceridade, Palavras de Verdade), p 25

Se ele estuda em verdade, e com medo de pecar, quanto mais ele estuda, mais ele se renderá e se verá a si mesmo longe da verdade, e ele está certo a chegar a temer o pecado. Mas quando ele estuda para ser um acadêmico piadista, esclarecido em regras para julgar e instruir, quantos mais argumentos e opiniões ele acrescenta, mais ele irá sofrer e maior o coração se tornará. Certamente, por esta razão, o tolo caminha no escuro, em todos os tipos de luxurias e mentiras; e ele irá desperdiçar seus anos com um coração que deseja.

–O Rabi Meshulam Feibush, Yosehr Divrey Emet (Sinceridade, Palavras de Verdade), p 39

Todos os sábios das nações não conhecem em Yetzirá o que o mais pequeno em Israel conhece. E o benefício do resto dos ensinamentos é de ser uma escada para a sabedoria de conhecer o Criador.

–O Rabi Moshe Ben Nachman, Os Escritos do Ramban, Ensaio Torat H’ Temima (A Lei do Senhor É Perfeita), p 155

Quando um se envolve nesta sabedoria, mencionando os nomes das Luzes e os vasos relacionados à sua alma, elas imediatamente brilham sobre ele a um certo grau. Contudo, elas brilham para ele sem vestir o interior de sua alma, pela falta dos vasos capazes de as receberem. Todavia, a iluminação que um recebe de tempos a tempos durante o envolvimento atrai sobre um graça de acima, concedendo a um abundância de santidade e pureza, que trazem um muito mais perto de alcançar a perfeição.

–Rabi Yehuda Ashlag (Baal HaSulam), “Introdução ao Estudo das Dez Sefirot,” Item 155

Segue-se, que todas as rejeições que ele tinha experimentado tinham todas vindo do Criador. Todas elas vieram para o promover a se desenvolver na espiritualidade, para que ele não se ficasse por seu estado. Estas rejeições não foram
punições por más ações, que ele fez porque ele não pôde superar as obstruções. Em vez disso, apenas os que o Criador deseja trazer para perto, o Próprio Criador lhes envia ajuda de cima, usando estas rejeições. Esta ajuda é apenas enviada a um com um verdadeiro desejo de se elevar acima deste mundo. Tal uma pessoa recebe ajuda
de cima, sendo-lhe constantemente mostrado como ela está em falta, que ela não está a avançar na espiritualidade, e são lhe enviados pensamentos e visões contra a singularidade das ações do Criador.

–Rabi Yehuda Ashlag (Baal HaSulam), Shamati (Eu Escutei), Artigo num. 1, “Não Há Ninguém Além dEle”

Um deve saber que ele nunca chegará a conhecer a verdadeira medida da importância da conexão entre o homem e o Criador porque um não pode avaliar seu verdadeiro valor. Em vez disso, tanto quanto um a aprecie, assim ele alcança seu mérito e importância. Há um poder nisso, dado que então a um pode ser permanentemente concedida esta iluminação.

–Rabi Yehuda Ashlag (Baal HaSulam), Shamati (Eu Escutei), Artigo num. 4, “A Razão para o Peso”

Não há necessidade para ascetismo, e não há necessidade para corrigir o externo. Não corrija a sua exterioridade, mas apenas sua interioridade, dado que apenas sua interioridade está prestes a ser corrigida. A principal causa para a corrupção da interioridade é orgulho e egocentrismo. Se você deseja purificar seus pecados, você deve envolver-se em anular egocentrismo em vez de ascetismo, de sentir que você é o mais baixo e o pior de todas as pessoas no mundo. Todavia, um deve tomar nota e se baixar a si mesmo apenas perante pessoas oportunas, perante nossa sociedade, e não perante estranhos.

–Rabi Yehuda Ashlag (Baal HaSulam), Pri Hacham (O Fruto de Um Sábio), p 75

Estude num livro de Cabalá, e até se você não os compreender, diga as palavras do Zohar, pois elas podem purificar a alma.

–O Livro de Orações de Rabi Yaakov Kapil, Secção “A Intenção no Estudo”

A interioridade da Torá é vida para a interioridade do corpo, que é a alma e a exterioridade para a exterioridade do corpo. E os que se envolvem em intimações e segredos, a inclinação ao mal não os pode provocar.

–O Gaon de Vilna (GRA), Even Shlemah (Um Perfeito e Justo Peso), Capítulo 8, Item 27

O que faz amplo estudo irá estudar majoritariamente O Zohar, até se ele não compreender. Afinal de contas, porque se deve ele preocupar que ele não compreende, dado que ele é uma cura independentemente?

–Artigos Curtos do Velho Admor, p 571

Ao que não foi concedido compreender irá ler as palavras independentemente, dado que as palavras podem purificar a alma e iluminá-la com maravilhoso esplendor.

–Rabi Chaim HaCohen, Boa Orientação, Item 45

Escutem-me meus irmãos e amigos, que almejam e buscam a verdade, a verdade do trabalho do coração – de vislumbrar a agradabilidade do Senhor e visitar Seu Salão: Minha alma dobra e se agarra a O Livro do Zohar, pois o poder de envolvimento no sagrado livro é conhecido de nossos sábios anciãos.

–O Sagrado Rabi de Ziditshov, Sur MeRa (Parte do Mal), p 4

É verdade que nós aceitamos que até para o que não conhece nada, as palavras do Zohar podem ainda assim purificar a alma.

–Rabi Tzvi Elimelech Shapira (MAHARTZA), As Adições do MAHARTZA, Item 9

Uma nova Luz é renovada em cada momento, até que ela na realidade se torna uma nova criação, através do Zohar e nosso professor o Ari.

–Heichal HaBracha (Salão de Bênção), Devarim (Deuteronômio), p 11

Toda e cada letra em O Livro do Zohar e os escritos de nosso grande professor, por Rabi Chaim Vital… são grandes correções para a alma, para corrigir todas as encarnações.

–Rabi Yitzhak Yehudah Yehiel de Komarno, Notzer Chéssed (Mantendo Misericórdia), Capítulo 4, Ensinamento 20

Ele disse, “Antes da vinda do Messias, heresia e Epicurismo aumentarão no mundo”. O conselho para isso é de meticulosamente dizer O Zohar todos os dias, até se um não compreende o que um está a dizer, dado que dizer O Zohar pode purificar o coração.

–A Luz dos Retos, Clara Mirra

Uma hora de estudar O Zohar corrigirá Acima o que um ano inteiro de estudar a literal não fará.

–Rabi Shalom Ben Moshe Buzzaglo, O Trono do Rei, Tikun 43, Item 60

O Criador não sente prazer no Seu mundo exceto quando se envolvendo nesta sabedoria. Além do mais, o homem foi criado apenas para estudar a sabedoria da Cabalá.

–O Rabi Chaim Vital, Prefácio ao Portão às Introduções

Caso você diga, “Que benefício há nestas correções?” Saiba que há um grande benefício. Primeiro, elas não são mais perdidas, mas mantidas até ao fim dos dias. Segundo, quando estas grandes ações se revelam no interior, ainda embora as ações elas mesmas não saiam para fora, uma iluminação delas sai para fora, para render grandes correções na redenção geral. Mas para trazer para fora essa pequena iluminação, todas estas grandes ações são requisitadas, dado que elas estão fechadas no interior.

–O Rabi Moshe Chaim Luzzato (O Ramchal), Adir BaMarom (O Poderoso no Alto), p 17

Todas as Mitzvot que estão escritos na Torá ou os aceites, que os Patriarcas estabeleceram, embora eles sejam majoritariamente ações ou palavras, eles são todos para corrigir o coração, “pois o Senhor busca todos os corações, e compreende todas as inclinações dos pensamentos”.

–Rabi Avraham Eben Ezra, Yessód Morah, 8b p

Se um deseja saber, e pede ao Criador para compreender a conexão, isto é chamado “uma oração”. E esta é uma grande e muito importante coisa, dado que um tem conexão com o Criador, e deseja algo de Ele.

–Rabi Baruch Ashlag, Dargot HaSulam (Degraus da Escada), Vol. 2, Artigo num. 561, “Oração”

A oração é chamada “o trabalho no coração,” dado que o coração é Malchut, e o coração lidera todos os órgãos.

–O Rabi Moshe Chaim Luzzato (O Ramchal), Adir BaMarom (O Poderoso no Alto), p 234

Mas oração é mais particular para o coração. Ela toca-o primeiro, e preparao a adequadamente compreender os órgãos. E a inteira força da correção é que o coração, em todos os seus aspectos, se agarre ao Nome HaVaYaH, isto é ZA, e seja incluído nele.

–O Rabi Moshe Chaim Luzzato (O Ramchal), Adir BaMarom (O Poderoso no Alto), p 242

Você pode desta forma ver a absoluta necessidade para qualquer um de Israel… se envolver na interioridade da Torá e seus segredos. Sem isso, a intenção da criação não será completada no homem. Esta é a razão pela qual reencarnamos, geração após geração, até nossa presente geração, o remanescente das almas sobre as quais a intenção da criação não foi completada, pois elas não alcançaram os segredos da Torá em anteriores gerações.

–Rabi Yehuda Ashlag, “Introdução ao Livro, Da Boca de um Sábio”

Ser favorecido pelo Criador, ou o oposto, não depende da pessoa em si mesma. Em vez disso, depende tudo do Criador. E o que não adquiriu uma mente espiritual não pode compreender porque o Senhor o favoreceu agora e assim o trouxe para perto, e subsequentemente o deixou, dado que um compreende passada sua entrada na espiritualidade.

–Rabi Yehuda Ashlag (Baal HaSulam), Shamati (Eu Escutei), Artigo num. 1, “Não Há Ninguém além dEle”

Um verdadeiro lugar na espiritualidade é chamado o lugar da realidade, dado que qualquer um que venha a esse lugar vê a mesma forma que o outro. Contudo, uma coisa imaginária não é chamada um verdadeiro lugar, dado que ela é imaginária, e logo todos a imaginam diferentemente.

–Rabi Yehuda Ashlag (Baal HaSulam), Shamati (Eu Escutei), Artigo num. 98, “Espiritualidade É Chamada O Que Nunca Será Perdido”

Anjos não conhecem os segredos da Torá. Também, eles não alcançaram seu Criador como as almas alcançam – exigindo a Torá e, através dela, alcançar o Criador, a grandeza do Criador, e subir. A inteira Torá não fala de nada senão a existência do Criador e Seu mérito em Suas Sefirot e Suas operações nelas. E quanto mais um estuda seus segredos, melhor, dado que um profere Seu mérito e faz maravilhas nas Sefirot.

–Rabi Moshe Cordovero (RAMAK), Conhece o Deus de Teu Pai, 40

Nós não conhecemos o Criador do mundo e através do mundo, mas de dentro de nossa alma, de Sua Divina qualidade.

–O Rabi Raiah Kook, Igrot (Cartas), Vol. 1, 45

A Sabedoria do segredo não é dada a uma pessoa, dado que cada um tem uma parte na Torá, pois o objetivo é apenas de conhecer o Criador. Também, é impossível para uma pessoa alcançar a inteira sabedoria se não todas as pessoas no mundo. Certamente, “Seu marido é conhecido nos She’arim (portões)”. Em Shi’urim (medidas), cada tem uma Shi’ur (medida) para conhecer o seu Criador.

–Rabi Moshe Cordovero (RAMAK), Conhece o Deus de Teu Pai, 93

Há os que só examinam a Torá literal e os assuntos literais. Estes estão em vergonha para o Mundo Vindouro, dado que não existem questões literais lá, mas seus segredos, para que ele possa negociar entre o resto dos justos, os estudantes dos segredos da Torá que estão lá. Caso contrário, ele será rejeitado de eles, fora do lugar de estudantes da literal.

E os que mergulham no segredo têm uma parte em Biná, então eles brilharão e radiarão de lá, do segredo da interioridade da Torá, e medindo um nível, isto é, como a claridade do firmamento. Não há recompensa como a recompensa dos discípulos da torá e conhecer seus segredos, para a glória de seu Criador.

–Rabi Moshe Cordovero (RAMAK), Conhece o Deus de Teu Pai, 148

Felizes são os que se envolvem na Torá para conhecer a sabedoria de seu Senhor. Eles sabem e observam os Segredos Superiores. Quando uma pessoa que se arrependeu abandona este mundo, e é deixada apenas com transgressões pelas quais a morte expia, através dela, isto é a morte, todos os julgamentos do mundo partem de ela. Além do mais, eles abrem perante ele treze portões dos segredos do Puro Dióspiro, sobre os quais Sublime Sabedoria depende.

–O Livro do Zohar (com o comentário Sulam), Cântico dos Cânticos, p 148

Não é sem razão – de acordo com sua vontade – que eles determinaram impuro, puro, proibido, permitido, kosher, e banido. Eles em vez disso julgaram da interioridade da Torá, como é sabido aos que conhecem a sabedoria do oculto.

–Rabi Chaim Vital, Os Escritos do Ari, A Árvore da Vida, Parte 1, “Introdução de Rabi Chaim Vital,” 3

O que não viu a Luz da sabedoria da Cabalá, nunca viu Luzes. Isto é porque então ele compreende e aprende os segredos de Sua Singularidade e Sua Orientação. E todos os que se retiram da sabedoria da Cabalá se retiram da eterna, vida espiritual.

–Rabi Isaiah Horowitz (O Sagrado Shlah), “Primeiro Artigo,” p 30

O que nunca viu a Luz de O Livro do Zohar nunca viu Luz.

–O Rabi Tzvi Hirsh de Ziditshov, Ateret Tzvi (Uma Coroa de Glória) Parashat BeHaalotcha

Deve ser sabido porque nós somos mandados, “conhece este dia, e repousao a teu coração, que o Senhor, Ele é Deus”. Então, nós devemos saber, e não apenas acreditar, mas as questões devem fazer sentido.

–O Rabi Moshe Chaim Luzzato (O Ramchal), Guerra de Moisés, “Regras”, p 349

Não haverá um deus estranho em ti – Deus não será um estranho para ti, dentro de ti.

–Não Há Nenhum Mais Completo que um Coração Partido (Dizeres do Rabi de Kotzk), p 42

A alma espalha-se nas partes do corpo e é incluída um todo singular no coração, por entendimento. Este é o significado de “o coração compreende” (Berachot 61), dado que o entendimento do coração é na realidade ver, dado que como os olhos vêem, assim é o entendimento da alma, que é apenas observar.

–O Rabi Moshe Chaim Luzzato (O Ramchal), Adir BaMarom (O Poderoso no Alto), p 274

Cada alcança realização individual, de acordo com o seu próprio grau e de acordo com o tempo.

–O Rabi Moshe Chaim Luzzato (O Ramchal), Adir BaMarom (O Poderoso no Alto), p 279

Na verdade, o que alcança verdadeiro conhecimento pode ver três coisas: o real, Orientação oculta, a aparência superficial da Orientação, que não é a verdade, onde esta aparência se origina, e como ela se conecta à real Orientação.

–O Rabi Moshe Chaim Luzzato (O Ramchal), Adir BaMarom (O Poderoso no Alto), p 459

O Baal Shem Tov ordenou seu povo a estudar as palavras do Zohar antes de orarem.

–Rabi Yitzhak Bar Yishaiah Atia, Doresh Tov (Buscando o Bem), “A Respeito do Zohar”

Não alcançará vida senão apenas através do estudo do Zohar … E nesta geração é impossível atrair a Alta SHechiná (Divindade), senão através do Zohar e os escritos de Rabi Chaim Vital.

–Heichal HaBracha (Salão de Bênção), Devarim (Deuteronômio), 58

Neste dia, quando o sagrado livro – O Zohar – foi escrito, que é da iluminação da oculta, boa Luz … ele brilha para nós em exílio até que, por seu mérito, o Messias aparecerá. Deixe esta Luz ser a Luz do Rei Messias.

–Rabi Tzvi Elimelech Shapira (MAHARTZA), Bnei Isaschar (Os Filhos de Issachar), “Artigos do Mês de Iyar,” Artigo num. 3, Item 4

É sabido de livros e de autores que o estudo da sabedoria da Cabalá é um dever absoluto para qualquer pessoa de Israel. E até se um aprendeu a inteira Torá e memorizou o Mishná e a Gemará; se um também é preenchido de virtudes e boas ações mais que todos os seus contémporâneos, mas não aprendeu a sabedoria da Cabalá, ele deve reencarnar neste mundo para estudar os segredos da Torá e sabedoria da verdade.

–Rabi Yehuda Ashlag, “Introdução ao Livro, Da Boca de um Sábio”

Estou contente de ter sido nascido em tal uma geração onde é já permitido publicar a sabedoria da verdade. E caso você pergunte, “Como sei eu que é permitido?” Eu responderei que me foi dada permissão para divulgar. Isto significa que até agora, os meios pelos quais é possível publicamente se envolver, perante toda a nação e denominação, e total e corretamente explicar cada palavra, não tinham sido revelados a qualquer sábio.

Eu, também, jurei por meu professor a não divulgar, como fizeram todos os estudantes antes de mim. Mas este voto e esta proibição aplicam-se apenas a essas maneiras dadas oralmente de geração para geração, até aos profetas e antes. Tivessem estas maneiras sido reveladas ao público, eles teriam causado muito mal, por razões conhecidas apenas a nós.

Todavia, a maneira na qual eu me envolvo nos meus livros é uma maneira permitida. Além do mais, eu fui instruído pelo meu professor a expandi-la tanto quanto eu puder. Nós chamamos-lhe “a maneira de vestir os assuntos”. Isto não depende do gênio do sábio em si mesmo, mas do estado da geração, como nós sábios disseram, “Pequeno Samuel era digno, etc., mas sua geração era indigna”. Foi por isso que eu disse que eu ser recompensado com a maneira de divulgar a sabedoria é por causa de minha geração.

–Rabi Yehuda Ashlag, Pri Hacham (O Fruto de um Sábio), Artigos, “O Ensinamento da Cabalá e Sua Essência,” p 165

Nós devemos estabelecer seminários e compor livros, para acelerar a disseminação da sabedoria ao longo da nação. Isso não foi assim anteriormente, por medo caso discipulos indignos se misturassem. E esta tornou-se a razão principal para o prolongar o exílio, por nossos muitos pecados, até este dia. … Muitos irão vaguear, e conhecimento aumentará entre todos os dignos dela. Com isso, nós seremos em breve recompensados com a vinda do Messias e a redenção de nossas almas em breve nos nossos dias, Amen.

–Rabi Yehuda Ashlag, O Livro das Introduções, “Introdução ao Livro, A Árvore da Vida,” Item 5, p 205

Devido à ampla prevenção sobre o estudo espiritual de questões Divinas, o conceito de Divindade está a ofuscar, por falta de trabalho purificado na mente e coração. Esta é a heresia dos dias do Messias, quando sabedoria Divina está esgotada em Israel e pelo mundo fora.

–O Rabi Raiah Kook, Orot (Luzes), p 126

Girar os corações e ocupar as mentes com nobres pensamentos, cuja origem é os segredos da Torá, se tornou uma absoluta necessidade na última geração.

–O Rabi Raiah Kook, Névoa de Pureza, p 65

Certamente, nós nunca seremos capazes de ignorar a geral, abrangente cura, cujo abandono causou nossa queda. Esta é a coisa que eu, na minha miséria e desprazer, estou acostumado a chamar … Justamente em um momento de grande perigo e crise, devemos tirar o melhor de curas em toda a Torá, com todas as suas interpretações espirituais.

… Em tal um tempo, nós devemos protestar pela maior das carências.

–O Rabi Raiah Kook, Igrot (Cartas), Vol. 2, pp 123, 125

Todos os grandes Cabalistas unanimemente gritam alto como garças que enquanto nós negarmos a Torá de seus segredos e não nos envolvermos em seus segredos, nós estamos a destruir o mundo.

–O Rabi Raiah Kook, Igrot (Cartas), Vol. 2, p 231

Eu já disse em várias ocasiões que precisamente esta geração, que parece tão vaidosa e indisciplinada, é a mais adequada para a Luz do verdadeiro arrependimento.

–O Rabi Raiah Kook, Igrot (Cartas), Vol. 2, p 34

Quando conhecimento diminui em Israel, enquanto o exílio continua, e as Divinas introduções estão desaparecidas e esquecidas, muitos caíram no fosso da materialização, e fazem um Deus que tem um lugar e imagem. Isto é porque os segredos da Torá estarão escondidos deles. E não muitos serão sábios e conhecerão o segredo, mas um de uma cidade, e muitos estarão no fosso do erro.

–Rabi Moshe Cordovero (RAMAK), Conhece o Deus de Teu Pai, 139-140

Estudar o Sagrado Zohar nesta altura é muito necessário para salvar e nos proteger de todo o mal, dado que a divulgação desta sabedoria agora está em gerações defeituosas, para ser um escudo para nós nos agarrarmos de todo o coração a nosso Pai nos Céus. Anteriores gerações foram homens de ação e pios, e as boas ações salvaram-nos dos acusadores. Agora estamos afastados da Superior Raiz, como a levedura no barril. Quem nos protegerá se não nosso estudo desta sabedoria?

–O Sábio Yaakov Tzemach na sua introdução a A Árvore da Vida

E ele conhecerá os segredos da Torá e os sabores das Mitzvot … porque a alma é fortalecida por eles e se une com seu Criador… E além do bem escondido, o mundo vindouro, pois o que mergulha e se torna sábio nela, um prova os sabores do mundo vindouro neste mundo, também. … E pelo mérito dos que se envolvem, o Messias virá; pois então a terra estará cheia de conhecimento, devido a isso, e esta será uma razão para Sua chegada.

–Rabi Isaiah Horowitz (o Sagrado Shlah), “Primeiro Artigo,” p 30

Todos os que forem recompensados com Ele, serão recompensados com redenção. Isto é porque este trabalho menor, nesta altura, é mais importante que todos os carneiros de Nebaiote que haviam durante o tempo em que o Templo existia.

–Rabi Avraham Katz de Kalisk, Misericórdia a Abraão, “Primeira Fonte,” 24

Eu vi-o escrito que a proibição de Acima de se abster de estudo aberto na sabedoria da verdade foi apenas por um período limitado, até ao fim de 1490. Mas daí em diante a proibição foi levantada e permissão foi concedida a se envolver em O Livro do Zohar. E do ano 1540, foi um grande Mitzvá (mandamento, boa acção) para as massas estudarem, velhos e novos… E porque o Messias virá devido a isso, por não outra razão, nós não devemos ser
negligentes.

–Avraham Ben Mordechai Azulai, Ohr HaChama (Luz do Sol), Introdução

Através do envolvimento de Israel nos segredos da Torá, o Messias virá em breve nos nossos dias, Amen.

– A Congregação de Jacó, Rima Secreta

Redenção virá somente através do estudo da Cabalá.

– O Gaon de Vilna (GRA), Even Shlemah (Um Perfeito e Justo Peso), Capítulo 11, Item 3

Possam eles começar a ensinar o sagrado Livro do Zohar a crianças quando elas são ainda pequenas, idades dos nove ou dez, como foi escrito pelo grande Cabalista… e redenção virá certamente em breve, sem quaisquer dores de parto do Messias. E Rabi Shem Tov já tinha escrito em O Livro da Fé que Judá e Israel serão redimidos para sempre apenas pela sabedoria da Cabalá, dado que apenas esta é uma Divina sabedoria, dada aos sábios de Israel desde dias e anos imemoriais. E por seu mérito será a glória de Deus e a glória de Sua Santa Lei revelada.

–O Rabi Shabtai Ben Yaakov Yitzhak Lifshitz, Segulot Israel (A Virtude de Israel), Conjunto num. 7, Item 5

Escutem o meu conselho e Deus estará convosco: Não evitem envolvimento nesta sabedoria por medo. Afinal de contas, o que é a alma de vossa vida no mundo? Se, Deus proíba, não há sabedoria e conhecimento em vós, vossa vida não é vida. O escrito diz, “Vê, Eu coloquei perante vós este dia vida; desta forma escolhei a vida”. Imagine que uma pessoa veio sobre vós para vos negar da vida; travarias guerra contra ele… ou o reinarias, ou seria ao contrário? ”Tudo o que um homem tem dará ele por sua vida,” e ele será leve em todas as ações e justificações no mundo,
de atravessar o mar, de subir até aos Céus, até que ele se renda ao que se encontra contra ele e o deseja roubar da vida. Isto é ainda mais assim com a Vida Eterna, chamada “vida”.

–O Sagrado Rabi de Ziditshov, Sur MeRa (Parte do Mal), 8

Porque nos enviou Deus a revelar nesta geração, o que Ele não revelou exceto na geração de Rabi Akiva e Rabi Shimon Bar Yochai e seus amigos. … Pois este é o rudimento da Torá e o princípio da fé sobre o qual os eixos das portas da Torá e o trabalho revolvem. Sem ele, você não saberá o que é Torá Lishmá (em Nome Dela), dado que você não conheceria a raiz das imagens de Seus Nomes, abençoado é Ele e abençoado é Seu Nome. … E você não está isento da interioridade da Torá, pois sem ela, o homem é como uma besta, um boi comedor de feno.

–O Sagrado Rabi de Ziditshov, Sur MeRa (Aparta do Mal), 29

Eu digo, eu desejo que a maior das gerações não tivesse facilitado o estudo da Santa sabedoria, e eu desejo que eles tivessem ensinado seus estudantes uma maneira de se envolverem nesta sabedoria. Então não haveria certamente qualquer orgulho nos ensinamentos externos, e todos os ensinamentos seriam rejeitados por ela, como a escuridão é rejeitada pela luz. Todavia, nossos pecados causaram a uns quantos dos justos da geração a cerrar as portas da sabedoria perante os noviços e dizem que eles não ensinarão até que eles tenham um grau e o espírito da
santidade. Por esta razão, eles permaneceram nus da Santa sabedoria, e através de nossos muitos pecados, a escuridão dos ensinamentos externos aumentou. O tolo caminha no escuro e em breve nos nossos dias o Senhor dirá, “Haja luz,” e nós seremos iluminados.

–Rabi Tzvi Elimelech Shapira (MAHARTZA), Maayan Ganim (Uma Fonte de Jardins), Capítulo 1, Item 5

Devido à intensificação das Klipót (cascas), a heresia, impudência, e profana mistura nesta geração, permissão foi dada de Cima para divulgar a Luz desta sabedoria, para atar as almas à vida da Luz da Divindade, a verdadeiramente se apegarem a Ele… Isto é porque esta sabedoria foi revelada nesta geração apenas para santificar, purificar, e remover os vícios.

– Heichal HaBracha (Salão de Bênção), Devarim (Deuteronômio), p 27

Porque Israel estão destinados a provar da Árvore da Vida, que é o sagrado Livro do Zohar, através dele, eles serão redimidos de exílio.

– O Livro do Zohar, Naso, Item 90

Quando nós nos arrependemos e nos envolvemos nesta sabedoria com amor, Israel será redimida em breve nos nossos dias, Amen.

-Rabi Chaim Vital, “Prefácio ao Portão às Introduções”

Redenção depende do estudo da Cabalá.

–O Gaon de Vilna (GRA), Even Shlemah (Um Perfeito e Justo Peso), Capítulo 11, Item 3

Eu tenho noticias sobre a cidade de Praga, que é um lugar de estudo: o Judaísmo está em declínio lá, em retirada dia após dia. Certamente, a coisa é que anteriormente, a Torá revelada era suficiente. Mas agora, nos dias do Messias, há
uma necessidade para a Torá escondida, também. Anteriormente, a inclinação ao mal não era tão forte, e a Torá revelada era suficiente contra ela. Mas agora, antes da redenção, a inclinação ao mal está a intensificar-se e requer fortalecimento através da oculta, também.

–Rabi Simcha Bonim de Pshischa, Uma Torá de Alegria, p 57

Saiba que as anteriores gerações e os primeiros dias, os do quinto milénio, não são como estas gerações e estes dias. Nesses dias, os portões da sabedoria estavam fechados e trancados. Assim, então os Cabalistas eram apenas uns
poucos. Isto não é assim no sexto milénio, quando os portões das Luzes, os portões da Misericórdia foram abertos, dado que ele está perto do fim dos dias. Agora é uma alegria de Mitzvá (boa acção) e grande prazer nos olhos do Criador de tornar a glória de Seu Reino Eterno conhecido, e especialmente agora, quando os sagrados escritos
do Ari Luria foram impressos. Isto abriu para nós os portões da Luz, que estavam selados e trancados. Agora não há obstáculo ou perigo, tal como com a revelada.

– Sefer HaBrit (O Livro da Aliança), Parte 2, Artigo 12, Capitulo 5

Somente através da expansão da sabedoria da Cabalá nas massas obteremos nós completa redenção. … Ambos o indivíduo e a nação não completarão o objectivo para o qual foram criados, exceto ao alcançar a parte interna da Torá e seus segredos. Logo, é da grande expansão da sabedoria dentro da nação que nós precisamos primeiro, para merecer receber o benefício de nosso Messias. Então, a expansão da sabedoria e a vinda de nosso Messias são interdependentes. Por esta razão, nós devemos estabelecer seminários e compor livros, para apressar a disseminação da sabedoria pela nação fora.

–Rabi Yehuda Ashlag, O Livro de Introduções, “Introdução ao Livro, A Árvore da Vida,” Item 5, pp 204-205

Agora o tempo dita adquirir muitas posses na Torá interna. O Livro do Zohar quebra novos caminhos, define novas pistas, faz uma via rápida no deserto, ele, e todas as suas colheitas estão prontas para abrir as portas da redenção.

–O Rabi Raiah Kook, Orot (Luzes), 57

Muitos pensaram que demasiado envolvimento na secreta não é bom, dado que a Torá prática seria esquecida de Israel, a proibida, a permitida, a não kosher, e a kosher. E o que será desta Torá tivéssemos todos mergulhado nos segredos da Torá? …Todavia, os que a desprezam não são servos do Criador ou que se pareça.

–Rabi Moshe Cordovero (RAMAK), Conhece o Deus de Teu Pai, 132

Mas se …uma pessoa de Israel degrada a virtude da interioridade da Torá e seus segredos, …em consideração à virtude da exterioridade da Torá, que discute apenas a parte prática… um causa degradação e declínio da interioridade do mundo, que são os Filhos de Israel, e intensifica o domínio da exterioridade do mundo – as
Nações do Mundo – sobre eles. Elas irão humilhas e desgraçar os Filhos de Israel. … Então elas fazem toda a ruína e o hediondo massacre… e o inteiro declínio dos Filhos de Israel é porque eles abandonaram a interioridade da Torá, degradaram seu mérito, e o tornaram aparentemente redundante.

–Rabi Yehuda Ashlag, O Livro de Introduções, “Introdução a O Livro do Zohar,” Item 69, p 91

Ai dos que fazem o espírito do Messias partir e abandonar o mundo, e não ser capaz de voltar ao mundo. Eles são os que tornam a Torá seca, sem a humildade de entendimento e conhecimento, dado que eles se confinam a si mesmos à parte prática da Torá, e não desejam tentar compreender a sabedoria da Cabalá, para conhecer e aprender os segredos da Torá e os sabores das Mitzvot. Ai deles, pois com estes atos eles fazem a pobreza, ruína, saque, matança, e destruição existir no mundo.

–Rabi Yehuda Ashlag, O Livro de Introduções, “Introdução a O Livro do Zohar,” Item 70, p 91

O povo de Israel está dividido em três seitas:

  1. População de servos do Criador, que não Me conhecem. Estes trazem o mundo de volta ao caos, sustentando seus corpos, e destruindo suas almas.
  2. Sábios discípulos, que se envolvem na Torá literal, os sábios da literal. Eles desprezam envolvimento na sabedoria da verdade e dizem que tudo o que há é a Torá e a literal. Estes são sapientes em fazer o mal, e não sabem como fazer o bem. E muitas quedas vêm deles; eles não têm Luz na sua Torá.
  3. Possuidores da sabedoria da verdade. Estes são chamados “filhos”.

–Rabi Chaim Vital, Os Escritos do Ari, A Árvore da Vida, Parte Um, “Introdução de Rabi Chaim Vital”, 9-10

Não há dúvida que os que se envolvem apenas no Talmud Babilônico são como cegos raspando o muro, nas vestes da Torá. Eles não têm olhos para ver os segredos da Torá que estão escondidos nele.

–Rabi Chaim Vital, Os Escritos do Ari, A Árvore da Vida, Parte Um, “Introdução de Rabi Chaim Vital”, 9-10

Ai ao povo da afronta da Torá. Pois indubitavelmente, quando eles se envolvem apenas na literal e nas suas histórias, ela veste suas vestimentas de viúva, está coberta com um saco. E todas as nações dirão para Israel: “O que é vosso Amado mais que outro amado? Porque é vossa lei mais que nossa lei? Afinal de contas, vossa lei, também, é histórias do mundano”. Não há maior afronta à Torá que essa.

Logo, ai às pessoas da afronta da Torá. Elas não se envolvem na sabedoria da Cabalá, que honra a Torá, pois elas prolongam o exílio e todas as aflições que estão prestes a vir ao mundo… E o que farão os tolos de nosso tempo, pois eles são espertos, e felizes com sua quota, rejubilando no seu trabalho? … Eles não sabem que é por seu medo de entrarem nela que eles evitam se envolver nela.

Assim, estes morros foram corrompidos; seu coração é uma raiz que carrega fel e absinto, e a ferrugem da lama veio sobre eles, para negar a sabedoria da verdade. Eles dizem que tudo o que há na Torá é senão a literal e suas vestes. …
Indubitavelmente, eles não terão qualquer quota do mundo vindouro. … E diz-se sobre eles, “Meus servos comerão, mas vós estareis esfomeados”.

–Rabi Chaim Vital, Os Escritos do Ari, A Árvore da Vida, Parte Um, “Introdução de Rabi Chaim Vital”, 11-12

Nós aprendemos quantas muitas virtudes um homem inteiro tem sobre tudo o que existe. E o oposto disso se tornará claro, dado que quando o homem peca, ele já violou a intenção na sua criação. Não só não será ele considerado inteiro, ele é a menor de todas as criaturas, até mais que as bestas e predadores. Como o RAMBAM escreveu, “Qualquer pessoa que não concretizou a forma humana completa não é considerada humana, mas uma besta com uma forma humana”. Isto é porque tal uma pessoa tem a habilidade de criar mal, que outros animais não têm, dado que a mente e o pensamento que foram preparados para alcançar perfeição serão usados para todos os tipos de truques para infligir mal. Então, ele é mais baixo que uma besta.

-Rabi Shimon Lavi, autor de Ketem Paz (Ouro Fino), “Homem – Propósito Final da Criação”

Esta é a resposta aos tolos pedantes, com vaidosa sabedoria, que falam contra os que se envolvem na sabedoria da Cabalá e dizem sobre eles que eles a vós das palavras, todavia não veem imagem. Ai a eles e a seu infortúnio por sua tolice e libertinagem, pois eles não lucrarão dela; eles só afastam as pessoas de Deus de subirem à Sua Santa Montanha, dado que até os anjos Acima estão cansados e não alcançam a própria glória.

E de todo seu anseio, eles esforçam-se para subir acima de seu nível, e eles gritam pelo caminho dizendo, “com seu amor sê tu encantado perpetuamente,” e isso não será considerado um erro para eles. Até moradores de casas de barro, cuja fundação está na poeira, sua luxúria não será considerada um erro, mas apenas louvor e glória e grandeza. Porque para o que se desvia de buscar a casa do Rei, e volta para conhecer a maneira que Ele é, isso é considerado justiça, e ele será considerado recompensado por seu incomodo pelo Rei.

Esta é a verdade, além qualquer dúvida. E os que orgulhosa e escarnecedoramente balbuciam sobre os que se envolve nos livros da Cabalá estão destinados a pagar o preço: seus lábios serão selados neste e no próximo. Pois a boca de mentirosos, que se louvam a si mesmos sobre deuses feitos pelo homem com provas tangíveis, como aparenta a seus cegos olhos, sem vislumbrar a obra espiritual de Deus, serão bloqueados. Isto é assim porque Ele é uma alma para ser sentida, e sua folia é punição suficiente para suas almas.

-Rabi Shimon Lavi, autor de Ketem Paz (Ouro Fino), “Bem e Mal Estão Contidos no Homem”

A coroa da Torá é a sabedoria da Cabalá, da qual a maioria do mundo se retira, dizendo que vós deveis observar o que é permitido e que vós não tereis relações na escondida. Tu, se tu és digno deste ensinamento, estende a tua mão, segura-o, e não te movas dele. Isto é porque o que não provou o sabor desta sabedoria, nunca viu Luzes na sua vida, e ele está a caminhar no escuro. Ai às pessoas da afronta desta Torá.

Para explicar a medida da transgressão dessas pessoas que previnem os que querem de estudar a sabedoria da Cabalá com seus falsos argumentos… esta pedra de tropeço não está nas mãos das massas apenas. Em vez disso, a mão dos assistentes e os pedantes planeiam com motim e peculato. E eles não só relutam o conhecimento da Divindade, eles até começaram a escarnecer e condenar esta sabedoria. Eles caminham no escuro e seu nome estará coberto em trevas por lacunar e dizer, “Nossa mão é alta na revelada. Porque precisamos nós desta sabedoria? Nós ficamos-nos pela Torá literal”.

– Sefer HaBrit (O Livro da Aliança), Parte 2, Artigo 12, Capitulo 5

O que não se envolveu na sabedoria da verdade, o que não quis aprendê-la quando sua alma quis subir ao Jardim do Éden, é rejeitado de lá com desgraça. … E não sigas o exemplo dos maiores na Torá na revelada que não se querem envolver nesta sabedoria, dado que as palavras de nossos sábios no Midrash e no Zohar são mais verdadeiras que os maiores nesta geração.

– Sefer HaBrit (O Livro da Aliança), Parte 2, Artigo 12, Capitulo 5

Todo o que se abstêm de estudar Cabalá é rejeitado de entre os justos, e perde este mundo, e não é recompensado com ver a Luz da Vida semblante do Rei.

–Rabi Yair Chayim Bacharach, Havvot Yair (Aldeias de Yair)

Muitos tolos escapam de estudar os segredos do Ari e do Livro do Zohar, que são nossas vidas. Se meu povo me tivesse atendido no tempo do Messias, quando o mal e heresia aumentam, eles mergulhariam no estudo de O Livro do Zohar e os Tikunim e os escritos do Ari todos os seus dias. Eles revogariam as duras sentenças e estenderiam abundância e Luz. … A vida do homem Israelita depende de O Livro do Zohar e os escritos do Ari, de estudar com santidade, alegria, e agradabilidade, com temor e com amor, cada de acordo com sua realização e santidade, e todos de Israel são sagrados.

–Rabi Yitzhak Yehudah Yehiel de Komarno, Notzer Chéssed (Mantendo Misericórdia), Capitulo 4, Ensinamento 20

Ele diria sobre esses Chassidim que fazem demasiado alarido, mas apenas com profundidade e sentimento, que eles são chaminés sem casas – emitindo fumo sem fogo.

–Não Há Nenhum Mais Completo que um Coração Partido (Dizeres do Rabi de Kotzk), p 38

Esta é a panaceia, e abandoná-la causou nossa queda. Esta é a coisa que eu, com minha carência e amargura de alma, estou acostumado a repetir milhares de vezes. Nós deixamos a interioridade da Torá. … Pequenas e limitadas pessoas vêm e curam-nos com remédios para a gripe de todos os tipos, mas deixam de parte a principal poção da vida.

–O Rabi Raiah Kook, Igrot (Cartas), Vol. 2, 123

Eles são os que fazem a Torá seca, pois eles não desejam mergulhar-se na sabedoria da Cabalá. Ai deles, pois assim eles causam miséria, ruína, saque, matança, e destruição ao mundo.

– O Livro do Zohar, Zohar Tikúney (As Correções do Zohar), Tikun num. 30

Qualquer um pode alcançar o que lhe é ensinado no ventre de sua mãe. E o que puder alcançar os segredos da Torá e não tentou alcançá-los é julgado duramente, Deus proíba.

–O Gaon de Vilna (GRA), Even Shlemah (Um Perfeito e Justo Peso), Capítulo 24

Agora você pode compreender a aridez e as trevas que caíram sobre nós nesta geração, tais como nós nunca vimos antes. Isso é porque até os trabalhadores do Criador abandonaram o estudo dos segredos da Torá.

-Rabi Yehuda Ashlag, O Livro das Introduções, “Introdução a O Livro do Zohar,” Item 57, p 88

O tolo não tem desejo por sabedoria, mas pelo que aparece no seu coração, que segue a intoxicação do mundo sórdido. Ele faz pouco em estudar a Torá e mergulhar nos seus segredos escondidos, dado que isto requer “sabedoria,” para deduzir uma coisa da outra. E o tolo não tem desejo para labutar para compreender, mas pelo que aparece no seu coração, isto é por coisas que são vistas por todos, que não requerem esforço para obter. Na sua pequena mente, ele pensa que ele as irá compreender, embora na verdade, ele nem sequer alcança isso.

– Interpretações de Cabalistas da Literal, Parte 2, p 459, RAMAK, Fosca Luz, Capitulo 1

Certamente, quando a sabedoria é deixada nua, palavras abstrusas sem entendimento, outro mal nasce disso: Grandes sábios deixam-no de parte, dado que é a natureza dos sábios falar sóbrio entendimento e de conhecer a profundeza dos assuntos, e não consentir a meras palavras. E quando eles viram que não havia nada nas palavras para preencher seu desejo, eles disseram, “Porque devemos nós desperdiçar nosso tempo com o inatingível?”

Outros magoaram ainda mais: Eles não só a repeliram, mas difamaram-na, considerando-a ingenuidade que as pessoas assumiram, de encontrar obscenas e inaceitáveis coisas. Além do mais, eles vieram a negar sua essência e negar o Sagrado Zohar de ser composto por Rashbi (Rabi Shimon Bar Yochai) e seus amigos. E tudo isto foi porque as palavras dos sábios eram estranhas a seus olhos, até que eles consideraram os Tanaaim, as fundações da terra, indignos de atenção.

–O Rabi Moshe Chaim Luzzato (O Ramchal), Shaarey Ramchal (Portões do Ramchal), Introdução ao Artigo, “O Debate,” p 37

Mas há uma treva, que escurece os olhos das pessoas, para as mergulhar na natureza. Então, eles não mais sabem que o Criador é o Alto Líder, que move tudo, mas atribuem-no à sorte. Este é o significado de “que preparais uma mesa para a Fortuna” (Isaías 65:11). Apesar disso, eles constroem todos seus pensamentos e decisões de acordo com a natureza.

Também, há vários ensinamentos externos seguindo esta natureza, e todos eles mergulham as pessoas do mundo nestas noções. Isto remove-as de conhecer a Orientação Interna.

Nas últimas gerações, as questões vieram à Torá sendo esquecida de Israel, e nenhum verdadeiramente compreende a Orientação, mas todos seguem ganância. Eu desejo dizer que até se eles não admitirem cometer pecados reais, eles são como bestas carregando sua carga. E esta regra é a escuridão que não permite ver onde está a raiz da Orientação.

–O Rabi Moshe Chaim Luzzato (O Ramchal), Adir BaMarom(O Poderoso no Alto), p 459

Esta é a razão porque Rabi Shimon Bar Yochai tanto chorou sobre ela, e chamou aos que se envolvem na Torá literal que eles estão adormecidos, pois eles não abrem seus olhos para ver o amor que o Criador os ama, como se eles fossem, Deus proíba, ingratos para Ele. Além do mais, eles não querem ver e não conhecem o caminho da santidade e a Dvekút (adesão) com Ele de todo.

Mas a Torá comanda e diz, “Apegai-vos a Ele” (Deuteronômio 10:20). E ainda embora eles a interpretem relativamente a se apegar a um sábio discípulo, no fim, um texto não estende seu sentido literal.

Na verdade, Israel deve se apegar a Ele com completa Dvekút, de conhecer Seus caminhos especiais de acordo com a Sua santidade, e de os caminhar. Assim, eles disseram, “O Cântico dos Cânticos, o Santo dos Santos” (Midrash Raba, Cântico dos Cânticos). Isto é porque ele é fundado nesta mesma questão, e ele interpreta este amor e todos os esforços que o Criador está a fazer para se agarrar com Sua santidade em Israel, ao passo que Israel devem corresponder com um anseio por Ele, a genuinamente se apegarem.

E isto, infelizmente, é o produto do exílio – Israel esqueceram este caminho, e eles permanecem adormecidos, mergulhados no seu sono, absorto a isso. Mas a Torá está vestida em luto por seu apuro, e nós estamos no escuro, como os mortos, virtualmente como cegos arranhando o muro. Louvor não é gracioso para os justos percorrerem neste caminho. Em vez disso, é ao contrário, de abrir olhos cegos e ver o amor de Deus, e conhecer Santidade e seus caminhos, e ser verdadeiramente santificado nela.

–O Rabi Moshe Chaim Luzzato (O Ramchal), Shaarey Ramchal (Portões do Ramchal), “O Debate,” p 97

INTRODUÇÃO AO LIVRO DO ZOHAR

Do livro “Cabala Para o Estudante”

1) Nesta introdução, eu gostaria de esclarecer coisas aparentemente simples que foram procuradas por muitos e pelas quais muita tinta foi derramada tentando clarificá-las. Todavia, elas ainda não nos levaram a uma compreensão satisfatória. E eis as perguntas:

  1. Qual é a nossa essência?
  2. Qual é o nosso papel na longa corrente da realidade, da qual somos apenas pequenos elos?
  3. Quando examinamos a nós mesmos, nos sentimos extremamente inferiores e corruptos, dignos de nada se não a desgraça. Porém, quando examinamos o Criador Que nos formou, somos compelidos a estar no grau mais elevado, pois não há ninguém tão louvável como Ele. Pois é necessário que apenas ações perfeitas derivem de um
    Arquiteto perfeito.
  4. A nossa mente necessita que Ele seja bom e o Provedor da benevolência Que não possui ninguém acima dEle. Como, então, Ele criou tantas criaturas que sofrem e agonizam ao longo de suas vidas? Afinal, não é a natureza do Bom fazer o bem em qualquer caso, e não causar tanto mal?
  5. Como é possível que Ele Que é Eterno, Que não tem princípio nem fim, produza criaturas que vivem, morrem e transitam?

2) De forma a esclarecer todas estas questões, precisamos fazer algumas averiguações preliminares. E não, Deus proíba, onde é proibido, na essência do Criador, da qual nenhum pensamento pode ser concebido e de Quem, portanto, não temos qualquer pensamento ou palavra, a não ser onde a averiguação é uma Mitzvá (mandamento/boa ação), que é a averiguação das Suas ações. É como a Torá nos ordena: “Conhece o Deus de teu pai e sirva-O”, e como diz no Shir HaYichud (Canção da Unificação), “Te conheceremos por Tuas ações”.

Averiguação No. 1: Como podemos imaginar que a criação seria algo novo, ou seja, que algo novo que não estava incluído nEle antes de Ele a criar, quando é óbvio para qualquer observador que não há nada que não esteja incluído nEle? Isto é algo que o senso comum também nos compele a concluir, pois como alguém pode
dar o que não tem dentro de si mesmo?

Averiguação No. 2: Se você diz que do aspecto de Sua onipotência, Ele certamente pode criar existência a partir da ausência, isto é, algo novo que não existia nEle, lá surge a pergunta – que realidade é essa, que pode ser determinada como não tendo lugar nEle, mas que é algo completamente novo?

Averiguação No. 3: Refere-se ao que os Cabalistas disseram, que a alma do ser humano é parte de Deus Acima (Jó, 31:2), de tal maneira que não há diferença entre Ele e a alma, apenas que Ele é o “todo” e a alma é uma “parte”. E eles compararam isto a uma pedra esculpida de uma montanha. Não há diferença entre a pedra e a montanha, exceto que Ele é o “todo” e a pedra é uma “parte”. Logo, nós devemos perguntar: uma coisa é quando uma pedra esculpida de uma montanha é separada dela por um machado feito para esse propósito, causando a separação da “parte” do “todo”. Mas como você pode imaginar isso sobre Ele, que Ele irá separar uma parte da Sua Essência até que ela esteja fora da Sua Essência e se torne separada dEle, isto é, uma alma, ao ponto que só pode ser compreendida como uma parte da Sua Essência?

3) Averiguação No. 4: Dado que a carruagem da Sitra Achra (Outro Lado, Impureza) e das Klipót (cascas) estão tão longe da Santidade do Criador quanto possível, ao ponto que tal afastamento esteja além da nossa capacidade de imaginar, como isto pode ser formado e extraído da Santidade, muito menos que a Sua Santidade o sustente?

Averiguação No. 5: Refere-se à questão da Ressureição dos Mortos: dado que o corpo é tão desprezível, que imediatamente ao nascer ele está condenado a perecer e a ser enterrado. Além disso, O Zohar disse que antes que o corpo apodreça inteiramente – enquanto ainda existem remanescentes dele – a alma não pode ascender até ao seu lugar no Jardim do Éden. Desta forma, porque o corpo deveria ser ressuscitado para a Ressurreição dos Mortos? Não poderia o Criador deleitar as almas sem isso?

Ainda mais desconcertante é o que nossos sábios disseram, que os mortos estão destinados a se levantarem com seus defeitos corporais, para que ninguém seja capaz de dizer que é outra pessoa, e depois disso Ele curará seus defeitos (Kohelet Raba 1:4). Devemos compreender porque o Criador deve se importar tanto que alguém diga que ela era outra pessoa, ao ponto onde Ele recriaria seus defeitos e então teria de curá-los.

Averiguação No. 6: Relativamente ao que nossos sábios disseram, que o ser humano é o centro de toda realidade, que os Mundos Superiores e este mundo corpóreo e tudo neles foram fundamentalmente criados apenas para ele (O Zohar, Tazria, 48), e obrigaram o homem a acreditar que o mundo tinha sido criado para ele (Sanhedrin 37). Isto é aparentemente difícil de compreender: que o Criador tivesse se dado ao trabalho a criar tudo isto para ele – para este insignificante humano que não é digno do valor de nem mesmo um fio de cabelo quando comparado à existência deste mundo, e muito menos em respeito quando comparado à todos os Mundos Superiores, cuja Altura e Sublimidade é imensurável. E também, porque alguém precisaria de tudo isso?

4) Para compreender todas estas perguntas e averiguações, a única tática é examinar o fim da ação, isto é, o propósito da Criação. Pois nada pode ser compreendido no meio do processo, mas apenas no seu fim. E é claro que não há ninguém que aja sem um propósito, pois apenas o insano poderia agir sem um propósito.

Eu sei que existem os que jogam para trás de suas costas o fardo da Torá e Mitzvot (plural de Mitzvá), dizendo que o Criador criou toda a realidade, então deixou-a sozinha, que devido à insignificância de Suas criaturas não é digno do
Criador, que é tão Elevado e Exaltado, olhar sobre seus maus e mesquinhos caminhos. Certamente, eles não falaram por sabedoria pois é impossível comentar a nossa inferioridade e insignificância, antes que decidamos que nós criamos a nós mesmos com todas as nossas naturezas corruptas e repugnantes.

Porém, ao mesmo tempo, se concluirmos que o Próprio Criador, Que é perfeito em todas as perfeições possíveis, é o Artesão Que criou e projetou nossos corpos, com todas as suas inclinações admiráveis e desprezíveis, seguramente, um Fazedor Perfeito nunca criaria um produto desprezível e defeituoso, pois toda ação testemunha a qualidade de seu fazedor. Então que culpa deve ser atribuída em uma vestimenta defeituosa, se um alfaiate ruim a fez?

Na mesma linha de estudo encontramos em Masechet Taanit, 20 uma história é contada sobre o Rabi Elazar, filho do Rabi Shimon bar Yochai, que se cruzou com um homem excessivamente feio. Ele disse para ele: “Quão feio tu és”. E o homem respondeu: “Vá e diga ao Artesão que me fez, ‘Quão feio é o vaso que Tu criaste’”.

Estude isto bem. Aqueles que são sábios em seus próprios olhos e dizem: “Devido a nossa inferioridade e insignificância, não somos dignos que o Criador olhe por nós, e por isto Ele nos abandonou”, não fazem nada a não ser exibir sua própria tolice.

Tente imaginar, suponha que você viesse a encontrar alguém que encontrou uma forma de criar seres vivos com uma Kavaná (intenção) predeterminada para que sofressem e agonizassem ao longo de suas vidas, assim como nós, e não apenas isso, mas assim que as tivesse criado, ele negligentemente as abandonaria, não querendo sequer olhar por elas, para dar-lhes um pouco de ajuda. Quão grandemente você condenaria e desprezaria esta pessoa? É possível imaginar tal coisa da Fonte da Existência – o Próprio Criador?

5) Portanto, o senso comum nos obriga a entender o oposto do que é superficialmente aparente, e estabelecemos que nós somos, de fato, seres nobres e altamente evoluídos, de importância imensurável, exatamente como convém ao
Artesão Que nos fez. Pois qualquer falha ou defeito que você queira atribuir aos nossos corpos, não importa que motivos e desculpas você encontre, termina sendo atribuído ao Criador que criou a nós e a toda nossa natureza, pois é evidente que Ele nos criou e não nós.

Ele também sabe todas as consequências que poderiam ser derivadas de todas estas inclinações naturais e más que Ele colocou em nós. Mas é por isto que dissemos que nós precisamos contemplar o resultado final da ação, e então seremos capazes de compreender tudo. E é um dito comum conhecido por todos: “Não mostres a
um tolo algo no meio de sua criação”.

6) E nossos sábios já nos instruíram (veja Árvore da Vida, Portão dos Vasos, no início do Capítulo 1) que o Criador criou o mundo unicamente para deleitar Suas criaturas. E aqui está onde nós devemos colocar nossos olhos e todos os nossos pensamentos, pois esta é a derradeira Kavaná (intenção) e ação da criação do mundo.

E nós devemos analisar isto: já que o Pensamento da Criação era dar prazer às Suas criaturas, necessariamente segue que Ele deveria ter criado uma grande quantidade de desejo em suas almas para receber aquilo que Ele pensou lhes dar. Afinal, a quantidade de cada prazer e deleite é medida pelo nível do Desejo de Recebê-lo.

Então, quanto maior o desejo de receber, a esta medida o nível do prazer é muito maior, e quanto menor o desejo, a este mesmo nível a quantidade de prazer da recepção é reduzida.

Logo, o Pensamento da Criação em si mesmo requer a criação de um Desejo de Receber excessivo nas almas que seja equivalente ao nível do imenso prazer com que o Todo-Poderoso pensou deleitar as almas. Isto é porque o grande prazer e o grande Desejo de Receber andam de mão dadas.

7) Depois de aprendermos tudo isso, chegamos a um completo entendimento da segunda averiguação, de forma que está absolutamente resolvido.

Nós averiguamos saber que realidade existe lá, que pode ser claramente decidida como não existente e não incluída dentro de Sua Essência, a ponto que pode ser referida como uma nova Criação, Existência a Partir da Ausência. E agora que nós chegamos a conhecer claramente que o Pensamento da Criação era deleitar Suas criaturas, Ele necessariamente criou um nível de Desejo para receber dEle todo este prazer e bondade que Ele planejou para elas. E este Desejo de Receber certamente não estava presente na Sua Essência antes das almas serem criadas, pois de quem Ele receberia? Assim, segue-se que ele criou algo novo, que não estava nEle.

Além disso, é compreendido que de acordo com o Pensamento da Criação, não houve qualquer necessidade de criar algo mais que este Desejo de Receber porque esta nova criação já era suficiente para Ele preencher o Pensamento da
Criação inteiro, que Ele tinha pensado dar sobre nós o prazer. Mas todo o preenchimento no Pensamento da Criação, isto é, todos os prazeres que Ele tinha planejado para nós, derivam diretamente da Sua Essência, e Ele não tem necessidade de recriá-las, dado que eles já estão estendendo como Existência a Partir da Existência, em direção ao grande Desejo de Receber que existe nas almas. E, com isto, ficou absolutamente claro para nós que toda a substância desta Criação gerada, do princípio ao fim, é simplesmente este Desejo de Receber.

8) Agora nós chegamos a compreender a ideia que os Cabalistas tinham em mente, que foi levantada na terceira averiguação. Como estávamos querendo saber sobre elas, como é possível dizer sobre as almas que elas são uma parte de Deus Acima, sendo comparado a uma pedra esculpida de uma montanha, onde não há diferença entre elas exceto que uma é uma “parte” e a outra é o “todo”. Nós perguntamos: é entendível que a pedra foi esculpida da montanha através de um machado que foi especialmente feito para este propósito. Mas quando nós falamos
sobre Sua Essência, como é possível dizer tal coisa e qual ferramenta está lá para separar as almas da Essência do Criador para que deixem de ser o Criador e se tornem seres criados?

Do que foi explicado, se tornou muito claro que assim como um machado corta e divide um objeto material em dois, assim também a Diferença de Forma separa dentro do reino espiritual e os divide em dois. Por exemplo, quando duas pessoas se amam uma à outra, você poderia dizer que elas estão ligadas uma à outra como um corpo. E por outro lado, quando elas odeiam uma à outra, você poderia dizer que elas estão tão longe uma da outra como o Leste é do Oeste. Esta não é uma questão de proximidade ou distância. Pelo contrário, o significado refere-se à Similaridade de Forma: quando elas são similares em forma uma à outra, uma ama tudo que seu amigo ama e odeia tudo que seu amigo odeia, e assim por diante, elas amam-se uma à outra e estão ligadas uma à outra.

Mas se há qualquer Diferença de Forma entre elas, isto é, que uma ama algo que seu amigo odeia, e assim por diante, então ao nível que esta Diferença de Forma existe, elas odeiam uma a outra e estão distantes uma da outra. E se, por exemplo, elas são completamente opostas em forma, no caso em que tudo que uma pessoa ama é odiado pelo seu amigo e tudo que odeia é amado pelo amigo, então elas estão tão distantes uma da outra como o Leste do Oeste, em outras palavras, como de um extremo ao outro.

9) E assim, você descobre que na espiritualidade a Diferença de Forma funciona assim como um machado que separa as coisas no mundo corpóreo, e que o nível da distância é equivalente ao nível da Diferença de Forma. E, disto, você aprende que uma vez que o Desejo de Receber Seu prazer tenha sido profundamente plantado nas almas, como mencionado e provado acima, esta forma não existe de maneira alguma no Criador porque, Deus proíba, de quem Ele receberia? Por isto, é esta Diferença de Forma que as almas receberam, que agiu para separá-los da Sua
Essência, assim como um machado separa a pedra da montanha. Isto aconteceu de tal forma que através desta Diferença de Forma, as almas deixaram de ser um Criador e foram separadas dEle para se tornar criaturas. De fato, o que quer que as almas obtenham da Luz do Criador é uma extensão, Existência a Partir da Existência, da Sua Essência.

Portanto, segue-se desta forma que do aspecto da Sua Luz que é recebida no Vaso que está dentro deles, que é o Desejo de Receber, não há qualquer diferença entre eles e Sua Essência porque eles estão recebendo Existência a Partir da Existência diretamente da Sua Essência. E assim, a única diferença entre as almas e Sua Essência é meramente que as almas são uma parte da Sua Essência.

Isto significa que o nível de Luz que elas recebem no Kli, que é o Desejo de Receber, já é uma parte distinta do Desejo de Receber porque está contida dentro da Diferença de Forma do Desejo de Receber. Pois é esta Diferença de Forma que foi feita uma “parte”, e através disto, ela saiu do aspecto do “todo” e se tornou uma “parte”. Assim, não há diferença entre eles exceto que um é o “todo” e o outro é uma “parte”, como uma montanha e a pedra cortada dela.

Contemple isto bem porque não podemos dizer mais em uma questão tão Elevada.

10) E agora o portão foi aberto para nós entendermos a quarta averiguação: como é possível que a Carruagem da Impureza e das Klipót (cascas) sejam formadas de Sua Santidade, já que eles estão muito distantes da Sua Santidade, como um extremo do outro? E como é possível que Ele os nutra e sustente? Aqui é necessário primeiro entender qual a essência da existência da Impureza e das Klipót (cascas).

Saiba que este grande Desejo de Receber que nós descrevemos – que é o ser essencial das almas do aspecto da própria essência de sua criação, porque elas são preparadas para receber o total preenchimento no Pensamento da Criação – não fica nesta mesma forma nas almas. Porque se isto tivesse permanecido nesta forma nelas, elas seriam sempre forçadas a estarem separadas do Criador, já que a Diferença de Forma nelas as teria separado dEle.

Assim para reparar o problema desta separação, que é colocada sobre o Kli das almas, o Criador criou todos os Mundos e os separou em dois sistemas, de acordo com o significado secreto da passagem da escritura: “O Criador os fez um em oposição ao outro”. Estes são os Quatro Mundos ABYA da Santidade, e opostos a eles estão os Quatro Mundos ABYA da Impureza. O Criador estampou o Desejo de Compartilhar no sistema dos Quatro Mundos ABYA da Santidade, e removeu o Desejo de Receber para Si Mesmo deles (como foi mencionado em Prefácio à Sabedoria da Cabalá, do verso 14 ao verso 19; estude isto bem). E Ele colocou-o no sistema dos Mundos ABYA da Impureza. E devido a isto, eles são separados do Criador e de todos os Mundos da Santidade.

Por esta razão, as Klipót (cascas) são referidas como “mortos”, como é dito nas Escrituras: “sacrifícios dos mortos” (Salmos 106:28) e o mesmo se aplica aos perversos que são atraídos a elas, como nossos sábios disseram: “Os perversos são chamados mortos, mesmo quando ainda estão vivos” (Tratado Berachot 15b). Já que o Desejo de Receber que foi instilado nelas por sua Oposição de Forma da Santidade, as separa da Vida das Vidas e elas estão muito longe dEle, como um extremo ao outro, porque Ele não tem qualquer aspecto de receber, apenas de
doação. No entanto, as Klipót (cascas) não têm qualquer aspecto de compartilhar, apenas de receber apenas para seu próprio prazer, e não há maior divergência que esta. E você já sabe que a distância espiritual começa com alguma Diferença de Forma e termina com uma completa Oposição de Forma, que é a distância mais afastada no último grau.

11) E os mundos gradualmente evoluíram e desdobraram até a realidade deste mundo físico, isto é, ao lugar no qual há uma existência para um corpo e uma alma, e também um período de corrupção e Tikun (correção). Isto é porque o corpo, que é o Desejo de Receber para Si Mesmo, se estende da sua raiz no Pensamento da Criação, como mencionado acima, e passa através do sistema dos Mundos da Impureza, como é dito na passagem da escritura: “e do potro de um asno selvagem nasce um homem” (Jó 11, 12) e ele permanece escravizado sob este sistema até
completar 13 anos de idade, e este é o período da corrupção.

Ao engajar com as Mitzvot dos 13 anos de idade em frente, engajamento pelo propósito de dar prazer ao seu Fazedor, a pessoa começa a purificar o Desejo de Receber para Si Mesmo que está impregnado nela, lenta e gradualmente transformao em Prol de Doar. Através disto, ele atrai a Néfesh da Santidade de sua fonte no Pensamento da Criação. E ela passa através do sistema dos Mundos da Santidade e é vestida em um corpo, e este é o período do Tikun (correção).

E assim a pessoa continua ganhando e atingindo estágios da santidade do Pensamento da Criação no Ein Sóf até que eles a ajudem, a pessoa, a transformar o Desejo de Receber para Si Mesmo nela, para que esteja completamente no aspecto de Receber em Prol de Doar prazer ao seu Fazedor e não para seu próprio benefício.

É assim que ele ganha Similaridade de Forma com seu Fazedor, porque Receber em Prol de Doar é considerado como uma forma de pura Doação.

Como é mencionado em Masechet Kidushin, página 7, sobre uma pessoa importante onde ela dá (o anel) e ele diz (a benção) então esta mulher é santificada.

Pois quando a sua recepção é em prol de a deleitar, a doadora, ela é considerada absoluta doação e compartilhar, estude isto bem. Assim ganhando completa Adesão ao Criador porque a Adesão espiritual não é nada além de Similaridade de Forma, como nossos sábios disseram: “Como é possível aderir a Ele? É apenas ao aderir aos
Seus atributos. Estude isto, Masechet Shabat 133b”. E desta forma, a pessoa se torna digna de receber todos os deleites, prazeres e delícias no Pensamento da Criação.

12) E por meio disto a questão da correção do Desejo de Receber, que está enraizado nas almas como parte do Pensamento da Criação, foi completamente esclarecida. O Criador preparou para eles os dois sistemas ditos, um em oposição ao outro. E através deles as almas passam e são divididas em dois aspectos, corpo e alma, onde um é vestido com o outro.

E através da Torá e Mitzvot, elas são encontradas em sua conclusão, transformando o Desejo de Receber para ser como a forma do Desejo de Compartilhar, e então eles podem receber todos os deleites no Pensamento da
Criação. Ao mesmo tempo, eles merecem uma forte Adesão ao Criador porque através de seu trabalho em Torá e Mitzvot, elas mereceram a Similaridade de Forma com seu Fazedor, que é considerado o Gmar HaTikún (Fim da Correção).

E então, não haverá mais necessidade para o Impuro Sitra Achra, e ele será exterminado da terra e a morte será tragada para sempre. E todo o trabalho em Torá e Mitzvot, que foi dado para toda a humanidade durante os 6000 anos da existência do mundo assim como a todos os indivíduos durante os 70 anos de sua vida, é unicamente para leva-los à completamente correção, a dita Similaridade de Forma.

E o assunto da formação e extensão do Sistema da Impureza e das Klipót (cascas) da Sua Santidade também foi cuidadosamente clarificada. Pois isso tinha que acontecer, para estender através dele a criação dos corpos, que foram depois corrigidos através da Torá e Mitzvot. E se os corpos, com seu Desejo de Receber corrupto, não fossem estendidos até nós através do Sistema da Impureza, nós nunca seríamos capazes de corrigir este desejo, porque uma pessoa não pode corrigir algo que ela não possua dentro dela.

13) Por fim, ainda há uma coisa que precisamos compreender: afinal, o Desejo de Receber para Si Mesmo é tão falho e prejudicial, como ele pode ter emergido no Pensamento da Criação em Ein Sóf, Cuja Unidade está além de
qualquer palavra e além da descrição? A verdade é de fato que Seu mero pensamento completou e manifestou tudo instantaneamente no pensamento de criar as almas, porque Ele não precisa de um instrumento de ação como nós. E assim instantaneamente todas as almas, assim como todos os mundos futuros que seriam criados, saíram e vieram a ser com toda a sua perfeição derradeira e final, com todo o prazer e deleite que Ele pensou para elas, que as almas são destinadas a receber no Gmar HaTikún (Fim da Correção), isto é, depois do Desejo de Receber nas almas ter
atingido a correção completa, e ter se transformado em pura doação em uma completa Similaridade de Forma com o Próprio Emanador.

Isto é assim porque na Sua Eternidade, passado, presente e futuro são como um, e o futuro serve a Ele como o presente. E o conceito da falta de tempo não se aplica a Ele (Zohar, Mishpatim 51 e Zohar Chadash, Bereshit 243). E por este motivo, o Desejo de Receber corrupto não estava de forma alguma em uma forma fragmentada
em Ein Sóf.

Pelo contrário, esta Similaridade de Forma que é destinada a ser revelada no futuro no Gmar HaTikún (Fim da Correção) emergiu instantaneamente na Eternidade do Criador. E neste segredo, os sábios disseram em Pirkei (os Capítulos do) Rabi Eliezer: antes do mundo ser criado, ele estava em um estado de “Ele e Seu Nome são Um” porque a separação de forma, que está no Desejo de Receber, não tinha sido revelada na existência das almas que emergiram no Pensamento da Criação. Pelo contrário, elas aderiram a Ele em Similaridade de Forma, de acordo com o segredo de “Ele e Seu Nome são Um”. Veja em Talmud Eser Sefirot (O Estudo das Dez Emanações), Parte Um.

14) Você descobre necessariamente que no todo, existem três estados para as almas:

O Primeiro Estado é sua existência em Ein Sóf, no Pensamento da Criação, onde elas já tinham sua forma futura que aparecerá no Gmar HaTikún (Fim da Correção).

O Segundo Estado é sua existência ao longo dos 6000 anos, onde elas foram divididas pelos dois sistemas acima mencionados em corpo e alma, e receberam o trabalho com a Torá e Mitzvot, para transformar o Desejo de Receber nelas em Desejo de Doar Prazer ao seu Fazedor, e não para si mesmas.

E durante o período deste estado, nenhuma correção virá aos corpos, apenas à Néfesh. Isto significa que elas têm que erradicar de si mesmas qualquer aspecto da recepção para si mesmas, que é o aspecto do corpo, e continuar unicamente no aspecto do Desejo de Doar, que está na forma do Desejo das almas. E mesmo as almas dos Tzadikim (Justos) não serão capazes de rejubilar no Jardim do Éden após sua morte, apenas depois que seus corpos sejam decompostos na terra.

O Terceiro Estado é o Gmar HaTikún (Fim da Correção) das almas, depois da Ressurreição dos Mortos. Então a completa correção chegará aos corpos também, porque então eles também terão transformado a recepção para si mesmos, que é a forma do corpo, para que a forma de pura doação esteja sobre ele, e eles serão dignos de receber para si mesmos todos os deleites, prazeres e benevolência que existem no Pensamento da Criação.

E com tudo isso, eles ganharão a forte adesão pela virtude de fazer sua forma similar à do seu Fazedor. Porque eles não receberão tudo isto pela virtude de seu Desejo de Receber, mas pelo contrário, pela virtude do Desejo de Dar Prazer ao seu Fazedor, dado que Ele desfruta quando eles recebem dEle. E por propósitos de brevidade, daqui em diante eu usarei os nomes destes três estados, ou seja, “Primeiro Estado”, “Segundo Estado” e “Terceiro Estado”. E você deve relembrar tudo que foi explicado aqui sobre cada um destes estados.

15) E quando você examina os três estados acima, você descobre que um necessita completamente da existência do outro, de uma maneira que, se fosse possível que mesmo uma pequena parte de qualquer um deles fosse cancelada, todos seriam cancelados.

Por exemplo, se o Terceiro Estado – que é a transformação da forma de recepção na forma de doação – não aparecesse no Primeiro Estado, necessariamente, não teria aparecido no Ein Sóf.

Afinal, a perfeição emergida em sua totalidade foi apenas porque foi destinada a se manifestar no Terceiro Estado, que já servia em Sua eternidade como se estivesse no presente. E toda a perfeição que foi formada lá, naquele estado, foi como se tivesse sido copiada do futuro no presente que estava lá. Assim, se fosse possível que o futuro fosse cancelado, não haveria qualquer realidade no presente. Portanto, isto significa que o Terceiro Estado requer toda a realidade do Primeiro Estado.

Tanto o mais quando algo é cancelado do Segundo Estado, que é onde nós encontramos todo o trabalho que é destinado a ser completado no Terceiro Estado, isto é, o trabalho em corrigir o que está corrupto, e em atrair os níveis das almas, como viria a existir um Terceiro Estado? Então segue-se que o Segundo Estado
necessariamente requer o Terceiro Estado.

Também, a existência do Primeiro Estado em Ein Sóf, onde a perfeição do Terceiro Estado já está presente, necessita definitivamente que ele corresponda, isto é, para o Segundo e Terceiro Estados serem revelados. Ou seja, verdadeiramente com toda a perfeição que existe lá, não menos e não mais.

Então segue-se que o Primeiro Estado em si requer, necessariamente, que os sistemas se expandam um oposto ao outro no Segundo Estado da realidade para permitir um corpo com o Desejo de Receber, que é corrompido pelo Sistema da Impureza para que possamos corrigi-lo. Mas se não houvesse um sistema dos Mundos da Impureza, não teríamos tido este Desejo de Receber, e não poderíamos corrigi-lo e atingir o Terceiro Estado, porque uma pessoa não corrige algo que não possui dentro de si. Portanto, nós não devemos perguntar como a existência do Sistema da
Impureza veio a existir no Primeiro Estado porque, de fato, é o Primeiro Estado que precisa da sua realidade e sua existência no Segundo Estado.

16) Não devemos levantar a questão que, de acordo com isto, a livre escolha é anulada de nós, Deus proíba, porque nós temos que atingir a perfeição e definitivamente chegar ao Terceiro Estado, já que ele já está presente no Primeiro
Estado. O ponto é que o Criador preparou para nós dois caminhos no Segundo Estado para nos levar ao Terceiro Estado:

  1. O Caminho de Guardar Torá e Mitzvot na maneira que foi clarificada acima.
  2. O Caminho do Sofrimento, onde o sofrimento em si purifica o corpo e finalmente nos força a transformar o Desejo de Receber dentro de nós e tomar a forma do Desejo de Compartilhar e assim aderir ao Criador. E isto é de acordo com o que nossos sábios disseram (no Tratado Sanhedrin, 97b): “Se consertares os teus caminhos, bom! E se não, eu porei sobre ti um rei como Haman, e contra tua vontade ele te trará de volta ao caminho certo”. E isto é o que nossos sábios disseram sobre a passagem da escritura: “…em seu devido tempo, Eu o apressarei”, se eles tiverem mérito, Eu o apressarei; e se não, será em seu devido tempo (Tratado Sanhedrin, 98a).

O significado aqui é que se nós ganharmos mérito através do primeiro caminho, que é ao seguir a Torá e Mitzvot, então nós apressaremos nosso Tikun (correção), e nós não precisaremos do sofrimento duro e amargo juntamente com o comprimento suficiente de tempo para obtê-los, para que eles possam nos retornar ao caminho certo contra nossa vontade. E se não, “em seu devido tempo”, que significa apenas depois do período em que o sofrimento completará nossa correção, e o tempo da correção é forçado sobre nós contra a nossa vontade. A punição das
almas no Gehinom (Purgatório) também está incluída no Caminho do Sofrimento.

Mas de uma forma ou de outra, o Gmar HaTikún (Fim da Correção) – o Terceiro Estado – é absolutamente necessário e garantido do aspecto do Primeiro Estado, e todo o assunto da nossa livre escolha vem da escolha entre o Caminho do Sofrimento e o Caminho da Torá e Mitzvot. Assim nós clarificamos cuidadosamente como estes três estados das almas estão interligados e são necessários e essenciais um ao outro.

17) De tudo o que foi explicado, a dita terceira averiguação que nós examinamos pode ser bem compreendida. Isto é, quando olhamos para nós mesmos sendo tão corruptos e mesquinhos como nenhum outro em condenação, embora
quando olhemos ao Fazedor Que nos criou, nós devemos ser impecavelmente sublimes como nenhum outro em louvores, como convém ao Fazedor Que nos criou. Isto é porque é a natureza do Fazedor Que é Perfeito, que Suas ações sejam perfeitas.

E do que foi dito, é bem compreendido que este nosso corpo, com todos seus padrões e todas suas posses insignificantes, não é de forma alguma nosso corpo verdadeiro. Nosso corpo verdadeiro, isto é, nosso eterno, que é completo em cada tipo de perfeição, já existe, colocado e localizado em Ein Sóf no estado do Primeiro Estado, onde ele recebe sua forma completa do que será no futuro no Terceiro Estado, isto é, Recepção na forma de Doação, que está em Similaridade de Forma com Ein Sóf.

E se de fato o Primeiro Estado em si dita que nós iremos, no Segundo Estado, receber a Klipá deste nosso corpo em sua forma mesquinha e corrupta, isto é, o Desejo de Receber para Si Mesmo, que é a força que cria a separação de Ein Sóf, como mencionamos anteriormente, para corrigi-lo e nos permitir receber nosso corpo eterno em sua forma completa no Terceiro Estado, nós não devemos protestar furiosamente sobre isso de forma alguma porque nosso trabalho seria possível apenas neste corpo transitório e mesquinho, já que uma pessoa não pode corrigir algo que
não possui dentro de si.

De fato, mesmo no nosso Segundo Estado, nós verdadeiramente somos posicionados na mesma taxa de perfeição que é adequada e convém ao Perfeito Fazedor Que nos criou porque este corpo não nos causa, de forma alguma, um
defeito. Afinal, este corpo é destinado a morrer e ser cancelado, e está disponível para nós apenas pelo período de tempo necessário para cancelá-lo para que possamos receber nossa forma eterna.

18) Ao mesmo tempo, nós estamos liquidando a quinta averiguação que levantamos: como é possível que do Eterno conduzam ações que são transitórias e perecíveis? Do que nós já explicamos, é claro que verdadeiramente nós emergimos de dentro dEle, como convém Sua Eternidade, isto é, como seres eternos em toda perfeição. E esta nossa eternidade necessita que a Klipá do corpo, que nos foi dada apenas para o trabalho, será perecível e desprezível porque se fosse eterna, Deus proíba, teríamos permanecido, Deus proíba, eternamente separados da Essência de
toda vida.

Nós já dissemos no verso 13 que esta forma do nosso corpo, que é o Desejo de Receber para Si Mesmo, não existe de forma alguma no eterno Pensamento da Criação porque lá nós existimos em nossa forma do Terceiro Estado. Mas ele é completamente necessário para nós no Segundo Estado da realidade para nos permitir corrigi-lo, como mencionado acima.

Nós dissemos anteriormente (Item 13), que esta forma do nosso corpo, que é o desejo de receber somente para nós mesmos, não está presente no eterno Pensamento da Criação, pois lá nós estamos na forma do terceiro estado. Todavia, ela é obrigatória no segundo estado, para nos permitir corrigi-la.

Nem devemos perguntar sobre a condição do restante dos seres criados do mundo, além da humanidade, porque a humanidade é o centro de toda Criação, como será mostrado abaixo. Os outros seres criados não contam e não tem valor por si próprios, além da extensão que eles ajudem o homem a leva-lo à perfeição, e portanto eles sobem e caem com ele, sem qualquer significância própria.

19) E com isso, nós clarificamos a quarta averiguação que nós levantamos: dado que a natureza do Bom é agir e fazer o bem, como o Criador criou, do princípio, criaturas que passassem por agonia e sofrimento durante suas vidas?

Como foi dito, todo este sofrimento é ditado pelo nosso Primeiro Estado, onde nossa completa eternidade que recebemos do futuro Terceiro Estado nos força a tomar ou o Caminho da Torá ou o Caminho do Sofrimento, até que eventualmente atinjamos nossa eternidade no Terceiro Estado (como mencionado acima no verso 15).

E todo este sofrimento pertence apenas à Klipá do nosso corpo, que foi criada apenas para a morte e sepultamento. Isto nos ensina que o Desejo de Receber para Si Mesmo nele foi criado apenas para ser erradicado e apagado do mundo e para ser transformado em Desejo de Compartilhar. Assim, o sofrimento que passamos é nada mais que revelações para nos mostrar a insignificância e o dano que é correlato a ele.

Venha e veja, no momento em que todas as pessoas do mundo concordarem unanimemente a cancelar e erradicar o Desejo de Receber para Si Mesmo que está nelas, e tenham nenhum outro desejo se não compartilhar com seus próximos, então todas as preocupações e males serão erradicados do mundo e todos serão assegurados de uma vida sã e íntegra. Isto é porque cada um de nós terá então o grande mundo para cuidar de si e preencher suas necessidades.

E, de fato, no momento em que todos possuírem apenas o Desejo de Receber para Si Mesmo, disto ele se desenvolve na fonte de todas as preocupações, sofrimentos, guerras e massacres, que são inescapáveis, e que enfraquecem nosso
corpo com várias doenças e aflições. E você descobrirá que todos os sofrimentos que existem no nosso mundo são apenas expressões trazidas perante os nossos olhos para nos empurrar para cancelar nossa Klipá má do corpo e receber a forma sã do Desejo de Compartilhar. E isto é o que nós dissemos, que o Caminho do Sofrimento em si é
capaz de nos levar até a forma desejada. E saiba que as Mitzvot entre uma pessoa e seu próximo tem prioridade sobre as Mitzvot entre uma pessoa e o Criador porque doar para um próximo a leva a doar para o Criador.

20) Agora que tudo isto foi explicado, a primeira averiguação que levantamos: “Qual é a nossa essência” foi resolvida. Isto é porque nossa essência é a mesma da essência de todos os indivíduos na realidade, que é nada mais e nada menos que o Desejo de Receber (como mencionado acima no verso 7). Porém, não como nos aparece agora na Segunda Realidade, que é o Desejo de Receber Somente para Si Mesmo, mas pelo contrário na forma que ele existe no Primeiro Estado, em Ein Sóf, isto é, na forma eterna, que é Receber em Prol de Compartilhar prazer ao seu Fazedor (como mencionado acima no verso 13).

E embora nós não tenhamos ainda alcançado o Terceiro Estado, e nos falte ainda tempo, isto não danifica a nossa principal essência porque nosso Terceiro Estado é necessário pela virtude do Primeiro Estado. Portanto, tudo o que é devido a ser recolhido é considerado como se já tivesse sido recolhido, e porque ainda nos falta tempo, é considerado uma carência apenas quando há incerteza se nós devemos completar este tempo que é necessário estar completo.

Mas já que nós não temos qualquer dúvida sobre isto, é como se nós já tivéssemos atingido o Terceiro Estado. E o corpo em sua forma negativa, que foi nos dado por agora, não estraga a nossa essência porque ele e todas as suas propriedades serão erradicados junto com o Sistema da Impureza do qual eles despertaram. E tudo que está destinado a ser queimado já é considerado como se estivesse queimado, e é considerado como se nunca tivesse existido.

De fato, a Néfesh, que está vestida neste corpo e cuja essência também está em um aspecto do Desejo, embora um Desejo de Compartilhar, que se estende até nós do sistema dos Quatro Mundos da Santidade ABYA (como mencionado acima no item 11), ela existe por toda eternidade. Isto é porque esta forma do Desejo de Compartilhar está em Similaridade de Forma com Ele, a Fonte Vivente de toda Vida e não tem qualquer mudança dentro dele, Deus proíba. A elaboração neste assunto será explicada abaixo, do item 32 em diante.

21) E não deixe seu coração oscilar pelas opiniões dos filósofos que alegam que a própria essência da Néfesh é uma substância mental, que seu ser apenas ganha vida através dos pensamentos intelectuais que ela pensa, e destes ela cresce e tornase todo seu ser. E o assunto da continuação da alma após o corpo morrer depende inteiramente do nível intelectual e do conhecimento que ganhou, ao ponto que se ela não ganhasse este conhecimento, então não haveria nada pelo qual a alma possa continuar a existir. Esta não é a opinião da Torá e também não é aceitável ao coração.

Qualquer ser vivente que já tenha tentado ganhar conhecimento intelectual sabe e sente que este conhecimento é algo que é adquirido e não é a essência daquele que o adquire.

Mas, como explicado, toda a substância da Criação renovada, tanto a substância dos objetos espirituais quanto a substância dos objetos físicos, não é mais e nem menos que um aspecto do Desejo de Receber (e mesmo que tenhamos dito que a Néfesh é apenas o Desejo de Compartilhar). Este vem apenas do poder das correções das Vestimentas da Luz Retornante que ela recebe dos Mundos Superiores, dos quais ela vem até nós.

O assunto desta Vestimenta é bem explicado no Prefácio à Sabedoria da Cabalá (versos 14, 15, 16 e 19; de fato, a própria essência da Néfesh é também o Desejo de Receber, estude lá e você entenderá). E toda a capacidade perceptiva que é dada a nós para distinguir entre um objeto e outro é distinguida apenas pelos seus Desejos porque o Desejo que está em todos os seres dá a luz a suas necessidades, e estas necessidades produzem pensamentos e conhecimento a esta extensão, que ele irá atingir e adquirir estas necessidades, porque o Desejo de Receber necessita deles.

E assim como os desejos das pessoas são diferentes uns dos outros, assim, também, as suas necessidades, pensamentos e conhecimento intelectual difere um do outro. Por exemplo, os indivíduos cujo Desejo de Receber é limitado apenas às luxúrias animais, então suas necessidades, pensamentos e conhecimento intelectual serão apenas para preencher estes desejos em toda a sua luxúria animalesca. E mesmo que estas pessoas usem sua mente e conhecimento intelectual como humanos, em qualquer caso é suficiente que o escravo seja como seu mestre, e suas mentes ainda são como uma mente Animal porque ela está completamente escravizada e serve seus
desejos Animalescos.

E com aqueles cujo Desejo de Receber é especialmente forte com relação aos desejos humanos, tais como honra e dominar os outros, que não estão presentes nas espécies Animais, então a essência de todas as suas necessidades, pensamentos e aprendizagem é apenas para satisfazer aqueles desejos à máxima possível extensão. E para aqueles cujo Desejo de Receber é invocado principalmente em receber educação intelectual, então suas principais necessidades, pensamentos e aprendizagem são voltados para satisfazer este desejo a sua plenitude.

22) Estes três tipos de desejos estão presentes, na maior parte, em todos os membros das espécies humanas, mas eles são misturados em cada indivíduo diferentemente. Esta é a fundação das diferenças entre uma pessoa e outra. E das qualidades materiais nós também podemos deduzir sobre as propriedades dos objetos espirituais, de acordo com seu valor espiritual.

23) De tal forma, que mesmo a Néfesh dos humanos – que é espiritual e que, pela virtude da vestimenta pela Luz Retornante que eles recebem dos Mundos Superiores de onde eles vieram – não tem outro desejo se não dar prazer ao seu Fazedor, e este Desejo é a essência e o próprio ser da Néfesh, como mencionado acima. Assim, uma vez que é vestida com um corpo humano, ela dá a luz nele às necessidades, pensamentos e conhecimento pelo propósito de preencher o próprio Desejo de Compartilhar da forma mais completa possível. Em outras palavras, dar prazer ao seu Fazedor, de acordo com o nível de quanto ela deseja.

24) E já que a essência e o próprio ser do corpo é o Desejo de Receber para Si Mesmo, e todas as suas interações e suas posses são o preenchimento deste corrupto Desejo de Receber, que foi inicialmente criado apenas para ser exterminado e removido do mundo para atingir o completo Terceiro Estado no Gmar HaTikún (Fim da Correção), portanto, por esta razão, ele é perecível e um ser mortal inútil, tanto ele quanto suas posses com ele, como uma sombra que passa e não deixa nenhum rastro atrás de si.

E dado que a essência e o próprio ser da Néfesh é o Desejo de Compartilhar, e todas as suas interações e posses são preenchimentos daquele Desejo de Compartilhar, que já existe e é estabelecido no eterno Primeiro Estado assim como no Terceiro Estado que é o futuro a vir, portanto ela não é de forma alguma mortal e perecível, mas ela e todas as suas posses são eternas, vivas e existem para sempre, e nenhum desvanecimento ou perda ocorre a elas com a morte do corpo. De fato, o caso é o oposto: a perda da forma falha e corrupta do corpo fortalece a alma
consideravelmente e o permite a ascender mais alto naquele momento, em direção ao Jardim do Éden.

E foi bem explicado que a qualidade eterna da Néfesh não depende de forma alguma do conhecimento que ela adquiriu, como aqueles filósofos alegaram; pelo contrário, sua natureza eterna está em sua própria essência, isto é, no Desejo de Compartilhar, que é sua essência, enquanto o conhecimento que ela ganhou é sua recompensa, não sua essência.

25) Disto, nós ganhamos a completa resposta para a nossa quinta averiguação, onde perguntamos: sendo que o corpo é tão corrupto ao ponto que a Néfesh não atinge seu sentido último de pureza até que o corpo tenha sido
decomposto na terra, por que então ele retorna e se levanta na Ressurreição dos Mortos? E também ao que os nossos sábios se referem quando dizem: “Os mortos ressuscitarão com suas falhas, para que não digam que é outra pessoa!” (Zohar, Emor verso 51 e Kohelet Raba 1:4).

Esta questão você pode entender claramente se referindo ao Pensamento da Criação, isto é, o Primeiro Estado, porque nós dissemos que já que o Pensamento da Criação era doar prazer sobre Suas criaturas, era então necessário que Ele criasse um extremamente grande Desejo de Receber toda esta grande e boa abundância incluído no Pensamento da Criação, já que o Grande Prazer e o Grande Desejo andam de mãos dadas (como mencionado acima nos itens 6 e 7, estude isto bem).

Nós dissemos lá que este Grande Desejo de Receber é toda a substância renovada que Ele criou porque nada mais é necessário para sustentar o Pensamento da Criação. E é a natureza do perfeito Fazedor que Ele não faça qualquer coisa supérflua, como é dito no Shir HaYichud (Poema da Unificação): “De todo Teu trabalho, nem uma coisa Tu esqueces, omites, ou acrescentas”.

E nós também dissemos lá que este excessivo Desejo de Receber foi completamente removido do Sistema da Santidade e foi dado ao sistema dos Mundos da Impureza, dos quais a existência dos corpos, seu sustento e todas as suas posses Neste Mundo emergem, até que a pessoa atinja a idade de 13 anos. É através do envolvimento com a Torá que ela começa a atingir a Néfesh da Santidade. Então ele sustenta a si mesmo do sistema dos Mundos da Santidade, de acordo com o nível da grandeza da alma da Santidade que ele alcançou.

Nós também dissemos acima que durante estes 6000 anos que foram dados para nós para engajar na Torá e Mitzvot, nenhuma correção vieram dali ao corpo que é o excessivo Desejo de Receber dentro dele, e todas as correções que vem através do nosso trabalho atingem apenas a Néfesh, que então ascende por meio dele até os estágios mais elevados da santidade e pureza, ou seja, para aumentar o Desejo de Compartilhar que é estendido junto com a Néfesh.

Por esta razão, o corpo é destinado a morrer, ser sepultado e apodrecer porque ele não recebeu qualquer das correções para si mesmo. De fato, ele não pode permanecer desta forma porque afinal, se o excessivo Desejo de Receber é removido do mundo, então o Pensamento da Criação não seria preenchido. O Pensamento da Criação significa que eles irão receber todos os grandes prazeres que Ele pretendeu doar sobre Suas criaturas. Afinal, o Grande Desejo de Receber e o Grande Prazer andam de mãos dadas, e ao nível que o Desejo de Receber é diminuído, o deleite e o prazer do recebimento são diminuídos a esta extensão.

26) Nós já dissemos que o Primeiro Estado absolutamente necessita do Terceiro Estado, que emerge em sua total extensão do Pensamento da Criação no Primeiro Estado, sem qualquer coisa sendo omitida dele (como mencionado acima no item 15). Portanto, o Primeiro Estado necessita da Ressurreição dos Corpos Mortos, que quer dizer seu excessivo Desejo de Receber, que já pereceu, deteriorou e se decompôs no Segundo Estado, deve ser ressuscitado com toda sua excessiva magnitude sem quaisquer restrições, ou seja, com todos os seus defeitos originais.

Então o trabalho começa novamente para transformar este excessivo Desejo de Receber para que possa ser apenas no nível em prol de dar, e então nós teremos ganhado em dobro:

  1. Nós teremos um espaço para receber todo o deleite, prazer e doçura incluídos no Pensamento da Criação, pela virtude de já ter um corpo com um excessivo Desejo de Receber dentro dele, que está completamente de acordo com estes prazeres, como mencionado acima.
  2. Já que receber desta forma apenas será ao nível de dar prazer ao nosso Fazedor, então este recebimento é considerado completa doação (como mencionado acima no item 11), nós também atingimos Similaridade de Forma, que é completa Dvekút (Adesão) e que é nosso estado no Terceiro Estado. Assim, o Primeiro Estado necessariamente demanda e necessita da Ressurreição dos Mortos.

27) De fato, não é possível haver uma Ressurreição dos Mortos exceto muito próximo do Gmar HaTikún (Fim da Correção), isto é, no fim do Segundo Estado da existência. Pois após nós termos merecido negar nosso excessivo Desejo de Receber e termos recebido o Desejo de Apenas Doar, e após termos merecido todos os maravilhosos níveis da Alma, que são chamados Néfesh, Ruach, Neshamá, Chaiá e Yechidá ao trabalhar em negar este Desejo de Receber, nós iremos então atingir tal grande perfeição que é impossível trazer o corpo de volta a vida com a totalidade do seu excessivo Desejo de Receber. E, nós não seremos mais prejudicados por nos separar de nossa Dvekút.

Pelo contrário, nós o superamos e lhe demos a forma da Doação, como mencionado acima. De fato, esta é a forma de nos conduzirmos com cada qualidade negativa particular que queremos remover de nós mesmos: Primeiro, nós temos que removê-lo completamente aos seus alcances máximos, para que nada seja deixado dele. Então, é possível voltar e recebe-lo e direcioná-lo no caminho do meio. E enquanto não tivermos removido ele de nós mesmos, nós não poderemos de forma alguma direcioná-lo de acordo com o desejado caminho do meio.

28) Isto é o que nossos sábios queriam dizer quando disseram que os mortos serão ressuscitados com todos os seus defeitos (Zohar, Sulam, Emor, verso 51 e Kohelet Raba 1:4), e então depois serão curados. Isto significa, como dissemos acima, que primeiro o corpo será ressuscitado com seu excessivo Desejo de Receber que não tem quaisquer fronteiras. Foi levantado sobre a carruagem dos Mundos da Impureza antes que tivessem merecido de alguma forma purifica-lo mesmo um pouco através da Torá e Mitzvot. Este é o que eles quiseram dizer por “com todos os seus defeitos”.

E então nós começamos com o novo trabalho: colocar todo este excessivo Desejo de Receber sob a Forma de Doação, como foi mencionado acima; e isto é quando é curado porque ele atingiu então Similaridade de Forma. E eles disseram que a razão é para que ninguém pudesse dizer que é outra pessoa, ou seja, que não será dito dele que ele é uma forma diferente da que ele era no Pensamento da Criação. Afinal, seu excessivo Desejo de Receber ficou lá pronto para receber todo deleite do Pensamento da Criação, exceto que no meio tempo, foi dado às Klipót e
é possível ser purificado.

Mas, no final, não é permitido estar em um corpo diferente porque se a ele estivesse faltando qualquer nível, mesmo um pouco, então é como se fosse alguém completamente diferente e não seria de forma alguma apto para todo o deleite que está lá no Pensamento da Criação, da mesma forma que ele recebia no Primeiro Estado. Entenda isto bem.

29) Em tudo que foi explicado até agora, uma abertura foi criada para nós resolvermos a segunda questão mencionada anteriormente, que é: Durante nosso curto período de vida, qual é o nosso papel na longa cadeira da realidade, da qual nós somos apenas pequenos elos? Saiba que nosso trabalho durante nossa vida de 70 anos é dividido em quatro divisões.

Na Primeira Divisão, nós obtemos o excessivo Desejo de Receber sem fronteiras, em toda sua magnitude falha, sob o controle do sistema dos Quatro Mundos Impuros de ABYA. Isto é porque se nós não tivermos este corrupto Desejo
de Receber, nós não podemos corrigi-lo de forma alguma porque ninguém pode corrigir algo que não possui.

Portanto, não apenas este é o nível do Desejo de Receber arraigado no corpo em sua fonte ao ar do mundo, ele além disso deve ser um veículo para as Klipót impuras por não menos que 13 anos. Isto significa que as Klipót devem governá-lo e sustentá-lo de suas Luzes. Suas Luzes continuam aumentando o Desejo de Receber porque o preenchimento deste Desejo de Receber que as Klipót fornecem não faz nada exceto aumentar constantemente a demanda deste Desejo de Receber.

Por exemplo, ao nascer, tem um desejo por apenas uma centena e não mais; mas quando a Sitra Achra preenche este desejo por uma centena, imediatamente o Desejo de Receber cresce e quer duas centenas. E então, quando a Sitra Achra fornece a ela o preenchimento das duas centenas, o desejo se torna maior e ela quer quatro centenas. E se não superar a si mesma através da Torá e Mitzvot para purificar o Desejo de Receber e transformá-lo em Doação, então seu Desejo de Receber continuará ficando maior ao longo de sua vida, ao ponto que “não há uma pessoa que morra tendo metade dos seus desejos preenchidos”. E isto é considerado que ela está sob o domínio da Sitra Achra e das Klipót, cujo propósito é expandir e ampliar seu Desejo de Receber e fazê-lo excessivo e sem quaisquer limites. A razão para isto é fornecer àquela pessoa com todas as substâncias que precisa para trabalhar nisto e corrigi-lo.

30) A Segunda Divisão é dos 13 anos em diante, durante o qual a força é dada àquele Ponto em Seu Coração, que é o segredo do Dorso da Néfesh da Santidade, que é vestida com seu Desejo de Receber desde o momento de seu
nascimento, embora ele não comece a despertar até a idade dos 13 anos. E então ela começa a cair sob o domínio do sistema dos Mundos da Santidade, de acordo com o nível que ela engaja com a Torá e Mitzvot.

E seu principal propósito neste momento é atingir e expandir seu Desejo de Receber espiritual porque desde o momento de seu nascimento, ele não teve nenhum Desejo de Receber exceto pela fisicalidade. Portanto, mesmo que ele tenha atingido o excessivo Desejo de Receber antes dos 13 anos de idade, este não é o fim do crescimento do seu Desejo de Receber. O principal crescimento deste Desejo de Receber pode apenas ser atingido na espiritualidade.

Por exemplo, antes dos 13 anos de idade, seu Desejo de Receber ansiava devorar todas as riquezas e a honra deste mundo material, e é evidente à todos que para ele, este é um mundo que não é eterno e que é disponível para todos apenas como uma sombra passageira, que está aqui um momento e some no próximo. Este não é o caso quando ele adquire o excessivo Desejo de Receber espiritual porque então ele quer devorar para seu próprio prazer todo o deleite e riquezas do eterno Mundo Vindouro, que para ele é uma aquisição da eternidade e imortalidade.

Assim, a essência de seu excessivo Desejo de Receber não é completada a menos que seja um Desejo de Receber espiritualidade.

31) E isto é o que foi referido nos Tikunim (Zohar, Novas Correções 97:b) sobre a passagem das escrituras: “A Sanguessuga tem duas filhas; ‘Hav, Hav (Hebraico: Dê, Dê)’ elas gritam”. (Provérbios 30:15) “Sanguessuga” se refere ao Gehinom (Purgatório), e os perversos que estão presos neste Purgatório gritam como um cão: “Hav, Hav” (Dê, Dê), isto é, “Nos dê as riquezas Deste Mundo; nos dê as riquezas do Mundo Vindouro”.

Todavia, apesar de tudo isto, ele é um estágio imensuravelmente mais importante que o primeiro porque além de possuir a real magnitude do Desejo de Receber e ser provido com toda a ‘substância’ que precisa para o trabalho, é este estágio que a leva até Lishmá (em Nome Dela), como nossos sábios disseram (no Tratado Pessachim 50:b): Uma pessoa deve sempre se engajar com a Torá e Mitzvot Lo Lishmá (não em Nome Dela), pois de Lo Lishmá chega até Lishmá”.

Por esta razão, o seguinte estágio, que vem após os 13 anos de idade, é considerado como um aspecto da Santidade, e este é o segredo de “a criada da Santidade que está servindo sua senhora”, que é o segredo da Santa Shechiná
(Divindade). É a criada que o leva até Lishmá, e assim ele merece a presença da Shechiná. Entretanto, ele tem que aplicar todos os meios apropriados para chegar até Lishmá, porque se ele não fizer este esforço e, Deus proíba, não chegar até Lishmá, então ele cairá na armadilha da Criada da Impureza, que é oposta à Criada da Santidade e cujo único foco é confundir o ser humano, para que engajar em Lo Lishmá não o leve até Lishmá. E dela foi dito: “uma Criada que é herdeira de sua senhora” (Provérbios 30:23) pois ela não deixará o ser humano se aproximar da senhora, que é a Santa Shechiná.

E o estágio final nesta divisão é que se apaixonará com o Criador com grande paixão, semelhante a uma pessoa apaixonada que está tão inflamada com luxúria material ao nível que esta luxúria não a deixa todo dia e toda noite.

Nas palavras do poeta: “Quando eu me lembro dEle, Ele não me deixa dormir”. E é então dito sobre ele: “Luxúria é despertada pela Árvore da Vida” (Provérbios 13:12). Isto é assim porque os cinco níveis da alma são o segredo da Árvore da Vida, cujo intervalo é 500 anos, pois cada nível é 100 anos. Isto significa que isto a levará a obter todos estes cinco Bechinot (discernimentos) NARANCHAY (Néfesh, Ruach, Neshamá, Chaiá e Yechidá), que são explicados na terceira divisão.

32) A Terceira Divisão é o trabalho em Torá e Mitzvot Lishmá, que significa em prol de doar e não receber recompensa. Este trabalho purifica o Desejo de Receber para Si Mesmo e o transforma em um Desejo de Compartilhar, que, ao nível da pureza do Desejo de Receber, lhe faz digna e preparada para receber as cinco partes da alma, que são chamadas NARANCHAY (veja abaixo Item 42). Isto é porque elas são estruturadas como o Desejo de Compartilhar (como mencionado acima no Item 23) e não podem entrar e revestir com este corpo enquanto o Desejo de Receber, ou mesmo em Diferença de Forma, o dominar.

Isso é porque a questão de revestir a si mesmo e a Similaridade de Forma são alinhadas uma com a outra (como discutido anteriormente no Item 11). E uma vez que a pessoa mereça estar completamente com o Desejo de Compartilhar e não para seu próprio benefício, isto indica que ela mereceu a Similaridade de Forma com seus
superiores NARANCHAY, que se estendem do Primeiro Estágio da sua fonte no Ein Sóf através dos ABYA da Santidade, e eles irão imediatamente serem atraídos a ela e se revestirão com ela gradualmente.

A Quarta Divisão é o trabalho que é aplicado após a Ressurreição dos Mortos, isto é, quando o Desejo de Receber, após ter sido completamente ausente através da morte e sepultamento, retornar e estar novamente vivo com a pior forma do excessivo Desejo de Receber. Este é o significado secreto do dito que os mortos são destinados a serem ressuscitados com seus defeitos (como mencionado acima no Item 28). E então eles o transformarão em Receber na forma de Compartilhar, como foi explicado lá extensivamente. De fato, existem alguns indivíduos unicamente
selecionados que receberam este trabalho enquanto ainda estavam vivos Neste Mundo.

33) A sexta averiguação permaneceu para nós explicarmos, sobre o que os sábios nos disseram: que todos os Mundos Superiores e Inferiores foram criados unicamente pelo bem do homem (Tratado Sanhedrin, 37). Parece muito intrigante que o Criador se incomodaria em criar todos estes mundos para este homem insignificante, que não é nem mesmo um fio de cabelo em comparação com toda a realidade que nós vemos aqui Neste Mundo, e muito menos quando comparado aos Mundos Espirituais Superiores. E ainda mais intrigante: Que necessidade o homem
tem por todos estes vastos Mundos Espirituais?

É importante que você saiba que todo o prazer de nosso Criador é doar prazer para Seus seres criados em proporção com o nível que estes seres sentem que Ele é Aquele Que doa e Que lhes dá alegria porque então Ele tem grande prazer com elas. Como um pai que brinca com seu amado filho, à extensão que o filho sente e reconhece a grandeza e elevação do seu pai, e o pai lhe mostra todos os tesouros que ele preparou para ele, com as Escrituras dizem: “Meu querido filho, Efraim! Pois ele não é meu filho predileto? Pois quando quer que eu fale dele, Eu ainda me lembro
dele. Portanto, Meu coração anseia por ele; Eu certamente terei misericórdia dele, diz o Criador” (Jeremias 31:20).

Examine este texto bem e você poderá se educar e conhecer o grande prazer que o Criador deriva daqueles que atingiram perfeição e que mereceram sentir Ele e reconhecer Sua grandeza em todos os seus vários caminhos que Ele lhes preparou, até que Ele apareça para eles como um pai relativo ao seu amado filho, como um pai com seu filho brincalhão etc. Tudo isto aparece no texto para os olhos dos educados.

Mas nós não devemos falar extensivamente sobre coisas desta natureza porque é suficiente para nós sabermos que, pelo bem do Seu prazer e deleite com aqueles perfeitos, era digno para Ele criar todos os Mundos, tanto os Superiores quanto os Inferiores, como ficará claro abaixo.

34) Para preparar Seus seres criados para que eles pudessem atingir o estágio elevado e exaltado mencionado acima, o Criador quis realizar isto através de uma sequência de quatro estágios, que evoluem um do outro e são referidos como Inanimado, Vegetativo, Animado e Falante. E estas são realmente as quatro fases do Desejo de Receber, ainda não é possível para esta quarta fase ser revelada de uma vez. Pelo contrário, através do poder das três fases que vêm antes dela, e ela é revelada e se desenvolve neles e através deles lentamente até que tenha sido completada em
toda sua forma na quarta fase, como é explicado no Talmud Eser Sefirot (Estudo das Dez Sefirot), Parte 1, parágrafo 50, começando com as palavras: “E o motivo…”

35) Na primeira fase do Desejo de Receber, que é chamada Inanimado e que começa a revelar o Desejo de Receber neste mundo físico, há simplesmente uma força coletiva de movimento para todas as espécies Inanimadas; porém, nos segmentos individuais dele, nenhum movimento pode ser discernido com o olho nu. Isto é porque o Desejo de Receber dá a luz às necessidades e as necessidades dão a luz aos movimentos suficientes para atingir e obter estas necessidades. E porque o Desejo de Receber é limitado a uma pequena quantidade, ele governa apenas todo
o coletivo de uma vez, e seu domínio sobre os detalhes individuais não pode ser discernido.

36) Para isto, o Vegetativo é adicionado, e eles são a segunda fase do Desejo de Receber, cujo nível é maior que seu nível no Inanimado. Aqui o Desejo de Receber governa todo e cada indivíduo em todas as suas partições. Isto é porque cada parte tem seu próprio movimento individual, que lhe permite se expandir em comprimento e em largura, e se move em direção ao nascer do sol. Também, a pessoa pode discernir em toda e cada parte o assunto do “comer”, “beber” e a “eliminação do desperdício”. Mas com tudo isto, eles não têm ainda livre emoção individual em
toda e cada parte.

37) Para isto a espécie Animal é adicionada. Esta é a terceira fase do Desejo de Receber, e seu nível foi completo a uma grande extensão, pois este Desejo de Receber já deu a luz às emoções livres e individuais em cada parte, que é a vida única em cada parte de uma maneira diferente da outra. Ao mesmo tempo, eles ainda não têm qualquer sentimento um pelo outro; em outras palavras, eles não têm preparação para se lamentar pela tristeza do seu amigo próximo ou estar feliz pela felicidade de seu amigo próximo etc.

38) Adicionado a todos estes está a espécie Humana, que é a quarta fase do Desejo de Receber, que está agora em seu nível completo e final. Isto é porque, tanto o Desejo de Receber assim como o sentimento um pelo outro estão ativos nele. E se você quiser saber com grande precisão qual é a diferença entre a terceira fase do Desejo de Receber, que está na espécie Animal, e a quarta fase do Desejo de Receber, que pode ser encontrado na espécie Humana, eu te direi que é como a diferença entre o valor de um indivíduo da realidade quando comparado a toda a realidade.

O Desejo de Receber na espécie Animal, que não inclue qualquer sentimento um pelo outro, não pode criar carências e necessidades dentro de si mesmo, exceto ao nível que está arraigado no próprio ser. Este não é o caso do Humano que também sente os outros, de modo que lhe falta tudo o que o outro tem e é preenchido com inveja para adquirir todo o ser que o outro tem. E se ele tem uma centena, ele quer duas centenas, e assim suas carências e necessidades
continuam crescendo e multiplicando até que ele queira devorar todas as entidades no mundo inteiro.

39) Nós explicamos o seguinte: Todo o propósito que o Criador desejou para toda a Criação que Ele criou é causar o prazer para Seus seres criados para que eles reconheçam Sua verdade e Sua grandeza, e que eles recebam dEle todos os deleites e prazeres que Ele preparou para eles, no nível que é explicado na passagem das escrituras: “Meu querido filho, Efraim! Pois ele não é meu filho predileto? etc.” (Jeremias 31:20) Agora você encontra claramente que este propósito não se aplicaria ao Inanimado ou aos grandes globos tais como a Terra, a Lua e o Sol, e não importa
qual seja seu esplendor e tamanho. Nem ocorreria através da espécie Vegetativa, nem através da espécie Animal, pois elas não têm a capacidade de sentir o outro mesmo quando se trata de membros de sua própria espécie, que são similares a eles, então como pode a emoção Divina e seus benefícios serem aplicados a eles.

A espécie Humana, apenas após ter sido preparada para sentir o outro, com relação aos membros de sua própria espécie semelhante. Após engajar com a Torá e Mitzvot, através dos quais eles transformam seu Desejo de Receber em um Desejo de Compartilhar, assim atingindo Similaridade de Forma com seu Fazedor, eles recebem todos os níveis que foram preparados para eles nos Mundos Superiores, que são chamados NARANCHAY. Nisto, eles se tornam preparados para receber o propósito que estava lá no Pensamento da Criação, então segue-se que o propósito
do Pensamento da Criação de todos os mundos foi apenas pelo bem da humanidade.

40) Eu sei que isto é completamente inaceitável a alguns dos filósofos. E eles não podem concordar que o ser humano, que a seus olhos é tão inferior e insignificante, é o centro de toda a grande e sublime Criação. Mas são similares a um verme que nasceu dentro de um rabanete, e ficam lá e pensam que todo o mundo do Criador é tão amargo, tão escuro e tão pequeno quanto o rabanete que eles nasceram. Mas uma vez que rompem a casca externa do rabanete e espreitam fora do rabanete, ficam surpresos e dizem, “Eu pensei que o mundo todo fosse do tamanho do rabanete que eu nasci, e agora eu vejo perante mim um mundo grande, iluminado, poderoso e extremamente bonito”.

Da mesma maneira, todos aqueles que são apanhados na casca do seu Desejo de Receber que eles nasceram e que nunca tentaram receber o remédio especial que são a Torá e as Mitzvot, práticas que são capazes de penetrar esta casca dura, transformando-a em um Desejo de Dar Prazer ao Criador. Certamente deve ser que eles tenham que concluir a sua insignificância e o vazio como eles realmente são.

Eles nem podem possivelmente conceber da possiblidade que toda esta grande realidade foi criada apenas para eles.

De fato, se eles tivessem engajado na Torá e Mitzvot em prol de dar prazer ao seu Fazedor com toda a pureza apropriada, e eles chegassem a penetrar a casca de seu Desejo de Receber com que nasceram, e recebido o Desejo de Compartilhar, seus olhos se abririam imediatamente para ver e entender a si mesmos assim como todos os estágios da sabedoria, inteligência e conhecimento claro, que são adoráveis e agradáveis ao extremo e que foram preparados para eles nos Mundos Espirituais.

E então eles mesmos diriam o que nossos sábios disseram: “O que um bom convidado diz? Ele diz, ‘todo o esforço que o anfitrião fez, ele fez apenas por mim’” (Tratado Berachot, 58a)”.

41) E no fim, ainda permanece a ser explicado por que o homem deve ter todos estes Mundos Superiores que o Criador criou para ele. Qual é sua necessidade por eles? Saiba que a existência de todos os Mundos é geralmente dividida em cinco, e estes Mundos são chamados: 1) Adam Kadmon, 2) Atzilut, 3) Briá, 4) Yetzirá e 5) Assiá. Embora cada um deles tenha inúmeros detalhes e seja o aspecto de uma das cinco Sefirot KACHÁB TUM (Kéter, Chochmá, Biná, Tiféret e Malchut). Pois o Mundo de AK (Adam Kadmon) é Kéter, o Mundo de Atzilut é Chochmá, o Mundo de Briá é Biná, o Mundo de Yetzirá é Tiféret e o Mundo de Assiá é Malchut.

E as Luzes que são vestidas nestes Cinco Mundos são chamadas YECHNARAN. A Luz de Yechidá brilha no Mundo de Adam Kadmon; a Luz de Chaiá no Mundo de Atzilut; a Luz de Neshamá no Mundo da Briá; a Luz de Ruach no
Mundo de Yetzirá, e a Luz de Néfesh no Mundo de Assiá.

E todos estes Mundos, assim como tudo que é contido neles, são incluídos no Nome Sagrado, Yud e Hey e Vav e Hey e a ponta da letra Yud. Porque o primeiro Mundo, que é AK, está além do nosso alcance, nós portanto damos apenas uma indicação através da ponta da letra Yud do Nome Sagrado. Portanto, nós nunca falamos sobre ele; nós apenas falamos sobre os Quatro Mundos ABYA. A letra Yud é o Mundo de Atzilut; a letra Hey é o Mundo de Briá, a letra Vav é o Mundo de Yetzirá, e a última letra Hey é o Mundo de Assiá.

42) E através disto, nós explicamos os Cinco Mundos, que contém toda a realidade espiritual que se estende do Ein Sóf até Este Mundo. E eles são incluídos um do noutro, e dentro de cada um dos Mundos está contido a totalidade dos Cinco Mundos, como foi mencionado acima, assim como as cinco Sefirot: KACHÁB TUM, em que as cinco Luzes NARANCHAY são vestidas e que correspondem aos Cinco Mundos, como mencionado acima.

E além das cinco Sefirot KACHÁB TUM que estão em cada Mundo, existem também quatro aspectos espirituais: Inanimado, Vegetativo, Animado e Falante em cada Mundo. Lá a Alma Humana é o aspecto do Falante, os anjos são o aspecto do Animado no Mundo, o aspecto do Vegetativo é chamado Vestimentas, e o aspecto do Inanimado é referido como Câmaras. E são considerados como envolvendo uns aos outros.

Isto significa que o aspecto do Falante, que são as almas dos humanos, é a vestimenta das cinco Sefirot KACHÁB TUM, que são o aspecto Divino naquele Mundo específico. (O assunto das Dez Sefirot, sendo o Divino, será clarificado posteriormente no Prefácio ao Livro do Zohar.) E os aspectos do Animado, que são os anjos, é a vestimenta das almas; e o Vegetal, que são as Vestimentas, reveste os anjos; e os aspectos do Inanimado, que são as Câmaras, circundam todos eles.

E o assunto desta Vestimenta é aproximado, no sentido que eles servem um ao outro no desenvolvimento um do outro, da mesma forma que nós explicamos em relação ao Físico Inanimado, Vegetativo, Animado e Falante Neste Mundo (veja acima, Itens 35 e 38). Como nós dissemos lá, os três aspectos do Inanimado, Vegetativo e Animado não emergem por seu próprio bem, mas apenas para que o quarto aspecto, que é a espécie humana, seja capaz de evoluir e se elevar por eles. E, portanto, seu único papel é servir o humano e levar a ele benefício.

Isto é assim também nos Mundos Espirituais, onde estes três aspectos: Inanimado, Vegetativo e Animado, surgem apenas para servir e beneficiar o aspecto Falante no Mundo, que é a Alma Humana. Portanto, é considerado que todos estes aspectos são as vestimentas da Alma Humana, ou seja, para seu benefício.

43) No momento em que o ser humano nasce, ele imediatamente recebe o aspecto da Néfesh 4 de Kedushá (Santidade). Esta não é a essência da Néfesh, mas o aspecto do Dorso da Néfesh, que significa seu último aspecto e que, devido à sua pequenez, é chamado “um ponto”. E é vestido dentro do coração de uma pessoa, isto é, no aspecto do Desejo de Receber dentro dela, que se manifesta principalmente no coração da pessoa.

E você deve conhecer esta regra: tudo que se aplica à totalidade da realidade se aplica também a cada Mundo, e mesmo a menor parte que pode ser detalhada e que exista naquele Mundo. E assim, assim como existem Cinco Mundos na totalidade da realidade, que são, assim como dissemos anteriormente, as cinco Sefirot KACHÁB TUM, assim também, existem as cinco Sefirot KACHÁB TUM em todo e cada Mundo. E existem cinco Sefirot em toda pequena parte daquele Mundo.

Nós dissemos que Este Mundo é dividido em: Inanimado, Vegetativo, Animado e Falante (IVAF), que correspondem às quatro Sefirot CHÁB TUM. O Inanimado corresponde à Malchut, o Vegetativo corresponde à Tiféret, o Animado
corresponde à Biná e o Falante corresponde à Chochmá. A raiz de todos eles corresponde à Kéter. E como dissemos, cada parte de quaisquer espécies dos aspectos IVAF também contém dentro de si mesma os quatro aspectos IVAF. E assim, mesmo uma parte da espécie Falante, isto é, mesmo uma pessoa tem dentro de si mesma os aspectos IVAF, que são as quatro partes do seu Desejo de Receber, dentro dela.

Dentro de cada uma o ponto da Néfesh de Kedushá está vestido.

44) Antes dos 13 anos de idade, nenhuma consciência do Ponto no seu Coração pode ser imaginável. Este Ponto no seu Coração começa a crescer e mostrar sua atividade apenas após os 13 anos, quando ela começar a engajar com a Torá e Mitzvot mesmo se fizer isto sem qualquer Kavaná (consciência direcionada), isto é, sem amor e temor como é apropriado para aquele que serve o Rei, mesmo em Lo Lishmá.

Isto é porque as Mitzvot não precisam de uma Kavaná (consciência direcionada), e mesmo ações sem Kavaná (consciência direcionada) são capazes de purificar o Desejo de Receber, embora seja apenas o primeiro nível nele, que é chamado Inanimado. E ao nível ao qual ela purifica a parte Inanimada do Desejo de Receber, a este mesmo nível ela estende e constrói os 613 membros do Ponto no Coração, que é o Inanimado da Néfesh de Kedushá, cujos 248 órgãos espirituais são construídos através da realização das 248 Mitzvot Positivas 5, e cujos 365 tendões
espirituais são construídos através da realização das 365 Mitzvot Negativas. Até que se torne um completo Partzuf (Estrutura Espiritual, lit. Face) da Néfesh de Kedushá, e então a Néfesh ascende e é a Vestimenta da Sefirá de Malchut, que está no Mundo Espiritual de Assiá.

E todas as partes individuais espirituais do Inanimado, Vegetativo e Animado daquele Mundo que são correspondentes à Sefirá de Malchut de Assiá, estão em serviço, e ajudam o Partzuf da Néfesh do homem que ascendeu lá, e que está no nível que a Néfesh os compreende. E esta compreensão se torna como nutrição
espiritual para ela, que lhe dá força para aumentar e crescer ao ponto que ela possa atrair a Luz da Sefirá de Malchut de Assiá com toda a perfeição que é desejada, e possa brilhar dentro do corpo do Humano. E esta Luz completa ajuda a pessoa para que ela possa adicionar mais esforço para fazer seu trabalho com a Torá e Mitzvot, e receber todos os estágios remanescentes.

E nós dissemos (verso 43), que no instante do nascimento do corpo da pessoa, um ponto da Luz da Néfesh nasce e se veste com ela. Assim também, aqui, quando o Partzuf da Néfesh de Kedushá nasce, um ponto de um estágio elevado dela nasce com ele, ou seja, o aspecto da Luz de Ruach de Assiá, que se torna vestido com o interior do Partzuf da Néfesh.

E assim é com todos os estágios. Com cada estágio que nasce, o último aspecto do estágio acima é imediatamente estendido a ele porque esta é toda a conexão entre o elevado e o inferior até o estágio mais elevado. Não há mais nada para expandir nisso.

45) E esta Luz de Néfesh é referida como a Luz do Inanimado da Santidade do Mundo de Assiá, e ela corresponde ao lado purificado da parte Inanimada do Desejo de Receber que existe no corpo da pessoa, como mencionado acima.
Também, a ação de sua iluminação na espiritualidade é semelhante ao aspecto da espécie Inanimada no mundo físico, que nós explicamos acima (Item 35), já que ele não tem qualquer movimento individual de suas partes mas apenas um movimento coletivo que inclui todas as partes igualmente. E é o mesmo com a Luz do Partzuf da
Néfesh de Assiá. Mesmo que tenha 613 membros, que são 613 tipos de Diferenças de Forma nos caminhos de receber a abundância, estas diferenças ainda não podem ser discernidas nele, mas apenas uma Luz geral cuja ação circunda todos eles igualmente, sem reconhecer suas particularidades.

46) E saibam que mesmo que as Sefirot sejam Divinas, e não haja nenhuma dissimilaridade ou diferença da Cabeça de Kéter no mundo de AK até o final da Sefirá de Malchut no Mundo de Assiá, ainda há uma grande diferença do ponto de vista daqueles que recebem. Isto é assim porque as Sefirot tem dois aspectos – o das Luzes e o dos Kelim (vasos) – e a Luz nas Sefirot é a completa Divindade, como mencionado acima. No entanto, os Kelim, que são chamados KACHÁB TUM, não são considerados Divindade em cada um dos três Mundos Inferiores referidos como
Briá, Yetzirá e Assiá. Pelo contrário, eles são como coberturas que ocultam a Luz de Ein Sóf dentro de si mesmas, e elas determinam a taxa e o nível de Sua Iluminação em direção aos receptores, para que cada um deles apenas receba de acordo com o nível de sua pureza.

Deste aspecto, embora a Luz em si é Um, ainda assim nos referimos as Luzes nas Sefirot por termos: NARANCHAY, já que a Luz é dividida de acordo com as propriedades dos Kelim. Porque Malchut é a cobertura mais grossa que oculta a Luz de Ein Sóf, e a Luz que ela transfere dEle para os receptores é apenas uma pequena proporção que é associada ao nível da pureza na parte Inanimada apenas do corpo humano, e portanto ela é chamada Néfesh.

E o Kli de Tiféret é mais puro que o Kli de Malchut, e a Luz que ele transfere de Ein Sóf é associada ao nível de pureza da parte Vegetativa do corpo humano porque ele funciona como mais do que apenas a Luz de Néfesh, e é chamada a Luz de Ruach.

E o Kli de Biná é ainda mais puro que Tiféret, e a Luz que ele transfere de Ein Sóf é associada ao nível de pureza da parte Animal do corpo humano, e é chamada a Luz de Neshamá.

E o Kli de Chochmá é o mais puro de todos, a Luz que ele transfere de Ein Sóf é associada ao nível de pureza da parte Falante do corpo humano, e é chamada a Luz de Chaiá, e sua ação é imensurável, como veremos.

47) Como dissemos acima, no Partzuf de Néfesh que a pessoa ganha pela virtude de se engajar com a Torá e Mitzvot sem Kavaná (intenção) o ponto da Luz de Ruach já está vestido lá. Quando a pessoa se fortalece para engajar com a Torá e Mitzvot com a Kavaná (intenção) própria, ela continua purificando a parte Vegetativa do Desejo de Receber nela, e a esta extensão, ela vai construindo o ponto da Ruach no aspecto de um Partzuf. Então, através das 248 Mitzvot Positivas realizadas com Kavaná (intenção), o ponto expande através de seus 248 membros espirituais. E
através da realização das 365 Mitzvot Negativas, o ponto expande em seus 365 tendões.

E quando completar em todos os 613 membros, ele ascende e veste a Sefirá de Tiféret no Mundo Espiritual de Assiá, que transmite a ele, de Ein Sóf, uma Luz mais significante chamada “a Luz de Ruach”, que é associada com a pureza na parte Vegetativa no corpo humano. Todos os elementos do Inanimado, Vegetativo e Animado no Mundo de Assiá, que são associados com a estatura de Tiféret, apoia o Partzuf de Ruach da pessoa para receber as Luzes da Sefirá de Tiféret com toda sua perfeição, da mesma forma que foi clarificado acima para a Luz de Néfesh. Estude isto. Por esta razão, ele é chamado Vegetativo da Santidade.

E assim a natureza de sua iluminação é a mesma que o Vegetativo físico, que foi explicado acima, na medida em que já tem mudança individual no movimento que pode ser discernida em todo e cada indivíduo membro daquele domínio, independentemente (veja Item 36). E portanto, a Luz do Vegetativo espiritual cujo poder já é grande o suficiente para brilhar em formas especiais sobre todo e cada um dos membros dos 613 membros que estão no Partzuf de Ruach. Todo e cada um deles demonstra uma força que é atribuída àquele membro. E junto com o surgimento do Partzuf de Ruach, um ponto do próximo estágio elevado acima também surge. Este é o ponto da Luz da Neshamá, que está vestida dentro de sua parte interna.

48) E através do engajamento com os segredos da Torá e com os sabores das Mitzvot, purifica a parte Animal do Desejo de Receber que está nela. E à extensão que ela faz isto, ela continua construindo o ponto da Neshamá que está vestida dentro dela com seus 248 membros e 365 tendões. E quando sua construção é concluída e se torna um Partzuf, então ela ascende e se torna a vestimenta da Sefirá de Biná no Mundo Espiritual de Assiá que este Kli é imensuravelmente mais puro que os primeiros Kelim, TUM (Tiféret e Malchut). E portanto ele transfere uma imensa Luz de Ein Sóf, chamada a “Luz de Neshamá”.

E todos os elementos dos aspectos Inanimado, Vegetativo e Animado no Mundo de Assiá, que é associado com a estatura de Biná, são encontrados servindo e apoiando o Partzuf da Neshamá da pessoa para receber suas Luzes perfeitamente da Sefirá de Biná na forma que foi explicada com a Luz de Néfesh; estude isto lá. Ele também é chamado o aspecto Animado da Santidade porque ele se destina à purificação da parte Animada do corpo humano. E esta é a natureza de sua iluminação, como foi explicado em relação às físicas espécies Animadas (veja acima,
Item 37) que dá um sentimento individual a todo e cada um dos 613 membros do Partzuf porque cada um deles está vivo e sente com um senso independente sem depender de todo o Partzuf.

Assim é considerado que os 613 membros nele são 613 Partzufim (plural de Partzuf) que são únicos em diferentes tipos de suas iluminações, cada um em sua própria forma. E a qualidade desta Luz sobre a Luz de Ruach na espiritualidade é como a diferença entre as espécies Animada comparada com o Inanimado e Vegetativo na realidade física. Com o surgimento do Partzuf de Neshamá um Ponto também surge da Luz de Chaiá de Kedushá. Este ponto é vestido com sua parte interna.

49) E depois que já tenha merecido esta grande Luz que é chamada a Luz de Neshamá os 613 membros naquele Partzuf já estão brilhando, cada um deles em uma Luz completa e clara que é única para ele, como um Partzuf especial e único em si. Então a possibilidade é aberta para ele engajar em cada Mitzvá de acordo com seu verdadeiro propósito original porque cada membro no Partzuf de Neshamá brilha nele os caminhos de cada Mitzvá que correlata àquele membro.

Então, capacitado pela grande força daquelas Luzes, ele continua para purificar o aspecto Falante do seu Desejo de Receber e transforma-o em um Desejo de Compartilhar. E a esta extensão, o ponto da Luz de Chaiá, que está vestido nele, continua sendo construído, com seus 248 membros espirituais e 365 tendões espirituais.

Quando ele está completo em um Partzuf inteiro, então ele ascende e reveste a Sefirá de Chochmá no Mundo Espiritual de Assiá. Este Kli é infinito em sua pureza, e portanto passa para ela uma grande e enorme Luz de Ein Sóf, que é chamada a “Luz de Chaiá” ou a Neshamá da Neshamá. E todos os segmentos particulares do Mundo de Assiá, que são o Inanimado, Vegetativo e Animado relacionados à Sefirá de Chochmá, o ajudam a receber a Luz da Sefirá de Chochmá, em toda sua perfeição, como foi explicado sobre a Luz de Néfesh; estude isto (Item 45).

E ele também é chamado o ponto do Falante da Santidade porque ele corresponde à purificação do aspecto Falante da pessoa. E assim é a significância do Falante no IVAF físico, isto é, ela ganha a capacidade de sentir o outro. Ou seja, à extensão da dimensão daquela Luz, à dimensão do Inanimado, Vegetativo e Animado espiritual é como a extensão da dimensão das espécies Faltante física em relação ao Inanimado, Vegetativo e Animado físico. E o aspecto da Luz de Ein Sóf, que é vestida dentro deste Partzuf, é chamada de a “Luz de Yechidá”.

50) Você deve saber que estes cinco aspectos da Luz, NARANCHAY, que foram recebidos do Mundo de Assiá são apenas o NARANCHAY da Luz de Néfesh. Eles não têm realização neles pertencendo à Luz de Ruach porque a Luz de Ruach existe apenas no Mundo de Yetzirá, a Luz de Neshamá existe apenas no Mundo de Briá, a Luz de Chaiá existe apenas no Mundo de Atzilut e a Luz de Yechidá existe apenas no Mundo de AK.

Mas, como dissemos antes, tudo que está em todo o coletivo é também revelado em todo e cada indivíduo nos mínimos detalhes que possam ser detalhados.

Portanto, todos os cinco aspectos de NARANCHAY também existem no Mundo de Assiá, na forma que nós já explicamos, mas eles são apenas NARANCHAY de Néfesh.

E exatamente da mesma forma, todos os cinco aspectos NARANCHAY estão presentes Mundo de Yetzirá, e eles são apenas as cinco partes de Ruach. E também todos os cinco aspectos NARANCHAY existem no Mundo de Briá; eles são as cinco partes da Neshamá. E assim é no Mundo de Atzilut, que são as cinco partes da Luz de Chaiá. Assim é no Mundo de AK que são as cinco partes da Luz de Yechidá. E a distinção entre um Mundo e outro é a mesma como nós explicamos quando discutimos as diferenciações entre cada um dos NARANCHAY do Mundo de Assiá.

51) E saiba que a Teshuvá (arrependimento) e a purificação não são aceitáveis a menos que seja completamente permanente de forma que nunca retorne à sua tolice. De acordo com o verso: “Quando ocorre a Teshuvá?” – “Quando Aquele Que conhece todos os Mistérios testemunha que não retornará a sua tolice novamente”
(De acordo com Salmos 85:9). Assim, foi revelado o que nós já dissemos: Que se uma pessoa purifica a parte Inanimado do Desejo de Receber inerente a si, ela ganha o Partzuf de Néfesh do Mundo de Assiá e ela ascende e veste a Sefirá de Malchut de Assiá.

Isto significa que é certo que esta pessoa merecerá a purificação da parte Inanimado de uma forma completa e permanente, para que não mais retorne à sua tolice. E então ela pode ascender ao Mundo Espiritual de Assiá pois ela tem pureza e absoluta Similaridade de Forma com aquele Mundo.

Quanto ao restante dos estágios que mencionamos que são Ruach, Neshamá, Chaiá e Yechidá de Assiá – deve-se purificar os aspectos Vegetativo, Animado e Falante do seu Desejo de Receber, para que eles possam revestir estas Luzes. Esta purificação não tem que ser completamente permanente, isto é, ao ponto que“Aquele Que Conhece todos os Mistérios, testemunhe que não retornará à sua tolice novamente”.

O motivo para isto é que todo o Mundo de Assiá, com as suas cinco Sefirot KACHÁB TUM, é apenas um aspecto de Malchut, que é associado com a purificação somente do aspecto Inanimado. E as cinco Sefirot são apenas cinco partes de Malchut.

Portanto, porque já mereceu a purificação da parte Inanimado em seu Desejo de Receber, ela já ganhou Similaridade de Forma com todo o Mundo de Assiá. No entanto, toda e cada Sefirá do Mundo de Assiá recebe do aspecto que
corresponde aos Mundos acima de si mesma. Por exemplo, a Sefirá de Tiféret de Assiá recebe do Mundo de Yetzirá, que é totalmente o aspecto de Tiféret; e a Luz de Ruach.

A Sefirá de Biná de Assiá recebe do Mundo de Briá, que é totalmente o aspecto da Neshamá. E a Sefirá de Chochmá de Assiá recebe do Mundo de Atzilut, que é totalmente Chochmá, e a Luz de Chaiá.

Portanto, mesmo se tenha purificado apenas a parte Inanimado permanentemente, no entanto, se ela purificou as outras três partes do seu Desejo de Receber embora não permanentemente, ela pode também receber Ruach, Neshamá e Chaiá de Tiféret, Biná e Chochmá de Assiá embora não permanentemente.

Porque assim que um dos três aspectos de seu Desejo de Receber for despertado novamente, ela perderá estas Luzes imediatamente.

52) Após ela também purificar permanentemente a parte Vegetativa de seu Desejo de Receber, ela então ascende permanentemente ao Mundo de Yetzirá, onde ela permanentemente ganha Luz até o nível de Ruach. Ela pode também obter lá as Luzes de Neshamá e Chaiá das Sefirot de Biná e Chochmá que residem lá, que são consideradas a Neshamá da Ruach e a Chaiá da Ruach, mesmo antes de ter merecido purificar a parte do Animado e Falante, de uma forma absoluta e permanente, como foi explicado no Mundo de Assiá mas apenas não permanentemente. Pois depois te atingir a purificação permanente do Vegetativo do Desejo de Receber dentro dela, ela está também em Similaridade de Forma com todo o Mundo de Yetzirá nas alturas das alturas como foi mencionado acima no Mundo de Assiá.

53) E depois de também purificar a parte Animal do seu Desejo de Receber e transformá-lo em Desejo de Compartilhar, o ponto onde “Aquele Que Conhece todos os Mistérios testemunha que não retornará à sua tolice novamente”, ela já está em Similaridade de Forma com o Mundo de Briá, e ascende e permanentemente recebe até o nível da Luz de Neshamá. Similarmente, ao purificar a parte Falante em seu corpo, ela pode ascender à Sefirá de Chochmá e receber também a Luz de Chaiá que reside lá, embora ainda não tenha purificado permanentemente. Da mesma forma Yetzirá e em Assiá. Mas a Luz, também, não brilha permanentemente para ela, como mencionado acima.

54) E quando merece permanentemente purificar a parte Falante do Desejo de Receber, ela então ganha Similaridade de Forma com o Mundo de Atzilut e ascende e recebe lá a Luz de Chaiá permanentemente. E quando ela ganha mais, ela merece a Luz de Ein Sóf e a Luz de Yechidá que se veste na Luz de Chaiá. E não há necessidade de acrescentar neste ponto.

55) E nisto foi bem explicado o que nós discutimos acima (no Item 41), quando perguntamos porque a pessoa deveria conhecer todos estes Mundos Superiores que o Criador criou para ela. E qual a necessidade que o ser humano tem deles? Agora você pode ver que não é possível para uma pessoa dar prazer ao seu Fazedor sem ser ajudada por todos estes Mundos.

E à extensão que ela purifica seu Desejo de Receber, ela atingirá as Luzes e estágios de sua alma que são chamados NARANCHAY. E cada estágio que ela atinge, as Luzes daquele estágio a ajudam em sua purificação, e assim ela ascende em seus estágios até que ela mereça atingir os prazeres da Essência do propósito do Pensamento da Criação, como foi mencionado acima (no Item 33).

E isto é o que está dito no Zohar (Noach, verso 63) sobre a passagem: “Aquele que vem para se purificar recebe ajuda. E ele pergunta: De que forma ele é ajudado? E a resposta é que ele está sendo ajudado com a santa alma”, estude lá. Isto é porque não é possível atingir a purificação desejada pelo Pensamento da Criação, apenas através da ajuda de todos os níveis NARANCHAY de nossa alma.

56) Nós devemos saber que todos estes NARANCHAY de que falamos até agora são as cinco partes pelas quais toda a realidade está dividida. De fato, tudo que se aplica à totalidade do coletivo se aplica mesmo aos menores detalhes da realidade, como mencionamos acima (no Item 42). Por exemplo, mesmo no aspecto do Inanimado de Assiá espiritual somente é possível conceber lá todos os cinco aspectos NARANCHAY, que são relacionados aos cinco aspectos NARANCHAY do coletivo.

Neste sentido, não é possível atingir mesmo a Luz do Inanimado em Assiá a menos que seja através das quatro partes do trabalho mencionadas acima. Isto significa que não há uma pessoa entre os Israelitas que possa se absolver de engajar com todas elas, de acordo com seu nível. Ela precisa engajar na Torá e Mitzvot com a Kavaná (intenção) apropriada para receber a Ruach de acordo com o seu nível. E ela precisa engajar com os Segredos da Torá de acordo com o seu nível para receber o aspecto da Neshamá de acordo com o seu nível. E é o mesmo no caso dos Ta’amim
(Sabores) por trás das Mitzvot porque mesmo a menor Luz na Santa Realidade não pode ser completa sem eles.

57) Disto você entenderá a aridez e a escuridão que nos sobreveio nesta geração, das quais não foram ouvidas em qualquer geração anterior a nossa. Isto é porque mesmo aqueles que trabalham com o Criador abandonaram o envolvimento com os segredos da Torá.

O Rambam (Rabi Moshe ben Maimôn, ou o Maimônides) surgiu com uma verdadeira parábola sobre isto. Ele disse que em uma linha de 1000 pessoas cegas andando ao longo da estrada, se houver ao menos uma pessoa com visão nítida em sua frente, eles certamente seguirão o caminho certo sem cair em quaisquer armadilhas ou redes porque eles estão seguindo a pessoa com visão nítida em sua frente. Mas faltando esta pessoa, não há dúvida que eles tropeçarão sobre tudo que reside em seu caminho e cairão em um poço de desespero.

Então este é o caso diante de nós: Se ao menos aqueles que trabalham com o Criador engajassem com o significado interior da Torá e estendessem uma Luz completa de Ein Sóf, todos os membros da nossa geração os teriam seguido, e todos estariam seguros em seu caminho, de que não cairiam. Mas quando, mesmo aqueles que trabalham com o Criador, se esquivaram desta sabedoria, não é surpreendente que toda a geração tenha falhado por causa deles. No entanto, devido a minha grande tristeza, eu não posso falar sobre este assunto em grande extensão.

58) No entanto, eu sei a razão: É principalmente porque a fé em geral diminuiu, especificamente a fé nos grandes santos, nos sábios das gerações. Além disso, O Zohar e os livros de Cabalá estão cheios de expressões físicas, e isto causou grande temor entre todos que eles iriam perder mais do que ganhar, porque, Deus proíba, poderia fazê-los falhar com imagens de escultura. E isto é o que me motivou a escrever um comentário suficiente nos Escritos do Ari, e agora do Santo Zohar, pelos quais eu removi completamente este temor. Pois eu expliquei, e provei claramente, a alegoria espiritual de cada assunto, que é abstrato além de qualquer semelhança física, além de tempo e espaço, como aqueles que estudam perceberão.

Isto para permitir que todo o povo de Israel estude O Zohar e se aqueçam na Santa Luz.

E eu chamei este comentário o Sulam (Escada) para mostrar que o propósito do meu comentário é apenas como qualquer outra escada. Se você tem um sótão que está cheio de todos os tipos de objetos de valor, tudo que te falta é uma “escada” para subir, e então, os deleites de todo o mundo estarão em suas mãos. Mas a escada não é a meta em si porque se você parar nos degraus da escada e não entrar no sótão, então seu propósito não será concluído.

Assim é com meu comentário no Zohar. Para explicar suas palavras, que são mais profundas que qualquer profundeza, até o final, expressões como esta não foram criadas. Em todo caso, nesta minha explicação, eu pavimentei uma estrada e abri um portão para todos os seres humanos serem capazes de ascender através dele
e irem profundamente e examinar o próprio Zohar, porque apenas então meu propósito de criar este comentário será concluído.

59) E todos aqueles que são familiares com o Santo Zohar, isto é, aqueles que entendem o que está escrito nele, unanimemente concordaram que o santo livro do Zohar foi composto pelo Tana (sábio divino do Talmud) Rabi Shimon bar Yochai.

As exceções a isto são aqueles que estão distantes desta sabedoria, alguns dos quais têm dúvidas em relação a esta atribuição. Eles tendem a dizer, baseado em histórias fabricadas por aqueles que se opõem a esta sabedoria, que seu autor é o cabalista Rabi Moshe de Leon (por volta de 1250-1305) ou outros de seus contemporâneos.

60) Quanto a mim, desde o dia em que fui agraciado, pela Luz do Criador, a olhar brevemente este livro sagrado, nem mesmo me ocorreu questionar sua origem. Isto é pelo simples motivo que devido ao conteúdo do livro, eu senti em meu coração a grandeza do Tana Rashbi que se elevou muito acima de todos os outros Tanaim (plural de Tana). E se tivesse ficado completamente claro para mim que o autor tinha um nome diferente, tal como Rabi Moshe de Leon etc., então minha apreciação por tal homem, Rabi Moshe de Leon, teria crescido para ser mais do que minha apreciação por todos os santos Tanaim, inclusive Rashbi.

Na verdade, julgando pela profundidade da sabedoria no livro, se eu tivesse encontrado uma evidência clara que seu autor era um dos 48 profetas, teria sido muito mais fácil para mim aceitar em meu coração do que atribuí-lo a um dos Tanaim. E ainda mais, se eu tivesse encontrado que nosso grande Mestre, Moisés, tivesse recebido no Monte Sinai do Próprio Criador, então minha mente estaria em completa tranquilidade porque tal obra é digna dEle e cabe a Ele tê-la criado.

Portanto, porque eu tive o privilégio de escrever uma explicação apropriada que está no nível de qualquer um interessado em estudar, para que sejam capazes de entender um pouco do conteúdo do livro, eu penso que nisto eu me eximi completamente de me incomodar mais e me colocar nesta questão, porque qualquer um que tenha estudado O Zohar não pode mais duvidar da presunção que seu autor é ninguém menos que o Tana Rashbi.

61) Isto levanta outra questão: “Por que o Livro do Zohar não foi revelado para as primeiras gerações, que eram indubitavelmente de maior significância que as gerações mais recentes e eram mais dignas dele?” Ao mesmo tempo, temos que perguntar: “Por que a explicação do Livro do Zohar não foi revelada até a época do Ari e não para os cabalistas que vieram antes dele?” E a pergunta que supera todas as outras perguntas: “Por que as explicações das palavras do Ari, assim como das palavras do Zohar dos dias do Ari, não foram reveladas até a nossa geração?” (Estude minha Introdução ao Livro Panim Masbirot [Face Acolhedora] sobre a Árvore da Vida no verso 8, começando com as palavras: “E está escrito…” Estude isto bem.)

Isto levanta a questão: “A nossa geração é apta para ela?” E a resposta é que o mundo, durante os 6000 anos de existência, é como um Partzuf, que tem três terços: Rosh (cabeça), Toch (interior) e Sóf (fim), que são, CHABAD (Chochmá, Biná e Dáat), CHAGAT (Chéssed, Gvurá e Tiféret) e NEH”Y (Netzach, Hod e Yessód). E isto é o que nossos sábios disseram: Dois milênios de Tohu (caos), dois milênios de Torá e dois milênios dos dias do Messias” (Tratado Sanhedrin 97a).

Porque nos primeiros dois milênios, que são referidos como Rosh e CHABAD, as Luzes eram muito pequenas e eram consideradas como Rosh sem Guf (corpo), que apenas tem as Luzes de Néfesh. Isto é porque há uma relação inversa
entre os Kelim (vasos) e as Luzes. Pois nos Kelim, a regra é que primeiro os Kelim crescem em cada Partzuf, e com relação às Luzes, é o contrário: As Luzes inferiores são revestidas dentro do Partzuf primeiro.

E assim ocorre que enquanto os Kelim são apenas os superiores, ou seja, os Kelim de CHABAD, eles se tornam apenas a veste das Luzes de Néfesh, que são as Luzes mais inferiores. E isto é o que eles queriam dizer quando disseram que os primeiros dois milênios são considerados Tohu. E nos segundos dois milênios do mundo, que são o aspecto dos Kelim de CHAGAT, a Luz de Ruach desceu e revestiuse no mundo que é considerado como Torá. E por isso disseram que os dois milênios do meio são Torá. E os últimos dois milênios são os Kelim de NEH”YM (Netzach,
Hod, Yessód e Malchut), e portanto naquele tempo a Luz de Neshamá reveste o mundo, sendo a maior Luz, pois estes são os dias do Messias.

Esta é também a forma como funciona em cada Partzuf individual. Assim, nos Kelim de CHABAD, CHAGAT, através do seu Chazê (peito), as Luzes são encobertas e elas não começam a brilhar as reveladas Chassadim (Misericórdias), isto é, a revelação da iluminação da Luz de Chochmá Sublime, mas apenas do Chazê para baixo; ou seja, em seu NEH”YM. E esta é a razão pela qual antes dos Kelim de NEH”YM começassem a aparecer no Partzuf do Mundo, que se refere aos últimos dois milênios, a Sabedoria do Zohar em geral e a Sabedoria da Cabalá em particular foram ocultas do mundo.

Mas durante o tempo do Ari, quando o tempo de conclusão dos Kelim que estão abaixo do Chazê estava se aproximado, então a iluminação da Sublime Chochmá foi revelada em uma forma oculta pela alma do divino Rabi Isaac Luria, que estava pronto para receber esta grande Luz. E portanto ele revelou os princípios do Livro do Livro do Zohar e também a Sabedoria da Cabalá ao ponto que ele ofuscou todos os Rishonim (Antigos Sábios) que o precederam.

No entanto como estes Kelim ainda não estavam totalmente completos (já que ele faleceu no ano 5332 (1572 dC.), como sabemos), portanto o mundo ainda não era digno para que suas palavras fossem reveladas. E suas santas palavras foram dadas apenas a uns poucos escolhidos, que não receberam permissão de revela-las para o mundo.

E agora nesta nossa geração, já que nós estamos muito próximos do fim dos últimos dois milênios, a permissão foi portanto agora concedida para revelar suas palavras e as palavras do Zohar ao mundo, a uma grande e importante medida. Desta forma, desta nossa geração em frente, as palavras do Zohar serão cada vez mais e mais
reveladas até que sua total e completa extensão seja revelada de acordo com a vontade do Criador.

63) E portanto você entenderá que na verdade, não há fim ao nível de grandeza das primeiras gerações sobre as mais recentes. Esta é a regra com relação a todos os Partzufim dos Mundos e as almas: Que aquilo que é pristino é purificado primeiro no Partzuf. E portanto, os Kelim de CHABAD foram purificados primeiro no Mundo e as almas também, e portanto as almas dos primeiros dois milênios eram infinitamente superiores.

Todavia, elas não eram capazes de atingir a estatura da Luz completa porque as partes inferiores estavam faltando do Mundo e de si mesmas; estas são CHAGAT NEH”YM, como mencionado acima.

E posteriormente, nos dois milênios do meio, quando os Kelim de CHAGAT foram refinados para o Mundo e as almas, as almas de seu próprio aspecto ainda eram extremamente puras. Devido a qualidade dos Kelim de CHAGAT estar muito próximo aos de CHABAD (como mencionado no Zohar, Prólogo, página 11, começando com as palavras: “E o que…”). Todavia as Luzes ainda estavam ocultas no mundo porque os Kelim do Chazê Abaixo estavam faltando do mundo e também das almas.

Consequentemente, em nossa geração, embora a essência das almas seja o pior que possa ser, que é o porquê elas não puderam ser refinadas à santidade até este dia, elas ainda são aquelas que completarão o Partzuf do Mundo e o Partzuf de todas as almas, enquanto nos referimos aos Kelim e o trabalho pode ser completado apenas por elas.

Porque agora que os Kelim de NEH”Y estão completos, e agora que nós temos todos os Kelim: Rosh, Toch e Sóf do Partzuf, todas as estaturas completas das Luzes no Rosh, Toch e Sóf são atraídas para todos aqueles que são dignos delas, ou seja, o completo NARA”N como foi mencionado anteriormente. E portanto, apenas com a conclusão destas almas inferiores podem as Luzes Superiores ser reveladas, e não antes disto.

64) Na verdade, esta pergunta já existe nas palavras dos sábios (no Tratado Berachot, página 20a): “Rabi Papa disse ao Abayei: ‘O que era diferente sobre os antigos para os quais milagres ocorreram, e qual é a nossa diferença para os quais os milagres não ocorrem?’ É devido ao seu estudo? Porque no tempo do Rabi Yehuda, todos os seus estudos estavam confinados ao Nezikin, e nós estudamos todos os seis Tratados (da Mishná), e quando o Rabi Yehuda mergulhou em Uktzin… ele costumava dizer, ‘eu vi aqui todas as dificuldades do Rabi e Shmuel. Enquanto nós
estudamos treze versões de Uktzin e ainda quando Rabi Yehuda meramente removia seu sapato, a chuva cairia imediatamente. Enquanto nós nos afligimos e gritamos (nas orações), e ninguém presta atenção em nós!’ Ele respondeu: Os antigos costumavam estar prontos para sacrificar suas vidas pela santidade do Nome etc.”

Fim da citação, Estude isto bem.

Assim, embora tanto aquele que perguntou quanto aquele que respondeu era muito claro que os antigos eram mais importantes que eles, em relação à Torá e a Sabedoria, Rabi Papa e Abayey eram mais importantes que os Rishonim (Antigos Sábios). É claro que embora as gerações antigas fossem mais importantes que as últimas gerações quanto a essência de suas almas como mencionado acima, porque o pristino é purificado primeiro para vir até o Mundo, porém, a sabedoria da Torá se revela mais e mais nas últimas gerações. Isto é devido ao que nós dissemos: que
porque a estatura geral está atualmente sendo completada especificamente pelos últimos, portanto Luzes mais completas estão sendo estendidas até eles, embora sua própria essência seja extremamente pior.

65) E nós não devemos questionar, baseado nisto, por que é proibido disputar com os antigos sobre a Torá revelada. O ponto é que na medida que a conclusão da parte da ação das Mitzvot é oposta, porque os antigos eram mais
completos nelas que os mais recentes. Isto é porque o aspecto da ação se estende dos sagrados Kelim das Sefirot, enquanto que os Segredos da Torá e os Ta’amim (Sabores) por trás da Mitzvá estendem das Luzes das Sefirot.

Como nós já sabemos, há um relacionamento inverso entre os Kelim e as Luzes: Nos Kelim, os superiores crescem primeiro (como mencionamos acima no Item 62), que é o porquê os Rishonim (Antigos Sábios) eram mais perfeitos com relação à prática do que os últimos. Isto não é assim com relação às Luzes, onde as inferiores entram primeiro, e portanto os inferiores são mais completos com elas do que os Rishonim (Antigos Sábios). Entenda isto bem!

66) Saiba que tudo tem um aspecto interior e um exterior. Na totalidade do mundo os Israelitas – os descendentes de Abraão, Isaac e Jacó – são considerados a interioridade do mundo, e as 70 nações são consideradas a exterioridade do mundo.

E também entre os Israelitas existe a interioridade, que são aqueles que realizam completamente o trabalho com o Criador, e a exterioridade, que são aqueles que não são devotos ao trabalho com o Criador. Similarmente, entre as Nações do Mundo, há a interioridade, que são os Justos das Nações, e a exterioridade, que são os rudes e prejudiciais neles etc.

Mesmo entre os Israelitas que trabalham com o Criador, há a interioridade, que são aqueles que merecem entender a alma da interioridade da Torá e seus segredos, e a exterioridade, que são aqueles que lidam apenas com a parte prática da Torá.

E da mesma forma, todas as pessoas de Israel tem a interioridade, que é o aspecto de Israel nelas, que é o segredo do Ponto no Coração. E há também uma exterioridade, que é o aspecto das Nações do Mundo nelas que é o próprio corpo.

Mas mesmo o aspecto das Nações do Mundo neles é considerado como prosélitos; já que são anexados à interioridade, eles são como prosélitos justos das Nações do Mundo que vieram e se anexaram aos Israelitas.

67) E quando uma pessoa de Israel valoriza e dignifica o aspecto da sua interioridade, que é o aspecto de Israel dentro dela, sobre sua exterioridade, que é o aspecto das Nações do Mundo nela – isto é, quando ela gasta mais do seu esforço e trabalho para aumentar e elevar o aspecto da interioridade dentro dela para o benefício de sua alma, e menos esforço, apenas para o nível necessário, para a existência do aspecto das Nações do Mundo dentro dela, isto é, para as necessidades corporais, como dissemos em Pirkei Avot [Ética dos Pais]: “Faça tua Torá permanente e teu trabalho temporário”. Assim, através de suas ações tanto na interioridade quanto na exterioridade de todo o mundo, faz com que os Filhos de Israel continuem aumentando em sua perfeição mais e mais, para que as Nações do
Mundo, que representam a exterioridade do mundo como um todo, reconheçam e apreciem o valor dos Filhos de Israel.

E se, Deus proíba, o oposto acontece, que um indivíduo de Israel enfatiza e dá mais importância ao aspecto de sua exterioridade, que é o aspecto das Nações do Mundo dentro dele, sobre o aspecto Israelita dentro dele, então, como é dito: “O Estranho que está no meio de ti” (Deuteronômio 28:43) isto é, a exterioridade dentro de ti, “montará sobre ti mais e mais; e você…” em si mesmo, ou seja, sua interioridade, que é o aspecto do Israelita em você, “…descerá mais e mais”. E assim, através de suas ações, ele causa a exterioridade do mundo em geral, que são as Nações
do Mundo, para se elevar mais e mais, e superar os Israelitas e humilhá-los ao chã; e os Filhos de Israel, que são a interioridade do mundo, descem mais e mais, Deus proíba.

68) E isto não deve te surpreender que um indivíduo pode, através de suas próprias ações, causar qualquer elevação ou declínio ao mundo inteiro. É uma lei imutável que o coletivo e o indivíduo são iguais um ao outro como duas gotas de água, e tudo que se aplica ao coletivo também se aplica ao indivíduo. São os indivíduos que fazem o coletivo fazer o que faz. Isto é porque o coletivo será percebido apenas após os indivíduos dentro tiverem se manifestado, de acordo com a quantidade e qualidade dos indivíduos. Então certamente a ação do indivíduo, de acordo com o seu valor, causa com que todo o coletivo a ou se elevar ou declinar.

Através disto, ficará claro para você o que nós aprendemos no Zohar: que através do nosso envolvimento com o Zohar e com a Sabedoria da Verdade, eles serão recompensados com a saída do exílio em completa redenção (Tikunim, fim do Tikun nº. 6). Aparentemente, qual é a conexão entre estudar o Zohar e a redenção dos
Israelitas dentre as nações?

69) Pelo que foi explicado, é claramente compreendido que mesmo a Torá tem interioridade e exterioridade, assim como o mundo como um todo. Portanto, uma pessoa que se engaja com a Torá também tem estes dois aspectos. E conforme ela aumenta seu esforço no aspecto interior da Torá e seus segredos, então ao mesmo nível ela causa a qualidade da interioridade do mundo, que são os Israelitas, para continuar ascendendo e elevando bem acima da exterioridade do mundo, isto é, as Nações do Mundo. E todas as nações irão concordar e reconhecer a qualidade dos
Israelitas sobre eles, ao ponto onde as passagens das escrituras sejam cumpridas: “E as nações os tomarão e lhes levarão ao seu lugar, e eles estabelecerão a Casa de Israel na terra do Senhor”, etc. (Isaías 14:2), assim como a seguinte passagem: “Assim disse o Senhor: Eis, Eu erguerei Minha mão às nações, e levantarei Meu sinal aos povos: e eles trarão seus filhos em seus seios, e suas filhas serão carregadas sobre seus ombros” (Isaías 49, 22).

Mas se, Deus proíba, o oposto acontecer, que a pessoa dentre os Israelitas degrade a importância da interioridade da Torá e seus segredos, que trata com os caminhos das nossas almas e seus níveis assim como com nossa mente e raciocínio por trás de cada uma das Mitzvot, em favor de louvar a virtude da exterioridade da Torá, que trata apenas com os aspectos práticos, e mesmo se ela engajar com a interioridade da Torá, mas devotar a ela apenas uma pequena porção do seu tempo, quando não é nem dia nem noite, como se ela fosse, Deus proíba, algo que não tem
valor, nisto, esta pessoa está causando a interioridade do mundo, que são os Israelitas, a caírem mais e mais, e faz com que a exterioridade do mundo, que são as Nações do Mundo, cada vez mais fortes para que eles humilhem os Israelitas e os ponham em vergonha, e considerem os Israelitas como algo supérfluo no mundo e que o mundo não lhes necessita, Deus proíba.

Além disso, através disto, eles até mesmo causam com que a exterioridade das Nações do Mundo cresça em força sobre sua própria interioridade porque os piores das Nações do Mundo, que são os malfeitores e os destruidores do mundo, crescem mais forte e se elevam cada vez mais acima da sua interioridade, que são os Justos dentre as Nações do Mundo. E então eles cometem todas as suas destruições e massacres horrendos, que as pessoas de nossa geração testemunharam, que o Criador nos proteja daqui em diante. Isto demonstra para você que a redenção e toda a virtude dos Israelitas dependem do estudo do Zohar e a interioridade da Torá.

Por outro lado, toda a destruição e todo o declínio dos Israelitas aconteceu porque eles negligenciaram a interioridade da Torá e degradaram sua virtude cada vez mais baixo e lhe transformou, Deus proíba, em algo que não é necessário.

70) E isto é o que foi dito nos Tikunim do Zohar [em negrito] (Tikun 30, segundo caminho), que diz: “Levantem e despertem pelo bem da Shechiná, pois vosso coração carece do entendimento para conhecer Ela, que Ela está em teu
meio”. Despertem e elevem-se pelo bem da Santa Shechiná, pois vós tendes um coração vazio, sem o entendimento de conhecer e compreender Ela, embora Ela esteja em teu meio. O significado secreto disto é, “Uma voz diz, Clama!” (Isaías 40:6) como em “Clama agora, há alguém que te responderá? E para quais dos santos te tornarás?” (Jó 5:1) E Ela diz, “O que devo clamar? Toda carne é palha seca” (Isaías 40:6), isto é, eles são todos como bestas que comem palha. “E toda sua bondade é como a flor do campo”. (Ibid) Cada ato de bondade que eles fazem, eles fazem para
si mesmos. E mesmo aqueles que engajam com a Torá, toda a bondade que eles realizam, eles fazem apenas para si mesmos”.

E o segredo da passagem: “Uma voz diz, Clama!” (Isaías 40:6) é que uma voz bate dentro do coração de todo e cada Israelita para clamar e orar pela elevação da Santa Shechiná, que são as almas coletivas de todos os Israelitas (e há evidência da passagem, “Clame agora, há alguém que te responderá?” (Jó 5:1) este “clamor” se
refere à oração).

Mas a Shechiná diz, “O que devo clamar?” (Isaías 40:6) Em outras palavras, eu não tenho poder para me elevar do pó porque “toda carne é palha seca” (Ibid), todos são como bestas comendo grama e palha, isto é, eles fazem suas Mitzvot sem qualquer entendimento, assim como bestas, “E toda sua bondade é como uma flor do campo,” (Ibid) e todo ato de bondade que eles fazem, é apenas para si mesmos, ou seja, que todas as Mitzvot que eles cumprem são feitas sem qualquer intenção de dar prazer ao Criador, pelo contrário eles realizam as Mitzvot apenas para beneficiar
a si mesmos.

“E mesmo aqueles que engajam com a Torá, cada ato de bondade que eles fazem, eles fazem para si mesmos”, mesmo os melhores deles, que dedicaram seu tempo em se envolver com a Torá, fizeram isto apenas para beneficiar seu próprio eu sem a própria intenção de dar prazer ao seu Fazedor.

Naquele tempo, está escrito sobre esta geração: “Uma Ruach (Espírito) partiu e nunca retorna ao mundo.” (Salmos 78:39) e este é o Espírito do Messias, que tem que redimir os Israelitas de todos os seus problemas até que eles atinjam a completa redenção para cumprir a passagem das escrituras: “Pois a terra será cheia do conhecimento do Criador etc.” (Isaías 11:9) Este Espírito desapareceu e partiu, e não brilha no mundo.

Ai daquelas pessoas que fazem desaparecer e abandonar o mundo, e nunca retornar, porque eles fazem a Torá seca, e eles não querem se engajar na sabedoria da Cabalá. Ai destas pessoas que fazem o Espírito do Messias desaparecer e
abandonar o mundo, e nunca serão capazes de retornar. Eles são aqueles que fazem a Torá seca porque eles não querem se engajar com o estudo da Sabedoria da Cabalá.

Isto é, sem qualquer “umidade” da Sabedoria e conhecimento. Isto é porque eles se restringem apenas à parte prática da Torá. E eles não querem fazer um esforço e entender a Sabedoria da Cabalá, conhecer e ganhar a Sabedoria nos Segredos da Torá assim como nos Ta’amim (Sabores) da Mitzvá. Ai daqueles que através destas ações, causam a pobreza, guerras, roubos, saques, matanças e destruição no mundo. Fim da citação.

71) E o significado de suas palavras, como nós explicamos, é que existem aqueles que engajam com a Torá e ainda desprezam sua própria interioridade e a interioridade da Torá, colocando ela de lado com algo que não é necessário no mundo e engajam com ela apenas nos momentos em que não é nem dia nem noite, e eles são, com isto, cegos que estão buscando uma parede. Com isso, eles aumentam sua própria exterioridade, isto é, seus benefícios corporais.

Eles também consideram a exterioridade da Torá mais do que consideram a interioridade da Torá. Através
destas ações, eles provocam o aumento e fortalecimento de todos os aspectos exteriores no mundo sobre os aspectos interiores no mundo, todos de acordo com sua própria essência, porque o exterior do coletivo dos Israelitas, isto é, os ignorantes entre eles que não são educados, é fortalecido e cancela a interioridade do coletivo dos Israelitas que são os grandes na Torá.

E também a exterioridade das Nações do Mundo, que são aqueles dentre eles que espalham destruição, se tornam mais fortes e anulam sua interioridade, que são os Justos das Nações. E também a exterioridade do mundo inteiro, que são as Nações do Mundo, se tornam mais fortes e anulam os Israelitas, que são a interioridade do
mundo.

E em tal geração, todos aqueles que espalharem destruição entre as Nações do Mundo levantarão suas cabeças e principalmente desejarão destruir e matar os Filhos de Israel. Isto é como nossos sábios disseram (Tratado Yevamot pg. 63): “Devastação vem ao mundo apenas por conta dos Israelitas”. Isto significa, como foi dito acima nos Tikunim, que eles causam a pobreza, guerras, roubos, matanças e destruição no mundo inteiro.

E de fato nós temos, devido aos nossos muitos pecados, testemunhado tudo que foi dito naqueles Tikunim, e no topo disto, o atributo do julgamento severo atingiu os melhores de nós. Como foi dito (Tratado Bava Kama pg. 60):
“Calamidade… sempre começa com os justos primeiro”. E de toda a glória que os Israelitas tinham nos países da Polônia e Lituânia etc., tudo que permaneceu foram remanescentes que estão em nossa Terra Santa.

Então de agora em diante, cabe a nós, os sobreviventes da destruição, corrigir esta severa distorção. E todo e cada um de nós, os remanescentes, deve tomar sobre si mesmo, com todo seu coração e com todo seu ser, para melhor daqui em diante a interioridade da Torá e dar a ela seu devido lugar como mais importante que a parte exterior da Torá. Então todo e cada um de nós irá merecer o melhoramento da qualidade de sua própria interioridade, isto é, a qualidade do Israelita dentro dele, que se refere às necessidades da alma mais do que as necessidades do eu exterior,
que é o aspecto das Nações do Mundo nele, que alude às necessidades corporais.

E este poder atingirá a totalidade dos Israelitas ao ponto onde mesmo os iletrados e incultos entre nós irá reconhecer e conhecer a superioridade e excelência dos grandes dos Israelitas e irão lhes escutar e seguir. E a interioridade das Nações do Mundo, que são os Justos das Nações do Mundo, se tornará mais forte e vencerá a exterioridade, que são os propagadores da destruição.

E desta forma, a interioridade do mundo, que são os Israelitas, aumentará em toda sua superioridade e excelência sobre a exterioridade do mundo, que são as Nações. E então todas as Nações do Mundo conhecerão e admitirão a vantagem que os Israelitas tem sobre eles. E eles cumprirão a passagem das escrituras: “E os povos os tomarão e os levarão ao seu lugar, e eles estabelecerão os Israelitas sobre a terra do Criador etc.” (Isaías 49:22) E isto é o que quer dizer a passagem do Zohar, Naso (verso 90) página 124b, que diz: E através desta tua composição, que é o Livro do
Zohar etc., eles sairão do exílio com misericórdia, como explicado. Amén, que assim seja.

4 Nota do tradutor: Pela Néfesh ele quer dizer o primeiro grau em NARANCHAY.
5 Nota do tradutor: Mitzvot Positivas são preceitos que você tem que realizar em ação, e Mitzvot Negativas são preceitos que você tem que guardar ao evitar certas ações.

UMA ORAÇÃO ANTES DE UMA ORAÇÃO

Do livro “Cabala Para o Estudante”

Que seja do Teu agrado, Senhor, Deus dos nossos pais, que ouve o clamor dos apelos e ouve a voz das orações do Teu povo, Israel, com misericórdia, preparar os nossos corações, criar os nossos pensamentos e enviar as nossas orações nas nossas bocas. Empresta o Teu ouvido à voz da oração dos Teus servos, que rezam a Ti com clamor e um espírito quebrado.

Tu, Deus misericordioso, com a Tua grande misericórdia e benevolência, perdoa, desculpa, e expia por nós e por todo o Teu povo, Casa de Israel, tudo o que temos pecado, pervertido, condenado e transgredido diante de Ti.

É sabido por Ti que não é, de todo, com rebelião e engano que Te temos desafiado, e as palavras da Tua lei e os Teus Mandamentos. Pelo contrário, é a perpétua, incansável, inclinação ardente dentro de nós que nos leva à luxúria deste
modesto mundo e suas vaidades. Desorienta constantemente as nossas mentes, mesmo quando queremos rezar perante Ti e suplicar pelas nossas almas. Vez após vez, confunde os nossos pensamentos com os seus estratagemas. E não conseguimos levar a melhor sobre isso, porque as nossas mentes e razões têm crescido de forma tão fraca que a força para resistir secou, devido aos problemas, às dificuldades e à passagem do tempo.

Portanto, Tu, ó Deus Misericordioso e Clemente, faz por nós como Tu prometeste através do Teu crente: “E Eu serei gracioso a quem Eu for gracioso, e mostrarei misericórdia a quem Eu mostrar misericórdia”. Os nossos sábios disseram:

“Embora não seja decente e não seja digno”, pois este é o Teu caminho: ser bom para os maus e para os bons. Os nossos suspiros, a nossa tristeza e as nossas conversas sobre a nossa incapacidade de nos aproximarmos mais do Teu trabalho, para verdadeiramente nos unirmos a Ti, são todos conhecidos por ti. Ai das nossas almas, de facto, ai de nós.

Pai Nosso no Céu, desperta agora a Tua grande e graciosa misericórdia sobre nós, bane e arranca a nossa inclinação ao mal de dentro de nós, e repreende-a de forma a que nos deixe e não nos distraia do Teu trabalho. Não deixes nenhum pensamento mau crescer nos nossos corações, quando estamos acordados e no sonho noturno também, e especialmente quando estamos em oração perante Ti ou quando estudamos a Tua lei. E enquanto nos envolvemos nos Teus mandamentos, permite que os nossos pensamentos sejam verdadeiramente claros, lúcidos, sólidos
e tão fortes quanto a Tua boa vontade para conosco.

Desperta os nossos corações e os corações de todos os de Israel, o Teu povo, para unirmo-nos Contigo verdadeiramente e com amor, para sinceramente Te servirmos, como agrada o Teu Trono. E fixa a Tua Fé nos nossos corações para todo o sempre, e deixa a Tua Fé ficar presa aos nossos corações como uma estaca que não
cairá, e remove todas as telas que nos separam de Ti.

Pai Nosso no Céu, salva-nos de todas as falhas e erros, não nos deixes, não nos abandones e não nos envergonhes. Está presente nas nossas bocas quando falamos, nas nossas mãos quando trabalhamos e no nosso coração quando
pensamos. Concedei-nos, Pai Nosso no Céu, Deus Misericordioso, dedicarmos os nossos corações, os nossos pensamentos, as nossas palavras e as nossas ações, e todos os nossos movimentos e sentimentos, os que conhecemos e os que não conhecemos, os revelados e os ocultos, a Ti somente, sinceramente, sem qualquer pensamento
malicioso.

Purifica os nossos corações e santifica-nos; verte sobre nós água pura e purifica-nos com o Teu amor e compaixão, e planta o Teu amor e temor nos nossos corações para sempre, sem fim, em todos os momentos e em todos os lugares:
quando caminhamos, quando nos deitamos, e quando nos elevamos. E permite que o espírito da Tua Santidade arda sempre dentro de nós.

Nós contamos sempre Contigo, com a Tua grandeza, o Teu amor, o temor de Ti, a Tua Lei, escrita e oral, revelada e escondida, e os Teus Mandamentos, para nos unirmos com o Teu Poderoso e Terrífico Nome. E protege-nos de enviesamento, orgulho, raiva e pedantismo, tristeza, bisbilhotice e outros vícios, e de tudo o que diminui o Teu Sagrado e Puro Trabalho, que tanto cuidamos.

Transmite-nos o espírito da Tua Santidade para que consigamos abrir caminho até Ti e ansiar por Ti sempre, cada vez mais e mais. E eleva-nos de grau para grau, para que possamos chegar ao mérito dos nossos santos pais: Abraão, Isaac e Jacó. Que a sua virtude nos ajude e Tu ouvirás a voz das nossas orações, pelo que obteremos sempre resposta quando rezarmos a Ti, por nós ou por qualquer um do Teu povo, Israel, um ou muitos.

Alegra-Te e tem orgulho de nós, e daremos frutos Acima e raízes abaixo. E não recordes os nossos pecados, especialmente os pecados da nossa juventude, como o rei David disse: “Não recordes os pecados da minha juventude, nem as minhas transgressões”. Transforma as nossas transgressões e pecados em méritos, e revela
dentro de nós (a partir do mundo do arrependimento) pensamentos sinceros de regresso a Ti, para corrigirmos o que temos manchado nos Teus Sagrados e Puros Nomes.

Salva-nos da inveja entre nós, e não deixes que a inveja por outros entre nos nossos corações, nem a inveja de outros por nós. Antes, deixa que os nossos corações vejam as virtudes dos nossos amigos, e não as suas falhas. E deixa que falemos uns com os outros de uma forma que seja decente e digna perante Ti, e não permitas que qualquer ódio de um por outro se desenvolva, Deus proíba.

Fortalece os nossos laços de amor por Ti, conhecidos que são por Ti, que tudo será para trazer-Te prazer. Este é o nosso objetivo principal. E caso não tenhamos a sagacidade de apontarmos os nossos corações para Ti, Tu ensinar-nosás, para que possamos realmente conhecer o objetivo da Tua boa vontade.

E por tudo isso, Deus Misericordioso e Clemente, rezamos perante Ti para que aceites as nossas orações com misericórdia e boa vontade. Amén, que assim seja.

SHOFAR DO MESSIAS*

Do livro “Cabala Para o Estudante”

A REDENÇÃO VIRÁ SOMENTE ATRAVÉS DA CABALÁ

Saiba que isto é o que significa que os filhos de Israel só serão redimidos após a revelação da sabedoria do oculto em larga escala, como está escrito no Zohar: “Com esta composição, os filhos de Israel serão salvos do exílio”. Isso porque naquele tempo havia esperança de redenção, assim como a escrita do Zohar, que começou nos dias
de Rashbi, foi durante os dias em que Bar-Kokheva (séc. II D.C.) apareceu. O Rabi Akiva, professor do Rashbi, disse sobre ele: “Haverá um passo à frente da estrela que procederá de Jacó”. Assim, após a ruína de Beitar havia grande esperança.

ESCREVENDO O ZOHAR E OCULTANDO-O

E, por causa disso, o Rashbi permitiu-se e revelou a sabedoria do oculto nos seus livros, O Zohar e os Tikunim. No entanto, o fez com grande cuidado, uma vez que ele permitiu apenas ao Rabi Abba revelá-la em segredo, de forma que só os sábios dos filhos de Israel entendessem, e os sábios das nações do mundo não, temendo que os perversos soubessem como servir os seus mestres. Por isso, logo que eles viram que era muito cedo para a redenção Israel, eles o esconderam. Foi na época dos Savoraim (500 a 700 DC), porque se descobriu que os nossos sábios, os Savoraim,
escreveram as suas matérias dentro do Zohar.

A REVELAÇÃO DA CABALÁ É A VONTADE DE DEUS

Na verdade, foi por vontade de Deus que apareceu O Zohar. É por isso que ele vagueou na viúva do Rabi Moshe de Leon. Ela herdou o manuscrito do seu marido, que provavelmente não lhe contou nada sobre a proibição de o divulgar, e, acidentalmente ela o colocou à venda.

OS PROBLEMAS DE ISRAEL SÃO POR CAUSA DA REVELAÇÃO DA CABALÁ

Realmente, até hoje causaram muitas ruínas na casa de Israel, pelas razões acima.

AS VANTAGENS DA REVELAÇÃO DA CABALÁ

No entanto, não há mau sem bom. E portanto, este domínio, que as nações obtiveram pelo roubo dos segredos da Tora, deu um grande impulso no desenvolvimento da santidade. Na minha avaliação, estamos numa geração que se
encontra no limiar da redenção, se soubermos como difundir a sabedoria do oculto às multidões.

A PRIMEIRA VANTAGEM

Além da simples razão de que “Ele engoliu riquezas, porém as vomitará”, isso revelará aquilo que está entre o meu filho e o meu sogro, e a diferença entre a essência do núcleo e a Klipá (casca) superior, a partir da qual todos os sábios das nações do mundo se despiram. Isto porque todos os campos de Israel que negaram a Tora certamente retornarão ao Criador e ao Seu trabalho.

A SEGUNDA VANTAGEM

Há outra razão para isso: Nós aceitamos que existe uma pré-condição para a redenção – que todas as nações do mundo reconhecerão as leis de Israel, como está escrito, “e a terra ficará cheia do conhecimento”, como no exemplo do êxodo do Egito, quando o Faraó, também, reconheceu o verdadeiro Deus e Suas leis e permitiu que eles fugissem.

REDENÇÃO ATRAVÉS DA DIVULGAÇÃO DA CABALÁ ÀS NAÇÕES DO MUNDO

É por isso que está escrito que cada uma das nações tomará um homem Judeu e o conduzirá à Terra Santa. E isso não foi suficiente para que elas pudessem sair por si mesmas. Você deve compreender de onde as nações do mundo chegariam a tal desejo e ideia. Saiba que isso ocorre através da disseminação da verdadeira sabedoria, de modo que elas, evidentemente, vejam o verdadeiro Deus e a verdadeira lei.

A DISSEMINAÇÃO DA SABEDORIA DA CABALÁ EM TODO O MUNDO

E a divulgação da sabedoria da Cabalá às multidões é chamada de “um Shofar”. Como o Shofar, cujo som viaja uma grande distância, o eco da sabedoria se espalhará pelo mundo, de modo que até as nações ouvirão e reconhecerão que existe a sabedoria Divina em Israel.

A REVELAÇÃO DA CABALÁ A TODAS AS NAÇÕES É A REVELAÇÃO DE ELIYAHU (ELIAS)

E esta tarefa foi dita sobre o profeta Eliyahu, já que a divulgação dos segredos da Torá é sempre referida como a “divulgação de Eliyahu”. É como eles disseram, “Deixe-os descansar até à vinda de Elias”, e também, “o Tishbi responderá às questões e aos problemas”. E por esta razão, eles disseram que três dias (uma conhecida alusão)
antes da vinda do Messias, Elias caminharia sobre as montanhas e sopraria um grande chifre etc.

A REVELAÇÃO DA CABALÁ A TODAS AS NAÇÕES É UMA PRÉ- CONDIÇÃO PARA A COMPLETA REDENÇÃO

Você deve compreender estas alusões: A questão do Shofar (chifre) é apenas a divulgação da sabedoria do oculto em grandes multidões, que é uma pré-condição necessária que deve ser cumprida antes da redenção completa.

E os livros que já foram revelados por mim nesta sabedoria, testemunharão isso, que questões da maior importância foram espalhadas como um vestido para todos verem, que é um verdadeiro testemunho de que já estamos no limiar da redenção, e que a voz do grande Shofar já foi ouvida, embora não à distância porque ainda soa muito suavemente.

Mas na verdade, qualquer grandeza exige antes a pequenez, e não há uma grande voz se não for precedida por um som suave, porque esta é a forma do Shofar, que cresce progressivamente. E ninguém melhor do que eu sabe que não sou digno de ser nem mesmo um mensageiro e um escriba para a revelação desses segredos, e muito menos para compreendê-los perfeitamente.

E por que o Criador fez isso comigo? Unicamente porque esta geração é digna, pois é a última geração, que está no limiar da redenção completa. E por essa razão, é digna de começar a ouvir a voz do Shofar do Messias, que é a revelação dos segredos, como foi explicado.

* Nota do tradutor: Shofar (do hebraico שופר shofar): é é considerado um dos instrumentos de sopro mais antigos, semelhante à trombeta, feito do chifre do carneiro. Mas, para os judeus, o shofar não é um instrumento “musical”; não é usado por prazer ou divertimento. É considerado sagrado, quase como uma voz celestial, e usado em ocasiões festivas em feriados judaicos.

UMA CRIADA QUE É HERDEIRA DE SUA SENHORA

Do livro “Cabala Para o Estudante”

Isso requer uma explicação completa. Para o tonar claro para todos, vou escolher interpretar a questão pelo que ela parece ser para nós por essa razão, se estende a nós aqui na conduta deste mundo.

A INTERIORIDADE DA EXTERIORIDADE

O caso é que as Raízes Superiores estendem seu poder, cascateando-se até que seus ramos apareçam neste mundo, como está escrito na explicação das raízes e dos ramos.

Os mundos como um todo são considerados internamente e externamente. Isso é similar a uma carga pesada que ninguém consegue levantar ou carregar de um lugar para outro. Sendo assim, o conselho é dividi-la em pequenas partes, e assim, transferila uma de cada vez.

Isso é similar à nossa questão, dado que o propósito da Criação é inestimável, pois uma pequena centelha como a alma de uma pessoa pode elevar a sua realização mais Alta que os ministérios dos anjos, como os nossos sábios disseram sobre o versículo “Agora será dito a Jacó e Israel: “O que Deus fez!”. Eles interpretaram que os anjos Superiores perguntaram a Israel: “O que Deus tem feito?”.

A EVOLUÇAO DE ISRAEL (INTERIORIDADE) – UM DE CADA VEZ

Essa recompensa apenas chegará a nós através do desenvolvimento de um de cada vez. Como na alegoria acima, até o fardo mais pesado pode ser levantado se for dividido em partes e levantado um de cada vez. Não só o propósito geral nos chega dessa forma, como também o propósito físico, o que não é senão uma preparação para o propósito geral, e nos chega através do desenvolvimento gradual e lento.

Assim, os mundos foram divididos em interioridade e exterioridade, onde cada mundo contém iluminações capazes de operar num desenvolvimento lento. E estas são chamadas de “interioridade do mundo”.

EVOLUÇÃO INSTANTÂNEA DAS NAÇÕES DO MUNDO (EXTERIORIDADE)

Opostos a eles estão iluminações que só podem agir instantaneamente. Assim, quando elas aparecem aqui nos seus ramos deste mundo e lhes é dado o controle, não só, não se corrigem, como se arruínam.

Os nossos sábios chamam isso de “verde”, como está escrito relativamente à Árvore do Conhecimento e Adam HaRishon, que eles comeram fruta verde. Isto significa que é uma deliciosa guloseima, destinada a encantar o homem, mas no futuro, não no presente, porque ainda estão crescendo e desenvolvendo-se. É por isso que eles o compararam com uma fruta verde, como o figo, também, que é uma das mais doces e mais saborosas frutas, mas quando comida prematuramente, fará mal ao estômago e poderá matar.

De fato, devemos perguntar, “Quem é aquele que traz tal ação ao mundo?”

Afinal de contas, é conhecido que não há ação no nosso mundo que não venha de um ataque duma Raiz Superior. Isso é o que chamamos de “domínio da exterioridade”, como no versículo: “Deus fez igual um tanto quanto o outro”. Isso contém uma força que impulsiona e corre em direção a revelação do domínio da interioridade, como os nossos sábios disseram: “Eu coloco sobre eles um rei tal como Haman, e ele os forçará a arrependerem-se”.

A INTERIORIDADE É O POVO DE ISRAEL

Dado que esclarecemos a Raiz Superior, esclareceremos os ramos neste mundo.

Entendendo que o ramo que se estende da interioridade é o povo de Israel, que foi escolhido como um operador do propósito geral da correção. Isso contém a preparação requerida para o crescimento e o desenvolvimento até que mova as nações do mundo, também, para que possam atingir a meta comum.

A EXTERIORIDADE SÃO AS NAÇÕES DO MUNDO

O ramo que se estende da exterioridade são as nações do mundo. Não lhes foram transmitidas as qualidades que os tornam dignos de receber o desenvolvimento do propósito, um de cada vez. Ao contrário, eles estão aptos a receber a correção imediatamente e a mais completa, de acordo com a sua Raiz Superior. Assim, quando elas recebem o domínio da sua Raiz, elas destroem as virtudes das crianças de Israel e causam sofrimento no mundo.

UMA ESCRAVA E UMA SERVA

As Raízes Superiores, chamadas “exterioridade”, como explicado acima, são geralmente chamadas de “serva” e “escrava”. E o objetivo disso é mostrar que elas não têm a intenção de causar mal algum, como possa parecer superficialmente. Ao contrário, servem à interioridade, como a escrava e a serva que servem a seus mestres.

A EXTERIORIDADE GOVERNA QUANDO ISRAEL NÃO EXIGE PROFUNDIADE NO SEU TRABALHO

A lei supramencionada da exterioridade é chamada de “o exílio de Israel entre as nações do mundo”. A partir disso, são infligidas muitas formas de sofrimento, degradação e ruína à nação de Israel. No entanto, e para ser breve, explicaremos somente o que é revelado a partir de uma observação geral, que é de um propósito geral. Isso é, os adoradores de ídolos e supersticiosos, como está escrito: “mas misturam-se com as nações e aprendem com as suas obras”. Esse é o mais terrível e perigoso veneno, que destruirá as almas de Israel, pois este traz a sua vaidade mais
próxima da razão humana. Em outras palavras, eles não precisam de muito aprofundamento para entender e assim plantar a fundação dos seus trabalhos nos corações dos filhos de Israel. E, embora um homem israelense é bastante incapaz de aceitar a sua tolice, no final, eles induzem a idolatria e imundície, até flagrante heresia, até que ele diz, “todos os rostos são iguais”.

A RAZÃO DO OCULTAÇÃO DA CABALÁ

Agora você pode compreender a questão da ocultação da sabedoria do oculto dos olhos dos externos, bem como o que os sábios disseram, “Ao gentio não deve ser ensinada Torá”. Parece haver uma contradição entre este e o Tanah (grande sábio, nos primeiros anos da EC) Debei Eliyahu, que disse: “Mesmo um gentio, mesmo um escravo, e até mesmo uma serva que sentar e aprender Torá, a Divindade está com eles”. Então, por que os sábios proibiram ensinar a Torá aos gentios?

ENSINANDO TORÁ AOS GENTIOS

De fato, o Tana Debei Eliyahu refere-se à um gentio convertido, ou pelo menos alguém que deixou a idolatria e superstição. Os nossos sábios, reciprocamente, referem-se a alguém que não se afastou da adoração de ídolos e superstições e queria conhecer as leis de Israel e a Sabedoria para fortalecer e fortificar sua idolatria. E você pode dizer: “por que deveríamos nos importar se este gentio se tornou mais piedoso nas suas adorações por causa da nossa Torá? Se isso não ajudar, que mal fará?”

O CHORO DE RASHBI

De fato, por isso Rashbi chorou antes de explicar o segredo importante na Sabedoria oculta, como está escrito: “Rabi Shimon chorou, ‘ai de mim se eu falar e ai de mim se eu não falar. Se eu contar, os pecadores saberão como servir a seus ídolos; e se eu não contar, os amigos perderão aquela palavra’”.

Ele estava com medo que seu segredo viesse pelas mãos dos idólatras e eles executassem sua idolatria com a força desta Mente Santa. Isto é o que prolonga nosso exílio e trás sobre nós todas as aflições e as ruínas, como vemos agora perante nós, dado que os sábios das nações do mundo estudaram todos os livros dos filhos de Israel e os tornaram em iguarias para fortalecer sua fé, isto é sua sabedoria, chamada “teologia”.

DOIS MALES DE REVELAR A SABEDORIA DE ISRAEL ÀS NAÇÕES DO MUNDO

Eles cometeram dois erros:

  1. Além de se vestirem em nosso manto, dizendo que toda a sabedoria é da realização de seu próprio espírito sagrado, estes imitadores ganharam sua reputação às nossas custas. Assim, eles fortalecem seu falso ensinamento e obtêm a força para negar nossa Santa Torá.
  2. Mas um mal ainda maior veio sobre nós: o que observa sua teologia descobre nela conceitos e sabedoria sobre o trabalho de Deus que aparentam mais verdadeiros e genuínos que nossa sabedoria.

Isto é por duas razões:

A primeira é que eles são muitos, e entre eles existem grandes e proficientes filólogos que conhecem seu trabalho: para fazer questões aceitáveis às pessoas ignorantes. Filologia vem dos ensinamentos externos, e certamente uma sociedade de oito bilhões de pessoas pode produzir muito mais e muito maiores filólogos que a nossa sociedade de quinze milhões. Assim, o que observa seus livros cai ao duvidar que eles podem estar certos, ou ainda pior, é claro.

A segunda, e a mais importante razão, é que os sábios de Israel ocultam a sabedoria da religião das massas por trás de portas fechadas de todas as formas. Os sábios de cada geração oferecem simples explicações às massas e rejeitam-nas com todos os tipos de artifícios do desejo de sequer se aproximarem e tocarem na sabedoria do oculto.

AI SE EU CONTO

Eles fazem isto por medo que as questões venham a cair nas mãos dos idolatras, como Rashbi escreveu, “Se eu conto, os pecadores saberão como servir seus ídolos”. Afinal de contas, nós sofremos bastante até pelas pequenas coisas que eles roubaram de nossos recipientes, que escoaram até eles além de toda a guarda vigilante.

A RAZÃO PELA OCULTAÇÃO DA CABALÁ

Isto clarifica o que se desdobraria se nossos sábios revelassem a sabedoria do oculto a todos. E dado que nós ocultamos, enquanto o nosso plebeu é incapaz de lhe serem dados os segredos da Torá, ele não tem conhecimento na sabedoria da religião. Logo, tal pessoa fica obviamente inspirada e exaltada quando ela descobre a sabedoria
insignificante e explicações na sua teologia, cuja essência é senão uma seleção de conceitos roubados da nossa oculta, com guloseimas literárias acrescentadas. Assim que alguém vê isso, ele diz e nega nossa lei prática, e termina em completa heresia.

UMA CRIADA QUE É HERDEIRA DE SUA SENHORA

Isto é chamado “uma criada que é herdeira de sua senhora”, dado que o próprio poder da senhora – o domínio da interioridade – é pela força da nossa sabedoria e conhecimento, como está escrito, “nós somos distinguidos, Eu e Teu povo, de todos os povos que estão sobre a face da terra”. E agora a criada avançou em frente e orgulha-se em público que ela é herdeira desta sabedoria. E agora você deve saber que este poder deles é a corrente pela qual as pernas dos filhos de Israel estão acorrentadas no exílio, sob seu domínio.

GRILHÕES DO EXÍLIO

Então, a essência das correntes do exílio e seu poder é da sabedoria da Torá e seus segredos, os quais eles conseguiram roubar e colocar em seus vasos, passando toda a guarda vigilante que nós colocamos. Com isso, eles enganam as massas, dizendo que eles herdaram o trabalho de Deus, e lançam dúvida e heresia, também, sobre as almas de Israel.